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Histologia - TECIDO EPITELIAL pt.2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE- DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA
Profa.Dra.Ivana Beatrice Manica da Cruz
CAPÍTULO 2
 TECIDO EPITELIAL
2.1 Células epiteliais: funções
Os epitélios são tecidos que basicamente protegem o meio interno corporal e regulam as trocas que ocorrem entre o interior do corpo e o ambiente que o rodeia. Portanto, dizemos que os epitélios são basicamente tecidos de revestimento e proteção corporal que recobrem a parte externa do corpo e também as cavidades internas, os órgãos e canais internos. 
As principais funções dos tecidos epiteliais são: 
Os epitélios desempenham inúmeras funções como:
- revestimento das superfícies corporais (externas e internas). Ex. pele
- absorção de moléculas pelo organismo. Ex. células intestinais
- secreção de substâncias. Ex. glândulas corporais
- percepção de estímulos. Ex. neuroepitélio olfatório e gustativo
- contração. Ex. células mioepiteliais
2.2 Características gerais cito-histológicas dos epitélios
	O tecido epitelial possui:
		- células justapostas
		- ausência ou muito pouca quantidade de matriz extracelular
		- células apoiadas á uma estrutura não-celular denominada membrana basal
		- não possui vasos sangüíneos (avascularizados)
- não possuem inervação, exceto terminações nervosas (receptores sensoriais) que captam estímulos
- se regenera facilmente
Tipicamente o tecido epitelial é composto por uma fina camada de matriz extracelular que separa este tecido do tecido que vem logo abaixo dele. Esta camada de matriz extracelular é conhecida como lâmina basal. A lâmina basal é sintetizada pelas células epiteliais e é composta por uma rede de filamentos protéicos finos que possui glicoproteínas interligadas.. A principal molécula presente na lâmina basal é o colágeno do tipo IV, uma proteína denominada laminina e moléculas proteoglicanas. A lâmina basal é uma estrutura que só pode ser observada em nível de microscopia eletrônica. A associação da lâmina basal com fibras reticulares forma uma estrutura conhecida como membrana basal. Ligados a estes filamentos existem junções celulares que ligam as células epiteliais umas as outras. Se o epitélio é impermeável predomina as junções oclusivas, entretanto se o epitélio é permeável predominam as junções de adesão e junções comunicantes. Geralmente as células epiteliais têm uma forma poliédrica e são justapostas existindo pouca quantidade de matriz extracelular e estão associadas ao tecido conjuntivo. A Figura 1 apresenta um esquema sintético relacionado a estrutura básica do tecido epitelial enquanto a Tabela 1 apresenta uma síntese geral das características cito-histológicas do tecido epitelial. 
Figura 1 Esquema geral da lâmina basal associada ao tecido epitelial. 
Tabela 1 Síntese das principais características cito-histológicas dos tecidos epiteliais
	Características citiológicas
	Os epitélios são constituídos por células justapostas poliédricas
	Quantidade de matriz extracelular
	Pouca quantidade
Células epiteliais se aderem umas as outras através de junções celulares que variam conforme o tipo de epitélio.
	Associação com o tecido conjuntivo
	Praticamente todas as células epiteliais estão apoiadas sobre o tecido conjuntivo
	Outras características
	Os epitélios que revestem a cavidade dos órgãos ocos são denominados lâmina própria
	
	Lâmina basal
	Na superfície de contato entre as células epiteliais e do tecido conjuntivo existe uma estrutura denominada lâmina basal. Esta estrutura é somente visível através de microscopia eletrônica
	
	
	Componentes
	Secretados pelos tecidos que estão em contato com o tecido conjuntivo. Neste caso, tecido epitelial. Principais componentes: colágeno do tipo IV, glicoproteínas (laminina).
	
	
	Fixação
	A lâmina basal se prende ao tecido conjuntivo por meio de fibrilas de ancoragem constituídas por colágeno do tipo VII
	
	Membrana basal
	Estrutura visível em microscopia ótica. Formada pela fusão de duas lâminas basais. 
