Buscar

Trabalho de ciências contabeis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Introdução
O Presente estudo trata a cerca do assunto Gestão Financeira, e tem por finalidade mostrar a importância de um administrador financeiro em uma empresa, fornecendo a este subsidio no que se refere a melhor administração financeira, através de análises e teorias, pois atualmente as empresas de um modo geral vêm sofrendo dificuldades por não possuírem total conhecimento de sua real situação financeira. Isso só acontece devido à falta de controle interno de profissionais qualificados e habilitados para fazerem um planejamento adequado. Neste trabalho foram explorados alguns conceitos relacionados ao tema, mostrando de forma simples e objetiva a importância do administrador ter um controle eficiente dos recursos financeiros da empresa, de forma a garantir a estabilidade das operações da organização e por outro lado a rentabilidade. Abordou-se a gestão financeira como um instrumento de apoio á tomada de decisões, examinando de forma ampla algumas etapas do processo financeiro, apontando também conceitos e objetivos da administração financeira e do administrador financeiro, seu papel e suas áreas de atuação dentro da empresa.  
Conceito de gestão financeira 
Administrar uma empresa exige conhecimento, atitude, e acima de tudo controle, muito controle. Possuir conhecimento de mercado, sobre os produtos, dominar técnicas, ter atitude agressiva diante de mercados tão competitivos, lançar produtos e assumir desafios são importantíssimos, mas tudo isto de nada serve se a empresa não possuir controles de gestão, e menos ainda se o empresário não souber usar as informações destes controles, seja para manter a empresa na rota, dar novos rumos ou para realizar investimentos em equipamentos, por exemplo, mantendo a certeza de sustentabilidade.
Os gestores de pequenas empresas geralmente tem dificuldade na gestão de seus empreendimentos devido a falta de conhecimento das informações financeiras.
A "Gestão Financeira" compreende o registro e a análise de todas as movimentações da empresa, possibilitando não somente o controle, o domínio da situação financeira, mas principalmente a tomada de decisões.
Podemos usar os mais diversos meios para registrar as operações, softwares específicos ou até mesmo, anotações manuais. O importante é ter estas anotações montar o seu controle e segui-lo fielmente, não importa o tamanho da sua empresa, seja você autônomo, empresário individual ou sócio de empresa. Todos podem e devem usar o gerenciamento financeiro e saber analisar estas informações.
É necessário desenvolver controles das vendas, dos estoques, das despesas, manter um fluxo de caixa, administrar o capital de giro, DRE (Demonstrativo do Resultado do Exercício), saber a margem de contribuição dos produtos, formação de preços, ponto de equilíbrio e etc.
Portanto, uma correta gestão financeira consiste em definir e saber de onde virão os recursos financeiros necessários a serem investidos no ciclo operacional da empresa, para financiar a atividade empresarial. Além de ser necessário avaliar, sempre, as decisões tomadas, seus efeitos e as suas causas afim de se planejar as decisões futuras.
Gestão Financeira e fluxo de caixa
Existem vários fatores que afetam o fluxo financeiro de uma empresa, desde um cenário econômico "sombrio" em mundo globalizado, como o que passamos recentemente, com altas taxas de juros e cortes de créditos, até mesmo os prazos obtidos com fornecedores e concedidos a clientes. Por estas razões e muitas outras é que se torna fundamental a adoção do "Fluxo de Caixa" como instrumento de controle e também como base para tomada de decisões.
O Fluxo de Caixa, pode ser utilizado tanto como ferramenta de gestão operacional (curto prazo), como uma forma de gestão estratégica (médio e longo prazo) fazendo uma projeção futura de entradas e saídas de recursos financeiros, por um determinado período.
O seu objetivo, dentre vários, é: ajudar no planejamento estratégico da empresa, controle do dinheiro que entra e sai, prever períodos em que haverá sobras de caixa ou necessidades sobre buscar fontes para financiar as necessidades de caixa, evitar o descasamento de datas entre pagamentos e recebimentos e planejar uma possível aquisição de equipamentos e etc.
Para a montagem da projeção do fluxo de caixa devemos considerar os seguintes dados:
Entradas
Vendas à Vista;
Vendas à prazo (duplicatas, cheques pré-datados e cartão de crédito);
Venda de Imobilizado (observar se não irá prejudicar as operações da empresa);
Empréstimos e/ou financiamentos junto à Bancos
Juros Recebidos de clientes;
Rendimentos de aplicação financeira;
Aumento de capital.
Saídas
Distribuição dos lucros;
Pró-labore;
Pagamentos de juros a fornecedores;
Aquisição de equipamentos (Capital de Giro por Capital Fixo);
Compra à Vista;
Pagamento de Fornecedores;
Impostos;
Despesas Operacionais (Folha de pagamento, aluguel, água, luz, telefone, honorários).
O fluxo de caixa quando gerado com eficiência é uma poderosa ferramenta para os gestão de negócios, as informações devem ser detalhadas, o gestor deve ter domínio do ciclo operacional da empresa e também é fundamental a implantação de controles auxiliares.
Pode ser usado por empresas de qualquer porte, lembre-se que é uma ferramenta de gestão que pode lhe dar suporte para decisões futuras com base nos dados atuais, desde que estes números sejam reais e atualizados religiosamente.
O controle pode ser semanal, mensal, e até mesmo diário, comece a usá-lo e verá o quanto é necessário ter o controle em suas mãos.
Projeção do fluxo de caixa
Uma cultura de planejamento financeiro e organização é fundamental para o sucesso do fluxo de caixa, pois para ele convergem as informações financeiras de todos os setores da empresa.
Manter controles auxiliares é essencial: controle de bancos, de clientes, de fornecedores, controle de despesas e controle da movimentação de caixa, são fundamentais para o sucesso do fluxo de caixa.
Uma análise básica que podemos fazer usando o fluxo de caixa, é sobre quando o ocorre, por exemplo, o descasamento de prazos entre recebimentos e pagamentos. A empresa pode estar tendo um prazo curto para pagar os fornecedores e em compensação estar dando um prazo longo para os recebimentos de seus clientes. Tendo em mãos o controle de duplicatas a receber, cheque pré-datado ou outro controle de recebimento futuro, confrontado com o contas à pagar em um fluxo de caixa, está informação de descasamento ficará evidente.
Com o fluxo projetando uma visão futura de receitas e despesas (baseados no histórico da empresa, nunca em informações super ou sub-valorizadas) podemos ter a certeza que teremos capital suficiente para a aquisição de maquinário, ou não. E mais, ainda podemos ver o impacto dele em cima da nossa produção projetando novas também receitas.
São muitas as decisões que podemos tomar com análise do fluxo, o que fazer com as sobras de caixa? Aplicar no mercado financeiro? Comprar matéria prima? Ou quem sabe antecipar compromissos com fornecedores, se o desconto é interessante porque não?
Estas questões podem ser muito bem respondidas quando a empresa possui controles eficazes e que traduzem a realidade.
Ao trabalhar com valores projetados não devemos subestimar os custos e supervalorizar as receitas e tão pouco o contrário, devemos sim fazer uma análise criteriosa das estimativas.
Então mãos a obra desenvolva o seu fluxo de caixa, desenvolva outros controles, domine a gestão financeira da sua empresa para a tomada de decisões estratégicas e correções de rota.
Qual a diferença entre Demonstrativo de Resultados e Fluxo de Caixa?
O Fluxo de Caixa mostra as movimentações realizadas, e o seu impacto no caixa da empresa. Já o Demonstrativo do Resultado demonstra o lucro ou o prejuízo da empresa e pode exibir operações que ainda não aconteceram. Exemplo: a sua empresa adquire um veículo para entregas de mercadorias, em 36 parcelas, este valor irá aparecer de forma integral no Demonstrativo do Resultado,porém no fluxo de caixa somente irão refletir as parcelas de cada mês. Porque disto? Porque o Demonstrativo do Resultado tem por base os registros contábeis, que registram no Ativo, a aquisição integral do bem.
Principais decisões de investimento 
É importante destacar as principais decisões da área financeira. Um administrador financeiro, além de reconhecer sua principal meta, deve entender as decisões a serem tomadas e suas extensões na organização. Portanto, é recomendável classificar tais decisões, de maneira a sistematizá-las e compreendê-las.
São mostradas aqui três classificações não excludentes entre si. Desta forma, elas podem ser enquadradas em mais de uma classificação. 
Quanto aos tipos, são listadas as decisões de investimento, financiamento e distribuição de lucros.
