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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENADORIA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E INTEGRAÇÃO ACADÊMICA PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E EM DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO VICTORIA YASMIN DOMINGUES RELATÓRIO PARCIAL INICIAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO: PIBITI CNPq– Bolsista (07/2014 a 07/2015) AVALIACAO IN VITRO DO POTENCIAL DE ACIDIFICACAO DE ACIDOS ORGANICOS EM DIETAS PARA SUINOS NA FASE DE CRECHE Relatório Parcial apresentado à Coordenadoria de Iniciação Científica e Integração Acadêmica da Universidade Federal do Paraná - Edital 2014/2015 Prof. Dr. Marson Bruck Warpechowski / Departamento de Zootecnia Avaliação de métodos de determinação da capacidade tamponante de alimentos para suínos na fase pré-inicial / Número de Registro no BANPESQ/THALES 2011025468 Curitiba 2015 1. TÍTULO Título do Projeto: Avaliação de métodos de determinação da capacidade tamponante de alimentos para suínos na fase pré- inicial. Titulo do plano de trabalho: Avaliação in vitro do potencial de acidificação de ácidos orgânicos em dietas para suínos na fase de creche. 2. RESUMO Na Indústria suinícola atual o desmame precoce de leitões gera a diminuição do ciclo de produção e, portanto, um maior número de leitões/porca/ano. Entretanto, nessa fase, o sistema digestório dos leitões ainda não está adaptado para uma dieta sólida. Isso se deve, principalmente, ao pH elevado do estômago que contribui para a inativação de enzimas proteolíticas, essenciais para a digestão de rações à base de vegetais. Esses fatores podem levar a proliferação de microrganismos no trato gastrintestinal, consequentemente diarreias e até mortalidade de leitões. A utilização de acidificantes na dieta é uma alternativa para prevenção desses problemas. Ele diminui o pH estomacal, auxilia o controle de microrganismo e otimiza a digestão. Para inclusão de tal nas dietas, é necessário conhecer a capacidade tamponante (CT) dos alimentos, que é a resistência à mudança de pH após adição de solução ácida ou básica. Para determinar a CT, utiliza-se a taxa linear de tamponamento (TLT) que é uma medida desenvolvida na UFPR com objetivo de expressar a CT de toda faixa de pH do 8 ao 2, linearizando as curvas de titulação pela transformação dos dados de pH Com isso é possível determinar o potencial dos ácidos na dieta sobre a CT em diferentes níveis de inclusão. O experimento in vitro foi conduzido na Universidade Federal do Paraná, no Setor de Ciências Agrárias, no Laboratório de Nutrição Animal (LNA). Foram utilizados seis diferentes ácidos (cítrico, fumárico, benzoico, fórmico, lático e sórbico) em diferentes níveis de inclusão (0%, 0,25%, 0,50%, 0,75%, 1,00%e, posteriormente, até 2 mEq de H+ de cada ácido/g ração). O presente trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos de diferentes ácidos orgânicos sobre a CT e sobre o pH inicial de dietas, buscando encontrar ferramentas para ajudar na quantificação e escolha para a utilização nas dietas de leitões. 