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* * TÉCNICAS DE ENTREVISTA Profª. Claudete Silva 2014.2 * * QUE É ENTREVISTA PSICOLÓGICA É um instrumento fundamental, portanto, uma técnica de investigação científica em psicologia. É um instrumento muito difundido e devemos delimitar o seu alcance. Como técnica, incluímos dois aspectos: 1 – Os das regras ou indicações práticas de sua execução 2 – A psicologia da entrevista psicológica. * * ANSIEDADE NA ENTREVISTA Entrevista – situação nova – desconhecida entrevistado x entrevistador Entrevistador: Motor de interesse na investigação Dificuldade para manipular Deve atuar sobre a ansiedade Esperar o tempo do entrevistado Cuidado com a curiosidade * * ANSIEDADE NA ENTREVISTA Entrevistado: Durante a entrevista pode aumentar Situação externa nova Desconhece sua própria personalidade São fatores que devem aparecer na entrevista * * O entrevistador Projeção - ser humano – avalia outro ser humanos O entrevistador fica diante da sua própria vida, suas questões, conflitos e frustrações. Deve saber manipular a situação da entrevista Deve entrar no papel para perceber, compreender e utilizar as informações a seu favor e a verificação de suas hipóteses. * * O entrevistador Desempenha os papéis que o entrevistado fomenta – transferências Desempenhar papéis # assumir papéis Desempenhar – utilizar todas as informações para esclarecer o problema ou provocar modificações no entrevistado. Assumir - rompe o enquadramento da entrevista. IMPORTANTE Grupo de estudos, supervisões, terapias e etc.. * * O entrevistado Para que uma pessoa procura um médico? Schilder, 1974 – cinco grupos Por problemas corporais; Por problemas mentais; Por falta de êxito; Por dificuldades na vida afetiva; Por queixas de outras pessoas. * * O entrevistado Pichon-Riviére, 1986 - o paciente pode apresentar: Queixas – ansiedade depressiva Lamentações ou acusações – ansiedade paranóide APLICAM-SE A TODOS OS TIPO DE ENTREVISTADOS * * O entrevistado O paciente que procura = neurótico O paciente que é trazido = psicótico O paciente que mandaram = psicopatia * * O entrevistado O que vem consultar por um familiar – entrevistado – grupo familiar “limpar o campo” O que procura - emergente dos conflitos grupais da família. O que vem só ou acompanhado # grupos familiares O que vem só = representante de um grupo familiar esquizóide (dirige sua atuação para o mundo interior fechando-se ao exterior) Comparecem vários membros da família – falta de personificação de seus membros – cuidados exagerados O que vem acompanhado por uma pessoa – é o caso do fóbico Os casais = neurose * * O entrevistado Entrevista Grupo diagnóstico Técnico Observador participante Quem é o doente? Considerar o grupo doente * * Funcionamento da entrevista O campo – enquadramento da entrevista Tempo – horário limite Espaço – o ambiente O papel do entrevistador – profissional CURIOSIDADES – PETULÂNCIA RIVALIDADE - ONIPOTÊNCIA Intervenções – adequadas à situação e a tolerância do entrevistado * * Informações sobre o paciente diferentes tipos silêncio O segredo profissional Linguagem verbal e não verbal “descarga” emocional discrição Funcionamento da entrevista Fim da entrevista disponibilidade * * A interpretação Rogers – estimula o entrevistador a prosseguir: Técnica: Repetir de forma interrogativa a última palavra do entrevistado; Estimular o entrevista com um olhar; Estimular com gesto ou atitude a prosseguir. * * A interpretação A entrevista pode significa para o entrevistado a única possibilidade que ele tem de falar o mais sinceramente possível de si mesmo com alguém que não o julgue, mas que o compreenda. * * A interpretação Entrevista diagnóstica Entrevista terapêutica Terapêutica = compreensão que possa ser útil ao entrevistado. Diagnóstica = interpretar a comunicação A interpretação tem como base nos emergentes, no que realmente está acontecendo no aqui e agora da entrevista. * * A interpretação A interpretação é uma hipótese que deve ser verificada ou ratificada no campo de trabalho pela resposta que mobilizamos ou condicionamos ao pôr em jogo tal hipótese. Toda interpretação fora de contexto e de timing é uma agressão, e parte da formação do psicólogo consiste, também, em aprender a calar É tanto mais necessário calar-se quanto maior for a compulsão para interpretar. * * A interpretação