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apostila SEDF Planejamento Organizacao Trabalho Pedagogico POTP 998BD3CA FA78 49CA AD7E 8C19E5D7B7F6

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PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO 
DO TRABALHO PEDAGÓGICO
- Processo de Planejamento
- Planejamento Participativo
- Planejamento Escolar
- Exercícios Tipo CESPE/CEBRASPE
CONTEÚDO:
DIÁRIO OFICIAL DF
O Concurso em Notícias!
CONHECIMENTOS
PEDAGÓGICOS
comentadas
gabaritadas
QUESTÕES
66
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ÇÃ
O
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CICERO EDUARDO DE O - c.educsc@hotmail.com
APOSTILAS / DODF-CONCURSOS Sua aprovação em 1º Lugar! 
 
 
Planejamento Pedagógico 
 
 
 
 
PARABÉNS. VOCÊ ACABA DE ADQUIRIR UM PRODUTO 
VISANDO SUA APROVAÇÃO EM 1º LUGAR 
 
 
 
Nós do DODF – Concursos preparamos esse material com muita dedicação e seriedade. Tenha 
certeza que tivemos o cuidado de produzir conteúdo mais atualizado e em conformidade com o cro-
nograma. Lembre-se que seu SUCESSO depende de VOCÊ MESMO. Você é o único responsável para 
isso! Pois a cada dia, a cada momento, você está decidindo o rumo de sua vida. Assim, a cada vez 
que você estuda, dorme menos, cruza limites, se dedica e faz o que deveria ser feito, o resultado 
que colhe é o sucesso – A Aprovação. Você é o seu próprio agente de sucesso. Pense bem e faça as 
escolhas certas! O seu sucesso só depende de você. 
 
 
Um grande abraço da Equipe DODF – Concursos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CICERO EDUARDO DE O - c.educsc@hotmail.com
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Planejamento Pedagógico 
ÍNDICE 
 
 
1. PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO................................................................ 3 
 1.1 - PROCESSO DE PLANEJAMENTO: CONCEPÇÃO, IMPORTÂNCIA, DIMENSÕES E NÍVEIS ......................... 6 
 1.2 - PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO: CONCEPÇÃO, CONSTRUÇÃO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO.11 
 1.3 - PLANEJAMENTO ESCOLAR: PLANOS DA ESCOLA, DO ENSINO E DA AULA ........................................... 15 
EXERCÍCIOS ................................................................................................................................................... 27 
GABARITOS .................................................................................................................................................... 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CICERO EDUARDO DE O - c.educsc@hotmail.com
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Planejamento Pedagógico 3 
1. PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO 
O planejamento é um processo de sistematização e organização das ações do professor. É um instrumento da ra-
cionalização do trabalho pedagógico que articula a atividade escolar com os conteúdos do contexto social (LIBÂNEO, 
1991). 
O ato de planejar está presente em todos os momentos da vida humana. A todo o momento as pessoas são o-
brigadas a planejar, a tomar decisões que, em alguns momentos, são definidas a partir de improvisações; em outros, são 
decididas partindo de ações previamente organizadas (KENSKI, 1995). 
No capitulo 1 do livro Planejamento Dialógico: como construir o projeto político – pedagógico da escola 
(PADILHA, 2003), são apresentados alguns conceitos de planejamento que intencionalmente leva-nos a entender seu 
significado. 
A seguir alguns conceitos, acreditando que serão discutidos e ressignificados por cada um no momento de orga-
nizar sua prática pedagógica: 
• O significado do termo ‘planejamento’ é muito ambíguo, mas no seu uso trivial ele compreende a idéia de que 
sem um mínimo de conhecimento das condições existentes numa determinada situação e sem um esforço de previsões 
das alterações possíveis desta situação nenhuma ação de mudança será eficaz e eficiente, ainda que haja clareza dos 
objetivos dessa ação. Nesse sentido trivial, qualquer indivíduo razoavelmente equilibrado é um planejador [...]. Não há 
uma ‘ciência do planejamento’ nem mesmo há métodos de planejamentos gerais e abstratos que possam ser aplicados a 
tantas variedades de situações sociais e educacionais principalmente se considerarmos a natureza política, histórica, cul-
tural, econômica etc. (AZANHA, 1993, p. 70-78). 
• Planejamento é um processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre recursos e objetivos, na busca da 
melhoria do funcionamento do sistema educacional. Como processo o planejamento não corre em um momento do ano, 
mas a cada dia. A realidade educacional é dinâmica. Os problemas, as reivindicações não têm hora nem lugar para se 
manifestarem. Assim, decide-se a cada dia a cada hora (SOBRINHO, 1994, p.3). 
 • Planejamento é um “processo de tomada de decisão sobre uma ação. Processo que num planejamento coletivo 
(que é nossa meta) envolve busca de informações, elaboração de propostas, encontro de discussões, reunião de decisão, 
avaliação permanente” (MST, 1995, p.5). 
• Planejamento é processo de reflexão, de tomada de decisão [...] enquanto processo, ele é permanente 
(VASCONCELOS, 1995, p.43). 
Em síntese, o planejamento é uma tomada de decisão sistematizada, racionalmente organizada sobre a educa-
ção, o educando, o ensino, o educador, as matérias, as disciplinas, os conteúdos, os métodos e técnicas de ensino, a 
organização administrativa da escola e sobre a comunidade escolar. 
O planejamento da educação é composto por diferentes níveis de organização. Assim, podemos pensar em nível 
macro no Planejamento do Sistema de Educação, que corresponde ao planejamento da educação em âmbito nacional, 
estadual e municipal. Este planejamento elabora, incorpora e reflete as políticas educacionais. 
O planejamento global da escola corresponde às ações sobre o funcionamento administrativo e pedagógico da 
escola; para tanto, este planejamento necessita da participação em conjunto da comunidade escolar. Nos dias atuais, em 
que o trabalho pedagógico tem sido solicitado em forma de projeto, o planejamento escolar pode estar contido no Proje-
to Político Pedagógico – PPP, ou no Plano de Desenvolvimento Escolar – PDE. 
O projeto pedagógico tem as seguintes características: estabelece uma direção, uma intencionalidade; exige uma 
reflexão acerca da concepção da escola e sua relação com a sociedade; deve contemplar a qualidade do ensino nas di-
mensões; o planejamento pedagógico e a organização do trabalho docente indissociáveis: formal ou técnica e política; 
implica em esforço coletivo e participativo; e define as ações educativas e as características necessárias às escolas de 
cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade. 
O planejamento curricular é a organização da dinâmica escolar. É um instrumento que sistematiza as ações esco-
lares do espaço físico às avaliações da aprendizagem. 
O planejamento de ensino envolve a organização das ações dos educadores durante o processo de ensino, inte-
grando professores, coordenadores e alunos na elaboração de uma proposta de ensino, que será projetada para o ano 
letivo e constantemente avaliada. 
O planejamento de aula organiza ações referentes ao trabalho na sala de aula. É o que o professor prepara para 
o desenvolvimento da aprendizagem de seus alunos coerentemente articulado como planejamento curricular, com o 
planejamento escolar e com o planejamento de ensino. 
No planejamento como processo de organização do trabalho escolar, podemos visualizar três momentos: antes, 
durante e depois das operações, ou seja, a preparação das operações a serem desenvolvidas, o acompanhamento da 
execução das operações e a avaliação de todo o processo após a execução de todas as operações. 
CICERO EDUARDO DE O - c.educsc@hotmail.com
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Planejamento Pedagógico 4 
O primeiro é o momento de elaboração do plano escolar, ou seja, quando analisamos participativamente a reali-
dade a ser planejada, levantando as suas principais necessidades (diagnóstico) e dessas passamos a decidir sobre os 
objetivos que desejamos alcançar (objetivos), como também sobre os caminhos que vamos seguir para alcançar esses 
objetivos (programação) e o que vamos precisar para seguir nesse caminhar (recursos). Ainda, nesse momento, teremos 
de decidir sobre o momento e a forma de avaliação do planejamento. Todas as decisões coletivamente tomadas, no pri-
meiro momento, devem ser registradas no documento que chamamos de plano escolar. 
O segundo momento do planejamento caracteriza-se pelo acompanhamento da execução das operações. Acom-
panhar significa interagir com a realidade, ou seja, estar atento para mudar os rumos das operações, caso elas não satis-
façam os objetivos do planejamento, pois a dinâmica escolar pode se alterar exigindo certas modificações nas operações 
inicialmente pensadas. Devemos estar sempre atentos às necessidade de mudança do percurso, se realmente estamos 
interessados em alcançar determinados objetivos. 
O terceiro momento do processo de planejamento corresponde à avaliação de todo o caminhar, ou seja, quando 
verificamos quais as operações que levaram a alcançar os objetivos propostos e aquelas que, mesmo executadas, não 
tiveram o efeito desejado para o alcance dos objetivos inicialmente propostos. Nesse momento, ao analisarmos os acer-
tos e erros, estaremos preparando um novo planejamento, pois, como processo, esse planejamento caracteriza-se por 
um contínuo planejar, acompanhar, avaliar, replanejar etc. (FERREIRA, 1979) 
Todo processo de planejamento tem por objetivo alterar uma dada realidade, ou seja, espera-se com a imple-
mentação do planejamento que ocorram mudanças políticas, pedagógicas e administrativas na realidade escolar. Apesar 
de parecer “óbvio” esta afirmativa torna-se necessária, já que ainda está muito presente entre os agentes educacionais a 
visão de que o planejamento e, principalmente, o plano escolar, não passam de mera formalidade legal. Essa visão acaba 
por impedir ações que garantam a organização do trabalho coletivo na escola e, consequentemente, a democratização 
das relações na unidade escolar. Nesse sentido, de nada adianta darmos novos nomes e formas ao plano se este será 
elaborado dentro de uma concepção fechada de planejamento. Muda-se a forma, introduzem-se novos e sofisticados 
conteúdos, mas o seu significado permanece o mesmo, um documento legal sem influência no cotidiano escolar. 
Segue alguns questionamentos sobre o planejamento escolar: 
• Qual é o Sentido Atual para o Conceito de Planejamento do Ensino? 
Na medida em que se concebe o planejamento como um meio para facilitar e viabilizar a democratização do en-
sino, o seu conceito necessita ser revisto, reconsiderado e redirecionado. 
Na prática docente atual, o planejamento tem-se reduzido à atividade em que o professor preenche e entrega à 
secretaria da escola um formulário. Este é previamente padronizado e diagramado em colunas, onde o docente redige os 
seus "objetivos gerais", "objetivos específicos' "conteúdos", "estratégias" e "avaliação". 
Em muitos casos, os professores copiam ou fazem fotocópias do plano do ano anterior e o entregam à secretaria 
da escola, com a sensação de mais uma atividade burocrática cumprida. 
É preciso esclarecer que planejamento não é isto. Ele deve ser concebido, assumido e vivenciado no cotidiano da 
prática social docente, como um processo de reflexão. Segundo SAVIANI (1987, p. 23), "a palavra reflexão vem do verbo 
latino 'reflectire' que significa 'voltar atrás'. É, pois um (re)pensar, ou seja, um pensamento em segundo grau. (.. .) Refle-
tir é o ato de retomar, reconsiderar os dados disponíveis, revisar, vasculhar numa busca constante de significado. É exa-
minar detidamente, prestar atenção, analisar com cuidado. E é isto o filosofar'. 
Entretanto, não é qualquer tipo de reflexão que se pretende e sim algo articulado, crítico e rigoroso. Ainda se-
gundo SAVIANI (1987, p. 24), para que a reflexão seja considerada filosófica, ela tem de preencher três requisitos bási-
cos, ou seja, ser: 
• "radical" - o que significa buscar a raiz do problema; 
• "rigorosa" - na medida em que faz uso do método científico; 
• "de conjunto" - pois exige visão da totalidade na qual o fenômeno aparece. 
Pode-se, pois, afirmar que o planejamento do ensino é o processo de pensar, de forma "radical", "rigorosa" e "de 
conjunto", os problemas da educação escolar, no processo ensino-aprendizagem. Conseqüentemente, planejamento do 
ensino é algo muito mais amplo e abrange a elaboração, execução e avaliação de planos de ensino. 
O planejamento, nesta perspectiva, é, acima de tudo, uma atitude crítica do educador diante de seu trabalho do-
cente. 
 
