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Atuação dos Profissionais em EaD estrutura e metodologia - UNIP

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Autoras: Profa. Solange Maria Sanches Gervai
 Profa. Edna Barberato Genghini
Atuação dos Profissionais 
em EAD: Estrutura 
e Metodologia
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Professoras conteudistas: Solange Maria Sanches Gervai / 
Edna Barberato Genghini
Solange Maria Sanches Gervai
Graduou‑se em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (1988), é mestre e doutora em Linguística Aplicada 
e Estudos da Linguagem, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professora titular da Universidade Paulista 
(Unip), lidera o grupo de pesquisa Multiletramentos na Formação Contínua de Educadores e atua como professora em 
cursos presenciais de graduação e pós‑graduação na modalidade a distância.
Edna Barberato Genghini
Mestre em Educação, pedagoga e psicopedagoga. Professora adjunta da Universidade Paulista (Unip), é autora 
de artigos e livros‑textos, além de coordenadora da pós‑graduação em Formação em Educação a Distância e da 
Pós‑Graduação em Psicopedagogia Institucional.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Z13 Zacariotto, William Antonio
Informática: Tecnologias Aplicadas à Educação. / William 
Antonio Zacariotto ‑ São Paulo: Editora Sol.
il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2‑006/11, ISSN 1517‑9230.
1.Informática e tecnologia educacional 2.Informática I.Título
681.3
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Gustavo Guiral
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Sumário
Atuação dos Profissionais em EAD: 
Estrutura e Metodologia
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) ................................................................................. 11
1.1 As diferentes fases da EaD e suas marcas tecnológicas ....................................................... 12
1.2 A internet como ferramenta de mudança? ............................................................................... 12
1.3 O meio e a mensagem... A tecnologia muda a educação? .................................................. 14
1.4 Paradigmas educacionais e a tecnologia .................................................................................... 19
Unidade II
2 ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM EAD ................................................................................................ 21
2.1 Consolidação da EaD no Brasil ....................................................................................................... 21
2.2 O aluno como foco pedagógico e os sistemas de comunicação ...................................... 25
2.3 O papel do professor e as diferentes propostas dos cursos ................................................ 29
Unidade III
3 METODOLOGIAS EM EAD – PARADIGMAS ............................................................................................ 33
3.1 A concepção de educação para processos de ensino aprendizagem .............................. 33
3.2 Modalidades de trabalho pedagógico em EAD ........................................................................ 38
3.3 A qualidade das interações e o papel do professor em ambientes virtuais ................. 41
3.3.1 Comunidades virtuais online ............................................................................................................. 42
Unidade IV
4 CONSTRUÇÃO DE APRENDIZAGEM EM AVA – O PAPEL DO PROFESSOR................................. 45
4.1 A mediação pedagógica e a construção do conhecimento ................................................ 45
4.2 As contribuições de Garrison, Anderson e seus colaboradores ......................................... 49
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Unidade V
5 FERRAMENTAS SÍNCRONAS E ASSÍNCRONAS DE APRENDIZAGEM EM AVA ......................... 56
5.1 Mediação pedagógica para construir conhecimento complexo ....................................... 56
5.2 Atividades e ferramentas em AVA (síncronas e assíncronas) 
para a criação de ambientes favoráveis à aprendizagem construtiva ................................... 58
5.2.1 Chats: exemplo de ferramenta síncrona ....................................................................................... 58
5.2.2 Tarefas individuais com “devolutivas” do professor ................................................................. 60
5.2.3 Fóruns .......................................................................................................................................................... 62
Unidade VI
6 O TEMPO E A AUTONOMIA EM EAD ........................................................................................................ 66
6.1 A administração do tempo e do espaço na educação a distância ................................... 66
6.2 Autonomia: a responsabilidade a própria aprendizagem .................................................... 70
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APRESENTAÇÃO
Bem‑vindo, aluno!
Neste material, você encontrará os conteúdos pertinentes à disciplina Atuação dos Profissionais em 
EAD: Estrutura e Metodologia, na qual serão apresentadas e discutidas diversas questões relacionadas 
às metodologias aplicadas na modalidade a distância e seus possíveis efeitos.
Vamos analisar tecnologias e suas implicações para a atuação de professores nos ambientes de 
aprendizagem, relacionando‑as aos paradigmas educacionais que norteiam nossas ações como 
profissionais da educação (presencial ou não).
Buscaremos compreender um pouco mais os possíveis paradigmas que permeiam e norteiam as 
ações dos profissionais da área, no âmbito da ação pedagógica, assim como no design dos materiais e 
escolhas das ferramentas a serem trabalhadas com os alunos.
Para finalizar, analisaremos questões importantes que podem afetar os estudos dos alunos e a ação 
dos professores nessa modalidade, como a organização do tempo e o desenvolvimento de autonomia.
A disciplina visa promover atitudes que fomentem maisoportunidades de aprendizagem.
Então, mãos à obra!
INTRODUÇÃO
Caro aluno, você sabia que a prática de educação a distância (EaD) tem concretamente existido no 
mundo há muitos anos como ação educativa de interação pedagógica?
Relatos históricos apontam que a comunicação, com o objetivo de provocar aprendizagem em 
discípulos fisicamente distantes, já existia ao menos desde a antiguidade, na Grécia antiga e, depois, em 
Roma, por meio de cartas que comunicavam informações sobre o cotidiano das pessoas e descobertas 
científicas. Muitas dessas cartas tinham o objetivo explícito de instruir.
Sucedeu que, a partir das constantes transformações tecnológicas, advindas da ciência, fomos 
mudando as características dessa ação educacional. A expansão da engenharia das telecomunicações, 
por exemplo, ofereceu‑nos a possibilidade de fazer uma educação mais rápida, mais barata, com o 
potencial de atingir um número maior de indivíduos, não é?
No entanto, será que nossas práticas educacionais ficaram assim tão diferentes?
Alguns acreditam que sim. E você: o que pensa? Mudamos nossas práticas por causa das novas 
tecnologias de informação e comunicação? O que mudou?
Nesse sentido, esta disciplina convida você, aluno do curso de pós‑graduação da Unip Interativa, a 
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começar a refletir sobre a função do professor na modalidade a distância atual, o que ele pode fazer e 
como. Queremos levá‑lo a pensar as potencialidades de que dispomos para fazer uma EaD diferente, pois 
acreditamos que é preciso refletir sobre nossas práticas e nossos objetivos pedagógicos, para avaliarmos 
como podemos otimizar o que o mundo novo nos oferece para atingirmos nossas metas.
O material que agora está em seu poder apresenta temáticas relacionadas à atuação dos profissionais 
em EAD: estruturas e metodologias.
De início, serão abordadas as diferentes fases da EaD, a internet como ferramenta de aprendizagem, 
a educação e suas tecnologias, relacionadas aos paradigmas educacionais.
A seguir, acompanharemos a consolidação da EAD no Brasil, a elaboração do documento Referências 
de Qualidade para a modalidade, o aluno como foco pedagógico, os sistemas de comunicação, professor, 
desenho de curso e objetivos de aprendizagem.
Também trabalharemos a concepção de aprendizagem e projetos político pedagógicos para a EaD, 
as modalidades de trabalhos, a qualidade de interações e o papel do professor e as comunidades virtuais 
de aprendizagem.
Seguiremos ações que buscam a construção conjunta de conhecimento, ações que buscam a quebra 
do paradigma da transmissão de conhecimento.
Conheceremos algumas ferramentas que permitem a proximidade dos alunos, ferramentas e formas 
de ações pedagógicas mais favoráveis em ambientes virtuais que buscam aprendizagem colaborativa e 
construtiva.
Por fim, lidaremos com elementos fundamentais para o bom andamento dos cursos na modalidade: 
o gerenciamento do tempo, do espaço e a construção da autonomia.
Para estudar todos os temas indicados, os objetivos gerais da disciplina são:
• Conhecer a modalidade a distância como um advento marcado pelas novas possibilidades 
tecnológicas.
• Analisar os desafios da atuação dos profissionais da área para o uso de ferramentas que promovam 
uma educação a distância mais próxima.
• Refletir sobre os objetivos de aprendizagem para relacioná‑los a escolhas de ferramentas 
tecnológicas.
Saiba, também, quais são os objetivos específicos indicados a seguir:
• Identificar relações entre teorias e práticas na modalidade.
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• Compreender os processos que podem levar à construção de diferentes tipos de conhecimento no 
ensino superior.
• Conhecer os elementos que são fundamentais para uma EaD que promova mais engajamento dos 
alunos e professores, com responsabilidade e autonomia.
Aproveite o curso e as indicações dos “Saiba mais”, “Lembretes” e “Observações”, para aprimorar seus 
conhecimentos!
Seja novamente bem‑vindo e bom trabalho!
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ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM EAD: ESTRUTURA E METODOLOGIA
Unidade I
1 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
Analisaremos, aqui, tecnologias e EaD, diferentes fases da modalidade, a internet como ferramenta 
de aprendizagem, paradigmas educacionais e suas tecnologias.
