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Civilização Grega

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A CIVILIZAÇÃO GREGA 
(HELÊNICA) 
 
Goiânia, 01 de Agosto de 2011 
Disciplina: História • Professor: Norberto • 
 
 
Rua T-53 Qd. 92 Lt. 10/11 - Setor Bueno – Goiânia-GO - Fone: 3285-7473 – www.colegioclasse.com.br 
- 1 - 
A CIVILIZAÇÃO GREGA (HELÊNICA) 
 
O POVOAMENTO DA GRÉCIA 
Ao final do período Neolítico, a região já era habitada por povos sedentários de língua não grega, chamados Pelasgos ou Pelágios. A 
partir de 2000 a.C., aproximadamente, povos de origem indo-européia começaram a chegar à região. Os primeiros helenos a alcançar a Grécia 
foram os aqueus (1950 a.C., originários das estepes russas, que, em busca de melhores pastagens para seus rebanhos, espalharam-se por quase 
toda a Grécia, parte da Ásia Menor e pelo sul da Itália. O contato dos aqueus com os cretenses deu origem à civilização micênica. A seguir, 
chegaram os jônios e os eólios (1500 a.C.), que se estabeleceram na Ática e na Ásia Menor (Península da Anatólia). A última leva foi a dos 
dórios (1200 a.C., que se estabeleceram no Peloponeso, destruindo parte da civilização micênica. 
 
 
GRÉCIA ANTIGA 
LOCALIZAÇÃO: 
A Grécia Continental fazia limites: 
• ao norte com a Ilíria (atuais: Sérvia, Montenegro, norte da Albânia, Bósnia e Herzegovina e Croácia); 
• a leste com o mar Egeu; 
• a oeste com o mar Jônico; 
• ao sul com o mar Mediterrâneo; 
• a nordeste estão, em sequência, o estreito de Dardanelos, o mar de Mármara, o estreito de Bósforo e, finalmente, o mar Negro; 
• a noroeste está o mar Adriático. 
A Grécia Peninsular: ao sul da Grécia Continental, ligada pelo Istmo de Corintho, está a Grécia Peninsular constituída pela península do 
Peloponeso. 
A Grécia Insular: O mar Egeu é um mar interior da bacia do mar Mediterrâneo situado entre a Europa e a Ásia. Estende-se da Grécia, a 
oeste, até a península da Anatólia, a leste. Ao norte, possui uma ligação com o mar de Mármara e o mar Negro através dos estreitos de 
Dardanelos e do Bósforo. Diversas ilhas estão localizadas no mar Egeu, inclusive Creta, Rodes e Delos. Essas ilhas compõe a Grécia insular. 
A Grécia Asiática (Ásia Menor ou Península da Anatólia): Correspondia a costa ocidental da península da Anatólia ou Ásia menor (atual 
litoral da Turquia) e algumas ilhas do mar Egeu. 
A ampliação do Território Grego: O território da Grécia européia foi ampliado (a partir do século VII a.C. com a Segunda Diáspora Grega) 
com a fundação de diversas colônias na orla mediterrânica ocidental, destacando-se o sul da península Itálica que foi denominada Magna 
Grécia. 
RELEVO E CLIMA: 
De um modo geral, o relevo das penínsulas e ilhas é montanhoso, entremeado de pequenas e férteis planícies isoladas umas das 
outras; somente a Magna Grécia (sul da península Itálica), a ilha de Creta e a Tessália, na parte norte da península balcânica, têm planícies de 
extensão considerável. As montanhas eram recobertas de florestas e o litoral, muito recortado, favoreceu a navegação e as comunicações 
através do mar. Por outro lado, as características do relevo continental estimularam certo isolamento, o que teria favorecido o caráter 
autônomo das cidades gregas. Predominavam os verões quentes e secos e os invernos amenos (clima "mediterrâneo"); os rios, caudalosos no 
inverno, praticamente secavam no verão. 
O TERMO GRÉCIA: Grécia é o nome pelo qual os romanos designavam a Hélade (do grego Hellas), nomenclatura que os habitantes 
locais davam ao território que habitavam. Com a expansão e o domínio romano sobre o mediterrâneo, a partir do século II a.C. a Hélade passou 
definitivamente a ser denominada Grécia, do latim Graecia. 
 
 
 
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- 2 - 
A 
PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA GREGA NA ANTIGUIDADE: 
• Período Pré-Helênico ou Pré-Homérico (± 2.500 até 1.200 a.C.): Este período corresponde àquelas civilizações que antecederam e 
serviram de base para a formação da Civilização Grega. É didaticamente conveniente que seja subdividido em dois momentos: a) 
Civilização Cretense ou Egéia ou Minóica (± 2.500 até 1.400 a.C.) e b) Civilização Micênica ou Creto-Micênica (± 1.400 até 1.200 a.C), 
marcada pelo domínio dos Aqueus ou Micenos sobre a região. 
• Período Homérico (do século XII ao VIII a.C.): Período de formação dos gregos marcado pela organização dos genos (comunidades 
patriarcais organizadas em clãs). O nome do período deve-se aos relatos atribuídos ao poeta Homero nas obras Ilíada e Odisséia, 
escritas provavelmente no período seguinte, o Período Arcaico. 
• Período Arcaico (do século VIII ao VI a.C.): Período marcado pela consolidação da formação das polis gregas, por intensas agitações 
sociais e políticas e pelo processo de colonização grega, denominado Segunda Diáspora. 
• Período Clássico (do século VI ao IV a.C.): Período caracterizado pelo auge do desenvolvimento das polis gregas. Destaque para as 
polis rivais de Atenas e Esparta. Ocorrência de grandes guerras como as Guerras Médicas (491-449 a.C.) e a Guerra do Peloponeso 
(431-404 a.C.). Desenvolvimento da arquitetura, da escultura, do teatro, da filosofia. No campo político destacou-se o 
desenvolvimento da democracia ateniense. O final do período foi marcado por conflitos internos que enfraqueceram as polis e 
favoreceram o domínio macedônico. 
• Período Helenístico (do século IV ao II a.C): Período marcado pelo domínio macedônico sobre a Grécia. Os macedônios absorveram 
profundamente a cultura grega (helênica) e ao expandirem-se para o oriente realizaram o sincretismo dessas culturas dando origem a 
Cultura Helenística. Esse período chegou ao final com o domínio romano a partir do século II a.C. 
 
PERÍODO PRÉ-HELÊNICO OU PRÉ-HOMÉRICO (± 2.500 até 1.200 a.C.): 
 
1-Civilização Cretense / 2- Civilização Creto-Micênica 
 
1- Civilização Cretense ou Egéia ou Minóica (± 2.500 até 1.400 a.C.) 
Creta é a maior ilha da Grécia. Está no sul do mar Egeu. Segundo o mito, era nessa ilha que vivia o minotauro. 
Creta esteve habitada desde o final do Neolítico. No começo da Idade do Bronze, os cretenses criaram, no 3° milénio a.C., uma grande 
civilização insular. Atribui-se a essa civilização a construção de palácios em Cnossos, em Faistos e em Maliá que foram cidades-estados 
cretenses. 
A partir da primeira metade do 2º milénio a.C. Creta chegou a ser o centro cultural e comercial graças ao domínio que lhe dava a sua 
frota e às riquezas acumuladas pelo comércio de produtos como o vinho, o azeite, as cerâmicas, os tecidos e a joalharia. Impôs-se no Mar 
Mediterrâneo quer nos territórios vizinhos quer em locais mais afastados, como a Sicília (organizaram uma TALASSOCRACIA). Esse período de 
apogeu foi marcado pelo domínio da cidade de Cnossos e de de seus reis denominados Minos. O símbolo da ilha era o Taurus (touro), animal 
admirado por sua força e beleza. 
A lenda do MINOTAURO estabelece fortes relações com o domínio que a talassocracia cretense impôs sobre a Grécia e seus 
primitivos habitantes, os pelasgos ou pelágios. Esses primitivos habitantes da Grécia, não tendo forças para se livrarem do domínio cretense, 
tinham que pagar tributos e fornecer-lhes tudo o que exigiam. Tal situação, que parecia sem saída, lembra um Labirinto. A denominação do 
lendário Minotauro, certamente deriva do termo Minos, adotado pelos reis de Cnossos, e de Taurus, o touro que simbolizava a força da ilha. 
Segundo o mito, o Minotauro foi morto pelo herói grego Teseu, com a ajuda da princesa cretense Ariadne (aranha, em grego, ou seja, 
aquela que tece a teia, a trama), entrou no labirinto e matou o monstro. Para sair do labirinto Teseu valeu de um novelo de linha cuja outra 
extremidade Ariadne ficou segurando do lado de fora, aguardando a volta de seu amado Teseu. 
Podemos afirmar que a lenda do Minotauro está repleta de elementos simbólicos que marcam os momentos que antecederam ahistória dos gregos. Quais sejam: 
• O Minotauro: É representação do domínio cretense sobre os primitivos gregos (os pelágios ou pelasgos). Diante da situação de 
exploração imposta por creta, os pelasgos criaram um mito que representava está condição. 
• O labirinto: É a representação de uma situação para qual não se vê saída, no caso, a dominação dos cretenses sobre os pelasgos que 
eram incapazes de reagirem com eficiência. Pode também ser a representação do palácio do rei de Cnossos (diferante do conceito 
tradicional que temos de um palácio real, o de Cnossos, além do salão do trono e dos aposentos da realeza, era uma reunião 
intrincada de mais de 1000 salões que se interligavam, alguns dos quais serviam como ateliês para artesãos, e centros de 
processamento de alimentos, como, por exemplo, prensas para a fabricação de vinho. Servia tanto como armazém central quanto 
como centro religioso e administrativo.). 
• Teseu: É a representação dos Aqueus. Os aqueus eram povos indo-europeus que penetraram na Grécia por volta de 1.900 a.C., 
conquistaram os pelasgos ou pelágios e fundaram importantes núcleos populacionais em território helênico, como Micenas, Tirinto e 
Argos. Por volta de 1.500 a.C., dominaram os cretenses, mas, assimilaram profundamente sua cultura, dando origem a um período de 
apogeu e a formação da CIVILIZAÇÃO MICÊNICA. Assim sendo, a morte do Minotauro, por Teseu, representa o domínio dos Aqueus 
sobre a Civilização Cretense. 
• Ariadne: Representa o que havia de bom na ilha de Creta e que foi amplamente assimilado pelos Aqueus, ou seja, a CULTURA 
CRETENSE ou MINÓICA. O romance entre Teseu e Ariadne representa a fusão dos Aqueus com a cultura cretense, base fundamental 
para os valores da futura civilização grega. 
 
