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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS 
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE ______ 
 
 
 1
 
Processo n° ______ 
Natureza: Ação penal 
Autor: Ministério Público do Estado de Goiás 
Denunciado: ______ 
Delito: Arts. 213, c/c 224, “a”, e 71, do CP 
 
 
 
 
ALEGAÇÕES FINAIS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
 
 
 
Meritíssimo Juiz; 
 
 
 
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, nos 
autos do processo-crime em epígrafe, vem apresentar, na forma da lei, suas 
ALEGAÇÕES FINAIS, fazendo-o sob os fundamentos fáticos e jurídicos que 
passa a expor. 
 
I – DO RELATÓRIO. 
 
O Ministério Público ofereceu denúncia em face de 
______, qualificado à folha 02, atribuindo-lhe a autoria da infração penal 
tipificada no artigo 213, combinado com o artigo 224, alínea “a”, na forma do 
artigo 71, todos do Código Penal, com incidência da causa de aumento de pena 
prevista no artigo 9° da Lei n° 8.072/90. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS 
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE ______ 
 
 
 2
 
A denúncia narra, em síntese, que por reiteradas vezes, 
entre o início de 2004 até meados de julho do mesmo ano, no interior da 
residência situada na Avenida Dr. Neto, quadra 05, lote 48-A, n° 1.632, Setor 
Por do Sol, nesta Cidade, e também em um local não identificado na cidade de 
Goiânia-GO, o denunciado, mediante violência presumida, constrangeu a 
vítima ______, nascida no dia 09 de outubro de 1990, filha de sua ex-
companheira, à conjunção carnal, fato atestado em laudo de exame pericial. 
 
A peça vestibular foi recebida no dia 20 de outubro de 
2005 (fl. 41). 
 
Regularmente citado, o denunciado foi interrogado (fls. 
47/49), oferecendo, por intermédio de defensor nomeado, a defesa prévia de 
folhas 51/53. 
 
Na fase instrutória foram ouvidas a vítima (fl. 68), uma 
testemunha arrolada na denúncia (fl. 75) e duas arroladas na defesa prévia (fls. 
80/81). 
 
As partes manifestaram-se na fase de diligências às 
folhas 83 e 86, ocasião em que o Ministério Público protestou pela juntada da 
certidão de antecedentes do denunciado e o defensor nomeado nada requereu. 
 
Vieram os autos com vista para o oferecimento das 
alegações finais. 
 
É o relatório. 
 
II – DA REGULARIDADE DO FEITO. 
 
De início, calha ressaltar a presença dos pressupostos 
processuais e das condições da ação penal. Verifica-se, através do compulsar 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS 
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE ______ 
 
 
 3
 
dos autos, que o feito percorreu regularmente os trâmites legais, inexistindo 
vícios a serem sanados. 
III – DO MÉRITO. 
 
A ação deve ser julgada procedente. 
 
A prova nos autos é clara tanto em relação à 
materialidade como no tocante à autoria, dando conta de que o denunciado 
______, por reiteradas vezes, mediante violência presumida, constrangeu 
______, que contava com apenas 13 (treze) anos de idade, à conjunção carnal, 
conforme narra a denúncia. 
 
A materialidade da ação delituosa conforta-se no 
documento acostado à folha 14 e no Laudo de Exame de Corpo de Delito – 
Conjunção Carnal de folhas 35/37. 
 
A autoria, por seu turno, emerge da própria confissão 
do denunciado, efetuada de forma livre e espontânea, em juízo (fls. 47/49) e na 
fase investigativa (fls. 17/18), vejamos: 
 
“ ...” 
 
 
 
Não bastasse a confissão do denunciado, a vítima 
______ declarou em juízo: 
 
“ ...”(fl. 68). (grifei). 
 
______, avó da vítima, acrescentou: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS 
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE ______ 
 
 
 4
 
“Que por ouvir dizer o constrangimento exercido contra 
sua neta ______ efetivamente ocorreu por parte de 
______, que na época era amásio de sua filha 
______;...Que pela idade e perfil psicológico de 
______, é bem possível que o acusado exerceu sobre 
ela influência decisiva para a ocorrência do fato 
denunciado...” (fl. 75). (grifei). 
 