As decisões de investimentos dizem respeito aos comprometimentos de recursos necessários para a organização obter, em um momento futuro, algum tipo de retorno. Sejam em ativos circulantes ou permanentes, sejam em ativos financeiros ou em outras empresas, é fundamental decidir que projetos receberão recursos, em que quantidade e quais são os retornos esperados, tendo em vista os objetivos traçados pela empresa e os meios necessários para atingi-los.
Uma vez definidos em quais ativos serão investidos os recursos financeiros, a próxima decisão refere-se ao seu financiamento. Geralmente, há algumas fontes de financiamento disponíveis aos gestores e analisar a(s) melhor(es) para as atividades da organização é a segunda grande decisão dos administradores financeiros. Normalmente, estas decisões têm como meta principal reduzir o custo de capital da organização, concorrendo, desta forma, para a maximização do seu valor.
A última subdivisão em termos de tipos de decisão engloba aquelas relacionadas à distribuição de lucros. Um gestor financeiro deve decidir, sobre o lucro observado em determinado período, que parcela será distribuída na forma de dividendos ou em outra forma. Como consequência desta decisão, tem-se o complemento desta parcela que será reinvestido para financiar parte das atividades da organização.
Como pode ser percebido, esta última subclassificação apresenta relação muito próxima às decisões de financiamento. Uma vez que a distribuição de lucros decorre da disponibilização do capital próprio para a organização e de sua consequente necessidade de remuneração, além de determinar em que parcela os lucros obtidos serão reinvestidos ou distribuídos, não deixa de configurar-se como uma decisão de financiamento. Na medida em que parte dos lucros auferidos é reinvestida na organização, esta é, na realidade, um tipo de financiamento com recursos próprios.
Observando um balanço patrimonial, podem ser verificadas as operações relacionadas a investimentos (ativos circulantes, realizáveis a longo prazo e ativos permanentes), a financiamento (passivo circulante, exigível a longo prazo e patrimônio líquido) e distribuição de lucros (patrimônio líquido).
PRAZOS DAS DECISÕES
As decisões financeiras também podem ser classificadas quanto ao prazo. Tipicamente, elas podem ser enquadradas em curto e longo prazo.
As decisões de curto prazo têm uma amplitude temporal curta, de no máximo alguns meses. Os ciclos envolvidos nestas decisões são executados rapidamente e dentro desta classificação podem ser citadas, por exemplo, as aplicações em fundos de curto prazo, operações de desconto, investimento em duplicatas a receber e compras de matérias-primas. Estas decisões impactam os ativos e passivos de curto prazo e são executadas normalmente por níveis hierárquicos mais baixos na organização. em horizontes temporais distantes. Aquisição de bens de capital, financiamentos de longo prazo, abertura de capital e construção de um prédio são exemplos de decisões com impactos no longo prazo e, por conseguinte, são assim classificadas.
Estas duas classificações têm relação estreita com a classificação contábil. Contabilmente, lançamentos com realização dentro do próximo exercício fiscal são considerados de curto prazo.
Níveis das Decisões
As decisões financeiras podem ser classificadas de acordo com seus níveis dentro da organização. Elas podem ser operacionais, táticas ou estratégicas.
Uma decisão operacional é tipicamente de curto prazo, com impacto pontual e envolve baixos volumes de recursos. São decisões que podem ser tomadas por escalões mais baixos na hierarquia organizacional. Como exemplos têm-se operações de tesouraria, pagamentos de despesas operacionais e gerenciamento de contas a receber.
Decisões táticas são aquelas que têm um impacto um pouco maior na organização. São relacionadas a políticas financeiras que orientam as ações dos gerentes financeiros e permitem, por exemplo, uma padronização entre as ações tomadas em diferentes unidades de negócio.
Decisões estratégicas
As decisões financeiras estratégicas refletem o planejamento estratégico organizacional. Elas devem manter coerência com os objetivos estratégicos traçados pela organização e, por isto, têm impactos profundos nela, até mesmo em função do volume significativo de recursos envolvidos. Os níveis hierárquicos mais altos tomam tais decisões, que por sua amplitude afetam posteriormente as decisões táticas e operacionais.
As decisões de longo prazo, por sua vez, são relacionadas a operações cujas repercussões ocorrerão 
Riscos e retornos
O que se espera de cada investimento é fácil descobrir, porque essa informação consta dos panfletos que os anunciam, dos prospectos, dos regulamentos e, principalmente, da legislação que os regula. Se o investimento que você está estudando não oferecer esses documentos e não for registrado na CVM, ou em outro órgão que regula os mercados (como o Banco Central ou a Susep), não o faça. Confirme antes com a CVM a regularidade desse produto.
Apesar da informação disponível, não é tão fácil assim prever quanto um investimento vai render. Você saberia dizer o porquê? Quem disse o RISCO acertou! Quantas vezes você já planejou alguma coisa que não deu certo? Aquela viagem dos seus sonhos em que tudo deu errado. As férias programadas por tanto tempo, interrompidas por um acontecimento inesperado. Assim como qualquer plano para o futuro, muitas vezes os objetivos projetados para o investimento podem não ser alcançados. Várias são as razões.
Vamos conhecer algumas delas?
Risco de Mercado - decorre das condições da economia, que podem fazer os juros, o câmbio, o preço das ações etc, variar, para mais ou para menos, influenciando seu investimento de forma positiva ou negativa. Além disso, a capacidade de pagamento do emissor do título (ou o lucro desse emissor) também pode variar por conta das condições da economia, prejudicando seu investimento.
Risco de Crédito - quando você investe, está emprestando dinheiro a alguém ou aplicando uma quantia em determinado empreendimento e, certamente, correndo o risco de que o tomador dos recursos não honre a obrigação, ou não pague os juros combinados, ou o que empreendimento não renda o esperado.
Risco de Liquidez - está diretamente relacionado com a facilidade de você resgatar ou transferir seu investimento. Se houver pouca liquidez, haverá menos pessoas interessadas em negociar com você, isto baixará o valor do seu investimento. Se o contrário ocorrer, ou seja, se muitas pessoas estiverem interessadas em adquirir o seu investimento, o valor dele aumentará. Lei da Oferta X Procura.
Risco Legal - está relacionado com eventuais questões legais que poderão causar problemas no cumprimento das condições pactuadas. O título ou contrato pode ter defeitos jurídicos que impeçam ou dificultem o exercício dos direitos nele estabelecidos, permitindo ao devedor ou tomador não honrar as obrigações assumidas. Por isso é muito importante somente aplicar em investimentos regulamentados, nos quais o risco legal diminui bastante.
Risco Operacional - reflete as falhas ocorridas no decorrer do investimento que poderão ser provenientes de problemas nos equipamentos de uma companhia, falhas humanasno controle de custos e gerenciamento das quantias aplicadas, má administração dos recursos do emissor etc.
Quando vamos fazer um investimento, inicialmente temos apenas uma expectativa da sua rentabilidade. No mercado, essa expectativa é conhecida como retorno esperado do investimento. É quanto eu espero que irei ganhar ao investir em determinado ativo. Porém, somente com o passar do tempo, e no momento do resgate da aplicação, é que saberemos qual foi realmente o retorno obtido. Como visto, diversos motivos podem fazer com que o retorno realmente obtido no resgate de um investimento seja diferente do retorno esperado no momento da aplicação. Ou seja, sempre há alguma incerteza quando vamos realizar um investimento. O risco de um investimento pode ser considerado como a medida dessa incerteza. Ou seja, a probabilidade de o retorno obtido em um investimento ser diferente do esperado.
A relação Risco x Retorno
A questão é: será que existe alguma relação entre o risco e o retorno esperado de um investimento? Vamos imaginar que existam dois tipos de investimento no mercado. Ambos possuem exatamente o mesmo risco, porém o retorno esperado de um é maior do que do outro. Espera-se, evidentemente, que todos invistam no que oferece a melhor rentabilidade. Dessa forma, ou apenas o título de maior retorno esperado seria negociado no mercado, ou o outro título passaria a oferecer uma rentabilidade maior até o ponto em que alguns investidores demonstrassem interesse por ele. Na prática, encontramos no mercado diversos títulos e valores mobiliários sendo negociados com retornos esperados diferentes. Dessa forma, há que se esperar que os riscos sejam também diferentes. Ou seja, quanto maior for o risco de um investimento, maior deverá ser o seu retorno esperado. Ou, de outra forma, quanto maior o retorno esperado de um investimento, maior, provavelmente, será o seu risco.
Por essa razão, quando for investir procure sempre analisar o retorno e o risco conjuntamente. A análise apenas do retorno pode levá-lo a realizar investimentos com risco superior ao que estaria disposto a correr. E desconfie sempre de investimentos que prometam retornos milagrosos ou muito fora da realidade do mercado, pois os riscos inerentes podem ser muito altos. Em alguns casos, podem ser até mesmo uma fraude.