CARACTERÍSTICAS DA CULTURA, SOCIEDADE E POLÍTICA CRETENSE 
• Elementos orientais: As características desta civilização lembram, em suas estruturas, alguns dos elementos estéticos da Antiguidade 
oriental. Tal fato deve-se, provavelmente, ao contato comercial com o Egito e as cidades-estados fenícias. 
• As formas de escrita: Os cretenses desenvolveram dois tipos básicos de escrita, a Linear “A” e a Linear “B”, assim convencionadas 
pelos pesquisadores britânicos, da primeira metade do século XX, Arthur Evans, Michael Ventris e John Chadwick. Descobriu-se 
também uma terceira foma que ficou conhecida como pictográfica ou hieroglífica cretense. 
• As cidades: As cidades cretenses, segundo investigações arqueológicas, apresentavam uma bela arquitetura, com grandes palácios e 
outras edificações com complexo sistema de saneamento e canalizalção de água. 
 
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A 
• A singular condição da mulher cretense: A presença da mulher em exibições perigosas e de grande habilidade e também nas festas 
aparece em diversas pinturas em cerâmicas e nos afrescos. Essa valorização da mulher se deve principalmente ao fato de que a 
divindade maior de Creta é uma mulher, a Deusa-Mãe, ou Grande-Mãe. Dessa forma, podemos concluir que a mulher na sociedade 
Cretense gozou de uma grande consideração. 
• A religião: Os afrescos descobertos pela arqueologia revelam a importância conferida à mulher, as quais eram retratadas exercendo 
funções religiosas, administrativas e por vezes até políticas. Os cretenses acreditavam que os deuses governavam tudo e a mulher era 
vista como fundamental para garantir a pacificação social. Ainda em seu princípio, esculturas de uma Deusa-Mãe tornaram-se 
frequentes. Também se destacou em importância a imagem do touro, reproduzida em pinturas e em obras arquitetônicas, chifres de 
pedra assinalavam os locais sagrados, que pode ter sido associado à fertilidade, ou aos frequentes terremotos, como se a terra 
estivesse presa em seus chifres. Cerimônias religiosas são descritas em pinturas. Santuários foram identificados em cavernas e 
montanhas, bem como no interior dos próprios palácios, o que pode atribuir aos reis alguma função sacerdotal. O símbolo mais 
sagrado dos minóicos era o labrys, um machado de dois gumes. Inicialmente os mortos eram sepultados em cavernas, mas com o 
gradativo desenvolvimento da vida urbana, grandes túmulos e mausoléus tomaram lugar nos ritos fúnebres. 
• A arte: A cerâmica se destacou por apresentar diversidade de formas e funções, progredindo em termos de variedade, refinamento e 
acabamento. Eram decorados com pinturas de formas geométricas simples, como triângulos, zigue-zagues e padrões simétricos 
abstratos. Algumas obras possuíam pequenas imagens do cotidiano, como plantas e animais domésticos. As pinturas em parede 
ganham destaque. Suas cores vivas puderam ser vistas nas ruínas dos palácios mesmo milhares de anos após sua destruição. Também 
retratam com bom grau de precisão e detalhamento os animais selvagens e domésticos, sobretudo o touro, figuras humanas em 
cenas como festas, casamentos, colheitas e cerimônias. A maior parte do conhecimento acerca da sociedade minóica ou cretense se 
deve a essas pinturas. Posteriormente, os trabalhos em metal, sobretudo ouro, e pedras preciosas tornaram-se notáveis em 
detalhamento e se transformaram em artigos de exportação preciosos, conhecido do o Egito à Pérsia. Foram achados nas escavaçoes 
de Creta muitas imagens de mulheres, de diferentes posições sociais: sacerdotisas, dançarinas, esportistas e damas da nobreza. Isso 
significa que na sociedade minoica as mulheres tinham grande função na cidade. 
 
2- Civilização Creto-Micênica (± 1.400 até 1200 a.C.) 
Em meados do século XV a.C., os Aqueus, povo indo-europeu, dominaram os cretenses, mas, assimilaram profundamente sua cultura, 
dando origem a um período de apogeu e a constituição da Civilização Micênica ou Creto-Micênica. 
O Período micênico ou creto-micênico é uma subdivisão do Período Pré-helênico também conhecido por Período Heládico ou 
Tempos Pré-homéricos. Refere-se à sofisticada cultura que se desenvolveu no continente grego entre 1600 a.C. e 1050 a.C., aproximadamente. 
O nome deriva de Micenas, principal cidade fundada pelos aqueus. Os micênios ou aqueus, povo indo-europeu, inicaram a incursão ao 
território grego conquistando aos pelágios ou pelasgos. 
Ativos comerciantes, os micênios conquistaram a avançada ilha de Creta por volta de 1450 a.C. e, entre 1400 e 1200 a.C., dominaram 
economicamente e culturalmente quase todos os povos do Mediterrâneo Oriental. Caracterizada por uma aristocracia de guerreiros, falavam 
uma forma bastante arcaica da língua grega, o dialeto jônico. Escreveram os mais antigos documentos em grego, escritos em um silabário 
conhecido por escrita linear B e construíram imponentes cidadelas fortificadas em Micenas e Tirinto. 
Diversas características da cultura micênica sobreviveram nas tradições religiosas e na literatura grega dos períodos Arcaico e Clássico, 
notadamente na Ilíada e na Odisséia. Micenas teve seu auge e foi a cidade mais próspera da Grécia por muitos anos, revolucionando as artes, a 
engenharia e a arquitetura. A invasão dórica é considerada a causa do fim da civilização micênica. 
O povoamento da Grécia: No Período Pré-homérico ocorreram as invasões dos povos arianos (indo-europeus) que, através da 
península Balcânica, chegaram à Grécia em sucessivas vagas (ondas) de ocupação. Trata-se dos aqueus, eólios, jônios e dórios. Os aqueus, 
quando chegaram à Grécia, encontraram um povo de cultura rudimentar denominado Pelasgos, ou Pelágios, que foram assimilados. Em 
seguida, fundaram algumas cidades, destacando-se Tirinto e Micenas. Logo após, por volta de 1.450 a.C., dominaram da ilha de Creta, cuja 
cultura assimilaram. Surgiu assim a civilização creto-micênica. 
Porém, antes mesmo desse domínio sobre Creta ocorreu, por volta de 1700 a.C., a chegada dos eólios e jônios fato que favoreceu o 
aumento da população micênica, que iniciou então uma expansão marítima,durante a qual entrou em choque com a supremacia cretense no 
mar. Cnossos, a principal cidade de Creta, foi destruída. A lenda do Minotauro conta esse fato simbolicamente. A expansão micênica continuou 
pelo mar Egeu em direção ao mar Negro, onde Tróia foi destruída, como conta Homero na Ilíada. Homero atribui a Guerra de Tróia ao rapto de 
Helena, esposa de Menelau, rei de Esparta, por um príncipe troiano (Páris). Na verdade, a destruição de Tróia foi mais um capítulo da expansão 
micênica que se iniciara com a tomada de Cnossos. 
Nesse momento máximo da expansão micênica, por volta de 1.200 a.C., já estavam ocorrendo disputas internas entre os micênicos. O 
quadro se agravou com a chegada à Grécia do grupo dório, também ariano, de nível cultural inferior, mas possuidor de armas de ferro. Os 
dórios arrasaram Micenas e provocaram a Primeira Diáspora (dispersão) grega, em direção à Ásia Menor. 
Dentro da Grécia, então, a população passou a viver isoladamente em grupos clânicos chamados genos. Esse fato assinala o fim do 
Período Pré-homérico e o início do Período Homérico, assim chamado porque grande parte do que estudamos sobre esse período deve-se as 
obras Ilíada e Odisséia, poemas cuja autoria é atribuída a Homero. 
O fim do período pré-homérico foi marcado pelos seguintes fatores: 
• Decadência das cidades micênicas em virtude de rivalidades internas, agravada pela violenta invasão dos dórios. 
• Retrocesso da organização política e socioeconômica. 
• Intensa ruralização e estruturação social em comunidades gentílicas patriarcais. 
• Dispersão dos gregos para as ilhas do mar egeu e para a Ásia Menor, no processo denominado Primeira Diáspora Grega. 
 
