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Princípios da Mediação

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AULA 4 – PRINCIPIOS DA MEDIAÇÃO
	O Mediador, através de uma série de procedimentos e de técnicas próprias, identifica os interesses das partes e constrói, com elas opções de solução sem caráter vinculativo, visando ao consenso e/ou a realização do acordo. No entanto, para isso é importante que sejam respeitados os princípios que norteiam esta técnica.
	Esse é um tema que não se esgota, porém, nas próximas telas desta aula veremos aqueles princípios que destacamos como mais importantes na prática, não deixando de ressaltar aqueles que não foram contemplados no nosso curso, por questões de limitação de tempo.
	Os fatos, situações e propostas ocorridos durante a Mediação são sigilosos e privilegiados. Aqueles que participarem do processo devem obrigatoriamente manter o sigilo sobre todo conteúdo a ele referente, não podendo ser testemunhas do caso, respeitado o princípio da autonomia da vontade das partes, nos termos por elas convencionados, desde que não contrarie a ordem pública.
Voluntariedade
	Na mediação, os mediandos devem agir movidos por sua própria vontade. O primeiro caso em que a mediação se torna impossível é o caso em que apenas uma das partes se encontra disponível e desejosa de encontrar uma solução compartilhada, ou mais aberta ao diálogo.
Autodeterminação
A autodeterminação das partes relaciona-se com a voluntariedade. As pessoas envolvidas na questão optam conscientemente pela mediação como tipo de abordagem para administrar o conflito. Essa opção significa a conquista de direitos e o comprometimento com responsabilidades.
	Caracteriza-se como um princípio de liberdade, não só pela possibilidade que as partes detêm de escolher o meio pelo qual querem resolver o conflito existente entre elas; mas, principalmente, pela possibilidade de poderem decidir sobre o seu resultado.
RELAÇÃO ENTRE MEDIAÇÃO E CIDADANIA
A mediação se relaciona com alguns dos princípios básicos 
promovidos pelo Estado (autonomia, cidadania, democracia), visto que tem a virtude de educar os indivíduos para as diferenças e estimular a tomada de decisões sem a intervenção de terceiros que imponham suas decisões aos litigantes. Este é o verdadeiro instrumento de exercício de cidadania.
LEGITIMAÇÃO NA DOUTRINA
Nesse contexto assevera Deborah Muniz (In Revista Jurídica da 
UNIFIL, ano 1, nr. 1):
“Atualmente, quando falamos de cidadania, nos referimos ao principal fundamento da finalidade do Estado democrático de direito, cujos pilares de sustentação encontram-se na admissão, na garantia e na efetividade dos direitos fundamentais da pessoa humana; ou seja, o estado deve possibilitar aos seus habitantes a possibilidade de desenvolvimento pleno através do exercício de um grande conjunto de direitos e deveres”.
Consensualidade
	A participação na mediação surge da vontade das partes, não há uma decisão imposta. Os mediandos devem estar dispostos a compartilhar o poder. Devem estar dispostos a deixar as hierarquias e os privilégios para funcionar como iguais. As pessoas acostumadas a mandar, muitas vezes lhes custa permitir que outros compartilhem o processo de tomada de decisões.
	Reter o poder para tomada de decisões viola a integridade do processo de mediação.
	
	O mediador tem o compromisso de manter sigilo sobre os fatos conhecidos através das reuniões de mediação. Isso, inclusive, faz com que a mediação seja mais adequada para certos casos em que não se queira publicidade. O sigilo também é importante porque possibilita às partes a exposição de sua intimidade para a discussão profunda sobre seus reais interesses.

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