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Caso concreto 10 Sociologia

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SOCIOLOGIA JURÍDICA E JUDICIÁRIA
Prof.ª Ana Maria Aguiar
Aluno. Luciano Rodrigues
Matricula. 201403022623
 Direito/Manhã
Caso Concreto 10
Caso Concreto - Os 30 anos do comício que a Globo transformou em festa. Há exatos 30 anos, cerca de 300 mil pessoas foram à Praça da Sé, em São Paulo, para reivindicar eleições diretas para presidente. No palanque, políticos, artistas, sindicalistas e estudantes. Era o maior ato político ocorrido nos primeiros 20 anos da ditadura brasileira, com todo o seu saldo de mortes, torturas, desaparecimentos forçados, censuras e supressões dos direitos individuais, mas o foco da reportagem que o telejornal de maior audiência do país, o Jornal Nacional, da TV Globo, levou ao ar naquela noite, era a comemoração pelos 430 anos de São Paulo. O histórico comício da Praça da Sé ocorreu em um momento em que o Brasil reunificava suas forças para tentar por fim ao regime de exceção, em um movimento crescente. Treze dias antes, um outro ato político realizado em Curitiba (PR), com a mesma finalidade, havia sido completamente ignorado pela emissora. Mesmo a chamada para o ato que os organizadores tentaram veicular na TV como publicidade paga não foi aceita pela direção. O Jornal Nacional nada falou sobre o comício que levou 50 mil pessoas às ruas da capital paranaense. Antes dele, outros, menores, já ocorriam em várias cidades brasileiras desde 1983. Nenhum mereceu cobertura. [...] Quando a multidão ocupou a Praça da Sé, a Globo optou por maquiar o ato e alterar suas finalidades. No telejornal mais visto do país, o apresentador Sérgio Chapelin fez a seguinte chamada: “A cidade comemorou seus 430 anos com mais de 500 solenidades. A maior foi um comício na Praça da Sé”. A matéria que entrava a seguir, do repórter Ernesto Paglia, evidenciava os 30 anos da Catedral da Sé e os shows artísticos pelo aniversário da cidade. Só no finalzinho, o repórter dizia que as pessoas pediam a volta das eleições diretas para presidente, como se aquilo tivesse sido um rompante espontâneo no evento convocado para outros fins. Apesar da postura da maior rede de TV nacional, a campanha Diretas Já ganhava o país. No dia 24 de fevereiro, um novo grande comício foi realizado em Belo Horizonte (MG), e reuniu um contingente ainda maior de pessoas do que o de São Paulo. No mesmo Jornal Nacional, apenas rápidas imagens da multidão que saiu às ruas e dos muitos oradores que pediam o fim da ditadura, acompanhados de um texto que desvirtuam o sentido do ato A hostilidade com que os manifestantes tratavam a emissora só fazia aumentar. Foi nesta época que os protestos de rua passaram a bradar o slogan ouvido até hoje: “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”. Foi nesta época também que os repórteres da Globo passaram a ser achincalhado nas ruas. Alguns sofreram agressões físicas. [...] No documentário “Muito Além do Cidadão Kane”, da emissora pública britânica Channel 4, de 1993, um trecho da matéria exibida pelo Jornal Nacional sobre o comício da Praça da Sé ajuda a comprovar a tese expressa no título pelo diretor, Simon Hartog. No filme "Cidadão Kane", de 1941, considerado a melhor produção cinematográfica de todos os tempos, o genial Orson Wells narra a historia de um magnata das comunicações que, para assegurar lucro e poder, não tem escrúpulos em apoiar governantes diversos, independentes de partidos e ideologias. (Jornal eletrônico Carta Maior, por Najla Passos, publicada em 24.01.2014). A mídia é conhecida como o 4º Poder, junto aos poderes estatais quanto às mudanças sociais. Assim, qual é o papel da mídia na formação da opinião pública? Pesquise notícias que foram veiculadas de forma diversa em seu estado.
O conceito sociológico de opinião pública?
Para Cavalieri Filho, opinião pública é o pensamento predominante do grupo sobre determinada pessoa ou questão. É o juízo coletivo adotado e exteriorizado por um grupo. Consiste basicamente em um pensamento coletivo, extremamente impreciso e mutável. A opinião pública não é a soma nem a síntese da opinião de todos, é uma nova realidade que representa a tendência geral. Logo, a opinião pública é definida como o posicionamento da maior parte (ou da parte mais influente) dos indivíduos de uma comunidade sobre um determinado assunto controvertido. É um conceito difícil porque seu alcance e implicações são distintos conforme as opiniões se manifestem de forma espontânea, ou seja, apuradas por pesquisas de opinião. A formação de uma ideia pode ser resultado da interação não planejada entre as pessoas. Pode também surgir da relação entre o público e os meios de comunicação de massa. Em certas situações, a opinião hegemônica dos cidadãos surge espontaneamente e, em sequência, é captada e vocalizada na mídia tradicional. Em outras ocasiões, diversamente, é a visão dos agentes controladores da mídia que influencia e determina a opinião pública. A opinião pública assume, portanto, grande importância, visto que todos desejam a simpatia e aprovação dos demais frente à crítica popular, constituindo então elementos decisivos de interação social. Assume a imprensa escrita e falada, pela sua grande força, como órgão de informação e formação de opinião pública.
Influência da opinião pública no Direito?
O amadurecimento das instituições democráticas pressupõe um entrelaçamento múltiplo e recíproco, no qual a comunicação ocupa uma posição central. A opinião pública, por si só, não deve ser considerada uma interferência maléfica no processo decisório. A publicidade das decisões judiciais confere credibilidade ao Poder Judiciário e consolida sua independência. No entanto, diante de uma sociedade cada vez mais interessada em Justiça, a pressão da opinião pública sobre quem deve decidir tecnicamente aumenta. Segundo o ministro Cesar Asfor Rocha, membro do Superior Tribunal de Justiça, pelo menos uma mudança crucial já pode ser sentida. Em entrevista concedida ao Anuário da Justiça Brasil 2012, “ele afirmou que, há duas décadas, era preciso coragem para condenar um réu. Hoje, é preciso muita coragem para absolver”. Apesar da intensidade da voz das ruas, operadores do Direito concordam que a Justiça tem resistido à correnteza. Especialistas presentes ao lançamento do Anuário no STF, afirmaram que a Justiça tem sido acompanhada mais de perto, mas que os julgadores não têm se deixado influenciar. Aos presentes, a ConJur questionou se há algum declínio da face contramajoritária do Judiciário, e se a popularização da Justiça pode provocar mudanças nessa lógica. Para o ministro Celso de Mello, decano do STF, a suprema corte tem valorizado a “função contramajoritária que é inerente à própria jurisprudência constitucional”. Segundo ele, isso acontece “à medida que o desempenho da atividade constitucional se apresenta na posição de resguardo a grupos minoritários e de pessoas vulneráveis”. Celso afirmou que o Supremo não se deixa permear pela opinião popular em suas discussões.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, concorda. “Essa função contramajoritária tem sido reforçada. O STF tem cumprido sua missão de interpretar a Constituição”.O ministro Marco Aurélio Bellizze é crítico da influência externa. "Há quem pense que as decisões do STF, para serem legítimas, têm que ser conforme a opinião pública. Mas o que é a opinião pública? O que chega até o Judiciário é a opinião pública ou a opinião publicada?", questiona. "O mais importante é o interesse público. A opinião pública tem sede de vingança social." 
 
