Buscar

Resumo Direito Comercial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 81 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 81 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 81 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Comercial
P1 - 1ª UNIDADE -> Teoria da empresa e empresário – 23/05
P2 - 2ª UNIDADE -> Sociedades – 25/07
Bibliografia:
1 – Curso de Direito Comercial – volume 1 – Rubens Requião – Editora Saraiva – última edição (2010)
2 – Comentários ao CC (Tepedino, Maria Celina...) “CC interpretado à luz da Constituiçao da República” – volume 3 – Renovar
Comércio – comerciante
Empresa – empresário 
	O livro 2 do Código Civil trata do direito de empresa. Além desse livro, nas disposições finais: salvo disposição em contrário, aplicam-se aos empresários as disposições de lei referentes a comerciantes e atividades comerciais, bem como atividades mercantis. Leia-se: refere-se a empresários, empresa e sociedade empresarial (comercial). Passou-se a entender que Direito Comercial deveria ser substituído pelo empresarial, porque o termo comércio foi substituído pela empresa. Com a entrada do novo CC, a figura principal passou a ser a empresa.
* sociedade mercantil = empresa
	A CF de 88 ainda utiliza a expressão “direito comercial”. O CC manda aplicar a nova nomenclatura. O programa de direito comercial passa a ser empresarial.
Evolução/origem do direito empresarial/comercial
São institutos relativamente novos, aproximadamente dez anos. Empresa é uma noção nova. Rubens Requião traz três momentos, três fases da evolução do Direito Comercial; Direito Comercial como:
1ª fase: DIREITO DOS COMERCIANTES – conceito subjetivo clássico;
2ª fase: DIREITO DOS ATOS DE COMÉRCIO – conceito objetivo;
3ª fase: DIREITO DE EMPRESA – ou conceito subjetivo moderno.
Rubens Requião analisa a evolução do Direito Comercial através das figuras: 
1ª fase: figura do comerciante;
2ª fase: atos de comércio; 
3ª fase: empresa.
O Direito Civil nasce nas corporações de ofício, ou associações de comerciantes - ligas hanseáticas - na região de Flandres; o Direito Civil surgiu com a queda do Império Romano. Nessa época ganhou espaço o Direito Canônico, que era o direito ditado pela Igreja, que pregava a obediência aos papas; o Direito Canônico proibia várias práticas que no comércio são usuais, como o empréstimo a juros, por exemplo. Práticas comerciais como juros e negociação eram vistas como usura. A riqueza se opunha ao modelo religioso.
Assim, os comerciantes marítimos e terrestres sentiam que as normas do Direito Canônico eram um entrave aos seus negócios. Como eles poderiam desenvolver suas atividades sem que houvesse normas favoráveis?
Os grandes comerciantes entendiam que era preciso se reunir. Então, na Bélgica e Alemanha, os comerciantes começaram a se reunir em associações que viraram corporações. Essas associações tinham estatutos, com regras, direitos e deveres... esses estatutos não incorporavam as regras da Igreja. Incorporaram os usos e costumes deles. Passaram a ser escritos como regra de cada associação. As causas entre os membros das associações (comerciantes) eram julgadas pelos juízes comerciais – cônsul ou cônsules.
Os estatutos são os primeiros documentos escritos no direito comercial. O direito comercial nasce como direito castense (de casta). Isso significava que uma parcela da população tinha suas próprias regras, não seguiam a Igreja.
Lei dos Carpinteiros: aboliu os privilégios da corporação. O poder paralelo existente era o dos comerciantes. A ideologia dominante dessa época - do século XIII ao séc XIX – era baseada na figura do comerciante, principal figura.
	Complexo de normas jurídicas que regravam os comerciantes. Era a figura do Direito dos Comerciantes. Eram julgados por tribunal próprio, etc. eles tinham registro, já que precisava ter para fazer parte dessa categoria. O comerciante era identificado a partir do vínculo que tinha com a associação.
Com o código francês de 1807 começa a segunda fase.
O primeiro CC – 1804.
A fase das codificações é marcada por Napoleão. É marcada por centralização. Napoleão não permite a existência de corporações de oficio paralelas ao Estado. Ele então acaba com isso. A pessoa não é mais comerciante por estar meramente matriculada em corporação. É comerciante todo aquele que pratica atos de comércio. Há, portanto, uma descastização, e a partir disso qualquer um poderia ser comerciante, desde que praticasse atos de comércio habitualmente, de forma regular.
No primeiro sistema identifica-se o comerciante pelo vínculo com a corporação – matrícula. Com o Código Napoleônico isso acaba – a lei é que passa a enunciar as atividades que são atos de comércio.
Não são as corporações que vão dizer quem é comerciante ou não, e sim a lei, os atos de comércio que ela determinar. O sistema dos atos de comércio – a figura do comerciante está associada à prática do comércio.
Código Comercial francês listou as atividades que são consideradas atos de comércio. Quem pratica essas atividades é considerado comerciante. Exemplos: seguros, leiloes, corretagem, armação de navios, bancos, transporte, compra para revenda...
Por outro lado, atividade sobre atos, sobre imóveis, agricultura, pecuária e extrativismo não tinham atos de comercio.
Se estiver na lista e for exercida de forma habitual é comércio. Se é esporádico não é comércio. É conceito objetivo.
Código Comercial brasileiro – 1850/ Lei 556, 25/07 -> ainda está em vigor. O Código, originalmente, era dividido em 3 partes: a primeira – do comércio em geral (comércio dos contratos e das sociedades comerciais) - CC. A segunda, da (?) – sociedade empresarial. Terceira: os contratos – não foi reproduzida pelo CC.
A doutrina diz que a parte de contratos foi absorvida. A segunda parte do Código – está em vigor – do comércio marítimo. Terceira parte do Código – trata das quebras (falências). Essa parte foi revogada em 1890 e depois de várias leis hoje está na nossa lei de falências (lei 11.101/95).
Nosso código comercial adota o primeiro modelo, porque caracteriza o comerciante pela matrícula no tribunal de comércio – jurisdição comercial (1° momento, relativo à matrícula)
Problema: no código comercial artigo 4° - é quem está matriculado... e faz da mercancia atividade habitual. O que é mercancia?
Decreto 737/25.11.1850 -> trata do processo comercial. Os artigos 19 e 20 desse decreto 737 definem o conceito de mercancia. A mercancia que caracteriza o comerciante do artigo 4°, esses dois artigos esclarecem o que é mercancia e daí decorrem questões interessantes.
São os atos de comércio do Código francês, ou seja, atos de comércio praticado por comerciante matriculado. Enumerou os atos de comércio, como o Código Comercial francês.
O sistema do Código Comercial é subjetivo ou objetivo.
matrícula... -> subjetivo. Mas é um subjetivo atenuado (misto), porque tem Decreto que uniu os atos de comércio.
-> moventes e semoventes – logo, os imóveis estavam fora dos atos de comércio.
Seguro, fábricas, agricultura, bancos... 
	
	O que levou ao direito de empresa? O sistema subjetivo clássico – poder paralelo. Todos tem que se submeter – sistema centralizado – a lei diz o que é e o que não é.
Por ser sistema centralizado, o sistema de atos de comércio recebeu grandes críticas – por que?
- a lei não acompanhou as evoluções sociais. Várias novas relações contratuais vão surgindo, e surge a pergunta se é ou não. é uma questão legislativa. As dúvidas que surgiram eram imensas (ex.: locação x leasing).
Essa nova atividade econômica que surgiu, pode ser incluída, por interpretação extensiva? A jurisprudência diz que pode.
Quem não pratica ato de comércio não é comerciante, mas e as novas atividades? -> não acompanhou o surgimento de novas atividades econômicas.
O segundo problema é que não existia um conceito de atos de comércio, porque era simplesmente uma enumeração de atos. Qual é a relação, por exemplo, entre um armador de navios e uma empresa de espetáculos públicos? Nenhuma!
A conclusão é, portanto, que não existe um conceito de atos de comércio. Não havia elementos comuns entre os atos, nenhuma teoria explicou isso.
Surge, no iníciodo século XX, movimento na Itália propondo a mudança do objeto do direito comercial do ato de comércio para a empresa.
Com a 2ª Revolução Industrial (XIX), a concorrência e os mercados assumiram muita importância. É a época da utilização do carvão. Os modos de produção artesanais, manufaturados, ficaram superados. Uma nova fase de produção -> industria de transformação.
Novas formas de produção, trabalho em massa. Assim, entra em crise a produção artesanal. Surge a produção em série. Passa-se a ter industrias de petróleo, automotivas... e isso tudo é e causa um impacto. A forma tradicional de negócios é posta em cheque. A produção agora tem que ser organizada. É preciso usar tecnologia, capital, mão de obra...
