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DIREITO COMUNITÁRIO E DA INTEGRAÇÃO 1) A Integração Cons/tucional e o Cons/tucionalismo Parcial 2) A ins/tuição da União Europeia, o Direito Comunitário e a Ordem Econômica Europeia. • 2.1 – Origens e antecedentes históricos • 2.2 – A natureza jurídica supranacional DIREITO COMUNITÁRIO E DA INTEGRAÇÃO • 2.3 – O sistema insKtucional comunitário • 2.4 – O Direito Comunitário e sua relação com as ordens jurídicas nacionais. • 2.5 – Jurisdição Comunitária • 2.6 – A ordem econômica da União Europeia DIREITO COMUNITÁRIO E DA INTEGRAÇÃO 3) A América e o Processo de Integração • 3.1 – Associação LaKno-‐Americana de Livre Comércio (ALALC) e Associação LaKno-‐ Americana de Integração (ALADI) • 3.2 – Comunidade Andina das Nações (CAN) • 3.3 – Tratado Norte-‐Americano de Livre Comércio (NAFTA) DIREITO COMUNITÁRIO E DA INTEGRAÇÃO • 3.4 -‐ Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) • 3.5 -‐ Comunidade Sul-‐Americana das Nações (CASA) DIREITO COMUNITÁRIO E DA INTEGRAÇÃO 4) Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) • 4.1 -‐ Estrutura InsKtucional • 4.2 – Processo LegislaKvo • 4.3 – Aplicação judicial das normas • 4.4 – Sistema de solução de controvérsias DIREITO COMUNITÁRIO E DA INTEGRAÇÃO • 4.5 – Acordos de cooperação judicial • 4.6 – As relações entre o MERCOSUL e a União Europeia DIREITO COMUNITÁRIO E DA INTEGRAÇÃO 5) Outros processos de integração econômica • União Africana (UA) • Associação de Nações do Sudeste AsiáKco Referências Básicas • 1. D’ARCY. François. União Europeia: insKtuições, políKcas e desafios. Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer. • 2. PEREIRA, Ana CrisKna Paulo. Direito Ins/tucional e Material do MERCOUL. Rio de Janeiro: Lumen Juris • 3. VENTURA, Deisy de Freitas Lima. As Assimetrias Entre o Mercosul e a União Europeia: os desafios de uma associação inter-‐ regional. Barueri: Manole. Leituras Complementares • PANAGARIYA, Arvind. New Dimensions in regional IntegraKon. Cambridge: University Press, 1993. • JUBILUT, Liliana Lyra. Direito Internacional Atual. São Paulo: Elsevier, 2014. • MACHADO, Diego Pereira. Direito da União Europeia. São Paulo: Saraiva, 2013. • PANNUNZIO, Eduardo. Judicialização das Relações Internacionais: a força do princípio cons=tucional da prevalência dos direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 2014. • RANGEL, Vicente Maroma. Direito e Relações Internacionais: legislação internacional anotada. São Paulo: ABDR 2011. Leituras Complementares • RECHSTEINER, Beat Walter. Direito Internacional Privado: teoria e práKca. São Paulo: Saraiva, 2013. • SEITENFUS, Ricardo. Relações Internacionais. Barueri: Manole, 2013. • TEIXEIRA, Nuno Severino. Portugal e a Integração Europeia 1945-‐1986: a perspecKva dos atores. Lisboa: Editora do Minho S.A., 2007. • TONRA, Ben. Rethinking European Union foreign policy. New York: Manchester University Press, 2004. • VALÉRIO, Nuno. História da União Europeia. Lisboa; Editorial Presença, 2010. União Europeia • Países-‐membros: Áustria (1995); Bélgica (1952); Bulgária (2007); Croácia (2013); Ciprus (2004); República Checa (2004); Dinamarca (1973); Estonia (2004); Finlândia (1995); França (1952); Alemanha (1952), Grécia (1981); Hungria (2004); Irlanda (1973); Itália (1952); Latvia (2004); Lituânia (2004); Luxemburgo (1952); Malta (2004); Países Baixos (1952); Polônia (2004); Portugal (1986); Romênia (2007); Eslováquia (2004); Eslovénia (2004); Espanha (1986); Suécia (1995); Reino Unido (1973). • Atualmente possui 28 países membros, sendo a Croácia o úlKmo Estado a ingressar na UE em 1o de Julho de 2013. Disponível em: http://www.platanoeditora.pt/files/698/7419.jpg Antecedentes Históricos: -‐ Período pós-‐guerra, vitória dos Aliados em 1945 (Reino Unido, Estados Unidos e União SoviéKca); -‐ colapso do sistema políKco dominante na Europa; -‐ confrontação bipolar entre Leste e Oeste; -‐ surgimento dos novos Estados pós-‐coloniais. -‐ Elementos Fundamentais no pós-‐guerra: -‐ Estruturas ins/tucionais em forma de organizações intergovernamentais; -‐ -‐ preocupação em evitar a eclosão de outra guerra na Europa e administrar a divisão Leste e Oeste ; -‐ Discussão sobre o desenvolvimento acerca dos países chamados de “Terceiro Mundo”; -‐ -‐ novas teorias para compreender temas como “segurança” e “desenvolvimento”. DIREITO COMUNITÁRIO E DA INTEGRAÇÃO Contexto pós-‐guerra • conter a Alemanha que nos úlKmos 50 anos anteriores havia iniciado por duas vezes consecuKvas conflitos mundiais; • conter a União SoviéKca que havia se tornado uma potência nuclear e o avanço do comunismo; • a Organização das Nações Unidas (ONU), criada em 24 de outubro de 1945, surge como principal fórum de debate na arena internacional; • o primeiro bloco de países não-‐alinhados a exigir uma representaçãp perante a ONU é o grupo de países da América LaKna representado pela Comissão Econômicapara a América LaKna e o Caribe (CEPAL), criada em 25 de fevereiro de 1948, pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), e tem sua sede em SanKago do Chile. Europa e Cooperação Regional: • Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), criada pelo Tratado de Paris em 18 de abril de 1951, finalidade-‐segurança; • Comunidade Econômica Europeia (CEE), originada do Tratado de Roma, em 1957, viés econômico; • Comunidade Europeia de Energia Atômica (EURATOM), Tratado de Roma, em 1957, competência no domínio de energia nuclear para fins civis e pacíficos; OBS-‐ Tanto a CEE como a EURATOM se juntaram para formar a Comunidade Europeia (CE), converKda a posteriori na União Europeia (UE). Consequência da Cooperação Europeia: • Influencia o processo de cooperação regional nos países em desenvolvimento; • exemplo de vários países formando parte de uma união econômica com a finalidade de esKmular o crescimento econômico; • unificação políKca baseada na teoria da segurança (funcionalismo), influencia teorias desKnadas a compreender o processo de integração regional na América LaKna, África e Ásia. Regionalismo Fenômeno Mul/facetado: • engloba diversos perfis dos Estados-‐nacionais; • fomenta o surgimento das Organizações Internacionais; • mobiliza a sociedade civil; • apresenta vários níveis de mudanças insKtucionais; • persegue um amplo leque de objeKvos; • fortalece laços idenKtários. Direito Comunitário • Ascendência de dimensão insKtucional que garante a manutenção de interesses comunitários; • atribuição de competência às insKtuições comunitárias em nível sem paralelo com outras organizações internacionais; • estabelecimento de ordenamento jurídico próprio e autônomo de qualquer ordem normaKva nacional; • aplicação direta do Direito Comunitário Europeu, tornando obrigatório o respeito dos mesmos disposiKvos por Estados-‐membros e suas respecKvas populações; • primado do Direito Comunitário que garante ao ordenamento europeu primazia sobre as legislações nacionais e não pode ser alterado pelas mesmas. Direito Comunitário • Caracterís/cas: • as normas comunitárias possuem aplicação direta em relação aos ordenamentos nacionais; • orgão central com função execuKva e de natureza supranacional; • sistema jurisdicional bem definido que é a base do sistema de solução de controvérsias; • presença do Tribunal de JusKça permanente responsável pela aplicação do Direito Comunitário; • parte do exercício de soberania dos Estados é delagado ao órgão com poder supranacional; • os Estados-‐membros ainda são soberanos, não obstante sua soberania esteja limitada pela supranacionalidade. Direito da Integração ≠ Direito Comunitário Direito da Integração • ObjeKvo: integração de natureza comercial e econômica, incenKvar o comércio internacional de uma região, criar zonas econômicas privilegiadas em que o nível de aproximação varia. Ex: Mercado Comum do Sul (Mercosul), regido pelo Direito de Integração em que os tratados e atos unilaterais dos órgãos regionais precisam ser “expressamente