3. INTRODUÇÃO Com o intuito de aumentar e melhorar a produtividade suína, o desmame de leitões vem sendo realizado cada vez mais cedo, em média aos 21 dias de idade. Entretanto, o desmame precoce pode causar um mau funcionamento no trato gastrintestinal do leitão. Isso ocorre porque seu organismo está preparado fisiologicamente para receber uma dieta líquida até a sétima semana de vida. Além disso, nessa fase, o leitão caracteriza-se pela capacidade limitada de secretar HCl (MANERS et al., 1962), que é essencial para digerir a ração a base de vegetais. Segundo Ferreira (2012) essa mudança brusca na alimentação pode acarretar sérias complicações para os animais, dentre as quais a perda de peso e a diarreia. Para a correção desse problema nutricional, técnicas vêm sendo estudadas. Uma delas é a utilização de antibióticos, porém, a presença de resíduos desse tipo de medicamento nos produtos de origem animal pode ocasionar riscos à saúde humana. Diante disso, em 2006, o uso de antibióticos como promotores de crescimento foi proibido na União Europeia (regulamento no. 1831/2003/ Comunidade Europeia). Como alternativa ao uso de antibiótico há a opção pelas dietas acidificadas. A inclusão de ácidos na dieta traz diversos benefícios, entre eles, a diminuição do pH estomacal, melhora na digestibilidade de nutrientes, aumento na atividade de determinadas enzimas e diminuição da proliferação de microrganismos. Contudo, ainda há variabilidade e inconsistência nos resultados, que podem ser justificados por vários fatores como o estágio de crescimento, a complexidade da dieta, o tipo de ácido e seu nível de inclusão. A capacidade tamponante (CT) se caracteriza pela habilidade de determinado produto em resistir a mudança de pH conforme a adição de ácido ou base. A taxa linear de tamponamento (TLT) é uma medida desenvolvida na UFPR que permite determinar a CT em toda faixa de pH fisiológico, de 2 ao 8 (BOCKOR, 2009) possibilitando a formulação linear de dietas para leitões. O presente projeto tem como objetivo avaliar os efeitos dos ácidos orgânicos sobre a CT e sobre o pH de dietas utilizando a TLT. Buscando ferramentas para ajudar na quantificação e escolha para a utilização destes acidificantes nas dietas de leitões. 4. REVISÃO DA LITERATURA A suinocultura moderna tem como finalidade atender à demanda dos consumidores por produtos cárneos de qualidade e com segurança alimentar, aumentando a quantidade de carne produzida por matriz e, ao mesmo tempo, reduzindo os custos de produção (SILVA et al., 2008). Para isso, exigem-se procedimentos dentro da cadeia de produção. Uma alternativa para tal é quebra antecipada do vinculo maternal do leitão, através do desmame precoce (MIGUEL, 2008). Entretanto, fisiologicamente esses animais não estão preparados para se alimentarem com dietas à base de vegetais, principalmente devido à limitada produção de HCl no estômago (GABERT, et. al., 1995) e consequentemente secreção enzimática insuficiente (KRYGIEROWICZ, 2010). Estes fatores podem acarretar em desordens digestivas de ordem nutricional e patológicas, relacionadas ao desenvolvimento de microorganismos patogênicos ao longo do trato digestório (KRYGIEROWICZ, 2010). Ocasionando redução do consumo, redução da taxa de crescimento e aumento da ocorrência de diarreia (AMSTRONG; CLAWSON, 1980). As perdas decorrentes desses problemas têm significativa importância econômica, pois a mortalidade pode atingir 10% dos leitões desmamados além de elevados gastos com medicamentos na tentativa de controle da síndrome (MORÉS; AMARAL, 2001) O estômago é o primeiro local de digestão proteica, devendo apresentar pH baixo (de 2,0 a 3,0) para ativação da pepsina, iniciando a