	
	Junções
	Os principais tipos de junções que são observadas no tecido epitelial são: junções de adesão, impermeáveis (zônulas de oclusão), junções comunicantes (gap) e desmossomos.
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2.3 Tipos Estruturais de Epitélio: Epitélio de Revestimento
Em termos histológicos o tecido epitelial é dividido em dois grandes grupos: epitélio de revestimento e epitélio glandular. Inicialmente estudaremos os epitélios de revestimento.
Ocorrência: revestem todas as superfícies e cavidades corporais internas. Exemplo: traquéia, cavidade gastrointestinal, útero, etc.
Funções: revestimento, proteção, absorção e condução de substâncias
Estrutura: possui uma membrana basal formada por duas camadas de lâmina basal que une o tecido epitelial com o tecido conjuntivo vizinho. Isto porque quase todos os tipos de tecido epitelial de revestimento estão em contato com o tecido conjuntivo.
Substância intersticial ou matriz extracelular: como já foi anteriormente dito o tecido epitelial praticamente não possui matriz extracelular. No caso, as células epiteliais são revestidas por uma camada muito fina de glicoproteínas que se chama GLICOCÁLIX. Estudos sugerem que estas glicoproteínas fazem parte de processos celulares importantes como pinocitose e adesão celular. 
Coesão entre as células epiteliais: apesar de não haver uma matriz extracelular bem caracterizada as células epiteliais apresentam uma intensa adesão entre elas sendo necessária uma força mecânica relativamente grande para separá-las. Esta coesão é dependente do tipo de tecido epitelial, mas geralmente é maior no tecido epitelial que forma a pele. Tal coesão é uma propriedade associada ao glicocálix. Parece que a presença de íons cálcio é importante para a manutenção da coesão destas células. Além disto, a adesão é reforçada pela presença de junções celulares, em especial, desmossomos. 
Forma das células: as dimensões e as formas das células epiteliais é bem variada. Geralmente podem ser classificadas nos seguintes tipos: pavimentosas (achatadas), colunares (cilíndricas) e cuboidais.
Camadas celulares: o epitélio pode ser subdividido em dois tipos epitélio simples se for constituído por uma única camada de células e epitélio estratificado se existirem mais de uma camada de células. Existe um tipo especial de epitélio denominado de epitélio pseudo-estratificado porque ainda que sejam formadas por uma única camada de células assentada na membrana basal, as mesmas apresentam células com núcleos dispostos em várias alturas dentro do citoplasma dando a impressão de que existe mais de uma camada celular. Outro tipo de epitélio especial é o denominado epitélio de transição. Este epitélio tem a capacidade de mudar o formato das suas células de colunares para achatadas o que permite a distensão do tecido sem que haja dano às células. 
Regeneração: as células epiteliais geralmente tem um tempo de vida relativamente curto. Por este motivo este tecido está em constante renovação possuindo uma atividade mitótica contínua. A velocidade com que o tecido epitelial se renova é diversificada podendo ser muito rápida ou mais lenta conforme o caso. Por exemplo, o epitélio que reveste os intestinos se renova a cada 02-03 dias, Já o tecido que forma as glândulas salivares e as glândulas do pâncreas levam cerca de dois meses para se renovarem. Nos tecidos epiteliais estratificados como presentes na pele e pseudo-estratificados como o presente na traquéia são constantemente renovados através de uma camada interna de células-tronco situadas junto a lâmina basal. 
2.4 Epitélios de Revestimento
	Os principais tipos de epitélio de revestimento com suas principais características são apresentados na Tabela 2. 
Tabela 2 Principais tipos de epitélio de revestimento
	Epitélio simples:
	Com uma única camada de células
	
	Forma das células: existem três tipos de formatos celulares: pavimentoso (achatado), cúbico e prismático ou colunar. O núcleodas células é localizado no centro, é esférico ou oval.
Tipos de tecidos: simples e estratificado
Epitélio pavimentoso simples - uma única camada.