 
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Planejamento Pedagógico 5 
• Planejamento e Plano de Ensino podem ser Tomados como Sinônimos? 
Apesar de os educadores em geral utilizarem, no cotidiano do trabalho, os termos "planejamento" e "plano" co-
mo sinônimos, estes não o são. 
É preciso, portanto, explicitar as diferenças entre os dois conceitos, bem como a íntima relação entre eles. 
Enquanto o planejamento do ensino é o processo que envolve "a atuação concreta dos educadores no cotidiano 
do seu trabalho pedagógico, envolvendo todas as suas ações e situações, o tempo todo, envolvendo a permanente inte-
ração entre os educadores e entre os próprios educandos" (FUSARI, 1989, p. 10), o plano de ensino é um momento de 
documentação do processo educacional escolar como um todo. Plano de ensino é, pois, um documento elaborado pelo(s) 
docente(s), contendo a(s) sua(s) proposta(s) de trabalho, numa área e/ou disciplina específica. 
O plano de ensino deve ser percebido como um instrumento orientador do trabalho docente, tendo-se a certeza e 
a clareza de que a competência pedagógica-política do educador escolar deve ser mais abrangente do que aquilo que 
está registrado no seu plano. 
A ação consciente, competente e crítica do educador é que transforma a realidade, a partir das reflexões vivenci-
adas no planejamento e, conseqüentemente, do que foi proposto no plano de ensino. 
Um profissional da Educação bem-preparado supera eventuais limites do seu plano de ensino. O inverso, porém, 
não ocorre: um bom plano não transforma, em si, a realidade da sala de aula, pois ele depende da competência-
compromisso do docente. 
Desta forma, planejamentoe plano se complementam e se interpenetram, no processo ação-reflexão-ação da 
prática social docente. 
• Como Formalizar o Plano de Ensino? 
É preciso assumir que é possível e desejável superar os entraves colocados pelo tradicional formulário, previa-
mente traçado, fotocopiado ou impresso, onde são delimitados centímetros quadrados para os "objetivos, conteúdos, 
estratégias e avaliação". 
A escola pode e deve encontrar outras formas de lidar com o planejamento do ensino e com seus desdobramen-
tos em planos e projetos. É importante desencadear um processo de repensar todo o ensino, buscando um significado 
transformador para os elementos curriculares básicos: 
• objetivos da educação escolar (para que ensinar e aprender?); 
• conteúdos (o que ensinar e aprender?); 
• métodos (como e com o que ensinar e aprender?); 
• tempo e espaço da educação escolar (quando e onde ensinar e aprender?); 
• avaliação (corno e o que foi efetivamente ensinado e aprendido?). 
O fundamental não é decidir se o plano será redigido no formulário x ou y, mas assumir que a ação pedagógica 
necessita de um mínimo de preparo, mesmo tendo o livro didático como um dos instrumentos comunicacionais no traba-
lho escolar em sala de aula. 
A ausência de um processo de planejamento do ensino nas escolas, aliada às demais dificuldades enfrentadas 
pelos docentes no exercício do seu trabalho, tem levado a uma contínua improvisação pedagógica nas aulas. Em outras 
palavras, aquilo que deveria ser uma prática eventual acaba sendo uma "regra", prejudicando, assim, a aprendizagem 
dos alunos e o próprio trabalho escolar como um todo. 
Sugiro que os docentes discutam a questão da "forma" e do "conteúdo" no processo de planejamento e elabora-
ção de planos de ensino, buscando alternativas para superar as dicotomias entre fazer e pensar, teoria e prática, tão 
presentes no cotidiano do trabalho dos nossos professores. Vale a pena enfrentar este desafio e pensar a respeito! 
 
 
CICERO EDUARDO DE O - c.educsc@hotmail.com
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Planejamento Pedagógico 6 
1.1 - PROCESSO DE PLANEJAMENTO: CONCEPÇÃO, IMPORTÂNCIA, DIMENSÕES E 
NÍVEIS 
Todo planejamento deve retratar a prática pedagógica da escola e do professor. No entanto, a história da educa-
ção brasileira tem demonstrado que o planejamento educacional tem sido uma prática desvinculada da realidade social, 
marcada por uma ação mecânica, repetitiva e burocrática, contribuindo pouco para mudanças na qualidade da educação 
escolar. 
Por isso, a importância do planejamento como uma prática crítica e transformadora do pedagogo; por isso, faz-se 
necessário a compreensão das duas dimensões que constituem o planejamento: 
Dimensão política – toda ação humana é eminentemente uma ação política. O planejamento não pode ser 
uma ação docente encarada como uma atividade neutra, descompromissada e ingênua. Mesmo quando o docente “não” 
planeja, ele traduz uma escolha política. A ação de planejar é carregada de intencionalidades, por isso, o planejamento 
deve ser uma ação pedagógica comprometida e consciente. 
Dimensão técnica – o saber técnico é aquele que permite viabilizar a execução do ensino, é o saber fazer a a-
tividade profissional. No caso da prática do planejamento educacional, o saber técnico determina a competência para 
organizar as ações que serão desenvolvidas com visando à aprendizagem dos alunos. Cabe ao professor saber fazer, 
elaborar, organizar a prática docente. 
A dimensão técnica do conhecimento é o aprender do aluno. A educação deve transmitir, de fato, de forma maci-
ça e eficaz, cada vez mais saberes e saber-fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, pois são as bases das com-
petências do futuro. 
Para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se em torno de quatro apren-
dizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada indivíduo, os pilares do conheci-
mento: aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir 
sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as ativida-
des humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes. É claro que estas quatro vias 
do saber constituem apenas uma, dado que existem entre elas múltiplos pontos de contato, de relacionamento e de 
permuta. 
 
