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Teoria dos Constructos Pessoais de George Kelly

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Teoria dos Constructos Pessoais de George Kelly
TEORIAS COGNITIVAS DA PERSONALIDADE
Introdução
A teoria da personalidade do constructo pessoal de Kelly é bastante peculiar. Kelly não se prende a conceitos familiares - como inconsciente, ego, necessidades, impulsos, estímulos e respostas e reforço - nem mesmo motivação e emoção.
Para Kelly cada pessoa cria um conjunto de constructos cognitivos sobre o ambiente: interpretamos e organizamos os eventos e as relações sociais de nossa vida num sistema ou padrão.
Com base nesse padrão, fazemos previsões sobre nós mesmos, sobre outras pessoas e eventos e as usamos para formular nossas respostas e orientar nossas ações.
Para compreender a personalidade é preciso compreender os padrões, as formas como organizamos e construímos nosso mundo.
Segundo Kelly, nossa interpretação dos eventos é mais importante do que os eventos propriamente ditos.
Sua teoria origina-se de sua experiência clínica. Por diversas razões, interpretou sua experiência clínica de maneira diferente da de Freud e de outros teóricos que trataram de pacientes. Seu modelo de natureza humana é incomum: ele concluiu que as pessoas agem da mesma forma que os cientistas. Os cientistas elaboram teorias e hipóteses e as testam diante da realidade por meio de experimentos em laboratórios. Caso os resultados de seus experimentos sustentem a teoria, ela é mantida. Se os dados não a sustentarem, ela terá de ser descartada ou modificada e retestada.
A suposição lógica é que os psicólogos consideram as pessoas que avaliam como incapazes de funcionar racionalmente, como sendo motivadas por todo o tipo de impulsos conflitantes ou como vítimas de violentas forças inconscientes. Assim, os seres humanos – mas não os psicólogos - atuam num nível emocional e mal utilizam os seus processos cognitivos para aprender a pensar, avaliar experiências ou solucionar problemas. 
Kelly e o movimento cognitivo na Psicologia
Embora exista uma similaridade no uso do termo “cognitivo”, a teoria cognitiva de Kelly não se relaciona com a revolução cognitiva (1960) que domina a principal corrente da psicologia experimental norte-americana. 
O movimento cognitivo contemporâneo não adotou o trabalho de Kelly, pois a sua teoria não é consistente com seus métodos e o objeto de estudo.
A abordagem de Kelly é a de um clínico que trabalha com os constructos conscientes por meio dos quais as pessoas organizam sua vida. Em contraposição, os psicólogos cognitivos estão interessados tanto em variáveis cognitivas como no comportamento manifesto, estudados basicamente num ambiente experimental, e não clínico. Além disso, os psicólogos cognitivos não limitam o seu foco à personalidade, eles estudam o comportamento observável e a aprendizagem em situações sociais. Acreditam que processos cognitivos como a aprendizagem influenciam a resposta de uma pessoa a uma dada situação de estímulo.
Biografia
Nascido e criado no Kansas
Só estudou psicologia por 9 meses
Trabalhou como pesquisador, professor e em atendimentos clínicos
Acreditava que o homem comum pensava como um cientista, um investigador (man-the-scientist)
Suas teorias ganharam popularidade depois de sua morte.
Visão Geral da Teoria
Ênfase nos pensamentos individuais ou “constructos”
Foco idiográfico
Muito similar às teorias humanistas apesar de não ter um foco na motivação.
As diferenças individuais são devidas aos diferentes pensamentos ou constructos.
Os comportamentos e as emoções são derivados desses constructos.
A Relevância da Teoria
A incorporação da cognição às teorias da aprendizagem levou ao desenvolvimento das teorias cognitivo-sociais da personalidade, que enfatizam como as crenças, expectativas e interpretações pessoais das situações sociais moldam o comportamento e a personalidade. Albert Bandura (1977) postula que os seres humanos possuem capacidades mentais que interagem com o ambiente para influenciar o comportamento. Para Bandura, as crianças, por exemplo, aprendem por modelar um comportamento observado, então, ao ver um filme violento, uma criança tende a um comportamento violento, por imitação.