PERÍODO HOMÉRICO (do século XII ao VIII a.C.) 
Após o esplendor da civilização creto-micênica e tendo em vista a arrasadora invasão dos dórios, iniciou-se o Período Homérico, período 
este em que as cidades entraram em decadência, pois foram invadidas e saqueadas. Tal fato favoreceu um quadro de exôdo urbano, um 
processo regressão da Grécia a uma organização econômica e social primitiva e rudimentar, em que a escrita desapareceu e a organização 
política e econômica enfraqueceu profundamente, em relação ao período anterior. Desse período que caracterizou a gênese a civilização grega, 
não se tem registro escrito na época. O conhecimento dessa fase da história grega deve-se aos achados arqueológicos e a tradição oral dos 
AEDOS (artista que cantava as epopeias acompanhando-se de um instrumento musical) e RAPSODOS (artista popular ou cantor que recita as 
epopéias e não é acompanhado de qualquer instrumento) que narrando as EPOPÉIAS (uma poesia épica, ou epopeia é uma poesia, uma 
 
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A 
narrativa curta lendária ou mitológica. A epopeia eterniza lendas e tradições ancestrais, preservando-as ao longo dos tempos pela tradição oral 
ou escrita) contribuíram para que no período seguinte, o ARCAICO, essa tradição oral fosse registrada nos escritos das obras Ilíada e Odisséia, 
atribuídas ao poeta Homero (Apesar de "Homero" ser um nome grego, atestado em regiões de fala eólica, nada de concreto se sabe sobre ele. 
Entretanto, ricas tradições foram aumentadas, ou foram conservadas, pretendendo dar detalhes de sua terra natal e de sua experiência. Muitas 
delas são puramente fantasiosas). 
Após as invasões dos dórios e tendo se efetivado o processo de ruralização das sociedades gregas, os genos passaram a constituir a forma 
predominante de organização social. Assim podemos afirmar que o período homérico foi a fase da história grega em que predominou a 
organização social das COMUNIDADES GENTÍLICAS PATRIARCAIS. 
O genos constituía a primitiva unidade econômica, social política e religiosa dos gregos. Todo o grupo vivia sob a autoridade do PATER 
(patriarca) que, ao morrer, era sucedido pelo primogênito, e assim sucessivamente. Era um grupo consangüíneo e a solidariedade entre seus 
membros era muito grande. Os casamentos eram feitos dentro do clã. Os bens de produção (terras, sementes, instrumentos) e o trabalho eram 
coletivos. Sendo assim, a produção era distribuída igualmente entre todos os membros da comunidade. Pela teoria marxista caracteriza o 
MODO DE PRODUÇÃO PRIMITIVO OU COMUNISTA. 
Socialmente, predominava a igualdade, pois não havia diferenças econômicas. Só existiam as diferenças tradicionais, pois os parentes 
se hierarquizavam em função de sua proximidade para com o pater. O poder político do pater advinha de ser ele o responsável pelo culto dos 
antepassados que ele realizava todos os dias, antes das refeições comuns. Distribuía justiça costumeira (DIREITO CONSUETUDINÁRIO) e 
comandava o exército do genos. 
No final do Período Homérico, essas comunidades começaram a se transformar. A população cresceu, mas a produção agrícola não 
acompanhava o mesmo ritmo. Faltavam terras férteis e as técnicas de produção eram rudimentares. Em vista disso, houve a desintegração das 
comunidades gentílicas, seus membros, liderados pelo pater, resolveram partilhar as terras coletivas. Os paters favoreceram seus parentes mais 
próximos, que passaram a ser chamados eupátridas (bem- nascidos), permitindo-lhes ficar com as melhores terras (Pédium, os vales férteis). Os 
parentes mais afastados herdaram as terras menos férteis da periferia e em áreas de relevo acidentado e pedregoso (Diácria), sendo chamados 
georgóis (agricultores). Muitos outros, parentes mais distantes, ficaram sem terras, o que lhes valeu o nome de thetas (marginais). 
Os eupátridas herdaram a tradição dos paters, monopolizando o poder político e constituindo uma aristocracia de base fundiária. 
Esses aristocratas se agrupavam em frátrias. Um grupo de frátrias, por sua vez, formava uma tribo, que estava submetida a autoridade do 
Filobasileus (supremo comandante do exército). A reunião de várias tribos deu origem aos demos (povoados). As constantes rivalidades e a 
necessidade de segurança favoreceram a junção dos demos e a formação de pequenos Estados locais, as poleis (cidades-Estado). Por volta 
dessa época, a partir do século X a.C., surgiram na Grécia cerca de 160 cidades independentes umas das outras. Cada uma delas se 
caracterizava por um templo construído em sua parte mais alta: a Acrópole. 
Primitivamente, as poleis eram governadas por um Basileus (rei), cujo poder era limitado pelos eupátridas. Em geral, quando os reis 
tentaram assumir um controle maior sobre o poder, foram depostos e substituídos por arcontes (magistrados indicados pelo Conselho dos 
Aristocratas que era renovado anualmente). 
 O fim do período homérico foi marcado pelos seguintes aspectos: 
• Crise da sociedade gentílica com a alteração interna dos genos e o desenvolvimento da propriedade privada da terra; 
• A formação de uma aristocracia genericamente denominada eupátridas; 
• A organização, a partir do século X a.C., das primeiras cidades-estados gregas. 
 
PERÍODO ARCAICO (do século VIII ao VI a.C.) 
Período marcado pela consolidação da formação das polis gregas, por intensas agitações sociais e políticas e pelo processo de 
colonização grego denominado Segundo Diáspora. 
A privatização das terras, a dissolução da comunidade gentílica levaram a profundas transformações no interior das sociedades gregas 
do período arcaico, tais como: 
• Concentração das melhores terras nas mãos de uma elite privilegiada. 
• O crescimento demográfico, tendo em vista a diminuição das invasões e das guerras. 
• A escassez de terras férteis, destacadamente, para as camadas sociais menos favorecidas. 
• Escravidão por dívidas. 
• Constantes revoltas sociais. 
• Produção excedente nas propriedades da aristocracia, o que exigia novos mercados para serem comercializadas. 
 
Todos esses fatores contribuíram para um processo de exôdo rural e dispersão dos gregos para várias partes do marmediterrâneo, 
gerando o chamado Processo de Colonização Grego ou Segunda Diápora Grega, entre os séculos VIII e VI a.C. Os gregos instalaram entrepostos 
comerciais e colônias, principalmente no sul da península itálica, onde surgiram cidades como Tarento e Siracusa (Magna Grécia) e em torno do 
mar negro e da Ásia Menor, região conhecida como Ponto Euxino. 
O comércio entre essas áreas baseava-se nas exportações de azeite, vinho e peças de artesanato gregas e na importação de artigos como 
trigo, metais preciosos, cobre, ferro e madeira das regiões mediterrânicas. Porém, essas medidas não conseguiram resolver efetivamente os 
problemas sociais, na maioria das polis gregas. 
Assim sendo, um dos fenômenos mais importantes do Período Arcaico foi o da colonização, que espalhou os gregos por toda a área 
costeira da bacia do Mar Mediterrâneo e do Mar Negro. 
A colonização grega obedecia a um certo planejamento, que implicava, para além da escolha do local que seria colonizado, a 
nomeação dos comandantes das expedições (oikistes) que seriam responsáveis pela conquista do território e que governaria a colônia (apoika, 
"residência distante") como rei ou governador. Antes de partir com a sua expedição, o oikistes consultava o Oráculo de Apolo em Delfos, que 
aprovava o local sugerido ou propunha outro. O deus Apolo encontrou-se assim associado à colonização. Os colonizadores levavam da cidade 
mãe - a metrópole - o fogo sagrado e os elementos culturais e políticos desta, como o dialeto, o alfabeto, os cultos e o calendário. Por vezes as 
colônias poderiam fundar por sua vez outras colônias. 
Na Magna Grécia, sul da Itália, uma das primeiras colonizações data de 775 a.C., tendo sido uma iniciativa de gregos da cidades de 
Cálcis e Corinto que partem para a ilha de Ischia na baía de Nápoles. Em 730 a.C., estão documentadas as fundações de colônias na Sicília: 
Naxos e Messina (por Cálcis) e Siracusa (por Corinto). 
As costas do Mar Negro foram colonizadas essencialmente pela pólis de Mileto. As colônias mais importantes desta região foram 
Sinope (700 a.C.) e Cízico (675 a.C.). De Megara partem colonos que fundam em 667 a.C. a cidade de Bizâncio. 
 
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No norte da África Cirene foi fundada por colonos da ilha de Tera por volta de 630 a.C.. Na região ocidental do Mediterrâneo, 
salientem-se colônias como Massalía (a moderna Marselha), Nice (de niké, vitória) e Ampúrias (esta última na Península Ibérica). 
A colonização grega deve ser entendida de uma forma diferente da colonização realizada pelos Europeus na Idade Moderna e 
Contemporânea, na medida em que a colônia não tinha qualquer tipo de dependência política e econômica em relação à metrópole. Entre a 
metrópole e a colônia existiam laços cordiais (era por exemplo chocante que ocorresse uma guerra entre as duas), mas os gregos que se 
fixavam permanentemente em uma colônia perdiam a cidadania que detinham na cidade de onde eram oriundos. 
O desenvolvimento do comércio 
Uma das consequências da colonização foi o desenvolvimento do comércio, não apenas entre a colônia e a metrópole, mas entre as 
colônias e outros locais do Mediterrâneo. Até então o comércio não era uma atividade econômica própria, mas uma atividade subsidiária da 
agricultura. Algumas colônias funcionavam essencialmente como locais para a prática do comércio e sem um estatuto político, eram os 
chamados empórios. 
O incremento da atividade comercial gera por sua vez o fomento da indústria. Deste setor destaca-se a produção da cerâmica, sendo 
famosos os vasos de Corinto e de Atenas, que se tornaram os principais objetos de exportação. No último quartel do século VII a.C. ocorreu o 
aparecimento na Lídia da moeda, que se espalhou lentamente por toda a Grécia. 
Consequências do desenvolvimento do comércio e da indústria artesanal 
Com o afluxo, a partir das colônias, de quantidades elevadas de cereais e com a importância que a exportação do vinho e do azeite 
adquiriu, desenvolveu-se entre as classes mais abastadas a tendência para substituir o cultivo do trigo pelo da vinha e da oliveira. Os 
camponeses com poucos recursos econômicos ficaram impossibilitados de proceder a esta substituição, uma vez a vinha e a oliveira necessitam 
de algum tempo até oferecerem resultados. Como resultado desta realidade econômica nasce no Período Arcaico uma nova classe, a dos 
plutocratas (demiurgos), cujos membros, oriundos frequentemente das classes inferiores, enriquecem graças às possibilidades oferecidas pelo 
desenvolvimento do comércio e da indústria artesanal, atividades desdenhadas pela aristocracia. Esta classe possuia ambições políticas, que na 
época se encontravam relacionadas com a posse de terra. Como tal, os plutocratas procuram comprar terras. Os nobres, não pretendendo ser 
relegados para segundo plano, entraram também na corrida de compra das terras. As consequências desta competição econômica repercute 
entre os camponeses de fracos recursos, cujas condições de vida se agravam. Esse quadro leva a constantes conflitos sociais e políticos. 
 Espaço físico das polis gregas 
A pólis grega era formada pela ÁSTEY, basicamente, por uma ACRÓPOLE, uma ÁGORA e pela KHORA . A acrópole corresponde à 
parte mais elevada da pólis, onde existiam templos dedicados aos deuses. Ficava ao lado da ágora, que era a parte mais pública da comunidade. 
Lá existia o mercado e as assembleias do povo. A Ágora era a praça principal na constituição da pólis, a cidade grega da Antiguidade clássica. 
Normalmente era um espaço livre de edificações, configurada pela presença de mercados e feiras livres nos seus limites, assim como por 
edifícios de carácter público. A khora corresponde à parte agrícola, onde moravam os camponeses e onde eram cultivados alimentos que 
supriam a ástey, que era a "cidade" da pólis, a parte urbana (termos anacrônicos, mas que representam mais proximamente o que era a ástey). 
No processo de consolidação da formação das polis gregas trataremos dos dois exemplos mais marcantes e importantes: Esparta e 
Atenas. 
 