Nossa intenção principal é apresentar para você como o desenvolvimento das tecnologias foi 
moldando a história da educação a distância.
Como já apontamos na introdução deste material, a prática de educação a distância (EaD) tem 
concretamente existido no mundo há muitos anos, como ação educativa e interação pedagógica, mas, 
como apontam Taylor (1994) e Nipper (1989), pesquisadores da educação a distância, somente com a 
mídia impressa é que realmente podemos dizer que a educação a distância passou a ser aceita como 
parte de um sistema educacional.
Para refletir... Veja que interessante a evolução da comunicação
Historicamente, em um primeiro momento, a EaD teve como apoio fundamental a mídia impressa.
Figura 1 
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Unidade I
Exemplo de aplicação
A partir da figura acima, escreva uma introdução com texto dissertativo para, por exemplo, um 
artigo de jornal, argumentando qual seria a melhor forma de comunicação, dentre as acima citadas para 
o século XXI, para promover uma aprendizagem mais eficaz, em seu entendimento. Pesquise. Compare.
1.1 As diferentes fases da EaD e suas marcas tecnológicas
A primeira fase, conhecida como a primeira geração da educação a distância, foi seguida pela geração 
multimídia, que, segundo Taylor (1994) e Nipper (1989), foi uma época marcada pelo uso de recursos 
mais desenvolvidos, como os guias de estudos impressos, leituras selecionadas, vídeos, fitas cassete e 
até computadores. É importante lembrarmos que a primeira fase da EaD pode ser também chamada de 
geração textual (1890 a 1960).
Os estudos eram empreendidos por meio de correspondência, taquigrafia em cartões postais e 
exercícios. Foi ao século XIX, na Europa, que o ensino por correspondência caracterizou‑se como a 
primeira geração de procedimentos de ensino a distância.
Taylor (1994) aponta que muitas instituições de ensino a distância, simplesmente se foram adaptando 
às novas possibilidades tecnológicas e mudaram da primeira para a segunda geração, mas ainda outras 
saltaram diretamente para a chamada terceira geração, da qual fazem parte os que já utilizaram como 
ferramentas as áudio e teleconferências, bem como as videoconferências com apoio em rádio e televisão.
Seguindo essa categorização, os autores nos informam que já desponta a quarta geração, 
compreendida como a que combina essas últimas tecnologias com todos os outros recursos que passaram 
a existir mediados pela internet. Essa geração tem como característica o aumento da interatividade e 
da interação, com um crescimento significativo de fontes de informação disponibilizadas pela própria 
internet.
 Saiba mais
Para saber mais detalhadamente sobre o desenvolvimento da EaD 
no mundo, acompanhe a cronologia seguir elaborada pela Universidade 
Federal do Ceará:
<http://www.vdl.ufc.br/catedra/telematica/cronologia.htm>.
1.2 A internet como ferramenta de mudança?
Você já parou para pensar como as tecnologias desenham o mundo em que vivemos?
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ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAISEM EAD: ESTRUTURA E METODOLOGIA
Podemos afirmar que a internet é uma ferramenta tão revolucionária quanto a imprensa de 
Gutemberg? O surgimento da imprensa mudou o mundo, não? A tecnologia da impressão em larga 
escala garantiu o desenvolvimento dos processos de disseminação de ideias, distribuindo impactos e 
alterando a organização da vida cotidiana. E a internet nos permitiu, como jamais antes, o aumento da 
interatividade e da interação, com um crescimento significativo de fontes de informação disponibilizadas 
pela própria internet e computadores.
Porém o que você entende por interatividade? Seria o mesmo que interação? A figura a seguir pode 
representar os dois conceitos?
Figura 2 
Sim, pode. A figura pode representar os dois conceitos. Silva (2002) afirma que, apesar de os conceitos 
de interatividade e interação caminharem lado a lado, eles não são iguais:
• A interatividade deve ser entendida como a conexão entre indivíduo e a informação, feita com a 
mediação de uma tecnologia: uma máquina, um computador, por exemplo.
• A interação, por sua vez, é muito mais ampla, podendo ser digital ou não, implicando trocas e 
influências entre pessoas, como em conversas, gestos, recados, discussões, recados, entre milhões 
de outros gêneros de comunicação.
Mas, não obstante essa nomenclatura estabelecida para a compreensão do desenvolvimento da 
educação a distância, as pesquisas apontam para o fato de que a primeira geração é a predominante, e 
que é possível verificarmos, ainda hoje, a convivência entre todas as tecnologias.
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Unidade I
Em verdade, pelo que podemos perceber, o aperfeiçoamento dos serviços de correio, melhores 
meios de transporte e o desenvolvimento tecnológico influenciaram decisivamente o destino da 
educação a distância.
Como qualquer outro produto social, a educação está sujeita a mudanças, decorrentes não somente 
das próprias esferas sociais, como também de novos procedimentos de organização do uso da linguagem 
e da introdução de novas mídias.
Daí nosso particular interesse por questões relacionadas a tecnologias, visto que muitos 
contextos educacionais, incluindo os de educação a distância, passaram por modificações por 
conta do impacto delas.
Atualmente, com o advento das novas Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC), muitas 
mudanças passaram a afetar, sobretudo, a atuação de professores.
Mudanças profundas? Não sabemos... O que você acha? Você sente que as novas tecnologias 
mudaram muito as suas aulas?
Moran (2011), um dos maiores especialistas brasileiros no uso da internet em sala de aula, em uma 
de suas entrevistas, afirmou que
o professor, desde que surgiu o livro, sempre teve um pouco de receio de 
que o aluno aprendesse outras versões além da dele. Só que hoje você tem 
muitas outras formas de informações em qualquer mídia... e a internet 
agrava ainda mais a sensação de que o aluno pode encontrar informações 
que o professor não tem. Para o professor inseguro, é uma espécie de desafio 
encontrar uma prática que não seja a do controle. A tentação desse tipo de 
professor é fechar em cima de uma única versão (MORAN, 2011, p. 4).
Entretanto, ainda segundo Moran (2011), tal atitude vem mudando aos poucos. Muitos 
professores já se valem de novas tecnologias como aliadas em seus espaços de trabalho e buscam 
integrá‑las ao contexto educacional, fazendo com que o aluno também tenha uma diferenciada 
experiência de aprendizagem.
Insistimos: por mais que se tente controlar a entrada de alguma tecnologia em nossas vidas, de 
alguma forma, a resistência resultará vã. A revolução informacional, permitida pela conexão em redes, 
penetrou na sociedade tal como a da energia elétrica. Pense bem: não há como ignorá‑la, se pensarmos 
na vida das cidades. A seguir, reflitamos um pouco mais sobre essa questão.
1.3 O meio e a mensagem... A tecnologia muda a educação?
Na área dos estudos da comunicação, é constante a preocupação com a influência dos meios na 
transmissão de mensagens.
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ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM EAD: ESTRUTURA E METODOLOGIA
Vários estudos entendem o meio como simples canal de passagem de conteúdo comunicativo, pois 
os meios, ou mídias, já foram amplamente entendidos como incapazes de influenciar os conteúdos 
comunicativos que veiculavam.
Com o desenvolvimento de pesquisas na área, como as de Marshall McLuhan, por volta dos anos 
1960, inicia‑se uma mudança na forma de entender a importância dos meios, na medida em que eles 
começaram a ganhar importância analítica, como elementos que poderiam mudar a comunicação: de 
simples canais, passaram a ser vistos como determinantes da comunicação.
Para McLuhan (1995), a tecnologia em que se estabeleceu a comunicação não constitui apenas a 
forma comunicativa, mas é fator decisivo daquilo que pode ser dito, moldando o próprio conteúdo da 
comunicação. McLuhan (1995) afirma que a evolução midiática é um elemento fundamental para a 
transformação da cultura humana e, para tanto, ele demonstra a importância da mídia, distinguindo 
três grandes períodos de sua evolução.
Seus estudos discorrem sobre:
• a cultura acústica: a das sociedades cujo meio de comunicação é a palavra oral;
• a cultura tipográfica: característica das sociedades alfabetizadas;
• a cultura eletrônica: determinada pela velocidade e pela integração dos sentidos.
Para cada uma dessas galáxias, McLuhan (1995) descreveu um modo próprio do ser humano pensar 
o mundo e de nele se situar.
Essas preocupações são típicas dos estudos que focalizam a comunicação e as questões socioculturais. 
No entanto, algumas questões discutidas nos estudos da comunicação, referentes, principalmente, à 
introdução de novas mídias, acabam por permear o âmbito educacional. São muitos os que veem as 
tecnologias como simples instrumentos a serviço do ensino. Outros, seguindo um raciocínio semelhante 
ao de McLuhan, acreditam que as tecnologias definem as relações educacionais.
São posições polarizadas que acabam por enfatizar somente um lado de um contexto maior, 
concorda?