Outras importantes influências para as teorias cognitivas da personalidade foram Albert Ellis e sua Teoria racional-emotiva, Aaron Beck e sua Teoria Cognitiva e Jeffrey Young e sua Teoria dos esquemas.
O Desenvolvimento da Abordagem Cognitiva da Personalidade
Uma visão precursora da abordagem cognitiva da personalidade foi apresentada na Teoria de Kurt Lewin
Ele disse que cada pessoa tem modos diferentes de organizar as representações mentais dos elementos que considera importantes para a sua vida dentro de seu “espaço vital”
Teoria dos Constructos Pessoais de George Kelly postula que as pessoas têm percepções diferentes de uma mesma experiência. Ela foi desenvolvida principalmente a partir do contato com clientes na terapia. A primeira consideração da teoria do constructo pessoal é a pessoa individual, ao invés de alguma parte daquela pessoa. O clínico baseado nesta teoria não pode fragmentar o cliente e reduzir o seu problema a uma questão única. Ao invés disso, o clínico deve enxergar o cliente dentro de diversas perspectivas ao mesmo tempo. 
Assim, nesta abordagem, as diferenças de personalidade são devidas ao modo com que as pessoas processam as informações e interpretam os eventos.
A teoria de Kelly interpreta o comportamento em termos cognitivos; ou seja, ele enfatiza a maneira como percebemos os eventos, a maneira como interpretamos esses eventos em relação às estruturas existentes, e a maneira como nos comportamos em relação a essas interpretações.
Para Kelly, a personalidade de um indivíduo é formada pelo seu sistema de constructos. Os constructos que uma pessoa usa, portanto, definem o seu mundo. 
Para Kelly, um constructo é uma forma de perceber ou interpretar eventos. Por exemplo, bom-mau é um constructo freqüentemente utilizado pelas pessoas quando elas consideram os eventos. O sistema de constructos pessoais de um indivíduo é formado pelos constructos – ou pelas maneiras de interpretar os eventos – e as relações entre esses constructos.
Principais Características da Teoria:
Enfatiza a maneira como os indivíduos interpretam o mundo;
Considera que a pessoa é um agente ativo em seu envolvimento com o mundo;
Enfatiza coisas que as pessoas podem fazer para mudar a maneira como pensam;
Kelly rejeitava o termo cognitivo porque sentia que ele era restritivo e sugeria uma divisão artificial entre cognição (pensamento) e afeto (emoção);
A teoria de Kelly é uma teoria construtivista, ou seja, ela enfatiza a construção do mundo pelo indivíduo; enfatiza a maneira como o indivíduo atribui significado aos eventos e nos esforços da pessoa para prever os eventos, a teoria do constructo pessoal claramente enfatiza os processos cognitivos;
Somos essencialmente orientados para o futuro.