recepcionados”, modelo intergovernamental, regra consenso. OBS: O modelo comunitário europeu já começou a influenciar outros blocos, como a Comunidade Andina das Nações (CAN) que optou por modelo semelhante ao europeu em seu documento consKtuKvo, ainda que muito precise ser feito para possa ser considerada comunidade inteiramente regulada pelo Direito Comunitário. Modelos de Integração Econômica • Área de Livre Comércio: as tarifas comerciais entre seus membros são eliminadas, mas cada um possui tarifas comerciais diferenciadas com terceiros; • União Aduaneira: é uma área de livre comércio com uma tarifa externa comum; • Mercado Comum: além da tarifa externa comum, promove também a harmonização da políKca comercial e livre circulação de serviços, capitais e pessoas; • União Monetária: Mercado Comum, e acrescentando-‐ se uma moeda comum para a harmonização da políKca monetária. Regionalismo Econômico Aberto e Fechado • O regionalismo econômico aberto é visto como uma etapa intermediária para a liberalização econômica mulKlateral e não como um fim em si mesmo. Portanto, é complementar ao regime de comércio promovido pelo GATT/OMC; • o regionalismo econômico fechado promove o protecionismo no nível regional, confrontando o regime de comércio promovido pelo GATT/OMC. Cronologia da União Europeia (UE) • 1968 – início da livre circulação de pessoas, por meio do Regulamento 1.612, de 1968. Encerra-‐se a fase transitória do mercado comum europeu; • 1985 – o Acordo de Schengen, complementado por uma Convenção de Aplicação facilitou o exercício da liberdade de circulação dos cidadãos europeus, de forma a abolir o controle nas fronteiras internas da UE e reforçar o controle nas fronteiras externas para a entrada de imigrantes, unificando a políKca de concesão de vistos; Cronologia da União Europeia (UE) • 1986 – ocorre a primeira revisãodo Tratado de Roma por meio do Ato Único Europeu, assinado em Luxemburgo, com entrada em vigor no ano de 1987. Consolida-‐se a abolição das fronteiras internas pela implementação das cinco liberdades: de bens, de trabalhadores, de serviços, de capitais e de concorrência; • 1992 – assinado o Tratado de Maastricht, entrou em vigor em 1993, cria a UE nos moldes hoje conhecidos como união econômica e monetária; Cronologia da União Europeia (UE) • 1997 – Tratado de Amsterdã, modifica o Tratado de Roma e define as insKtuições que hoje compõem a UE; • 1999 – entrou em vigor a moeda comum, o “euro”, sendo o Banco Central Europeu, com sede em Frankfurt, Alemanha, responsável pela moeda única. O euro começou a circular a parKr de 01/01/2002; • 2001 – Tratado de Nice, adaptou os Tratados de Roma e de Maastricht; Cronologia da União Europeia (UE) • 2005 – a UE tenta adotar uma ConsKtuição para o bloco (Tratado ConsKtucional). Entretanto, países como França e Holanda votaram “não” ao projeto de uma consKtuição europeia; • 2007 – a UE celebra o Tratado de Lisboa, em vigor desde dezembro de 2009. O documento de Lisboa é um tratado reformador e modificador dos tratados consKtuKvos da UE. Tratado de Roma (1957) • Entrou em vigor em janeiro de 1958; já exisKam a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), a EURATOM e a Comunidade Econômica Europeia (CEE); • Criou uma comunidade econômica que abrangia muitos setores diferente da indústria pesada ou atômica; • Liberalizou a maior parte do comércio intracomunitário e constriu uma barreira alfandegária com o resto do mundo; Fase de Consolidação e Crise (1958-‐1969) Criação dos seguintes organismos comunitários: Parlamento Europeu Conselho Comissão Europeia Tribunal Europeu de JusKça Comissão Econômica e Social Tribunal de Contas Europeu Ampliação gradual da Comunidade Europeia Reino Unido • Primeira vaga de ampliação em 1973, o Reino Unido como país de maior importância a aderir; • Livro Branco sobre adesão à Comunidade Europeia, em 1971, divergências sobre a políKca exterior comunitária. OBS: Não obstante o Tribunal Europeu de