LEMBRE-SE: Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura
Diversificação
Diversificar é a prática de dividir o dinheiro entre diferentes investimentos para reduzir o risco. Uma expressão que resume muito bem essa estratégia é: “Não ponha todos os ovos em uma única cesta”.
Historicamente, observou-se que alguns tipos diferentes de investimento podem oscilar de forma também diferente. No momento em que uns registram queda, os outros acumulam ganhos ou permanecem inalterados, ou vice-versa. Imaginem, por exemplo, se uma empresa do setor de alimentos é fiscalizada pelos agentes reguladores de saúde, que descobrem que tal empresa não está seguindo os padrões mínimos exigidos de higiene. É muito provável que o mercado entenda que as vendas dessa empresa cairão e, consequentemente, os preços de negociação de suas ações também. Entretanto, esse fato não impacta a maioria das outras empresas negociadas no mercado. Algumas podem até ter um impacto oposto.
Concorrentes dessa hipotética empresa, por exemplo, podem vir a se beneficiar desse fato. Assim, temos um exemplo de um fato que impacta negativamente uma empresa, positivamente algumas e não tem qualquer impacto nas demais. A isso chamamos de risco específico ou diversificável. Um investidor que detiver apenas ações da empresa afetada terá uma perda muito maior do que outro que tenha uma carteira diversificada com mais ações. É claro que o contrário pode acontecer. Um fato positivo, que afete apenas uma empresa, pode fazer com que suas ações subam, enquanto outras caiam ou permaneçam inalteradas. Nessa hipótese, o investidor que detiver apenas a ação afetada ganhará mais do que aquele que tiver uma carteira diversificada. Entretanto, assumiu um risco maior para isso. Mais uma vez, mostramos a relação direta entre risco e retorno.
Deve-se ter em mente, entretanto, que a diversificação não é capaz de eliminar todo o risco de um investimento. Isso porque há fatos no mercado que afetam todos os ativos no mesmo sentido, seja positivo ou negativo. A expectativa de uma recessão econômica, por exemplo, muito provavelmente levará a uma queda nos preços de todos os ativos. A isso chamamos de risco sistêmico ou não diversificável.
Renda Fixa X Renda Variável
Nos investimentos em renda fixa, a remuneração, ou sua forma de cálculo, é previamente definida no momento da aplicação.
Ao investir seus recursos em um título de renda fixa, seja ele emitido pelo governo ou por uma empresa privada, o investidor está emprestando a quantia investida ao emissor do título para, em troca, depois de um certo período, receber o valor aplicado (denominado "principal"), acrescido de juros pagos como forma de remuneração de seu empréstimo.
As condições do investimento - tais como cláusulas de recompra, prazos, formas de remuneração e índices - são acertadas com o devedor (também chamado emissor do título ou tomador) no momento da aplicação.
Na renda fixa, assim como em qualquer investimento, sempre existe a possibilidade de perda do capital investido, no todo ou em parte.
Nos investimentos em títulos de renda variável, o investidor não tem como saber, previamente, qual será a rentabilidade da aplicação.
Porém, se a escolha for feita com critério, diante de opções bem avaliadas e com diversificação dos investimentos, a aplicação em renda variável poderá proporcionar ao investidor um retorno maior do que o obtido em aplicações de renda fixa.
As diferenças entre os títulos de renda fixa e os de renda variável estão diretamente ligadas ao processo de formação de preços em seus respectivos mercados.
Principais tipos de orçamento
O objetivo do controle orçamentário é coordenar, controlar e avaliar as operações da empresa, para sua realização elementos básicos como previsão, orçamento e controle são fundamentais, sendo que o orçamento é o pilar dessa estrutura.
Os principais tipos de orçamento são: orçamentos globais e parciais, orçamentos a curto e a longo prazo, orçamentos periódicos e contínuos e orçamentos flexíveis ou variáveis.
Todos possuem características diferentes, mas visam o mesmo objetivo que é atingir os resultados esperados.
O orçamento parcial aborda pontos específicos como: orçamento de vendas,
orçamentos de despesas administrativas ou o orçamento de caixa.
O orçamento global permite a composição antecipada de um Balanço e um
Demonstrativo de Lucros e Perdas referente ao próximo exercício. Isso é possível através da relação quantitativa de todos os itens operacionais e financeiros da empresa.
Os orçamentos globais são formados por dois grandes grupos de orçamentos parciais:
O primeiro grupo constitui o orçamento operacional que pode variar de empresa para empresa, abrangendo além das previsões de despesas e receitas das operações normais, as não vinculadas diretamente à atividade principal da empresa. Em geral, é composto dos seguintes orçamentos parciais: orçamento de vendas; orçamento de produção; orçamento de despesas de distribuição; orçamento de despesas administrativas e orçamento de outras receitas e despesas. O demonstrativo de lucros e perdas antecipado é composto pelas informações adquiridas no desenvolvimento dos orçamentos parciais.
O segundo grupo constitui o orçamento financeiro, composto pelo orçamento de caixa, orçamento de acréscimo de capital e projeção das depreciações. Esses orçamentos dependem de valores definidos no orçamento de operações e, por meio dessas informações, elabora-se o
balanço antecipado.
Orçamentos a curto e em longo prazo
É qualificado de curto prazo períodos de um ano ou menos, e longo prazo quando cobrem períodos maiores de um ano. Dependendo da natureza das operações da empresa, na qual existe a necessidade da antecipaçãode vários anos em termos de estudo de mercado, competição e investimentos, planos de dez anos são bastante comuns.
Orçamentos periódicos e contínuos
De acordo com as características do ramo de atividade da empresa, se existir certa segurança nas previsões referentes a períodos próximos a um ano, costuma-se adotar orçamentos do tipo periódico que podem ser anuais, semestrais, ou raramente trimestrais e não podem ser alterados até o final de sua vigência.
No caso das empresas, cujo ramo de atividade não prevê situações futuras, adota-se o orçamento contínuo onde a previsão é para três ou seis meses, ocorrendo uma atualização mensal e permitindo modificações no orçamento não previsíveis até o momento.
Orçamentos flexíveis ou variáveis
Existem grandes variações entre o orçamento e o desempenho real da empresa. Isso ocorre porque o orçamento é feito com base num determinado volume de operação que muitas vezes difere das operações reais.
Para essas variações foram desenvolvidos procedimentos que ajustam os valores orçados aos níveis reais de operação. O orçamento que contém, além dos valores totais, informações unitárias para os itens variáveis, é qualificado como flexível ou variável, onde os limites totais de despesas variam em função do nível de operações adotado.
Peças Orçamentárias
Um orçamento geral é composto das seguintes peças orçamentárias: orçamento de vendas; orçamento de produção; orçamento de matérias primas; orçamento de mão de obra direta; orçamento de custos indiretos de fabricação; orçamento do custo de produção e do custo de vendas; orçamento de despesas comerciais e administrativas; orçamento do fluxo de
caixa; orçamento do resultado; orçamento do balanço patrimonial
Orçamento de vendas
É a etapa inicial de todo o processo orçamentário e pode afetar a lucratividade da empresa. Trata-se de uma estimativa que determina quanto de um produto será vendido por um determinado preço e período. Nas indústrias a natureza, qualidade e quantidade dos produtos são definidas a partir de uma estimativa de vendas, que contém o fator básico das projeções de lucros.
O orçamento de vendas é uma das fases mais críticas e importantes por apresentar dificuldades bem acentuadas que são relacionadas com fatores como falta de estatística adequada, flutuações de mercado, sazonalidade, falta de informações detalhadas sobre planos da competição, diversidade dos produtos e reação do consumidor.
Se superestimado, esse orçamento pode gerar excessos de inventário de
produtos acabados ou, no caso da produção ter sido detida a tempo,
acarretará custos desnecessários associados com excessos de matérias primas
adquiridas ou excessos de mão-de-obra contratada. (PASSARELI;
AMORIM, 2003, p. 52).
Orçamento de produção
Finalizada a projeção de vendas, inicia-se a elaboração do orçamento de produção que consiste na formulação do plano de produção por tipo e unidade.
Passarelli e Amorim (2003, p. 65) dizem que “É a conversão do orçamento de vendas em plano de produção, levando-se em conta as diretrizes formuladas na política de estoques de produtos acabados escolhida pela empresa”. A respeito da capacidade de produção, o orçamento deve considerar:
Máxima utilização da capacidade de produção – evitar a ociosidade da capacidade produtiva.
Máxima estabilidade da produção – prevenção de oscilações consideráveis entre períodos de alta e baixa produção que acarretam em custos adicionais e
instabilidade na mão-de-obra.