A figura do comércio passa a ser substituída pelo emprego de novas tecnologias. Nova forma de produzir – com método, conhecimento, voltado para o mercado, com desenvolvimento... = EMPRESA.
Tecnicamente, existe conceito de empresa no CC – artigo 966 -> atividade econômica organizada (1) para a produção ou circulação de bens ou serviços (2).”
Se é atividade econômica -> é lucrativa , especulativa = lucro. Se o comerciante atua em atividade especulativa lucrativa -> organizada. É atividade que une, movimenta, utiliza – mão de obra, capital, investimento, contratar... exemplo do hotel, da farmácia – é preciso organizar para exercer atividade econômica.
Empresa organizada para a produção de bens, serviços, circulação de bens, circulação de serviços.
O CC, no artigo 966, diz que:
“Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.”
Não é produção E circulaçao de bens. Não há essa necessariedade. É sempre OU. Exmplo: industria têxtil – produz roupas. Organização produtora de serviços = prestação de serviços. Dentro do sistema, quem pratica atos de comércio é que é comerciante, não entrava a prestação de serviços. A prestação de serviços com organização passou a ser depois. Circulação de bens -> transporte -> aérea, terrestre -> organizada.
Circulação de serviços -> é a intermediação da prestaçao de serviços – agência de viagens ou de emprego, por exemplo.
Em Direito Comercial -> pessoa que exerce a empresa é o empresário e vice versa. Não é correto afirmar que empresa é a pessoa. A empresa é a atividade. Empresa autora = atividade autora.
ERRADO! O Direito Empresarial é o complexo de relações jurídicas que regulam a atividade comercial. Empresa é a atividade econômica organizada. Essa atividade é exercida pelo empresário. Se se utiliza empresa como pessoa está errado. Deve-se utilizar empresa como atividade. E atividade NÃO é sujeito. Se ela é atividade, é objeto. A pessoa é o empresário.
Pessoa Jurídica – sociedade empresária ou empresa individual de responsabilidade limitada -> EIRELI – Artigo 980-A
A empresa atividade econômica pode ser exercida pela pessoa natural empresário ou pela pessoa jurídica – sociedade empresária – ou também pode ser exercida pela empresa individual. Artigo 44, VI -> empresa individual de responsabilidade limitada. A regulamentação se dá pelo artigo 980-A.
A figura do comerciante passa a ser substituída pelo empresário. No modelo da atividade comercial – O QUE se faz? Agora, é COMO você desenvolve sua atividade. Se sua atividade é organizada e se é exercida de maneira profissional. É o modo de exercício que classifica, e não os atos em si.
AS FONTES DO DIREITO COMERCIAL
	A principal é a legislação comercial. O que se entende? São as leis que tratam de institutos de Direito Comercial, código ou não. Fontes primárias ou imediatas de Direito Comercial. Também as leis especiais (Bancos, sistema financeiro nacional, as falências, o sistema de seguros...). Artigo 887 – 923: dos títulos de crédito -> trata também de Direito Comercial. Matérias tradicionalmente comerciais são tratadas por legislação comercial.
	Fontes secundárias ou mediatas – Lei civil – na parte que não se refere ao direito de empresa – contratos e obrigações – e também nas partes referentes à prescrição, negócio jurídico...
O CC, na parte geral, prescrição, negócio jurídico, capacidade... vão ser fontes mediatas. Os usos comerciais não são lei. Não têm poder de revogar a lei. O uso do Direito Comercial não tem poder de revogar a lei. Só que o uso vem antes (primário) ou depois (posterior) da lei civil. A questão é de hierarquia, se seria a segunda ou a quarta posição. Está acima da lei civil quando há conflito? Isso é uma grande polêmica – alguns dizem que pode, que a norma civil não é feita para os empresários. Uso não pode ser contra a lei, uma vez que o direito brasileiro é positivo. Por mais que seja uso dos empresários não pode estar acima da lei. 
Depois, teria a jurisprudência e, por último, analogia e PGD.
*tratados e convenções internacionais entram como legislação comercial.
Vale lembrar que jurisprudência é jurisprudência comercial -> decisões de tribunais que analisam leis comerciais. Nem todos os autores aceitam jurisprudência e PGD como fontes. Lei comercial, uso comercial e lei civil são pacíficos. A polêmica é onde está o uso, e também que nem todos os autores aceitam a jurisprudência e os PGD como fontes. Estes seriam úteis somente para suprir lacunas. O CC acabou com a autonomia do Direito Comercial? Ele ainda existe, depois da promulgação do CC. Ele ainda é autônomo, e mesmo que o projeto seja aprovado, não vai mudar a autonomia do Direito Comercial. Ter autonomia é diferente de existir Código Comercial. Se o projeto, que está na Câmara for promulgado, não vai recuperar ou perder nada.
A autonomia do direito comercial é oriunda da legislação, que pode ser esparsa. A CF diz: “compete à União legislar sobre Direito Comercial...”. A CF é quem diz -> a União, através do CN, é que aprovará leis comerciais.
Direito empresarial -> autonomia legislativa, didática, científica... a existência de institutos próprios (aval, falências, recuperação de empresas...).
Existia autonomia formal (Codificação)? O CodCom -> projeto quer que os institutos voltem para o CodCom, e não mais fiquem no CC. Para voltar àquela autonomia formal -> código próprio que contenha os principais institutos. Alguns institutos ainda estão no CódCom, mas muitos saíram. O que acabou? CodCom de 1850 – obrigação comercial é aquela em que uma das partes é comerciante. Existia então o mandado mercantil, depósito... -> figura do comerciante.
O CC não manteve a divisão entre a obrigação comercial e a obrigação civil, ou seja, toda vez que se verificar na legislação anterior ao CC mandado mercantil, na verdade é só mandado. As regras de compra e venda, do mandado, são para qualquer pessoa. Não existe regra específica. Isso foi revogado e não foi reproduzido.
Aula 02 – 09/04
	O CC conceitua a pessoa que exerce a empresa, que é o empresário. Este é identificado através de perfis:
Subjetivo: a pessoa que exerce a empresa, a pessoa que exerce a atividade.
Segundo perfil: onde se exerce a empresa - local - pode até ser virtual. Refere-se ao estabelecimento. Locais, bens, móveis, imóveis... (CC)
	Os outros dois perfis não são previstos no CC - é o perfil funcional e o institucional. O perfil funcional diz respeito as condições para o exercício da empresa. O institucional são as relações do empresário com seus dependentes e colaboradores.
Perfil subjetivo: artigo 966, CC.
*Funcional: na CF, artigo 170, parágrafo único, o regime da ordem econômica esta voltado para a livre iniciativa. Há uma relação da empresa com a CF, os valores que traz. A empresa, enquanto atividade econômica organizada, o seu exercício é facultado a qualquer pessoa, observadas as restrições.
No artigo 173, parágrafo 4° - a lei reprimirá o abuso do poder econômico... -> perfil funcional
-> institucional – empregado (trabalho e CLT) 
Colaboradores – contratos específicos. O mais importante é o enfoque subjetivo.
Empresa não é pessoa, sujeito de direito. É atividade econômica organizada.Quem exerce a empresa é o empresário; a atividade é uma abstração, precisa ser posta em atividade (no estabelecimento, por exemplo). Quem contrata, demite... é a pessoa, não é a atividade. O réu é o empresário, credor -> empresário.
Atividade devedora -> ? -> atividade é abstrato. Aqui são termos técnicos.
Empresa = atividade
Empresário = pessoa
Estabelecimento = local
	Artigo 966 – o Código conceitua a pessoa que exerce a empresa.
Vide artigo 972, CC.
	Primeiro requisito par ser empresário. Para exercer a empresa, é preciso ter capacidade plena. Capacidade plena = 18 anos.
O incapaz não pode ser empresário. Pode ser antes, com menos de 18 anos, se for emancipado. A partir de 16, pode emancipar e ter assim capacidade plena.
Além disso, para ser empresário, não pode ter impedimento legal. O legalmente impedido, por força de lei especial não pode exercer empresa concomitantemente com outra atividade. A pessoa é capaz, mas tem impedimento.
Exemplo: funcionários públicos na ativa, militares da ativa, magistrados, membros da ativa, membros do MP, policial, defensoria, bombeiros... 
Todas essas pessoas não podem exercer qualquer empresa porque são impedidos. O empresário falido não pode exercer empresa, contiuar a exercê-la. Artigo 102 da lei de falência – enquanto é falido. 
Não basta ter capacidade, é preciso não ter impedimento legal.
