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HAT, RONCO E SAOS

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HIPERTROFIA DO ANEL LINFÁTICO DE WALDEYER 
1.0- INTRODUÇÃO 
• O anel de Waldeyer compreende as tonsilas palatinas (ou amígdalas), tonsilas nasofaríngeas (ou 
adenoides), tonsilas linguais, tonsilas peritubárias e todo tecido linfoide distribuído pela parede 
posterior da orofarinfe na entrada do trato aerodigestivo. 
• Principais sinais e sintomas: dispneia, apneia, roncos relacionados a hipertrofia/hiperplasia; dor em 
quadros inflamatórios/infecciosos (virais e bacterianos); problemas de renais e/ou cardíacos 
(complicações sistêmicas das infecções pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A) e halitose 
(caseum nas criptas das tonsilas palatinas); alterações da orelha média por obstrução da tuba auditiva 
ou foco de infecção por bactérias presentes na adenoide. 
2.0- QUADRO CLÍNICO 
• As manifestações clínicas frequentes da hipertrofia das tonsilas são a apneia e o ronco. 
• As hipertrofias das tonsilas faríngeas e palatinas são mais frequentes. 
• Outras manifestações HAT: 
o Dificuldade de aprendizado; 
o Déficit de crescimento; 
o Enurese; 
o Distúrbios de comportamento; 
o Distúrbios de fala; 
o Alterações musculoesqueléticas; 
o Alterações ortodôndicas; 
o Alterações cardiovasculares. 
3.0- CLASSIFICAÇÃO 
• Durante o exame otorrinolaringológico, deve-se avaliar o tamanho das tonsilas palatinas, que são 
classificadas em cinco diferentes graus, conforme a escala de Brodsky e Koch: 
 
• O grau de hipertrofia adenoidiana podeser avaliada pela radiografia simple de cavum ou pela 
videonasofibroendoscopia e classificado em cinco diferentes níveis, dependendo da obstrução 
evidenciada ao exame. 
 
 
4.0- AVALIAÇÃO CLÍNICA 
4.1- Anamnese 
• Apesar de muitas vezes somente queixas como obstrução nasal e roncos serem valorizadas pelos 
pacientes e familiares, muitos outros sinais e sintomas mais importantes devem ser investigados. 
• Nos dias atuais, aspectos comportamentais e relacionados ao desenvolvimento neuropsicomotor 
ganham destaque em razão das consequências que um sono inadequado ocasionado pela hipertrofia 
dos tecidos linfoides do anel de Waldeyer determinam. 
4.2- Exame físico 
• Oroscopia: deve permitir uma visualização adequada da orofaringe, sem gerar reflexo nauseoso no 
paciente, pois, nesses casos, as tonsilas do paciente são projetadas medialmente, levando muitas vezes 
a uma impressão equivocada do verdadeiro tamanho das tonsilas. 
o É importante que o observador observe o polo inferior das tonsilas palatinas porque muitas 
vezes esse polo se encontra edemaciado independentemente do polo superior. Quando o 
paciente assume o decúbito dorsal, acaba sentindo a diminuição da passagem do ar. 
▪ O uso da nasolaringoscopia tornou esse erro infrequente. 
 
4.3- Exames complementares 
• O grau de hipertrofia das tonsilas palatinas e faríngeas pode ser avaliado pela radiografia simples de 
cavum e pela videonasofibroendoscopia. 
o O exame da fibroendoscopia possibilita diagnósticos diferenciais o que a radiografia não 
permite. 
o Apesar de a radiografia ser muito utilizada para análise da rinofaringe, é na região da oro e 
hipofaringe com estreitamentos ocasionados pelo volume das tonsilas que se pode ter uma ideia 
do grau de participação desse componente do anel de Waldeyer na clínica do paciente. Sugere-
se a realização do exame digitalizado em perfil da mesma forma que se coletam imagens para 
a realização da cefalometria. 