Em casos dessa natureza, os Tribunais Pátrios, 
inclusive o Pretório Excelso, orientam: 
 
STF: “As confissões judiciais ou extrajudiciais valem pela 
sinceridade com que são feitas ou verdade nelas 
contidas, desde que corroboradas por outros elementos 
de prova inclusive circunstanciais”. (RTJ 88/371). 
 
TACRSP: “A confissão, já chamada rainha das provas, é 
peça valiosa na formação do convencimento judicial. Toda 
vez que surgir de maneira espontânea, traduzindo a 
assunção da responsabilidade e afastada a mais remota 
hipótese de auto-imputação falsa, constitui elemento 
valioso para justificar a condenação”. (RJDTACRIM 
40/221). 
 
E ainda: 
 
STF: “O consentimento da ofendida, menor de 14 anos, 
para a conjunção carnal não elide a presunção de 
violência, para a caracterização do estupro (arts. 213 e 
224, a, do CP). Precedentes” (RT 646/364). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS 
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE ______ 
 
 
 5
 
TJGO: "ESTUPRO. VIOLÊNCIA PRESUMIDA. - Tratando-
se de vítima menor de 14 anos, a violência é presumida. - 
Configurado o estupro, não pode o julgador absolver o 
acusado a pretexto de inexistência de crime por 
consentimento válido a fundamento de que, dada a 
liberalidade dos meios de comunicação, a vítima possui 
experiência e conhecimentos sexuais, sob pena de 
substituir a função precípua do legislador. Apelação 
provida " (Segunda Câmara Criminal – Rel. Des. João 
Canedo Machado – DJ n. 12168, p. 10). 
 
TJGO: "Apelação Criminal. Estupro. Violência presumida. 
Consentimento da vítima. 1 - Considerando que a vítima 
tinha um comportamento normal para sua idade - treze 
anos - ainda que consentidas as relações sexuais, não 
restou desfigurada a violência presumida, em função de 
sua imaturidade para decidir acerca de sua liberdade 
sexual. O entendimento pretoriano aduz que 'o 
consentimento da ofendida e sua experiência sexual 
anterior não desconstituem a tipicidade de tal fato 
criminoso' (RTJ 68/375).2 - Se o estupro, em sua forma 
simples, é crime hediondo, também o é aquele praticado 
contra menor de quatorze anos, alienada mental, ou 
pessoa que, por qualquer outra causa, não possa oferecer 
resistência (art. 224, alíneas 'a', 'b' e 'c', do Código Penal). 
Apelo conhecido e improvido. Pena reduzida " (Primeira 
Câmara Criminal – Rel. Des. Joaquim Henrique de Sá - 
DJ n 12920 de 30/10/1998 p 23). 
 
Verifica-se, assim, que todas as provas convergem para 
a autoria e culpabilidade do denunciado, autorizando a formação segura de um 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS 
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE ______ 
 
 
 6
 
juízo de convencimento de sua responsabilidade criminal com relação ao delito 
em apuração. 
 
Registre-se, no entanto, a necessidade, a despeito do 
imputado na denúncia, de afastamento da causa de aumento de pena prevista 
no artigo 9° da Lei n° 8.072/90, haja vista que da violência não resultou lesão 
grave ou morte (JSTF 212/346). 
 
IV – DO PEDIDO. 
 
Ante o exposto e considerando a inexistência de 
qualquer causa que exclua a ilicitude do fato em comento ou que isente o réu 
de pena, o MINISTÉRIO PÚBLICO requer a condenação do denunciado 
______ nas sanções do artigo 213, combinado com o artigo 224, alínea 
“a”, na forma do artigo 71, todos do Código Penal. 
 
Requer, ainda, seja determinada na sentença a 
comunicação da condenação, após o trânsito em julgado, ao cartório 
eleitoral da zona em que esteja inscrito o condenado, ou ao Tribunal 
RegionalEleitoral, se esta não for conhecida, para o fim de suspensão de 
direitos políticos a que alude o artigo 15, inciso III, da Constituição 
Federal. 
 
______, 29 de setembro de 2006. 
 
 
Promotor de Justiça

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