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VASCONCELOS ADVOGADOS ASSOCIADOS Dra. Maria José Vasconcelos Torres 1 EXMº. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 7ª VARA DA JUSTIÇA DO TRABALHO DE MACEIÓ-AL. PJe-JT. 0001462-59.2016.5.19.0007 RECLAMANTE: G. F. R. DA S. RECLAMADA: COPRA – INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA LTDA. REF. CONTESTAÇÃO. COPRA – INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA LTDA., pessoa jurídica de direito privado, sediada na ...... Tabuleiro dos Martins, Maceió – AL, inscrita no CNPJ. sob o nº. ......., por seu representante legal o SR......, brasileiro, casado, comerciante, CPF/MF sob o nº........ portador do RG nº. ........, por sua advogada legalmente constituída, conforme instrumento procuratório anexo, vem, perante V. Exª., apresentar, tempestivamente, a sua CONTESTAÇÃO, de acordo com o art. 847 da CLT c/c art. 335 do CPC, à pretensão autoral deduzida por G. F. R. DA SILVA, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: DO ENDEREÇO PARA INTIMAÇÕES – ARTIGOS 106, I e 1003 DO CPC: Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado: I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações; grifei Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão. Grifei Ad cautelam, para maior segurança processual, requer a Reclamada que, quando forem realizadas notificações – utilizando-se do teor contido no art. 106, VASCONCELOS ADVOGADOS ASSOCIADOS Dra. Maria José Vasconcelos Torres 2 inciso I e art. 1003, ambos do CPC – sejam esta encaminhadas para o endereço abaixo, tudo objetivando o ilibado e célere andamento processual. Av. Deputado Humberto Mendes, 796, Empresarial Wall Street, sala 32, Poço, Maceió-AL. CEP.: 57.020-580. 1. DAS ALEGAÇÕES DO RECLAMANTE. O Reclamante alega em sua petição que foi contratado pela a Reclamada no dia 05/03/2012 para exercer as atividades na função de auxiliar de produção, recebendo remuneração média de R$ 1.000,00 (hum mil reais), referente ao salário base + adicional de insalubridade, sendo demitido sem justo motivo no dia 28/08/2015, já com a projeção do aviso prévio. Alega ter direito a suposta diferença salarial no valor de R$ 220,00 (duzentos e vinte reais), em relação ao salário percebido pelos os colaboradores da Reclamada Sr. Silvestre e Sr. Diego, por exercer às atividades como manipulador de farinha e não de auxiliar de produção, atribuições exercidas a partir do quinto mês de sua contratação. Diz ainda que executava jornada noturna de segunda a sábado, com 1 (uma) hora de intervalo na intrajornada sem recebimento das horas-extras e do adicional noturno de 20%, por laborar em regime de escala: Das 06h00min às 14h00min e das 14h00min às 22h20min e das 22h00min as 06h20min, alternando 2(dois) meses no período diurno e 6(meses) no período noturno. Diz ainda que prorrogava a jornada noturna, sem receber às horas- extras de prorrogação da suposta jornada e que a jornada noturna era de 60 minutos e não de 52minutos e 30 segundos, por laborar das 22h00min às 06h20min. Aduz que era submetido à revista intima em sua bolsa pelo um funcionário da portaria da Reclamada, no término de sua jornada de trabalho, sendo obrigado a mostrar todos os seus pertences pessoais, inclusive preservativos, roupas intimas produtos de higiene pessoal, dentre outros. Pleiteando supostos danos morais sofridos. Por fim, pleiteia recebimento de supostas diferenças salariais e seus reflexos, horas-extras e adicional noturno e seus reflexos, horas-extras de suposta prorrogação de jornada noturna e seus reflexos, bem como indenização por danos morais. Eis, em síntese, às alegações do Reclamante. VASCONCELOS ADVOGADOS ASSOCIADOS Dra. Maria José Vasconcelos Torres 3 2. INEXISTÊNCIA DE DIFERENÇA DE VERBAS RESCISÓRIAS: APLICAÇÃO DA SÚMULA 330, DO TST. Inicialmente cabe à Reclamada trazer ao conhecimento de Vossa