Para educadores e pesquisadores na área de EaD, como Garrison e Anderson (2003), as tecnologias 
afetam diretamente o desenho dos materiais, as interações, o custo dos programas educacionais e até 
mesmo os resultados, mas são somente um dos aspectos envolvidos no contexto educacional. Para 
eles, não é possível deixar de lado aspectos como a mediação, o desenho de um curso, as formas de 
avaliação, as pessoas envolvidas, as motivações, os estilos de ensino e aprendizagem, enfim, todos os 
outros elementos que compõem o contexto educacional.
Garrison e Anderson (2003) acreditam que a tecnologia educacional deve ser definida como o uso 
formal de tecnologias para o desenvolvimento de uma educação que dissemine, ilustre, comunique 
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Unidade I
ou inclua professores e alunos em atividades com propósitos bem definidos e orientados, com vistas a 
atingir objetivos específicos de aprendizagem.
Nesse sentido, Chaves (1999) acrescenta que a tecnologia pode ser usada na educação, mas isso 
não a torna educacional ou educativa, por isso, sugere o termo “tecnologia na educação” e, atualmente, 
“informática aplicada à educação”.
Chaves (1999) salienta que precisamos ter clareza quando nos referimos às tecnologias, pois o termo 
“tecnologia”, nesse contexto, é muito mais abrangente. Pelas palavras do autor (1999, p. 2):
[...] podemos nos referir a todas as tecnologias que o ser humano inventou 
e que afetaram profundamente a educação: a falabaseada em conceitos (e 
não apenas grunhidos ou a fala meramente denotativa), a escrita alfabética, 
a imprensa (primeiramente de tipo móvel), e, sem dúvida alguma, o conjunto 
de tecnologias eletroeletrônicas que a partir do século passado começaram 
a afetar nossa vida de forma quase revolucionária: telégrafo, telefone, 
fotografia, cinema, rádio, televisão, vídeo, computador – hoje todas elas 
digitalizadas e integradas no computador.
Para Chaves, o impacto das tecnologias, em seus respectivos momentos, faz com que muitos pensem 
quase exclusivamente nas tecnologias mais recentes, quando falam em “tecnologia na educação”, 
mas não podemos nos esquecer de que a educação continua a ser feita, predominantemente, pela 
fala e pela escrita, mantendo‑as como as “tecnologias” predominantes na educação, tanto presencial 
como a distância.
Exemplo de aplicação
O que você acha a respeito dessa leitura sobre as ideias defendidas por McLuhan, Garrison e 
Anderson e Chaves? Essas são posições polarizadas que acabam por enfatizar somente um lado 
de um contexto maior ou não? A partir da discussão e reflexão sobre o texto acima, escreva uma 
introdução com texto dissertativo‑argumentativo para um artigo de jornal, por exemplo, enfocando 
as questões socioculturais contemporâneas e defendendo seu ponto de vista sobre qual é a melhor 
forma de utilização das tecnologias com o propósito de promover uma aprendizagem mais eficaz. 
Pesquise. Compare.
Assim, queremos que você comece a perceber que não podemos deixar de pensar a relação inseparável 
entre o mundo social e o indivíduo, pois o primeiro molda a experiência de aprendizagem das pessoas e 
possibilita a construção de diferentes significados.
Também queremos chamar sua atenção para o uso que fazemos dos mais diversos meios de 
comunicação, sejam eles antigos ou atuais, para forjarmos espaços de aprendizagem que propiciem 
aquilo que se pretender construir no processo educacional.
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ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM EAD: ESTRUTURA E METODOLOGIA
Na verdade, queremos apontar que se pode pensar nas tecnologias como aliadas e possibilitadoras 
de novas aprendizagens e que elas podem ser usadas de forma crítica e consciente, para atingir os 
objetivos específicos de aprendizagem.
Por essa razão, nosso enfoque não é a tecnologia em si, mas o que os professores e profissionais da 
área podem fazer com ela. O que realmente importa são os conteúdos, e não as características inerentes 
a esses meios. Clark (1983, p. 445) faz questão de salientar que:
[...] os meios são simples veículos que entregam instrução, mas não 
influenciam nos resultados de aprendizagem dos alunos, assim como os 
caminhões que entregam as verduras não causam nenhuma mudança em 
nossa alimentação.
 Lembrete
Podemos afirmar que os meios simplesmente enviam informação 
e as instruções dão acesso às experiências educacionais. O projeto 
pedagógico deveria afetar os processos de ensino e aprendizagem e as 
escolhas das tecnologias!
Portanto, como salienta Taylor (1994), a chave para melhorar a qualidade do ensino em EaD é aprimorar 
a qualidade do design e dos materiais didáticos a partir do desenho de tarefas bem estruturadas para a 
promoção de experiências de aprendizagens significativas, melhorando, assim, a eficácia da educação.
Autores como Nipper (1989) e, mais recentemente, Garrison e Anderson (2003) argumentam que 
uma visão e uma divisão cronológica tão tecnologicamente marcada e tão determinista podem deixar 
a impressão de que as ferramentas são mais fundamentais que todo o entorno educacional, quando, 
na realidade, o que todos querem apontar é para a forma como essas ferramentas foram e ainda são 
usadas, considerando esse como o caminho que mais adequadamente poderia descrever a história da 
educação a distância.
Assim, esses autores afirmam que, do material impresso e da correspondência, do rádio e da 
televisão, até as mais recentes tecnologias da comunicação, à variedade dos meios passíveis de adoção 
isolada ou combinada, em sistemas de multimeios, impõem‑se critérios de seleção para atingir objetivos 
pedagógicos específicos.
 Lembrete
A escolha da tecnologia deve basear‑se na solução da questão de 
promoção da efetiva interação pedagógica que deve passar por critérios de 
viabilidade, conveniência e custo‑benefício.
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Veja o que diz Saraiva (1996, p. 17):
[...] os conteúdos e resultados obtidos devem se identificar com a educação 
como projeto e processo humanos, histórica e politicamente definidos na 
cultura das diferentes sociedades. A educação a distância deve buscar um 
caminho que garanta uma verdadeira comunicação, nitidamente educativa, 
ultrapassando o simples colocar de materiais instrucionais à disposição dos 
alunos distantes.
Assim sendo, podemos entender que o atendimento pedagógico é fundamental e supera 
distâncias. Ele promove a essencial relação professor‑aluno, por meios e estratégias que devem ser 
institucionalmente garantidos.
Como lembra Saraiva (1996, p. 17) tão apropriadamente:
[...] embora a educação implique comunicação de informações e 
conhecimentos, estímulo ao desenvolvimento de habilidades e atitudes, que 
constituem o que denominamos ensino, implica também e necessariamente 
a apropriação, por parte dos sujeitos, das informações e conhecimentos 
comunicados, das habilidades e atitudes estimuladas, apropriação 
denominada aprendizagem.
Voltemos às palavras de Garrison e Anderson (2003), salientando que, no mundo atual, em que 
temos acesso a uma enorme quantidade de informação, deveríamos preocupar‑nos em desenvolver, 
com os alunos, habilidades e estratégias para gerenciá‑las de forma crítica, assim como incentivar o 
trabalho colaborativo, dentro de uma visão de aprendizagem construtivista, em que o social não pode 
ser separado da formação do indivíduo.
 Saiba mais
Para complementar seus estudos, a leitura do artigo a seguir ajudará 
você a perceber que as tecnologias para a EaD são diversas, algumas simples, 
outras complexas. Você deverá avaliar sempre, para escolher alternativas 
reais e funcionais, atreladas a objetivos específicos de trabalho:
BRITO, M. S. da S. Tecnologia para a EAD: via internet. In: ALVES, L.; 
NOVA, C. (Org.). Educação e tecnologia: trilhando caminhos. Salvador: 
Ed. da Uneb, 2003. p. 62‑89. Disponível em: <http://www.lynn.pro.br/pdf/
educatec/brito.pdf>. Acesso em: 7 out. 2015.
Nesse sentido, reafirmamos a inter‑relação entre a construção individual e o papel do entorno social 
como fundamental. Em nenhum momento, a importância das possibilidades de acesso à informação é 
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ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM EAD: ESTRUTURA E METODOLOGIA
vista como algo menor, mas temos de salientar a importância de usarmos os novos meios de comunicação 
para forjarmos espaços de aprendizagem que propiciem mais interação e reflexão.
No caso da educação a distância, podemos aproveitar uma possibilidade única de comunicação, 
entre pessoas de diversos lugares e sem o problema do tempo, pois as pessoas podem comunicar‑se de 
forma assíncrona.
 Observação
Em telecomunicações, em uma comunicação assíncrona, cada bloco 
de dados inclui um bloco de informação de controle (chamado flag), para 
que se saiba exatamente onde começa e acaba o bloco de dados e qual 
a sua posição na sequência de informação transmitida. Nesse tipo de 
comunicação, o receptor/transmissor pode encaminhar quantas mensagens 
quiser, desde que a mensagem anterior seja entregue, ele não necessitade 
uma resposta, e sim da conclusão do envio da mensagem. A presença de 
um interlocutor, no momento da mensagem, não se faz necessária.