JusKça, o Reino Unido preconizava o common law. A adesão às cáusulas do Tratado de Roma também seriam voluntárias. Dinamarca, Irlanda, Inglaterra e Noruega • 1o jan de 1973: Dinamarca, Irlanda e Inglaterra (Europa dos seis passa a ser a Europa dos nove). • Noruega: contra o ingresso na Comunidade Europeia, plebiscito em set de 1972. Grécia • 1979 – Tratado de adesão da Grécia à Comunidade, quando as negociações para admissão de Portugal e Espanha já se encontravam em curso; • postura mais oKmista do que a inglesa. A Grécia estava disposta a empreender inovações estruturais e mudanças insKtucionais. A Grécia disposta a contribuir com sua marinha mercante para promover a “ideia de Europa”. PolíKca Monetária • Plano Werner: PolíKca Econômica integrada, pressuposto de uma políKca monetária comum, após um período de transição, o cerne da união políKca. • “Teoria do Coroamento”: Alemanha e Holanda, previa uma aproximação gradaKva das políKcas econômicas nacionais como pressuposto de uma políKca monetária comum. • “Teoria da LocomoKva”: França e Bélgica, taxas de câmbio deveriam fazer pressão sobre a economia. Marcos Históricos • O Ato Único Europeu foi o primeiro de uma série de muitos passos concretos na via de integração; • Em 19 de junho foi assinado em Luxemburgo o segundo Acordo Schengen – o primeiro datava de 1985 – pelo qual se concreKzou a livre circulação de pessoas mediante a supressão dos controles de idenKdades e das alfândegas nas fronteiras internas. A Alemanha, a França e os países do Benelux foram os primeiros signatários. Mais aderiram a Itália, Espanha, Portugal, Suécia, Dinamarca e Finlândia. Acordo de Schengen • Definiu as medidas que os Estados signatários Knham que adotar para a entrada em vigor das esKpulações dos tratados que se deu em 26 de março de 1995; • Além da supressão de controles fronteiriços, o acordo previa maior integração no campo da segurança interna (políKcas de migração e asilo), luta contra o crime e as drogas, cooperação em matéria de direito penal, nas invesKgações policiais e na colaboração aduaneira. Tratado de Maastricht • Assinado em 7 de fevereiro de 1992, raKficação cheia de obstáculos. Na Dinamarca o povo recusou a forma original dos Tratados de Maastricht em 2 de junho de 1992; • o povo dinamarquês o aprovou em um segundo referendo em maio de 1993; • também ocorreram problemas no referendo francês e no processo de raKficação na Câmara dos Comuns Britânicas, Tratado de Maastricht • A Alemanha foi o “úlKmo” país a raKficar o tratado, pois teve de esperar o acórdãodo Tribunal Federal ConsKtucional, publicado apenas em 12 de outubro de 1993; • o acórdão enfaKzou sobretudo a manutenção da autoridade do Parlamento Federal nos procedimentos de transferência compulsória de soberania para os organismos comunitários, previstos pelo Tratado de Maastricht. O Tratado de Maastricht foi definKvamente raKficado pelo Parlamento Federal alemão em 1o de novembro de 1993. Integração da Europa • O setor econômico com a CECA e a CEE consKtuía o cerne dos esforços de integração da Europa, setor mais evoluído para a transição ao supranacinalismo; • campos da políKca interna, externa e de segurança são controversos. Tratado de Lisboa -‐ 2007 • Na mesma linha dos Tratados de Nice e de Amsterdã, o de Lisboa também altera outros tratados, sendo que os documentos modificados conKnuam em vigor. A caracterísKca essencial é de que os textos reformados passam a ter nova redação em consonância com os objeKvos dos países membros da UE. • OBS: Na UE há a necessidade de acordo unânime entre todos os Estados-‐membros, sendo que antes da entrada em vigor de um tratado como o de Lisboa, faz-‐ se imprescindível que todos os Estados procedam à raKficação de acordo com suas normas consKtucionais. Tratado de Lisboa -‐ 2007 • UE – enKdade única, dotada de personalidade jurídica, capacidade para celebrar acordos ou parKcipar de outras organizações internacionais. Aplicação do termo “União Europeia” em