Excelência que as verbas rescisórias que o Reclamante tinha direito pela demissão sem justa causa foram devidamente pagas, conforme faz prova do TRCT em anexo, bem como do Termo de Quitação, com a devida homologação do Sindicato da Categoria Profissional do Reclamante. Ademais o Reclamante recebeu às suas verbas rescisórias dentro do prazo legal, sendo considerada à sua maior remuneração, no valor de R$ 1.199,48 (hum mil, cento e noventa e nove reais e quarenta e oito centavos), tendo recebido o valor líquido de R$ 4.467,03 (quatro mil, quatrocentos e sessenta e sete reais e três centavos). Além da multa de 40% sobre os depósitos do FGTS, conforme faz prova em anexo. Note-se ainda MM. Julgador que a Súmula 330 do TST deve ser observada e aplicada ao caso em comento. Vejamos abaixo o seu teor: “Súmula 330. A quitação passada pelo empregado com assistência da entidade sindical de sua categoria, ao empregador, com observância dos requisitos exigidos nos parágrafos do artigo 477 da CLT, têm eficácia liberatória com relação às parcelas expressamente consignadas no recibo, salvo se oposta ressalva expressa e especificada ao valor dado à parcela ou parcelas impugnadas”. Nossos grifos. Portanto, CONTESTA a Reclamada qualquer pedido relativo à suposta diferença de salário e seus reflexos, horas-extras em jornada noturna, bem como os seus reflexos nas verbas rescisórias, quais sejam: aviso prévio, férias com 1/3, 13º salário proporcional, FGTS + multa de 40%, devendo ser aplicada a Súmula acima mencionada. Assim, totalmente IMPROCEDENTE qualquer pedido nesse sentido, pelo que CONTESTA. 3. DA SUPOSTA DIFERENÇA SALARIAL E SEUS REFLEXOS. Alega o Reclamante em sua exordial que a partir do quinto mês de trabalho, ou seja, em agosto de 2012, passou a desempenhar as atividades de Manipulador de Farinha, sendo ainda responsável pela efetivação do procedimento de formulação e de secagem da farinha nas estufas, para que os Auxiliares de Produção encaminhassem a farinha para a UTI, para posteriormente, ser ensacada e direcionada para o estoque da Reclamada. Relata ainda, que a Reclamada remunerou VASCONCELOS ADVOGADOS ASSOCIADOS Dra. Maria José Vasconcelos Torres 4 de forma distinta o trabalho igual exercido pelos os colaboradores manipulantes de farinha, o Sr. Silvestre e o Sr. Diego e que estes paradigmas recebiam a título de remuneração cerca de R$ 220,00 (duzentos e vinte reais), a mais que o ele Reclamante. Por fim aduz que a Reclamada promovia desigualdade salarial, uma vez que exercia a mesma carga horária e as mesmas atividades, apesar de ter sido contratado para a função de Auxiliar de Produção, pleiteando o recebimento de suposta diferença salarial, com incidência no FGTS + multa de 40%, férias com 1/3, 13º salários, DSR´s, horas-extras, bem como às diferenças nas verbas rescisórias. Não obstante às alegações do Reclamante CONTESTA a Reclamada a existência de diferença salarial, por equiparação em relação aos colaboradores/ paradigmas Sr. Silvestre e Sr. Diego, uma vez que o Reclamante foi contratado na função de Auxiliar de Produção, conforme Registro de Empregados e dos contracheques acostados, espelhos de pontos e demais documentos, exercendo às suas atividades no SETOR DE SECAGEM, executando às suas tarefas no auxílio e colaboração nos diversos processos do Setor, apoiando na preparação e secagem da fruta através de misturadores e estufas, podendo auxiliar os demais setores de forma esporádica. Vale informar ainda, que oReclamante NÃO executava às mesmas tarefas dos paradigmas, uma vez que a Reclamada tem profissionais capacitados para trabalhar no setor especifico, na função de Manipulador de Alimentos. O trabalho exercido pelo o Reclamante não era superior aos colaboradores que exercem as atividades especificas de manipuladores de alimentos. Nota-se ainda, que o Reclamante falta com a verdade, quando diz que “no quinto mês de sua contratação, passou a desempenhar as atribuições de Manipulador de Farinha” desempenhando às mesmas atividades dos paradigmas, isto porque a sua contratação se deu no dia 5/3/2012, enquanto que o Sr. Diego, foi admitido no dia 03/06/2013 e o Sr. Silvestre no dia 13/05/2013, ou seja, após o a contratação do Reclamante. No presente caso além de NÃO existir identidade funcional entre o Reclamante e os paradigmas apontados, os referidos colaboradores exercem e executam as tarefas de forma superior ao do Reclamante, com maior produtividade e qualidade técnica, ao contrário do Reclamante que sempre exerceu às suas atividades de Auxiliar de Produção. Portanto, NÃO restam demonstrados os requisitos para o deferimento de equiparação salarial, nos moldes do art. 461 da CLT e Súmula nº 6 do Colendo TST, nem tampouco os reflexos com incidência no FGTS + multa de 40%, férias com VASCONCELOS ADVOGADOS ASSOCIADOS Dra. Maria José Vasconcelos Torres 5 1/3, 13º salários, DSR´s, horas-extras, bem como às diferenças nas verbas rescisórias. Em face dos argumentos acima expendidos e dos documentos acostados, deverá este Novel Juízo julgar o pleito supra, ora combatido, TOTALMENTE IMPROCEDENTE. Pelo CONTESTA. 4. DO LABOR EM JORNADA NOTURNA; HORAS-EXTRAS; FALTA DE RECEBIMENTO DO ADICIONAL DE 20% E SEUS REFLEXOS: Aduz o Reclamante que laborava de segunda a sábado, com 1 (uma) hora para descanso e alimentação, em regime de escala nos seguintes horários: das 6h00min às 14h20min/das 14h00min às 22h20min/ das 22h00min às 6h20min, horários de escala, que alternavam 2(dois) meses no período diurno e 6(seis) meses no período noturno. Por fim, alega que NÃO recebia o adicional noturno em 20%, nem tampouco às horas-extras após a jornada noturna, pleiteando o seu recebimento, com reflexos nas férias com 1/3, 13º salários, depósitos do FGTS, DSR, e nas verbas rescisórias. CONTESTA a Reclamada a jornada de trabalho acima declinada pela o Reclamante, uma vez que a real jornada de trabalho poderia variar para atender a necessidade do setor de produção, já que o Reclamante exercia atividade de Auxiliar de Produção, laborando em horários mistos de acordo com os espelhos de ponto acostados. Os espelhos de ponto acostados retrata a real jornada de trabalho do Reclamante, constando ainda a variação nos horários de acordo com a entrada e saída do labor, bem como pagamento de horas-extraordinárias, com o respectivo adicional de 20% quando do labor em jornada noturna, inclusive com folgas. A jornada do Reclamante variava de acordo com a produção da Reclamada, visto que, a empresa tem uma atividade de produtiva sazonal, justificando as freqüentes mudanças na jornada de seus colaboradores. Destacamos que eventualmente, quando a jornada legal era extrapolada havia o pagamento das referidas horas extras de forma CORRETA, como se verifica nos espelhos de registros de ponto e dos contracheques em anexo. Vale informar ainda, que o Reclamante ao ser contratado firmou Acordo de Prorrogação de Horas com a Reclamada, o que poderia ser prorrogada em até 2 horas a sua jornada legal, com o devido pagamento das horas extras eventualmente laboradas, CONFORME ANEXO. Destaca-se, também, que conforme Acordo Coletivo de Trabalho, em anexo, firmado entre o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Extração de Óleos VASCONCELOS ADVOGADOS ASSOCIADOS Dra. Maria José Vasconcelos Torres 6 Vegetais e Animais do Estado de Alagoas, consolida a Compensação de Horas de Trabalho para fins de Manutenção de Banco de Horas, assinado e registrado pela Superintendência Regional do Trabalho de Alagoas (SRT-AL). Vejamos o que diz a jurisprudência acerca do tema: HORAS EXTRAS. COMPENSAÇÃO. BANCO DE HORAS. A compensação das horas extras configura procedimento especial. Tanto que necessita ser ajustado como Sindicato representante da categoria dos