digestão da proteína e diminuindo, assim, a passagem de substrato para o intestino delgado (BRAZ, 2007). O baixo pH, também contribui para o desenvolvimento de microrganismos benéficos (MIGUEL, 2008). Buscando corrigir esse problema nutricional, aditivos antibióticos são utilizados. Entretanto, o uso destes antimicrobianos, atuando como melhoradores de desempenho, é questionado devido à possibilidade de ocorrer resistência cruzada de bactérias (MIGUEL, 2011). Nesse contexto, uma estratégia que se tem mostrado eficiente para acidificar o meio gástrico e estimular o consumo de alimentos em leitões desmamados é a adição de ácidos orgânicos (cítrico, fumárico, lático ou propiônico) na dieta (FERREIRA, 2012). Podendo constituir uma funçãoprofilática, efeito semelhante aos aditivos promotores de crescimento (PARTANEN; MROZ, 1999). Ácidos orgânicos são substâncias que contém uma ou mais carboxilas em sua molécula (PENZ, 1991). Como aditivos ou nutrientes nas rações, entende-se que se trata de ácidos graxos voláteis de cadeia curta, que podem ser chamadas de ácidos fracos encontrados na natureza, em tecidos animais e vegetais ou como produtos de metabolismo microbiano (BRUMANO; GATTÁS, 2009). A inclusão de acidificantes na dieta promove redução do pH do conteúdo do trato digestivo; aumento da ação das enzimas digestivas; melhoria da digestibilidade dos nutrientes; cria ambiente favorável à flora bacteriana desejável; inibe o estabelecimento da flora patogênica e pode reduzir a incidência de diarreia e mortalidade pós-desmame. (FERREIRA, 2012). São comumente usados nas dietas para melhorar o crescimento e a conversão alimentar de leitões desmamados (PARTANEN; MROZ, 1999). 4.1 CARACTERÍSTICAS DOS ÁCIDOS ORGÂNICOS Os ácidos orgânicos apresentam diferentes formas físicas, os ácidos fumárico, cítrico e sórbico estão sob a forma de pó, enquanto o HMTBA (2-hydroxy- 4-methithio butanóico), butírico, fórmico, propiônico e acético são líquidos, onde os três últimos devido sua característica corrosiva são de difícil manuseio (VILAS BOAS, 2014). 4.1.1 ÁCIDO FÓRMICO O ácido fórmico (FIGURA 1), de fórmula molecular C4H4O4, é um ácido orgânico líquido, altamente volátil, incolor a levemente avermelhado, solúvel em água, de cadeia curta, de caráter fraco e apresenta odor pungente (BASF, 2007). A atividade antimicrobiana do ácido fórmico é principalmente contra fungos e algumas bactérias (Lueck, 1980). Em pequenas concentrações é eficaz contra Escherichia coli – bactéria bacilar - (Frank, 1994). Franco et al. (2004) afirmam que, o efeito da adição dos ácidos fórmico, lático e fumárico sobre a população microbiana do estômago de leitões desmamados, para diferentes pH (3 e 4) resultou na redução do número de coliformes a menos 102 por ml, independente do pH médio. Figura 1 – Fórmula estrutural do ácido Fórmico. 4.1.2 ÁCIDO LÁTICO O ácido lático (FIGURA 2) representado pela fórmula molecular C₃H₆O₃ é um poliéster relativamente hidrofóbico, instável em condições úmidas e biodegradáveis a subprodutos atóxicos (ácido lático, CO2 e H2O), presentes no metabolismo de animais e microorganismos (DRUMOND et. al., 2004). Tem sua ação antimicrobiana direcionada contra a bactéria, enquanto muitos moldes e leveduras podem metabolizá- lo (FOEGEDING; BUSTA, 1991). Freitas et. al. (2006) afirmam que a utilização de 0,84% dos ácidos lático e fórmico na dieta, proporciona melhor conversão alimentar em leitões no período de 21 a 35 dias e melhor consistência de fezes e controle de E. coli alfa-hemólise e Streptococcus sp. Figura 2– Fórmula estrutural do ácido Lático. 