lugar de Comunidade Europeia. Modificação InsKtucional da UE Implementaçãi de Reformas: -‐ Presidente; -‐ Alto Representante para os Negócios Estrangeiros e a PolíKca de Segurança (encarregado da políKca externa); -‐ -‐maior parKcipação dp Parlamento Europeu e dos parlamentares nacionais. Parlamento Europeu -‐ reformas • Novos poderes com relação à legislação e ao orçamento da UE, também com os acordos internacionais; • maior parKcipação popular, além de conKnuar elegendo diretamente os membros do Parlamento Europeu, os cidadãos podem solicitar à Comissão que apresente novas propostas políKcas para a UE, desde que esta solicitação esteja assinada por um mínimo de “um milhão de cidadãos de um número significaKvo de Estados-‐membros”. Tratado de Lisboa -‐ reformas • Reconhece expressamente o direito de saída ou reKrada do bloco; • o principal processo de decisão da UE passa a se chamar de processo legislaKvo ordinário, no qual parKcipam o Conselho e o Parlamento Europeu (codecisão); • esse sistema é aplicável para a maioria das matérias e reduz as votações por unanimidade; • a UE ganha personalidade jurídica única. RelaKvização da Soberania • Conforme disposto no art. 2º, § 7º, da Carta da Organização das Nações Unidas (ONU), nenhum disposiKvo da mesma autoriza a ONU a intervir em assuntos de jurisdição exclusiva de qualquer Estado, no entanto quem define se o assunto é de interesse interno ou de interesse internacional são os próprios órgãos da ONU; • Como raKficado na Carta de 1945, a práKca das Organizações Internacionais “Não" tem permiKdo que os Estados determinem por si mesmos os temas referentes ao seu domínio reservado. Ordem Jurídica Europeia • Os tratados europeus não mencionam expressamente o termo “supranacionalidade”. A ordem jurídica europeia é concebida como uma ordem autorreferente, muito baseada na jurisprudência do Tribunal de JusKça da União Europeia ( o Tratado do CECA, de Paris, de 1951, em seu art. 9º, implicitamente já havia introduzido essa noção). UE – “Soberania ComparKlhada” • Seu sistema políKco apresenta diferentes níveis de governança, também denominada de “governança mulKnível”; • a opção por órgãos e direitos supranacionais é por razões de finalidades e possibilidades sociais; • a essência do insKtuto encontra-‐se na transferência de parcelas soberana por parte dos Estados em benecio de um “organismo que, ao fusionar as partes recebidas, opera por cima das unidades que o compõem, na qualidade de Ktular absoluto”. UE – Estrutura Orgânica • Parlamento Europeu; • Conselho Europeu; • Conselho; • Comissão Europeia; • Tribunal de JusKça da União Europeia; • Banco Central Europeu; • Tribunal de Contas. Parlamento • Tem sede em Estrasburgo, na França, mas seu Secretariado-‐Geral se encontra em Luxemburgo e as suas comissões se reúnem em Bruxelas; • insKtuição supranacional, de caráter essencialmente políKco, que exerce, juntamente com o Conselho, a função legislaKva e a função orçamentäria. Parlamento • OBS: A definição do orçamento da UE e a produção legislaKva não são exercidas em sua plenitude, tendo em vista que o Parlamento, só em determinados casos, parKcipa no exercício do poder normaKvo e tem uma intervenção limitada na aprovação do orçamento comunitário. Diferencia-‐se do perfil de muitos parlamentos nacionais, pois nestes as aKvidades legislaKvas e orçamentárias são,normalmente atribuídas sem restrições aos respecKvos LegislaKvos. Parlamento • Exerce funções de controle políKco, ou de supervisão e de consulta. Cabe-‐lhe também eleger o presidente da Comissão Europeia; • sua composição é o mais democráKca possível, é composto por representantes dos cidadãos europeus, eleitos por sufrágio universal, direto, livre e secreto, para exercerem mandato de cinco anos e gozam de imunidade parlamentar; Parlamento • é a única insKtuição que possui o sistema de eleições diretas; • Antes do Tratado de Lisboa de 2007, possuía 732 eurodeputados, com sua entrada em vigor passa