trabalhadores, razão pela qual a prova da correta contabilização das horas levadas a débito e a crédito é ônus do empregador. De conseguinte, é imprescindível que venha aos autos o documento físico que retrate o banco de horas, registrando as horas trabalhadas e as compensadas. (TRT/SP – 01258200246202001 – RO – Ac. 2ª T. 20090636664 – Rel. Rosa Maria Zuccaro – DOE 08/09/2009). Verifica-se que a aplicação do Banco de Horas está em conformidade com a Lei nº. 9.601/98. Portanto, observe MM Julgador que, de acordo com os espelhos de ponto e os comprovantes de pagamentos em anexo, nada deve a Reclamada ao Reclamante a título de adicional noturno e horas extras, nem tampouco reflexos das horas extras no DSR, férias + 1/3, FGTS + multa de 40%, 13º salário, e diferenças nas verbas rescisórias. Em face dos argumentos acima expendidos e dos documentos acostados, deverá este Novel Juízo julgar o pleito supra, ora combatido, TOTALMENTE IMPROCEDENTE. Pelo CONTESTA. 5. DO INTERVALO INTRAJORNADA: HORAS-EXTRAS E SUAS REPERCUSSÕES. Falta com a verdade o Reclamante quando afirma na exordial que a empresa não respeitava o horário de intervalo de duas horas para alimentação e repouso, numa clara tentativa de obter vantagens indevidas, pelo que desde já CONTESTA. Verifica-se nos espelhos de ponto eletrônico (anexo) que o período de alimentação e descanso SEMPRE FOI RESPEITADO pela Reclamada, sendo concedida 1 (uma) hora na intrajornada. Ademais, o pedido de duas horas acrescidas de 50% pela suposta não concessão do intervalo é IMPROCEDENTE, de acordo com o art. 71, caput, da CLT, in verbis: “Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6(seis) horas, é obrigatória a concessão de um VASCONCELOS ADVOGADOS ASSOCIADOS Dra. Maria José Vasconcelos Torres 7 intervalo para repouso e alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.” Do exposto, em conformidade com o preceituado no artigo acima descrito e de conformidade com os espelhos de ponto em anexo, constata-se que era concedido o intervalo de 01 (uma) hora para descanso e alimentação ao Reclamante, além da Reclamada fornecer ticket alimentação, conforme comprovado nos autos. Portanto, CONTESTA a Reclamada qualquer pedido relativo à diferença de pagamento de verbas rescisórias, quais sejam: saldo de salário, aviso prévio, férias integrais e proporcionais com 1/3, 13º salário, FGTS + multa de 40%, devendo ser aplicada a Súmula acima mencionada, em relação à intrajornada. Assim, totalmente IMPROCEDENTE qualquer pedido nesse sentido, pelo que CONTESTA. 6. DAS HORAS FICTAS: REDUÇÃO DA HORA NOTURNA E SEUS REFLXOS. Diz o Reclamante em sua exordial que durante todo o pacto laboral era submetido à jornada excessiva, sendo também no horário noturno e que a Reclamada não obedecia à jornada noturna reduzida de 52 minutos e 30 segundos, laborando em jornada de 60 minutos. Dessa forma requerer o deferimento de 1(uma) hora-extra, por dia de trabalho ao executar a jornada das 22:00hs às 06:20 do dia seguinte, bem como os reflexos no DSR, férias simples e proporcionais + 1/3, 13º salário integral e proporcional, FGTS. CONTESTA a Reclamada o pleito autoral, uma vez que o Reclamante, de acordo com osespelhos de ponto acostados, demonstram a real jornada de labor exercida e que de forma esporádica, quando ocorria essa situação o Reclamante recebia o adicional noturno na base de 20%, sobre o valor da hora normal, bem o excedente a título de horas-extras, conforme se vê dos contracheques acostados de todo o período laborado. Assim, totalmente IMPROCEDENTE qualquer pedido nesse sentido, pelo que CONTESTA. 