“profissionalmente” – a empresa é um meio de subsistência, manutenção. A empresa exercida como forma esporádica não caracteriza o sujeito como empresário.
“atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens e serviços” 
Bens = indústria
Serviços = transporte
Capacidade,profissionalismo e exercício da empresa
São os três requisitos essenciais. Faltando 1 deles não é empresa. Exemplo: artesanato – não é considerado empresa - Atividade precária. A pergunta agora é COMO se faz. E isso demonstra uma evolução. 
Artigo 966, parágrafo único – “não se considera empresário” -> o CC não enumera o que não é atividade organizada – vê-se na prática. Atividade intelectual não é empresário.
“salvo” – atividade intelectual pode vir a ser empresária se o exercício da profissão vier a constituir elemento de empresa. O CC não diz o que são elementos de empresa. O principal elemento da empresa é o estabelecimento -> complexo de bens. Se eu, por exemplo, organizo estabelecimento e passo a exercer atividade, passa a ter elemento de empresa. Exemplo do medico que começa em consultório próprio e depois evolui para hospital.
A pessoa que exerce a atividade intelectual – pode acontecer que o nome dela seja projeção de atividade mais complexa. Ex.: escritor que seja projeção para editora. Uma evolução, desenvolvimento da atividade, a atividade profissional, houve projeção dessa atividade em algo maior. Associado ao nome, já tem uma serie de colaboradores. Aquela atividade que seria atividade artística transcende, e passa-se a vislumbrar estabelecimento. Quando o exercício da profissão for projeção da atividade do individuo – individuo é considerado empresário. É preciso verificar na pratica se a pessoa já tem estabelecimento. Exemplo do tapete – começa artesanal, mas torna-se algo, atividade organizada para atender mercado. O elemento de empresa que o CC diz, mas não explica, deve ser verificado na prática.
Empresário regular e irregular
O empresário está obrigado a se inscrever na junta comercial.
Art. 967 - Trata da inscrição do empresário. A caracterização do empresário está no artigo 966. A inscrição do empresário tem como objetivo complementar a caracterização. O registro não é constitutivo, e sim declaratório. O empresário, se exerce a empresa, seja ele registrado ou não, é empresário. A caracterização encontra-se no artigo 966 – capacidade, profissionalismo e exercício. A inscrição é, portanto, complementar. É exigência legal para a regularidade do exercício de empresa.
Exemplo: pode ser enquadrado como microempresa para se beneficiar da legislação, benefícios, etc... mas para isso precisa se registrar. O registro dá o ACESSO.
O registo de empresário não constitui o individuo como empresário, mas declara a instituição do indivíduo como empresa. Ex.: empresário irregular não tem direito a benefícios.
Acerca da questão das provas, os livros comerciais podem provar contra ele. Mas os livros podem provar a favor dele também, desde que estejam registrados. É preciso a autenticação do instrumento para ser usado como meio de prova. E só pode ser autenticado se for registrado.
Art. 967 – o empresário é obrigado a se inscrever na junta comercial antes do início da atividade. A impressão que dá é que só se tornaria empresário depois do registro. Isso está errado porque é possível empresário irregular.
O seu descumprimento não descaracteriza o indivíduo como empresário. 
Instrução normativa 93/2003 (DNRC) – registro de empresário. O empresário tem que dirigir esse registro à junta comercial do seu estabelecimento. A junta comercial pode fazer novos requerimentos, novas exigências.
Art. 968 – I – regime de bens do casamento -> existem artigos 979 e 980 – dizem respeito a fatores ligados ao direito de família, mas também se exige a publicização na junta comercial.
**
979 - registro civil de pessoas naturais/registro público – junta comercial.
NIRE – por esse numero junta comercial faz a pesquisa. Se, por acaso, o empresário trocar o regime de bens, tem que trocar lá.
980 – casamento
**
Firma = espécie de nome de empresa – artigo 785.
Artigo 1155 – é um nome usado para o exercício da empresa. A firma identifica o empresário.
Artigo 1156 – o empresário irá declarar sua firma – que nome vai indicar na junta comercial? O nome civil – não pode ser apelido ou nome fantasia. Não pode usar nome fictício. Tem que ser o seu nome completo.
Princípio da veracidade
Mas pode, na minha firma, por exemplo, acrescentar apelido ou alcunha (designação + precisa de sua pessoa) e pode também acrescentar sua atividade. 
O intelectual atua através de seu nome civil, sua firma. A junta deverá atentar para o que dispõe o artigo 1155. Firma também é assinatura. Autógrafa – de próprio punho. O nome empresarial também obedece ao principio da novidade – não pode ser idêntico a outro no mesmo Estado. É feito por um sistema informatizado. A junta comercial, caso já exista o nome pretendido, pode dar alternativas, opções. Adiciona-se números, etc.
Com a questão da novidade, pode ser que ele seja obrigado a mudar o nome empresarial por isso. 
Artigo 1163 – princípio da novidade 
FIRMA + ASSINATURA
CAPITAL: quanto o empresário vai investir na sua empresa. 
Não tem valor mínimo. A responsabilidade do empresário pelas obrigações que ele contrair na sua empresa é limitada. Responde seu capital. 
O empresário individual, sua responsabilidade é ilimitada. Não se limita ao capital que declarou à junta, nem aos bens que integram seu estabelcimento. Todos os seus bens respondem. A solução é a empresa individual de responsabilidade ilimitada. Aquele que decide pela responsabilidade ilimitada está obrigado, responsabilizando todos os seus bens pela empresa. Só pode executar o que está fora do seu patrimônio, mas não pode obrigar o credor a aceitar isso.
No Brasil, a responsabilidade é ilimitada – todos os bens respondem. O que o direito brasileiro fez foi permitir o empresário individual a fazer essa alteração desse registro empresário para EIRILI – só consegue limitar a responsabilidade se requerer à junta alteração do registro.
IV – sede da atividade. A junta entende que a atividade será exercida de forma organizada.
§1º - NIRE - número de identificação. A partir do momento em que foi escrito, é regular.
Modificação: doação, comunicabilidade.
Averbação – anotações feitas.
1ª opção : transferência de registro de empresário em EIRILI
2ª opção: transferência – não precisa dissolver atividade. Essa transferência preserva a empresa, atividade. Faz-se o requerimento à juntacomercial para transferir o registro do empresário em ERILI ou sociedade.
§4º - “...2006” – existem categorias especiais de empresários. Há empresários que não tem nenhum beneficio especial. Para ter benefícios especiais pode ser enquadrado como microempresa (ME), empresário de pequeno porte (EPP) ou microempresário individual (MEI).
São categorias especiais reguladas pelas LC 123/2006 – art. 18-A. a diferença é a receita bruta anual. Quanto menor a faixa da receita bruta anual, mais simplificado.
MEI – até 60 mil/ano – máximo da simplificação;
ME - até 360 mil/ano – artigo 3º, LC 123;
EPP – até 3,6 milhões.
MEI – categoria especial do empresário. 
A junta não vai fiscalizar se você está nessa faixa,mas você corre risco de pagar multas, etc, além de cassação... ela não faz a fiscalização pesada. Se você passar para outra categoria, deve pedir o requerimento para trocar na junta.
Preferencialmente eletrônico – o processo de abertura é eletrônico. Todo procedimento terá trâmite eletrônico.
§5º CGSIM – comitê gestor. Login, senha e junta. Assinatura autógrafa – login e senha.
Aula 03 
	Existem categorias especiais de empresário: o micro empresário (ME), o empresário de pequeno porte e micro empreendedor individual. Essas categorias estão relacionadas a faixas de receita bruta anual. Essas categorias não estão no CC/02, estão na Lei Complementar 123/2006. Além dessas 3 categorias, o CC traz outra categoria de empresário - o rural.
	Artigo 971 - a a atividade rural, extrativismo e pecuária não eram considerados como atos de comércio. Atos de comércio eram atos de mercancia, e a atividade rural não estava incluída. As indústrias eram consideradas atos de comércio. O CC adota um tratamento diferenciado para a atividade rural. O empresário, que exerce empresa, se não se registrar na junta comercial, é um empresário irregular - ele deve se registrar na junta. Para o empresário rural, é facultativa a inscrição na junta comercial. Se ele não se registra, não é empresário. 
EMPRESÁRIO COM REGISTRO = REGULAR
EMPRESÁRIO SEM REGISTRO = IRREGULAR
E o rural? 