4.1.3 ÁCIDO FUMÁRICO O ácido fumárico (FIGURA 3) é um dos mais fortes ácidos orgânicos usado como acidulante alimentar, principalmente devido a seus valores de pKa baixo e é amplamente encontrado na natureza (THERON; LUES 2011). É representado pela fórmula molecular C4H4O4, não apresenta odor e é fornecido como um pó branco muito fino. Tem efeito positivo sobre a digestibilidade ileal da proteína bruta, energia bruta e dos aminoácidos nas dietas para leitões desmamados precocemente (BLANK et. al., 1999). Segundo o experimento de Ribeiro et. al. (2002) a inclusão de ácido fumárico no nível de 1,0% às dietas apresentou uma melhor resposta na prevenção da ocorrência de diarreia no período pós-desmama. Figura 3– Fórmula estrutural do ácido Fumárico. 4.1.4 ÁCIDO BENZOICO O ácido benzoico (FIGURA 4) é um acido carboxílico aromático, presente de forma natural em frutas frescas como o morango, e em especiarias, tais como o cravo e o azeite de anis que se apresenta na fórmula molecular C₆H₅COH (BRAZ, 2007). A adição do mesmo em dietas pode resultar na diminuição da capacidade tampão das dietas, e subsequentemente, aumentar a acidez da urina (MROZ et. al.,2000). Knarreborg et. al (2002) concluíram que a inclusão de 0,25% 0,50% e 0,75% de ácido benzoico nas dietas, reduziu de maneira mais efetiva, a atividade de microorganismos do tipo coliforme e bactérias lácticas. Figura 4– Fórmula estrutural do ácido Benzoico. 4.1.5 ÁCIDO CÍTRICO O ácido cítrico (FIGURA 5) é um acido orgânico fraco, de fórmula molecular C6H8O7, encontrado principalmente em frutas cítricas Na temperatura ambiente é um pó cristalino branco. Pode existir na forma anidra (sem água), ou como monohidrato que contém uma molécula de água para cada molécula de ácido cítrico (COLDEBELLA et. al., 2009). Segundo Partanen e Mroz (1999) entre os ácidos orgânicos mais usuais, o cítrico é que apresenta o segundo melhor desempenho na acidificação de dietas. Segundo o experimento de Mores et. al. (1990) a adição de ácido cítrico na dieta para leitões no período pós desmama, reduziu o pH do conteúdo estomacal e do jejuno e evitou a proliferação exagerada de E. coli no intestino delgado, diminuindo a incidência de diarreia. Figura 5– Fórmula estrutural do ácido Cítrico. 4.1.6 ÁCIDO SÓRBICO O ácido sórbico C6H8O2, é um pó cristalino, branco. É o ácido orgânico fraco mais usado na conservação de alimentos (THERON; LUES 2011). Segundo Weschenfelder (2008) o ácido sórbico representado na Figura 6, é utilizado na produção animal, para aumento da vida útil de alimentos obtidos de silagens ou para preservação fúngica e bacteriana. Figura 6– Fórmula estrutural do ácido Sórbico. 5. OBJETIVOS Avaliar a influência de diferentes níveis de inclusão de ácidos orgânicos sobre a capacidade tamponante, expressa pela taxa linear de tamponamento, e sobre o pH inicial de uma dieta para leitões na fase de creche. 