7. MULTA DE 40% SOBRE OS DEPÓSITOS DO FGTS. Outro pleito que deverá ser indeferido, uma vez que a Reclamada NADA deve ao Reclamante à título de reflexos de supostas horas-extras e adicional noturno, horas fictas nos recolhimentos fundiários referente ao 13º salário integral e VASCONCELOS ADVOGADOS ASSOCIADOS Dra. Maria José Vasconcelos Torres 8 proporcional, férias simples e proporcionais com 1/3, aviso prévio, DSR, uma vez que houve o devido pagamento, conforme se demonstram nos contracheques acostados. Assim, totalmente IMPROCEDENTE qualquer pedido nesse sentido, pelo que CONTESTA. 8. DO SUPOSTO DANO MORAL: REVISTA INTIMA. A todo custo o Reclamante tenta tirar proveito financeiro da Reclamada com alegações totalmente infundadas e sem qualquer arrimo jurídico, ao alegar que diariamente no inicio e no término de sua jornada de trabalho era submetido à revista em sua bolsa pelo o funcionário da portaria da Reclamada. Diz ainda, que era obrigado a tirar todos os seus pertences pessoais da bolsa, na frente dos outros funcionários, tais como preservativos, roupas intimas, produtos de higiene pessoal, dentre outros. Por fim diz que sofreu abalo moral em decorrência das revistas, requerendo a condenação da Reclamada na indenização por danos morais. Esclarece a Reclamada que NUNCA procedeu revistas em seus colaboradores, sendo uma empresa séria e que sempre se preocupa com o bem estar dos seus colaboradores, inclusive do Reclamante. Portanto NÃO restam dúvidas que mais uma vez o Reclamante tenta tirar proveito financeiro da Reclamada, com alegação totalmente inverídicas e desprovidas de qualquer arrimo jurídico que embase a sua frágil tese. Destarte o instituto do dano moral não visa privilegiar o enriquecimento sem causa e não fica ao puro arbítrio da parte que se diz vítima. O dano moral para ser relevante a ponto de ensejar reparação pecuniária há de ser concretamente provado, não bastando meras alegações vagas como faz o Reclamante. A indenização decorre da obrigação de reparar um dano concreto e que possa ser provado. Outrossim, para que a vítima possa fazer jus em ser indenizada, deve provar o nexo de causalidade entre a conduta do ofensor e o dano sofrido em sua esfera moral, o que não resta demonstrado na presente demanda. No caso presente o Reclamante pleiteia indenização por danos morais, sob alegação de que era submetido à revista intima em sua bolsa pela a Reclamada, sem demonstrar de forma clara os sofrimentos vividos que alicerçariam sua pretensão. O que pretende o Reclamante é enriquecer-se ilicitamente banalizando o instituto do dano moral, fato que vem sendo repelido por nossos tribunais: VASCONCELOS ADVOGADOS ASSOCIADOS Dra. Maria José Vasconcelos Torres 9 DANO MORAL – BANALIZAÇÃO. O instituto não pode ser banalizado com alegações sem conteúdo e que desmereceriam a sua seriedade. (TRT 2ª R. – Proc. 02990195836 RO – (Ac. 20000137760) – 5ª T. – Rel. Juiz Francisco Antônio de Oliveira – DOESP 14.04.2000). “DANO MORAL – PRESSUPOSTOS – RISCO DE BANALIZAÇÃO. O direito à indenização por danos morais requer a presença simultânea do ato ilícito, do implemento do dano, do nexo causal e da culpa do réu. Sem a comprovação da ocorrência desses pressupostos, não pode prosperar a pretensão. Se, por um enfoque, o reconhecimento do dano moral e sua reparação pecuniária representa progresso extraordinário da ciência jurídica, para melhorar a convivência respeitosa e valorizar a dignidade humana, por outro lado, não se pode levar a extremo sua aplicação, com o risco de banalizar a conquista ou levá-la ao descrédito. Não cabe o deferimento de dano moral pelas ocorrências rotineiras das atividades profissionais, pelo simples melindre, contrariedades ou pequenas mágoas. Como assevera o Desembargador Sérgio Cavalieri Filho, da 2ª Câmara Cível do TJRJ, no julgamento da Ap. 7.928/95, "mero dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão fora da órbita do dano moral, porquanto, além de fazerem parte da normalidade do nosso dia-a-dia, no trabalho, no trânsito, entre os amigos e até no ambiente familiar, tais situações não são intensas e duradouras, a ponto de romper o equilíbrio psicológico