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ZONEAMENTO ECOLÓGICO PARA PLANTIOS FLORESTAIS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO - UnC
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
CLAUDIO ALBERTO ESPOSITO
DAIANE BUDKE FRIGO
FERNANDA TRENTIN
LARISSA A. SIMIONI
ZONEAMENTO ECOLÓGICO PARA PLANTIOS FLORESTAIS NO
ESTADO DE SANTA CATARINA
CONCÓRDIA
DEZEMBRO/2017
CLAUDIO ALBERTO ESPOSITO
DAIANE BUDKE FRIGO
FERNANDA TRENTIN
LARISSA A. SIMIONI
ZONEAMENTO ECOLÓGICO PARA PLANTIOS FLORESTAIS NO
ESTADO DE SANTA CATARINA
Trabalho apresentado como exigência de obtenção de nota na Disciplina de Zoneamento Ambiental, ministrada pela Universidade do Contestado – Campus de Concórdia/SC, sob orientação do professor William Michelon.
CONCÓRDIA
DEZEMBRO/2017
1.0 INTRODUÇÃO
	O estado de Santa Catarina possui uma grande diversidade ambiental de espécies e a sua cobertura florestal é utilizada como recurso natural para inúmeras atividades econômicas. Embora a indústria de papel e celulose utilize madeira de florestas plantadas ocupando enormes áreas de terras, outros segmentos são abastecidos de matéria-prima proveniente de florestas nativas que estão distribuídas em diferentes áreas no estado.
	A pesquisa contribui para os avanços das técnicas de cultivo, mas também serve como modelo indicador de desempenho das variedades de plantas por região. A necessidade de madeira leva o cultivo a regiões sem tradição silvicultural, e que hoje estabelecem plantações florestais por meio de indicações de espécies a partir de modelos ambientais de reflorestamento ou com uso de plantas de oriundas do próprio local.
O presente estudo bibliográfico do Zoneamento Ecológico Florestal de Santa Catarina esta embasado na pesquisa realizada por uma equipe interdisciplinar do CNPFlorestas, contando também com a participação de técnicos, engenheiros florestais e professores de diversas instituições públicas e privadas. Terá como objetivo geral adquirir conhecimento sobre as espécies que melhor se adaptam as regiões bioclimáticas e objetivos específicos especializar utilizando mapas geográficos de Santa Catarina. 
	
2.0 REGIÕES BIOCLIMÁTICAS DE SANTA CATARINA 
	Com a orientação dada pelo manual de Zoneamento Ecológico para Plantios Florestais no Estado de Santa Catarina é possível selecionar espécies adequadas para reflorestamento em suas quatro Regiões Bioclimáticas e evidentemente contribuirá para o aumento da produtividade florestal.
Por estar localizado ao sul do Trópico de Capricórnio e suas altitudes variam de 0 a 1.800 m, Santa Catarina possui invernos intensos o que são preponderantes no plantio florestas. Na figura 1 são mostra as regiões Bioclemáticas.
Figura 1: Regiões Bioclimáticas
Fonte: Zoneamento Ecológico para Plantios Florestais no Estado de Santa Catarina
3.0 ESPÉCIES INDICADAS
	 Para a indicação de espécies, os pesquisadores utilizaram três níveis de indicação: como plantio comercial, como plantio de comprovação e como pesquisa. Os grupos de espécies foram selecionados através de informações cedidas por empresas, pela experiência dos plantios já existentes na própria região ou em outra região similar e ainda de bibliografia. 
De modo geral são avaliadas as espécies de Pinus, Eucaliptos, nativas e por indicação, utilizando os plantios de comprovação como fonte para o desenvolvimento de programas de melhoramento genético, contornando os problemas decorrentes da heterogeneidade após o plantio. 
3.1 PINUS
Em Santa Catarina o Pinus é utilizado em larga escala para produção de madeira como matéria prima na indústria de celulose, papel, chapas e outros produtos. Conforme descreve no manual, para fins de reflorestamento é possível dividir o Estado em faixa litorânea (Região Bioclimática 7) e demais regiões onde a ocorrência de geadas limita o desenvolvimento de muitas espécies. A tabela 1 mostra as espécies de Pinus.