Função: movimento de vísceras, transporte ativo, secreção de moléculas.
Exemplos: revestimento dos vasos sanguíneos (endotélio), revestimento da cavidade pericárdica, pleural e peritoneal (mesotélio).
Epitélio cúbico simples –uma única camada
Função: revestimento e secreção.
Exemplos: revestimento externo do ovário, dos ductos de glândulas, dos folículos da tireóide.
	Epitélio Estratificado
	- Epitélio com duas ou mais camadas celulares. Forma das células: (1) epitélio pavimentoso queratinizado (seco); (2) epitélio pavimentoso não-queratinizado; (3) cúbico; (4) de transição; (5) prismático ou colunar.
	
	Epitélio pavimentoso estratificado – função de proteção, prevenção de perda de água, secreção, distensibilidade. Exemplos: queratinizado seco epiderme (pele); não-queratinizado: boca, ureteres, canal anal; cúbico: folículos ovarianos,etc.
	Epitélio pseudo-estratificado
	– embora seja formado de uma única camada celular que está em contato com a lâmina basal, os núcleos das células se dispõe em diferentes alturas criando a impressão que existe mais que uma camada celular. Exemplo: epitélio ciliado que reveste as vias respiratórias.
	Epitélio de transição
	– epitélio cuja camada mais superficial é formada por células globosas que não são nem pavimentosas e nem cúbicas. A forma das células muda de acordo com o grau de distensão do tecido. Exemplo: bexiga, quanto mais cheia de urina as células epiteliais ficam mais achatadas.
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Especializações presentes na membrana apical: a parte da célula epitelial oposta a que está ligada a lâmina basal pode apresentar especializações funcionais importantes. Entre estas podemos citar:
Micróvilos- estrutura formada por milhares de evaginações da membrana que tem uma forma similar a dedos. Estas estruturas aumentam muito a área de superfície celular favorecendo as trocas e absorção de substâncias. Estão presentes, por exemplo, no epitélio intestinal e dos rins.
Cílios e Flagelos – estruturas com motilidade também podem estar presentes em certos epitélios. Os cílios são estruturas móveis em grande quantidade. O seu movimento é coordenado provocando uma corrente de fluído em uma única direção. São importantes para a função de diversos órgãos como na traquéia. Nos mamíferos, incluindo o ser humano, somente os gametas masculinos (espermatozóides) são flagelados.
Estereocílios – são constituídos por longos micróvilos sendo encontrados na região apical das células de revestimento do epidídimo, no sistema reprodutivo masculino.
Entretanto, alguns autores subdividem o tecido epitelial segundo sua principal função. Este tipo de divisão é útil principalmente em fisiologia. Considerando esta subdivisão existem cinco tipos funcionais de tecidos epiteliais no organismo humano e que são abaixo caracterizados:
Epitélio de Troca: este tipo de epitélio é formado por células muito finas e achatadas que permitem que gases (CO2 e O2) passem através das células. Este é o caso dos epitélios que revestem os vasos sangüíneos. Geralmente são formados por uma única camada de células achatadas, pavimentosas (endotélio) – tecido epitelial pavimentoso simples. 
