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ARQUITETURA BRASILEIRA NO SÉCULO XX
 Nas primeiras décadas do século XX manteve-se e até se acentuou a tendência à cópia ou arremedo dos estilos consagrados na Europa. Edifícios neoclássicos, góticos, florentinos, normandos e até mouriscos, como o Instituto Osvaldo Cruz (Rio de Janeiro), inseriram-se na paisagem urbana brasileira sob a classificação geral de ecletismo, pluralidade que o escritor Monteiro Lobato se referiu como Carnaval Arquitetônico.
 Diversos engenheiros e arquitetos ficaram conhecidos por obras desse tipo, como o francês Victor Dubugras, autor de um art nouveau tardio e deslocado, o americano Barry Parks, a quem se devem as experiências dos bairros-jardins das cidades de São Paulo, Gastão Baiana, Heitor de Melo e espanhol Morales de lós Rios, que construiu no Rio de Janeiro o edifício da Escola Nacional de Belas Artes, o prédio do antigo Hotel Avenida.
Escola Nacional de Belas Artes, atualmente Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. 
 A importação indiscriminada despertou uma atitude de oposição no movimento denominado neocolonial, representado pelo precursor Ricardo Severo e por José Mariano Filho, seu maior incentivador e patrono. No início, tiveram o apoio de Lúcio Cosa que, pouco depois, no meio de ruidoso debate nos jornais, denunciou o formalismo romântico e algo anacrônico da proposta. Paralelamente, na Europa e nos Estados Unidos, a arquitetura moderna firmava suas bases com as contribuições de Le Corbusier, Gropius, Mies van der Rohe, Franl Lloyd Wright e outros pioneiros da revolução arquitetônica do século XX, uma das maiores de todos os tempos.
 O primeiro divulgador desses novos horizontes no Brasil foi o arquiteto de origem russa Gregori Warchavchik, que publicou em 1925 o “Manifesto da arquitetura funcional” e dois anos depois escandalizou São Paulo com “sua primeira casa futurista”. Combatido juntamente com Flávio de Carvalho, que disputou com um “projeto moderno” o concurso para o novo palácio do governo de São Paulo, Warchavchik abriu a visitação pública à exposição de uma casa modernista para a qual concebera até o mobiliário e onde expôs trabalhos de artistas da Semana de Arte Moderna de 1922: Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Lasar Segall e Oswald de Andrade.
 No fim do ano de 1929, Le Corbusier visitou o Rio de Janeiro e São Paulo, fez conferências, apresentou suas concepções, discutiu o planejamento urbano ante a explosão demográfica. Suas ideias causaram impacto e levaram a que as teses de Warchavchik e seus companheiros prevalecessem sobre as dos “neocoloniais” no IV Congresso Pan-Americano de 1930.
Casa Modernista de Gregori Warchavchik
 Essa atmosfera renovadora encontrava ressonância em todos os setores da vida nacional, que passava por uma de suas fazer mais fecundas, com transformações significativas que tanto propiciaram a Semana de Arte Moderna como a revolução de 1930. O governo Getúlio Vargas, decidido a mudar os padrões existentes no terreno da arquitetura, entregou a direção da Escola de Belas Artes a Lúcio Costa, que propôs reformas radicais, as quais lhe valeram demoradas resistências acadêmicas. Quando as novas ideias triunfaram, iniciou-se o período denominado “heroico” da arquitetura brasileira, em que se revelaram personalidades como Afonso Reidy, Luís Nunes, os irmãos Marcelo e Milton Roberto, Rino Levi.
 Ainda houve, porém, vacilações e obstáculos. Em 1935, um júri de orientação conservadora afastou do concurso para escolha do projeto para o edifício do Ministério da Educação e Saúde todos os trabalhos dos jovens arquitetos de tendências renovadoras, premiando somente os de concepção acadêmica. Um episódio inesperado alterou a situação: o Ministro da Educação em exercício, Gustavo Capanema, apoiado por uma assessoria que reunira, entre outros, Rodrigo Melo Franco de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, decidiu pagar os prêmios aos vencedores mas em seguida solicitou a Lúcio Costa, um dos desclassificados no concurso, o novo projeto para o edifício.
 Lúcio Costa obteve do ministro a extensão do convite aos demais classificados e sob sua coordenação foi formada uma equipe com os arquitetos Afonso E. Reidy, Carlos Leão, Ernani Mendes de Vasconcelos, Jorge M. Moreira e Oscar Niemeyer. Contudo o trabalho preliminar (maio de 1936), Lúcio Costa sugeriu ao ministro Capanema que convidasse Le Corbusier para vir opinar sobre o novo projeto. Le Corbusier, então com 49 anos, permaneceu um mês no Rio de Janeiro trabalhando com aquela equipe de jovens, até se definir o projeto final, considerado um dos marcos decisivos da moderna arquitetura brasileira. Foram construídos pouco depois no Rio de Janeiro a sede da Associação Brasileira de Imprensa (1936) dos irmãos Roberto, e a Obra do Berço, primeiro projeto executado (1937) de Oscar Niemeyer.
 
