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ATOS DO JUIZ (HTJ) Atividade processual do juiz No comando do processo, o juiz está dotado de duas espécies de poderes: O de dar solução à lide; O de conduzir o feito segundo o procedimento legal, resolvendo todos os incidentes que surgirem até a solução final; O juiz, portanto, pratica atos processuais de duas naturezas: Decisórios (conteúdo de deliberação ou comando); Não decisórios (função administrativa); Atos decisórios (definições legais) A enumeração dos atos decisórios está no art. 162, CPC: Sentença (ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269); Decisão interlocutória (ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente); Despachos (todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma); Acórdão (decisões ou julgamentos proferidos pelos tribunais); Decisão interlocutória Possui conteúdo específico; “ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente”; Distingue-se dos simples despachos, dos quais o juiz se serve quando apenas tem que dar andamento ao processo; Há a possibilidade de diversos incidentes no curso do processo; Pode, inclusive, deparar-se com alguns que provoquem o encerramento da própria relação processual, sem solução do litígio (ex: falta de representação ou ilegitimidade da parte); A solução de tais incidentes, todavia, não se dá por meio de decisão interlocutória, mas sim de sentença terminativa (decisão que põe fim ao processo sem julgamento de mérito); Realmente, só ocorre a decisão interlocutória quando a solução da questão incidente não leva ao encerramento do feito; Mesmo que se enfrente alguma questão de mérito, ainda será decisão interlocutória, e não sentença, se o objeto da causa (pedido) não for exaurido pelo pronunciamento incidental; Deve ser adequadamente FUNDAMENTADA, sob pena de nulidade (art. 93, IX, CF e art. 165, CPC); O Tribunal, quando julga recurso sobre questão incidente, sem extinguir o processo, prolata acórdão classificado como decisão interlocutória; Despachos São as ordens judiciais dispondo sobre o andamento do processo; Também denominados “despachos ordinatórios ou de mero expediente”; Com eles não se decide incidente algum: tão somente se impulsiona o processo; Tanto pode ser de ofício ou a requerimento da parte; A propósito, em regra, o processo se inicia por iniciativa da parte; Mas, uma vez provocada a atividade jurisdicional pela parte interessada, o processo desenvolve-se por impulso do juiz, independente de provocação do litigante (art. 262, CPC); Exemplos de despachos: o que recebe a contestação; o que abre vista para a parte; o que designa data para audiência; Distinção entre despacho (não cabe recurso – art. 504) e decisão interlocutória (cabe recurso – art. 522); Deve-se considerar despacho de mero expediente os que visem unicamente à realização do impulso oficial, sem causar nenhum dano ao direito ou interesse das partes; Caso, porém, ultrapassem esse limite e acarretem ônus ou afetem direitos, causando algum dano, deixarão de ser de mero expediente e ensejarão recurso; Configurarão, na verdade, não despachos, mas verdadeiras decisões interlocutórias; Para liberar o juiz do peso inútil de despachos meramente ordinatórios e sem qualquer conteúdo valorativo (ex. juntada; vista obrigatória etc), o art. 162, § 4º, CPC, permite que o escrivão ou secretário, de ofício, o pratique. Sentença Classificam-se em Terminativas põem fim ao processo sem resolução de mérito (art. 267, CPC); após tais sentenças, subsiste o direito de instaurar outro processo sobre a mesma lide; definitivas sentenças que decidem o mérito da causa, no todo ou em parte, e por isso, extinguem o direito de ação; DECIDIR, CONTUDO, QUESTÃO DE MÉRITO NÃO É SUFICIENTE PARA SE TER UMA SENTENÇA; Para tanto, é indispensável que toda a atividade cognitiva do juiz esteja concluída; Há casos em que se resolve questão de mérito de maneira incidental, devendo o processo prosseguir para em momento ulterior ocorrer o exaurimento do provimento jurisdicional; Tal decisão caracteriza-se como decisão interlocutória; Sentença definitiva, portanto, é o ato decisório do juiz que, em primeiro grau de jurisdição, conclui a fase cognitiva do processo; O que importa para a conceituação de sentença não é o seu conteúdo, mas o papel que a decisão representa para o processo instaurado pelo autor; Será sentença o provimento com que o órgão jurisdicional enfrente a pretensão do autor, seja em seu mérito ou para simplesmente recusar seu enfrentamento por falta de condições técnicas (ensejando a extinção do feito sem resolução do mérito); Se o ato tem por finalidade encerrar o debate acerca da pretensão que constitui o objeto da causa, tem-se sentença; Atos não decisórios do magistrado Presidência de audiência (art. 446, I, CPC); A ouvida de testemunha (art. 410, CPC) A colheita direta e pessoal de prova (art. 446, II, CPC);
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