Epitélio de transporte: este tipo de epitélio regula ativa e seletivamente as trocas de material não gasoso como os íons e os nutrientes entre o meio interno e externo. Este é o tipo de epitélio que encontramos na cavidade do sistema gastrointestinal e nos rins. O epitélio de transporte possui características estruturais importantes. As células são mais espessas que o epitélio de troca atuando como barreira ou como porta de entrada de algumas substâncias. As células do epitélio de transporte costumam ter forma cuboidal ou colunar. No epitélio de transporte a parte da célula que está em contato com o meio externo (lúmen) possui projeções citoplasmáticas (microvilosidades) que aumentam a área de superfície de absorção. Chamamos a membrana celular que está voltada para o lúmen de membrana apical. A membrana plasmática da parte da célula que está voltada para o líquido extracelular do corpo é conhecida como membrana basolateral. Geralmente as células do epitélio de transporte estão firmemente unidas por junções de oclusão isto significa que o conteúdo que se move para dentro do corpo obrigatoriamente tem que passar pelo interior da célula e não pelos espaços intercelulares. As maiorias dos epitélios de transporte possuem grande quantidade de mitocôndrias já que existe necessidade de muita energia para realizar movimentos de moléculas através da membrana plasmática tanto para entrar para o interior da célula quanto para sair. Geralmente o epitélio de transporte é do tipo epitelial cuboidal simples ou epitelial colunar simples. (Figura 2)
Figura 2 Esquema geral de um epitélio de troca mostrando a denominação da membrana plasmática caso ela esteja voltada para o lúmen do órgão que o tecido recobre (membrana apical) ou para a parte interior do organismo (membrana basolateral). O epitélio de troca é um tecido comum nos intestinos e nos rins. As células geralmente são ligadas umas as outras por junções oclusivas o que impede a passagem de material de fora do organismo para o seu interior no espaço intercelular. Estas junções formam uma barreira tornando o epitélio impermeável e todas as substâncias para entrarem no organismo devem entrar nas células e serem expelidas para o líquido extracelular onde podem ser capturadas e transportadas pelos vasos sangüíneos ou linfáticos. 
Epitélio ciliado: este epitélio também reveste órgãos ocos possuindo cílios voltados para o lúmen dos mesmos. Este tipo de epitélio é encontrado nas vias aéreas do sistema respiratório e parte do trato reprodutivo. Os cílios batem de modo coordenado e rítmico o que faz com fluídos sejam movimentados através da superfície do tecido. Ou seja, este tipo de epitélio serve como meio de locomoção de substâncias (como o muco) ou mesmo células dentro de alguns órgãos corporais. Geralmente o epitélio ciliado é do tipo epitélio simples colunar ciliado como pode ser visto nas tubas uterinas.
Epitélio protetor: este tipo de epitélio tem como função principal impedir qualquer tipo de troca entre os meios interno e externo com o objetivo de prevenir a desidratação corporal e também atuar como uma barreira contra a entrada de microorganismos. A epiderme que forma a pele, os tecidos que revestem a boca, faringe, esôfago, uretra e vagina são todos considerados epitélios de proteção. O tipo de tecido do epitélio protetor geralmente é tecido epitelial pavimentoso estratificado. As camadas celulares mais próximas da superfície podem ser queratinizadas, ou seja, as células apresentam-se mortas e com grande depósito de uma proteína denominada queratina que cria uma barreira a perda de água ou contato com as células vivas que estão nas camadas mais profundas ou podem ser não-queratinizadas apresentando no tecido células que secretam grande quantidade de muco e criam assim uma barreira química que previne lesões no tecido como ocorre na cavidade oral e vaginal. Denominamos mucosa o conjunto constituído de epitélio e tecido conjuntivo que reveste as ditas cavidades úmidas. O tecido conjuntivo das mucosas também é denominado de lâmina própria. 
Epitélio secretor: este epitélio é composto por células que têm a capacidade de produzir substâncias que são liberadas para fora das mesmas por um processo conhecido como secreção. As células secretoras são denominadas glândulas e podem tanto estarem dispersas no meio de outras células de tecido epitelial quanto podem constituir agrupamentos multicelulares. As especificidades do tecido epitelial glandular serão tratadas mais adiante.
	
Tecido Epitelial e Saúde
Metaplasia:em determinadas condições patológicas certas células podem sofrer alterações originando um tecido diferenciado. Este processo denomina-se metaplasia.Esta alteração é considerada irreversível. Exemplo: o epitélio pseudoestratificado que reveste a traquéia e os brônquios em fumantes crônicos pode ser substituído por epitélio estratificado pavimentoso. Em certos casos de carência da vitamina A o epitélio dos brônquios, bexiga e vários órgãos podem apresentar substituição de tecido epitelial estratificado mucoso para epitélio estratificado queratinizado. A metaplasia não é uma condição que acontece apenas no tecido epitelial pode ocorrer em outros tecidos. 