Questão objetiva 
FGV: confiança no Judiciário caiu 5% no 3º trimestre (ANNE WARTH - Agencia Estado) Piorou a avaliação da população em relação à Justiça brasileira. O Índice de Confiança na Justiça (ICJBrasil), apurado pela Fundação GetúlioVargas (FGV), registrou 5,6 pontos no terceiro trimestre de 2009, numa escala que varia entre 0 e 10. Houve um recuo de 5% ante ao segundo trimestre do ano, quando o Judiciário recebeu uma nota de 5,9 no levantamento. Sobre a temática da opinião pública analise as afirmativas abaixo:
I – A opinião pública age como um verdadeiro termômetro, revelando ao legislador e demais autoridades que atuam na ordem jurídica a temperatura social em torno de questões sociais relevantes e indicando as mudanças que precisam ser feitas nas leis e nas instituições jurídicas.
II – Nem sempre as instituições jurídicas deverão submeter-se à opinião pública, principalmente quando esta encontra-se manejada, ou dominada, por grupos de pressão que não traduzem os reais e efetivos propósitos da sociedade.
III – Não existe uma opinião pública, mas sim diversas correntes de opinião, concorrentes ou divergentes, coexistentes sem conflito ou contraditórias em graus diversos, compondo um universo de opiniões que se manifestam em determinado momento e lugar. 
Só é CORRETO o que se afirma em:
 
 a) I;
 
 b) II;
 
c) I e II;
 
d) I e III;
 
e) todas estão corretas.

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