• A TC e a RM não têm indicação como exame de rotina. 
o A sua indicação se restringe a diagnóstico diferencial de tumores ou malformações. 
• No exame de videoendoscopia, a utilização de fibras flexíveis é preferível porque permite a 
visualização de narinas, rino, oro e hipofaringe. Isso permite que haja uma ideia do grau de participação 
dos tecidos linfoides da região nas vias aerodigestivas. 
o É um exame com poucas complicações. 
• A polissonografia é o exame padrão-ouro para documentação e avaliação de apneias do sono. 
o É um método dispendioso e pouco acessível na rede pública. 
o Esse método acaba medindo as pausas ventilatórias durante o sono. 
• A oximetria apresenta-se como um bom método alternativo de triagem para avaliação de 
dessaturações, pois tem baixo custo e alta sensibilidade. 
• A avaliação cardiovascular dos pacientes é feita com maior fidedignidade através de cateterismo 
cardíaco. 
o Esse método é invasivo e inviável para triagens em pacientes em repercussões 
cardiovasculatres. 
• O ecocardiograma é um método não invasivo, de baixo curto e amplamente utilizado, que permite a 
avaliação anatômica e funcional das cavidades cardíacas e a estimativa das pressões na artéria 
pulmonar, apresentando boa correlação com dados hemodinâmicos obtidos por cateterismo cardíaco. 
• A avaliação card[iaca fica reservada para casos de suspeita de Hipertensão pulmonar: crianças baixo 
de 2 anos, síndrome de Down, muitas dessaturações na avaliação polissonográfica ou oximetria, 
episódios de cianose ou sinais de IC. 
5.0- COMPLICAÇÕES DA HIPERTROFIA ADENOTONSILAR 
• Qualquer alteração craniofacial, neuropsicomotora ou postural já deveriam ser consideradas 
complicações importantes. 
• A hipertensão pulmonar e o cor pulmonale são descritas como sendo as principais complicações para 
HAT. 
• Noonan defmiu cor pulmonale secundário à obstrução de vias aéreas superiores como "síndrome 
clínica com respiração estertorosa, estridor, sonolência, evidências eletrocardiográficas de hipertrofia 
ventricular direita, sinais radiológicos de cardiomegalia e ocasionalmente edema pulmonar e 
insuficiência cardíaca''. 
• A obstrução crônica das vias aérea superiores frequentemente se associa com síndrome da apneia do 
sono e, nos casos mais graves, evoluem com hipertensão pulmonar e cor pulmonale. O 
desenvolvimento deste tipo de hipertensão pulmonar fundamenta-se na vasoconstrição pulmonar 
hipóxica durante períodos de apneia que ocorrem nestes pacientes repetidas vezes à noite. Com a 
evolução dos episódios de apneia, a resistência vascular pulmonar tende a aumentar resultando em 
insuficiência cardíaca direita. 
• A hipertensão pulmonar e cor pulmonale são indicações incontestáveis para realização de 
adenoamigdalectomia, após a qual tem-se normalização clínica rápida e ecocardiográfica em alguns 
meses. 
• A ecocardiografia é um bom método diagnostico para hipertensão pulmonar em pacientes com HAT 
que apresentam apneia do sono. 
6.0- TRATAMENTO 
• O tratamento cirúrgico para casos de HAT é controverso. No entanto, quando detectada a hipertensão 
pulmonar, a indicação é absoluta. 
6.1- INDICAÇÃO CIRÚRGICA 
• De modo geral, as indicações de tonsilectomia e adenoidectomia envolvem roncos e/ou apneias, 
preferencialmente documentdas, tosilites de repetição, abscesso peritonsilar, suspeita de neoplasia 
(assimetria de tonsilas palatinas) e halitose. 
• O último consenso da Academia Americana de Otorrinolaringologia (2011) informa que as duas causas 
mais comuns de indicação de adenotonsilectomia são distúrbios respiratórios do sono (de ronco 
primário a apneia do obstrutiva do sono) e infecção tonsilar recorrente. Ambas as afecções trazem 
custos altos para o sistema de saúde em termos de números de consultas médicas, uso de medicação 
mais frequente, mais episódios que requerem visita hospitalar, mais dias de aula perdidos e mais dias 
de trabalho perdidos pelos cuidadores. 