2.5 Epitélios Glandulares
Os epitélios glandulares são constituídos por células especializadas que podem sintetizar,armazenar e secretar moléculas como proteínas (ex. pâncreas), lipídios (ex. adrenal e glândulas sebáceas), carboidratos complexos e proteínas (ex. glândulas sudoríparas, leite pelas glândulas mamárias). As moléculas produzidas pelas glândulas são armazenadas sob a forma de grânulos de secreção. 
As glândulas se originam a partir de epitélios de revestimento cujas células se proliferam e migram para o tecido conjuntivo onde sofrem diferenciação e se transformam em glândulas específicas. Este processo geralmente acontece durante a embriogênese. 
Classificação e caracterização das glândulas
Quanto ao número de células – as glândulas podem ser unicelulares ou pluricelulares. Um exemplo de glândulas unicelulares são as glândulas caliciformes que estão presentes no intestino delgado e no trato respiratório. Um exemplo de glândulas multicelulares são as glândulas mamárias.
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Quanto à localização da secreção: as glândulas podem ser exócrinas ou endócrinas. 
Exócrinas – mantêm uma conexão com o epitélio que deu origem a ela (Figura 3). Esta conexão é formada por ductos tubulares por onde as secreções são eliminadas. Assim, as glândulas exócrinas possuem uma porção secretora que produzem compostos e uma porção transportadora que leva para fora da glândula os seus produtos. Existem dois tipos de glândulas enxócrinas: (1) Glândulas exócrinas simples: que possuem um único ducto. Este ducto pode ainda ser simples ou ramificado. Exemplos: glândulas sudoríparas, gástricas, duodenais, intestinais. Dependendo da forma da porção secretora as glândulas exócrinas simples podem ser: tubulares, tubulares enoveladas, tubulares ramificadas ou acinosas (porção secretora esférica ou arredondada). (2) Glândulas exócrinas compostas: possuem mais de um ducto. Estas podem ser tubulares e túbulo-acinosas. As glândulas túbulo-acinosas possuem longos canais ramificados e na extremidade de cada canal existe um acino que é a região secretora da glândula. Exemplos: glândulas submaxilares e sublinguais (salivares), lacrimais, e porção exócrina do pâncreas. Existem dois tipos de secreção das glândulas exócrinas: serosa e mucosa. A secreção serosa é uma solução aquosa que pode conter enzimas. Exemplo de glândulas exócrinas que produzem secreção serosa inclui glândulas lacrimais, suor e enzimas digestivas. Em termos citohistológicos as células serosas apresentam núcleo arredondado e claro, números grânulos de secreção acidófilos (rosados) e visíveis na parte apical da célula. A secreção mucosa é um composto mais pegajoso por ser rico em glicoproteínas e proteoglicanas. Ou seja, produzem muco. As células mucosas se caracterizam pela presença de grânulos de secreção grandes e pouco corados que ocupam a maior parte do citoplasma o que faz com que o núcleo fique posicionado na base da célula. Quando estes grânulos são secretados originam a camada de muco que irá proteger a superfície de alguns tipos de epitélio. O muco de acordo com o tipo de glândula que é produzido pode ter diversas funções. Entre estas podemos destacar sua ação lubrificante quando, por exemplo, deglutimos o alimento, como barreira protetora entre o epitélio e o meio externo, como armadilha para capturar microorganismos ou partículas estranhas ao corpo.
