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ANESTÉSICOS LOCAIS Prof. Renan dos Santos Baldaia Histórico • 1860: Nieman utilizou o primeiro anestésico local na medicina e odontologia (cocaína); • 1905: Ein Horn sintetizou a procaína; • Década de 1940: Amidas (atualmente, mais utilizada na odontologia) Definição Anestesia local é definida como um bloqueio reversível da condução nervosa, determinando perda das sensações sem alteração do nível de consciência. Características do anestésico ideal • Baixa toxicidade sistêmica; ! • Não ser irritante aos tecidos; ! • Não causar lesão permanente às estruturas nervosas e ação reversível; ! • Tempo de início de ação mais curto; Classificação dos anestésicos locais de acordo com sua origem química Derivados de ésteres Benzocaína* Procaína Tetracaína ! Derivados de amidas Lidocaína Prilocaína Bupivacaína Mepivacaína Articaína Ropivacaína Importância dessa classificação ! 1- Os derivados ésteres são metabolizados no sangue pelas esterases plasmáticas ! 2- Os derivados amidas são metabolizados no fígado pelo sistema citocromo P450 hepático. São mais potentes e apresentam menos efeito adversos Pouco utilizado na clínica * = único atualmente utilizado na odontologia. Farmacologia dos Anestésicos Locais Os anestésicos locais são moléculas com um grupo lipofílico, Frequentemente um anel aromático. Os anestésicos locais são bases fracas. Grupo Éster Grupo Amida Grupo amínico Grupo Aromático Farmacocinética dos Anestésicos Locais - ABSORÇÃO Aspectos importantes relacionados com a absorção dos anestésicos locais: 1- O anestésico poderá sofrer absorção sistemica a partir do local onde foi aplicado. Vários fatores influenciam: - Vasodilatação promovida pelo anestésico - Vascularização local e dose administrada; - Presença ou não de fármacos vasoconstritores (Adrenalina). 2- Fármacos vasoconstritores como a adrenalina, reduzem os riscos de difusão sistemica. Na presença de vasoconstritores, teremos maior concentração do anestésico no local onde se encontram os feixes nervosos. Mecanismo de Ação – Anestésicos Locais axônio Canal de Na Voltagem Dependente impulso Na+ K+ Anestésico Local ! Bloqueio do canal de Na+ Voltagem Dependente X Inibição do Impulso Com aplicação do AL ocorrerá um bloqueio progressivo dos canais de sódio. Canal Voltagem Dependente Aspectos relevantes da ação dos AL 1- Ações sobre os nervos: Os AL agem em todos os nervos As fibras menores (aferentes da dor) são bloqueadas primeiro As fibras maiores (tato e função motora) são bloqueadas depois As fibras mielinizadas também são mais sensíveis ! ! ! ! 2- Ações sobre outras membranas excitáveis: ! Junções neuro/efetoras (músculo estriado) são sensíveis as ações bloqueadoras dos AL, mas sem um significado clínico relevante. ! Anestésicos locais • LIDOCAÍNA ! • Padrão ouro; • Início de ação: 2-4 minutos; • Promove vasodilatação; • Tempo de ação curto (10 min); • Deve ser administrada com vaso; • Com vaso, o tempo de ação é 40-60 min; • Metabolizado no fígado e eliminado nos rins; 11 • Mepivacaína: • Potência anestésica similar à da lidocaína; • Início de ação: 1,5-2 minutos; • Produz discreta vasodilatação; • Tempo de ação de até 40 minutos; • Metabolizada pelo fígado e eliminada pelos rins. ! • Prilocaína: • Potência anestésica similar à lidocaína; • Início de ação: 2-4 minutos. • Produz pouca vasodilatação, pode ser utilizada sem vaso; • Pode levar ao aumento de meta-hemoglobina (não liga oxigênio). 12 Anestésicos locais • Articaína: • Em alguns países da Europa já é o AL mais utilizado; • Possui 1,5 vezes maior potência do que a da lidocaína; • Início de ação: 1-2 minutos; • Metabolizada no fígado e plasma sanguíneo; • AL de escolha em pacientes com disfunção hepática. 13 Anestésicos locais O uso de vasoconstritores • Os vasoconstritores utilizados na odontologia podem pertencer a dois grupos farmacológicos: Aminas Simpatomiméticas Análogos da vasopressina (ADH) Catecolaminas Não Catecolaminas Felipressina O uso de vasoconstritores Situação Adrenalina (µg/min) Secreção adrenal em repouso 7 Secreção adrenal estresse 280 Anestesia local <1 O uso de vasoconstritores • Adrenalina/Epinefrina: • Padrão ouro na odontologia, deve ser o vasoconstritor de escolha para pacientes saudáveis; • Ação vasoconstritora via receptores alfa-1; • Contraindicações: • Uso com cautela em pacientes hipertensos ( > 160mmHg e > 100mmHg); • < 6 meses após AVE; ICC descompensada; Angina; • História de alergia a sulfitos (maior prevalência em asmáticos); • Pacientes que utilizam derivados de anfetaminas e drogas de abuso; Aminas Simpatomiméticas O uso de vasoconstritores • Noradrenalina/Norepinefrina: • Possui 25% da potência da adrenalina; • Uso com cautela em pacientes hipertensos. Mesmo em pacientes normais há riscos de taquicardia; • A maioria dos relatos de reações adversas é pelo seu uso; • O uso em odontologia está cada vez mais restrito. ! • Outros: Levonodefrina e Felinefrina Aminas Simpatomiméticas O uso de vasoconstritores • Felipressina ou octapressin: Análogo da vasopressina (hormônio antidiurético-ADH); ! • Atua em receptores V1, presente no músculo liso dos vasos; • Não indicado à pacientes com angina e gestantes; Análogos da vasopressina
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