6. MATERIAIS E METÓDOS O projeto foi realizado no Laboratório de Nutrição Animal localizado no Setor de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná. Essa etapa consiste na determinação do potencial dos ácidos e possíveis efeitos nutricionais in vitro. Para a realização da TLT, foi utilizado um pHmetro do modelo WTW 3210, com ajuste para temperatura da solução, um agitador magnético, um béquer de 400 ml, um cronometro, um balão de 250 ml e micropipetas de volume variável de 10 a 100 µL e 100 a 1000µL. Além de soluções de ácido clorídrico, hidróxido de sódio, água destilada e amostras dos seis ácidos (cítrico, fumárico, benzoico, fórmico, lático e sórbico). Uma mesma amostra de ração, comumente utilizada para leitões, foi utilizada para a avaliação de diferentes níveis de inclusão de ácidos. Sua composição está descrita na Tabela 1. Inicialmente, a amostra de ração e o ácido foram pesados de forma que os dois totalizem 2,5 g. A quantidade de ácido adicionada vai de acordo com o nível que se deseja testar. Os níveis avaliados foram: 0%, 0,25%, 0,50%, 0,75%, 1,00% e 2,00%. Posteriormente as concentrações foram convertidas em mEq de H+, e avaliou-se o comportamento da capacidade tamponante até a concentração de 2,0 mEq de H+ (TABELA 2). A amostra é colocada no béquer de 400 ml com 250 ml de agua destilada. O próximo passo é a calibragem do pHmetro que ocorre da seguinte forma: 1.Ligar na tomada e apertar o botão (O). 2. Retirar a membrana de proteção do eletrodo, que está mergulhado em solução neutra para evitar possíveis danos. 3. Lavar bem o eletrodo com agua destilada, enxugar com papel macioe mergulhar o eletrodo em solução tampão 7,0. 4. Aguardar que se estabilize, quando para de piscar “pH” na tela. 5. Apertar o botão “CAL” depois “ENTER”. 6. Quando aparecer “buffer 2” lavar eletrodo com agua destilada e enxugar com papel macio. 7. Mergulhar na solução tampão 4 a apertar o botão “ENTER”. 8. Quando aparecer na tela “buffer 3” apertar “ENTER -> M”. 9.Esperar aparecer “Calibration” na tela e apertar o botão “f1”. O pHmetro deve ser calibrado a cada análise para maior efetividade nas medições. Depois de realizada a calibração do equipamento, e com o eletrodo já mergulhado na solução para início das medições, colocar o imã no béquer, ligar o misturador e aguardar 5 minutos até que se forme uma mistura homogênea. Adiciona- se hidróxido de sódio de fator 0,1N (NaOH) até que a solução atinja o pH 8. Em seguida a solução é titulada com acido clorídrico de fator 0,25N (HCl) até a obtenção do pH 5,0. Depois disso, se da continuidade à titulação seguindo o mesmo procedimento, entretanto, com HCl de fator 0,50N até chegar no pH 2,0. Esse procedimento deve ser feito com pequenas adições de HCl na solução a cada 60 segundos, de modo que a alteração do pH seja próxima de 0,2 pontos em cada intervalo. Todos os dados devem ser anotados entre eles a hora e temperatura de início e fim, as mudanças de pH a cada 30s, as medidas de adição de ácido ou base e os fatores dos componentes. Os ácidos foram testados inicialmente até o nível de 2%, com três repetições cada um. Contudo, as medidas realizadas somente em porcentagens, sem considerar a constante de ionização (Ka) – capacidade de dissociação em solução aquosa - gerou resultados não efetivos para a comparação entre os ácidos. Isso ocorre porque cada ácido tem um potencial diferente de ionização podendo ser mais forte ou mais fraco. Buscando corrigir essa diferença, as medidas foram estendidas podendo atingir até 25% de inclusão, considerando agora, o mEq H+ de forma que os ácidos tenham sua força de dissociação equiparada. Os resultados foram posteriormente lançados em uma planilha no programa Microsoft Excel. Que permitiu análise