Endócrinas – a conexão com o epitélio é interrompida ao longo do seu desenvolvimento e diferenciação. Deste modo tais glândulas não possuem ductos transportadores. Como estas glândulas não têm ductos suas secreções são lançadas diretamente na corrente sanguínea. Geralmente estas glândulas produzem substancias regulatórias importantes para a diferenciação e manutenção de muitas funções corporais (hormônios). As glândulas endócrinas podem ser classificadas em dois tipos: Vesicular: possui grande quantidade de capilares. Suas células se arranjam sob a forma de vesículas. Exemplo: glândula tireóide. Neste tipo de glândula o produto de secreção pode ser armazenado dentro da glândula. Cordonal: as células são arranjadas sob a forma de cordões. O produto de secreção é sintetizado e armazenado dentro das células. Exemplo: glândula paratireóide, hipófise e suprarenal.
Quanto ao modo pelo qual os produtos de secreção deixam as células ​ - existem três tipos de situação pelo qual os produtos produzidos pelas glândulas deixam as células e que também podem ser utilizados para classificar as glândulas.
Merócrinas – a secreção é liberada por meio de exocitose. Quando estas glândulas eliminam seus produtos elas permanecem histologicamente intactas e podem reiniciar um outro ciclo de secreção. Exemplo: pâncreas, glândulas sudoríparas, salivares e lacrimais.
Holócrinas - o acumulo do produto dentro da célula causa a destruição da glândula. Assim o produto é liberado junto com a glândula. Exemplo: sebáceas. A continuidade da secreção é mantida a partir da produção de novas glândulas que ficam no lugar das glândulas que morreram.
Apócrinas – ocorre perda parcial da glândula secretora que se mistura a secreção produzida. O reinicio da secreção só acontece quando ocorre regeneração da parte apical celular que foi destruída. Exemplo: glândulas mamárias ou sudoríparas.
Figura 3 Esquema geral da formação embrionária de uma glândula exócrina.
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2.7 Outras Especializações Importantes do Tecido Epitelial
	Existem diversos tipos de especializações que são observadas no tecido epitelial. Destacamos algumas delas a seguir. Os neuroepitélios são constituídos por células epiteliais com função sensorial sendo encontrados nos órgãos da audição, da olfação e gustação. Os neuroepitélios geralmente estão associados ao epitélio de revestimento. Epitélios geralmente possuem ramificações nervosas (fibras nervosas) sensoriais que acabam em estruturas conhecidas como terminações nervosas livres. Estas terminações funcionam como receptores de dor informando ao sistema nervoso central se o tecido está sofrendo alguma lesão. 
Existem células epiteliais que possuem função endócrina e parácrina com localização difusa como ocorre no tecido intestinal. Tais células produzem e secretam hormônios como a serotonina (5-hidroxitriptamina), adrenalina e noradrenalina que podem atuar nas células vizinhas (função parácrina) ou em locais distantes (função hormonal). Já foram descritos mais de 35 diferentes tipos de células deste sistema difuso localizadas nas mucosas do estômago, intestino delgado, grosso, aparelho respiratório, tireóide, hipófise e próstata.
Existem células especializadas na secreção de hormônios esteróides sendo encontradas em vários órgãos corporais. Os hormônios esteróides são sintetizados a partir da molécula de colesterol, e produzidos, por exemplo, nos ovários (estrogênio e progesterona), testículos (testosterona), glândulas adrenais (cortisol), etc. Em termos histológicos são células poliédricas ou arredondadas com núcleo central e citoplasma geralmente com numerosas gotículas de lipídios. Por serem produtoras de moléculas esteroidais o reticulo endoplasmático liso geralmente é muito desenvolvido. Possuem mitocôndrias grandes e geralmente esféricas. 
O tecido epitelial também possui células especializadas que conseguem se contrair denominadas células mioepiteliais. Estas células se localizam entre a lâmina basal e as glândulas secretoras (sudoríparas, salivares e lacrimais). Citologicamente são células com um núcleo central e longos prolongamentos citoplasmáticosque envolvem a porção secretoras das células glandulares prendendo-se por junções celulares (desmossomos). Sua contração auxilia na liberação da secreção destas glândulas. No seu citoplasma existem filamentos de actina e miosina e também de queratina (confirmando a sua origem epitelial). 