• Além disso, distúrbios respiratórios do sono e tonsilites estão associados a crianças com índices 
menores de qualidade de vida. 
• No entanto, persiste-se a controvércia sobre os possíveis benefícios da tonsilectomia frente aos riscos 
cirúrgicos e pós-cirúrgicos. 
6.2- DESCRIÇÃO CIRÚRGICA 
• A tonsilectomia é definida como o procedimento cirúrgico realizado comou sem adenoidectomia que 
remove completamente as tonsilas palatinas, incluindo a cápsula, através da dissecção do espaço 
peritonsilar, entre a cápsula da tonsila e a musculatura da parede da orofaringe. 
• Se, por um lado, a literatura não indica necessidade de coagulograma e hemograma em crianças hígidas 
sem história compatível, crianças com sintomas respiratórios obstrutivos (síndrome da 
apneia/hipopneia obstrutiva do sono) deveriam ser mais investigadas do ponto de vista 
cardiorrespiratório antes de um procedimento cirúrgico pelos cuidados específicos que essas alterações 
geram no pós-operatório imediato. 
• É importante acalmar os familiares e informa-los que com o passar dos anos os tecidos linfoides 
regridem. 
RONCO PRIMÁRIO 
1.0- INTRODUÇÃO 
• O ronco primário (RP) é definido como o ronco sem eventos respiratórios do sono, representando um 
fenômeno complexo gerado na via aérea superior (VAS) pela interação dos tecidos moles da área 
colapsável da faringe. 
• O RP causa danos ao sono do cônjuge e familiares também. 
• Como estágio inicial dentro de um conceito evolutivo dos distúrbios respiratórios relacionados ao sono 
(DRRS) pode estar progressivamente relacionado a distúrbios cognitivos, riscos cardiovasculares e 
metabólicos. 
• O seu diagnóstico é fundamental e em geral simples. 
• A interação difusa da musculatura na vibração das estruturas do palato mole, tonsilas e orofaringe, 
somada à adesão geralmente baixa ao tratamento clínico, tornam a eficácia do tratamento difícil. 
2.0- EPIDEMIOLOGIA 
• O RP pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais frequente em homens de meia-idade acima do peso 
ideal. 
• O ronco é o sintoma mais comum presente nos DRRS. No entanto, por si só, não é um preditor deles. 
3.0- IMPORTÂNCIA 
• O RP pode ser considerado uma forma leve de distúrbios respiratórios do sono. 
• Os roncadores são mais predispostos a HAS, doenças cardíacas e cerebrovasculares. 
• Há aumento de incidência de aterosclerose, nictúria e refluxo faringolaríngeo na população roncadora. 
• Um processo considerado continuum é avaliado da seguinte forma: 
o VAS normais > RP > Síndrome da resistência de via aérea superior (SRVAS) > hipoventilação 
obstrutiva > Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS). 
 
4.0- CLASSIFICAÇÃO 
• A Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono (ICSD-2) localiza o RP no grupo 2 – parassonias, 
dentro do subgrupo D – outras parassonias, junto com bruxismo e enurese noturnos, entre outros. 
• Já a SAOS está no grupo 1 - dissonias, subgrupo A - distúrbios intrínsecos do sono, junto com 
narcolepsia, insônias e síndrome das pernas inquietas, por exemplo. 
• Alguns termos sinônimos, indevidamente usados, são comuns: ronco simples, ronco habitual, ronco 
sem apneia, respiração ruidosa durante o sono, ronco rítmico, ronco contínuo. 
5.0- DEFINIÇÃO E FISIOPATOLOGIA 
• O RP é caracterizado pelo som respiratório na VAS durante o sono sem apneia ou hipoventilação. 