para montagem do gráfico de curva de titulação que busca expressar as alterações ocorridas na TLT da dieta basal conforme a adição dos acidificantes. Tabela 1 – Composição centesimal da ração utilizada. Ingredientes % Milho 7.8% 42,95 F soja 44,5% 25,62 F carne e ossos 45% 3,29 Conc. prot de soja - Soro de leite 20,24 Leite em pó desn - Plasma - Óleo de soja 3,90 BHT 0,02 DL-Metionina 0,21 L-Lisina 0,67 L-Treonina 0,29 L-Triptofano 0,08 Calc calcítico 35% Ca - Fosfato bicalcálcico 15% P 0,71 Cloreto colina 60% 1,39 Açúcar cristal 0,56 Premix Mineral 1 0,05 Premix Vitamínico 2 0,02 1 Níveis de garantia/kg de produto: 81 g/kg Fe; 51 g/kg Mn; 16 g/kg Cu; 200g/kg, Zn; 990 mg/kg . 2 Níveis de garantia/kg de produto: 4.000.000 UI Vit A;800.000 UI Vit D3; 4.000 UI Vit E; 1.000mg Vit K3; 1.700mg Vit B2; 500mg Vit B6; 10.000 mcg Vit B12; 6.000 mg Pantotenato de cálcio; 8.000mg Niacina; 160 mg Selênio; 200 mg BHT Tabela 2- Conversão de concentração dos ácidos de porcentagem para miliequivalentes (mEq de H+/g de ração), com ajuste para pureza. Ácido Concentração em % Pureza% Massa molecular (g) Valência mEq de H+/g ração Lático 0,25 85 90,08 1 0,02 Lático 0,50 85 90,08 1 0,05 Lático 0,75 85 90,08 1 0,07 Lático 1,00 85 90,08 1 0,09 Lático 2,00 85 90,08 1 0,19 Lático 5,00 85 90,08 1 0,47 Lático 7,00 85 90,08 1 0,66 Lático 9,00 85 90,08 1 0,85 Lático 21,00 85 90,08 1 1,98 Benzoico 0,25 99 122,12 1 0,02 Benzoico 0,50 99 122,12 1 0,04 Benzoico 0,75 99 122,12 1 0,06 Benzoico 1,00 99 122,12 1 0,08 Benzoico 2,00 99 122,12 1 0,16 Benzoico 5,00 99 122,12 1 0,41 Benzoico 9,00 99 122,12 1 0,73 Benzoico 12,00 99 122,12 1 0,97 Benzoico 25,00 99 122,12 1 2,03 Fumárico 0,25 99 116,07 2 0,04 Fumárico 0,50 99 116,07 2 0,09 Fumárico 0,75 99 116,07 2 0,13 Fumárico 1,00 99 116,07 2 0,17 Fumárico 2,00 99 116,07 2 0,34 Fumárico 4,00 99 116,07 2 0,68 Fumárico 5,00 99 116,07 2 0,85 Fumárico 12,00 99 116,07 2 2,05 Fórmico 0,25 85 46,01 1 0,05 Fórmico 0,50 85 46,01 1 0,09 Fórmico 0,75 85 46,01 1 0,14 Fórmico 1,00 85 46,01 1 0,18 Fórmico 2,00 85 46,01 1 0,37 Fórmico 3,80 85 46,01 1 0,70 Fórmico 5,00 85 46,01 1 0,92 Fórmico 11,00 85 46,01 1 2,03 Cítrico 0,25 99 192,123 3 0,04 Cítrico 0,50 99 192,123 3 0,08 Cítrico 0,75 99 192,123 3 0,12 Cítrico 1,00 99 192,123 3 0,15 Cítrico 2,00 99 192,123 3 0,31 Cítrico 4,00 99 192,123 3 0,62 Cítrico 5,00 99 192,123 3 0,77 Cítrico 13,00 99 192,123 3 2,01 Sórbico 0,25 99 112,12 1 0,02 Sórbico 0,50 99 112,12 1 0,04 Sórbico 0,75 99 112,12 1 0,07 Sórbico 1,00 99 112,12 1 0,09 Sórbico 2,00 99 112,12 1 0,18 Sórbico 5,00 99 112,12 1 0,44 Sórbico 9,00 99 112,12 1 0,79 Sórbico 12,00 99 112,12 1 1,06 7. RESULTADOS E DISCUSSÃO Realizaram-se até o momento as análises em triplicata dos ácidos fumárico, cítrico e benzoico em todas as concentrações descritas na Tabela 2. As demais análises serão realizadas no decorrer do primeiro semestre de 2015. Para exemplificar, na Figura 7 temos os dados de uma repetição da curva de titulação da ração com 0,25% de ácido benzoico, a curva de titulação e os gráficos linearizados, através da fórmula EXP (1/pH), para a determinação da TLT (inverso da inclinação da curva linearizada =1/b). Os valores de TLT obtidos até o momento com os diferentes níveis de adições de ácidos estão descritos na Tabela 3. Durante a titulação observou-se que abaixo do pH 3 a titulação se torna lenta e complicada, ocasionando maior variabilidade entre