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23/03/2015 1 Prof. Alexandre Jorge Tavares de Souza Recife, janeiro de 2015 Introdução O que estabelece a Conversão Eletrome- cânica de Energia? ◦ Conversão da energia de sua forma elétrica para a forma mecânica ou vice-versa; ◦ Uma fonte elétrica ou uma carga que consome energia elétrica; ◦ O movimento (componente “mecânica” da conversão) ◦ Um campo de acoplamento (magnético ou elétrico) � Não há conversão direta de energia mecânica em energia elétrica nem de energia elétrica em energia mecânica; � Essa conversão se faz através de um campo de acoplamento; � O campo de acoplamento pode ser magnético ou elétrico; � O campo elétrico apresenta, do ponto de vista prático de aplicação, vários inconvenientes; � Usa-se, portanto, preferencialmente o campo magnético e, conseqüentemente, materiais que podem suportar este campo, i.e., os materiais ferromagnéticos; � Este campo e estes materiais são os mesmos usados nos transformadores de potência. A Conversão Eletromecânica de Energia trata, tipicamente, de: ◦ Motores; ◦ Geradores; ◦ Conversores rotativos; ◦ Contactores; ◦ Relés; ◦ Solenóides; ◦ Transdutores; ◦ Etc. P: De uma maneira geral, do ponto de vista do material, o que os dispositivos de Conversão Eletromecânica de Energia têm em comum com os transformadores? R: O uso de materiais ferromagnéticos na confecção de seus núcleos. P: Por quê? R: Porque estes materiais oferecem um caminho preferencial à passagem do fluxo magnético, além de contribuir positivamente com o valor final da densidade de fluxo e ajudar a estabelecer a forma da distribuição espacial do fluxo. O transformador não é um dispositivo de conversão de energia, mas é um componente indispensável nos sistemas de conversão de energia. O uso do transformador possibilita a geração e a transmissão nas tensões mais adequadas e mais econômicas, além de possibilitar o uso da tensão mais conveniente. 23/03/2015 2 Olhando apenas para a ação do fluxo magnético, pode-se considerar que os núcleos dos transformadores são mais simples que aqueles encontrados em dispositivos de conversão eletromecânica de energia. Portanto, o seqüenciamento lógico estabelece visitar, inicialmente, os conceitos e equações do transformador, para, em seguida, estudar os dispositivos de conversão eletromecânica de energia. Porém, antes de começar a tratar dos conceitos e equações do transformador, deve-se ter em mente que seu desempenho é bastante afetado pelo desempenho do seu núcleo. Portanto, uma vez que seu núcleo é feito de material ferromagnético, todo o estudo da conversão eletromecânica de energia deve se iniciar com o estudo das características e propriedades dos materiais ferromagnéticos. O curso de Conversão Eletromecânica de Energia busca tratar de: ◦ Materiais Ferromagnéticos; ◦ Introdução a Transformadores; ◦ Sistemas de Conversão de Energia; ◦ Introdução a Máquinas Síncronas; ◦ Introdução a Máquinas de Corrente Contínua; ◦ Introdução a Máquinas de Indução. Livro Texto: ◦ Máquinas Elétricas – Fitzgerald & outros, 6ª edição Livros para consultas adicionais: 1) Máquinas Elétricas – Fitzgerald & outros, 3ª edição 2) Máquinas Elétricas e Transformadores – Kosow; 3) Fundamentos de Máquinas Elétricas – Del Toro; 4) The Performance and Design of Alternating Current Machines – M G Say; � Todas as máquinas elétricas rotativas e quase todos transformadores usam materiais ferromagnéticos; � O material ferromagnético estabelece a forma e direciona o campo magnético; � O material ferromagnético introduz limitações e perdas significativas; � O material ferromagnético possui características bastante peculiares; � Entender o material ferromagnético é o primeiro passo