do indivíduo. Se assim não se entender, acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando ações judiciais em busca de indenizações pelos mais triviais aborrecimentos". (TRT 3ª R. – RO 9.727/00 – 2ª T. – Rel. Juiz Sebastião G. Oliveira – DJMG 29.11.2000 – p. 20)”. Toda forma de banalização do instituto do dano moral não deve ser tolerada, o que enseja a total improcedência dos pedidos do Reclamante. No caso em tela NÃO estão presentes os requisitos da responsabilidade civil, previstos nos artigos 186, 187 e 927 do Código Civil, nem tampouco a existência culpa, dano e nexo e causalidade a serem atribuídos a Reclamada. Não há nenhuma culpa a ser atribuída a Reclamada, nem tampouco existência de dano, pelo simples fato da Reclamada respeitar os seus colaboradores, não procedendo qualquer revista intima. No que diz respeito ao nexo causal, este também NÃO está configurado, pois jamais a Reclamada submeteu o Reclamante a revista intima em sua bolsa, como já cristalinamente comprovados nos autos. Portanto, ante toda fundamentação exposta, CONTESTA a Reclamada todas às alegações do Reclamante, por NÃO ter nenhuma responsabilidade, nem a VASCONCELOS ADVOGADOS ASSOCIADOS Dra. Maria José Vasconcelos Torres 10 existência de dano e nexo de causalidade a ser atribuída, para a caracterização de danos morais em favor do Reclamante. O pedido deverá ser JULGADO TOTALMENTE IMPROCEDENTE. 9. FALTA DE PROVAS. O Reclamante não acostou – posto que não as têm – provas de suas alegações. Trata-se de obrigação imposta pelo art. 787 da CLT, o qual reproduzimosin verbis: “Art.787. A reclamação escrita deverá ser formulada em 2 (duas) vias e desde logo acompanhada dos documentos em que se fundar”1. Observe-se que a norma supra, corporificada no art.787 da CLT, não é só um artigo inserto na CLT, mas também um princípio – o princípio da concentração dos atos -, onde fica vedado às partes deixar de apresentar as provas em que fundam suas alegações, sob pena de serem admitidas como verdadeiras as alegações da parte adversa. Acerca da falta de provas, vejamos a lição de Mascardus: “Quem não pode provar é como quem nada tem; aquilo que não é provado é como se não existisse; não pode ser provado, ou não ser é a mesma coisa”2. Destarte, ante a hialina inexistência de provas que sustentem as alegações do Reclamante, requer a Reclamada seja julgado o presente processo TOTALMENTE IMPROCEDENTE em TODOS os seus pleitos. 10. DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ É obrigação de todos que exporem os fatos conforme a verdade em juízo; não formular pretensões, nem alegar defesa, sabendo de sua ausência de fundamento; não produzir provas nem praticar qualquer outro ato inútil ou desnecessário para a declaração ou defesa do direito; não agir senão de forma a obter do Estado a solução justa para a sua divergência com a parte contrária, sem subterfúgios, sem golpes de surpresa, sem táticas protelatórias, sem artimanhas. VASCONCELOSADVOGADOS ASSOCIADOS Dra. Maria José Vasconcelos Torres 11 Deve vencer quem tenha razão, não o mais esperto, não o de advogado mais habilidoso. Provocar uma atuação do Estado fora dos lindes de composição da lide é agir deslealmente e de má-fé. A conduta do Reclamante é reprovável durante toda a exordial, posto que é contrário aos conceitos de lealdade, probidade, honestidade, ínsitos no direito como princípios que devem nortear todos aqueles que tomam parte no processo. Neste passo, o mestre uruguaio Eduardo Couture assim definiu má-fé: “(...) qualificação jurídica da conduta, legalmente sancionada, daquele que atua em juízo convencido de não ter razão, com o ânimo de prejudicar o adversário ou terceiro, ou criar obstáculos ao exercício do seu direito”3. Trata-se de aventura processual, para tirar proveito financeiro da Reclamada, agindo com deslealdade. Resta, pois, caracterizada a litigância de