1.4 Paradigmas educacionais e a tecnologia
A visão de aprendizagem de autores como Garrison e Anderson (2003) baseia‑se em conceitos de 
John Dewey, que, por volta de 1938, defendia a ideia de que um indivíduo não pode ser entendido 
separadamente do mundo social em que vive e atua, nem pode ser pensado como totalmente subordinado 
a esse meio. No caso da educação, aponta‑se a necessidade de considerar sempre a inter‑relação das 
duas instâncias.
Na esfera educacional, é necessário um olhar atento para a relação entre professores e alunos. Garrison 
e Anderson (2003) explicam que suas ideias são fundamentadas em um conceito de aprendizagem que 
salienta o importante papel da interação, entendida por Dewey (1963), como o procedimento que une o 
sujeito ao ambiente social. Por meio das interações, ideias são geradas e vão possibilitando um entendimento 
do mundo exterior, o que significa que o conhecimento é construído nas e pelas relações sociais.
Assim, Garrison e Anderson (2003), além de outros pesquisadores da área (Feenberg, 2001; Fino, 
2004; Gail e Williamson, 2004; Gardner, 1996, Gervai, 2007, entre outros), veem como responsabilidade 
da escola tentar promover experiências que desencadeiem a construção de conhecimento baseada na 
colaboração entre os participantes dessas experiências.
Para terminar, propomos a leitura de um trecho do texto de Silva (2011, p. 1) para você pensar sobre 
a sua ação como profissional da área:
A educação via internet vem se apresentando como grande desafio para o 
professor, acostumado ao modelo clássico de ensino da sala de aula presencial. 
São dois universos distintos no que se refere ao paradigma comunicacional 
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Unidade I
dominante. Enquanto a sala de aula tradicional está vinculada ao modelo 
unidirecional “um‑todos”, que separa emissão ativa e recepção passiva, 
a sala de aula online está inserida na perspectiva da interatividade e da 
interação, entendida aqui como colaboração “todos‑todos” e como “faça 
você mesmo” operativo. Acostumado ao modelo da transmissão de 
conhecimentos prontos, o professor se sente pouco à vontade no ambiente 
online interativo, onde os aprendizes podem ser coautores da comunicação 
e da aprendizagem.
Você também se sente pouco à vontade? Essa é uma questão para discutirmos nas próximas unidades, 
pois, da mesma forma que as novas tecnologias podem inibir‑nos, elas também podem ser ferramentas 
aliadas, não?
Exemplo de aplicação
Escreva exemplos de como você inclui as novas tecnologias em suas aulas, reservando um parágrafo 
para refletir sobre a seguinte questão:
As tecnologias utilizadas servem de suporte real para que se atinjam os objetivos pedagógicos?
Guarde esses dados, pois serão importantes para a sua participação nos fóruns de discussão.
 Resumo
Foram abordadas a educação, a didática e as mudanças na modalidade 
possibilitadas a partir do surgimento de novas tecnologias. Mais 
detalhadamente: as diferentes fases da EaD; a internet como ferramenta de 
aprendizagem; a educação e suas tecnologias, relacionados aos paradigmas 
educacionais.
Você foi levado a pensar a importância das novas tecnologias de 
informação e suas potencialidades, mas, ao mesmo tempo, tentamos 
mostrar‑lhe que essas ferramentas, sozinhas, não mudam paradigmas de 
ensino‑aprendizagem estabelecidos há séculos.
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ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM EAD: ESTRUTURA E METODOLOGIA
Unidade II
2 ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM EAD
Agora, acompanharemos a consolidação da EAD no Brasil, a elaboração do documento Referências 
de Qualidade para a Educação Superior a Distância (BRASIL, 2007), o aluno como foco pedagógico, os 
sistemas de comunicação, o professor, o desenho de curso e os objetivos de aprendizagem.
Vimos como os contextos educacionais foram afetados em decorrência das novas tecnologias. No 
caso da EaD, as mais diversas tecnologias afetam diretamente o desenho dos materiais, as interações 
entre os envolvidos, o custo dos programas educacionais e os resultados.
Ressaltamos que, em ambos os contextos, as tecnologias não resolvem sozinhas a questão da educação 
e que muitos elementos precisam ser considerados, tais como: aspectos de mediação, desenho de um 
curso, as formas de avaliação, as pessoas envolvidas, as motivações, os estilos de ensino e aprendizagem, 
enfim, todos os elementos que compõem o contexto educacional.
Afirmamos também que:
• Os meios simplesmente enviam informação, mas não são responsáveis pela experiência pedagógica.
• As instruções dão acesso às experiências educacionais.
• A escolha da tecnologia deve basear‑se na solução da promoção da efetiva interação pedagógica.
• A tecnologia deve passar por critérios de viabilidade, conveniência e customização.
Assim sendo, vamos passar para outro ponto importante: a atuação dos profissionais em EAD.
2.1 Consolidação da EaD no Brasil
Como já salientamos várias vezes, a educação a distância passou a ser uma modalidade muito 
comum nos últimos anos. Na verdade, podemos dizer que é uma tendência real para este século, visto 
que estamos imersos em rápido processo de globalização e inovações tecnológicas. Nesse sentido, 
percebemos também uma necessidade de adaptação que exige esforços na formação e treinamento 
de profissionais para atuarem em diferentes áreas, algumas um pouco novas ou outras bem diferentes.
Hoje, há uma estrutura organizacional complexa a serviço do educando “distante”: comunicação 
otimizada, professores, tutores, coordenadores, material didático e seus elaboradores, elasticidade temporal 
para dedicação aos estudos, além de todas as áreas de suporte, logística e gerenciamento dos processos.
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Unidade II
Estruturas que, em outros tempos, eram mais típicas dos contextos presenciais, passaram a existir para 
atender a alunos que não mais se restringem a tempo e espaço muito específicos ou definidos. Parece que o 
redimensionamento do lapso temporal no processo de ensino exprime e define inovações na EaD. A atuação 
da instituição escolar não mais se restringe às suas instalações, ampliando‑se a possibilidade de as pessoas 
terem acesso à educação de qualidade, em um processo evolutivo crescente e sem possibilidades de regresso.
No Brasil, segundo Moran (2011, p. 1):
[...] estamos numa fase de consolidação da EaD, principalmente, no ensino 
superior com crescimento expressivo e sustentado. O Brasil aprende rápido 
e os modelos de sucesso são logo imitados. Passamos de importadores de 
modelos de EaD para desenvolvedores de novos projetos, de programas 
complexos implantados com rapidez.
Ainda assim, não podemos negar que persiste certo preconceito em relação à EaD, principalmente, 
no ensino superior. No Brasil, a EaD sempre esteve vinculada ao ensino técnico, desde a década de 1940, 
com o Instituto Monitor e o Instituto Universal Brasileiro, até o ensino de adultos – os antigos supletivos 
e os famosos telecursos, levando muitos a perceberem a modalidade como uma rota mais fácil, para 
pessoas de baixa renda ou com dificuldades de acesso à educação de qualidade.
No entanto, com as novas TIC e as mudanças daí decorrentes, nas mais diversas sociedades, esse 
quadro parece estar mudando. A conciliação que harmoniza trabalho e estudos alcança aqueles que 
não dispõem de condições para estudos presenciais, visto esses alunos investiriam muito tempo em seu 
trabalho, e amodalidade a distância poderia ser um caminho interessante para resolver seu problema 
relativo à falta de tempo e/ou á dificuldade de locomoção.
Os últimos anos foram muito dinâmicos, especialmente ao desenvolvimento de novas tecnologias da 
comunicação e estas passaram a ser exigidas nos cursos atuais, possibilitando a confecção de cursos com 
maior qualidade e maiores possibilidades de integração entre alunos, professores e materiais de estudos.
Os cursos a distância, muito criticados pela possível minimização da interação entre as pessoas 
e pela massificação da educação, foram aos poucos modernizando‑se e, é possível, hoje em dia, já 
verificarmos, em diversos programas, que tais pontos negativos estão sendo superados, respeitando‑se a 
compatibilidade do estudante na sua relação com a educação e a vida profissional, tudo graças ao apoio 
em tecnologias como o computador e a internet.
Claro que a qualidade de um curso depende muito da tecnologia adotada e do profissionalismo da 
instituição de ensino, bem como de seus objetivos educacionais, e nem sempre todos esses elementos 
são contemplados pelas instituições. Mas as pesquisas atuais na área apontam para a predominância da 
busca da qualidade, em virtude da competição entre diferentes institutos e da prática de credenciamento 
e de controle feita pelo governo, por meio do Ministério de Educação e Cultura (MEC).
