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Direito_Penal__III__Nota_de_aula__InduzimentoSuicdio.pdf

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DIREITO PENAL ­ III 
  
INDUZIMENTO AO SUICÍDIO 
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
 
 
Direito Penal ­ III 
Página ​8 
DIREITO PENAL ­ III 
  
1. INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO 
– ART. 122 DO CÓDIGO PENAL 
Introdução ao Tipo penal e Algumas observações iniciais 
 
 
Chamado por muitos doutrinadores como ​“crime de participação em                 
suicídio”​, outros entendem que este tido de conduta não é de participe e                         
sim de autoria direta do “​crime de concorrer para o suicídio alheio”​[1]​,                       
visto que sua atividade não será acessória, mas principal, única, executória                     
e essencialmente típica que se encontra descrito no Art. 122. Qualquer outra                       
conduta que não seja a tipificada no artigo supra mencionado será de crime                         
de homicídio. 
Suicídio é a supressão voluntária e consciente da própria vida. Para que haja                         
o suicídio e faz necessário e imprescindível à intenção positiva de despedi­se                       
da mesma. 
Não existe punibilidade ou mesmo incriminação para o sujeito que pratica o                       
Suicídio. 
Segundo Nelson Hungria​[2] ​“As legislação penais modernas, à exceção da                   
Common law inglesa​, não incriminam os suicídio, e a razão é evidente: ​do                         
ponto de vista repressivo​, não se pode cuidar de pena contra um                       
cadáver; ​do ponto de vista preventivo​, seria inútil a ameaça de pena                       
contra quem já não sente, sequer, o instintivo medo da morte.” E o Nobre                           
doutrinador, afirma que a maior punição seria a exclusão de honraria e                       
oferendas em seu funeral. Tal tipo de punibilidade ou sanção era aplicado na                         
Era Medieval. Em Roma tal crime era possível, desde que submetido as suas                         
razões ao Senado e em sendo aprovado, este determinaria qual seria o                       
gênero da morte. 
Há de se ressaltar que mesmo o suicídio não seja tipificado pelo Código                         
penal Brasileiro, portanto, faltando­lhe a tipicidade e antijuridicidade , não                   
se trata de conduta desprezada pelo Direito Penal, visto que o legislador                       
buscou meios legais de punibilidade aqueles que participem do ato de                     
suicídio, tanto no que tange os aspectos morais e materiais. 
Observa­se que o Estado, mesmo estando numa condição desigual e                   
impossibilitado de evitar que o sujeito desorientado, desequilibrado, e                 
amargurado, possa lançar­se em busca da morte, como forma de solução de                       
seus conflitos interiores e psicológicos, com os quais não mais consegue                     
conviver, a legislação tipificou a conduta de moral de induzir, instigar e a                         
material, de auxiliar. 
É de bom alvitre lembrar que em havendo violência ou grave ameaça, o                         
crime será de homicídio. 
A violência ou grave ameaça exclui a voluntariedade e, por conseqüência, o                       
suicídio. O autor da coação responderá por homicídio. A fraude exclui a                       
consciência quanto ao suicídio, portanto ocorrerá homicídio, respondendo o                 
autor da fraude por esse delito. 
Núcleos do Tipo 
Induzir: dar a idéia a alguém que ainda não tinha pensado                     
em suicídio, ou seja, criar a idéia de suicídio na cabeça da                       
vítima. (Exemplo, o líder religioso que estimula os seus                 
seguidores ao suicídio) 
Instigar​: reforçar a idéia suicida preexistente ( Ex. Instigado                 
por outra pessoa que grita “ pula, pula, pula..., este se joga de                         
um prédio) . 
Auxiliar: participação material, já que o agente colabora com                 
a própria prática do suicídio, emprestar corda, arma, veneno                 
etc. Ex. Um médico cede uma dispositivo a pacientes terminais                   
para que eles próprios venham a dar início a inoculação de                     
veneno para provocação da morte, este é o exemplo clássico                   
do Art. 122. 
OBS: ​O auxílio deve ser acessório, ou seja, não poderá ser a                       
causa direta da morte, pois, se for, o crime será de homicídio.                       
(Ex. Além de emprestar a arma, ainda puxa o gatilho). 
Induzir, instigar e prestar auxílio à mesma vítima: o crime será único                       
quando o agente realizar mais de uma conduta, pois se trata de crime de                           
ação múltipla ou de conteúdo variado, ou ainda, tipo misto alternativo. 
Como se pode observar existe o crime comissivo, ou seja, é o resultado por                           
uma ação e não pratica de omissão. 
Em regra não pode existir o crime tipificado no Art. 122 por omissão, no                           
entanto existem correntes doutrinárias que entendem que dependendo do                 
caso, poderá ocorrer omissão de socorro. Mas para quem tem o dever                       
jurídico de evitar o resultado e pode evitá­lo. 
MIRABETE e MAGALHÃES NORONHA entendem que haverá o crime do art.                     
122 do Código Penal com fundamento no art. 13, § 2.º, do mesmo diploma;                           
Ex. O diretor de uma prisão que não obsta a morte do preso pela greve de                               
fome ou o caso do enfermeiro que, a par do propósito suicida do doente,                           
capaz de entender e querer, não lhe tira a arma. 
DAMÁSIO DE JESUS, FRAGOSO e FREDERICO MARQUES entendem que o                   
art. 13, § 2.​o​, do Código Penal não pode ser aplicado, porque os verbos do                             
art. 122 do Código Penal são incompatíveis com a figura omissiva. De acordo                         
com essa visão, portanto, quem tem o dever jurídico de agir responderá por                         
omissão de socorro, que será qualificada, pois houve morte. 
Destarte que as duas correntes têm todo um sentido lógico, no entanto,                       
entendo que existindo o elemento objetivo de auxilio ao suicídio, atrelado a                       
uma conduta classificada como material, seria equivocada a não                 
admissibilidade de auxilio ao suicídio na modalidade omissiva, pelo simples                   
fato do agente ter a obrigação e o dever jurídico de evitar a ocorrência do                             
evento danoso. Exemplo um adepto da seita Testemunha de Jeová, após                     
sofre um grave acidente de automobilístico, necessitando de uma transfusão                   
de sangue, recusa­se a fazê­lo, sob a argumentação de que prefere morrer                       
do que ser contaminado pelo de outro. O caso é típico de tentativa de                           
suicídio, em visto disso o médico intervêm, determinando a transfusão, pois                     
este é garantidor, ou seja, é agente que tem a obrigação e o dever jurídico                             
de evitar a ocorrência do evento danoso. 
Classificação 
É um crime comum, praticado por qualquer sujeito capaz, comissivo,                   
excepcionalmente omissivo, de dano, material e moral, instantâneo, doloso                 
de conteúdos variado e plurissubsistente (vários atos no mesmo crime). 
Sujeito Ativo 
Qualquer pessoa que tenha a capacidade de induzir, instigar ou auxiliar                     
alguém de modo eficaz e consciente, a suicidar­se. Portanto se faz                     
necessário tenha a capacidade de praticar a conduta tipificada no Art. 122. 
Sujeito Passivo 
Qualquer pessoa que tenha alguma capacidade de discernimento eresistência. 
Outro ponto importante é que a vítima será determinada, ainda que haja                       
mais de uma. Não se deve confundir com a pessoa que pratica a instigação,                           
a indução ou o auxílio de caráter geral, que atinjam pessoas incertas, não                         
sabidas, por meio de livros, discos, espetáculos, assim não tipificam a                     
conduta de que se cuida. Veremos melhor no elemento subjetivo 
Quem não pode ser vítima​: criança e pessoas com desenvolvimento mental                     
retardado. Esses casos caracterizarão HOMICÍDIO. 
  