Tabela 1: Espécies, origens e procedências do gênero Pinus recomendadas para plantios comerciais e para plantios de comprovação no estado de Santa Catarina
Fonte: Zoneamento Ecológico para Plantios Florestais no Estado de Santa Catarina 
A seguir são apresentadas espécies de Pinus catalogadas no manual e as suas respectivas recomendações de aplicação no Estado.
Pinus spp: Indicado para faixa litorânea e demais regiões do Estado, onde a ocorrência de geadas limita o desempenho de muitas espécies.
Pinus caribaea Morelet var. bahamensis Barr. et Golf: Indicada para as planícies costeiras.
Pinus caribaea Morelet var. caribaea Barr. et Golf: É apontada como a mais tolerante a geadas e está sendo plantado para comprovação através de pesquisa em locais de transição, como a Bacia do Rio Uruguai e o litoral sul de Santa Catarina.
Pinus caribaea Morelet var. hondurensis Barr. Et Golf: Restritos à faixa litorânea.
Pinus oocarpa (Schiede) e Pinus tecunumanii (Schw.) Equiluz et Perry: A espécie é recomendada para plantio comercial na Região 7, em locais com temperatura do mês mais frio superior a 14O C (Figura 4) e para plantios de comprovação e pesquisa em locais mais frios, porém sem geadas severas, como nas Regiões 2 e 9 e sul da Região 7.
Pinus patula Schiede et Deppe: Restrito à Região 1, em altitudes superiores a 1.000 m ou em locais com temperatura média anual não superior a 16ºC
Pinus taeda L: Recomendar a espécie para todo o Estado, exceto para a Região Bioclimática 7.
Pinus elliottii Engelm. var. elliottii: Pode ser recomendado para quase todo o Estado de Santa Catarina
Pinus elliottii Engelm. var. densa: É recomendada para pesquisa na Região 7.
3.2 EUCALIPTOS 
Da mesma forma que o Pinus, o eucalipto o cultivo de eucalipto é prejudicado devido aos invernos rigorosos do estado catarinense, principalmente na Região 1. A orientação apresentada pela publicação é fazer uma escolha de material genético apropriado que além de características de crescimento desejáveis, as espécies devem ser tolerantes ao frio e ter boa capacidade de rebrota, para a regeneração de talhões atingidos por geadas severas ou atípicas.
Abaixo são apresentadas espécies de eucalipto catalogadas no manual e as suas respectivas recomendações de aplicação no Estado.
Eucalyptus badjensis Beuzev. & Welch: É recomendada para pesquisa em toda a Região Bioclimática 1.
Eucalyptus benthamii var. benthamii Maid. & Camb: É recomendada para plantio de comprovação em Santa Catarina, nas regiões 1, 2 e 9. Nas Regiões 2 e 9 ela deve ser testada, de preferência, em locais acima de 500 m.
Eucalyptus botryoides Sm: É recomendado para plantios de comprovação na Região 7
Eucalyptus "cambiju" (híbrido): É recomendado comercialmente, na Região 1, para locais com temperatura média de julho maior que 12o C (Figura 4). Ele é, também, indicado para plantios de comprovação nas Regiões 2 e 9.
Eucalyptus citriodora Hook: É recomendado para plantio comercial no litoral (Região 7) e nas Regiões 2 e 9, sempre em altitudes inferiores a 400 m.
Eucalyptus cloeziana F. Muell: É recomendado para pesquisa na Região 7.
Eucalyptus dalrympleana Maiden: Para pesquisa em áreas frias da Região 1, em altitudes superiores a 1.000 m.
Eucalyptus deanei Maiden: É recomendado para plantios de comprovação, nas Regiões 2 e 9; na Região 1, em locais com altitudes abaixo de 800 m e, na Região 7, em locais com temperaturas médias anuais não superiores a 20o C (Figura 3).
Eucalyptus dunnii Maiden: É indicado para plantios comerciais em todo o Estado, abaixo de 1.000 m de altitude, com cuidados em relação a geadas, principalmente na Região 1. Sem dúvida, sua maior importância é para altitudes acima de 500 m, onde o inverno é fator limitante a muitos outros eucaliptos. E. dunnii deve ser plantado, preferencialmente, nos solos mais férteis.
Eucalyptus elata Dehnh: Indicado para região similares a Bioclimática 1.