Pela Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, foi estabelecida a possibilidade do uso orgânico da 
EaD em todos os níveis e modalidades de ensino. Esse artigo foi regulamentado posteriormente pelos 
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ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM EAD: ESTRUTURA E METODOLOGIA
Decretos nº 2.494 e 2.561, de 1998; os quais ainda foram revogados pelo Decreto nº 5.622, em vigência 
desde 19 de dezembro de 2005.
Pelo Decreto nº 5.622, foram instituídos o acompanhamento e a avaliação. Entre os tópicos relevantes 
do decreto, destacam‑se:
• a caracterização da EaD;
• a preponderância das avaliações presenciais (muito criticada por alguns pesquisadores, como 
Litto (2008)1;
• maior explicitação para os critérios de credenciamento, principalmente em relação a polos de 
atendimento aos alunos;
• mecanismos para coibir abusos, como a oferta desmesurada do número de vagas na educação 
superior;
• permissão de regime de colaboração e cooperação com outros conselhos, estaduais ou nacionais, 
para a troca de informações;
• previsão para atendimento de portadores de deficiências;
• institucionalização do documento oficial Referências de Qualidade para a Educação Superior a 
Distância (BRASIL, 2007).
 Saiba mais
Leia o documento a seguir na íntegra, fundamental para o trabalho em 
EaD no pais em ensino superior:
BRASIL. 2007. Referências de qualidade para a educação superior a 
distância. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/
legislacao/refEaD1.pdf>. Acesso em: 13 out. 2015.
1 Para Litto (2008): “Acreditamos que o MEC esteja equivocado ao estabelecer que há apenas um único modelo 
de qualidade na EAD, e que é este o modelo adotado pela Universidade Aberta do Brasil (UAB), importante projeto do 
próprio Ministério. O MEC diz que é apenas no formato da educação “semipresencial” (a mistura do presencial com a EAD), 
com atendimento regular de alunos em polos presenciais, é que existe “qualidade”. Essa visão diminui as possibilidades de 
experimentação, de inovação e de abordagens pluralistas, fatores altamente positivos, defendidos na Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional (No. 9394/1996). Da mesma forma, representam uma atitude conservadora e fechada. Por 
exemplo, o MEC exige biblioteca presencial e específica para cada curso oferecida no polo, e não aceita bibliotecas digitais 
online, ou a possibilidade de a biblioteca central da universidade enviar livros solicitados pelos alunos.”
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Unidade II
Nesse sentido, apesar de muitos não estarem de acordo com todas as resoluções do ministério, 
é de sentimento comum entender como louvável a insistência do MEC em estabelecer critérios para 
a garantia de qualidade por parte das instituições credenciadas para oferecer cursos por meio da 
modalidade educação a distância. Para Litto (2008, p. 1):
[...] a EaD representa a mais apropriada solução para aumentar o acesso a 
estudos pós‑secundários destinado a camadas da nossa população que não 
tiveram essa oportunidade no passado, ou por morarem longe dos centros 
urbanos (70% dos municípios brasileiros não dispõem de qualquer instituição 
de ensino superior), ou por não terem condições econômicas para se dedicar 
aos estudos. A flexibilidade oferecida pela EaD é ideal para pessoas que têm 
de trabalhar para seu próprio sustento, que têm a motivação para progredir 
profissionalmente e a autodisciplina necessária para completar tarefas 
acadêmicas, mesmo quando não há um docente a seu lado auxiliando‑as. É 
difícil imaginar uma preparação melhor para demandas profissionais cada 
vez mais exigentes.
Para o MEC, foi fundamental definir princípios, diretrizes e fomentar reflexões para que a modalidade 
pudesse oferecer cursos de qualidade. Por essa razão, existe também, atualmente, uma secretaria para a 
EaD no Brasil (SEED/MEC). Por meio dela, referenciais de qualidade puderam ser desenhadas e, atualmente, 
contamos com um ordenamento legal vigente, em complemento às determinações específicas da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação (Decretos nº 5.622, de dezembro de 2005 e nº 5.773, de junho de 2006, 
portarias normativas 1 e 2, de janeiro de 2007).
Esse documento, Referências de Qualidade para a Educação Superior a Distância, embora sem força 
de lei, serve como referencial norteador para subsidiar atos legais do poder público no que se refere a 
processos de regulação, supervisão e avaliação da modalidade.
Assim, é preciso muito comprometimento acadêmico e científico independentemente da modalidade, 
se presencial ou a distância. Nesse sentido, não podemos entender a EaD como um concorrente à 
aprendizagem presencial, porque ambas têm a mesma finalidade. Devemos entendê‑la, antes, como mais 
uma modalidade de trabalho que lida, entretanto, com outras particularidades, tais como: a distância, a 
necessidade de gestão do tempo, a disciplina, a organização e a força de vontade do educando, pois a 
distância pode tornar a modalidade difícil, essencialmente, um desafio ao sistema.
Por isso, temos a necessidade de pensar em formação de profissionais para atender a necessidades 
de um mercado que demanda e busca qualidade. Professores e demais profissionais de EaD precisam 
de treinamento e desenvolvimento para formação em diversas áreas que vão além da atuação do 
professor com seus alunos, mas que abrangem também atividades como as do desenho educacional 
para EaD que envolvem a elaboração, administração de cursos nos ambientes virtuais e uso de 
diferentes plataformas e ferramentas.
Atualmente, os envolvidos nos processos precisam aprimorar seus conhecimentos sobre a 
acessibilidade de seus cursos e precisam desenvolver capacidades para poder avaliar os diferentes 
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ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM EAD: ESTRUTURA E METODOLOGIA
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) disponíveis no mercado, para poder melhor atingir os 
objetivos de trabalho com os alunos.
Exemplo de aplicação
Costumava‑se dizer que havia muito preconceito frente aos profissionais formados pela 
modalidade de EaD e que tais profissionais rendiam menos no trabalho, quando comparados 
aos egressos de cursos tradicionais presenciais.Perante o MEC e toda a legislação a respeito, 
contudo, esse raciocínio não é justificável. Pesquise em sua comunidade a proporção de alunos 
formados pelo EaD e por métodos tradicionais, entreviste‑os e faça uma análise sobre os pontos 
fortes e os fracos de cada formação. A partir dessa discussão e de suas reflexões sobre isso, 
escreva um texto dissertativo‑argumentativo para um artigo de jornal, por exemplo, procurando 
valorizar a formação acadêmica na EaD, as posturas e comprometimentos que passam a fazer 
parte do perfil profissional de quem estuda por meio dessa modalidade de ensino. Pesquise. Você 
irá se surpreender com os resultados.
 
2.2 O aluno como foco pedagógico e os sistemas de comunicação
Para falar sobre a atuação dos profissionais em EaD, é também preciso discutir o aluno, pois ele é 
o foco da atuação de ensino. Pensando somente no Brasil, como já falamos, a EaD, em seu primeiro 
momento, abriu seu espaço em cursos técnicos. Circulou então certa ideia de que os cursos seriam mais 
rápidos e simples, razão pela qual a maioria das pessoas não esperava muita qualidade.
Atualmente, com as novas tecnologias, o padrão baseado em livro e rádio/TV ganhou outra dimensão. 
Os cursos por correspondência ou TV estão muito aquém do que podem oferecer os atuais cursos. As 
novas mídias mudaram a maneira de ofertar‑se EaD. Com isso, temos pontos importantes para resolver:
• O preconceito que culturalmente ainda existe.
• A dificuldade de o aluno entender seu papel.
• O ajuste às novas formas de aprender.
• Como trabalhar com alunos que pouco sabem lidar com as novas mídias como instrumentos de 
aprendizagem?
• Como lidar com a imagem que o aluno tem de um curso a distância?
• Como fazer do aluno o foco pedagógico, se ele está tão distante?
Segundo os padrões propostos pelo MEC, as novas tecnologias devem ter o aluno como centro da 
aprendizagem e devem propiciar aos estudantes a oportunidade de interagir, de desenvolver projetos 
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compartilhados, de ampliar seus conhecimentos e reconhecer diferentes culturas. Como fazer isso com 
um aluno que pouco valoriza um curso a distância e pouco sabe sobre essa modalidade?
Hoje, o aluno inscrito em curso a distância logo perceberá seu conjunto de tarefas, notas, a necessidade 
de participar de fóruns, chats, de enviar atividades escritas, participar de trabalhos em grupos, realizar 
provas presenciais, com todas as ações dentro de prazos bem determinados.
Muitos alunos assustam‑se com a quantidade de trabalho, isso porque, culturalmente, ainda 
prevalece o pensamento que cursos na modalidade EaD seriam mais fáceis e não requereriam tanto 
esforço por parte do aluno. Motivo suficiente para que muitos abandonem seus cursos em curto espaço 
de tempo, após depararem com uma realidade de trabalho muito maior do que a esperada e para a qual 
já estavam devidamente preparados.