a ter no máximo 750. Parlamento • Os cidadãos escolhem os eurodeputados que terão assento, NÃO em delegações nacionais, MAS em “Grupos Parlamentares Transnacionais” (representantes das grandes correntes de pensamentos políKcos existentes no conKnente); Disponível em: http://www.jornalacores9.net/wp-content/uploads/2013/02/Parlamento- Europeu.jpg Disponível em: http://www.cienciahoje.pt/files/23/23676.jpg Conselho Europeu ou Conselho da UE • Órgão Supremo da União Europeia, consKtuído pela reunião dos Chefes de Governo ou Chefes de Estado dos membros, assisKdos pelos Ministros das Relações Exteriores; • define as orientações e prioridades políKcas gerais; • não exerce função legislaKva e se reúne duas vezes por semestre, por convocação de seu presidente Conselho Europeu ou Conselho da UE • O Conselho é o principal órgão legisla/vo e execu/vo da UE; • exerce, juntamente com o Parlamento Europeu, a função legislaKva e a função orçamentária; • define as políKcas da UE e desenvolve aKvidades de coordenação do bloco, deliberando, via de regra, por maioria qualificada; • composto por um representante de cada Estado-‐membro em nível ministerial, com poderes para vincular o governo do respecKvo Estado e exercer o direito de voto. https://maiseuropaalargamento.files.wordpress.com/2013/02/conselho-europeu-mesa1.jpg http://www.europarl.europa.eu/aboutparliament/img/photo/supervisorypowers/ sp_councilofeu_pt.jpg Conselho da Europa (diferente) • O Conselho da Europa é uma organização internacional, com personalidade jurídica própria, que foi criado em 5 de maio de 1949. É a mais anKga insKtuição europeia em funcionamento. Não é um órgão da UE, não obstante suas aKvidades abarquem 47 Estados da Europa, inclusive os 27 integrantes da União. Seus principais objeKvos são a defesa dos direitos humanos, o desenvolvimento democráKco e a estabilidade políKco-‐social no conKnente europeu. No âmbito do Conselho da Europa encontram-‐se a Convenção Europeia dos Direitos Humanos e o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. A sede do Conselho é em Estrasburgo na França. DisponíVel em: http://www.computerworld.com.pt/media/2011/09/conselho_europeu.jpg Disponível em: http://www.computerworld.com.pt/media/2011/12/Conselho-da-europa.jpg Comissão Europeia • Tem como função promover o interesse geral da UE, deve velar pela aplicação dos tratados, bem como das medidas adotadas pelas demais insKtuições; • espécie de governo da UE; • executa o orçamento e gere os programas definidos pelo bloco, exerce funções de coordenação, de execução e de gestão; • iniciaKva da programação anual e plurianual da UE com o intuito de obter acordos interinsKtucionais; Comissão Europeia • Com exceção da políKca externa e de segurança comum e dos demais casos previstos nos tratados, a Comissão assegura a representação externa da União; • semelhante ao papel desempenhado pelo Parlamento Europeu, a Comissão exerce aKvidade “consulKva”, pois pode formular recomendações ou pareceres sobre a matéria objeto dos tratados; • exerce suas reponsabilidades com total independência, não podendo seus membros solicitar e, muito menos, aceitar instruções de nenhum governo, insKtuição, órgão ou organismo. Disponível em: http://www.portugues.rfi.fr/sites/portugues.filesrfi/imagecache/rfi_43_la rge/sites/images.rfi.fr/files/aef_image/2068701270_04bfa39cfa_b.jpg Tribunal de JusKça da União Europeia • Competência jurisdicional para as questões de Direito Comunitário. Cabe ao mesmo garanKr o respeito ao direito de interpretação e aplicação dos tratados europeus, tratando-‐se do órgão jurisdicional supranacional do sistema judicial de solução de controvérsias da UE; • o TJUE é composto por um juiz de cada Estado-‐ membro, bem como os advogados-‐gerais que dão assistência ao Tribunal, são escolhidos de comum acordo pelos governos dos Estados; Tribunal de JusKça da União Europeia Competência: • fiscalizar a legalidade dos atos adotados em conjunto pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho, dos atos do Conselho, da Comissão e do Banco Central Europeu, que não sejam recomendações ou pareceres, e dos atos do Parlamento Europeu desKnados a produzir efeitos jurídicos em relação a terceiros; Tribunal de JusKça da União Europeia Competência: • conhecer dos recursos com fundamento em incompetência, violação de formalidades essenciais, violação do Tratado da UE ou de qualquer norma jurídica relaKva à sua aplicação, ou em desvio do poder,interposto por um Estado-‐membro, pelo Conselho ou pela Comissão; • o TJUE tem ainda competência nas mesmas condições, para conhecer dos recursos interpostos pelo Parlamento Europeu, pelo Tribunal de Contas e pelo Banco Central Europeu com o escopo de salvaguardar as respecKvas prerrogaKvas. Tribunal de JusKça da União Europeia (não possui competência) • Embora com vasto campo para decidir, o TJUE não tem competência para exarar decisões em algumas áreas, sendo que “não” possui competência no referente às disposições relaKvas à políKca externa e de segurança comum, tampouco no que tange aos atos adotados com base nessas disposições; • não ostenta competência para fiscalizar a validade ou a proporcionalidade de operações efetuadas pelos serviços de polícia ou outros serviços responsáveis pela aplicação da lei num Estado-‐membro, nem para decidir sobre os exercícios de responsabilidades que incumbem aos Estados-‐parte em matéria de ordem pública e de garanKa de segurança interna. Tribunal de JusKça da União Europeia • O TJUE Não pode ser considerado uma instância recursal para os tribunais nacionais dos Estados-‐ membros, não lhe cabe reformar decisões desses tribunais, MESMO EM MATÉRIA DE DIREITO COMUNITÁRIO! Entretanto, o TJUE pode ser acionado pelos órgãos jurisdicionais nacionais, a tulo prejudicial (REENVIO PREJUDICIAL), para que se manifeste sobre a interpretação do Direito da UE ou sobre a validade dos atos adotados pelas insKtuições. Tribunal de JusKça da União Europeia • Os acordãos do TJUE são vinculantes e devem ser cumpridos pelos Estados-‐membros. Se verificado que um Estado não cumpriu qualquer das obrigações que lhe incumbem por força dos tratados, ele deve tomar as medidas necessárias à execução. Se a Comissão considerar que o Estado em causa não tomou as medidas tendentes à execução da decisão, pode submeter o caso novamente ao tribunal, após ter dado ao Estado a possibilidade de apresentar as suas observações (uma espécie de defesa). Se o Tribunal declarar verificado que o ente em causa não deu cumprimento ao seu acórdão, pode condená-‐lo ao pagamento de uma quanKa fixa ou progressiva correspondente a uma sanção pecuniária. Disponível em: http://adbr001cdn.archdaily.net/wp-content/uploads/ 2012/06/1339391468_1333923197_cje_0902_int_gf_12.jpg Disponível em http://www.jornaldamadeira.pt/sites/default/files/imagecache/400xY/ tribunal_europeu_justica_1_0.jpg Tribunal Geral • O Tribunal Geral também conhecido como Tribunal de Primeira Instância ( a ser chamado somente de “Tribunal” com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa é competente para conhecer em primeira instância, de recursos que especifica; • as decisões proferidas pelo Tribunal Geral podem ser objeto de recurso para o Tribunal de JusKça da UE, limitado aos temas do direito; • o Tribunal de 1o instância é competente para conhecer dos recursos interpostos contra as decisões dos tribunais especializados. Tribunal especializado • O Parlamento Europeu e o Conselho, deliberando em conjunto, podem criar tribunais especializados, adstritos ao Tribunal Geral; • cabe a tais cortes conhecer em primeira instância, de certas categorias de recursos em matérias específicas, por isso são chamados de “especializados”; • as decisões dos tribunais especializados podem ser objeto de recurso para o Tribunal Geral, limitados às questões de direito ou, quando esKver previsto no regulamento que cria o tribunal especializado, que incida também sobre