Eucalyptus fastigata Deanei & Maiden: É recomendado para pesquisa, na Região 1, em locais com temperatura média inferior a 16o C (Figura 3), excluindo-se origens/procedências de lugares com chuvas concentradas no inverno.
Eucalyptusgrandis W. Hill ex Maiden: É recomendado para locais com temperatura média anual superior a 16ºC e do mês mais frio superior a 11º C. Quanto à altitude, a experiência sul-africana indica que o limite superior de 1.200 m deve ser observado na latitude de 27º.
Eucalyptus macarthurii Deane & Maiden: É recomendada para plantios de comprovação na Região 1.
Eucalyptus maculata Hook: É recomendado para plantios comerciais na Região 7 e, para pesquisa nas Regiões 2 e 9, com cuidados em relação a geadas.
Eucalyptus microcorys F. Muell: É recomendado, em Santa Catarina, para plantios de comprovação nas Regiões 2, 7 e 9.
Eucalyptus nitens (Deane & Maiden) Maiden: É recomendado para pesquisa na Região 1, em locais com temperatura média de julho não superior a 12ºC (Fig. 4).
Eucalyptus pellita F. Muell: É recomendada para pesquisa na Região 7, principalmente em solos de textura arenosa e bem drenados.
Eucalyptus pilularis Smith: É recomendado, em Santa Catarina, para plantios de comprovação em locais abaixo de 400 m de altitude (Região 7 e pequenas áreas das Regiões 2 e 9).
Eucalyptus propinqua Deane et Maiden: É recomendada para plantios de comprovação na Região 7 e, em locais com altitudes inferiores a 400 m, nas Regiões 2 e 9.
Eucalyptus pyrocarpa L. Johnson & Blaxell. (Sinônimo: E. pilularis): É recomendada para plantios de comprovação na Região 7 e, em locais abaixo de 400 m de altitude, nas Regiões 2 e 9).
Eucalyptus resinifera Smith: Recomendado para pesquisa na Região 7.
Eucalyptus robusta Smith: É recomendado para plantios comerciais na Região 7
Eucalyptus saligna Smith: É indicado para plantios comerciais em Santa Catarina nas Regiões 7, 2 e 9. Recomendam-se, ainda, plantios de comprovação, na Região 1, em altitudes inferiores a 800 m, com cuidados em relação a geadas
Eucalyptus smithii R.T. Baker: Recomendada para plantios de comprovação na Região 1, devendo ser efetuado, paralelamente, teste de procedências
Eucalyptus urophylla S.T. Blake: É recomendado para plantios de comprovação na Região 7
Eucalyptus viminalis LabiII: É recomendado para plantios comerciais em toda a Região 1
Na tabela 2 apresentada abaixo é possível observar todas as espécies catalogadas e suas respectivas posições nas regiões bioclimaticas no estado.
Tabela 2: Espécies, origens e procedências do gênero eucalipto recomendado para plantios comerciais e para plantios de comprovação no estado de Santa Catarina.
Fonte: Zoneamento Ecológico para Plantios Florestais no Estado de Santa Catarina
3.3 OUTRAS ESPÉCIES INTRODUZIDASDE
Os reflorestamentos com espécies exóticas podem ser utilizados para a produção de madeiras de serraria, para repovoamento das marginai. Muitas a tempos são conhecidas e manejadas em propriedades agrícolas e o melhoramento genético depende do conhecimento prático sem comprovação cientifica.
São relacionadas no manual algumas espécies exóticas mais conhecidas de destaque econômico e nas regiões em que se adaptam melhor como:
Acacia longifolia (Andr.) Willd. (acácia-trinervis, acácia-marítima): Amplamente plantada no litoral, a acácia-trinervis é apta para programas de revegetação em todo o Estado. Na Região 1, ela deve ser plantada, preferencialmente, em locais com temperatura média anual superior a 17º C (Figura 3), na primavera.
Acacia mearnsii De Willd. (acácia-negra): É recomendada para plantios comerciais em todo o Estado, em locais com temperatura média anual acima de 16ºC (Figura 3). 