• Ocorre durante a inspiração ou expiração de forma contínua, não sendo acompanhada de despertares 
ou evidência de distúrbio do sono. 
• Atinge volume sonoro suficiente para causar distúrbios do sono no companheiro de quarto. 
• Os fatores que geram o sono são: 
o Anatômicos; 
▪ Pode decorrer de desproporções esqueléticas faciais, do excesso de tecido mole, do 
estreitamento e instabilidade na área colapsável da VAS (do palato duro ao nível do 
osso hioide). 
▪ Em consequência, há aumento da pressão negativa intratorácica a fim de assegurar o 
volume do fluxo aéreo. 
▪ O estreitamento das vias aéreas leva ao efeito de vácuo de acordo com o princípio de 
Bernoulli. O fluxo de ar passa a ser turbulento gerando vibração, trauma local e edema. 
o Inter-relação neuromuscular sob comando central, mecanorreceptores locais; 
o Fatores circunstanciais como posição de decúbito, higiene do sono e ingestão de substância. 
• O som é produzido pela vibração dos tecidos faríngeos (base de língua, palato mole, úvula, parede 
faríngea posterior e lateral) ou laríngeos (por ptose da epiglote) na inspiração devido a um fluxo de ar 
turbulento através de uma VAS estreita e relaxada. 
6.0- FATORES DE RISCO 
• Obesidade ou ganho de peso; consumo de álcool antes de dormir; tabagismo; fármacos depressores do 
sistema nervoso central, como ansiolíticos, miorrelaxantes, hipnóticos; hipotireoidismo e outras 
condições médicas; alterações anatômicas da VAS como hipertrofia tonsilar, discrepâncias 
maxilomandibulares; obstrução nasal; refluxo faringolaríngeo e menopausa sem reposição hormonal; 
decúbito supino. 
7.0- APRESENTAÇÃO CLÍNICA 
• Geralmente a queixa inicial é o parceiro de quarto perturbado pelo ruído alto ocasionado pelo ronco. 
• A intensidade do ronco pode variar e, muitas vezes, causar o despertar do próprio paciente. 
• O paciente pode referir boca seca (despertares com grande desejo de beber água). 
• NÃO há queixa de sonolência excessiva dirurna (SED), cansaço, insônia ou fragmentação o sono, 
como ocorre na SRVAS ou na SAOS. O paciente assintomático pode não estar ciente do problema. 
8.0- AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA 
• Para o diagnóstico de RP deve-se realizar um exame clínico completo. 
• Recomenda-se realizar um questionário do sono validade. 
• Quando os sintomas se SED ou apneias se apresentam concomitantemente ao RP, o exame no 
polissonógrafo é mandatário para avaliação objetiva. 
o Na polissonografia, deve-se considerar: 
▪ Esforço respiratório relacionado à despertares (RERA). 
o Quando o índice de distúrbio respiratório do sono (IRD) é menor do que 5 eventos/hora, sem 
alterações nos gases arteriais e índices de despertares (ID) normal para idade, o paciente é 
classificado como portador de RP ou SRV AS. 
• A presença do ronco, na ausência de queixa ou dos sinais de SED, apneias presenciais, sufocamento 
noturno ou cefaleia matinal, caracteriza o roncador primário. 
9.0- CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
• Critério mínimo: A + B + E. 
A. Queixa de ronco feita por um observador. 
B. Não há evidência de insônia ou sonolência excessiva diurna causada pelo ronco. 
C. O paciente queixa-se de boca seca ao acordar. 
D. A polissonografia demonstra: 
1. Ruído inspiratório ou expiratório geralmente ocorrendo por longos períodos durante 
o sono. 
2. Ausência de associação de despertares abruptos, dessaturação de oxigênio arterial ou 
distúrbio cardíacos. 
3. Padrão normal de sono. 
4. Padrão respiratório normalmente durante o sono. 
E. Os sintomas não encontram critérios diagnósticos de outros distúrbios do sono (síndrome da 
apneia do sono central, SAOS, síndrome da hipoventilação alveolar central, laringospasmo 
relacionado ao sono, etc.). 