 
ESPARTA 
 
Esparta, ou Lacedemônia, localizava-se na península do Peloponeso, na planície da Lacônia, às margens do rio Eurotas. Foi fundada no 
século IX a.C., pelos dórios. Cercada por montanhas que lhe davam proteção natural e a isolava das regiões vizinhas. No século VII a.C., 
conquistou a região da Messênia, que a circundava e consolidou seu caráter essencialmente guerreiro, desenvolvendo-se de maneira peculiar 
em relação às demais polis. 
O Estado dividia as terras em lotes iguais, chamados de Kleros, que eram divididos entre os cidadãos. O cultivo deste lote de terra 
cabia aos servos (hilotas) do Estado disponibilizados para trabalharem nas terras dos cidadãos espartanos (esparciatas). Os espartanos 
dedicavam-se a formação militar e não exerciam nenhuma atividade econômica, consideravam o comércio uma atividade indigna que era 
relegada aos estrangeiros e marginalizados denominados periecos. 
Segundo os espartanos, a constituição que regia a cidade-estado, suas regras e os valores foram rigidamente estabelecidos por um 
legislador mítico, Licurgo. Essa constituição, segundo os espartanos, não podia ser modificada, e com isso perpetuava o regime oligárquico- 
aristocrático, isto é, manteve ao longo da história espartana o poder dos esparciatas. 
 
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 De maneira geral a sociedade espartana foi: patriarcal, agrária ou rural, aristocrática, estratificada, eugênica e militarista. 
Organização social espartana 
• Os esparciatas formavam a aristocracia de Esparta, e monopolizavam as instituições políticas, militares e religiosas. Eram os 
tradicionais descendentes dos dórios e os detentores de terras. Eram os únicos quetinham direito à cidadania. 
• Os periecos eram homens livres, não possuíam cidadania, e dedicavam-se principalmente ao comércio e ao artesanato, tarefas 
desprezadas pelos esparciatas. Eram os habitantes dos arredores da cidade. 
• Os hilotas eram frequentemente definidos como escravos. Na verdade, um conjunto de fatores permite que eles sejam 
caracterizados mais como servos do que como escravos propriamente ditos. Habitavam as terras conquistadas pelos dórios. Estavam 
presos à terra, não podiam se transferir, eram propriedade do Estado e executavam as tarefas braçais nas terras distribuídas aos 
esparciatas. Como compunham a maioria da população de Esparta, eram mantidos sob rígida obediência pelo terror, 
destacadamente a kriptia (ritual da maioridade, utilizado pelos espartanos em meados do sec. IV a.C, feito quando o jovem 
completava 16 anos, em seu treinamento militar, consistia na matança de hilotas). 
Educação espartana 
A Agogê: Em seu próprio significado, a palavra que os espartanos aplicavam para a educação já dizia tudo: Agogê (agoge), isto é, 
“adestramento”, “treinamento”. Viam-na como um recurso para o adestramento dos seus jovens. O objetivo maior dela era formar soldados 
educados no rigor para defender a polis. Assim sendo, temos que entendê-la como um serviço militar estendido à infância e à adolescência. 
Em termos genéricos, podemos ver que a educação desenvolvida em Esparta estava intimamente ligada ao caráter militarista. Desde 
tenra idade a formação do indivíduo era reconhecida como uma função a ser obrigatoriamente assumida pelo próprio Estado. Os espartanos 
viam cada novo ser como um soldado em potencial. 
O caráter era eugênico (controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou 
mentalmente). Ao nascer, a criança era minuciosamente observada por um grupo de anciãos. Caso ela não apresentasse uma boa saúde ou 
tivesse algum problema físico, era invariavelmente lançada do cume do monte Taigeto. Se fosse considerada saudável, ela poderia ficar com a 
sua mãe até os sete anos de idade. Depois disso, passava a ficar sob a tutela do governo espartano para assim receber todo o conhecimento 
necessário à sua vindoura trajetória militar. 
Entre os sete e os doze anos a criança recebia os conhecimentos fundamentais para que conhecesse a organização e as tradições de 
seu povo. Depois disso, era dado início a um rigoroso treinamento militar onde seria colocado em uma série de provações e testes que 
deveriam aprimorar as habilidades do jovem. Nessa fase, o aprendiz era solto em um campo onde deveria obter o seu próprio sustento por 
meio da coleta, da caça de animais ou, em alguns casos, por meio do furto. 
Nessa mesma época, os aprendizes eram colocados para realizarem longas marchas e lutarem uns com os outros. Dessa maneira, 
aprendiam a combater eficazmente. Além disso, havia uma grande preocupação em expor esse soldado a situações provadoras que atestassem 
a sua resistência a condições adversas e obediência aos seus superiores. Cada vez que não cumprisse uma determinada missão, esse soldado 
em treinamento era submetido a terríveis punições físicas. 
Quando estavam entre dezesseis e dezessete anos de idade, o jovem recruta espartano era submetido a um importante “teste final”: 
a kriptia. Funcionando como uma espécie de jogo de esconde-esconde, os jovens espartanos se escondiam de dia em um campo para, ao 
anoitecer, saírem à caça do maior número de hilotas possível. Quem sobrevivesse a esse processo de seleção já estaria formado para integrar as 
fileiras do exército e teria direito a um lote de terras. 
Com relação às mulheres, devemos salientar que essa mesma tutela exercida pelo Estado também era dirigida a elas. De acordo com a 
cultura espartana, somente uma mulher fisicamente preparada teria condições de gerar filhos que pudessem lutar bravamente pela defesa de 
sua cidade-Estado. Além disso, durante sua vida civil ela poderia adquirir o direto de propriedade e não estava necessariamente sujeita à 
autoridade de seu marido. 
Quando alcançava os trinta anos de idade, o soldado espartano poderia galgar a condição de cidadão. A partir desse momento, ele 
participava das decisões e leis a serem discutidas na Ápela, assembleia que poderia vetar a criação de leis e indicava os indivíduos que 
comporiam a classe política dirigente de Esparta. Quando atingia a idade de sessenta anos, o indivíduo poderia sair do exército e integrar a 
Gerúsia, o conselho de anciãos responsável pela criação das leis espartanas. 
Estrutura política espartana 
Esparta manteve ao longo de sua história basicamente a mesma estrutura política. Os orgãos dessa organização foram: 
• Diarquia: Os reis da cidade-Estado de Esparta governavam através de um sistema conhecido como diarquia, no qual dois reis de 
família diferentes governavam com iguais poderes. A origem desta singularidade monárquica não está perfeitamente esclarecida 
pelos historiadores que aventaram a hipótese de que a instituição foi um compromisso entre duas família poderosas no período de 
criação do Estado espartano na transição do período homérico para o arcaico. Os diarcas vinham das famílias dos Ágidas e 
Euripôntidas, sendo o direito de ser rei hereditário para o primeiro filho nascido após a ascensão do pai a realeza. Caso o herdeiro 
fosse menor assumia a regência um parente próximo até a maioridade do herdeiro. Os dois reis tinham poderes iguais nas atribuições 
religiosas, políticas, administrativas e judiciárias. Na época clássica seus poderes foram limitados a religião, a julgar determinadas 
causas privadas em que intervém o direito religioso da família. No período de guerra eram os comandantes supremos do exército e 
do sacerdócio e enquanto um rei protegia Esparta, o outro ia para o combate. Esse poder de comando era essencialmente militar, 
estando sujeito ao comando e fiscalização de sua conduta pelos éforos. Os diarcas presidiam a Gerúsia, embora seu poder fosse o 
mesmo dos outros gerontes. A monarquia foi seriamente limitada em seus poderes pelo surgimento do Eforato, formado por cinco 
éforos eleitos pelos cidadãos, que exigiam o juramento de obediência dos reis e podiam prendê-los e multá-los por comportamento 
inadequado, além de intervir nas prerogativas reais quando havia discordâncias entre os reis sobre uma decisão. Os diarcas eram 
muito respeitados e todos se mantinham de pé diante de sua presença, com exceção dos éforos. Tinham as maiores e melhores 
terras, territórios na área dos periecos e recebiam butim (despojos da guerra) maior que dos outros espartanos. No período 
helenístico com a decadência de Esparta, houve no século III a.C. revoltas lideradas pelos reis que desestruturaram a organização 
social e acabaram com a dupla realeza. 
• Gerúsia: (Conselho de Anciãos) composta por 28 membros com idade a partir de sessenta anos, denominados gerontes mais os reis 
da diarquia. Sua criação é atribuída a Licurgo, nas reformas que introduziu no final do século VIII a.C. O título era vitalício. Suas 
funções eram legislativas e se encarregava de preparar os projetos que deviam ser submetidos à aprovação da Apela (assembléia 
assembleia dos cidadãos). A gerúsia também tinha função judiciária e caso os reis que fossem acusados pelos éforos seriam julgados 
na Gerúsia. 
 