Acacia melanoxyIon R. Brown (acácia-australiana, black-wood): É indicada para experimentação, em Santa Catarina, nas Regiões Bioclimáticas 1, 2 e 9, para revegetação e produção de madeira
Agathis robusta (C. Moors ex F. Muell.) Bailey (ágatis): É plenamente adaptada às terras baixas do litoral do Paraná e de Santa Catarina
Alnus glutinosa (L.) Gaertn. (alnus): É recomendada para plantios de comprovação na Região 1
Alnus subcordata (alnus): É recomendada para pesquisa nas Regiões 1, 2 e 9, em solos hidromórficos
Anthocephalus chinensis (Roxb.) Miq. (cadam): É recomendada para plantios de comprovação no extremo norte da Região 7
Araucaria cunninghamii Aiton ex D.Don: Recomenda-se o seu plantio experimental nas Regiões 2, 7 e 9.
Casuarina cunninghamiana Miq: É recomendada para pesquisa em todo o Estado, com finalidades de produção e/ou proteção
Casuarina equisetifolia Forst. & Forst. (casuarina): É recomendada, com finalidades de produção e/ou proteção, para todas as Regiões Bioclimáticas
Cryptomeria japonica (L.F.) D. Don (criptoméria, pinheiro-japonês): Recomendam-se plantios comerciais da criptoméria nas Regiões 1 e 2, em locais acima de 600 m, em solos profundos e férteis, com bom suprimento de água durante todo o ano
Cunninghamia lanceolata (Lamb.) Hooker (cuningâmia, pinheiro-chinês): recomendada para plantios comerciais nas Regiões 1 e 2, acima de 600 m, particularmente em solos de fertilidade média e boa.
Cupressus lusitanica Mill. (cipreste, cedrinho): Cipreste é comum em Santa Catarina, sendo recomendado para plantio comercial na Região 1 e, acima de 600 m, na Região 2
Grevillea robusta Cunn. ex R. Br. (grevílea): Recomenda-se o plantio comercial da espécie nas Regiões 2, 9 e 7 e plantios de comprovação na Região 1, em locais com temperatura média de julho superior a 12º c (Figura 4). Nas Regiões 1, 2 e 9 devem ser tomadas precauções em relação a geadas, como plantio na primavera e nas partes altas dos terrenos.
Hovenia dulcis Thunb. (uva-do-japão; mata-fome): Recomendada para plantios de produção na Região 9 e para comprovação nas demais Regiões, em locais com temperatura média de julho acima de 12º C (Figura 4), em solos de fertilidade mediana ou elevada.
Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit. (leucena): É recomendada para pesquisa para produção de madeira, nas Regiões 2, 7 e 9, em altitudes inferiores a 400 m. Ela é, também, recomendada para pesquisa para produção conjunta de lenha fina e forragem, em todo o Estado, abaixo de 800 m,
Liquidambar styraciflua L. (liquidâmbar): É recomendado para plantios de comprovação, com sementes brasileiras, nas Regiões 1, 2 e 9 e para experimentação na Região 7,
Melia azedarach L. forma gigante (cinamomo-gigante): É recomendada para plantios de comprovação nas Regiões 2, 7 e 9, em terrenos bem drenados e pouco afetados por geadas.
Platanus spp. (plátanos): Recomendados para experimentação e plantio de omprovação nas Regiões 1, 2 e 9.
Taxodium distichum L. Rich. (pinheiro-do-brejo): É recomendado para todas as Regiões Bioclimáticas,
 	A tabela 3 mostra as espécies exóticas introduzidas para plantio de reflorestamento e de comprovação no estado de Santa Catarina.
Tabela 3: Espécies e região bioclimática que ocorrem em Santa Catarina.
Fonte: Zoneamento Ecológico para Plantios Florestais no Estado de Santa Catarina 
3.4 ESPÉCIES NATIVAS
Apenas quatro espécies nativas - araucária, bracatinga, erva-mate e palmiteiro - são, atualmente, produzidas de maneira racional, com alguma expressão, no Estado de Santa Catarina. As demais espécies nativas, compreendendo aquelas de madeira valiosa, não têm sido plantadas e sua demanda continua sendo atendida pela exploração das florestas remanescentes e pela importação, do Paraguai e da Amazônia, de madeiras semelhantes. 
Em todo o Estado continua a exploração de matas nativas, mesmo que seletivamente, empobrecendo o patrimônio genético e colocando em risco a possibilidade de melhoramento.