Vários alunos reclamam a seus professores que não conseguem acompanhar os cursos atuais porque 
não imaginavam que um curso online pudesse tomar tanto tempo. A barreira cultural não permite que 
muitos alunos percebam que um curso a distância não é muito diferente de um curso presencial em 
termos de trabalho e de engajamento.
Professores relatam que vários alunos até chegam a perceber que o nível de engajamento pode ser 
maior e melhor, visto que, para participar ativamente de alguns cursos, os alunos precisam comparecer 
com atividades efetivamente realizadas, escrever, participar. O envolvimento e a dedicação do aluno são 
primordiais, embora nem todos estejam preparados para isso.
Por isso, não só os profissionais de EaD precisam conhecer melhor como atuar e o que podem fazer, mas 
aos os alunos também cabe adquirir uma visão diferente dessa modalidade de ensino. Além disso, ainda há 
muitos que precisam aprender a lidar com as novas formas de comunicação com objetivos pedagógicos.
• Será que os alunos sabem usar tecnologia para aprender em cursos a distância?
• Será que conseguem utilizar as tecnologias apropriadamente?
 Saiba mais
Para melhor encontrar as respostas para os questionamentos acima, 
sugerimos a leitura do texto a seguir:
MORAN, J. M. O que é um bom curso a distância? In: MORAN, J. M.; 
ALMEIDA, M. E. B. Integração das tecnologias na educação. Série Salto 
para o Futuro, Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da 
Educação, Seed, 2005. p. 147‑148. Disponível em: <http://www.eca.usp.
br/prof/moran/site/textos/educacao_online/bom_curso.pdf>. Acesso em: 7 
out. 2015.
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ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM EAD: ESTRUTURA E METODOLOGIA
Na verdade, se imaginarmos o contexto da vida cotidiana, muitas pessoas foram adaptando‑se ao 
uso informal dos mais diversos equipamentos digitais, de acordo com suas necessidades e seus interesses. 
Mas, no caso de espaços pedagógicos, as adaptações são mais complexas, porque exigem algum grau de 
reflexão e preparação para uma utilização mais adequada aos objetivos específicos de aprendizagem.
O propósito da inserção de uma determinada ferramenta tecnológica no âmbito pedagógico 
pode ser muito diferente das circunstâncias de uso cotidiano dessa mesma ferramenta. Por 
exemplo, podemos usar uma sala de bate‑papo (chat) para conversar informalmente com amigos, 
mas também podemos utilizar chats para encontros acadêmicos entre professores e alunos, com 
objetivos específicos de aprendizagem e, portanto, nesses espaços acadêmicos, as tecnologias serão 
utilizadas de forma diferente.
Consequentemente, os educadores precisam aprender a ajudar seus alunos “distantes” a usar as 
ferramentas tecnológicas de forma eficiente e adequada a diferentes objetivos educacionais. Por isso, 
há necessidade de preparação de profissionais para a utilização da tecnologia e para o planejamento 
de mediações adequadas aos propósitos educacionais. Essas questões não parecem muito simples e as 
pesquisas confirmam essa preocupação. Vejamos.
Na EaD, o processo de incorporação das novas ferramentas tecnológicas nem sempre é isento de 
problemas. No caso do Brasil, de acordo com dados de Toschi (2003), muitos cursos passaram a utilizar 
novas tecnologias sem, contudo, oferecer um trabalho formativo e crítico sobre o uso dessas novas 
ferramentas para professores. Além disso, como afirmam Toschi (2003), Belloni (2003) e Barreto (2003), 
entre outros estudiosos de EaD, muitos programas de educação a distância incorporaram as tecnologias 
para incentivar atividades de autoaprendizagem, com programas que, em geral, negam a importância 
da mediação de professores e da interação entre alunos e entre alunos e professores.
Assim, acabam ressaltando apenas a relação entre equipamentos e usuários, deixando abandonada 
à sua própria sorte, a mediação de professores que, em muitos programas de educação a distância, só 
acompanham o que o aluno está fazendo para cobrar as tarefas e fazem atendimento específico para 
resolver dúvidas. Hoje, em alguns cursos e instituições, esse papel é repassado aos tutores que, muitas 
vezes, não têm autonomia para a tomada de decisões.
Uma consequência dessas práticas acaba sendo a falta de parâmetros que auxiliem o professor ou 
formador de professores a preparar‑se para usar os novos recursos tecnológicos de modo que privilegiem 
interações entre participantes ou trabalho colaborativo. E os alunos acabam por ver reforçada a ideia da 
distância e da cultura da EaD de pouca qualidade.
Além disso, outro dado que pouco contribui para o contato dos professores com as tecnologias é 
que elas são muito subutilizadas nas escolas e nas faculdades durante a formação deles. Pesquisadores 
como Wild (1996) eRamal (2002) apontam em suas pesquisas a falta de uso das tecnologias nas escolas, 
afirmando que muitos professores não se sentem preparados para o uso das tecnologias, o que acaba 
por deixá‑los distantes dos computadores e da internet. Toschi (2003) denomina tal despreparo de 
“temor tecnológico”. Esse temor faria com que professores simplesmente não utilizassem a tecnologia 
com seus alunos, afastando‑os, portanto, contato com tecnologia para uso pedagógico.
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Portanto, para que se efetive a qualidade de ensino, é preciso fazer com que o aluno perceba a necessidade 
de aprender a lidar com exigências um tanto diferentes. Para que a aprendizagem seja produtiva, o aluno precisa 
ser responsável, motivado e perseverante. Como resultado do despreparo tanto de profissionais da área como de 
alunos, estes acabam por perder a motivação e abandonam a modalidade. Até 2002, de acordo com a Associação 
Brasileira de Educação a Distância (Abed), o índice de desistência no Brasil era de 80% e, atualmente, vem caindo 
pela melhora da qualidade do atendimento e do preparo dos diversos profissionais da área.
Cavalcanti (2011), entre outros pesquisadores, aponta caminhos que podem minimizar esses 
problemas. Por exemplo, para a autora, as instituições devem investir em:
• um sistema eficaz de atendimento ao aluno, que utilize vários canais de comunicação, como 
telefone, e‑mail, chat, entre outros;
• infraestrutura para que o aluno tenha acesso a materiais como livros;
• uma equipe multidisciplinar capacitada para dar apoio em tecnologia;
• equipe para o desenvolvimento de material didático apropriado;
• capacitação de coordenadores, professores e tutores.
Staa (2003) ainda acrescenta que a urgência de os ambientes permitirem apoio cognitivo avançado, 
oportunidades para interação entre alunos e entre alunos e professores, além de um suporte para 
atender às dificuldades técnicas e emocionais dos alunos. O suporte técnico é fundamental também, 
pois os alunos poderão ter dificuldade de acesso ou até mesmo de lidar com a tecnologia.
Para Staa (2003), é preciso sempre observar o contexto em que o curso está inserido, seu preço, seu 
tempo de duração, o design do material que contemplem a existência de tutoriais, o tipo de atividades 
propostas, as tecnologias propostas, o grau de motivação de professores e alunos, bem como os tipos 
de feedback oferecidos. Além disso, os alunos precisam saber sobre critérios de avaliação, e é sempre 
interessante criar um ambiente que os faça refletir sobre como devem estudar.
 Observação
Rede Sociais – podem interferir?
Importante! Os alunos precisam de orientação.
Evite os possíveis efeitos negativos e explore os impactos positivos.
No site da Educomunicação: um espaço para pensar a comunicação e a 
educação de forma integrada, alguns pontos negativos são elencados para 
serem evitados. Fizemos um resumo adaptado pra você. Confira.
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ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM EAD: ESTRUTURA E METODOLOGIA
1) Nem tudo o que leem na web pode ser tomado como verdade absoluta.
2) O acesso às redes sociais durante os momentos de estudo, por 
exemplo, pode causar distração e interferir no desempenho acadêmico.
3) O excesso nas redes pode ser arriscado. O mundo “offline” não deve 
ser substituído pelo “online”.
4) O mundo online permitiu algumas mudanças na escrita da língua 
portuguesa, dando a ela, novos aspectos e sentidos. Isso pode interferir na 
qualidade de redação de outros gêneros. A linguagem da internet ainda 
não foi naturalizada como padrão em nossa sociedade!
5) Muitos estudantes não pensam antes de postar algum conteúdo na 
internet. É preciso lembrar, porém, que tudo o que escrevemos na web pode 
ser visto e logicamente, julgado. Posts com conteúdos comprometedores 
podem trazer complicações ao aluno ao longo de sua caminhada acadêmica 
e profissional.
Pesquise, no Educomunicação, os aspectos positivos das mídias sociais 
no site <https://cadernodia.wordpress.com/2011/07/23/redes‑sociais‑ 
e‑educacao‑uma‑relacao‑de‑amor‑e‑odio/>.
Exemplo de aplicação
A partir da discussão e reflexão sobre o texto acima, responda quais são os impactos gerados na 
formação acadêmica por meio da EaD e como um especialista em EaD pode contribuir com a necessidade 
de serem melhor trabalhadas as informações e as ferramentas das TIC para o alcance do público alvo 
de sua comunidade, de maneira a eliminar a resistência de estudar por e‑learning e manter os alunos 
motivados e ativos no sistema?