para entender os dispositivos de conversão eletromecânica. Prof. Alexandre Jorge Tavares de Souza Recife, janeiro de 2015 Materiais Ferromagnéticos Uma Revisão 23/03/2015 3 � Diamagnético; � Paramagnético; � Ferromagnético; � Antiferromagnético; � Ferrimagnético; � Superparamagnético. � A permeabilidade magnética de um material, µ, é o grau de facilidade com que o mesmo permite a passagem do campo magnético. � A permeabilidade do vácuo, µ0, vale 4pix10-7 H/m e é usada como referência para se definir a chamada permeabilidade relativa µR. � A permeabilidade relativa informa quantas vezes um dado material é mais permeável magneticamente do que o vácuo e é calculado como a seguir: � Quando o material é colocado na presença de um campo magnético externo, a resultante da densidade do fluxo magnético dentro do material é reduzida drasticamente. � Os momentos magnéticos no interior do material são alinhados contra o campo externo. � Para num material estritamente diamagnético a permeabilidade µ é tipicamente menor do que µo. � Exemplos típicos são bismuto metálico, os gases nobres, NaCl, Cu, Au, Si, Ge, S, grafita, etc. � Quando o material é colocado na presença de um campo magnético externo, os momentos magnéticos do material são alinhados com o campo externo, e o fluxo dentro do material é aumentado. � Para este tipo de material, à temperatura ambiente, a permeabilidade µ pode exceder a µo. � Exemplos típicos são K, O, terras raras, etc. � A suscetibilidade magnética, a magnetização e a permeabilidade não são constantes mas dependem de sua historia magnética e térmica passada. � A permeabilidade µ pode exceder a µo por um fator superior a 104. � Estes materiais têm átomos com momentos magnéticos permanentes. Esses momentos magnéticos estão alinhados, mesmo em ausência de um campo magnético externo. E devido ao alinhamento dos momentos magnéticos no interior do material, estes produzem um campo magnético, mesmo em ausência de campo externo. � Exemplos típicos são o ferro, níquel , o cobalto e grande parte de suas ligas. 23/03/2015 4 � Estrutura cristalina; � Grão metalúrgico; � Domínio magnético; � Figuras de Akulov; Características & Propriedades � Temperatura de Curie; � Anisotropia cristalina; � magnetostrição; � Eixo preferencial de magnetização; � Grão orientado � Curva de magnetização C.C. e saturação; Características & Propriedades � Curva de histerese (Curva de magnetização C.A.); � Magnetismo residual; � Força coercitiva; Características & Propriedades Características & Propriedades � Material magneticamente mole; � Material magneticamente duro; � Perdas por histerese; � Perdas por correntes parasitas ou por Foucault; � A importância do Si no aço de uso magnético � O corte de 45° em chapas de núcleos de transformadores; � Fator de empilhamento. Características & Propriedades 23/03/2015 5 � Leia mais sobre materiais ferromagnéticos em qualquer livro sobre materiais elétricos. � Sugestão: leia o livro “Materiais Elétricos” de Walfredo Schmidt, volume 2, da página 136 à página 166; � Responder a 1ª autoavaliação Prof. Alexandre Jorge Tavares de Souza Recife, janeiro de 2015 Circuitos Magnéticos Uma Introdução � Esta série de slides segue, basicamente, o primeiro capítulo do livro-texto adotado. � Os itens de interesse desta tema são os de números 1.1, 1.2, 1.3 e 1.4, correspondente às páginas de 19 a 45; � Além de refazer os exemplos e fazer os problemas práticos dos itens de interesse, deve-se buscar resolver os exercícios 1.1 a 1.4, 1.6, 1.8 a 1.10, 1.12 a 1.17, 1.19 a 1.28, 1.30 e 1.31 � O propósito desse estudo é desenvolver a análise do comportamento do campo magnético e apresentar propriedades relevantes dos materiais magnéticos. � Em