COM REGISTRO = REGULAR
SEM REGISTRO = NÃO É EMPRESÁRIO
	O empresário rural só será empresário se estiver registrado na junta comercial. O empresário comum, com ou sem registro é empresário - registro é declaratório. Se o empresário rural não estiver inscrito, não será empresário. Para ele o registro é constitutivo, e não declaratório. É uma opção, e se não exercê-la, não sofrerá sanções, mas também não terá benefícios. A empresa rural, no Direito brasileiro, tem tratamento diferenciado, porque o titular da empresa rural pode se inscrever como empresário, mas não é empresário irregular se não fizer essa inscrição. 
	Essa facultatividade de inscrição na junta comercial é para o empresário/empresa rural. O pescador, que navega em embarcação rústica, pesca o peixe para sua subsistência e vende para a subsistência de sua família, não há que se falar em empresa rural. Ele aqui não é empresário, e não pode exercer essa faculdade, porque não é empresa rural. Não é qualquer atividade, só a atividade rural que tem esse privilégio. Empresa rural - atividade rural organizada. Essa faculdade é para empresa rural. Muitas pessoas acham que por alguém exercer atividade rural pode se inscrever como empresário. Mas não é assim. Não é atividade rural que pode se inscrever, é empresa rural. Empresa rural é a atividade rural organizada. Se houver empresa e ela for rural, pode se inscrever, e o registro vai ser constitutivo.
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
	É o agricultor que exerce a atividade econômica organizada. O empresário que exerce a atividade rural organizada, cuja atividade rural seja sua principal ou exclusiva. Sede é da empresa. Depois de inscrito - o registro de empresário rural é constitutivo.
	E o empresário que não é rural? Antes de inscrito - irregular, depois de inscrito - regular. Embora a atividade rural organizada possa ser considerada uma empresa, há tratamento diferenciado para o empresário rural - para ele, a condição de empresário é facultativa. Ele escolhe. 
	Empresário sujeito a registro = regular.
	O CC divide as sociedades em simples e empresárias - só é empresária a sociedade cujo objeto for de atividade não rural, porque se o objeto for de empresa rural, há possibilidade, para os sócios, de escolher. Da mesma forma que a pessoa natural tem direito de escolha de ser ou não empresária, se o objeto rural for uma sociedade, os sócios também têm essa escolha. O Direito brasileiro poderia definir que tudo que é empresa, o registro é a condição para a regularidade. Mas ele não fez isso. Ele pinçou a empresa rural e disse: para a empresa rural, a regularidade decorre da inscrição obrigatória. Para a empresa rural é uma opção. A atividade empresarial é verificada na prática. A inscrição na junta comercial é uma providencia administrativa apenas para você poder ser considerado empresário regular e poder gozar das vantagens. Todas as vantagens dependem dessa inscrição. O empresário sujeito a registro é aquele que goza de vantagens. Para que ele goze dessas vantagens, precisa se regularizar. Se nao for regularizado é empresário irregular, sem vantagens. O empresário rural nao tem isso. Exemplo: fazenda de côco, plantação enorme, com técnica, mão de obra, etc. Há a POSSIBILIDADE de ser empresário. Se quiser inscrever a atividade, será regular. Se não quiser inscrever, a atividade, ainda que seja empresa, do ponto de vista do direito não é empresa. O empresario rural: Se nao for registrada nao é empresa, nem tem esse tratamento. O registro é constitutivo. A personalidade jurídica nao surge com a constituição da sociedade, é o arquivamento que constitui a personalidade jurídica. Se ele nao se registrar, economicamente tem empresa, mas juridicamente nao, porque o legislador diz que só depois de inscrito que é empresa.
	
RURAL - é empresa -> qual tratamento jurídico? -> registro de empresa -> se tiver, é empresário; se nao tiver, não é.
	
	Essa faculdade de poder se inscrever ou não é que define empresa. Quem pode exercer essa opção é o empresário. Se não tiver o registro é considerada uma atividade civil não empresarial. O empresário rural é exceção.
	LC 123/2006 - ver quais as prerrogativas que os micro empresários, empresários de pequeno porte e o micro empresário individual têm.
Art. 5º   Os órgãos e entidades envolvidos na abertura e fechamento de empresas, dos 3 (três) âmbitos de governo, no âmbito de suas atribuições, deverão manter à disposição dos usuários, de forma presencial e pela rede mundial de computadores, informações, orientações e instrumentos, de forma integrada e consolidada, que permitam pesquisas prévias às etapas de registro ou inscrição, alteração e baixa de empresários e pessoas jurídicas, de modo a prover ao usuário certeza quanto à documentação exigível e quanto à viabilidade do registro ou inscrição.
	É o acesso a informação, pela internet.
Art. 6º   Os requisitos de segurança sanitária, metrologia, controle ambiental e prevenção contra incêndios, para os fins de registro e legalização de empresários e pessoas jurídicas, deverão ser simplificados, racionalizados e uniformizados pelos órgãos envolvidos na abertura e fechamento de empresas, no âmbito de suas competências. 
	O procedimento tem que ser o mais fácil e o mais barato para os empresários.
Art. 7º  Exceto nos casos em que o grau de risco da atividade seja considerado alto, os Municípios emitirão Alvará de Funcionamento Provisório, que permitirá o início de operação do estabelecimento imediatamente após o ato de registro.
Art. 9º   O registro dos atos constitutivos,de suas alterações e extinções (baixas), referentes a empresários e pessoas jurídicas em qualquer órgão envolvido no registro empresarial e na abertura da empresa, dos 3 (três) âmbitos de governo, ocorrerá independentemente da regularidade de obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas, principais ou acessórias, do empresário, da sociedade, dos sócios, dos administradores ou de empresas de que participem, sem prejuízo das responsabilidades do empresário, dos sócios ou dos administradores por tais obrigações, apuradas antes ou após o ato de extinção.
	Principalmente quando se vai encerrar uma atividade, se não for ME, EPP ou MEI, tem que apresentar certidão de tributos à junta comercial, ou seja, todas as certidões negativas, dizendo que você não deve ao fisco. O ME ou o EPP pode dar baixa na sua atividade sem necessidade de apresentar essas certidões. Ele continua devendo, não há perdão da dívida. Para o MEI é o §10 do artigo 9º.
§ 10. No caso de existência de obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas, principais ou acessórias, o MEI poderá, a qualquer momento, solicitar a baixa nos registros independentemente do pagamento de débitos tributários, taxas ou multas devidas pelo atraso na entrega das respectivas declarações nesses períodos, observado o disposto nos §§ 1º e 2º. 
	A carga tributária para eles é bem menor, e isso acontece para estimular a regularização. O que acontece em relação ao ME e ao MEI é um enquadramento. Esses enquadramentos os podem ser feitos se a pessoa for registrada. Eu faço meu registro, e já peço enquadramento. A LC 123 é muito importante porque dá tratamento favorecido a essas pessoas e tem base constitucional, no artigo 179 da CF.
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei (artigo 3º da LC 123/06), tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.
	Diferenciado = favorecido.
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário*, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.
*Vide artigo 68 da Lei Complementar 123.
	Nao há lei especial determinando tratamento favorecido e simplificado para o empresario rural. O tratamento diferenciado que se tem para o empresario rural é a facultatividade do registro: se não o fizer será irregular, se o fizer será regular. Não sofrerá sanções. Mas para o peq1ueno empresário há sim essa lei, e está no artigo 68 da LC 123.
Art. 68. Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do disposto nos arts. 970 e 1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), o empresário individual caracterizado como microempresa na forma desta Lei Complementar que aufira receita bruta anual até o limite previsto no § 1º do art. 18-A. 
	Receita bruta anual de até sessenta mil reais. Isso tudo é para o MEI. O MEI nao precisa ter nenhuma escrituração de livros, somente precisa emitir notas fiscais. 
Vide artigos 970 e 1179.
	Artigo 973 - trata do impedimento. É uma listagem com todas as pessoas impedidas de serem empresárias. Se essas pessoas impedidas exercerem uma empresa, os atos praticados por ela serão válidos. Significa que essas pessoas impedidas, se vierem a exercer atividade empresarial, seus atos serão válidos apesar de transgredirem a proibição. Mas essas pessoas, como seus atos são válidos, elas se obrigam, mas elas serão empresários irregulares, porque estarão exercendo a empresa violando um impedimento legal. Qual é o tratamento que se dá ao impedido que exerce empresa? Empresário irregular. Se você é empresário e não pode ser, não terá vantagens. Pode ser declarado como falido, etc. Terá os direitos e obrigações, mas não terá vantagens. A ideia é puní-lo. 
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas. 