2.3 O papel do professor e as diferentes propostas dos cursos
Como já dissemos, nem todas as propostas de cursos em EaD têm a mesma preocupação e tampouco 
os mesmos princípios educacionais para nortear o planejamento, a metodologia e a realização de um 
curso. Martins e Prado (2011), afirmam que existem desde propostas que retratam um modelo de educação 
de massa, como outras mais abertas, que enfatizam o processo de construção de conhecimento, a 
autonomia e o desenvolvimento de competências que a sociedade atual exige de um profissional. Pelas 
palavras das autoras (2011, p. 1):
O fato é que a educação a distância, muitas vezes, reproduz a educação 
presencial tal como vem sendo desenvolvida – de forma obsoleta para 
os dias atuais, mas em um formato veiculado pelas novas tecnologias. 
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Unidade II
Geralmente são cursos que disponibilizam na rede uma grande variedade 
e quantidade de informações, esperando que isto seja suficiente para a 
aprendizagem do aluno. Desenvolver um curso a distância nesses moldes 
acaba empobrecendo e obscurecendo as potencialidades da Internet 
como um meio para desenvolver um trabalho educacional baseado 
numa rede de aprendizagem.
No entanto, tal visão de EaD não é generalizada. Os estudos demonstram a tendência em buscar 
propostas que privilegiam a interação entre os participantes e o desenvolvimento do trabalho 
colaborativo. Nessa perspectiva, Valente (2000b) vem apresentando uma perspectiva que enfatiza o 
estar junto virtual, isto é, o papel do formador de acompanhar e assessorar o aluno, criando situações 
de aprendizagem que possam ser significativas.
Adotando uma linha socioconstrutiva do conhecimento, além da interação com o formador, 
a dinâmica do curso deverá promovê‑la também entre os alunos: na troca de ideias e experiências, 
surgiriam novos questionamentos, referências, dúvidas e buscas de novas compreensões.
Cabe, aqui, ressaltar que o processo de construção de uma rede de aprendizagem não é natural e 
nem acontece simplesmente disponibilizando informações para os alunos via internet. Existem vários 
elementos inter‑relacionados constituintes do universo de um curso a distância, que podem facilitar 
essa construção: um dos aspectos cuja revisão urge é o relacionado ao papel do professor online e sua 
mediação pedagógica, tanto nos ambientes como na confecção e desenho dos materiais.
 Observação
O psicólogo bielo‑russo Lev Vygotsky (1896‑1934) conceitua a 
interação. Para ele, todo o aprendizado é necessariamente mediado ‑ e isso 
torna o papel do ensino e do professor mais ativo do que o previsto por 
Piaget. O aprendizado não se subordina ao desenvolvimento das estruturas 
intelectuais, mas alimenta‑se do outro, provocando saltos qualitativos de 
conhecimento. O ensino deve antecipar‑se ao que o aluno ainda não sabe, 
não sendo capaz de aprender sozinho.
A mediação pedagógica demanda a abertura do professor para aprender, sua flexibilidade e uma 
postura reflexiva para rever constantementesua prática, bem como a criticidade e a autonomia para 
relativizar suas intenções. A mediação pauta‑se na articulação dos princípios de ensino‑aprendizagem, 
concretizando‑se pelas constantes recriações de estratégias durante a realização de um curso.
No entanto, para que isso ocorra, os princípios educacionais são fundamentais. E, normalmente, 
o professor está inserido em um contexto educacional e o seu local de ação pode comprometer seu 
trabalho, pois o ambiente e as propostas de um curso a distância podem facilitar e promover as trocas 
e os contatos com os alunos, ou, simplesmente, não.
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ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM EAD: ESTRUTURA E METODOLOGIA
Mas, por outro lado, não podemos deixar de considerar, como um aliado importante, a existência dos 
recursos de suporte da educação a distância. Os institutos de ensino devem buscar o aproveitamento 
máximo dos recursos disponíveis para auxiliar o trabalho do professor, que pode, além de contar com 
materiais didáticos, dispor de ferramentas para mapear as formas diferenciadas de desenvolvimento do 
aluno no decorrer do curso.
Exemplo de aplicação
Segundo Nunes (1992, p. 17):
a característica básica da modalidade de ensino por EaD é a separação 
física entre professor e aluno, mediada por tecnologias, o que influencia a 
organização educacional, alterando seu planejamento, seu projeto político 
pedagógico, sua organização estrutural, entre outras coisas.
A partir da discussão e reflexão sobre o texto acima, justifique e exemplifique quais são os desafios 
no Ensino Profissionalizante e no Ensino Superior, em sentido macro (brasileiro) e em sentido micro (a 
sua comunidade), sob a perspectiva da educação a distância.
Várias ferramentas do moodle, por exemplo, permitem o acompanhamento constante do 
formador, visando possibilidades de modificação de ações com vistas a propiciar mais envolvimento 
do aluno no curso.
 Observação
Moodle é uma plataforma de aprendizagem a distância baseada em 
software livre. É um acrônimo de Modular Object‑Oriented Dynamic 
Learning Environment (ambiente modular de aprendizagem dinâmica 
orientada a objetos).
As ferramentas de avaliação do progresso do aluno também podem ser elemento fundamental para 
a contínua participação e para um bom desenvolvimento da aprendizagem.
Retomaremos esses aspectos adiante, quando trabalharmos a maneira pela qual as concepções de 
educação afetam diretamente as posturas dos professores e dos designers de cursos.
 Lembrete
A relação entre alunos, conteúdos e professores é fundamental. Há um 
espaço imenso no design educacional da EaD que pode contribuir para o 
desenvolvimento de diversas aprendizagens, respeitando o conhecimento 
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Unidade II
prévio do aluno e seus diferentes estilos de aprendizagem. Um curso na 
modalidade a distância não precisa ser engessado.
Exercício de aplicação
Analise a sua situação como aluno da modalidade EaD:
1) Você sente que está envolvido com o curso?
2) Aprende com os colegas e com os professores?
3) Você sente que a rotina e disciplinas são elementos necessários?
4) Quais são os pontos diferentes dos cursos presenciais?
 Resumo
Vimos a consolidação da EaD e como o MEC foi fundamental para definir 
princípios, diretrizes, além de fomentar reflexões para que a modalidade 
pudesse oferecer cursos de qualidade, culminando na elaboração do 
documento Referências de Qualidade para a Educação Superior a Distância.
Assinalamos a notória melhora de qualidade dos cursos oferecidos, 
não obstante, concomitantemente, a persistência do preconceito em 
relação a eles e a falta de disciplina, por parte dos alunos, necessário a seu 
engajamento em uma modalidade de ensino não presencial: muitos deles 
abandonam os cursos por não imaginarem que um curso online pudesse 
tomar tanto tempo de estudo e realização de atividades.
Concluímos que um curso a distância não é muito diferente de 
um presencial em termos de trabalho e engajamento, mas alunos e 
professores precisam desenvolver certas habilidades e competências 
diferentes daquelas desenvolvidas nas salas de aulas tradicionais 
presenciais, principalmente em cursos que busquem maior colaboração 
para a construção conjunta de conhecimento.
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ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM EAD: ESTRUTURA E METODOLOGIA
Unidade III
3 METODOLOGIAS EM EAD – PARADIGMAS
Abordaremos agora a concepção de aprendizagem e de projetos político‑pedagógicos para a EaD, as 
modalidades de trabalhos, a qualidade de interações e o papel do professor, bem como as comunidades 
virtuais de aprendizagem.
Já ressaltamos que, atualmente, a educação a distância exige uma estrutura organizacional 
complexa a serviço de alunos “distantes”. Apontamos para a necessidade dessa estrutura ser organizada, 
apoiada em boas equipes de gerenciamento, de elaboração de material, com bons professores, tutores, 
coordenadores e uma estrutura tecnológica adequada, com o uso potencializado das novas tecnologias 
para a promoção de interação entre alunos e entre professores e alunos.
Salientamos que, apesar do preconceito ainda disseminado, a EaD atual tem potenciais de 
comunicação e interação jamais vistos. Alertamos, porém, para a utilização adequada dessas novas 
tecnologias, pois, sendo potencializadas, maiores serão as chances de sucesso nessa modalidade de 
educação. Com o advento das TIC, a EaD pôde ser impulsionada.
Buscamos mostrar, também, que a qualidade é um elemento importante e que a modalidade a 
distância conta com critérios e inspeções contínuas por parte do MEC, que, além de instituir leis de 
controle, desenvolveu um documento oficial para a busca de qualidade na área.
Apontamos para o fato de que a distância pode ser um problema, mas um trabalho de qualidade que 
atenda às necessidades de aprendizagem dos alunos supera‑o. Para tanto, é necessária a boa formação 
na área para a capacitação de profissionais e para que sejam desenhados materiais que possam atender 
às diversas necessidades de aprendizagem dos alunos.