má-fé, na forma do art.80, II, III, do CPC. O citado artigo assim preceitua: “Art.80. Reputa-se litigante de má-fé aquele que: II – alterar a verdade dos fatos; III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;. Alterar a verdade dos fatos segundo Hélio Tornaghi é “alegação de fatos inexistentes, negar fatos existentes e dar falsa versão para fatos verdadeiros”. Usar do processo para conseguir objetivo ilegal é atentar diretamente contra a administração da Justiça; simular para alcançar fim proibido pela lei. Evidencia-se, pois, o ânimo do Reclamante em prejudicar a parte adversa para, assim, obter vantagens ilícitas. A Justiça do Trabalho não se compra com uma atitude dessas. Assim, este MM Juízo deverá aplicar a pena inserta no art. 81 do CPC, bem como o INDEFERIMENTO de todos os pedidos do Reclamante, posto que não se alicerçam em bases fáticas, mas em alegações não condizentes com a verdade. 11. DOS DESCONTOS INERENTES AO INSS E IMPOSTO DE RENDA. Requer, ad cautelam, que no caso de uma eventual condenação, o que se admite apenas ad argumentandum tantum, que seja o Reclamado autorizado a proceder aos descontos inerentes ao INSS e ao Imposto de Renda, na forma da lei. VASCONCELOS ADVOGADOS ASSOCIADOS Dra. Maria José Vasconcelos Torres 12 Referente a retenção do Imposto de Renda na Fonte, o que preceitua a Lei n° 8.212, de 29.08.1991, no seu art.27, seja determinado por V. Exª, que seja abatido de qualquer crédito do Reclamante. Deverá ser procedida a retenção relativa à contribuição previdenciária nos termos dos arts. 20, 43, 44, da Lei n° 8.212/91, hoje com nova redação dada pela Lei n° 8.620/93. 12. DA DEDUÇÃO Caso a Reclamada seja condenada nas verbas pleiteadas pelo Reclamante, o que se admite apenas ad argumentandum tantum, que seja procedida à dedução de todos os valores já pagos pela Reclamada, de acordo com todos os comprovantes de pagamentos em anexo. 13. DO VALOR DA CAUSA Além de receber todos os seus direitos trabalhistas da Reclamada, o Reclamante pleiteia um valor altíssimo além de ser totalmente FANTASIOSO E ABSURDO, ou seja, atribuindo o valor da causa de forma hipotética no importe de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). Resta, portanto, mais que evidenciada a litigância de má-fé, pois a todo custo a Reclamante almeja obter vantagens financeiras na presente demanda. Assim, este Novel Juízo, além de julgar IMPROCEDENTE in totum a exordial, deverá aplicar a pena prevista no art. 81 do CPC, uma vez que resta caracterizada a litigância de má-fé. Em face dos argumentos acima expendidos e dos documentos acostados, deverá este Novel Juízo julgar o valor supra, ora combatido, TOTALMENTE IMPROCEDENTE. Pelo que CONTESTA. 14. DAS PROVAS Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em direito, especialmente: documentos, testemunhas, e demais provas que se fizerem necessárias ao bom andamento do presente processo. 15. DA CONCLUSÃO. Ex positis, requer a Reclamada que no mérito seja julgada a Reclamação Trabalhista ora combatida TOTALMENTE IMPROCEDENTE, nos termos desta contestação, impugnando nesta oportunidade todos os documentos acostados na exordial, aplicando-se, também, a penalidade prevista no art. 81 do CPC pelo fato VASCONCELOS ADVOGADOS ASSOCIADOS Dra. Maria José Vasconcelos Torres 13 da Reclamante estar litigando de má-fé. Deverá ainda ser condenado o Reclamante nas custas processuais e honorários advocatícios, estes no importe de 20% (vinte por cento) sobre a condenação, por ser este um ato da mais lídima JUSTIÇA! Nestes Termos, Pede Deferimento. Maceió, 29 de novembro de 2016. MARIA JOSÉ VASCONCELOS TORRES ADVOGADA- OAB/AL 5.543. Av. Deputado Humberto Mendes, 796, Empresarial Wall Street, sala 32, Poço, CEP 57.025-580, Maceió-AL. E-mail:mariajtorres.adv@gmail.com – Fones(82) 3326-1328. Cel. 99301-1149.
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