 
 
 
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Planejamento Pedagógico 7 
Mas, em regra geral, o ensino formal orienta-se, essencialmente, se não exclusivamente, para o aprender a co-
nhecer e, em menor escala, para o aprender a fazer. As duas outras aprendizagens dependem, a maior parte das vezes, 
de circunstâncias aleatórias quando não são tidas, de algum modo, como prolongamento natural das duas primeiras. De 
acordo como foi demonstrado, o professor deve pautar a sua formação e a formação de seus alunos dentro destes qua-
tro aprendizagens de forma a favorecer o desenvolvimento do “ser integral”, alcançando sua plenitude, ou seja, a realiza-
ção da pessoa que na sua totalidade, aprende a ser. 
Ao se tratar dessas atividades, o planejamento organiza-se em etapas sequenciais, que devem ser rigorosamente 
respeitadas no ato de planejar: 
• Diagnóstico sincero da realidade concreta dos alunos - Estudo real da escola e a sua relação com todo 
contexto social que está inserida; 
• Os alunos e os professores possuem uma experiência social e cultural que não pode ser ignorada pelo 
planejamento; 
• Organização do trabalho pedagógico - Nesta etapa os elementos da Didática são sistematizados através 
de escolhas intencionais. Definição de objetivos a serem alcançados, escolha de conteúdos a serem a-
prendidos pelos alunos e a seleção das atividades, técnicas de ensino, que serão desenvolvidas para que 
a aprendizagem dos alunos se efetive. Esse momento representa a organização da metodologia de ensi-
no; 
• Sistematização do processo de avaliação da aprendizagem - Avaliação entendida como um meio, não 
um fim em si mesma, mas um meio que acompanha todo processo da metodologia de ensino. A avalia-
ção deve diagnosticar, durante a aplicação da metodologia de ensino, como os alunos estão aprendendo 
e o que aprenderam, para que a tempo, se for necessário, a metodologia mude seus procedimentos didá-
ticos, favorecendo a reelaboração do ensino, tendo em vista a efetiva aprendizagem. 
Agora que estudamos que o planejamento necessita de um rigor de sistematização das atividades, apresentamos 
alguns requisitos essenciais para o professor realizar um planejamento justo e coerente com seus alunos. Lembre-se, 
estes requisitos são saberes adquiridos ao longo da formação de professor, por isso, aproveitem ao máximo cada disci-
plina, cada conteúdo e cada atividade: 
• Conhecer em profundidade os conceitos centrais e leis gerais da disciplina, conteúdos básicos, bem 
como dos seus procedimentos investigativos (e como surgiram historicamente na atividade científica); 
• Saber avançar das leis gerais para a realidadeconcreta, entender a complexidade do conhecimento pa-
ra poder orientar a aprendizagem; 
• Escolher exemplos concretos e atividades práticas que demonstrem os conceitos e leis gerais, os con-
teúdos e os assuntos de maneira que todos os entendam; 
• Iniciar o ensino do assunto pela realidade concreta (objetos, fenômenos, visitas, filmes), para que os 
alunos formulem relações entre conceitos, idéias-chave, das leis particulares às leis gerais, para chegar 
aos conceitos científicos mais complexos; 
• Saber criar problemas e saber orientá-los (situações de aprendizagem mais complexas, com maior grau 
de incerteza que propiciam em maior medida a iniciativa e a criatividade do aluno). 
A educação não poderia ficar excluída desse processo do ato de planejar, uma vez que a educação brasileira bus-
ca a qualidade do ensinar e aprender ou ensinagem e aprendizagem, e o planejamento de nossas ações serem funda-
mentais para se contrapor a qualquer problema emergente que possa impedir a qualidade do processo de ação das insti-
tuições que desenvolvem ação educativa. 
Pensar em planejamento educacional é contribuir de maneira significativa para o redirecionamento dos trabalhos 
na escola. Reconhecemos que há inúmeros problemas, tais como a falta de condições físicas, evasão, reprovação, falta 
de capacitação dos docentes, baixos salários e outros. No entanto, o planejamento educacional representa um dos me-
lhores instrumentos para superar tais problemas pelo fato de antecipar uma realidade futura, dando possibilidade de se 
intervir de forma eficaz. É importante destacar que o planejamento é um processo contínuo de conhecimento e interpre-
tação da realidade, que precisa ser reflexivo devido à dinâmica da sociedade. “O planejamento é um processo contínuo 
de conhecimento e análise da realidade escolar em suas condições concretas, busca de alternativas para soluções de 
problemas e de tomada de decisões” (LIBÂNEO, 2001, p. 84). 
Entendemos que o ato de planejar se resume em dar respostas satisfatórias aos problemas que aparecem no 
nosso dia a dia. Todavia, um planejamento para ser eficaz, necessita ser elaborado contando com a participação dos 
vários segmentos que compõem a escola, além de envolver os pais e a comunidade. 
O planejamento realizado dessa forma terá maior possibilidade de ser efetivado. Entretanto, quando construído 
de maneira autoritária, burocrática, dificilmente será executado. Percebemos que o planejamento escolar está impregna-
do de visão de mundo, de sociedade, que ajudará a transformar ou conservar o que está estabelecido pelo sistema. 
É importante ressaltar as características do planejamento educacional através de um quadro sinótico com base 
no quadro-síntese (PADILHA, 2003). 
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Planejamento Pedagógico 8 
 
CATEGORIAS TIPOS CARACTERÍSTICAS 
1-Global ou de conjunto Para todo o sistema. 
2-Por setores Graus do sistema escolar. 
3-Regional Por divisões geográficas. NÍVEIS 
4-Local Por escolas. 
1-Técnico Por utilizar metodologia de análise, previsão, pro-gramação e avaliação. 
2-Política Por permitir a tomada de decisão. 
3-Administrativo Por coordenar as atividades administrativas. 
4-Sistêmico ou Estratégico Visão total do sistema educacional; sentido amplo: (recurso x oportunidade). 
ENQUANTO 
PROCESSO 
5-Tático Abrange todos os projetos e ações detalhadas e su-bordina-se ao Planejamento Estratégico. 
1-Curto Prazo 1 a 2 anos. 
2-Médio Prazo 2 a 5 anos. QUANTO AOS PRAZOS 
3-Longo prazo 5 a 15 anos. 
1-Demanda Com base nas demandas individuais de educação. 
2-Mão de obra Com base nas necessidades do mercado, voltado para o desenvolvimento do país. 
ENQUANTO 
MÉTODO 
3-Custo de Benefício Com base nos recursos disponíveis visando maiores benefícios. 
 