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• Ápela: A Apela ou Apelá era uma assembléia formada por cidadãos espartanos a partir dos trinta anos. Elegia os membros da Gerúsia 
e aprovava ou rejeitava as leis encaminhadas por eles. Todo espartano homem a partir de 30 anos podia participar das reuniões, que, 
de acordo com Licurgo, aconteciam a cada lua cheia, nas imediações de Esparta. Originalmente aconteciam na Ágora, com a condução 
dos reis. Mais tarde, passam a ser conduzidas pelos éforos. A votação aconteciaaos gritos. A Apela apenas rejeitava ou aceitava as 
propostas a ela submetidas. Geralmente, a Apela deliberava sobre a guerra e a paz. A Apela também era responsável por eleger os 
membros da Gerúsia. Os candidatos eram selecionados a partir da aristocracia. Também elegiam os cinco éforos anualmente. A 
Gerúsia sempre tinha poder de veto sobre a Apela. 
• Eforato ou Conselho dos éforos: os éforos eram os oficiais da antiga Esparta. Cinco éforos eram eleitos anualmente, sem direito a 
reeleição. Eles atuavam no papel de fiscais da vida pública, inclusive sobre a atuação dos reis. Segundo Heródoto a instituição foi 
criada por Licurgo. Eram eleitos pela assembléia dos cidadãos (Ápela). Eles forneciam um equilíbrio para a Diarquia de Esparta, pois os 
dois reis raramente cooperavam entre eles. Com o tempo éforos substituiram a função da diarquia em presidir as reuniões da 
Gerúsia, o conselho oligárquico dos anciãos. Dois éforos acompanhavam o exército na batalha e eles podiam prender o rei se esse se 
portasse em desacordo com o cargo. 
 
ATENAS 
 
Situada na península balcânica, na região da Ática, a 5 Km do mar Egeu. Apresenta uma paisagem montanhosa entremeada por planícies férteis. 
Cada região recebe uma denominação específica: as regiões de planícies férteis chamavam-se Pédium, regiões montanhosas, irregulares e 
áridas chamavam-se Diácria, as regiões litorâneas chamavam-se Parália. 
 A ocupação inicial da região da Ática foi feita pelos Aqueus, posteriormente chegaram os eólios e os jônios, que foram os responsáveis 
pela fundação de Atenas. Com localização próxima ao mar Egeu e protegida pelas montanhas, Atenas não foi vítima da invasão dos dórios. 
 No final do período homérico, por volta do século X a.C., com a desagregação da comunidade gentílica, o desenvolvimento da propriedade 
privada e a formação do grupo privilegiado dos eupátridas, ocorreu a unificação das quatro tribos ou demos em torno de um centro político, 
militar e religioso, erigido na parte mais alta (Acrópole), consolidando a fundação de Atenas. 
Na origem lendária, a região da Ática era disputada entre Poseidon e Atena. Dominaria a região aquela divindade que desse aos 
habitantes o presente mais útil. Poseidon deu então o cavalo. Atena o suplantou criando a oliveira. A cidade ganhou então seu nome em função 
dessa deusa. Essa disputa entre os deuses parece estar ligada a uma mudança na população dominante da região em algum momento da sua 
história antiga. 
 
Atenas no final do período homérico (séc. X ao VIII a.C.) 
1) Economia e sociedade: Até o século VIII a.C., a economia ateniense era essencialmente rural, complementada por atividades ainda 
incipientes de artesãos e pequenos comerciantes. Durante esse período podemos destacar os seguintes grupos sociais: 
• Eupátridas: eram aqueles considerados bem nascidos, ou seja, filhos da elite, das famílias tradicionais que ficaram com as melhores 
terras (pédium). Constituíam a camada social dominante e formavam a aristocracia governante da pólis, ou seja, somente eles tinham 
a condição de cidadãos. Eram os proprietários de terras e escravos. 
• Georgóis ou Geomores: formavam uma segunda camada social, composta a princípio por pequenos proprietários rurais que ficaram 
com as terras menos férteis nas montanhas (diácria). Trabalhavam com seus familiares e produziam para a subsistência. Apesar de 
serem atenienses, como não pertenciam as familias tradicionais, não eram considerados cidadãos, ou seja, não podiam participar da 
vida política. 
• Thetas: apesar de também serem atenienses, formavam a camada inferior, eram trabalhadores braçais que não possuiam terras. 
Eram camponeses marginalizados econômica e politicamente, ou seja, também não eram considerados cidadãos. 
• Escravos: durante esse período a escravidão não era a base fundamental da produção. A mão-de-obra predominante era familiar ou a 
dos thetas. Havia poucos escravos, normalmente oriundos de guerras e dívidas. 
 
2) Organização política (final do período homérico - séc. X ao VIII a.C.) 
O Estado ateniense organizou-se inicialmente como uma monarquia. A Sociedade era então organizada em famílias, frátrias e quatro 
tribos. Cada tribo estava submetida à autoridade do filobasileu, que comandava o exército. A reunião das várias tribos ou demos originou a 
polis, submetida à autoridade do rei, denominado em atenas como basileu. O basileu tinha amplos poderes, mas, deveria consultar um 
conselho de nove eupátridas denominado arcontado. Com o tempo, o poder autoritário dos basileus, que não estavam respeitando o conselho 
dos arcontes, levou a aristocracia dos eupátridas a derrubar a monarquia e a estabelecer a oligarquia governada pelos arcontes. Era o início do 
período arcaico. 
 
Atenas no período arcaico (séc. VIII ao VI a.C.) 
 1) Economia e sociedade 
 Esse período foi marcado pela escassez de terras férteis (em virtude da concentração das melhores terras nas mãos dos eupátridas) e pelo 
aumento populacional que impulsionaram a segunda diáspora grega e o estabelecimento de colônias com fins comerciais e de povoamento em 
vários pontos do mediterrâneo. O comércio com essas áreas baseava-se nas exportações de azeite, vinho e peças de artesanato. Importavam 
artigos como trigo, metais preciosos, cobre, ferro e madeira das regiões mediterrânicas. Porém, essas medidas não conseguiram resolver 
efetivamente os problemas sociais, na maioria das polis gregas. Todos esses fatores contribuíram, também, para um processo de exôdo rural. 
 Em Atenas, a aristocracia e as classes ligadas ao comércio, ao mesmo tempo que adquiriam maior poder econômico, procuravam ampliar 
seu domínio social e político, fato desencadeador de confronto e lutas que ajudaram a moldar a sua nova estrutura. 
 
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 Durante esses processos de deslocamento, alguns georgóis e thetas emigraram em expedições colonizadoras e também deslocaram-se da 
região agrária (khora) para a área urbana da cidade de Atenas (ástey). Além dos eupátridas, georgóis e thetas, a partir do século VIII a.C., a 
sociedade ateniense apresentou novas categorias sociais, tais como: 
• Demiurgos: segmento social oriundo de georgóis e thetas que se deslocaram para a parte urbana de Atenas a partir da segunda 
diáspora grega e que se constituíram em pequenos comerciantes e artesãos. Com o passar do tempo se enriqueceram e passaram a 
exigir direitos políticos e sociais. Essas reivindicações provocaram agitações sociais que envolveram os georgóis, thetas e até metecos. 
Tais agitações sociais obrigaram o governo aristocrático dos arcontes a realizar reformas sociais com Drácon e Sólon. 
• Georgóis e Thetas 
• Metecos: segmento social de estrangeiros e marginalizados que se desenvolveu no final do período arcaico e início do período 
clássico fruto do processo de migração de elementos de outras localidades para a rica e dinâmica economia de Atenas. Não formavam 
um grupo étnico homogêneo, eram constituídos de gregos de outras polis e até de elementos não-gregos como egípcios, trácios, 
lídios etc. Eram livres, podiam se dedicar a várias atividades econômicas como artesãos e comerciantes. Porém, não tinham e nunca 
tiveram direitos políticos em Atenas. Eram obrigados a prestar o serviço militar quando convocados e tinham que pagar tributos ao 
Estado ateniense, como por exemplo a metoikia, imposto pago anualmente e que equivalia a um dia de trabalho. 
• Escravos: Apesar de existir a escravidão em Atenas desde o final do período Homérico, foi no período arcaico que ela foi se 
intensificando até atingir seu auge no período Clássico. Escravos por dívidas, ou prisioneiros de guerra ou ainda oriundos de um 
intenso comércio, eram, no final do período homérico e início do arcaico, em número inexpressivo, mas, com as transformações 
provocadas a partir segundadiáspora grega passaram a se constituir a base da produção. 
 
2) Evolução (transformação) política de Atenas 
Com o tempo, o poder autoritário dos basileus, que não estavam respeitando o conselho dos arcontes, levou a aristocracia dos 
eupátridas a derrubar a monarquia e a estabelecer a oligarquia governada pelos arcontes. Era o início do período arcaico. 
As referidas transformações sociais somadas ao governo da aristocracia, que só protegia e privilegiava os interesses dos eupátridas, 
provocaram o confronto de interesses, conflitos e impasses sociais que marcaram o período arcaico em Atenas. Tais conflitos obrigaram o 
governo dos arcontes a realizar reformas sociais. O quadro a seguir demonstra quais os principais grupos que se agitavam exigindo mudanças: 
 
DENOMINAÇÃO 
PARTIDÁRIA 
CAMADA 
SOCIAL 
POSICIONAMENTO 
Pediano 
Habitantes do Pédium 
(planície fértil) 
 
Eupátridas 
Conservadores: Buscavam 
manter o monopólio da 
cidadania ateniense. 
Paraliano 
Habitantes da Parália (litoral) 
 
Demiurgos 
Moderados: Buscavam a 
equiparação política com os 
eupátridas. 
Diacriano: 
Habitantes da Diácria 
(Montanhas) 
 
Georgóis 
e thetas 
Radicais: exigiam reformas 
amplas de ordem política e 
econômica. 
 