Para que os plantios das espécies nativas tornem-se técnica e economicamente viáveis, considera-se necessário o desenvolvimento de programas de melhoramento genético e o desenvolvimento de sistemas silviculturais, observando-se as exigências ecológicas de cada espécie. Este trabalho pretende contribuir com tal propósito, recomendando espécies para plantios comerciais e de comprovação (Tabela 10) e para pesquisa (Tabela 11), nas diferentes Regiões Bioclimáticas do Estado.
O zoneamento regional das espécies nativas baseou-se grandemente em dados de ocorrência natural, em decorrência da escassezde experimentos.
Araucaria angustifolia (Bertoloni) Otto Kuntze (araucária, pinheiro, pinheiro-do-paraná, pinheirobrasileiro).: O plantio do pinheiro é recomendado para as Regiões 1, 2 e 9. Devem ser evitadas as áreas de campo, os solos de baixa fertilidade, os solos rasos e os solos úmidos.
Balfourodendron riedelianum (Engler) Engler (pau-marfim, guatambu).: A espécie é recomendada para plantios de comprovação, na Região 9 e zonas limítrofes da Região 1, abaixo de 800 m de altitude; na Região 2; também, no Vale do Baixo ltajaí (eixo Benedito Novo - Luiz Alves).
Cabralea canjerana (Vellozo) Martius subespécie canjerana (Sinônimo: C. glaberrima) (canjerana).: Ela é recomendada para plantios de comprovação nas Regiões 2, 7 e 9, com ênfase em plantios mistos.
Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze (estopeira, jequitibá-branco).: A estopeira é recomendada para plantio de comprovação na Região 7, devendo ser evitados os solos muito arenosos e os pouco drenados. Sua madeira, com densidade entre 0,55 e 0,78 g/cm3, é indicada para móveis, contraplacados, construção civil e cabos de ferramentas, entre outros usos.
Colubrina glandulosa Perkins var. reitzii (M.C. Johnston) M.C. Johnston (sobraji, sobrasil).: O sobraji é recomendado para plantios de comprovação na Região 7.
Cordia trichotoma (Vellozo) Arrabida ex Steudel (louro-pardo).: Ela é restrita a plantios de comprovação nas Regiões 2, 9 e 7, com cuidados em relação a geadas.
Enterolobium contorlisiliquum (Vellozo) Morong. (timbaúva, timburi, orelha-de-negro).: Esta espécie é recomendada para plantios de comprovação nas Regiões 9 e 7. Em ambiente adequado, as árvores têm crescimento muito rápido em diâmetro.
Euterpe edulis Martius (palmiteiro, içara, jussara).: Podem ser efetuados plantios de palmiteiro em toda a área de distribuição natural em Santa Catarina, desde que seja consorciado com florestas naturais ou plantas perenes que garantam o sombreamento.
Ilex paraguariensis Saint Hilaire (erva-mate).: Recomenda-se o plantio comercial da erva-mate, em Santa Catarina, nas Regiões 1, 2 e 9, evitandose os solos de campo e terrenos excessivamente úmidos.
Mimosa bimucronata (DC.) O. Ktze. (silva, maricá).: O maricá é indicado para plantios para produção de lenha na Região 7 em solos brejosos, sujeitos a inundações periódicas, impróprios para outras espécies
Mimosa scabrella Bentham (bracatinga).: É recomendada para plantios de produção em toda a Região 1 e, acima de 400 m de altitude, nas Regiões 2, 7 e 9. A introdução bem sucedida em Biguaçu-SC revela possibilidade de adaptação a locais mais quentes.
Parapiptadenia rigida (Bentham) Brenan (angico-vermelho).: Recomendado para plantios de comprovação em sua área de ocorrência natural em Santa Catarina
Peltophorum dubium (Sprengel) Taubert (Sinônimo: P. vogelianum) (canafístula).: É recomendada para plantio de comprovação na Região 9, a oeste de Concórdia, e para experimentação nas Regiões 2 e 7
Piptadenia gonoacantha (Martius) Macbr. (Sinônimo: P. vulgaris) (pau-jacaré).: O pau-jacaré é recomendado, para plantios de comprovação, na Região 7, com as finalidades de revegetação de terrenos bem drenados e produção de madeira para fins energéticos
Schizolobium parahyba (Velloso) Blake (garapuvu, guapuruvu).: É indicado para plantios de comprovação em sua área de ocorrência natural em Santa Catarina, com densidade inicial não superior a 300 árvores/ha.