Destacando-se das características do planejamento educacional, vale ressaltar níveis e modalidades de planeja-
mento educacional: 
Planejamento Educacional - é o que se desenvolve em nível mais amplo, pois faz a previsão e a estrutura de 
todo o funcionamento do sistema educacional. É um planejamento que está sob a responsabilidade das autoridades edu-
cacionais, no âmbito do Ministério da Educação e Cultura – MEC, do Conselho Nacional de Educação – CNE, e na sequên-
cia os estados e municípios com atribuições na área da educação devem elaborar seus planejamentos educacionais. 
O planejamento deve atender à problemática a nível nacional, regional, comunitário escolar. Esse é o seu grande 
objetivo. Deve agir diretamente sobre a pessoa, a fim de atender às urgências e atingir as grandes metas educacionais. 
Há a necessidade de um planejamento nacional e de um planejamento regional; e da íntima relação desses dois planos 
são estruturados os planos curriculares das escolas que, por sua vez, dão as bases para a elaboração dos planos de ensi-
no (MENEGOLLA& SANT'ANA, 2003, p 41). 
Fica explícito que o planejamento educacional é uma ação diretamente de responsabilidade do sistema governa-
mental, vinculado ao desenvolvimento socioeconômico do país, estado ou município, que elaboram seus planejamentos 
com objetivos para médio e longo prazo, que requerem para sua execução dados de um bom diagnóstico claro e preciso 
da situação educacional de todo país, estado e município. 
Planejamento Nacional de Educação – o Plano Nacional de Educação – PNE, surgiu como idéia de lei em 
1988, cinquenta anos após a primeira tentativa oficial em 1934, ressurgiu a idéia de um plano nacional de longo prazo, 
tendo força de lei, sendo capaz de conferir estabilidade as iniciativas governamentais na área de educação. A LDB nº 
9.394 de 20 de dezembro de 1996, determina nos artigos 9º e 87, respectivamente, que cabe à União a elaboração do 
Plano, em colaboração com os estados, o Distrito Federal e os municípios, e institui a década da educação. 
O Congresso Nacional aprova o Plano Nacional de Educação – PNE como lei com duração para dez anos, e a par-
tir da vigência da Lei nº 10.172 de 09 de janeiro de 2001, os estados, o Distrito Federal e os municípios deveriam, com 
base no PNE, elaborar seus planos decenais. A União, em articulação com os estados, o Distrito Federal, os municípios e 
a sociedade civil, procederão à avaliação periódica da implementação do PNE. A primeira avaliação realizar-se-á no quar-
to ano de vigência desta Lei. 
Resta saber, se estados e municípios construíram seus planos decenais e avaliaram dentro do prazo de quatro 
anos em conformidade com a Lei nº 10.172/01 do PNE. Dez anos para algumas pessoas é muito tempo, mas pode-se 
afirmar que muitos Estados e Municípios nem chegaram a iniciar seu plano decenal, e o prazo já inspirou, visto que em 
2010, ocorreu a grande reunião para discussão e elaboração do Plano Nacional de Educação. 
A Conferência Nacional da Educação - CONAE, realizada no período de 28 de março a 1º de abril de 2010, em 
Brasília-DF, constituiu-se num acontecimento ímpar na história das políticas públicas do setor educacional no Brasil e 
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Planejamento Pedagógico9 
contou com intensa participação da sociedade civil, de agentes públicos, entidades de classe, estudantes, profissionais da 
educação e pais/mães (ou responsáveis) de estudantes. Os envolvidos apontam renovadas perspectivas para a organiza-
ção da educação nacional e para a formulação do Plano Nacional de Educação 2011-2020, com 12 artigos e anexos com 
20 metas para a educação. Este plano é um documento que deverá ser enviado ao Congresso Nacional, para apreciação 
dos parlamentares e, após aprovação, servirá como diretriz para todas as políticas educacionais do País até 2020. 
Neste contexto, pode-se afirmar que todos têm que pensar o planejamento, Estados e Municípios tem a respon-
sabilidade de elaborarem suas metas e objetivos, e na sequência todas as instituições de ensino, seja pública ou particu-
lar em qualquer nível ou modalidade. Deve-se acreditar e valorizar o ato de planejar, se eu sou, tu és, nós somos educa-
dores, vamos planejar nossas atividades com criatividade, valorizando o Projeto Pedagógico da instituição que se desen-
volve a ação educativa. 
Planejamento ou Plano Curricular - desenvolve-se no âmbito da escola, visto que sua função é de concreti-
zar os planos elaborados em níveis superiores, ou seja, atender os objetivos proposto no planejamento educacional, 
sempre valorizando as peculiaridades regionais e ou locais. 
O planejamento curricular deve ser de natureza multidisciplinar, envolvendo toda equipe diretiva da escola e seus 
professores. O resultado é concretizado em planos, os quais definem os objetivos que a escola pretende alcançar, ou 
seja, responde sobre o perfil do educando que pretende formar e as estratégias que pretende adotar para desenvolver e 
favorecer o processo de ensinar e aprender a pensar. Deve ser encarado como uma atividade permanente ao nível da 
escola. 
O planejamento curricular é o processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. É a previsão 
sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno. É instrumento que orienta a educação, como processo dinâmico 
e integrado de todos os elementos que interagem para a consecução dos objetivos, tanto os do aluno, como os da esco-
la. Para que este processo atinja os seus propósitos, é necessário, principalmente, planejar toda a ação escolar, que será 
estruturada através dos planejamentos curriculares (MENEGOLLA & SANT'ANA, 2003, p 52). 
Percebe-se que o planejamento curricular é de fundamental importância para a escola e para seus alunos. Visto 
que, é a expressão viva, ativa e real da filosofia da educação que a escola segue como um todo, não havendo como con-
ceber uma escola sem filosofia claramente definida. Além de determinar os objetivos da escola, relaciona também às 
disciplinas, conteúdos, metodologia de ação e os recursos necessários ao alcance dos propósitos. Visualizando o processo 
de avaliação de desempenho de todos da escola. 
Planejamento ou Plano Escolar - compreende toda atividade de previsão futura, ou seja, antevê a ação que 
deverá ser realizada, buscando alcançar os objetivos traçados. O exercício de planejar é um exercício referente à anteci-
pação da prática que precisa acontecer. 
O planejamento se concretiza em planos e projetos, tanto da escola e do currículo quanto do ensino. Um plano 
ou um projeto é um esboço, um esquema que representa uma idéia, um objetivo, uma meta, uma seqüência de ações 
que irão orientar a prática. A ação do planejar subordina-se à natureza da atividade realizada (LIBÂNEO, 2001, p. 83). 
O planejamento escolar é uma atividade que congrega a previsibilidade de todas as atividades em consonância 
com a organização e coordenação da escola face aos objetivos e filosofia. Como em todas as organizações sociais e em 
nossa vida, o cotidiano da escola não é estático, é dinâmico. Por esta razão, o planejamento escolar é e sempre será um 
eterno recomeço. A cada ano se reformula o planejamento a partir da avaliação das ações que visam aproximar o alcan-
ce dos objetivos, dos sonhos, do pensar da escola. 
Planejamento ou Plano de Ensino - é uma ação bem pensada, visto que, é o processo que se desenvolve em 
nível mais concreto da atuação do educador. O educador é o responsável pela elaboração do seu planejamento de ensino 
embasado no planejamento do currículo, visando o desenvolvimento sistemático das atividades a serem realizadas no 
contexto da instituição seja dentro ou fora da sala de aula. 
O planejamento é um processo evolutivo, que se desenvolve numa seqüência dinâmica e progressiva, torna-se 
importante estudar e analisar cada uma das etapas do planejamento, na sua ordem lógica para poder-mos entender a 
sua estrutura e organização funcional (MENEGOLLA & SANT'ANA, 2003, p. 73). 
A citação nos remete a compreensão de que o professor, ao assumir uma disciplina, precisa conhecer, saber com 
antecipação, quem são seus alunos, qual a série, quantos são, quais são os conteúdos programáticos? Com todas as 
informações pode propor objetivos, metodologias, escolhendo os recursos adequados, os instrumentos e critérios de 
avaliação para aula que pretende planejar e desenvolver com segurança. 
Planejamento ou Plano de Disciplina - constitui na previsão das atividades a serem desenvolvidas ao longo 
do bimestre, semestre e ou ano letivo. É um plano que foi planejado como um mapa que guia o professor para que al-
cance os objetivos previstos no planejamento, este plano é o documento que estabelece os passos para desenvolver a 
disciplina.
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Planejamento Pedagógico 10 
O plano da disciplina deixa muito claro o tempo de duração, os objetivos, o conteúdo programático, as estraté-
gias de ensino, os recursos didáticos e os procedimentos de avaliação, identificando muito bem que instrumentos devem 
ser utilizados e os critérios. 
O planejamento do plano de uma disciplina é um roteiro, um guia, uma bússola, é um esquema que tem as ca-
racterísticas pessoais de quem o executa. Este plano deve ser lido e analisado pelos profissionais em geral pedagogos 
que são: coordenador de curso, assessores pedagógicos ou professores responsáveis pelas demais disciplinas. 
Não existe um modelo rígido de plano ou planejamento da disciplina, em geral os professores devem seguir o ro-
teiro estabelecido pela instituição de ensino ou unidade escolar de qualquer nível ou modalidade de ensino e aprendiza-
gem. 
Planejamento ou Plano de Unidade - também chamado de bimestral ou temas geradores, sendo elaborado 
de acordo com o tempo de duração de cada tema. Pode ser planejado para uma quinzena, um mês, dois meses ou con-
forme tempo necessário. Esse plano é um documento mais pormenorizado que o plano de disciplina. 
Uma unidade é uma porção de todo o conteúdo de determinada disciplina ou área de estudo a ser desenvolvida 
durante o ano letivo ou semestre. 
Os elementos dos planos de unidade são certamente os mesmos dos planos de disciplina ou curso, visto que, são 
mais objetivos, específicos e precisos, eles estão muito mais próximos da efetivação. 
Planejamento ou Plano de Aula - é um projeto de atividade, é um roteiro pormenorizado disciplinador de a-
ções a serem desenvolvidas em uma única aula. É a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo. É a 
sistematização de todas as atividades planejadas para acontecer no período de tempo de cada aula considerando todos 
os elementos como: objetivos, conteúdos, procedimentos, recursos e avaliação. 
O professor deve planejarsua aula objetivando todo o processo de aprender a aprender, a saber, a pensar. Uma 
aula é um momento único, especial e muito importante para o professor e aluno no espaço da sala de aula, onde deve e 
pode fazer acontecer à produção do conhecimento. Mas, o professor ao planejar precisa saber fazer uma escolha, questi-
onando a si próprio qual método ou técnica de ensino devo desenvolver? Em um trabalho anterior, Evangelista (2010, 
p.30), ao estudar sobre metodologia holística afirma se método é caminho e técnica é “como caminhar” o professor deve 
perceber que a escolha da metodologia é de acordo com o aluno o contexto da escola considerando o Plano de Tralho ou 
Proposta pedagógica. 
Para se bem planejar é preciso diagnosticar, mapear a realidade institucional, conhecer o espaço, ou seja, conhe-
cer a filosofia da instituição, perceber a realidade existente e planejar a realidade almejada. Nesta perspectiva, Moretto 
(2007, p.100) afirma o seguinte: o planejamento é um roteiro de saída, sem certeza dos pontos de chegada. Por esta 
razão todo planejamento busca estabelecer a relação entre a previsibilidade e a surpresa. 
 