Orçamento de matérias-primas
O orçamento de matérias-primas contribui aos gestores do processo na avaliação da necessidade física de cada tipo de matéria-prima utilizada nos diversos produtos da linha alimentícia. Além disso, proporciona uma análise mais apurada, facilitando na tomada de decisão sobre a adequação dos estoques, baseado em políticas de estocagem definidas previamente. Para tanto, é necessário uma política de compras, considerando os recursos
financeiros para investimentos no estoque, a capacidade de produção, bem como a finalidade de alcançar as metas operacionais dos gestores. Sendo assim, esse orçamento possui várias finalidades, podendo ser subdividido em consumo e custos de matérias-primas,compras e estoques.
O consumo e custos das matérias-primas estão baseados nas estruturas dos produtos em conjunto com o planejamento de produção, que determina as quantidades de matérias primas, componentes e materiais auxiliares, bem como os custos de cada tipo de produto acabado, para produção do período.
“Sua montagem é efetuada com base no processamento das informações oriundas do orçamento de produção, no conhecimento das quantidades de matérias-primas a serem aplicadas na produção de cada unidade de produto acabado, ou seja, do “fator de consumo”, e nos preços das matérias-primas.”(MOREIRA, 2008, p. 69)
Com o orçamento do consumo e custos das matérias-primas é necessária a compra e a estocagem dos mesmos, visando atingir às metas planejadas. “As compras de matérias primas, componentes e materiais auxiliares à produção serão orçadas com base nos orçamentos de consumo e de estoque de materiais. A diferença entre o consumo necessário e a política de estocagem de materiais dará as necessidades dos volumes a serem comprados.”(MARQUES, 2004, p. 212).
Esse orçamento possibilita a projeção dos valores a pagar aos fornecedores,
transferindo os saldos para o balanço patrimonial projetado. Para montagem desse orçamento são necessárias diversas informações como o tratamento de todos os impostos incidentes sobre compras, pagamentos a fornecedores, estoques finais previstos, entre outros. Diante dessas informações, esses parâmetros precisam ser revistos antes da montagem do orçamento
para uma evolução coerente dos dados.
Orçamento de mão-de-obra direta
O orçamento de mão-de-obra direta visa estabelecer a quantidade e o custo de horas trabalhadas aplicadas diretamente na produção, distribuídas por produtos, departamentos e períodos.
Para a composição deste orçamento é necessário obter a produção por período, capacidade de produção hora/máquina e hora/homem. O orçamento de mão-de-obra direta também é baseado nas informações fornecidas pelo controle do departamento pessoal,como exemplo todos os custos contidos em folha de pagamento.
Após o cálculo do orçamento, os custos totais de cada mês, serão transferidos para o fluxo de caixa projetado.
Orçamento dos custos indiretos de fabricação
Os gastos gerais de fabricação abrangem todos os custos fabris, no qual não são atribuídos diretamente no produto. Por tanto, precisa de um critério de rateio para que seja agregado o CIF ao custo dos produtos. Exemplo: Materiais indiretos, energia elétrica, telefone, aluguel da fábrica, seguro e depreciação de máquinas.
“O adequado planejamento desse tipo de custos constitui-se em fator importante para o êxito do plano de lucros, quer por envolver itens de composição bastante variada, quer por sua participação significativa no custo da produção”. (MOREIRA, 2008, p. 90).
Orçamento do custo de produção e do custo de vendas
O orçamento dos custos dos produtos vendidos compreende todos os gastos que a empresa tem no processo de produção, tais como, materiais, mão de obra direta e os custos indiretos de fabricação. É uma ferramenta importante, que permite calcular os custos dos produtos vendidos e avaliar os estoques, através da apuração dos custos unitários dos produtos acabados e dos que estão em elaboração. O valor do estoque inicial mais os gastos relacionados com a produção resultam no subtotal dos custos, que dividido pela quantidade de produtos acabados e os que serão produzidos chegamos ao custo médio. Para calcular o custo dos produtos vendidos multiplicamos o custo médio pela quantidade de vendas planejadas. O estoque final é decorrente do subtotal dos custos subtraído o custo dos produtos vendidos.
Orçamento de despesas comerciais e administrativas
O orçamento de despesas com vendas tem por objetivo prever os gastos necessários para a
realizaçãodas vendas. “As despesas de vendas são compostas de Despesas com pessoal de vendas, Comissões sobre vendas, Propaganda e publicidade, Provisão para devedores duvidosos, Viagens e representações, Fretes e carretos etc.” (HOJI, 2010, p. 268). O orçamento de despesas com vendas está diretamente associado ao orçamento de vendas, pois com base no planejamento será estipulado o gasto necessário para a realização das mesmas.
O orçamento de despesas administrativas está relacionado aos gastos necessários para gerir a empresa. “São constituídas de despesas como: Salários e encargos sociais do pessoal administrativo, Honorários do conselho e diretoria, Impostos e taxas, Aluguéis de escritórios, depreciação de
móveis e utensílios, serviços profissionais de auditoria e consultoria.” (HOJI, 2010, p. 268).
Orçamento do fluxo de caixa
O orçamento de caixa tem como objetivos básicos determinar o saldo de caixa no final do período orçado e estabelecer da maneira mais precisa valores e datas em que ocorrerão os pagamento e recebimentos.
É um dos últimos orçamentos a ser elaborado, porém, não menos importante.
Qualquer alteração referente ao saldo de caixa previsto exige revisão dos demais orçamentos.
Utiliza-se de informações contidas nos orçamentos anteriores e provenientes das políticas vigentes na empresa.
[...] a simples consideração dos efeitos que podem ter sobre a reputação e os
lucros da empresa, a falta da previsão adequada das suas disponibilidades e
necessidades de Caixa, enfatizam a importância deste orçamento e a
necessidade de que todos os esforços sejam mobilizados no sentido de obter
o máximo realismo em sua preparação. (PASSARELI; AMORIM, 2003, p.
111).
Orçamento do resultado
O orçamento da demonstração de resultados espelha o resultado final da operação de uma empresa. Nesta demonstração podemos verificar o lucro ou prejuízo de um determinado período projetado, na maioria das vezes as empresas almejam o lucro líquido.
A Demonstração de resultados é uma das peças mais importantes do
Orçamento, pois é nessa demonstração que se reflete o resultado final das
operações. As atividades de operações são conduzidas em função da “última
linha” da Demonstração de Resultado, que indica o lucro líquido (ou
prejuízo) do período.(HOJI, 2010, p.486).
Verificamos nesta demonstração a composição de vários orçamentos, como por exemplo, orçamento de vendas e orçamento de despesas de vendas e administrativas, consolidando dados já coletados anteriormente.
Orçamento do Balanço Patrimonial
O orçamento do balanço patrimonial é apurado para verificação das contas
patrimoniais de uma determinada instituição, igual à demonstração de resultado também compõem um conjunto de outros orçamentos.
Com o balanço patrimonial projetado concluído conseguimos calcular alguns índices financeiros importantes para análise, como por exemplo, os índices de liquidez geral e seca.
Além de refletir a origem de recursos pertinentes a empresa, demonstrada pelo patrimônio líquido.
Pontos positivo do orçamento para gestão 
Um planejamento global é um sistema que reúne um conjunto de planos e políticas, que estabelecidos e demonstrados a partir dos resultados financeiros, acabam permitindo à administração o conhecimento dos resultados operacionais da Organização, posteriormente, executando e acompanhando o planejamento para que os pontos positivos sejam alcançados e os possíveis pontos negativos sejam analisados e corrigidos.
De maneira fundamental, entende-se que o sistema orçamentário traz consigo a utilização de procedimentos e técnicas contábeis inseridos com antecedência aos fatos decorrentes de planos, metas e políticas afim de atingir o resultado desejado. Sendo assim, podemos salientar que, no fim do processo, a Organização consegue obter demonstrativos financeiros preparados e executados mediante condições antecipadas assim prevendo o que pode acontecer durante determinado período.
De acordo com Sanvicente (2000), a finalidade do orçamento empresarial é auxiliar nas tarefas de controle e planejamento, formalizando e sistematizando estas tarefas, criando assim condições para o aperfeiçoamento das ações administrativas, e permitindo uma aferição mais objetiva do desempenho dos diversos setores da Organização.
No ponto de vista de Narayanan (2009), os orçamentos desempenham quatro funções básicas, todas elas críticas ao sucesso geral de uma Organização em alcançar objetivos estratégicos, sendo, planejamento, coordenação e comunicação, monitoramento do progresso e avaliação de desempenho.
Para que um orçamento empresarial seja bem estruturado, ele deve ser planejado, mas como planejar um orçamento?
Primeiramente deve-se estabelecer com antecipação medidas a serem realizadas, ter ciência de todos os recursos que serão utilizados, podendo assim atribuir as competências relacionadas à um período pré-determinado.