as replicatas. Portanto, avaliou-se também os valores de TLT obtidos do pH 8 até o pH 2,5. Os valores de pH inicial obtidos após 5 minutos sob agitação constante da amostra com água estão descritos na Tabela 3. Figura 7 – Exemplo dos dados encontrados em uma repetição da análise de TLT da amostra de ração com 0,25% de ácido benzoico, com curva de titulação e curva linearizada. Tabela 3- Valores de TLT obtidos e valores de pH inicial de acordo com o nível de ácido adicionado Ácido Nível% mEq de H pHinicial TLT (8-2,0) TLT (8-2,5) Lático 0,0000 0,0000 6,2658 3,8665 2,8628 Lático 0,2500 0,0236 6,1113 4,3929 3,2022 Lático 0,5000 0,0472 5,8440 4,1700 3,3071 Lático 0,7500 0,0708 5,5467 4,5314 3,3668 Lático 1,0000 0,0944 5,3993 4,6111 3,4275 Lático 2,0000 0,1887 4,7877 4,7976 3,7329 Lático 5,0000 0,4718 4,0277 5,4124 4,4324 Lático 7,0000 0,6605 3,7420 5,4534 4,6479 Lático 9,0000 0,8492 3,6117 5,5463 4,9776 Lático 21,0000 1,9816 3,1177 7,9726 8,0389 Benzoico 0,0000 0,0000 6,2658 3,8665 2,8628 Benzoico 0,2500 0,0203 6,0413 3,6240 2,7440 Benzoico 0,5000 0,0405 5,8853 3,8286 2,8955 Benzoico 0,7500 0,0608 5,6660 4,0679 3,0682 Benzoico 1,0000 0,0811 5,5290 3,9978 3,0150 Benzoico 2,0000 0,1621 5,0027 3,8675 3,2543 Benzoico 5,0000 0,4053 4,3980 4,3589 4,0843 Benzoico 9,0000 0,7296 4,1700 5,7328 5,6701 Benzoico 12,0000 0,9728 3,9733 6,2970 6,5475 Benzoico 25,0000 2,0267 3,6340 9,4113 10,9348 Cítrico 0,0000 0,0000 6,2658 3,8665 2,8628 Cítrico 0,2500 0,0386 5,8103 3,9298 2,9199 Cítrico 0,5000 0,0773 5,5347 3,7894 3,0515 Cítrico 0,7500 0,1159 5,1440 3,7431 3,0464 Cítrico 1,0000 0,1546 4,9123 4,0557 3,3129 Cítrico 2,0000 0,3092 4,4850 4,1198 3,6902 Cítrico 4,0000 0,6184 4,0630 5,2440 4,9811 Cítrico 5,0000 0,7729 3,7403 5,1803 5,1012 Cítrico 13,0000 2,0097 3,2343 8,7878 9,8637 Fórmico0,0000 0,0000 6,2658 3,8665 2,8628 Fórmico 0,2500 0,0462 5,5715 3,6077 2,9066 Fórmico 0,5000 0,0924 4,9567 3,7181 3,1415 Fórmico 0,7500 0,1386 4,5853 3,7492 3,1693 Fórmico 1,0000 0,1847 4,4700 4,1033 3,3681 Fórmico 2,0000 0,3695 3,9443 4,7923 4,1686 Fórmico 3,8000 0,7020 3,6143 5,1557 4,7832 Fórmico 5,0000 0,9237 3,3210 6,2480 5,9553 Fórmico 11,0000 2,0322 3,0907 8,4502 9,0068 Fumárico 0,0000 0,0000 6,2658 3,8665 2,8628 Fumárico 0,2500 0,0426 6,1190 4,3535 3,0945 Fumárico 0,5000 0,0853 5,8815 4,3993 3,4053 Continuação da tabela 3- Valores de TLT obtidos e valores de pH inicial de acordo com o nível de ácido adicionado. Fumárico 0,7500 0,1279 5,4483 4,5225 3,3257 Fumárico 1,0000 0,1706 5,4477 5,2731 3,7141 Fumárico 2,0000 0,3412 4,5577 4,5392 3,8666 Fumárico 4,0000 0,6823 4,2100 5,2107 4,8802 Fumárico 5,0000 0,8529 3,7593 5,9043 5,4801 Fumárico 12,0000 2,0470 3,3135 8,6120 8,9497 Sórbico 0,0000 0,0000 6,2658 3,8665 2,8628 Sórbico 0,2500 0,0221 6,2967 4,2140 3,1391 Sórbico 0,5000 0,0441 6,2043 4,3579 3,3684 Sórbico 0,7500 0,0662 6,1430 4,2678 3,3617 Sórbico 1,0000 0,0883 5,9937 4,3405 3,3778 Sórbico 2,0000 0,1766 5,7343 4,7974 3,5363 Sórbico 5,0000 0,4415 5,2087 5,2586 4,4315 Sórbico 9,0000 0,7947 4,9917 5,2702 5,1109 Sórbico 12,0000 1,0596 4,8497 5,7312 5,2246 8. REFERÊNCIAS AMSTRONG, W.D; CLAWSON, A.J. Nutrition and management of early weaned pigs: effect of increased nutrient concentrations and (or) supplemental liquid feeding. Journal of Animal Science, v. 50, n.3, p. 377-384,1980. BASF. Safety data sheet Formic acid 85%. 2007. 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