 
 
 
 
 
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1.2 - PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO: CONCEPÇÃO, CONSTRUÇÃO, ACOMPANHAMENTO 
E AVALIAÇÃO 
O Planejamento Participativo é a busca de uma visão múltipla, integrada e sustentável de desenvolvimento. Cada 
uma representa um caminho possível para chegar à situação desejada, e implica outra maneira de utilizar os escassos 
recursos que estão à nossa disposição. Para concretizar as decisões, é necessário que as pessoas envolvidas se compro-
metam a atuar conforme as decisões tomadas. 
O planejamento é também um processo de comunicação. Por meio da comunicação, as pessoas se sentirão com-
prometidas com as decisões que se tomam. Todas as pessoas envolvidas têm idéias diferentes sobre a situação desejada 
e como atingi-la. Para chegar-se a um acordo, todos devem ter a oportunidade de expressar suas idéias. Também é ne-
cessário informar às pessoas sobre os antecedentes do tema com o qual se lida e sobre os mecanismos que fazem que 
os problemas continuem. Dessa maneira, é possível procurar distintas alternativas para resolver os problemas e apresen-
tar opções novas. 
Quando ocorre a participação de várias pessoas no planejamento, abre-se um leque bem maior de opções, mais 
experiências a serem passadas, diferentes olhares sobre os temas tratados. Além de permitir a ampliação da capacidade 
de ação, complementação de especialidades, até mesmo diminuindo custos e permitindo um trabalho com mais qualida-
de. 
Quando não existe participação pode ocorrer um processo de fragmentação dos diferentes “olhares” sobre a es-
cola, ou seja, a escola vista e vivenciada pelo pai, não necessariamente corresponde àquela analisada e vivenciada pelo 
professor, sendo que a “escola” do professor pode não corresponder à do diretor, que por sua vez, pouco tem a ver com 
aquela ditada pela política educacional elaborada a partir dos órgãos centrais do sistema educacional. 
Nesse sentido, a participação deve ser entendida como um processo de aprendizagem que demanda espaços so-
ciais específicos para a sua concretização, tempo para que ideias sejam debatidas e analisadas, bem como, e principal-
mente, o esforço de todos aqueles preocupados com a formação do cidadão e de uma escola verdadeiramente democrá-
tica. 
O planejamento participativo é o processo de organização do trabalho coletivo da unidade escolar. Segundo Fer-
reira (1979), podemos identificar três fases desse processo: a preparação do plano escolar, entendido como o registro 
sistematizado e justificado das decisões tomadas pelos agente educacionais que vivenciam o dia a dia da escola; o a-
companhamento da execução das operações pensadas no plano escolar, de forma a fazer, caso seja necessário, as alte-
rações nas operações de forma que essas alcancem os objetivos propostos; e a revisão de todo o caminhar, avaliando as 
operações que favoreceram o alcance dos objetivos e aquelas operações que pouca influência tiveram sobre o mesmo, 
iniciando-se assim um novo planejamento. 
O Planejamento participativo permite coordenar idéias, ações, perspectivas e compartilhar preocupações e utopi-
as, em vez de priorizar a conformação de instâncias formais e estáticas. Não existe um "modelo" para isso. De acordo 
com as características próprias de cada coletivo, encontrar-se-á o mais adequado. Em todo caso, deve contribuir para 
maior eficácia, clareza e profundidade no que se faz. 
Cabe lembrar que todo processo de planejamento participativo tem por função transformar uma dada realidade. 
Espera-se que, com a implementação do Plano Escolar, ocorram mudanças políticas, pedagógicas e administrativas na 
realidade escolar, pois, de outra forma, o planejamento e o Plano Escolar, não passam de mera formalidade legal do 
sistema educacional. Novas formas de produção do planejamento e do Plano Escolar, novos conteúdos, grandes e belos 
objetivos serão letras mortas se surgirem de um processo que não contempla a participação efetiva dos agentes educa-
cionais no processo de planejamento e na elaboração do Plano Escolar. 
Ao proporcionarmos um espaço participativo no qual os pais, alunos, professores, funcionários e especialistas ex-
pliquem a escola, estamos garantindo a ampliação da compreensão desses sobre a realidade escolar por meio do debate 
democrático. Posturas divergentes sobre os problemas da escola devem ser discutidos dentro dos limites éticos, prevale-
cendo o respeito à diferença, possibilitando um diálogo que viabilize propostas coletivas para a melhoria da qualidade 
política, pedagógica e administrativa da escola. 
O primeiro passo para a elaboração de um planejamento participativo é fazer que os problemas a serem tratados 
pelo Plano partam do seio da comunidade escolar. Assim, é necessário que cada segmento da escola, representada por 
pais, professores, funcionários, alunos e especialistas, selecione um problema que, segundo sua opinião, está afetando a 
escola. (Exemplo: pais = falta de segurança, professores = falta de interdisciplinaridade, alunos = falta de quadra para a 
prática de esportes, funcionário = falta de respeito por parte dos professores, direção = indisciplina dos alunos, superlo-
tação das classes, falta de professores etc.). Após o levantamento dos problemas apontados por todos os segmentos, 
torna-se necessário hierarquizá-los, priorizando aqueles mais voltados por toda a comunidade escolar ou mesmo discuti-
dos em reuniões do Conselho de Escola. Os problemas devem tratar de temas dentro dos limites da escola, pois existem 
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Planejamento Pedagógico 12 
alguns externos, os quais, apesar de afetarem diretamente a escola, são de difícil acesso para a comunidade escolar. O 
ideal é a seleção de problemas que envolvam toda a escola. Vale lembrar que o problema selecionado deve ser expresso 
de forma clara e objetiva, facilitando o entendimentode toda a comunidade escolar, até mesmo daquelas pessoas que 
não participaram das discussões. Um plano escrito de forma clara torna-se um instrumento pedagógico para a comunida-
de escolar, já que explica à mesma os problemas presentes na instituição e as soluções propostas para a sua resolução, 
o que garante a colaboração de todos na execução do mesmo. 
A participação de todos os envolvidos no dia a dia da escola, nas decisões sobre os seus rumos, garante a produ-
ção de um planejamento no qual estejam contemplados os diferentes “olhares” da realidade escolar, possibilitando assim, 
a criação de vínculos entre pais, alunos, professores, funcionários e especialistas. A presença do debate democrático 
possibilita a produção de critérios coletivos na orientação do processo de planejamento, que por sua vez, incorpora signi-
ficados comuns aos diferentes agentes educacionais, colaborando com a identificação desses com o trabalho desenvolvi-
do na escola. Favorece a execução de ações por meio de compromissos construídos entre aqueles diretamente atingidos 
pelo planejamento educacional. A participação no processo de planejamento é um requisito prévio, para o sucesso. 
Isso significa que o processo de planejamento deve ser organizado de maneira que as partes interessadas parti-
cipem ativamente no processo de planejamento, nos momentos pertinentes. 
 