O incremento do comércio favoreceria os demiurgos, que se transformaram em um importante grupo na vida econômica de Atenas. 
Gradualmente, o enriquecimento dos comerciantes funcionaria como um estímulo para que passassem a reivindicar uma participação política 
igual a dos eupátridas. O aumento do número de escravos foi outra importante conseqüência da colonização. A expansão foi muitas vezes 
imposta e desta maneira, acabou fornecendo inúmeros prisioneiros de guerra. O aumento do fluxo de escravos dificultava o aproveitamento da 
mão-de-obra livre, forçando os thetas a contrair dívidas junto aos cidadãos, de modo que não conseguindo quitar seus empréstimos acabavam 
escravizados. Os georgóis também foram vitimados por esta situação. 
Os Reformadores Atenienses 
O ambiente das lutas sociais em Atenas acabou por forçar os eupátridas a permitir algumas reformas que promoveriam mudanças 
internas a partir de propostas elaboradas pelos legisladores, dentre os quais destacamos as duas mais importantes: 
• A Reforma de Drácon (621 a.C.) - Nos últimos anos do século VII a.C., o legislador Drácon estabeleceu a primeira tentativa 
de instituir um direito comum a todos, até aquele momento as leis em Atenas ainda assumiam um caráter consuetudinário (baseadas 
nas tradições orais). Estabeleceu um rigoroso código de leis escritas o que possibilitaria o acesso de toda a população ao 
conhecimento do código. As leis de Drácon serviram para melhorar a organização judiciária do Estado ateniense, mas, não foi capaz 
de dar solução ou amenizar os problemas sociais, uma vez que os privilégios dos eupátridas permaneceram inalterados. Um destaque 
desse código de leis foi o estabelecimento do fim das vendetas (vinganças privadas). 
• As Reformas de Sólon (594 a.C.) - Mesmo com o severo código de Drácon, as desigualdades continuaram ativando o 
descontentamento, exigindo a atuação de outro reformador. Sólon foi eleito arconte em 594 a.C., era um aristocrata que desde muito 
cedo se envolvera com as atividades de comércio e com as viagens ao exterior, ficando assim afastado dos eupátridas e bem mais 
próximo aos demiurgos. Preocupado com as agitações sociais promovidas por georgóis e tetas, insatisfeitos com o conservadorismo 
do código de Drácon. Sólon proclamou a abolição da escravidão por dívidas (Lei Seisactéia). As leis de Sólon foram além da reforma 
sobre o endividamento nos campos, o legislador também alterou o conceito de cidadania baseado na origem, característica da Atenas 
aristocrática, passando a adotar uma nova divisão social baseada nos rendimentos anuais, ou seja, divisão social censitária na qual os 
demiurgos seriam os grandes beneficiados ao se igualarem politicamente aos eupátridas. Propôs a criação da Bulé (Assembleia 
composta pela eleição de 100 membros eleitos de cada um dos quatro demos, formando o conselho dos 400, cuja função seria 
elaborar e propor as leis a assembleia dos cidadãos.), a plena atuação da Eclésia (assembléia dos cidadãos, atenienses a partir dos 21 
anos e com renda, que votavam as medidas elaboradas e propostas pela Bulé) e a organização da Heléia ou Helieu (tribunal de justiça 
aberto a todos os cidadãos). 
 
Contudo as reformas de Sólon ainda possuíam limitações, pois, desagradaram os aristocratas, que perderam parte de seus privilégios 
oligárquicos. Os setores populares também não estavam satisfeitos, pois, esperavam medidas mais profundas. O fato de a divisão social ser 
 
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feita, a partir de então, em função da renda e não do nascimento, como anteriormente, revela não apenas uma profunda alteração das 
mentalidades, mas também a vontade de Sólon de substituir, por novos critérios, os antigos costumes aristocráticos. É certo que, ainda assim, 
isto não resultou de imediato, senão no fortalecimento do autoritarismo da aristocracia, uma vez que tinha o exercício exclusivo da 
magistratura, ou seja, somente ela (aristocracia) tinha competência para administrar a justiça. Além do mais, a aristocracia valeu-se de seus 
poderes para dificultar a organização e atuação das assembleias (Bulé e Eclésia). 
Diante de tal quadro alguns oradores passaram a fazer fortes criticas em seus discursos na Ágora, ganhando o apoio e aclamação 
(apoio oral da massa popular). Dessa forma o governo aristocrático do arcontado foi obrigado a nomear tais oradores como governantes de 
Atenas, dando origem à Tirania. 
Tirania foi uma forma de governo usada em situações excepcionais na Grécia antiga. Nela o chefe governava com poder ilimitado, 
embora sem perder de vista que só permaneceriam no poder enquanto representassem a vontade popular. Atualmente, entre sociedades 
democráticas ocidentais, o termo tirania tem conotação negativa. Algumas raízes históricas disto, entretanto, podem estar no fato de um dos 
filhos do grande tirano grego Psístrato, Hípias ter usufruído do espaço público como se fosse privado, sendo assim, banido e morto. 
Segundo o historiador Perry Anderson, na obra Passagens da Antiguidade ao Feudalismo, os tiranos ascenderam ao poder na Grécia 
no último século da era arcaica, no século VI a. C.. Estes autocratas romperam a dominação das aristocracias ancestrais sobre as cidades: eles 
representavam proprietários de terra mais novos e riqueza mais recente, acumulada durante o crescimento econômico. Essas tiranias 
constituíram a transição crucial para a polis clássica. Os tiranos eram a classe de novos ricos, que acumularam grandes riquezas a partir do 
florescimento do comércio marítimo na zona do Mediterrâneo. Esses comerciantes não pertenciam à nobreza, até então detentora do poder, e 
ansiavam por mudanças para também participarem das decisões políticas. Segundo as palavras de Perry Anderson: “Os próprios tiranos em 
geral eram novos ricos competitivos de considerável fortuna, cujo poder pessoal simbolizava o acesso do grupo social onde eram recrutados às 
honras e posição na cidade. Sua vitória, no entanto, só era possível geralmente por causa da utilização que faziam dos ressentimentos radiciais 
dos pobres, e seu mais duradouro empreendimento foram as reformas econômicas, no interesse das classes populares, que tinham de admitir ou 
tolerar para garantirem o poder. Os tiranos, em conflito com a nobreza tradicional, na realidade bloquearam o monopólio da propriedade 
agrária, que era a principal tendência de seu poder irrestrito e que estava ameaçando causar um crescente perigo social na Grécia arcaica”. 
 
OS TIRANOS DO PERÍODO ARCAICO 
Psístrato foi um tirano da antiga Atenas, governou entre 546e 527 a.C.. A sua família pertencia à aristocracia. Conquistou a fama por 
ter tomado um porto controlado por Mégara, pólis com a qual Atenas travara uma guerra. Segundo Heródoto, Psístrato simulou um ataque, 
entrando na ágora de Atenas com ferimentos que fez em si próprio, mas que ele afirmou terem sido feitas pelos seus inimigos, que o teriam 
tentado matar. Graças a esta encenação, Psístrato conseguiu convencer os Atenienses a conceder-lhe uma guarda pessoal, algo que na época 
não era permitido, pois alguém que possuisse tal guarda poderia apoderar-se da cidade. Ainda de acordo com Heródoto, Sólon, então de idade 
avançada, teria aconselhado os Atenienses a não lhe concederem a guarda. 
Foi com esta guarda pessoal que Psístrato conquistou em 560 a.C. a Acrópole, instalando a sua tirania. Contudo, o seu governo seria 
efêmero, dado que em 559 a.C. Psístrato foi derrubado pela aristocracia, tendo abandonado a cidade. Quando Megacles, homem forte da 
aristocracia se desentendeu com a sua facção política, buscou o apoio de Psístrato, desde que este casasse com a sua filha. De acordo com 
Heródoto, o regresso de Psístrato a Atenas foi conseguido através de um golpe teatral. Psistrato teria se apresentado às portas de Atenas 
acompanhado por um carro sobre o qual se encontrava uma bela mulher vestida como a deusa Atena. Os arautos (mensageiro ou porta-voz 
oficial que fazia as proclamações solenes), que antecediam o carro, anunciaram entre a população que a deusa Atena vinha restaurar Psístrato 
no poder. O povo acreditou e Psístrato conquistou novamente o governo. Seja este fato um relato verídico ou de um boato recolhido pelo 
historiador, a verdade é que Psitrato governaria por um ano (entre 556 e 555 a.C.), mas quando Megacles e se reconciliou com o partido 
pediano, expulsaram-no da cidade. 
Psístrato partiu para o norte da Grécia, onde se envolveu no negócio de exploração da prata. Com a riqueza que adquiriu nesta 
atividade conseguiu formar um exército de mercenários. Em 546 a.C. este exército partiu para Maratona, onde a família de Psistrato tinha 
simpatizantes. No caminho para Atenas Psistrato e o seu exército derrotaram o exército ateniense. A cidade caiu então sob o seu poder. 
Psístrato governaria Atenas nos dezanove anos seguintes, até à sua morte por causa natural em 527 a.C. 
Principais medidas de Psístrato: tomou uma série de medidas na agricultura, comércio e indústria que em muito contribuíram para a 
prosperidade de Atenas, até então uma cidade de pouca importância quando comparada com Mileto e Éfeso. As leis e as formas moderadas da 
constituição de Sólon seriam preservadas. Assim, os órgãos de Atenas (Assembleia, Bulé e Tribunais da Helieia) mantiveram-se em 
funcionamento, embora deva ser observado que os cargos foram ocupados por simpatizantes de Psístrato. 
Como era habitual nos tiranos, Psístrato procura proteger as classes desfavorecidas que o conduziram ao poder, isentando os mais 
pobres do pagamento de impostos. A estes concede igualmente empréstimos e terras. Psístrato incentivou o cultivo da oliveira, que fornecia o 
azeite, um dos principais produtos de exportações de Atenas. 
No campo artístico e cultural, Psistrato ordenou a construção do propileus (é a porta monumental que serve como a entrada para a 
acrópole) na Acrópole de Atenas, tendo sido reconstruído o templo de Atena. Data também da sua época o início dos trabalhos do templo de 
Zeus Olímpico, que, contudo só seriam concluídos sete séculos depois, no tempo do imperador romano Adriano. Durante o seu tempo a 
cerâmica de figuras negras de Atenas atingiu o seu esplendor. Atribui-se também a este tirano a compilação da Ilíada e da Odisséia, até então 
conhecidas através de episódios fragmentados, e a construção de uma biblioteca pública. A recitação de poesia seria incluída no festival das 
Panateneias (eram festas realizadas em homenagem à deusa grega Atena). 
No domínio da religião, colocou o santuário de Deméter em Elêusis sob tutela do Estado ateniense e ordenou a construção do 
Telesterion (grande salão para a iniciação religiosa a deusa Deméter, deusa grega da agricultura). Instituiu novos festivais como as Grandes e as 
Pequenas Dionísias (Havia na Grécia Antiga três grandes festivais em homenagem a Dioniso: as “Dionisíacas Rurais”, que se celebrava o meio do 
Inverno e que se destinava a solicitar os favores do deus no que toca à fertilidade das terras; o “Festival de Lenaea”, que ocorria em Janeiro, 
devotado aos casamentos; e o principal festival para o qual as peças gregas que chegaram aos nossos dias foram escritas: a “Grande Dionísia” 
celebrada em Atenas e que por volta de 534 a.C., passaram a incluir um concurso de tragédias). 
Psístrato foi sucedido pelos seus filhos, Híparco e Hípias, que não governaram com a moderação e sabedoria do pai. Assim, em 510 
a.C. a tirania seria derrubada em Atenas. 
Hiparco - Como já visto, Psistrato foi o responsável pela introdução da tirania em Atenas, tendo governado entre 546 e 527 a.C.. O 
termo "tirania" não possuía nesta época a conotação negativa que tem hoje, referindo-se apenas ao governo de alguém que tinha tomado o 
poder pela força do apoio popular. Quando Psístrato faleceu, o poder passou para Hiparco. Este interessava-se mais pelas artes do que pelo 
governo da pólis ateniense, levando uma vida boêmia. De acordo com o relato do historiador, da Antiguidade grega, Tucídides em sua obra 
 