ELEMENTO OBJETIVO 
São aqueles praticados com: o induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio. 
  
Elemento Subjetivo 
Dolo direto ou eventual. 
O exemplo de dolo eventual verifica­se no caso da pessoa que estimula                       
outra a praticar ​roleta russa​. 
Se várias pessoas praticam roleta russa, uns estimulando os outros,                   
somente haverá crime se alguém morrer. 
Deve haver seriedade na conduta. Se alguém, por brincadeira, diz para                     
outrem se matar, e ele se mata, não há dolo. 
Não há previsão legal de ​forma culposa no tipo do art. 122 do Código                           
Penal. Livros ou músicas que possam estimular o suicídio não geram a                       
responsabilidade de seus autores por ausência de dolo em relação a uma                       
pessoa ou a pessoas determinadas. 
Deve haver nexo causal (relação de causa e efeito) entre o auxílio prestado                         
e o modo pelo qual a vítima se matou. Ex.: no caso de emprestar uma corda                               
e a vítima se matar com um tiro, não há nexo, assim, aquele que emprestou                             
a corda não responderá por auxílio ao suicídio. 
Pena 
No caso de morte, a pena será de dois a seis anos de reclusão; 
Se a vítima sofrer lesão grave, de um a três anos de reclusão. Concluiu­se                           
que o legislador não quis punir as outras hipóteses, como a lesão leve e a                             
forma culposa. 
Consumação 
Ocorre quando a vítima morre ou sofre lesões graves. Consideram­se a lesão                       
grave ou a morte elementares do crime (estas geralmente se encontram no                       
tipo, mas, no crime do art. 122 do Código Penal, constam na pena). 
Não cabe tentativa​, uma vez que, na hipótese em que a vítima sofre lesão                           
grave, o crime se considera consumado, pois, como há pena autônoma, na                       
parte especial não se utiliza o art. 14, inc. II, do Código Penal (tentativa).                           
No entanto para alguns doutrinadores a segunda parte que trata da                     
pena, é considerada o crime do Art 122 na sua forma tentada​. 
Ocorrendo lesão leve, o fato será atípico. 
  
Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio (MAJORADO) 
Aumento de Pena – Art. 122, parágrafo único, do Código Penal 
  
A pena será duplicada: 
I – se crime é por motivo egoístico; 
É o quando o indivíduo tem uma excessiva idolatria aos seus interesses, sem                         
ter qualquer tipo de consideração pelo dos outros. A sua punição é elevada                         
em virtude de seu alto grau de insensibilidade. Ex. Paulo sofria de                       
depressão. João e Paulo eram muito amigos. João induz, instiga ou auxilia                       
Paulo a cometer o suicido. Motivo Paulo tinha feito um seguro de vida em                           
nome de João e mais João era o único herdeiro de Paulo. Neste caso o                             
motivo foi egoístico. 
II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a                           
capacidade de resistência. 
Na primeira parte do inciso diz que se a vítima for menor, portanto menor de                             
18 anos que é a menoridade penal e mais se a vítima, entretanto, em face                             
da menoridade, não tiver qualquer capacidade para o entendimento, o crime                     
será de homicídio. 
Existem algumas considerações a serem feitas em relação a menor, visto                     
que existem duas correntes doutrinárias, sendo a ​primeira corrente: a                   
prova deve ser feita caso a caso e a ​segunda corrente: critério objetivo, ou                           
seja, basta que a vítima tenha menos de 14 anos para ser considerado                         
homicídio (por analogia ao art. 224 do Código Penal – (analogia ​in malan                         
partem​, o que não se admite em Direito Penal) 
E ainda uma corrente própria que busca uma solução na legislação especial,                       
no caso o Estatuto da Criança e do Adolescente lei 8.069/90, que determina,                         
conforme o Art. 2º,​ ​assim vejamos: 
“Considera­se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até                   
doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre                 
doze e dezoito anos de idade. 
Albergado a isso o Art. 5º do mesmo diploma legal ainda traz em seu bojo                             
que: 
“​Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer               
forma de ​negligência, discriminação, exploração, ​violência​,           
crueldade e opressão, ​punido na forma da lei qualquer                 
atentado​, por ação ou omissão, aos seus direitos               
fundamentais”. 
Diante desses dois artigos da Lei 8.069/90, cominada com o Art. 61, II, “​h​”                           
do Código Penal, ​in verbis 
“São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não                 
constituem ou qualificam o crime: 
I (...) 
II – ter o agente cometido o crime: 
a) (...) 
h) ​contra criança​, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou                   
mulher grávida;” 
Ao somarmos os diplomas legais, não existe qualquer dúvida que a idade                       
para se considerar como sendo a ​“​vítima é menor” trazida no Art. 122 CPB                           
ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência, ​é a                       
criança de até doze anos de idade incompletos​, em virtude de se                       
encontra amparada por dois instrumentos legais, sendo uma norma especial                   
que trata da criança e o adolescente, determinado a idade para que se possa                           
definir onde se identifica a criança/idade, as circunstâncias que agravam a                     
pena, Art. 61 do CPB e por fim a cláusula legal determina que nenhuma                           
criança será objeto de violência. 
2​a​. parte: se a vítima, por qualquer causa, tiver diminuída sua capacidade de                         
resistência. 
Atente­se à expressão “diminuída”, como sendo aquela em que o sujeito                     
encontra­se enfermo ou embriagado. 
Se a capacidade da vítima for nula/absoluta, no caso os loucos o crime é de                             
 
 
 
 
homicídio. 
Ação Penal 
O delito de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, somente é punível                       
quando ocorrer a morte ou quando o sujeito ativo ao praticar ação do                         
suicídio este resultar de lesão corporal de natureza grave. 
A ação penal é pública incondicionada. A Competência é do Tribunal do Júri.                         
Conforme entende o autor​[3] ​Luiz Regis Prado em existindo a tentativa de                       
suicídio, este resulta lesão corporal de natureza grave, admiti­se a                   
suspensão condicional do processo (art. 89, Lei 9099/95, ressalvadas a                   
violência domestica contra a mulher (art. 41 da Lei 11.340/06). 
 
[1] ​BITENCOURT, César Roberto, Tratado de direito penal, 2 parte especial, dos crime contra a pessoa, 8. ed. ver. eatual.,                                         
São Paulo, Saraiva, 2008, pág. 99 e CUNHA, Rogério Sanches, Direito penal parte especial, Vol 3; Coordenação Luiz Flávio                                     
Gomes, 2. tir – São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, pág. 28 
[2] ​HUNGRIA, Nelson, Comentários ao Código Penal ­Edição e atualizada, Vol. V, 3 ed.– Revista Forense, Rio de Janeiro,                                     
1955, pág.218 e 219 
[3] ​PRADO Luiz Regis, em Curso de Direito Penal Brasileiro, Vol 2, 7. ed. rev. Atual. e ampl– São Paulo,                                       
Revistas dos Tribunais, 2008, pág.89

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