Para que consigamos sucesso em um orçamento empresarial, devemos manter um ciclo de decisões múltiplas e inter-relacionadas, devendo ter consistência entre si e levar a Organização a objetivos comuns. O planejamento orçamentário tem como principal finalidade projetar os resultados das atividades previstas e programadas, assim podendo verificar em que medida o lucro ou o prejuízo, caso comparados aos objetivos que possam gerar rendas fixadas como meta, foram alcançados.
Segundo Narayanan (2009), o planejamento pode ser dividido em três etapas com o objetivo de assegurar que a Organização irá dispor de recursos para alcançar suas metas:
- Escolha das metas: as metas podem ser tão abrangentes quanto à missão estratégica da Organização.
- Rever opções e prever resultados: assim que as metas forem definidas, o próximo passo é observar as opções disponíveis para alcança-las e prever quais serão os resultados mais prováveis para cada opção.
- Decidir sobre as opções: após uma análise custos e benefícios potenciais de cada opção, deve-se decidir como alcançar as metas almejadas. Escolher que opções devem ser implementadas estabelece a direção que a Organização tomará. Isso é reflexo do orçamento.
Conceitos de Atuária
As ciências atuariais ou atuária caracterizam a área do conhecimento que analisa os riscos e expectativas financeiros e econômicos, principalmente na administração de seguros e pensões. Suas metodologias mais tradicionais são baseadas em teorias econômicas, envolvendo suas análises numa forte manipulação de dados, num contexto empresarial. Portanto, atuária é uma área de conhecimento multidisplinar, onde o domínio de conceitos em economia, administração, contabilidade, matemática, finanças e estatística são fundamentais para o entendimento dos modelos atuariais mais elementares.
Essa ciência surgiu há cerca de 150 anos na Inglaterra, estudando basicamente a mortalidade da população. A partir de então, ela voltava-se para o cálculo da expectativa de vida, com interesse nas questões de aposentadoria e pensão.
No século XX, a área de seguros expandiu a abrangência do estudo atuarial, e a inserção cada vez mais freqüente das empresas de seguro e pensão no mercado financeiro, fez com que a ciência atuarial se especializasse cada vez mais em campos econômicos e financeiros. A partir de então as empresas seguradoras passaram a oferecer programas de seguro de vida e outras especializações, o que gerou cada vez maior necessidade do desenvolvimento das ciências atuariais.
Os estudos da atuária dividem-se em dois principais ramos: o vida e o não-vida. O primeiro trata das questões de longo prazo, como aposentadoria, pensões, seguros de vida e saúde. O segundo está mais relacionado a característcas de curto prazo, como como os seguros de automóveis e responsabilidade civil.
Previdência Social 
Todo o processo de evolução da previdência social é fruto de árduas batalhas travadas pelas classes menos favorecidas. Os trabalhadores ansiavam por melhores condições de trabalho bem como por proteção aos riscos e aos infortúnios da vida, alterando, assim, a postura estatalface às políticas públicas. Assim, ao longo do tempo e após inúmeras lutas, nasce então a Seguridade Social, alicerçada ao princípio da universalidade da cobertura e do atendimento, gênero das espécies: saúde, previdência social e assistência social.Com a criação do Sistema da Seguridade Social de cunho protetivo[1], onde no Brasil, atualmente, tenta-se implementar tal sistema social, como consagrado na Constituição Federal de 1988, na qual, como ensina Wagner Balera, a Lei Maior instituiu um autêntico Sistema Nacional de Seguridade Social, que configura um conjunto normativo integrado de um sem-número de preceitos de hierarquia e configuração diversas, cuja finalidade deve ser a garantia do bem-estar e da justiça social, garantindo, a todos um mínimo quando submetidos às situações de necessidade.
Referido Sistema de Seguridade Social fundamentada aos princípios inerentes aos direitos sociais, de segunda geração, considerados como direitos fundamentais, está insculpido o princípio da universalidade de cobertura e do atendimento, consagrado como princípio Constitucional vetor do Sistema de Seguridade Social, indicando, assim, o ideário constitucional.Diante do mencionado, sobreleva conceituar a Seguridade Social como conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, com finalidade de assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência social e à assistência social (art. 194 da CF).
Destarte, as prestações tanto de saúde quanto de assistência social foram estendidas a toda a população, independentemente de contribuição prévia, ou seja, não estão condicionadas ao cumprimento de obrigações precedentes. Em contrapartida, as prestações referente à Previdência Social, estão atreladas ao custeio prévio e à filiação obrigatória, conforme dicção do artigo 201, caput da Constituição Federal de 1988, limitando algumas espécies de prestações a determinadas categorias de trabalhadores, em especial aos trabalhadores ativos.O princípio da universalidade da cobertura e do atendimento, previsto no artigo 194, parágrafo único, inciso I, da Lei Suprema, consiste em promover acesso amplo ao maior número de benefícios possível para proteger a população de todos os riscos sociais sejam previsíveis, sejam possíveis. No entanto, a universalidade de cobertura e do atendimento não se concretizou por inteiro, já que a Previdência Social não é universal, uma vez que só atende àqueles que são filiados e que contribuem para o sistema. Sendo, somente as prestações nas áreas da saúde assim como da assistência social, elencadas nos artigos 196 e 203 respectivamente, destinadas ao cidadão independente de sua contribuição, fazendo assim jus ao princípio citado.E, ainda, a Previdência Social é parte integrante dos direitos fundamentais, elencados no artigo 6° (direito do cidadão) e do artigo 7º, inciso IV (obrigação do Estado), ambos da Carta Magna, por se tratar de direito social, plenamente reconhecido pela Declaração dos Direitos Fundamentais do Homem de 1948.
Mas, sabe-se que os direitos humanos não são preexistentes, mas sim, construídos pela sociedade, assim, ao longo dos tempos, novas conquistas vão se agregando ao rol das garantias constitucionais, sendo essas conquistas voltadas, justamente, para a redução das desigualdades sociais, relacionadas ao tema das liberdades positivas, reais ou concretas, assegurando o princípio da igualdade material entre o ser humano, que são, usualmente, chamadas de 2ª geração.A Previdência Social atualmente é fixada como um direito humano de 2ª geração, como já falado. Devido à proteção individual que proporciona aos beneficiários, atendendo a condições mínimas de igualdade.Outrossim, os riscos sociais são um problema de toda a sociedade e não somente do particular. E como resultado de tantas lutas e conquistas, no rol dos direitos sociais, foi incluída a Seguridade Social (saúde, assistência social e previdência social), exigindo uma atuação concreta e positiva do Poder Público, bem como de toda a sociedade.
Diante disso, a Constituição determina que a Seguridade Social seja financiada por toda a sociedade, de maneira direta e indireta, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, assim como das contribuições sociais (art. 195, caput).Nessa esteira, o mesmo Estatuto Constitucional fixou em seu corpo a forma que a Previdência Social – que faz parte da Seguridade Social – será organizada, demonstrando seu caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados os critérios que conservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Assim é a Previdência Social, em especial, o Regime Geral de Previdência Social, é garantida pela Constituição Federal em seu artigo 201, in verbis:
“A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatório, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:
I – cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
II – proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no 2°.” (destaquei) (DVD Magister, 2011)
Como se depreende da leitura do referido artigo (caput), a organização Previdenciária Social é sustentada por dois princípios basilares, quais sejam: compulsoriedade – obriga a todos os trabalhadores que exerçam atividades remuneradas lícitas a filiarem-se ao regime da Previdência Social – e contributividade – para o cidadão ter direito a qualquer benefício da previdência social, é necessário a contribuição para a manutenção do sistema previdenciário. Já que a Constituição Federal manteve a idéia do Seguro Social (Previdência), baseada no direito privado, sendo somente beneficiários aqueles que contribuem (modelo bismarkiano, prestação é relacionada à cotização).
Também a Lei Suprema determina que o financiamento (contributividade) da Seguridade Social é responsabilidade de toda a sociedade, sendo que suas fontes são as receitas oriundas do Poder Público e as contribuições sociais.
Nas palavras de Zambitte (2010, p. 237), determina a lei que:
“A União é responsável pela cobertura de eventuais insuficiências financeiras da Seguridade Social, quando decorrentes do pagamento de benefícios de prestação continuada da Previdência Social, na forma da Lei Orçamentária Anual (art. 16, parágrafo único, da Lei nº 8.212/91).”