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A 
História da Guerra do Peloponeso, Hiparco teria por duas vezes feito propostas de carácter sexual a Harmôdio, jovem amante do rico 
comerciante ateniense Aristógiton. Harmôdio rejeitou tais propostas e manteve-se fiel a Aristógiton. A relação de Harmôdio e Aristógiton 
enquadrava-se no modelo pederástico existente na Grécia Antiga (pederastia designa o relacionamento erótico entre um homem e um jovem, 
seu protegido. Por extensão de sentido, o termo é modernamente utilizado para designar, além da prática sexual entre um homem e um rapaz 
mais jovem, também qualquer relação homossexual masculina). 
Para se vingar da recusa de Harmôdio, Hiparco humilhou publicamente a irmã deste. O ato gerou a fúria dos dois amantes que 
arquitetaram um plano, junto com outros atenienses descontentes com o governo dos tiranos, para matar Hiparco e Hípias no festival das 
Panateneias em 514 a.C.. Chegado o momento de executar o plano, Harmôdio e Aristógiton agiram de forma precipitada e acabaram por matar 
apenas Hiparco. No tumulto que se gerou, Harmôdio foi morto pelos guardas. Aristógiton seria feito prisioneiro, tendo sido torturado até à 
morte. 
Após a morte do irmão, Hípias tomou medidas autoritárias, que geraram descontentamento entre a população. Em certa medida, o 
ato de Harmôdio e Aristógiton levaria ao fim da tirania em Atenas, já que em 510 a.C. o rei espartano Cleómenes I invade a cidade e provoca a 
fuga de Hípias, que acabará por refugiar junto do rei persa Dario I. 
Harmôdio e Aristógiton tornaram-se símbolos da liberdade e da democracia. Os seus parentes teriam recebido vários privilégios, 
como o direito a refeições gratuitas pagas pela pólis. Foram também os primeiros atenienses a terem um grupo escultórico construído em sua 
honra, um monumento de autoria de Antenor que se encontrava na ágora, e que foi levado pelos Persas em 480-479 a.C., quando estes 
invadiram a Ática, durante as Guerras Médicas. Este grupo escultórico foi susbtituído por nova obra da autoria de Crítios e Nesiotes, que 
também se perdeu, sobrevivendo apenas em cópias romanas. Os amantes surgem lado a lado; Harmôdio tem o braço levantado acima da 
cabeça e na mão segura uma espada, enquanto que Aristógiton surge de pernas afastadas, com uma espada na sua mão direita e manto a cair 
do seu braço esquerdo. 
 
Harmôdio (à direita) e Aristógiton (à esquerda). Cópia romana do séculoV a partir da estátua grega. Museu Arqueológico de Napóles. 
 
Hípias foi um tirano da antiga Atenas que governou entre 527 e 510 a.C.. Era o filho mais velho de Pisístrato, responsável pela 
introdução da tirania em Atenas, a quem sucedeu depois da sua morte. 
Hípias teria cerca de 40 anos quando assumiu o poder. Continua a política de engradecimento da pólis ateniense, iniciada pelo pai. 
Teria sido durante o seu governou que se cunhou a famosa moeda ateniense com uma coruja. O seu irmão mais novo, Hiparco, com o qual teria 
governado, trouxe para a cidade Simonides e Anacreonte, grandes poetas daquele tempo. Hiparco foi assassinado em 514 a.C. por Harmódio e 
Aristogíton, os "Tiranicidas". Hípias, que até então tinha governado de forma moderada, integrando aristocratas de todas as facções no 
arcontado, passou a adotar uma série de medidas impopulares. Entre estas encontrava-se o aumento dos impostos, necessário para financiar o 
pagamento dos mercenários contratados para o defender de revoltas. 
A família dos Alcmeônidas, exilada desde 514 a.C., procura derrubar Hípias, fundando na Ática uma fortaleza, a partir da qual lançam 
um ataque que se revelou um fracasso. O fim da carreira de Hípias como tirano chegou quatro anos depois, em 510 a.C., quando o rei 
espartano Cleômenes ataca Hípias em Atenas. Graças a ajuda de atenienses hostis à tirania, Cleômenes cerca Hípias e os seus partidários na 
Acrópole. Hípias decide então abdicar, abandonando a cidade. Os Alcmeónidas regressam do exílio e o povo de Atenas integra no governo um 
dos seus membros, Clístenes. 
Hípias refugiou-se primeiro junto do governador persa de Sardes e mais tarde na corte de Dario I. Em 490 a.C., durante as Guerras 
Médicas, acompanhou a expedição persa que atacou os gregos em Maratona. Os Persas foram derrotados na batalha que ali teve lugar. Hípias 
teria falecido no regresso à corte persa. 
A queda da tirania abriu caminho para que os dois partidos tradicionais da cidade, o dos ricos, chefiado por Iságoras, e o dos 
populares, liderado por Clístenes, passassem a disputar o controle de Atenas. Iságoras, apoiado pelo rei espartano Cleômenes, conseguiu 
desterrar Clístenes. 
Mas o povo se sublevou e conseguiu trazer o líder de volta, dando-lhe plenos poderes para elaborar uma nova constituição. A tirania 
havia perseguido os partidários da aristocracia, enfraquecendo a nobreza urbana, criando-se assim as condições para a implantação de um 
regime novo. A monarquia, por sua vez, já fora abolida há muitos séculos e o título de rei (basileus) era mantido apenas por tradição. O regime 
oligárquico, por seu lado, também sucumbira à tirania de Psístrato. Abriam-se as portas, depois da expulsão do descendente do tirano, para 
uma experiência inédita: o regime governado diretamente pelos cidadãos, a democracia. 
Clístenes foi um nobre ateniense que, além de liderar uma revolta popular, reformou a constituição da antiga Atenas em 508 a.C., 
sendo considerado, geralmente, o pai da democracia, por tê-la implantado, porém convém lembrar que a instituição do novo modelo político 
deveu-se ao resgate e ampliação das medidas iniciadas pelo reformador Sólon. 
Uma das primeiras medidas de Clístenes Foi a redivisão de Atenas em dez demos, em lugar das quatro anteriores. A divisão era 
censitária e dessa forma, foi neutralizado o domínio exclusivo do poder pelos eupátridas. 
 
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A 
Reorganizou e ampliou a função dos órgãos públicos criados por Sólon. A Bulé passou a contar com quinhentos membros (50 
escolhidos em cada demo), os arcontes passaram de nove para dez (1 escolhido por cada demo), a Eclésia, assembleia dos cidadãos, teve seus 
poderes ampliados, pois, além de votarem as medidas elaboradas e proposta pela Bulé, passavam a fiscalizar a atuação das demais instituições 
políticas de Atenas. A Eclésia tinha também o poder de votar o ostracismo (perda temporária de propriedades e direitos políticos por dez anos) 
contra todos aqueles que de alguma maneira colocassem em perigo as instituições democráticas. Após dez anos o exilado pelo ostracismo 
poderia ter restituidos o direito político e os bens perdidos. 
É importante lembrar que a democracia instituida pelas reformas de Clístenes era um sistema político do qual só participavam os 
atenienses adultos (a partir de 21 anos), filhos de pai e mãe atenienses. Estavam excluídos os escravos, metecos (estrangeiros) e as mulheres, 
ou seja, a maior parte da população. Daí a afirmação “Democracia escravista”, pois, o cidadão tinha o ócio, tempo disponível, graças a mão-de-
obra escrava. 
 
PERÍODO CLÁSSICO (do século VI ao IV a.C.) 
No conjunto das cidades-Estado gregas, Atenas ocupou um lugar destacado. Para além do seu poderio econômico e militar, a polis 
ateniense tornou-se um importante centro cultural e político. 
Um dos aspectos que mais contribuíram para o prestígio da cidade foi a sua original forma de governo, a democracia. Este sistema 
democrático não se implantou facilmente. Os direitos dos cidadãos eram: insomomia, isocracia e isogoria. 
• a igualdade perante a lei ou INSONOMIA. A nenhum cidadão são concebidos privilégios baseados na riqueza ou no prestígio da sua 
família. 
• a igualdade de acesso aos cargos políticos ou ISOCRACIA. Todo o cidadão ateniense tinha o direito e o dever de participar no governo 
da polis. Todos tinham igual direito de voto. 
• o igual direito de todos ao uso da palavra ou ISOGORIA. Nas assembleias, nos tribunais ou no exército das magistraturas, todos 
podiam defender livremente as suas opiniões. 
 
A DEMOCRACIA DIRETA 
Na Grécia não havia partidos políticos nem havia um corpo profissional de juízes ou de altos funcionários do Estado. Cada cidadão 
atuava os cargos necessários ao bom andamento dos assuntos da cidade. A democracia grega era, por isso, uma democracia direta e todo 
aquele que se desinteressava dos assuntos públicos era malvisto pela polis. Os cidadãos votavam diretamente, em praça pública (ágora) as leis 
propostas pela Bulé. 
 