Ministério da Educação e Saúde, 1943, Rio de Janeiro.
 Nessa mesma época Luís Nunes transferiu-se para Recife, onde liderou uma fértil experiência a convite do governador do estado: organizou a diretoria de arquitetura com uma equipe composta por Joaquim Cardozo, Francisco Saturnino de Brito, Aníbal Melo Pinto, Sérgio Magalhães, Di Cavalcanti, Augusto Rodrigues e Roberto Burle Marx. Foram então executados os primeiros trabalhos de tendência moderna no Nordeste brasileiro: o reservatório de água de Olinda, o Hospital da Brigada Militar de Pernambuco, a Escola Rural Alberto Torres e a Prefeitura Municipal de Recife. 
 Uma das contribuições mais interessantes desse período, e que mais tarde se incorporou à arquitetura brasileira, foi a redescoberta do bloco de cimento vazado, usado comumente cheio de argamassa para alvenaria e que a equipe de Luís Nunes passou a empregar em sua aparência natural, como simples e prático quebra-sol (mais tarde conhecido como combogó ou cobogó). Na década de 1940, novos nomes enriqueceram o cenário arquitetônico brasileiro, como Henrique Mindlin, Atílio Correia Lima, Vilanova Artigas, Paulo Antunes Ribeiro, Ari Garcia Rosa, Hélio Uchoa e Aldari Toledo.
 Uma série de obras de alto significado consagraram seus autores e chamaram a atenção do mundo para a arquitetura que se fazia no Brasil, o conjunto de Pampulha, em Belo Horizonte, de Oscar Niemeyer; o pavilhão da Feira Internacional de Nova York, de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer; já na década de 1950, o conjunto de edifícios do parque Guinle, no Rio de Janeiro, de Lúcio Costa, o monumento aos mortos da segunda guerra mundial, no Rio de Janeiro, de Marcos Konder Neto e Hélio Ribas Marinho (1957). 
 Em 1958 a estrela de ouro da Feira Internacional de Bruxelas foi outorgada ao carioca Sérgio Bernardes, por seu projeto para o pavilhão brasileiro. Transcorria, já na metade, o governo de Juscelino Kubitschek, e sua iniciativa de construir Brasília, para fazê-la a capital do país, teve imensa repercussão sobre os rumos da arquitetura brasileira. Três anos após a escolha, em concurso público, do plano piloto de Lúcio Costa, a cidade foi inaugurada e pela primeira vez se pôde observar uma vinculação direta da arquitetura com o urbanismo. 
 Os projetos dos edifícios governamentais foram confiados a Oscar Niemeyer, que os harmonizou de maneira excepcional com a paisagem urbana proposta por Lúcio Costa, criando formas de excepcional beleza plástica, como o Palácio da Alvorada (cujas colunas se tornaram logomarca da capital no país inteiro) e sua capela, o Palácio do Planalto, o conjunto do Congresso Nacional – que formou a chamada Praça dos Três Poderes – e mais tarde o Teatro Nacional, a catedral e o palácio Itamarati, sede do Ministério das Relações Exteriores.
Vista panorâmica da Praça dos Três Poderes
Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, 1960.
 Depois dessa fase do começo de Brasília, as novas gerações de arquitetos afastaram-se bastante do lirismo pessoal de Niemeyer, voltando-se principalmente para as experiências com novos materiais, em que já se destacava Afonso Reidy, que construiu o Museu de Arte Moderna (MAM)do Rio de Janeiro e o edifício do Instituto de Previdência da mesma cidade. São exemplos mais recentes dessas concepções atuais o edifício-sede do Banco do Estado do Rio de Janeiro, projeto de Henrique Mindlin, o edifício-sede da Petrobrás, projeto escolhido em 1968 em concurso nacional e de autoria de uma equipe paranaense liderada por Roberto Luís Gandolfi, o Museu de Arte de São Paulo (MASP), da arquiteta Lina Bo Bardi.
 
Affonso Reidy, arquiteto do MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Lina Bo Bardi
MASP – Museu de Arte de São Paulo
Entre os novos talentos que se incorporaram às perspectivas atuais da arquitetura brasileira, sobressaíram do Rio de Janeiro Artur Lício Pontual, Marcos de Vasconcelos e Paulo Casé; em São Paulo, Carlos Milan, Joaquim Guedes, Jorge Wiheim e Paulo Mendes da Rocha; na Bahia, Assis Reis; em Brasília, José Filgueiras Lima; no Paraná, José Maria e Roberto Gandolfi, Luís Forte Neto, Jaime Lerner e José Santochene. 
MuBe – Museu da Escultura, Paulo Mendes da Rocha, São Paulo.
Fonte: Enciclopédia Barsa

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