Ocorre que, tanto os princípios da compulsoriedade e da contributividade não são plenamente cumpridos. Pois, pessoas como o trabalhador rural (antes da Lei nº 8.213/1991, era dispensados do recolhimento, bastando, apenas, demonstrar sua atividade rural) ou, até mesmo o trabalhador formal que no seu primeiro dia de labor é acometido em acidente de trabalho ficando inválido, serão ambos beneficiados, mesmo que nunca contribuíram para a Previdência (de regime essencialmente contributivo), ocasionando, assim, para muitos doutrinadores, um dos motivos do desequilíbrio financeiro vivenciado pela Previdência Social.
Quanto ao regime de financiamento da Previdência Social, Zambitte ensina o seguinte:
“O regime de financiamento da Previdência Social encontra algumas técnicas básicas, além de diversas combinações entre elas. De modo elementar, pode-se identificar dois regimes básicos e opostos: a repartição simples e a capitalização.
No regime de repartição, os segurados contribuem para um fundo único, responsável pelo pagamento de todos os beneficiários do sistema.
No regime de capitalização, os recursos arrecadados com contribuições são investidos pelos administradores do fundo, tendo em vista o atendimento das prestações devidas aos segurados futuramente, ou seja, os valores pagos no futuro variação de acordo com as taxas de juros obtidas e a partir das opçõesde investimento dos administradores.” (ZAMBITTE, 2010, p. 43-44)
Zambitte completa ainda:
“Dentro deste contexto, surge com maior vigor, após a edição da Emenda Constitucional nº 20/98, a perene busca do equilíbrio financeiro e atuarial (art. 201, caput), requisito desde sempre elementar a todo sistema previdenciário, estatal ou privado.
Sucintamente, pode-se entender o equilíbrio financeiro como o saldo zero ou positivo do encontro entre receitas e despesas do sistema. Seria, pois, a manutenção do adequado funcionamento do sistema no momento atual e futuro, com o cumprimento de todas as obrigações pecuniárias, decorrentes de pagamentos de benefícios previdenciários. Para tanto, o administrador do sistema previdenciário deve preocupar-se com a garantia da arrecadação, evitando, de toda forma, flutuações danosas ao equilíbrio de contas.” (ZAMBITTE, 2010, p. 46-47)
Quanto ao equilíbrio atuarial Zambitte leciona o seguinte:
“Já o equilíbrio atuarial diz respeito à estabilização de massa, isto é, ao controle e prevenção de variações graves no perfil da clientela, como, por exemplo, grandes variações no universo de segurados ou amplas reduções de remuneração, as quais trazem desequilíbrio ao sistema inicialmente projetado.
A Atuária, ciência do seguro, irá cotejar o risco protegido e os recursos disponíveis para sua cobertura, vislumbrando sua viabilidade em diversos cenários, especialmente dentro das expectativas futuras em relação ao envelhecimento da população e às tendências da natalidade populacional.” (ZAMBITTE, 2010, p. 47)
Diante disso, tem-se que através dessas análises, que é possível aos administradores do Sistema Previdenciário, a adoção de medidas eficazes, em tempo hábil, para a correção de desvios, de maneira a conservar a segurança e a confiabilidade do sistema e evitar sua falência, o que iria excluir a proteção de milhões de segurados.
É em razão dessas análises que Zambitte, assim como outros, não acreditam que a Previdência Social esteja falida. Porém, há outros pontos de vistas, concordando que o Sistema Previdenciário do jeito que está, vai caminhando para sua falência, em face dos aspectos que serão, ao longo desta pesquisa, demonstrados, como por exemplo, a inversão da pirâmide populacional, em que no seu topo, estão ficando os jovens e trabalhadores ativos que financiam a Previdência dos aposentados de hoje; e, na sua base, estão os aposentados, ou seja, os trabalhadores inativos.Coadunando a estes aspectos de inversão da pirâmide populacional, pode-se dizer que, hoje a Previdência Social é uma instituição falida e que, se quiser, pode ser recuperada. E, por a mesma ser de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, beneficiando esta última, por que não encontrar uma solução que, de alguma forma minimize o desequilíbrio financeiro, que alegam existir?
Esse problema financeiro vivido por nosso Sistema Previdenciário também está sendo vivido por outros Países e, estes estão tentando solucioná-lo. Também podemos solucioná-lo, e a saída, pode estar em fazer valer os princípios basilares da Previdência Social, na reforma da Lei Previdenciária, na parceria da Previdência Social com a Previdência Complementar, na redução do grau de informalidade, na diminuição das alíquotas dos impostos para que as empresas possam sobreviver e gerar mais empregos formais, na criação de taxas de crescimento na economia e, talvez em último caso, no aumento do tempo de contribuição, no retardamento da idade mínima para se aposentar, uma vez que, estamos vivendo mais e com mais saúde, entre outras soluções.
A deficiência financeira vivida pelo sistema é um problema que deve ser estudado e analisado para que haja uma solução, já que o Brasil está envelhecendo e, nesse sentido, precisaremos da Previdência Social ainda mais, porém na atual situação financeira que a mesma se encontra, possivelmente não suportará pagar a aposentadoria de todos.
E para que haja um melhor entendimento do Sistema Previdenciário, se faz necessária uma breve análise de seu histórico.
Como dito alhures, a Previdência Social e a Assistência Social são espécies do gênero Seguridade Social, que fazem parte da 2ª geração dos direitos fundamentais do século XX, que possui como princípio a dignidade da pessoa humana. E a Previdência Social, carrega como princípio a solidariedade, tendo em vista assegurar ao trabalhador benefícios ou serviços quando estes se encontram sem condições de sustento próprio.A preocupação com as vicissitudes da vida tem sido uma constante da humanidade. Razão que desde os tempos remotos o homem vem se adaptando, no sentido de diminuir os efeitos das adversidades da vida, como: doença, fome, velhice, entre outros.
Diante disso, surge a chamada proteção social, fortemente aclamada pela sociedade industrial, onde os trabalhadores eram dizimados pelos acidentes trabalhistas e, a insegurança econômica pelo fato de a renda dos mesmos era única e exclusivamente adquirida pelos seus salários. Sem falar na escassez de empregos, pois havia grande influência de pessoas da zona rural par as cidades.Com isso nasce à importância da participação estatal, utilizando-se meios legais, com intuito de amenizar as desigualdades sociais, estabelecendo mecanismos de segurança social que propiciassem, além das demandas elementares da sociedade, em especial na área social, dando uma igualdade de oportunidades para todos.
Surge o princípio da solidariedade, onde a união faz a força, pois sua máxima é um por todos e todos por um.Nasce, juntamente, o mutualismo, onde indivíduos de uma mesma profissão, em regra, se associam para criar um fundo a ser utilizado na cobertura de certos riscos.Como se vê, as preocupações em torno dos problemas sociais são bem antigas.
Na Inglaterra, as primeiras leis sobre assistência pública datam de 1531 e 1536 e só foram consolidas em 1601 pela conhecida “Lei de Amparo aos Pobres” (Poor Relief Act), que estabeleceu o princípio de que à comunidade caberia a responsabilidade pela assistência pública. 
Como se vê o histórico da Previdência Social é assunto de extrema relevância, eis que somente desse modo, é que irá permitir o entendimento de diversos institutos securitários existentes atualmente, além de servir para evitar os erros cometidos no passado.
Mesmo que não exista muito consenso sobre as fases evolutivas da previdência social, Wladimir Novaes Martinezapud Zambitte (2010, p. 49), menciona dois grandes grupos; Feijó Coimbra, menciona três; e, Ilídio das Neves, quatro. Porém, a mais usual é a seguinte:
- fase inicial (até 1918): criação dos primeiros Regimes Previdenciários, com proteção limitada a alguns tipos de eventos, como acidentes do trabalho e invalidez;
- fase intermediária (de 1919 a 1945): expansão da Previdência pelo mundo, com a intervenção do Estado cada vez maior na área securitária; e,
- fase contemporânea (a partir de 1946): aumento da clientela atendida e dos benefícios. É o grau máximo doWelfare State, com a proteção de todos contra qualquer tipo de risco social.
Num primeiro momento, afirma-se que a proteção contra os infortúnios da vida tinha caráter eminentemente familiar, com os mais novos auxiliando os idosos e demais incapacitados para o trabalho. Contudo, tal proteção de cunho familiar, ainda que sobreviva até hoje, é evidentemente limitada, ainda mais nos dias atuais com uma maior degradação da unidade familiar.
E nestas épocas remotas, a proteção adicional existente tinha caráter privado, de fundos mutualistas, em que determinado grupo de pessoas unia-se, de forma voluntária, para a proteção mútua contra os riscos socais. E quanto aos necessitados, a assistência era patrocinada pela sociedade, também de forma voluntária.