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
	Continuar a atividade. Para iniciar uma atividade deve-se ter o pleno gozo da capacidade. O código permite que ele prossiga o exercício de uma empresa. O incapaz não pode iniciar uma empresa. Porém, é possível que ele possa prosseguir uma empresa iniciada por uma pessoa capaz. Mas ele, incapaz, não pode iniciar empresa. Uma pessoa capaz que é interditada - por embriaguez, prodigalidade -, o incapaz pode prosseguir empresa iniciada por ele quando capaz, desde que seja através de seu curador.
	O pai ou a mãe eram empresários individuais, e o incapaz é capaz de prosseguir a empresa. Se os pais tiveram que se afastar da empresa, ele pode prosseguir nela, desde que devidamente assistido. A terceira hipótese - a pessoa falecida, que deixou herança, é o autor da herança. Se a pessoa faleceu e deixou uma herança, e dentro dessa herança está o estabelecimento, o incapaz pode prosseguir. Em qualquer dessas situações, caberá ao juiz analisar a autorizar a continuidade da empresa. 
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
	Será necessária autorização judicial. Se o juiz não autorizar, vai ocorrer a baixa dessa empresa, porque ele não autoriza o incapaz. A jurisdição é voluntária, faz-se o requerimento.
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.
	Uma leitura precipitada do parágrafo desse artigo daria a entender que o incapaz, autorizado a continuar a empresa, teria responsabilidade ilimitada. Nao ficam sujeitos aos prejuízos que a empresa venha a ter. Se nao ficam sujeitos seria uma exclusao de responsabilidade? Depende. Nao ficam sujeitos os bens que o incapaz já possuia, estranhos ao acervo da empresa. Se ele não possuia nada, nada vai entrar. Os bens que já possuia antes de ser interditado ou antes de assumir a empresa, estranhos ao acervo da empresa, não responderão. Os bens relativos ao estabelecimento responderão. Tudo que já era da empresa ou foi adquirido depois vai responder. Tudo que já era ligado vai responder. 
Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
	Pessoa nomeada como curador, pode ser que não possa exercer atividade empresária, pode ser impedida. A pessoa nao pode legalmente. A curadora nao vai administrar o negócio, a empresa, enão o juiz vai nomear um gerente, que será uma pessoa sem impedimento legal. O juiz nomeará um ou mais gerentes. Vide artigo 1172 - gerente é o preposto do empresário.
Art. 976. A prova da emancipação e da autorização do incapaz, nos casos do art. 974, e a de eventual revogação desta, serão inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas Mercantis.
	Se ele for emancipado ou atingir a maioridade, cessa a incapacidade; revogação da autorização. Qualquer um desses documentos deve ser arquivado no registro público de empresasmercantis, porque é o registro do empresário.
Parágrafo único. O uso da nova firma caberá, conforme o caso, ao gerente; ou ao representante do incapaz; ou a este, quando puder ser autorizado.
	Se o representante do incapaz puder exercer a administracao da empresa, ele que usara a nova firma. Se o incapaz for pessoa que nao possa exercer epresa, tera que nomear gerente. Ex.: pessoa sem impedimento para continuar empresa. Vai usar nova firma. Se o representante do incapaz puder exercer a empresa, a pessoa assina com nova firma. Se a pessoa for impedida, é o gerente que vai usar nova firma. Dificilmente o incapaz será capaz de assinar.
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
	Exceção ao artigo 1647 do CC. Esse artigo exige, salvo quando a separação de bens for absoluta, que o cônjuge obtenha a autorização do outro cônjuge para a prática de certos atos. O cônjuge não pode livremente praticar esses atos, exceto se o regime de bens for absoluto. Não pode alienar ou gravar de ônus; não podem estar em juízo sozinhos; doação remuneratória - o que excede a liberalidade. 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
	Existem vários atos que as pessoas casadas não podem executar livremente.
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
	Exceção ao artigo 1647, I, não vai se aplicar ao empresário, apenas aos imóveis ligados ao seu estabelecimento. Prerrogativa que o empresário casado tem. E para isso ele tem que ser regular também.
Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.
	Isso por conta da repsonsabilidade ilimitada. Esses documentos tem que ser arquivados no registor de pessoas naturais, mas a lei exige a dupla publicidade - também na junta comercial. Vai ser um registro de pessoas naturais e tambem na junta comercial. O primeiro registro, dele, como pessoa natural, porque ele é uma pessoa natural, e depois o registro na junta. 
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis.
	Para aqueles que entendem que não há mais separação judicial, esse artigo seria letra morta. Para os que entendem que a pessoa pode separar, pensar em uma possível reconciliação, e não divorciar imediatamente, poderia. Depende do seu entendimento: se você achar que as pessoas ainda podem se separar, a sentença que decretar a separação e eventualmente homologar a reconciliaçao deverá ser levada a duplo registro. Para os que entendem que agora é só divórcio, não há mais separação, o artigo não se aplicaria.
Aula 04
	Parte referente aos prepostos. Está no código civil a partir do artigo 1169. São os colaboradores do empresário. Dentro dos colaboradores da empresa, Requião faz classificação entre colaboradores dependentes e independentes.
	Os dependentes são regulados pelo CC, e são pessoas que atuam ou dentro do próprio estabelecimento, onde exerce sua atividade, ou fora dele, mas autorizados pelo empresário, permitindo que essas pessoas atuem em seu nome, fora do estabelecimento. São pessoas que tem relação de emprego com o empresário ou são os seus prepostos.
Art. 1.169. O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas.
	Em geral ele recebe uma designação escrita, na qual o empresário designa o preposto; é a chamada carta de preposto. Se ele vai para outro lugar, que não é o seu estabelecimento, é preciso que tenha a carta, mas dentro do estabelecimento, não se faz necessária sua utilização. Hoje não tem tanta importância porque sua função se perfaz pelo correio eletrônico. Não é que tenha desaparecido, mas não há mais toda aquela obrigatoriedade de reconhecer em cartório a carta, etc. Hoje comunica aos fornecedores através de correio eletrônico, intranet, etc. De qualquer maneira, o artigo acima determina que o preposto deve ser uma pessoa de confiança. Ele não pode fazer-se substituir no desempenho de suas funções sem que o empresário saiba. Se ele o fizer, responde pessoalmente pelos atos realizados pelo terceiro. O preposto é uma pessoa de confiança do empresário. Se os atos forem de urgência, o empresário pode até ratificar os atos realizados. Mas se não ratificar, o preposto responde.
Art. 1.170. O preposto, salvo autorização expressa, não pode negociar por conta própria ou de terceiro, nem participar, embora indiretamente, de operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida, sob pena de responder por perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da operação.
	Se ele não pode negociar por conta própria ou por conta de terceiros, chega-se a conclusão de que preposto de empresário não é empresário. Não pode negociar por conta própria sem autorização expressa. Não pode praticar a mesma operação para que não possa competir com o empresário. O preposto não pode negociar por conta própria ou de terceiro, e se fizer pode até ser punido, tendo os lucros retidos. O preposto de empresário é proibido de exercer empresa.
Art. 1.171. Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto, salvo nos casos em que haja prazo para reclamação.
	Teoria da aparência - se entrega recibos ou documentos ao preposto, considera-se que foram entregues ao próprio empresário. A entrega é de bens, valores e documentos. Considera-se perfeito. É como se tivesse entregando ao empresário. É de boa fé - protege a pessoa que entregou esse bem ou valor. 
	Gerente não é a mesma coisa que administrador no CC. Gerente é preposto de empresário. Administrador é o representante legal da sociedade. A sociedade é representada pelo seu administrador. 
Art. 1.172. Considera-se gerente o preposto permanente no exercício da empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial ou agência.
	 Se é preposto não pratica a empresa em nome próprio. Não é empresário. O gerente é um preposto permanente, com maior importância. O gerente pode atuar na sede da empresa ou em estabelecimento secundário.
Art. 1.173. Quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se o gerente autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados.
	A princípio, o gerente tem plenos poderes, a menos que o empresário faça alguma restrição aos poderes. Se não fizer, o gerente pode exercer todos os poderes, funções e atribuições que caberiam ao empresário.
Parágrafo único. Na falta de estipulação diversa, consideram-se solidários os poderes conferidos a dois ou mais gerentes.
	Eu posso ter mais de um gerente, mas também posso estabelecer poderes que sejam pra um e não para outro. Não havendo indicação de separação de poderes, especificação, todos têm os mesmos poderes. Logo, respondem solidariamente perante o preponente.
Art. 1.174. As limitações contidas na outorga de poderes, para serem opostas a terceiros,dependem do arquivamento e averbação do instrumento no Registro Público de Empresas Mercantis, salvo se provado serem conhecidas da pessoa que tratou com o gerente.