engenharia a solução completa e detalhada dos campos magnéticos, da maioria das aplicações práticas, envolve a solução das equações de Maxwell. � Na vida prática nem sempre soluções exatas são alcançáveis, tem-se então que trabalhar com hipótesessimplificadoras que permitam soluções aceitáveis. Uma vez que as freqüências e as dimensões utilizadas neste estudo são tais que o termo da corrente deslocamento das equações de Maxwell podem ser desconsideradas, chega-se a lei básica que determina a relação entre a corrente elétrica e o campo magnético: (Lei de Ampère) ∫ ∫=C S daJdlH .. A Lei de Ampère estabelece que a integral de linha da componente tangencial do campo H ao longo do contorno fechado C é igual a corrente total que passa através da superfície S definida por esse contorno. A equação afirma, também, que a origem de H é a densidade de corrente J. ∫ ∫=C S daJdlH .. 23/03/2015 6 Outra equação relevante é aquela conhecida como a Lei de Gauss para o Magnetismo. Esta equação estabelece que a densidade de fluxo B é conservada. Ou seja, se considerarmos uma dada superfície fechada não haverá nem entrada nem saída líquida de fluxo. Isto equivale a dizer que não existem monopólos magnéticos. Em outras palavras, que não podemos separar o pólo N do pólo S, como separamos as cargas + e – de um campo elétrico. (Lei de Gauss) ∫ =S daB 0. As equações de Ampère e Gauss mostram que o valor de H pode ser determinado através do valor instantâneo da corrente que o estabelece. Além disso, observa-se que uma variação no tempo de H é resultado de uma variação no tempo da fonte. A determinação de H e B pode ser uma tarefa penosa em estruturas com geometrias complexas e em três dimensões. A forma usual de superar essa dificuldade é simplificar a solução através do uso do circuito magnético equivalente unidimensional, que fornece a exatidão aceitável em engenharia. O circuito magnético equivalente unidimensional, ou simplesmente circuito magnético é uma estrutura composta, basicamente, de material ferromagnético de alta permeabilidade, podendo ter entreferro(s) ou não. O material ferromagnético fornece o caminho de baixa relutância para o fluxo, confinando-o em sua estrutura, semelhante ao que o cobre, no circuito elétrico, faz com a corrente elétrica, confinando-a aos condutores. Circuito magnético simples (sem entreferro). INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO F =fmm Conceito de Força Magnetomotriz: Circuito magnético com entreferro (air gap). INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO 23/03/2015 7 Definição de Relutância Analogia entre os circuitos elétrico e magnético (a) Circuito Elétrico (b) Circuito Magnético INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO Campos de Espraiamento, Fluxo Disperso e Fluxo Concatenado Desprezando o espraiamento: Considerando o espraiamento: Como pode haver elementos em série e em paralelo, completando a analogia com os circuitos elétricos, podemos generalizar: 23/03/2015 8 Ou seja, caso haja n bobinas no circuito magnético, a fmm total será a soma das fmm individuais, respeitando-se a direção das correntes ou o sentido do enrolamento de cada bobina: Em um sistema com (pelo menos) duas bobinas, é preciso lembrar que surgirão indutâncias mútuas: Para ilustrar, considere o circuito magnético com entreferro e duas bobinas do circuito abaixo: � Ler a introdução do primeiro capítulo do livro-texto (LT) e o item 1.1, correspondente às páginas de 19 a 28; � Refazer os exemplos 1.1 e 1.2 do LT; � Fazer os problemas práticos 1.1 e 1.2 do LT; � Resolver os exercícios 1.1, 1.2, 1.3, 1.4, 1.6, 1.8, 1.9, 1.10, 1.12 e 1.13 do LT; � Responder a 2ª autoavaliação � Ler da página 1 à página 8, da ref. (1); � Ler da página 1 à página 25, da ref. (3); ∫∫ −= SC daBdt ddsE .. dt d dt dNe λϕ == Lei de Faraday: um campo magnético que varia no tempo produz um campo elétrico no espaço!! Ρ= ℜ == . 