Quadro: Níveis de Participação 
Baixo nível de participação: 
1- Compartilhar informação Comunicação unilateral 
2- Consulta Comunicação bilateral 
Alto nível de participação: 
3- Colaboração Controle compartilhado sobre decisões e recursos 
4- Investidura de poder Transferência do controle sobre decisões e recursos 
Fonte: Banco Mundial, ano 2003 
 
Existem diferentes maneiras de organizar a participação das partes interessadas no processo de planejamento. 
Para que os projetos sejam efetivos, eles devem ser manejados nas etapas do que apelidamos de “Ciclo de Pro-
jetos”. Esse ciclo caracteriza-se, por ser um processo ininterrupto de planejar, acompanhar, avaliar e replanejar. 
No ciclo de projetos, distinguem-se as seguintes etapas: 
O ponto inicial do projeto de planejamento participativo parte de três questões essenciais: 
 
1. Identificação 
- O que queremos alcançar? 
2. Formulação 
- A que distância estamos daquilo que queremos alcançar? 
Neste momento se inclui a identificação dos PROBLEMAS, seus INDICADORES (apresentação dos dados quantita-
tivos ou qualitativos que demonstram a existência do problema) e suas CAUSAS (descrição, de forma clara e objetiva, 
das principais causas do problema selecionado). 
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Uma análise dos antecedentes da situação problemática e das experiências prévias para resolver os problemas, 
dará informação útil para o processo de planejamento. 
É fundamental fazer que os problemas a serem tratados pelo Plano partam do seio da comunidade e torna-se ne-
cessário também hierarquizá-los. Para tal será útil elaboração de uma árvore de problemas, enquanto método que mos-
tra a relação entre a causa e o efeito dos problemas identificados. 
 
As seguintes recomendações podem ajudar a construir a árvore: 
√ Controlar o alcance do assunto ou do problema e limitar a discussão ao tema do projeto; evitar que a discus-
são dê voltas. 
√ Assegurar que a informação oferecida por todos os atores e sobre os atores esteja incluída na análise do pro-
blema, também a informação dos atores que não participam diretamente. 
√ Aspirar a que os participantes cheguem a um acordo claro sobre a árvore de problemas. 
√ Definir o tema com o qual o projeto pode lidar, e os temas com quais não pode lidar. 
√ Descrever a maneira em que foi realizada a análise do problema e do processo de planejamento (quando, 
quais partes estavam envolvidas, que método foi utilizado, etc.) 
 
3. Exame e Compromisso 
- O que faremos concretamente (em um prazo predeterminado) para diminuir esta distância? 
Envolve as OPERAÇÕES (seleção de uma ou mais estratégia que visando resolver o problema e atingir os objeti-
vos), tomando em conta às próprias possibilidades e identidade como entidade executora do projeto. ), os RECURSOS 
necessários e a definição do PRAZO DE EXECUÇÃO 
 
4. Implementação e acompanhamento da execução das operações pensadas 
 
 
5. Avaliação/revisão 
Contempla os RESULTADOS esperados com cada operação, a AVALIAÇÃO da operação e, finalmente, a REVISÃO 
GERAL de todas as operações. 
Análise dos resultados e do impacto do projeto deve começar durante a implementação, para poder tomar medi-
das para resolver eventuais problemas. Depois da implementação do projeto, a avaliação é utilizada para emitir reco-
mendações para projetos similares ou projetos de continuação. 
Sam Kaner et al na obra “Facilitator’s guide to participatory decision-making“ e propõe uma visão do planejamen-
to participativo envolvendo três etapas: 
• Zona Divergente: na qual se deve buscar ampliar os elementos com os quais se trabalha, sem a preocupação 
em avaliar se são pertinentes ou não, nem de estruturar as informações para melhorar o entendimento. Essa etapa cons-
titui-se de três atividades principais: reconhecer o território, na qual os diferentes pontos de vista são coletados; buscar 
alternativas, na qual possíveis soluções não usuais são procuradas; e coletar pontos problemáticos, na qual deve ser 
estimulada a opinião acerca dos pontos mais ameaçadores com relação ao assunto que está sendo discutido. 
• Zona de Discussão: o esforço deve ser no sentido de construir um entendimento compartilhado por todos, 
de forma que os diferentes pontos de vista possam ser entendidos, ainda que não haja concordância com relação a eles. 
Ela compõe-se de duas atividades: criação de um contexto compartilhado, na qual devem ser utilizadas dinâmicas que 
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Planejamento Pedagógico 14 
promovam o entendimento mútuo dos pontos de vistas dos participantes; e reforço dos relacionamentos, com vistas a 
fazer com que os participantes se conheçam melhor, facilitando assim a comunicação. 
• Zona Convergente: deve-se discutir as alternativas de forma que estas contemplem todos os interesses e 
preocupações envolvidos. As atividades que a compõem são: exploração de princípios inclusivos, em que alguns artifícios 
para incorporar os interesses nas alternativas são trabalhados; reenquadramento criativo, na qual deve ser feito um es-
forço para ver o problema sob um ponto de vista diferente; e reforço das boas idéias, na qual as soluções devem ser 
avaliadas e refinadas aos poucos para alcançar o melhor resultado possível. 
O resumo da obra de Sam Kaner, está disponível em Urbanidades, foi adaptado para fins didáticos por João Jose 
Saraiva da Fonseca 
Os processo de planejamento participativo são coordenados sempre que possível por uma dupla. Uma pessoa 
responsabiliza-se pela coordenação e a outra pela observação do acontecer grupal. 
Trabalhar um processo participativo de planejamentopermite: 
• maior consciência sobre a missão da organização; 
• um melhor entendimento da estrutura da organização e da relação do ambiente interno com o contexto 
social, econômico e político; 
• a criação de novos instrumentos de análise e previsão; 
• estabelecimento de critérios para a definição de prioridades e alocação de recursos; 
• formas de aprendizado recíproco; 
• uma melhor compreensão das dificuldades enfrentadas nas diferentes instâncias da organização e mai-
or cooperação entre elas; 
• uma maior cooperação entre as diferentes instâncias no sentido de obter maior eficiência e eficácia, a-
brindo caminhos para novas formas de gestão, aumentando a capacidade de resposta às demandas tanto 
internas como externas; 
• uma otimização dos recursos disponíveis, possibilitando uma relação mais positiva entre custos e bene-
fícios, diminuindo o peso dos gastos administrativos; 
• a definição clara de funções e a articulação funcional e operativa entre as diferentes instâncias; 
• uma consciência da globalidade e interdependência entre as diversas atividades; 
• uma consciência da responsabilidade de cada um na obtenção dos resultados. 
No desenvolvimento das ações de planejamento participativo acontecem por vezes erros associados a: 
• não se lidar com os problemas reais dos beneficiários e das partes interessadas; 
• definição dos objetivos do projeto pouco é clara ou não realistas; 
• as tecnologias aplicadas não são apropriadas; 
• não existe uma definição clara de quem é o “dono” do projeto; 
• não se dá suficiente atenção aos valores sócio-culturais dos envolvidos; 
• os riscos não são antecipados e não procura-se maneiras para evitar ou limitá-los; 
• os projetos não são suficientemente sustentáveis – as atividades “morrem” quando o apoio externo di-
minui gradualmente. 
 
 
 
 
 