Entrevista Operativa: Procura compreender e esclarecer um problema ou uma situação que o entrevistado traz como sendo o centro ou motivo da entrevista. Esclarecer o que esta por trás daquilo que é manifesto. * * Informe psicológico 1 – Dados pessoais 2 – Procedimentos utilizados: número de entrevistas, técnicas utilizadas, testes, questionários e etc. 3 – Motivos do estudo: atitude do entrevistado, por quem foi solicitado 4 – Descrição sintética do grupo familiar 5 – Problemática vital: 6 – Descrição de padrões de conduta 7 – Descrição de traços de caráter e personalidade 8 – Resultado dos testes 9 – Conclusão 10 – Possibilidade de prognóstico 11 – Orientação possível * * Entrevista Os bons entrevistadores compartilham três características: obtêm o maior número de informações precisas e relevantes para o diagnóstico e para o tratamento, no menor período de tempo, são eficientes em criar e manter uma boa relação de trabalho (rapport) com o paciente. * * Rapport É o sentimento da harmonia e de confiança que deve existir entre o entrevistado e entrevistador. A confiança que você começa a desenvolver mesmo nos minutos iniciais da primeira entrevista. É vital para obter informações, ajudando a motivar o entrevistado a falar espontaneamente e revelar dados pessoais importantes. Na clínica – o rapport verdadeiro entre dois indivíduos não costuma surgir da noite para o dia. Ele se desenvolve gradualmente, com uma relação longa, e exige a cooperação das duas partes. * * Rapport Postura do entrevistador: Descontraído, interessado e empático – paciente seguro e descontraído. Monitorar a expressão facial Contato visual frequente – evite olhares fixos Avalie os seus próprio sentimentos Considere a sua maneira de falar Use o mesmo linguajar do paciente Mantenha os limites Demonstre suas habilidades * * Rapport O “rapport” consiste em uma combinação de componentes emocionais e intelectuais. Quando este tipo de relacionamento é estabelecido, o paciente percebe o terapeuta como alguém: que está sintonizado com seus sentimentos e atitudes, que é simpático, empático e compreensivo, que o aceita com todos os seus “defeitos”, com quem ele pode comunicar-se sem ter que detalhar seus sentimentos e atitudes ou qualificar o que diz. Quando o “rapport” é ideal, o paciente e o terapeuta sentem-se seguros e razoavelmente confortáveis um com o outro. Nenhum dos dois está defensivo, excessivamente cauteloso, hesitante ou inibido * * Setting O setting terapêutico surgiu como conceito na psicologia e na psicanálise (Cunha, 2002) Zimerman (1999, p.301) - "a soma de todos os procedimentos que organizam, normatizam e possibilitam o processo psicanalítico". Etchegoyen (1989) - o setting constitui-se quando algumas variáveis tornam-se constantes, sendo o terapeuta o personagem que tem a obrigação de fixar essas variáveis. Eizerik (1989) - é estabelecido no momento em que o contrato é feito, em que os papéis são distribuídos e especificados, iniciando, assim, o tratamento. * * Setting Os primeiros momentos que qualquer profissional passa com um paciente novo estabelecem o tom para todas as interações posteriores. Ter atenção a questões simples: Apresentações, o nível de conforto, o sentido de controle do paciente * * Setting O setting é mais que os aspectos físicos do ambiente de terapia ou das combinações estáticas do contato, ou seja, ele é recheado pela forma como a relação dos dois se encontra, pela aliança terapêutica, pelas questões éticas e pela confiança mútua. * * A ENTREVISTA MOTIVACIONAL: Importância do acolhimento a dependentes químicos * * Dependência Química A dependência química implica uma “necessidade” psicológica e/ou física à droga; centra-se na necessidade do uso para atingir um nível máximo de sentimento de bem-estar e à adaptação fisiológica ao uso crônico da substância, com envolvimento de sintomas quando a droga é interrompida ou retirada. * * A motivação é o interesse e o entusiasmo que temos para agir e nos movimentarmos em direção às mudanças positivas necessárias para a nossa vida, ou seja, é um estado de prontidão ou vontade de mudar. (MILLER & ROLLNICK, 2001) Os pacientes que se internam em Unidades de Dependência Química, expressam sentimento de ambivalência em relação à decisão de mudar. Dependência Química * * Entrevista Motivacional É uma intervenção estruturada que