A IMPORTÂNCIA DA ORATÓRIA E OS FILÓSOFOS SOFISTAS 
A oratória era o dom da palavra que permitia convencer na política. Todo o cidadão devia estar preparado para apresentar propostas 
e discuti-las na Eclésia. Os oradores brilhantes desfrutavam de um elevado prestigio, eram os demagogos. 
Para os filósofos Sofistas o discurso era fundamental, ou seja, o poder da fala e a capacidade para convencer, não importando a 
veracidade do que era dito. 
A verdade dos discursos não era, necessariamente, o mais importante, pois o bom discurso, o discurso verdadeiro era aquele que conseguia 
convencer o maior número, ou seja, a capacidade de convencimento das palavras. O mais importante seria convencer ao público que o 
adversário não tinha razão. Ou convencer o próprio adversário. Assim sendo, esses filósofos eram defensores da forma de governo 
democrática. 
OS LIMITES DA DEMOCRACIA ANTIGA 
A região da Ática teria, na segunda metade do século V a.C., uma população de cerca de 400.000 habitantes. Destes, apenas 40.000 
eram cidadãos atenienses. Juntamente com as mulheres e filhos, os atenienses deveriam formar um conjunto de 120 000 pessoas. Mas as 
mulheres não participavam politicamente, ou seja, não eram cidadãs. 
Os metecos atingiam de 70.000 a 90.000 habitantes. Os metecos por vezes opinavam na política, mas não eram cidadãos e, 
consequentemente não podiam votar. 
Por fim, em maior quantidade, 200.000 escravos, despojados de todos os direitos e até da sua condição de ser humano. 
As mulheres dedicavam-se aos trabalhos domésticos e a educação das crianças. Não lhes era reconhecido o direito de autonomia ou 
de administrar os seus bens. Quando viúvas, ficavam sob a autoridade do filho mais velho, ou, se não tivessem filhos, do parente mais próximo. 
Nas casas abastadas,as mulheres habitavam numa zona específica, o gineceu (divisão, existente nas casas da antiga Grécia, reservada às 
mulheres. Já o androceu era, na Grécia antiga, onde os guerreiros da cidade ficavam instalados ou a parte da casa destinada aos homens), onde 
acompanhadas pelas escravas passavam a maior parte da vida. Com exceção das grandes festas religiosas, em que participavam só muito 
raramente, saíam a rua. Não iam sequer ao mercado. As compras eram tarefa e privilégio masculino. A sua maior virtude era passarem 
despercebidas. 
A EDUCAÇÃO PARA O EXERCÍCIO PÚBLICO DO PODER 
Em Atenas, acreditavam na necessidade de converter os jovens em homens cultos, corajosos, sensíveis ao belo e empenhados na vida 
política da cidade. Até os 7 anos, as crianças eram educadas pela mãe no gineceu. A partir daí eram orientadas para os papéis que, mais tarde, 
deveriam assumir na sociedade: as moças ficavam em casa, onde aprendiam todas as tarefas que competiam à mulher. Os rapazes iam à escola 
e preparavam-se para serem cidadãos. O Estado recomendava que aprendessem a nadar, a ler, a escrever e que praticassem exercícios físicos. 
O currículo baseava-se na aprendizagem da leitura, da escrita e da aritmética. 
A educação intelectual era completada com a preparação física. Exercitar o corpo era considerado tão necessário quanto exercitar a mente. O 
cidadão tinha um serviço militar a cumprir, e, por isso deveria estar pronto para defender a sua polis sempre que necessário. 
A preparação física continuava, a partir dos 15 anos, em escolas próprias, os ginásios. Nos ginásios ensinavam-se também matemática 
e filosofia. 
No decurso do século V. a.C. correspondendo às necessidades oratórias abertas pela democracia, surgiram os sofistas, professores itinerantes 
que andavam de cidade em cidade, fazendo conferências e dando aulas remuneradas. 
 
PRINCIPAIS GOVERNANTES DA DEMOCRACIA ATENIENSE 
TEMISTOCLES: General grego nascido em Atenas, cuja habilidade política e militar transformou Atenas na maior potência naval 
helênica e tornou possível a vitória sobre os invasores persas. Filho de um aristocrata ateniense e de uma concubina estrangeira obteve a 
 
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cidadania graças a uma lei (508 a. C.) que tornou atenienses todos os homens livres residentes na cidade. O primeiro registro documentado a 
seu respeito refere-se a sua eleição como arconte, a mais importante autoridade jurídica e administrativa de Atenas (493 a. C.). 
Responsável direto pela estratégia e derrota dos persas de Xerxes I, na batalha naval de Salamina (480 a.C.), foi aclamado como herói 
nacional. Empenhado na reconstrução de Atenas e na fortificação da cidade, a qualquer custo, para enfrentar o poderio de Esparta, foi 
combatido pela aristocracia e finalmente foi banido pelo conselho de nobres, o Areópago (471 a. C.). Acusado de peculato (crime de autoridade 
ou funcionário do Estado contra a administração e os bens públicos). Em virtude de ter sofrido o ostracismo, passou por vários países até obter 
refúgio na Pérsia, onde, embora tivesse antes sido inimigo, gozava de enorme respeito, tanto que lhe foi confiado o governo da Magnésia, na 
Anatólia e lá permaneceu até morrer. 
PÉRICLES: Péricles (495-429 a.C.) foi um estratego e político ateniense, governou Atenas entre 461 e 429 a.C.. Foi a maior 
personalidade política do século V a.C., caracterizando a Era de Ouro de Atenas, e sua presença foi tão marcante que o período compreendido 
entre o final das Guerras Médicas (448 a.C.) e sua morte (429 a.C.) é chamado o Século de Péricles. 
Péricles nasceu de uma família da nobreza ateniense, os Alcmeônidas, descendente do líder reformista Clístenes, responsável pela 
introdução da maioria das instituições democráticas, durante a revolução de 510 a.C.. Eleito e reeleito várias vezes como estratego-chefe 
(strategos-arconte), acumulou a chefia civil e a liderança militar da cidade, fazendo com que Atenas alcançasse a maior projeção política, 
econômica e cultural de toda a sua história. 
Embora fosse aristocrata de nascença, deu maior amplitude à democracia ateniense, permitindo o ingresso e a participação política 
de parcelas da população antes excluídas. Atenienses de baixa renda, envolvidos no trabalho constante para garantir a sobrevivência, não 
podiam dedicar-se à política. Entre as reformas polítcas estão a intituição do Misthoy, soldo ou remuneração para os integrantes do exército e 
também para as funções e cargos públicos exercidos por cidadãos de baixa renda. 
Foi o responsável por muitos dos projetos de construção que incluem as estruturas sobreviventes da acrópole, tendo encarregado o 
escultor ateniense Fídias como o supervisor do programa de embelezamento da cidade. Assim, entre as grandes construções realizadas 
destacaram-se o PARTENON (templo a deusa Atena), O ERECTÉION (templo consagrado a Atena, Poseidon e Erecteu, mítico rei ateniense.) e a 
reconstrução das MURALHAS DE ATENAS. 
O próprio Péricles persuadiu a cidade a construir muralhas de mais de 4 milhas até ao porto de Atenas, o Pireu. Reconstruiu Atenas, 
que havia sido destruída nas Guerras Médicas confiscando os recursos da liga de Delos. Sua realização menos notável talvez tenha sido a 
exploração de outras cidades como forma de subsidiar o florescimento da democracia ateniense, tal prática caracterizou o “imperialismo” ou 
hegemonia ateniense. 
Címon era um político rival de Péricles. Címon ganhou fama e apoiadores entre o povo, ao usar o seu próprio dinheiro para ajudar os 
atenienses que precisavam de assistência. Para superar Címon, Péricles gastou dinheiro público para construir novos projetos. 
Péricles procurou fortalecer Atenas e melhorar sua infra-estrutura. Entretanto, durante a sua liderança, de aproximadamente trinta 
anos, foi cauteloso e não fazia avanços sobre os oponentes sem primeiramente pesar as suas opções e medir as suas perdas possíveis. Casou-se 
Aspasia e a tratava como igual, algo que não era comum na sociedade ateniense da época, em que as mulheres se submetiam ao controle dos 
homens. 
Péricles começou a perder respaldo em Atenas apesar de ainda manter o poder. Os espartanos atacaram e forçaram Atenas a se 
preparar para uma batalha. Durante a batalha, um praga espalhou-se atingindo Atenas e seus aliados, mas não aos seus inimigos, matando 
muitos, inclusive Péricles e a maior parte de sua família. Entretanto, depois que Péricles perdeu seu último filho ateniense, os atenienses 
promoveram uma mudança na lei que fez de seu filho não ateniense um cidadão e um herdeiro legítimo. As informações sobre Péricles são 
distorcidas por séculos de lendas e mitos. A biografia predominante foi escrita por Plutarco, que viveu aproximadamente 500 anos após 
Péricles. 
 
AS GUERRAS DO PERÍODO CLÁSSICO 
 
AS GUERRAS MÉDICAS OU GRECO-PERSICAS (491-449 a.C.) 
No decorrer de quase todo século V a.C. duas grandes civilizações se enfrentaram na região do Mediterrâneo Oriental: a Pérsia e a 
Grécia. Chamamos esse conflito de Guerras Médicas, Guerras Pérsicas ou Guerras Greco-Persas. A principal causa dessas guerras foi a luta pela 
independência das cidades jônicas, colônias gregas na Anatólia (região da atual Turquia), que os persas em sua expansão territorial passaram a 
dominar e que se intensificou a partir do governo do imperador persa Dario I, comprometendo o comércio grego na região. A vitória da Grécia 
garantiu-lhe o controle comercial da região, imortalizou seus heróis e impôs ao mundo o modelo ocidental de se fazer a guerra. 
A maior parte dos historiadores divide os conflitos em duas fases: a 1 ª Guerra Médica, em 490 a.C. e a 2 ª Guerra Médica, entre 480 e 
479 a.C.. Mas, como as rivalidades entre gregos e persas só terminaram em 449 a.C., com a Paz de Cálias ou Paz de Címon, alguns estudiosos 
falam em uma 3 ª etapa das Guerras

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