Um grande avanço na sistemática da Assistência Social foi o Poor Relief Act (Inglaterra, 1601), cujo sistema criou uma contribuição obrigatória, arrecadada da sociedade pelo Estado para fins sociais. Este é considerado o primeiro ato relativo à Assistência Social propriamente dita, sendo assim, seu marco inicial.
Em 1891, externava-sea preocupação da Igreja com a proteção social, surge, então, a Encíclica Rerum Novarum, de Leão XIII. Referida instituição sempre teve papel importante no quadro evolutivo da Seguridade Social como um todo, por meio de cobranças constantes por uma maior participação dos Estados e da população como um todo na área social.
Há outras Encíclicas de importância na evolução securitária, quais sejam, Quadragesima Anno (1931); DiviniRedemptoris (1937); Mater et Magistra (1961); Pacem in Terris (1963); Guaudium et Spes (1965); e, Laborem Excercens (1981). 
Insta informar que o primeiro ponto fundamental para o estudo Previdenciário, ocorreu na Alemanha, no ano de 1883. O Chanceler Bismarck obteve aprovação do parlamento para dar seguimento no seu projeto de seguro doença, cujo sistema foi seguido pelo seguro de acidentes de trabalho já no ano de 1884, e também pelo seguro de invalidez e velhice, já em 1889.
Zambitte diz que essa foi a gênese da proteção garantida pelo Estado, funcionando este como arrecadador de contribuições exigidas compulsoriamente dos participantes do Sistema Securitário. Daí há as duas grandes e basilares características dos Regimes Previdenciários atuais: contributividade e compulsoriedade de filiação, assim como é o Sistema do Regime Geral de Previdência Social hoje, conforme esculpe o artigo 201 da Lei Suprema.
Neste grande momento, comemora-se o nascimento da prestação previdenciária como direito público subjetivo do segurado. A partir do momento em que o Estado cobra o pagamento compulsório de contribuições para o custeio de um sistema protetivo, o segurado pode exigir, a partir da ocorrência do evento determinante, o pagamento de seu benefício, não sendo correto o Estado alegar dificuldades financeiras para elidir-se a esta obrigação.
É em razão da existência deste direito subjetivo é que a Lei de Bismarck é conhecida como o marco inicial da Previdência Social no mundo.
No ano de 1885, na Noruega, aprova-se a cobertura diante de acidentes de trabalho e, também, cria-se um fundo especial em favor de doentes e do auxílio-funeral. É nesta mesma época que utiliza-se o termo Estado do Bem-Estar Social (Welfare State), por Ebbe Hertzberg.
Na Dinamarca, em 1891, cria-se a aposentadoria.
A Suécia desenvolve o primeiro plano de pensão nacional universal logo depois.
Na América Latina, os sistemas mais antigos foram criados na Argentina, seguido do Chile e do Uruguai, no início da década de 1920,
Nos Estados Unidas, o empobrecimento causado em razão da Grande Depressão de 1929, motivou o presidente da época, Franklin Roosevelt a criar o Comitê de Segurança Econômica, que incorporou recomendações à Lei de Seguridade Social de 1935 – Social Security Act.
Depois começam a surgir menções sobre a proteção social nas Constituições. A primeira Constituição a mencionar o seguro social foi a do México em 1917. Depois veio a Constituição de Weimar, 1919 que trouxe vários dispositivos relativos à previdência.
E assim, a partir do modelo bismarckiano, esta técnica protetiva espalhou-se pelo mundo todo, sendo que, no período entre as duas grandes guerras, houve uma maior abrangência da técnica, atingindo um número muito maior de pessoas.
Outro detalhe também importante, é que através da evolução histórica, vê-se com clareza a participação cada vez maior do Estado, proporcionando uma proteção mais eficaz da sociedade.
Foi no século XIX, em razão de um jogo político, que o Chanceler Otto Von Bismarck, introduziu na Alemanha um novo programa político, incluindo neste, os seguros sociais como estratégia estatal para acalmar a tensão predominante nas classes trabalhadoras. Assim, foi editada, em 1883 a lei que instituía o seguro-doença; e, em 1884, o seguro contra acidentes do trabalho, devido tão somente aos trabalhadores, mediante o custeio tripartido.
Esses conceitos sociais-democratas foram responsáveis pela construção do “Estado do Bem-Estar Social”, visando atender, concomitantemente, com outras demandas da sociedade, a Previdência Social.
Como visto, o Direito Previdenciário é fruto da revolução industrial e do desenvolvimento da sociedade humana.
O primeiro sistema de Seguro Social surgiu na Alemanha, possuindo caráter, meramente, político. Seu idealizador foi o chanceler Otto Von Bismarck, por volta de 1883. Nessa época, a idade mínima era de 70 (setenta) anos para se aposentar e, a expectativa de vida era de 40 (quarenta) anos.
Em seguida, a Constituição Mexicana de 1917 e a de Weimar de 1919, foram as primeiras a inserir normas a respeito da Previdência. É, então, o início do desenvolvimento das regras de Seguro Social.
No Brasil, a expressão aposentadoria, foi mencionada, pela primeira vez, na Constituição de 1891, a qual preceituava que a aposentadoria só era dada aos funcionários públicos a cargo de serviço da nação, em caso de invalidez.
Já a primeira menção expressa aos Direitos Previdenciários, foi feita na Constituição Federal de 1934, em seu artigo 121, § 1º, alínea “h”, in verbis:
“Art. 121, § 1º. A legislação do trabalho observará os seguintes preceitos, além de outros que colimem melhorar as condições do trabalhador: [...]
h – assistência médica e sanitária ao trabalhador e à gestante,... e instituição de previdência, mediante contribuição igual da União, do empregador e do empregado, a favor da velhice, da invalidez, da maternidade e nos casos de acidente do trabalho ou de morte.” (DVD Magister, 2011)
De lá para cá, tudo mudou. Inclusive a expectativa de vida aumentou, necessitando, com isso, de uma reforma previdenciária urgentemente.
Atualmente, a expectativa de vida do brasileiro é de 74 anos, segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Nesse seguimento, a questão da Previdência Social não é um problema só do Brasil, mas o mundo inteiro está discutindo, tentando encontrar soluções para que seja possível a “nova geração” ser beneficiada com a aposentadoria e, inclusive continuar garantindo os benefícios atuais.
Vários países da Europa já fizeram ou estão fazendo reformas na Previdência, aumentando a idade para aposentadoria e cortando gastos públicos, porque a expectativa de vida aumentou e, consequentemente, aumentando a parcela de idosos aposentados em relação aos jovens e futuro contribuintes da Previdência.
A China, o país de maior população do mundo, onde existe a “lei do filho único” adotada desde 1979, hoje, também já está preocupada com o futuro da aposentadoria, pois há um número muito grande de idosos e poucos jovens.
A Suécia estabeleceu um piso para todo mundo e, qualquer coisa fora disso seria contribuição. E a idade depende da expectativa de vida da geração a ser beneficiada com a aposentadoria.
A Espanha, em 2009, anunciava que estava com sua Previdência quebrada. Inclusive, o jornal “El Pais”, do final de outubro de 2009, trazia a seguinte manchete: “Uma geração sem aposentadoria”, talvez possa ser exagero a parte, mas o risco de que uma geração inteira não possa se aposentar é grande. Situação não muito diferente do Brasil e de outros países, como demonstrado.
Aqui no Brasil, a pessoa pode se aposentar, por exemplo, por tempo de contribuição: 35 (trinta e cinco) anos de contribuição se homem e 30 (trinta) anos se mulher; mesmo que não tenha completado a idade mínima para se aposentar que é de 65 (sessenta e cinco) anos se homem e 60 (sessenta anos) se mulher.  Idade mínima essa, menor que a atual expectativa de vida.
E ainda, atualmente o número de idosos no Brasil chega ao total de 23,5 milhões, representando, aproximadamente 12% da população e, a tendência é que se chegue a, pelo menos, 14% nos próximos 20 anos – quando uma sociedade é considerada envelhecida. Já que a média de filhos por mulher é, hoje, de 1,95 ou seja, abaixo do nível necessário para a reposição da população.
O aumento da expectativa de vida, devido ao avanço no campo da sociedade atrelado à redução da taxa de natalidade, são os reflexos do envelhecimento da população brasileira.