	Esse artigo dá ao empresário uma garantia em casos de atos irregulares praticados pelo preposto. Se a carta de proposto não tiver nenhuma restrição, o preposto age livremente, em nome do empresário. Só que o empresário pode estabelecer restrições. Ex.: comerciante de tecidos - preposto pode negociar qualquer tecido menos os finos, uma vez que estes ficam a cargo somente do empresário. Essas limitações tem que ser escritas. Além de serem escritas para serem opostas a terceiros (fornecedores, clientes...) tem que ser arquivadas no registro do empresário, que está a cargo das juntas comerciais. É uma condição de eficácia, não é de nulidade. Caso existam essas limitações, só podem ser opostas as terceiros se forem publicizadas, arquivadas no registro da empresa nas juntas comerciais.
	1ª hipótese: o empresário não fez limitações - responde.
	2ª hipótese: existem limitações, mas não foram arquivadas no registro da sociedade na junta comercial - empresário responde, pela falta de publicidade.
	3ª hipótese: existem limitações escritas, mas que não foram arquivadas na junta comercial, mas o empresário prova que o terceiro conhecia - não responde.
	4ª hipótese: existem limitações, foram arquivadas no registro público - não responde.
	Se o terceiro for consumidor, o CC não faz distinção se o terceiro conhece ou nao o procedimento de arquivamento. O arquivamento é a defesa do empresário. Publicizou, está blindado. O código é pedagógico nesse sentido. Publicizando, há a eficácia da limitação a terceiros. No entanto, é possível, com o terceiro com o qual o preposto se relacionou, em sendo consumidor, que o juiz entenda que há para ele uma vulnerabilidade jurídica. Ele não conhece que uma vez publicizada a limitação ela se torna oponível contra todos. Ele não conhece que a lei atribui ao arquivamento da limitação eficácia erga omnes, ou que ele tenha q consultar a junta. Para a empresa, arquivou tem eficácia. O CC, no artigo 1174, não excepciona aparência e boa de fé de terceiro.
Parágrafo único. Para o mesmo efeito e com idêntica ressalva, deve a modificação ou revogação do mandato ser arquivada e averbada no Registro Público de Empresas Mercantis.
	Tudo com a publicidade. Toda vez que fala Registro Público de Empresas Mercantis, leia-se Juntas Comerciais.
Art. 1.175. O preponente responde com o gerente pelos atos que este pratique em seu próprio nome, mas à conta daquele.
	O preponente é o empresário. Ele responde por terceiros, pelo gerente, ele responde pelos atos que este gerente pratique em seu nome. À conta aqui significa seguindo ordens. Em regra, a responsabilidade é do preponente, do empresário. O preposto atua em nome e no interesse do preponente. Mas, se ficar provado, que o preposto atuou em seu nome, mas seguindo ordem do seu preponente, vai haver a solidariedade entre eles em relação à responsabilidade. 
Art. 1.176. O gerente pode estar em juízo em nome do preponente, pelas obrigações resultantes do exercício da sua função.
	Geralmente, vai o gerente administrativo. Preposto de sociedade, transportadora... Se ele é administrador da sociedade, é o contrato social. Se for gerente ou preposto, é o documento de designação. Uma coisa é completamente diferente da outra. Administrador não é preposto. Administrador não precisa de designação especial, porque ele é representante legal de pessoa jurídica. As sociedades são representadas em juízo pelos seus administradores. Administrador não precisa de designação específica. O preposto precisa de sua designação, já o administrador não, porque já é representante de pessoa jurídica. Vide artigo 1022 - este refere-se ao administrador. 
	Outros colaboradores: contabilista (responsável pela escrituração dos livros do empresário) e outros auxiliares (vendedores, viajantes ou pracistas) aos quais o CC se refere.
Art. 1.177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele.
	O empresário é responsável por aquilo que o contabilista lança nos seus livros, isso porque presume-se que foi o próprio empresário que lançou. O que o contador ou técnico lança, salvo de má fé, é o empresário que responde pelo conteúdo da sua escrituração. Isso, civilmente. Na esfera criminal é diferente, porque tem que ter a individualização da pena e da conduta.
Parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e, perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos.
Os prepostos respondem perante os preponentes em relação aos atos culposos, de má fé (negligência, imperícia, etc.). Solidariamente, respondem o preponente e o preposto pelos atos dolosos. Isso só vai acontecer se provar o dolo.
Art. 1.178. Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, ainda que não autorizados por escrito.
Como dito antes, carta de preposto normalmente é utilizada fora do estabelecimento. Dentro ela não é utilizada. Isso remete a teoria da aparência, uma vez que dentro do estabelecimento, as pessoas lá dentro presumem-se prepostas. 
Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do estabelecimento, somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor.
A segurança para o empresário é que fora do estabelecimento é necessária a autorização escrita.
Obrigações do empresário
Existem obrigações que abrangem as posturas, vigilância sanitária, poder de polícia, previdência social, tributária... relacionam-se ao direito administrativo, ao tributário... cada uma na sua seara. No direito comercial, as obrigações são incisivas.
A primeira obrigação é registra-se como empresário no registro público de empresas, o empresário deve se registrar lá como tal. Artigo 967 do CC.
Segunda: obrigações referentes a escrituração, é ter livros para escriturar suas operações. Artigo 1179, CC.
Terceira: artigo 1194 – conservar, em boa guarda, a escrituração, papeis e documentos referentes a sua empresa até a prescrição das ações a eles referentes. 
Quarta: parte final do artigo 1179 – levantar anualmente balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
A primeira obrigação então é seguir um sistema de escrituração, mecanizado ou não. Depois, a outra, é levantar anualmente todos os documentos. Por sistema mecanizado ou não – IN 107/2008. O CC fala em sistema mecanizado de escrituração ou não. Mecânica é a manual, o contador lança no livro. IN 107/2008. 
Art. 2º São instrumentos de escrituração dos empresários e das sociedades empresárias:
I - livros, em papel;
II - conjunto de fichas avulsas (art. 1.180. CC/2002);
III - conjunto de fichas ou folhas contínuas (art. 1.180 - CC/2002);
IV - livros em microfichas geradas através de microfilmagem de saída direta do computador (COM);
V - livros digitais.
	Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados.
	Isso é o chamado arquivo, que o empresário deve ter. Se ele for demandado em juízo, estes arquivos serão usados como meio de prova. Qual o prazo máximo que deve-se guardar esses documentos– prescrição – é de 10 anos, segundo o artigo 205 do CC. Porém, várias ações podem prescrever em prazos menores, como as tributárias, as eferentes a administração pública... pode-se manter o arquivo digitalizado, etc. O empresário deve descartar na medida em que os prazos forem sendo alcançados. Mas antes de dez anos, muita coisa pode descartar.
	No artigo 967 – o empresário é obrigado a se registrar como tal no REM. IN 97/2003. Se o empresário não cumprir essa obrigação, será irregular. O registro de empresário é declaratório, ele já é empresário. A extinção ou registro da atividade é uma obrigação legal, mas que não é elemento constitutivo do conceito de empresário. Ele é empresário porque declara exercício regular de empresa. Ele declara sua situação de empresário. Se for irregular, terá série de desvantagens. A primeira delas é que não poderá ser ME, nem EPP. Não poderá gozar das vantagens do SIMPLE – sistema unificado e simplificado de recolhimento de tributos e contribuições. Isso porque enquadramento como MEI, ME e EPP só depois do registro. Não há nenhuma vantagem em matéria tributária. Não poderá pedir a recuperação judicial... e uma série de desvantagens.
Os livros do empresário provam sempre contra ele. Só provam a favor se estiverem autenticados. Como posso autenticar? Deve haver o registro como empresário antes. Sem o registro não pode autenticar o livro. Outra situação fundamental: caso o empresário irregular venha a falir, o art. 178 da lei de falências – crime: deixar de elaborar, escriturar ou autenticar – não pode autenticar porque não é regular. A antiga lei de falências dizia que, se o comerciante não tivesse muita instrução, conhecimento, o juiz poderia não aplicar-lhe a pena.
	Balanço – artigo 1180:
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica.
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico.
	O livro diário é o livro comum do empresário. Há, inclusive, livros digitais. O livro diário é livro obrigatório. A legislação especial pode exigir que se escriture outros livros além do livro diário. Por exemplo, os empresários que se utilizarem de duplicatas para cobrança de crédito, deverão escriturar um livro, livro de registro de duplicatas. Livros de entrada e saída de mercadorias: livro de entrada e saída de mercadorias. E assim sucessivamente. Então, a lei pode exigir para determinados empresários a escritura de livros especiais.
	E para ME e EPP? Como fica a escrituração para eles? Lei complementar 123/2006 – artigo 26.