Temos a capacidade de “representar” o ambiente, ao invés de simplesmente responder a ele; os indivíduos podem interpretar e reinterpretar, construir e reconstruir os seus ambientes; a vida é uma representação, ou construção da realidade, e isso nos permite criar e recriar a nós mesmos;
Algumas pessoas são capazes de ver a vida de muitas formas diferentes, enquanto outras prendem-se rigidamente a uma interpretação definida. Entretanto, as pessoas somente conseguem perceber os eventos dentro dos limites das categorias (constructos) que estão disponíveis para elas;
Segundo Kelly, somos livres para interpretar os eventos, mas estamos presos a nossas construções;
De acordo com Kelly somos livres e determinados. “Esse sistema de constructos pessoais proporciona a ele (o homem) liberdade de decisão e limitação da ação – liberdade, porque permite que ele lide com o significado dos eventos, ao invés de forçá-lo a ser impotentemente sacudido por eles, e limitação, porque ele nunca pode fazer escolhas fora do mundo e das alternativas que construiu para si mesmo” (Kelly, 1958ª, p. 58);
Após havermos nos “escravizado” com essas construções, somos capazesde ganhar liberdade novamente, reconstruindo o ambiente e a vida. Assim, não somos vítima de nossa história passada ou de nossas circunstâncias presentes – amenos que escolhamos construir a nós mesmos daquela forma;
Teoria do Constructo Pessoal de George Kelly: Idéias Fundamentais
A perspectiva do homem – o – cientista: as pessoas constantemente criam hipóteses acerca do mundo em que estão inseridas
Todo queremos antecipar e controlar nossas vidas como os cientistas fazem com aquilo que investigam
A teoria de Kelly interpreta o comportamento em termos cognitivos; ou seja, ele enfatiza a maneira como percebemos os eventos, a maneira como interpretamos esses eventos em relação às estruturas existentes, e a maneira como nos comportamos em relação a essas interpretações.
Teoria do Constructo Pessoal de George Kelly: Idéias Fundamentais
Constructos pessoais: estruturas cognitivas que empregamos para interpretar ou antecipar acontecimentos.
São diferentes para todas as pessoas e também são organizados de formas diferentes para cada um de nós.
Os objetos relevantes são classificados de um modo “ou isso/ou aquilo” e depois são subclassificados por sua extensão.
Âmbito de conveniência: O espectro de eventos aos quais um constructo pode ser aplicado. Alguns constructos são relevantes para um número limitado de pessoas ou situações e outros são mais amplos.
Estrutura da Teoria do Constructo Pessoal de George Kelly:
Baseada no Postulado Fundamental que afirma que nossos processos psicológicos são determinados pelas maneiras como antecipamos os eventos.
Ao utilizar a palavra "processos", Kelly não sugeriu algum tipo de energia mental. Em vez disso, acreditava que a personalidade era um processo fluido, em movimento. Nossos processos psicológicos são determinados pelos nossos constructos, por meio da forma como cada um de nós constrói o seu mundo. Outra palavra chave no postulado fundamental é "antecipar". A noção de Kelly sobre constructos é antecipatória. Utilizamos constructos para prever o futuro, ter alguma idéia sobre as conseqüências de nossas ações e o que provavelmente acontecerá se nos comportarmos de determinada maneira.
Onze corolários derivam deste postulado:
Por que as pessoas são diferentes?
As diferenças de comportamentos individuais são resultantes dos diferentes modos com que “construímos o mundo”.
As pessoas podem estar em uma mesma situação e interpretá-la de modo diferente e responder de uma forma distinta.
Não existem duas pessoas que organizem todos os seus constructos da mesma forma. Isso significa que cada um de nós emprega constructos diferentes, os organiza de modo diferente e nos apoiamos mais em alguns deles do que em outros para prever e controlar nossa realidade (visão de mundo)
O Desafio de Kelly à Teoria Comportamental
Duas pessoas podem apresentar personalidades similares sem ter passado por experiências parecidas. As personalidades tendem a ser mais parecidas em decorrência de as pessoas construírem sua visão de mundo de um modo similar.
Por exemplo: pessoas de uma mesma cultura vêem certos fatos de um modo similar embora tenham passado por situações de vida diferentes.
O “Choque cultural” é a experiência resultante da diferença existente no modo com que pessoas de culturas distintas constróem o mundo. 
Problemas Psicológicos
Surgem como o resultado de constructos defeituosos e não ocorrem necessariamente em função de experiências traumáticas.
A ansiedade e o principal problema psicológico que nos acomete quando os nossos constructos não conseguem prever nem controlar os eventos futuros. 
Problemas Com Nossos Constructos 
Origem do fracasso 
Os constructos podem ser…
 excessivamente simples e/ou incompletos.
impermeáveis – não consideram novas informações e evidências com facilidade.
Inadequados devido à falta de experiência

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