Talauma ovata Saint Hilaire (baguaçu, magnólia-do-brejo).: É recomendado para plantios de comprovação na Região 7.
4. CONCLUSÃO
Santa Catarina é um Estado de grande potencial florestal. Do ponto de vista exclusivamente edáfico, poucas áreas são impróprias. Nesta categoria estão os Solos Hidromórficos que ocupam os banhados do planalto serrano e as cabeceiras e os vales de alguns rios. Também alguns Podzóis hidromórficos no litoral, alguns Solos Litólicos, extremamente rasos com substrato rochoso, os afloramentos rochosos e as dunas são igualmente impróprios.
Do ponto de vista do relevo, muitas vezes associado a solos extremamente rasos, as áreas montanhosas, compreendendo a Serra Geral, desde Porto União até Praia Grande, no sul, as Serras da Boa Esperança, a da Boa Vista e da Taquara Verde na área do basalto, os maciços montanhosos da Serra do Tabuleiro entre Paulo Lopes e Anitápolis e a região escarpada a oeste de Garuva são impróprias às atividades florestais. Elas devem permanecer como áreas de proteção permanente.
As áreas planas e suavemente onduladas, com solos profundos e de fácil manejo, são escassas e deveriam ser reservadas a atividades mais intensas, como agricultura. Neste caso estão os Latossolos, algumas Terras Brunas Estruturadas e os Cambissolos de sedimentos aluviais.
As demais áreas, abrangendo grandes extensões do Estado, são de vocação essencialmente florestal. Porém, o ordenamento adequado da silvicultura deve obedecer a um zoneamento agrossilvipastoril, baseado na vocação do solo. A silvicultura deve ser praticada, preferencialmente, nos locais classificados no Grupamento 5 da aptidão agrícola das terras de Santa Catarina (BRASIL ... 1978).
Os conhecimentos sobre a adequação de espécies florestais ao clima estão muito mais evoluídos do que sobre a adequação das espécies aos fatores edáficos. A elucidação desta interação, para as principais espécies florestais plantadas, contribuirá muito para o aumento da produtividade dos povoamentos.
O ZEE depende de um longo processo de consulta pública, que no caso dos estados ocorre em audiências públicas antes do documento seguir para aprovação na Assembléia Legislativa. 
5. AÇÕES COMPLEMENTARES
Para que este zoneamento seja eficaz e possa, de modo dinâmico, ser aperfeiçoado, o manual de Zoneamento Ecológico para Plantios Florestais no Estado de Santa Catarina considera necessárias algumas ações complementares:
• divulgação e utilização, pelos órgãos de extensão florestal, das informações contidas neste Zoneamento.
•realização dos plantios de pesquisa e de comprovação recomendados.
•comparação experimental de fontes de sementes de espécies/procedências recomendadas para plantios comerciais, em paralelo ao seu uso em larga escala.
•produção de sementes melhoradas de espécies nativas aptas para plantios comerciais, como bracatinga, erva-mate e pinheiro-do-paraná.
•produção de sementes melhoradas de espécies introduzidas não tradicionais, de grande potencial econômico para o Estado, como Cupressus lusitanica e grevílea.
•produção de sementes melhoradas de espécies de Pinus e Eucalyptus ecomendadas para plantios comerciais, mas sem qualquer disponibilidade de sementes, como certas origens de E. maculata e E. viminalis.
•produção, em Santa Catarina, de sementes melhoradas de espécies/procedências tradicionalmente plantadas no Estado com sementes vindas de outros Estados. A produção local de sementes é importante quando existe interação genótipo x ambiente ou quando a interação é desconhecida. Enquadram-se, aqui, muitas espécies, como E. citriodora, E. saligna e espécies tropicais de Pinus.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARPANEZZI, A. A, et al. Zoneamento Ecológico para plantios florestais no Estado de Santa Catarina. EMBRAPACNPF. Curitiba, 1988.
BATISTA. REZENDE Zoneamento Ecologico Economico como instrumento integrado de gestão <www.fjp.mg.gov.br/index.php> Acesso em: 08 Dezembro 2017.
LEI N° 12.651 Proteção da vegetação nativa disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 08 Dezembro 2017.

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