Art. 26.   As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional ficam obrigadas a:
I - emitir documento fiscal de venda ou prestação de serviço, de acordo com instruções expedidas pelo Comitê Gestor;
II - manter em boa ordem e guarda os documentos que fundamentaram a apuração dos impostos e contribuições devidos e o cumprimento das obrigações acessórias a que se refere o art. 25 desta Lei Complementar enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes.
	Então, mesmo ME e EPP têm que emitir nota fiscal, hoje ela é eletrônica. O artigo 25 é o que o CC já fala no artigo 1194.
§ 1º O MEI fará a comprovação da receita bruta mediante apresentação do registro de vendas ou de prestação de serviços na forma estabelecida pelo CGSN, ficando dispensado da emissão do documento fiscal previsto no inciso I do caput, ressalvadas as hipóteses de emissão obrigatória previstas pelo referido Comitê. § 1º O MEI fará a comprovação da receita bruta mediante apresentação do registro de vendas ou de prestação de serviços na forma estabelecida pelo CGSN, ficando dispensado da emissão do documento fiscal previsto no inciso I do caput, ressalvadas as hipóteses de emissão obrigatória previstas pelo referido Comitê.
	O MEI – microempresário individual – está dispensado de escriturar qualquer livro, basta que apresente relatório de suas vendas. 
	ME e EPP: 
§ 2º  As demais microempresas e as empresas de pequeno porte, além do disposto nos incisos I e II do caput deste artigo, deverão, ainda, manter o livro-caixa em que será escriturada sua movimentação financeira e bancária.
	Para as microempresas e EPP é preciso escriturar livro, mas não é livro diário, é livro caixa. É um livro especial. É a movimentação de dinheiro do estabelecimento. É uma movimentação de quantias. É preciso colocar a remição ao código civil. O CC deve ser analisado juntamente, de acordo com essa legislação. Para eles aqui é só o livro caixa, não precisa do livro diário. Isso porque as microempresas, além da conservação dos documentos e ter a escrituração com base nesses documentos que vão arquivar, deverão ainda manter o livro caixa, no qual será escriturada sua movimentação financeira e bancária. Não precisa do diário. Antes da lei complementar, a antiga lei exigia dois: o livro caixa e o registro de inventário para ME e EPP. Hoje acabou a obrigatoriedade deste segundo. Ele é um livro facultativo.
	O livro diário é cronológico. Não significa que dia a dia tenha que escriturar, mas os lançamentos tem que seguir uma ordem no tempo. Se não estiver assim pode dar problema. O livro caixa é mais simples, porque é referente a movimentação financeira. (Lei 6704/76 enumera vários livros de registros obrigatórios para as sociedades anônimas*).
Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis.
Parágrafo único. A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o empresário, ou a sociedade empresária, que poderá fazer autenticar livros não obrigatórios.
	Antes de serem postos em uso devem ser autenticados. Não se autentica sem que haja inscrição. O livro obrigatório tem que ser autenticado. O facultativo, a autenticação é facultativa. A autenticação na doutrina é adotada como formalidade extrínseca ao livro comercial. Existem formalidades intrínsecas, que dizem respeito à escrituração, e formalidades extrínsecas. A autenticação é uma formalidade extrínseca. O empresário irregular não tem como autenticar, só o regular. Tudo isso é para fomentar a sua regularização. Não regularizado só tem desvantagens.
Ler a instrução normativa de 2008
Art. 1.182. Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração ficará sob a responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na localidade.
	Deve ter um contabilista, não pode faze escrituração sozinho. Deve-se fazer a fiscalização do contabilista, pois os dados que o contabilista lancar, presumem-se lançados pelo próprio empresário. Contabilista legalmente habilitado significa ter registro. Formalidades intrínsecas – artigo 1183 – diz respeito ao conteúdo, a escrituração.
Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens.
Parágrafo único. É permitido o uso de código de números ou de abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmente autenticado.
	Primeiro requisito intrínseco: língua portuguesa e na moeda corrente nacional. Segundo: métodos contábeis. Terceiro: ordem cronológica. Se houver erro, não pode apagar, tem que fazer extorno. Hoje com a informática não faz mais sentido ter um livro borrador. Livro diário – ordem cronológica, pode deixar de escriturar em intervalos maiores.
Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa.
	Esse é o livro mais importante. Para quem não é ME, EPP ou MEI é o livro obrigatório. Caracterizaçãodo documento respectivo – contrato x, nota promissória numero x. Pode deixar para escriturar em intervalos que não sejam diários? Sim. 	
§ 1o Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individualizado, e conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação.
	A lei considera que até trinta dias pode-se fazer somente uma atualização no diário, ou seja, uma atualização mensal, no mínimo. A escrituração atrasada pode trazer sanções para o empresário.
§ 2o Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária.
	Qual é a importância do diário? Além do lançamento das operações do empresário. Os livros diários auxiliares a que se refere o artigo anterior. Pode-se ter um em cada filial, mas depois é preciso fazer consolidação de toda a atividade empresarial. Além do lançamento diário das operações, será lançado também o balanço, o balanço de que trata o artigo 1159. O patrimonial e de resultado econômico. Artigos 1188 e 1189.
Art. 1.188. O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo.
	Ativo – são os créditos e direitos da sociedade. Passivo – são os débitos e as obrigações. O valor do ativo tem que ser fechada com o do passivo. O balanço é o instrumento mais importante, e deve ser elaborado no mínimo uma vez por ano. Instituições financeiras têm que apresentar balanços semestrais. A obrigatoriedade do lançamento do balanço é no mínimo anual. Pode ser que a periodicidade seja menor, mas esta decorrerá de lei especial.
Parágrafo único. Lei especial disporá sobre as informações que acompanharão o balanço patrimonial, em caso de sociedades coligadas.
Art. 1.189. O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e perdas, acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito, na forma da lei especial.
	São os lucros e as perdas que a sociedade teve naquele período. O balanço é lançado no diário. § 2º do artigo 1184.
	Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa.
§ 1o Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individualizado, e conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação.
§ 2o Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária.
	A escrituração pode ficar a cargo de técnico ou de contabilista. O empresário assina, e assim se responsabiliza por aqueles dados. Em sociedade empresaria, quem assina é o administrador. O empresário individual assina seu balanço com o técnico ou contabilista. Não é conveniente que o preposto assine.
	Sigilo dos livros empresariais - artigo 1190 - e a exibição de livros empresariais. Em relação ao ultimo, a matéria é regulada pelo CPC. Matéria que trata das provas, principalmente depois do artigo 379. O livro comercial prova sempre contra seus proprietários...
	Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei.
	Esse artigo cria blindagem absoluta sobre os livros de escrituração do empresário. Ele tem que ser analisado muito cuidadosamente. Nenhum juiz ou tribunal pode ordenar diligência para saber se o empresário escritura ou não... Isso é uma presunção relativa. O que esta implícito no artigo 1190: imotivadamente. Imotivadamente não se pode fazer inspeção judicial nos livros do empresário. Pode fazer imotivadamente somente se lei especial autorizar. Artigo 195 do CTN – autoriza sem necessidade de motivação autoridade tributária a fazer inspeção nos livros do empresário. Motivadamente, portanto, não há problema, mas imotivadamente só se lei especial autorizar.
Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.
	Ressalvados os casos em lei, é preciso motivar. A fiscalização hoje na área tributária tem total acesso aos livros. Motivadamente, pode ser autorizada a exibição de livros.
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da escrituração, em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da fiscalização do pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas leis especiais.
	Esse artigo praticamente repete o 195 do CTN. 
* Vide súmula 439 do STF: ESTÃO SUJEITOS À FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA OU PREVIDENCIÁRIA QUAISQUER LIVROS COMERCIAIS, LIMITADO O EXAME AOS PONTOS OBJETO DA INVESTIGAÇÃO.
 
	Corrobora o que está nos dois artigos.
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência.
§ 2o Achando-se os livros em outra jurisdição, nela se fará o exame, perante o respectivo juiz.
	Sucessão aqui é relativa à empresarial, à causa mortis. Não falência, é obrigatório o exame nos livros do empresário. É obrigado a apresentar seus instrumentos, senão é acusado de crime de desobediência. Na falência, então, é obrigatória a exibição. É iniciativa do empresário apresentar. Caso não faça, o juiz pode intimá-lo a apresentar, e não apresentando – crime de desobediência. Essas são as hipóteses de exibição total, ou seja, de todo o livro. A exibição integral no direito brasileiro é exceção, a exibição do livro é um transtorno. O livro tem que ficar em juízo muitas vezes por meses até que a exibição seja concluída. Então, ela é exceção. Tem que ser justificada e apenas nos casos previstos em lei. Já a exibição parcial é muito mais ampla, pois é somente de uma folha, por exemplo. A exibição integral pode ser determinada a requerimento. De oficio, é parcial.