algumas questões de fato. Banco Central Europeu (BCE) • Criado em 30 de junho de 1998, entrou em funcionamento em 1o de janeiro de 1999, com sede em Frankfurt, na Alemanha; • trata-‐se de órgão supranacional, dotado de personalidade jurídica própria e com atribuições para a execução das políKcas econômica e monetária da União, compete-‐lhe gerir o “euro” emiKndo as notas para circulação; • a insKtuição é governada por um Conselho, por uma Comissão ExecuKva e por um Conselho Geral, adotando, no exercício de suas atribuições, regulamentos e decisões. Tribunal de Contas • Composto por um representante de cada Estado-‐ membro, sendo nomeado por um período de seis anos; • criado pelo Tratado de Bruxelas em 22 de julho de 1975, desempenha controle eficiente sobre a gestão financeira e orçamentária; • suas funções são verificar a legalidade e a regularidade das receitas e despesas da UE e garanKr uma boa gestão financeira. A fiscalização é feita com base em documentos e in loco nas instalações de outras insKtuições da União; • tem sua sede em Luxemburgo. Órgãos da UE • OBS: Os Tratados de Paris e de Roma insKtuíram no quadro comunitário sistemas de controle. Ao Parlamento Europeu coube o sistema de controle políKco, ao Tribunal de JusKça da UE ficou desKnado o controle judicial, já o sistema de controle financeiro ficou assentado nas competências do presente Tribunal de Contas. Órgãos denatureza consulKva: • 1) Comitê Econômico e Social (CES) – sediado em Bruxelas, cabe a ele assisKr ao Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão. O Comitê será consultado pelo Parlamento Europeu, pelo Conselho ou pela Comissão, nos casos previstos nos tratados, podendo igualmente ser consultado por essas insKtuições sempre que o considerem oportuno (juízo de conveniência e oportunidade), os membros do CES não estão vinculados a quaisquer instruções e exercem suas funções com total independência, em conformidade com o interesse geral da UE; Órgãos de natureza consulKva (cont.) • 2) Comitê das Regiões – instalado em 1994, permite a expressão do poder local e regional da UE. Os tratados europeus obrigam a Comissão e o Conselho a consultarem o Comitê das Regiões sempre que são feitas novas propostas em domínios com repercussões no plano regional ou local. O mecanismo instala uma forma de consulta obrigatória. OBS -‐ Outros Órgãos: Agência Europeia de Medicamentos; Agência Europeia de Produtos Químicos; Agência Comunitária de Controle das Pescas; Agência Europeia de Segurança MaríKma; Serviço Europeu de Polícia; entre outros… Banco Europeu de InvesKmentos • InsKtuição com personalidade jurídica, sediada em Luxemburgo, “sem fins lucraKvos”, desKnada a favorecer os objeKvos da União Europeia, fornece invesKmento a longo prazo em favor de invesKmentos viáveis; • seus membros são os países que compõem o bloco europeu; • atua recorrendo ao mercado de capitais e uKlizando seus próprios recursos para o desenvolvimento harmonioso do mercado interno da União. Provedor de JusKça Europeu • O Provedor de JusKça Europeu é eleito pelo Parlamento, sendo competente para receber queixas de qualquer cidadão da União, ou qualquer pessoa singular ou coleKva com residência ou sede estatutária em um Estado-‐ membro; • recebe queixas sobre a má administração na atuação das insKtuições, órgãos ou organismos da UE. Exceção: Tribunal de JusKça da União Europeia no exercício de suas funções jurisdicionais; • sua aKvidade não é jurisdicional, mas sim administraKva e invesKgaKva, atuando como um gardião da boa administração e integridade do quadro insKtucional da UE. Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a PolíKca de Segurança • Espécie de Ministro das Relações Exteriores (ou Chanceler), tratando-‐se de um cargo; • ao Alto Representante cabe a condução da políKca externa e de segurança comum da UE; • assegura a coerência da ação externa da UE, dando maior unidade ao bloco.
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