Vamos seguir um pouco mais adiante com as reflexões sobre a EaD, discutindo sua concepção e as 
teorias que lhe servem de base para o desenvolvimento dos programas e materiais didáticos, além de 
avaliar algumas metodologias adotadas.
3.1 A concepção de educação para processos de ensino aprendizagem
Vamos, então, dar início à questão da educação como fundamento. Embora a modalidade EaD tenha 
suas particularidades com relação a distância e às mudanças de contexto, recursos técnicos e infraestrutura, 
todos esses elementos só ganham sentido dentro de uma ação político pedagógica educacional. Cada 
modalidade, presencial ou a distância, precisa pensar e elaborar seu projeto político‑pedagógico (PPP) e 
levar em consideração questões teóricas básicas sobre ensino‑aprendizagem.
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Unidade III
Articulador
Deve ser
Norteador
Desafiador
Projeto Político Pedagógico 
(PPP)
Construído e vivenciado 
por todos os membros da 
instituição
Figura 3 
 Observação
Projeto Político Pedagógico (PPP) é um documento que imprime 
uma direção com especificidades e singularidades, apresentando o 
funcionamento de um curso, determinando suas prioridades, sua inserção 
no contexto social, econômico e acadêmico do País. Deve apresentar com 
clareza uma opção teórica sobre o que é educar e aprender.
Cada projeto político pedagógicodeve apresentar com clareza uma opção teórica sobre o que 
é educar e aprender, pois as decisões sobre as ações de trabalho em EaD não podem simplesmente 
acontecer sem que haja uma consciência clara sobre os objetivos de formação dos cidadãos.
A opção epistemológica acabará por orientar todo o trabalho, desde a organização do currículo, como 
a organização dos temas, das formas de trabalhos propostas nos materiais, nos modos de mediação dos 
professores e nas suas formas de avaliar os alunos. O papel do aluno será diferente de acordo com as 
diferentes formas de pensar a questão da aprendizagem.
 Saiba mais
Epistemologia significa “ciência”, “conhecimento”. É o estudo científico 
que trata dos problemas relacionados à crença e ao conhecimento, sua 
natureza e suas limitações. Aborda a origem, a estrutura, os métodos e 
a validade do conhecimento, sendo igualmente conhecida como teoria 
do conhecimento, relacionando‑se à metafísica, à lógica e à filosofia da 
ciência. É uma das principais áreas da filosofia, compreende a investigação 
sobre a possibilidade do conhecimento, ou seja, de o ser humano alcançar 
o conhecimento total e genuíno, bem como da origem do conhecimento.
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ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM EAD: ESTRUTURA E METODOLOGIA
Ver mais sentidos dela no site a seguir:
<http://www.significados.com.br/epistemologia/>.
Todos esses elementos devem ser coerentes com as propostas do PPP, manifestando‑se de forma 
clara para todos os envolvidos, incluindo os alunos.
As tecnologias empregadas também podem favorecer ou não determinados caminhos para diferentes 
tipos de oportunidades de aprendizagem. Portanto, devem estar a serviço do projeto pedagógico, e não 
constituir seu fim em si.
Assim sendo, o EaD tem as mesmas exigências da modalidade presencial com relação às escolhas 
de metodologias de ensino aprendizagem e, portanto, diversos caminhos podem ser seguidos, gerando 
oportunidades de aprendizagem muito diversas.
O problema, como já apontado, é o de muitas instituições que trabalham com a modalidade a 
distância acabarem deixando de refletir sobre as questões pedagógicas e metodológicas, dando maior 
ênfase para a estrutura organizacional e a logística do negócio. Quando as novas tecnologias são 
incorporadas com pouca reflexão sobre suas reais funções pedagógicas, os professores também acabam, 
muitas vezes, sem saber o seu papel no novo contexto.
Para refletir
Figura 4 
• Que tipo de aula devo construir?
• Como deve ser exposto o material didático que desenho?
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Unidade III
• Como deve ser minha intervenção?
Os professores não sabem muito bem como mediar a aprendizagem de seus alunos em contextos 
a distância. Berge (1995), tal como Berge e Collins (1995), assinalava que as novas tecnologias podem 
ajudar a promover novos ambientes de aprendizagem, com maior possibilidade de incentivo de 
aprendizagem colaborativa, ressaltando a necessidade de trabalhos interdisciplinares, além de distribuir 
mais as responsabilidades pela construção de conhecimento, mas faltam, em geral, as possibilidades 
de acesso e uma visão de empreendimento educacional necessária à criação de ambientes em que a 
tecnologia sirva como suporte para serem alcançados os objetivos específicos de aprendizagem.
Nessa perspectiva, escreve Almeida (2003, p. 2):
[...] a integração entre a tecnologia digital com os recursos da telecomunicação, 
que originou a internet, evidenciou possibilidades de ampliar o acesso à 
educação, embora esse uso per se não implique práticas mais inovadoras 
e não represente mudanças nas concepções de conhecimento, ensino e 
aprendizagem ou nos papéis do aluno e do professor. No entanto, o fato de 
mudar o meio em que a educação e a comunicação entre alunos e professores 
se realizam traz mudanças ao ensino e à aprendizagem que precisam ser 
compreendidas ao tempo em que se analisam as potencialidades e limitações 
das tecnologias e linguagens empregadas para a mediação pedagógica e a 
aprendizagem dos alunos.
Em outros termos, as tecnologias ofertam novas possibilidades para a educação, mas de nada servem 
se usadas para reproduzir os mesmos padrões das tecnologias antigas.
Com relação mais específica à mediação pedagógica em EaD, apoiada nas TIC, alguns autores, como 
Gutierrez e Prieto (1994), ressaltam que as diferentes ações do professor podem permitir a recriação de 
estratégias, para que o aluno venha a atribuir sentidos àquilo que está aprendendo.
E, para que isso ocorra, é fundamental que o professor tenha clareza sobre os princípios 
educacionais que norteiam sua ação pedagógica, sobre a intencionalidade e os objetivos em longo e 
curto prazos de seu curso.
Por essa razão, acreditamos necessária a criação de espaços, como este curso, que permitam 
a discussão sobre o uso das tecnologias em EaD, relacionando‑as aos pressupostos teóricos que 
fundamentais à mediação pedagógica.
Precisamos entender a importância da mediação; das escolhas das tecnologias e do desenho do 
curso, relacionados a princípios pedagógicos para que possa ser melhor e fazer com que os alunos de 
EaD não se sintam tão distantes.
Temos que perceber que diferentes tipos de propostas de educação a distância podem gerar diferentes 
tipos de mediação e diferentes tipos de aprendizagens. Como aponta Peraya (2002, p. 49): “a utilização 
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ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM EAD: ESTRUTURA E METODOLOGIA
de determinada tecnologia como suporte à EaD não constitui em si uma revolução metodológica, mas 
reconfigura o campo do possível”.
Nesse sentido, Wallace (2003) aponta que algumas pesquisas recentes indicam importantes áreas de 
atuação do professor e começam a disponibilizar orientações que podem ajudar nas mediações pedagógicas 
a distância. Por exemplo, no caso do uso de ferramentas, como fóruns ou chats, várias pesquisas sugerem 
alguns modelos de mediação (CELANI; COLLINS, 2005; GERVAI, 2007; WADT, 2009, VICTORIANO, 2010).
Certos tipos de trabalhos em fóruns ou chats podem promover interações entre alunos, e outros 
não. A maneira de dar instruções e respostas em espaços de aprendizagem online também pode gerar 
diferentes tipos de engajamento e participação por parte dos alunos, entretanto apenas abrir um fórum 
não necessariamente garantirá uma interação de qualidade.
Mas os profissionais que trabalham com EaD nem sempre sabem o que mais funciona e muitos nem 
pensam em como tomar as decisões baseadas nos objetivos pedagógicos de seus cursos. Muitas vezes, 
nem paramos para pensar sobre o que queremos de nossos alunos. Qual o papel do aluno? O que ele 
deve fazer?
Exemplo de aplicação
A integração das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) aos processos educacionais pode 
contribuir para a democratização das oportunidades educacionais, para o acesso ao conhecimento e, 
para a diminuição deste abismo, que tem de um lado a exclusão e de outro a desigualdade social.
Por meio de um pequeno texto dissertativo/argumentativo, explique a passagem citada e justifique‑a, 
de acordo com a legislação brasileira:
Como a inclusão é tratada na educação atual e como pode o especialista em EaD atuar para que se 
torne inclusiva a prática escolar normalmente excludente?
Como devem ser preparadas as escolas que optarem por inserir, em sua grade conteúdos, veiculados 
por EaD, para que todos aprendam?
De que maneira a EaD pode ser utilizada como ferramenta de promoção à cidadania? 
Além disso, muitos professores começam a trabalhar com a modalidade e poucos são preparados

Outros materiais