10.0- CRITÉRIOS DE SEVERIDADE 
• Leve: O ronco não acontece todas as noites e somente quando o paciente está em decúbito dorsal. 
• Moderado: O ronco ocorre todas as noites; ocasionalmente incomoda terceiros; em geral é abolido pela 
mudança de posição de decúbito. 
• Severo: O ronco ocorre todas as noites, incomoda terceiros, não é alterado pela mudança de decúbito. 
O parceiro de quarto eventualmente deixa o aposento devido ao volume do ruído. 
11.0- CRITÉRIOS DE DURAÇÃO 
• Agudo: 3 meses ou menos. 
• Subagudo: entre 3 meses a 1 anos. 
• Crônico: mais de um ano. 
12.0- TRATAMENTO 
• O tratamento é feito com intervenção conservadora/comportamental por meio de perda de peso, 
correção do decúbito durante o sono, evitação de sedativos, tratamento da rinite alérgica e da obstrução 
nasal e cessação do tabagismo. 
• Os procedimentos cirúrgicos clássico sobre o palato (faringoplastias) e correção da obstrução nasal 
são utilizados (septoplastias e turbinoplastias). 
• Os procedimentos ambulatoriais são bem populares e vem ganhado popularidade. Elesserão descritos 
nos próximos subitens. 
12.1- Uvolopalatoplastia assistida por laser (LAUP) 
• A LAUP é um procedimento cirúrgico que envolve a redução e o recontorno dos tecidos da úvula e do 
palato mole, usando laser de dióxido de carbono, visando à redução vibratória da orofaringe. 
• O tratamento por meio de vaporização com laser da úvula e da margem livre do palato é ambulatorial 
e sob anestesia local. 
12.2- Radiofrequência 
• A redução do volume de tecido por radiofrequência (RFTVR) é uma tecnologia cirúrgica minimamente 
invasiva que usa corrente de radiofrequência para reduzir o volume do tecido de forma precisa. 
• A energia da radiofrequência produz uma agitação iônica de moléculas a um nível celular. Os íons 
tendem a seguir uma mudança de direção com a corrente alternada gerada. A corrente passa através 
do paciente, o calor é gerado no tecido que envolve o eletrodo e a temperatura máxima variável da 
radiofrequência é de 105ºC. O aumento do calor nos tecidos ocasiona a dissecação e a coagulação de 
proteínas. Há dois tipos de radiofrequência: monopolar e bipolar 
12.3- Enrijecimento palatal cautérico (CAPSO) 
• Consiste em desnudar ou ressecar uma área da mucosa palatal na face oral causando cicatrização, 
fibrose e enrijecimento do palato mole. 
o É uma técnica de baixo custo e com complicações semelhantes às da LAUP. 
12.4- Injeção roncoplástica 
• As injeções roncoplásticas podem ser realizadas em consultório, sob anestesia tópica. 
• O procedimento é simples, rápido, com poucas complicações, e baixo custo, podendo ser repetido. 
12.5- Implantes palatais 
• A primeira indicação para locação de implante palatal é o tratamento de ronco primário de origem 
palatal. 
• Tem como vantagem ser um procedimento minimamente invasivo, que dura cerca de 20 minutos, com 
mínima dor, necessidade apenas de anestesia local, pouco desconforto, pouca morbidade e efetivo 
enrijecimento do palato. São inseridos no palato mole, por meio de um aplicador especial, 3 a 5 
implantes sintéticos de poliéster, medindo 1 8 x 1,5 mm cada, paralelos, um na linha média e quatro 
laterais, a 2 mm de distância um do outro. Há uma resposta natural do organismo à locação dos 
implantes causando um ancoramento deles, encapsulamento e conexão entre eles, o que traz suporte e 
enrijece o palato, reduzindo obstrução e vibração do tecido. 
SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO (SAOS) 
1.0- INTRODUÇÃO 
• A SAOS é um importante problema de saúde pública associado a repercussões hemodinâmicas, 
neurológicas e comportamentais. 
• É uma doença crônica e evolutiva, ocorrendo na seguinte ordem cronológica: Ronco primário, 
síndrome da resistência das cias aéreas superiores, apneia obstrutiva do sono, SAOS leve, SAOS 
moderada e SAOS grave. 
2.0- DEFINIÇÃO E DIAGNÓSTICO 
• O diagnóstico baseia-se na história clínica (a entrevista deve ser realizada com membros da família 
também. 
• O exame físico otorrinolaringológico, incluindo nasofibrolaringoscopia, medida de PA, cálculo de 
IMC, medidas de circunferência cervical (realizada na altura da membrana cricotireoidea) e abdominal 
e polissonografia devem ser ralizadas. 
• Os familiares referem roncos, sono agitado, “engasgos” e apneias. 
• O paciente tem queixa de sonolência diurna excessiva (sonolência nas quais se espera que ele esteja 
atento), fadiga (possível associação a retenção de CO2), impotência, noctúria, pirose, alterações de 
memória e concentração. 
• Alterações mais relevantes ao exame físico: obesidade, alterações do esqueleto craniofacial 
(retrognatia é um achado frequente) e alterações anatômicas da via aérea. 
• A graduação das tonsilas palatinas e o escore de Mallampati modificado (com língua no interior da 
cavidade oral) estão associados a um maior estreitamento da via aérea. 
 
 
• A endoscopia da via aérea superior uti1izando nasofibrolaringoscopia flexível permite uma avaliação 
dinâmica do nariz até a laringe. Ela pode ser realizada com manobra de Müller, na qual o paciente 
inspira com nariz e boca fechados para criar o máximo de pressão negativa Ela é avaliada nas regiões 
retropalatal e retroglossal e classificada como 1 +: < 25%; 2+: 25-50%; 3+: 50-75%; 4+: 75-100% de 
obstrução, que pode ser concêntrica, laterolateral ou anteroposterior. O exame é subjetivo, depende do 
esforço do paciente e da impressão do examinador. 
• A polissonografia é o exame padrão-ouro para SAOS. 
• Definições importantes em relação a SAOS: 
 
• Com base no índice de apneia e hipopneia (IAH) obtido na polissonografia, a SAOS pode ser 
classificada em: 
o SAOS leve: IAH 5-15/h; 
o SAOS moderada: IAH 15-30/h; 
o SAOS severa: IAH 30/h. 
 
• A sonolência diurna excessiva (SDE) representa a principal sequela da fragmentação do sono e pode 
ser avaliada subjetivamente por escalas, como a Escala de Sonolência de Epworth. 
o A escala é útil para investigação diagnóstica e no acompanhamento ambulatorial dos pacientes 
após tratamento clínico e/ou cirúrgico. 
o A SDE aumenta o risco de acidentes automobilísticos. 
• A SAOS é um fator de risco independente para doenças cardiovasculares e acidente vascular encefálico 
isquêmico. 
o Todo paciente com hipertensão arterial sistêmica resistente ao tratamento deve ser investigado 
para SAOS. 
3.0- FATORES DE RISCO 
• Fatores anatômicos (aumento de partes moles ou desproporções esqueléticas) e funcionais determinam 
o estreitamento e o colapso da via aérea durante o sono. 
• O ronco – ruído de baixa frequência ocasionado pela vibração dos tecidos – é mais prevalente durante 
a inspiração, aumentando as chances de todos os tipos de SAOS. 
• Esse colapso é causado por um desequilíbrio entre a pressão de sucção inspiratória intrafaríngea e as 
forças dilatadoras dos músculos faríngeos. A obstrução da via aérea pode acontecer em vários níveis, 
resultando em diminuição do fluxo aéreo com apneia ou hipopneia, apesar do esforço respiratório. 
• Sexo masculino, obesidade e idade são fatores de risco independentes para a presença de SAOS. 