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1.3 - PLANEJAMENTO ESCOLAR: PLANOS DA ESCOLA, DO ENSINO E DA AULA 
O planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos da 
sua organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do pro-
cesso de ensino. O planejamento é um meio para se programar as ações docentes, mas é também um momento de pes-
quisa e reflexão intimamente ligado à avaliação. 
Há três modalidades de planejamento, articuladas entre si: o plano da escola, o plano de ensino e o plano de au-
las. 
O trabalho docente é uma atividade consciente e sistemática, em cujo centro está a aprendizagem ou o estudo 
dos alunos sob a direção do professor. A complexidade deste trabalho não se restringe à sala de aula; pelo contrário, 
está diretamente ligado a exigências sociais e à experiência de vida dos alunos. A assimilação de conhecimentos e habili-
dades e o desenvolvimento das capacidades mentais decorrentes do processo de ensino não têm valor em si mesmo, 
mas visam instrumentalizar os alunos como agentes ativos e participantes na vida social. 
O planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a ati-
vidade escolar e a problemática do contexto social. A escola, os professores e os alunos são integrantes da dinâmica das 
relações sociais; tudo o que acontece no meio escolar está atravessado por influências econômicas, políticas e culturais 
que caracterizam a sociedade de classes. Isso significa que os elementos do planejamento escolar - objetivos, conteúdos, 
métodos estão recheados de implicações sociais, têm um significado genuinamente político. Por essa razão, o planeja-
mento é uma atividade de reflexão acerca das nossas opções e ações; se não pensarmos detidamente sobre o rumo que 
devemos dar ao nosso trabalho, ficaremos entregues aos rumos estabelecidos pelos interesses dominantes na sociedade. 
A ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples preenchimento de formulários para controle administrativo; é, 
antes, a atividade consciente de previsão das ações docentes, fundamentadas em opções político-pedagógicas, e tendo 
como referência permanente as situações didáticas concretas (isto é, a problemática social, econômica, política e cultural 
que envolve a escola, os professores, os alunos, os pais, a comunidade, que interagem no processo de ensino). 
O planejamento escolar tem, assim, as seguintes funções: 
a) Explicitar princípios, diretrizes e procedimentos do trabalho docente que assegurem a articulação entre as ta-
refas da escola e as exigências do contexto social e do processo de participação democrática. 
b) Expressar os vínculos entre o posicionamento filosófico, político-pedagógico e profissional e as ações efetivas 
que o professor irá realizar na sala de aula, através de objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas do 
ensino. 
c) Assegurar a racionalização, organização e coordenação do trabalho docente, de modo que a previsão das a-
ções docentes possibilite ao professor a realização de um ensino de qualidade e evite a improvisação e a rotina. 
d) Prever objetivos, conteúdos e métodos a partir da consideração das exigências postas pela realidade social, do 
nível de preparo e das condições sócio-culturais e individuais dos alunos. 
e) Assegurar a unidade e a coerência do trabalho docente, uma vez que toma possível inter-relacionar, num pla-
no, os elementos que compõem o processo de ensino: os objetivos (para que ensinar), os conteúdos (o que en-
sinar), os alunos e suas possibilidades (a quem ensinar), os métodos e técnicas (como ensinar) e a avaliação, 
que está intimamente relacionada aos demais. 
f) Atualizar o conteúdo do plano sempre que é revisto, aperfeiçoando-o em relação aos progressos feitos no 
campo de conhecimentos, adequando-o às condições de aprendizagem dos alunos, aos métodos, técnicas e re-
cursos de ensino que vão sendo incorporados na experiência cotidiana. 
g) Facilitar a preparação das aulas: selecionar o material didático em tempo hábil, saber que tarefas professor e 
alunos devem executar, replanejar o trabalho frente a novas situações que aparecem no decorrer das aulas. 
Para que os planos sejam efetivamente instrumentos para a ação, devem ser como um guia de orientação e de-
vem apresentar ordem sequencial, objetividade, coerência, flexibilidade. 
Em primeiro lugar, o plano é um guia de orientação, pois nele são estabelecidas as diretrizes e os meios de reali-
zação do trabalho docente. Como a sua função é orientar a prática, partindo das exigências da própria prática, ele não 
pode ser um documento rígido e absoluto, pois uma das características do processo de ensino é que está sempre em 
movimento, está sempre sofrendo modificações face às condições reais. Especialmente em relação aos planos de ensino 
e de aulas, nem sempre as coisas ocorrem exatamente como foram planejadas: por exemplo, certos conteúdos exigirão 
mais tempo do que o previsto; o plano não previu um período de levantamento de pré-requisitos para iniciar a matéria 
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nova; no desenvolvimento do programa houve necessidade de maior tempo para consolidação etc. São necessárias, por-
tanto, constantes revisões. 
Em segundo lugar, o plano deve ter uma ordem seqüencial, progressiva. Para alcançar os objetivos, são necessá-
rios vários passos, de modo que a ação docente obedeça a uma seqüência lógica. Não se quer dizer que, na prática, os 
passos não possam ser invertidos. A ocorrência dessa possibilidade é uma coisa positiva, embora indique que a nossa 
previsão falhou; somente sabemos que falhou porque fizemos uma previsão dos passos. 
Em terceiro lugar, devemos considerar a objetividade. Por objetividade entendemos a correspondência do plano 
com a realidade à que se vai aplicar. Não adianta fazer previsões fora das possibilidades humanas e materiais da escola, 
fora das possibilidades dos alunos. Por outro lado, é somente tendo conhecimento das limitações da realidade que po-
demos tomar decisões para superação das condições existentes. Quando falamos em realidade, devemos entender que a 
nossa ação, e a nossa vontade, são também componentes dela. Muitos professores ficam lastimando dificuldades e aca-
bam por se esquecer de que as limitações e os condicionantes do trabalho docente podem ser superados pela ação hu-
mana. Por exemplo, no início do ano o professor logo percebe que os alunos vieram da série anterior sem certos pré-
requisitos para começar matéria nova. Pode até acontecer que o professor da série anterior tenha desenvolvido a matéria 
necessária, mas os alunos esqueceram os conhecimentos ou não os consolidaram. Essa circunstância é um dado de rea-
lidade. Não resolverá nada criticar o professor da série anterior ou tachar os alunos de burros. Ao contrário, trata-se de 
tomar esta realidade como ponto de partida e trabalhar os pré-requisitos, sem os quais é impossível começar matéria 
nova. 
Em quarto lugar, deve haver coerência entre os objetivos gerais, os objetivos específicos, conteúdos, métodos e 
avaliação. Coerência é a relação que deve existir entre as idéias e a prática. É também a ligação lógica entre os compo-
nentes do plano. Se dizemos nos nossos objetivos gerais que a finalidade do trabalho docente é ensinar os alunos a pen-
sar, a desenvolver suas capacidades intelectuais, a organização dos conteúdos e mé- todos deve refletir esse propósito. 
Quando estabelecemos objetivos específicos da matéria, a cada objetivo devem corresponder conteúdos e métodos com-
patíveis. Se quisermos conseguir dos alunos autonomia de pensamento, capacidade de raciocínio, devemos programar 
tarefas onde os alunos possam desenvolver efetivamente, ativamente, esses propósitos. Se tivermos em mente que não 
há ensino sem a consolidação de conhecimentos, a nossa avaliação da aprendizagem não pode reduzir-se apenas a uma 
prova bimestral, mas devemos aplicar muitas formas de avaliação ao longo do processo de ensino. 
Em quinto lugar, o plano deve ter flexibilidade. No decorrer do ano letivo, o professor está sempre organizando e 
reorganizando o seu trabalho. Como dissemos, o plano é um guia e não uma decisão inflexível. A relação pedagógica 
está sempre sujeita a condições concretas, a realidade está sempre em movimento, de forma que o plano está sempre 
sujeito a alterações: Por exemplo, às vezes o mesmo plano é elaborado para duas classes diferentes, pois não é possível 
fazer previsões definitivas antes de colocar o plano em execução; no decorrer das aulas, entretanto, o plano vai obrigato-
riamente passando por adaptações em função das situações docentes específicas de cada classe. 
Falamos das finalidades e das características do planejamento. Resta dizer que há planos em pelo menos três ní-
veis: o plano da escola, o plano de ensino e o plano de aula. O plano da escola é um documento mais global; expressa 
orientações gerais que sintetizam, de um lado, as ligações da escola com o sistema escolar mais amplo e, de outro, as 
ligações do projeto pedagógico da escola com os planos de ensino propriamente ditos. O plano de ensino (ou plano de 
unidades) é a previsão dos objetivos e tarefas do trabalho docente para um ano ou semestre; é um documento mais 
elaborado, dividido por unidades seqüenciais, no qual aparecem objetivos específicos, conteúdos e desenvolvimento me-
todológico. O plano de aula é a previsão do desenvolvimento do conteúdo para uma aula ou conjunto de aulas e tem 
um caráter bastante específico. 
O planejamento não assegura, por si só, o andamento do processo de ensino. Mesmo porque a sua elaboração 
está em função da direção, organização e coordenação do ensino. É preciso, pois, que os planos estejam continuamente 
ligados à prática, de modo que sejam sempre revistos e refeitos. A ação docente vai ganhando eficácia na medida em 
que o professor vai acumulando e enriquecendo experiências ao lidar com as situações concretas de ensino. Isso significa 
que, para planejar, o professor se serve, de um lado, dos conhecimentos do processo didático e das metodologias especí-
ficas das matérias e, de outro, da sua própria experiência prática. A cada etapa do processo de ensino convém que o 
professor vá registrando no plano de ensino e no plano de aulas novos conhecimentos, novas experiências. Com isso, vai 
criando e recriando sua própria didática, vai enriquecendo sua prática profissional e ganhando mais segurança. Agindo 
assim, o professor usa o planejamento como oportunidade de reflexão e avaliação da sua prática, além de tomar menos 
pesado o seu trabalho, uma vez que não precisa, a cada ano ou semestre, começar tudo do marco zero. 
O planejamento escolar é uma atividade que orienta a tomada de decisões da escola e dos professores em rela-
ção às situações docentes de ensino e aprendizagem, tendo em vista alcançar os melhores resultados possíveis. O que 
deve orientar a tomada de decisões? Quais são os requisitos a serem levados em conta para que os planos da escola, de 
ensino e de aula sejam, de fato, instrumentos de trabalho para a intervenção e transformação da realidade? 
CICERO EDUARDO DE O - c.educsc@hotmail.com
APOSTILAS / DODF-CONCURSOS Sua aprovação em 1º Lugar! 
 