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AS GLÂNDULAS SALIVARES
As glândulas salivares (Figura 4) estão ao redor da boca humana e produzem a saliva, cuja função é de transformar amido presentes nos alimentos em compostos mais simples. Pequenas glândulas salivares são encontradas esparsas na mucosa da cavidade oral. Existem também três pares de glândulas salivares, chamadas de maiores: parótidas, submandibulares e sublinguais.
A unidade morfofuncional dessas glândulas são os adenômeros. Os adenômeros possuem uma parte secretora, formada por células epiteliais glandulares, e por ductos intercalares, estriados e excretores. O conjunto todo é envolto por uma cápsula de tecido conjuntivo. As glândulas recebem a irrigação sangüínea, linfática e nervosa por um único lugar, denominado de hilo. São intensamente irrigadas pelos capilares sangüíneos.
A saliva secretada pelas glândulas salivares contém água e glicoproteínas, entre elas a mucina, que lubrificam os alimentos e a boca, mantendo-a úmida. Outra substância presente na saliva é a ptialina, uma enzima protéica que digere amidos. Calcula-se que 70% do amido ingerido seja hidrolisado pela ptialina. Além de iniciar o processo digestivo, a saliva também auxilia na higiene oral de várias formas. Nela são secretados íons tiocianato e várias enzimas proteolíticas, a mais importante destas enzimas é a lisozima que digere a parede de certas bactérias deixando-as mais vulneráveis. Estas substâncias químicas possuem uma ação bactericida. A saliva também contém anticorpos protéicos que destroem as bactérias presentes na boca inclusive as que provocam as cáries dentárias. O próprio fluxo salivar remove as bactérias e as partículas alimentares que poderiam servir de substratos para estes organismos patogênicos. A secreção de saliva é estimulada por vários fatores: a presença de alimentos na boca, estímulos olfativos, por exemplo, o cheiro dos alimentos. Estas mensagens são transmitidas às glândulas salivares via sistema parassimpático e simpático. A maior parte de saliva secretada na boca é produzida pelas glândulas submandibulares (~70%), 25% corresponde às glândulas parótidas e o restante, 5% por cento, provêm das sublinguais.
A saliva também influencia o processo cariogênico. Investigações científicas em modelos experimentais (hamsters) em que as glândulas salivares foram extirpadas mostraram um aumento cinco vezes maior de carie em relação ao grupo que tinha as suas glândulas salivares intactas. Nos seres humanos a diminuição do fluxo salivar é conhecida como xerostomia e pode ser causada por: doenças (síndrome de Sjogren) irradiação (radioterapia), medicamentos, diabetes, doença de Parkinson, mal-formação das glândulas salivares, infecção viral aguda, estresse, depressão,etc.
Figura 4 Localização anatômica das glândulas salivares
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Estudo Dirigido
Cite as principais funções do tecido epitelial
Caracterize o tecido epitelial quanto aos seus aspectos cito-histológicos
Caracterize o tecido epitelial de revestimento quanto:
3.1 Ocorrência
3.2 Função
3.3 Estrutura
3.4 Matriz extracelular
3.5 Coersão entre as células
3.6 Regeneração
(4) Dê um exemplo de tecido epitelial:
	4.1 colunar simples
	4.2 pseudo-estratificado
	4.3 de transição
	4.4 estratificado não-queratinizado
	4.5 estratificado queratinizado
	4.6 pavimentoso simples
	4.7 cilindrico simples
O que são micróvilos? O que são cílios? Cite tecidos epiteliais que possuem estas estruturas.
Caracterize e cite um exemplo de:
5.1 Epitélio de troca
5.2 Epitélio de transporte
5.3 Epitélio protetor
5.4 Epitélio secretor
O que são metaplasias? Cite um exemplo.
Caracterize as glândulas exócrinas. Cite exemplo
Caracterize as glândulas endócrinas. Cite exemplo
Caracterize o modo pelo qual a secreção deixa as células glandulares. Cite exemplo.
O que são neuroepitélios? O que são células mioepiteliais? Cite exemplo.
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