§ 1o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da sociedade empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles se extrair o que interessar à questão.
	Medida cautelar – exige a exibição de livros (nominada). Essa é a exibição parcial. E se não apresentar os livros, o que acontece? A pena é de confissão. Os fatos que seriam provados a partir da exibição dos livros passam a ser incontroversos. Sao presumidos como verdadeiros, pena de confissão. 
Art. 1.192. Recusada a apresentação dos livros, nos casos do artigo antecedente, serão apreendidos judicialmente e, no do seu § 1o, ter-se-á como verdadeiro o alegado pela parte contrária para se provar pelos livros.
	Pena de confissão em caso de recusa a exibição parcial. Em caso de recusa a exibição integral, os livros serão apreendidos. Não há a pena de confissão.
*Vide súmula 260 e 390 do STF.
260: O EXAME DE LIVROS COMERCIAIS, EM AÇÃO JUDICIAL, FICA LIMITADO ÀS TRANSAÇÕES ENTRE OS LITIGANTES. (exibição parcial)
390: A EXIBIÇÃO JUDICIAL DE LIVROS COMERCIAIS PODE SER REQUERIDA COMO MEDIDA PREVENTIVA.
(medida cautelar, pode ser requerida antes da propositura da ação).
	O livro comercial pode ser usado na prova de fatos jurídicos. Na parte de provas de fatos jurídicos, o artigo 226 do CC diz que os livros e fichas do empresário provam contra seus proprietários, sempre. A seu favor quando escriturados sem vícios intrínsecos e extrínsecos – sem rasuras, autenticados… empresário irregular não pode usar o livro a seu favor.
Aula 05
*A parte de livros tem que ser complementada com o CPC.
Registro Público de Empresas Mercantis 
A legislação base para registro de empresas mercantis é a lei 8934/94 – essa lei tem regulamento – o decreto 1800/96. O RPEM não é um órgão, e sim uma estrutura organização formada por órgãos. Isso porque existe o registro de pessoas civis, que é um órgão. Mas o RPEM não é um órgão, é uma organização de órgãos. O Registro Público De Empresas Mercantis, que é responsável pelo registro do empresário, tem um órgão de cúpula, chamado DNRC, de onde vêm as IN. Significa Departamento Nacional De Registro Do Comércio. Embora o registro seja RPEM, o legislador não mudou o nome para DNRE, continuou sendo DNRC. O registro é registro público de empresa, mas o órgão é do comércio. O DNRC é um órgão da administração pública direta da União, e foi criado em 1961. Integra o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Integra a administração pública direta, não é uma autarquia.
Decreto 1800/96 – artigo 4º
Art. 4º O Departamento Nacional de Registro do Comércio - DNRC, criado pela Lei nº 4.048, de 29 de dezembro de 1961, órgão integrante do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, tem por finalidade:
I - supervisionar e coordenar, no plano técnico, os órgãos incumbidos da execução dos serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
	Esses órgãos aqui são as juntas comerciais, que são os órgãos executores do serviço de registro. Qual a natureza da junta comercial? Elas integram a adm. pública direta dos estados. Cada junta está subordinada a uma secretaria de cada estado, cada uma está ligada a um governo do Estado. Exceção é o DF: a junta comercial do DF é subordinada direta ao DNRC, ela não integra o GDF (Governo do DF). Artigo 8º e 6º, p.ú.
	Art. 6º As juntas comerciais subordinam-se administrativamente ao governo da unidade federativa de sua jurisdição e, tecnicamente, ao DNRC, nos termos desta lei.
Parágrafo único. A Junta Comercial do Distrito Federal é subordinada administrativa e tecnicamente ao DNRC.
	Ou seja, ao governo federal. 
Inciso I- Cada estado tem a sua junta, e o DF. O número de juntas é o número de estados do Brasil mais o distrito federal. Todas as juntas são subordinadas no plano técnico ao DNRC, e administrativamente ao governo dos Estados, salvo a junta do DF que é subordinada ao DNRC. Inciso II do artigo 4º:
II - estabelecer e consolidar, com exclusividade, as normas e diretrizes gerais do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
	Esse artigo é que fundamenta as IN do DNRC. Estabelece as normas gerais e diretrizes para as juntas. As juntas devem seguir essas diretrizes, porque do ponto de vista técnico elas estão submetidas ao artigo 6º do D1800/96. Elas são tecnicamente subordinadas ao DNRC, ainda que sejam subordinadas administrativamente ao governo de seu Estado. 
V - exercer ampla fiscalização jurídica sobre os órgãos incumbidos do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, representando para os devidos fins às autoridades administrativas contra abusos e infrações das respectivas normas e requerendo o que for necessário ao seu cumprimento;	
	Se as juntas descumprirem as normas do DNRC, este pode aplicar-lhes sanções. 
VI - estabelecer normas procedimentais de arquivamento de atos de firmas mercantis individuais e de sociedades mercantis de qualquer natureza;
EXEMPLO: IN 97 – manual do empresário. Manuais de registros de atos, no geral, tanto para o empresário quanto para a sociedade, tem por base o inciso VI do artigo 4º.
	As Juntas Comerciais:
Lei 8934 - Art . 5º Haverá uma junta comercial em cada unidade federativa, com sede na capital e jurisdição na área da circunscrição territorial respectiva.
O Registro Público De Empresas Mercantis é composto pelo DNRC e Juntas Comerciais.
DNRC: supervisora, orientadora, organizadora normativa
JC – órgãos locais, estaduais, com função executora e administradora nos serviços de registro. 
Art. 7º As juntas comerciais poderão desconcentrar os seus serviços, mediante convênios com órgãos públicos e entidades privadas sem fins lucrativos, preservada a competência das atuais delegacias.
Antigamente, as juntas comerciais tinham delegacias em cidades maiores. Só que manter essas delegacias, como elas eram órgãos subordinados ás JC, ficava muito caro para o Estado, porque ha todo um quadro que se deve manter. A prefeitura concedia convênios. Por exemplo, a prefeitura cede uma sala. Nessa sala, uma pessoa faz treinamento na junta comercial e passa a receber documentos. Hoje, uma pessoa não precisa sair do extremo noroeste do RJ vir na cidade do Rio para entregar essa documentação na Junta. Entrega lá, e esses papeis vem para o Rio por meio de malote. Isso é a chamada descentralização de serviços de registro. Por isso não se criam mais as chamadas delegacias. Hoje muita coisa é feita online também. As que existem ainda continuam. Mas não se criam mais. Isso foi uma solução do artigo 7º.
Isso é a descentralização de serviços de registro. Ao invés de concentrar tudo na capital, que é a sede da junta, a descentralização pode ser feita via delegacias, que não são muito utilizados, e principalmente por convênios formais com prefeituras, SEBRAE, entidades publicas ou privadas, que concedem espaço para que alguém da junta ou alguém treine para receber esses documentos e levar para a Junta. 
Lei 8934, artigo 8º.
Art. 8º Às Juntas Comerciais incumbe:
I - executar os serviços previstos no art. 32 desta lei;
Quais os objetivos do RPEM? Seu conteúdo não é sigiloso, qualquer pessoa tem direito de obter informações.
Art. 29. Qualquer pessoa, sem necessidade de provar interesse, poderá consultar os assentamentos existentes nas juntas comerciais e obter certidões, mediante pagamento do preço devido.
	São os emolumentos. A função é publicidade, autenticidade, garantia...
Art. 1º O Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, subordinado às normas gerais prescritas nesta lei, será exercido em todo o território nacional, de forma sistêmica, por órgãos federais e estaduais, com as seguintes finalidades:
I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro na forma desta lei;
II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as informações pertinentes;
III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu cancelamento.
Dar garantia, em relação a terceiros, de que o ato foi registrado. Fazer remissão ao artigo 1154 do CC.
Art. 1.154. O ato sujeito a registro, ressalvadas disposições especiais da lei, não pode, antes do cumprimento das respectivas formalidades, ser oposto a terceiro, salvo prova de que este o conhecia.
Parágrafo único. O terceiro não pode alegar ignorância, desde que cumpridas as referidas formalidades.
A publicidade então é condição de eficácia. E uma vez realizado o arquivamento, o que acontece? P.ú. – enquanto o ato sujeito a registro não for feito, não tem efeito erga omnes. Mas, uma vez tendo sido feito o registro, o terceiro não pode alegar ignorância desses documentos. As funções de publicidade e eficácia do registro fica evidente.

Outros materiais