 
 
Planejamento Pedagógico 17 
Os principais requisitos para o planejamento são: os objetivos e tarefas da escola democrática; as exigências dos 
planos e programas oficiais; as condições prévias dos alunos para a aprendizagem; os princípios e as condições do pro-
cesso de transmissão e assimilação ativa dos conteúdos. 
 
 Objetivos e tarefas da escola democrática 
A primeira condição para o planejamento são convicções seguras sobre a direção que queremos dar ao processo 
educativo na nossa sociedade, ou seja, que papel destacamos para a escola na formação dos nossos alunos. Já foi de-
monstrado que os objetivos e tarefas da escola democrática estão ligados às necessidades de desenvolvimento cultural 
do povo, de modo a preparar as crianças e jovens para a vida e para o trabalho. 
Sabemos que a escola pública de hoje é diferente da escola do passado. A escola pública do passado era organi-
zada para atender os filhos das famílias das camadas alta e média da sociedade, que, geralmente, já dispunham de uma 
preparação familiar anterior para terem êxito nos estudos. Era uma escola que proporcionava uma formação geral e inte-
lectual para os filhos dos ricos, enquanto os pobres que conseguiam ter acesso à escolarização tinham outra escola: a de 
preparação para o trabalho físico (para profissões manuais), com conhecimentos reduzidos e quase nenhuma preocupa-
ção com o desenvolvimento intelectual. 
A situaçãopouco mudou no que se refere aos conteúdos do ensino, mas houve uma modificação fundamental: a 
escola pública de hoje - e aqui falamos das escolas dos centros e periferias urbanas das grandes cidades, das escolas das 
cidades de médio e pequeno porte e das escolas rurais - recebe um grande contingente de crianças e jovens pertencen-
tes à população pobre. Esta realidade impõe às escolas e aos professores a exigência de recolocar a questão dos objeti-
vos e dos conteúdos de ensino, no sentido de proporcionar a essa população uma educação geral, intelectual e profissio-
nal. 
A escola democrática, portanto, é aquela que possibilita a todas as crianças a assimilação de conhecimentos cien-
tíficos e o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, de modo a estarem preparadas para participar ativamente 
da vida social (na profissão, na política, na cultura). Assim, as tarefas da escola, centradas na transmissão e assimilação 
ativa dos conhecimentos, devem contribuir para objetivos de formação profissional, para a compreensão das realidades 
do mundo do trabalho; de formação política para que permita o exercício ativo da cidadania (participação nas organiza-
ções populares, atitude consciente e crítica no processo eleitoral etc.); de formação cultural para adquirir uma visão de 
mundo compatível com os interesses emancipatórios da classe trabalhadora. 
Ao planejarem o processo de ensino, a escola e os professores devem, pois, ter clareza de como o trabalho do-
cente pode prestar um efetivo serviço à população e saber que conteúdos respondem às exigências profissionais, políti-
cas e culturais postas por uma sociedade que ainda não alcançou a democracia plena. 
Se acreditarmos que a educação escolar tem um papel na democratização nas esferas econômica, social, política 
e cultural, ela será mais democrática quanto mais for universalizada a todos, assegurando tanto o acesso e a permanên-
cia nas séries iniciais, quanto o domínio de conhecimentos básicos e socialmente relevantes e o desenvolvimento das 
capacidades intelectuais por parte dos alunos. 
 Exigências dos planos e programas oficiais 
A educação escolar é direito de todos os brasileiros como condição de acesso ao trabalho, à cidadania e à cultu-
ra. Enquanto tal é dever dos governos garantir o ensino básico a todos, traçar uma política educacional, prover recursos 
financeiros e materiais para o funcionamento do sistema escolar, administrar e controlar as atividades escolares de modo 
a assegurar o direito de todas as crianças e jovens receberem um ensino de qualidade e socialmente relevante. Sabemos 
que em nosso país as coisas não se passam assim, e em todos os lugares a educação escolar do povo tem sido relegada 
ao segundo plano. Entretanto, os diversos setores organizados da sociedade - organizações e movimentos populares, 
pais, professores, alunos - têm exigido dos governos o cumprimento das suas obrigações públicas em relação ao atendi-
mento do direito à educação. 
Uma das responsabilidades do poder público é a elaboração de planos e programas oficiais de instrução, de âm-
bito nacional, reelaborados e organizados nos estados e municípios em face de diversidades regionais e locais. Os pro-
gramas oficiais, à medida que refletem um núcleo comum de conhecimentos escolares, têm um caráter democrático, 
pois, a par de serem garantia da unidade cultural e política da nação, levam a assegurar a todos os brasileiros, sem dis-
criminação de classes sociais e de regiões, o direito de acesso a conhecimentos básicos comuns. 
Os planos e programas oficiais de instrução constituem, portanto, um outro requisito prévio para o planejamento. 
A escola e os professores, porém, devem ter em conta que os planos e programas oficiais são diretrizes gerais, são do-
cumentos de referência, a partir dos quais são elaborados os planos didáticos específicos. Cabe à escola e aos professo-
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Planejamento Pedagógico 18 
res elaborar os seus próprios planos, selecionar os conteúdos, métodos e meios de organização do ensino, em face das 
peculiaridades de cada região, de cada escola e das particularidades e condições de aproveitamento escolar dos alunos. 
A conversão dos planos e programas oficiais em planos de ensino para situações docentes específicas não é uma 
tarefa fácil, mas é o que assegura a liberdade e autonomia do professor e a adequação do ensino às realidades locais. 
Além disso, nenhum plano geral, nenhum guia metodológico, nenhum programa oficial tem respostas pedagógicas e 
didáticas para garantir a organização do trabalho docente em situações escolares concretas. 
Na verdade, cabe ao professor, mais que o cumprimento das exigências dos planos e programas oficiais, a tarefa 
de reavaliá-los tendo em conta objetivos de ensino para a realidade escolar onde trabalha. Conta-se, aqui, com a criativi-
dade, o preparo profissional, os conhecimentos de Didática, de Psicologia, de Sociologia e, especialmente, da disciplina 
que esse professor leciona e seu significado social nas circunstâncias concretas do ensino. 
 Condições prévias para a aprendizagem 
O planejamento escolar - seja da escola, seja do professor - está condicionado pelo nível de preparo em que os 
alunos se encontram em relação às tarefas da aprendizagem. Conforme temos reiterado, os conteúdos de ensino são 
transmitidos para que os alunos os assimilem ativamente e os transformem em instrumentos teóricos e práticos para a 
vida prática. Saber em que pé estão os alunos (suas experiências, conhecimentos anteriores, habilidades e hábitos de 
estudo, nível de desenvolvimento) é medida indispensável para a introdução de conhecimentos novos e, portanto, para o 
êxito de ação que se planeja. 
Em relação aos alunos da escola pública, a verificação das condições potenciais de rendimento escolar depende 
de um razoável conhecimento dos condicionantes sócio-culturais e materiais: ambiente social em que vivem, a linguagem 
usada nesse meio, as condições de vida e de trabalho. Esse conhecimento vai muito além da simples constatação da 
realidade; deve servir de ponto de apoio pedagógico para o trabalho docente. É preciso que o professor esteja disponível 
para aprender com a realidade, extrair dos alunos informações sobre a sua vida cotidiana, levá-los a confrontar os seus 
próprios conhecimentos com a informação embutida nos conteúdos escolares. O fato é que os determinantes sociais e 
culturais da sua existência concreta influem diretamente na apreensão dos objetos de conhecimento trazidos pelo profes-
sor e, portanto, constituem ponto de partida para a assimilação dos conhecimentos sistematizados. 
O planejamento da escola e do ensino dependem das condições escolares prévias dos alunos. De nada adianta 
introduzir matéria nova, se os alunos carecem de pré-requisitos. A introdução de matéria nova ou a consolidação da ma-
téria anterior requerem necessariamente verificar o ponto de preparo em que os alunos se encontram, a fim de garantir a 
base de conhecimentos e habilidades necessária para a continuidade da matéria. 
Um professor não pode justificar o fracasso dos alunos pela falta de base anterior; o suprimento das condições 
prévias de aprendizagem deve ser previsto no plano de ensino. Não pode alegar que os alunos são dispersivos; é ele 
quem deve criar as condições, os incentivos e os conteúdos para que os alunos se concentrem e se dediquem ao traba-
lho. Não pode alegar imaturidade; todos os alunos dispõem de um nível de

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