2 2 NN i L TOTAL λ dt diLe = dt dLi dt diLe += Para indutância constante: Para indutância variável: Se considerarmos a permeabilidade do material como sendo constante, ou que haja predominância do entreferro, produzindo uma relação linear entre B e H, poderemos definir a relação l-i como sendo a indutância L: 23/03/2015 9 ◦ A potência é determinada pela expressão: ◦ A energia pode ser obtida da seguinte forma: ◦ Fazendo o fluxo inicial igual a zero *: dt dieip λ.. == ( )2122 2 1 2 1 ... 2 1 2 1 λλ λλλ λ λ λ λ −= === ∫∫∫ L W d L didtpW t t * Esta igualdade só é verdade em condições lineares. � Ler o item 1.2 do livro-texto (LT), correspondente às páginas de 28 a 35; � Refazer os exemplos 1.3, 1.4 e 1.6 do LT; � Fazer os problemas práticos 1.3 e 1.5 do LT; � Resolver os exercícios 1.14, 1.15, 1.16, 1.17, 1.19, 1.20, 1.21, 1.22, 1.23, 1.24 e 1.25 do LT; � Responder a 3ª autoavaliação Curva de histerese da chapa de aço silício de grão orien- tado com 0,012 polegadas de espessura da Armco Inc. Curva de magnetização em CC da chapa de aço silício de grão orien- tado com 0,012 polegadas de espessura, tipo M-5 da Armco Inc. � Ler o item 1.3 do livro-texto (LT), correspondente às páginas de 35 a 38; � Refazer o exemplo 1.7 do LT; � Fazer o problema prático 1.6 do LT; � Resolver os exercícios 1.21, 1.22, 1.23, 1.24 e 1.25 do LT; � Responder a 3ª autoavaliação ◦ Variação senoidal do fluxo no núcleo ◦ Tensão induzida no enrolamento de N espiras ◦ Aplicando a equação: , ◦ obtemos o valor eficaz da tensão: tsenBAtsent MAXCMAX ωωφϕ ..)( == tEtNte MAXMAX ωωφω coscos..)( == ∫= T ef dtteT E 0 2 ).(1 MAXef NfE φ...44.4= 23/03/2015 10 Ou Em máquinas rotativas, esta equação toma a forma completa: onde: Sendo: kw = fator de enrolamento kp = fator de passo kd = fator de distribuição Característica da excitação em CA: uma corrente não senoidal com fluxo e tensão senoidais. Para a construção de um diagrama fasorial, é necessário que as grandezas representadas sejam senoidais. Dessa forma, é preciso representar a corrente de excitação por sua onda senoidal equivalente que tem o mesmo valor eficaz, a mesma freqüência e produz a mesma potência média que a onda original. O valor rms ou eficaz da potência aparente de excitação e seu valor por unidade de massa: Onde: Massa = Densidade = Potência aparente rms de excitação por kg, a 60 Hz, para a chapa de aço-Si de grão orientado com 0,012 pol de espessura, tipo M-5 da Armco Inc. Perda num ciclo de histerese: Sabendo-se que: Portanto, a perda por histerese será calculada multiplicando-se a equação acima pela freqüência de trabalho. Área do laço de histerse Volume do material 23/03/2015 11 Portanto, considerando as perdas por histerese combinadas com as perdas por Foucault, pode-se obter as perdas magnéticas total do material. Abaixo é apresentada a curva de perdas no núcleo em W/kg, a 60 Hz, para a chapa de aço silício de grão orientado com 0,012 polegadas de espessura, tipo M-5 da Armco Inc. � Ler o item 1.4 do livro-texto (LT), correspondente às páginas de 39 a 45; � Refazer o exemplo 1.8 do LT; � Fazer o problema prático 1.7 do LT; � Resolver os exercícios 1.23, 1.24 e 1.25 do LT; � Responder a 3ª autoavaliação Em suma, com respeito aos Materiais Ferromagnéticos : � Seu uso possibilita obter altas densidades de fluxo magnético com valores relativamente baixos de fmm; � Molda, confina e direciona o campo magnético numa região pré-definida, maximizando os acoplamentos magnéticos;
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