• Tabagismo, alcoolismo, uso de drogas sedativas, período pós-menopausa e história familiar 
(possivelmente relacionada com anormalidades craniofaciais ou hábitos que levem à obesidade) 
também são fatores relacionados. 
• Várias doenças são causa de obstrução das vias aéreas superiores e, assim, podem originar ou agravar 
a SAOS: rinite alérgica, polipose nasossinusal, desvio septal, tumores da via aérea superior, hipertrofia 
adenoamigdaliana, glossoptose, paralisia de prega vocal e doenças neuromusculares. 
4.0- TRATAMENTO 
• A morbimortalidade da SAOS é significativa. 
• O tratamento da SAOS passa pela perda de peso, continuous positive airway pressure (CPAP) e alguns 
procedimentos cirúrgicos. 
• Os tratamentos são didaticamente divididos em clínicos e cirúrgicos, mas há pacientes que necessitam 
ser submetidos a ambos. 
 
 
 
• Para aqueles pacientes com apneia posicional (IAH pelo menos duas vezes maior em posição supina 
comparada com outras posições), a terapia posicional é uma opção efetiva. Consiste em evitar a 
posição supina durante o sono, o que pode ser realizado com a fixação de bolas de tênis na região 
posterior do traje de dormir do paciente. 
• O uso do aparelho intraoral (AIO) é uma opção que apresenta bons resultados para SAOS leve a 
moderada ou com ronco primário. 
o O uso desse método necessita de uma avaliação adequada pelo cirurgião dentista. 
• Os exercícios orofaríngeos são orientados por profissionais de fonoaudiologia e são uma opção ainda 
em investigação para SAOS moderada. 
o São exercícios diários que tem por objetivo reduzir a altura da base da língua e aumentar a 
altura do palato mole, aumentando, assim a luz da faringe. 
• Os aparelhos depressão positiva (CPAP) consistem em um método não invasivo que evita o colapso 
da via aérea. Eles são eficazes na melhora dos sintomas de SAOS, da sonolência diurna na escala de 
Epworth e na qualidade de vida medida por questionários específicos. Portanto, são a primeira escolha 
em SAOS moderada a grave. O tratamento deve ser vitalício e com um uso mínimo de 4 horas por 
noite em 70% das noites. Apesar da sua alta efetividade, há uma baixa adesão, e essa é a maior 
limitação dessa terapia. 
• Os tratamentos cirúrgicos são norteados pela idade do paciente, anatomia da via aérea superior e 
gravidade da doença. 
o A cirurgia nasal melhora a qualidade do sono, reduz a sonolência diurna e o ronco, mas não 
melhora o IAH. Ela pode ser utiliza para a melhor adaptação do aparelho de pressão positiva 
ou ao aparelho intraoral. 
• As cirurgias faríngeas mais utilizadas no tratamento da SAOS são a uvulopalatofaringoplastia, a 
uvulopalatoplastia com laser ou radiofrequência e a faringoplastia lateral. Há muita heterogeneidade 
nos estudos, o que dificulta a comparação entre as técnicas e com o CPAP ou AIO. 
• Friedman e colaboradores6 identificaram como principais fatores preditores para o sucesso da 
uvulopalatofaringoplastia o escore de Mallampati modificado, o tamanho das tonsilas palatinas e o 
IMC. A partir disso, dividiram os pacientes em quatro estágios, conforme a tabela a seguir: 
 
• Para o estágio I, ele relata sucesso de 80%, para o II, 40%, para o III, 8,1 %. Os pacientes em estágio 
IV não são candidatos ao tratamento cirúrgico no palato mole. 
• O avanço maxilomandibular é uma opção em pacientes com SAOS que não tiveram adaptação ou não 
desejam CPAP, principalmente se houver alteração do esqueleto craniofacial. 
• A traqueostomia é o procedimento mais agressivo, sendo utilizado quando houver falha de todos os 
outros tipos de tratamento para SAOS.

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