tem sido muito utilizada atualmente no tratamento de comportamentos dependentes Tem como objetivo aumentar a motivação do paciente, fazendo com que a mudança venha de dentro, em vez de ser imposta de fora. A decisão de mudar é um período de ambivalência para o paciente, onde surgem questionamentos: “Por que mudar? Para que mudar? O que irá acontecer se eu mudar? A resolução dessa ambivalência diante da mudança do comportamento-problema é uma das principais metas da Entrevista Motivacional. (OLIVEIRA, 2001) * * Entrevista Motivacional A fundamentação teórica da Entrevista Motivacional quanto ao processo de mudança está baseada no modelo transteórico da mudança proposto por Prochaska e DiClemente, (1982). Pode se identificar os estágios motivacionais em que se encontram os pacientes. Seis estágios, que se inserem em uma “espiral de mudança” pela qual o paciente usualmente circula várias vezes antes de alcançar a mudança estável. * * Entrevista Motivacional Os estágios – Proschaska & DiClemente, (1982): 1 – Pré-contemplação Paciente – Não percebe que tem um problema e precisa de ajuda, por isso não considera a possibilidade de mudança em seu comportamento. Terapeuta – Deve flexibilizar sobre a evidência da dependência, levantar dúvidas, estimular a percepção do paciente sobre riscos e problemas do comportamento atual. 2 – Contemplação Paciente – passa a ter alguma consciência de que existe problema, mas encontra-se ambivalente em promover mudança. Terapeuta – deve evocar as razões para mudança, os riscos de não mudar, fortalecer a auto-suficiência do paciente para a mudança do comportamento atual. * * Entrevista Motivacional 3 – Determinação Paciente – nesta fase há a percepção do problema, bem como da necessidade de promover mudança. Terapeuta – Deve ajudar o paciente a determinar a melhor linha de ação a ser seguida na busca de mudança. 4 – Ação Paciente – está pronto para transformação. Terapeuta – ajuda o paciente a dar passos rumo à mudança. * * Entrevista Motivacional 5 – Recaída (se a mudança não se mantem) Paciente – retorna aos comportamentos anteriores precisando novamente evoluir nos estágios motivacionais. Terapeuta – ajuda o paciente a renovar os processos de contemplação, determinação e ação, sem que fique imobilizado ou desmoralizado em consequencia a recaída. * * Entrevista Motivacional Miller & Rollnick (2001) – Cinco princípios clínicos a segui na entrevista motivacional: 1 – Expressar empatia: Terapeuta ter estilo empático durante todo o processo. 2 – Desenvolver discrepância: É ajudar o paciente a ver e sentir seu comportamento problemático e o quanto este o impede de alcançar suas metas, evidenciando onde a pessoa está e aonde ela quer chegar. * * Entrevista Motivacional 3 – Evitar argumentações: Pressupõe que a resistência do paciente é fortemente influenciada pela forma como o terapeuta se dirige a ele. A confrontação gera resistência e é o sinal para o terapeuta mudar as estratégias. 4 –Acompanhar a resistência: Inclui o envolvimento ativo do terapeuta no processo de solução de problemas. 5 – Estimular a auto eficácia: Uma das principais metas é aumentar a percepção do paciente no que diz respeito à sua capacidade de enfrentar os obstáculos que se apresentam ao longo do caminho. * * Entrevista Motivacional O ACOLHIMENTO Em uma internação por causa do uso abusivo de substância psicoativa se somam os sentimento de culpa, vergonha, medo do desconhecido e ambivalência além de sintomas fisiológicos decorrentes da síndrome de abstinência. O papel do terapeuta não é diretivo no sentido de fornecer soluções, ele precisa oferecer três condições para preparar o caminho à mudança natural: empatia, aceitação incondicional e autenticidade. * * 1 - BENJAMIN, A. A entrevista de ajuda. 3. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. 207 p. 2 - MORRISSON, James R. Entrevista inicial em saúde mental. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 304 p. 3 - BLEGER, José. Temas de psicologia: entrevista e grupos. 4. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. 137 p. 4 - MACEDO, Monica Medeiros Kother; CARRASCO, Leanira Kesseli (Orgs.). (Con)textos de entrevista: olhares diversos sobre a interação humana. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. 285 p. Referências * *
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