Nesse diapasão, o que se contribui para a PrevidênciaSocial não será suficiente para manter o benefício previdenciário para todos. Na verdade, hoje em dia já não está sendo possível mantê-lo. Vejamos:
·  atualmente, além da Previdência Social brasileira ser a mais cara do mundo, ela beneficia, não só com aposentadorias, mas outros serviços como salário família, auxílio reclusão, cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e outros; a arrecadação acumulada de 2011 (considerando as duas clientelas: urbana e rural), foi de 251,2 bilhões e a despesa, foi de 287,7 bilhões, gerando uma necessidade de financiamento de 36,5 bilhões que ficam a cargo do governo que tira esse dinheiro de outras áreas, inclusive da saúde;
· só no “governo Lula” houve mais de R$ 25 bilhões de exoneração de receita previdenciária;
· desde 2009, o fim do fator previdenciário vem causando grandes discussões, haja vista a falta de entendimento entre os votantes. O problema é que a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, aprovou, em outubro de 2009, o fim do FATOR PREVIDENCIÁRIO (índice introduzido pela Lei n° 9.876/99, com o fim de atender o princípio do equilíbrio financeiro e atuarial da Previdência Social) –  era uma fórmula adotada há 10 anos, que reduzia o valor do benefício para forçar os trabalhadores a adiar o pedido de aposentadoria, mesmo que tenham cumprido o tempo de contribuição, ou seja, era a troca da aposentadoria por contribuição pela aposentadoria por idade (EC 20/98) –, projeto de Lei n° 3.299/2008 que teve como relator o Deputado Federal Arnaldo Faria de Sá do PTB/SP. Esse fator gerava uma economia de em torno de 10 bilhões aos cofres públicos. De acordo com o economista e ex-ministro da Previdência Social, José Cechin, não era hora de aprovar tal projeto, face ao desequilíbrio financeiro vivido pela Previdência;
· houve um projeto de lei que facilitou os pedidos de pensão por quem não se casou em cartório. Esse projeto obriga a Previdência a reconhecer como dependente qualquer pessoa que mantenha união estável com o segurado, inclusive, as uniões homoafetivas;
· também, no ando de 2009, houve outro projeto, que viria para beneficiar cerca de 11 milhões de pessoas que vivem na informalidade. Os trabalhadores, com renda até um salário mínimo, poderão ter salários maternidade, auxílio doença e aposentadoria, bastando os mesmo se formalizarem pela internet, pagar uma contribuição de R$ 51,15 (cinquenta e um reais e quinze centavos) e imposto de R$ 1,00 (um real) a 5,00 (cinco reais);
· em 2011, outro projeto de lei (implantado pelo governo federal através da Lei nº. 12.470/2011), prevê que as donas de casa de baixa renda (renda familiar de até dois salários mínimos), tem plano de aposentadoria, inscrevendo-se no INSS, contribuindo com 5% do salário mínimo, passando ter o direito à aposentadoria por tempo de serviço aos 60 anos, auxílio-doença, salário-maternidade e pensão por morte para os seus dependentes legais.
Como se vê, tais projetos aqui citados e tantos outros,  que estão em votação ou já foram aprovados – claro que referidos projetos, por uma lado, se trata de grandes conquistas da população; mas, em contrapartida, os mesmos fazem aumentar ainda mais o “rombo” previdenciário, tornando a Previdência Social uma bomba-relógio.
Então o que fazer se o direito à Previdência Social está no rol dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituição Federal de 1988 em seus artigos 6.º e 7º?
As reformas previdenciárias começaram com a Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, que institui uma reforma na Previdência Social, consolidando o novo modelo previdenciário de caráter contributivo e atuarial. Pois a Previdência Social tem, por fim, assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção aos seus filiados, por motivo de incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente do assegurado.
Já que, conforme elenca o artigo 201 da Constituição Federal de 1988:
“A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, [...]” (DVD Magister, 2011)
Então, os princípios e diretrizes norteadas pela Previdência Social são a universalidade de participação nos planos previdenciários, mediante contribuição, ajudando, assim, a manter o sistema.
Percebe-se, veemente, que o conceito de Previdência Social, traz em si, o caráter de contributividade, no sentido de que somente aqueles que contribuírem serão beneficiados, sendo a assistência social e a saúde independente de contribuição, porém o Ministério da Previdência e Assistência Social cumula as ações de assistência e previdência.
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu o sistema de Seguridade Social, atuando simultaneamente nas áreas da Assistência e Previdência Social, e Saúde, de maneira que as contribuições sociais passaram a custear as ações do Estado nestas três áreas e, não mais especificamente no campo da Previdência Social.
Outro benefício da Previdência Social, embora sua concessão fique a cargo do Ministério do Trabalho, é o seguro desemprego (Lei nº 7.998/90).
Destarte, está mais do que provado que as contribuições sociais não são somente para manter e custear os benefícios concedidos pela Previdência Social.
Se, como salientado anteriormente, a Previdência Social brasileira é a mais cara do mundo e o fator previdenciário durante todo o seu tempo de vigência, funciona para gerar economia, onde está o dinheiro? Por que a Previdência é considerada uma bomba relógio? Há algo errado? Qual a solução? A final o déficit da Previdência existe?
O conceito de Seguridade Social encontra-se elencado no artigo 194 da Constituição Federal, pois o constituinte com o objetivo de ser um sistema protetivo – formado pelo Estado e por particulares –, até então inexistente em nosso país.
Na composição da Seguridade Social, a intervenção do Estado é obrigatória por meio de ação direta, atendendo a toda e qualquer demanda referente ao bem-estar da pessoa humana (trabalhadores em geral e seus dependentes, sustento de pessoas carentes e etc.).
Nesse sentido, ser a Seguridade Social brasileira definida conforme artigo 194, caput, da CF como: “conjunto integrado de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”. Garantindo, o mínimo de condição social necessária a uma vida digna, atendendo, assim, ao fundamento da República (artigo 1°, III, da CF/1988).
Nos termos do artigo 6°, da Constituição Federal, o direito da Seguridade Social é um direito social de índole positiva no rol dos Direitos Fundamentais.
Sendo uma característica dos Direitos Humanos, a universalidade quer dizer direitos de todas as pessoas. Sendo as prestações derivadas do sistema de Seguridade Social devem ser destinadas a quaisquer pessoas que delas necessitem, da maneira mais abrangente possível.
Em relação à Saúde básica (artigo 196 da CF), não pode apresentar qualquer tipo de discriminação no atendimento, sendo este, de acesso universal e igualitário. A Assistência Social (artigo 203 da CF), também não.
A Previdência Social possui natureza de seguro, criando um vínculo jurídico especial entre o Estado e o cidadão. E, aqui no Brasil existe o Regime Geral de Previdência, abrangendo todas as categoriais profissionais, de filiação até mesmo de forma facultativa para aqueles que não exerçam atividades laborais (com exceção dos servidores efetivos dos entes da Federação que possuem sistema previdenciário próprio), que é universal.
Essa universalidade possui aspecto tanto subjetivo bem como objetivo, servindo como princípio a organização das prestações de seguridade, abrangendo, na medida do possível ao máximo os riscos sociais.
Como se vê, o Sistema Previdenciário brasileiro, segue totalmente o modelo bismarkiano, ou seja, protege determinada categoria, haja vista, exigir contribuiçãoprévia, o que demonstra que não será toda a população que irá se beneficiar desse seguro.
Quem nunca contribui, não será aposentado, pois não é segurado, o máximo que tal indivíduo poderá conseguir é ser assistido pela Assistência Social – LOAS – caso este preencha os requisitos exigidos pelo sistema.
Outra situação que está deixando os legisladores preocupados é a questão do envelhecimento populacional e queda no número de trabalhadores que pressiona a aposentadoria global, como bem se vê constantemente nos jornais e revistas.
É verdade, o mundo está envelhecendo, pois na maioria dos países, a população está ficando mais velha, não estão tendo mais filhos e, inevitavelmente, consequências drásticas para sistemas de aposentadorias e outros sistemas de apoio a idosos, eis que há menos pessoas em idade economicamente ativa em relação a cada idoso. Isso significa que haverá menos trabalhadores, para pagar por mais aposentadorias.
O bom é que por meio desta trágica realidade previdenciária, há um fator ótimo: as pessoas estão vivendo mais, haja vista, o aumento da expectativa de vida, que vai para além dos 70 anos.
Mas o aumento de idosos é assustador quando se olha para o “precário” sistema previdenciário brasileiro. Precário no sentido de, embora os idosos e outros problemas sociais tenham aumentado, o que aumenta a cada dia ASSUSTADORAMENTE é a corrupção, os roubos contra os cofres públicos, os roubos contra a Previdência Social. E isso, quebra qualquer fundo previdenciário. É notório que ante as fraudes contra todo o sistema público, os funcionários públicos CONTRARIAM, SEM DÓ E NEM PIEDADE o princípio da supremacia do interesse público em detrimento do particular, já que roubam em seu favor ao passo que deixa a população a mercê de necessidades básicas e garantidas constitucionalmente.
Além desses percalços, há ainda a questão da crise financeira, pois muitas pessoas que se aposentaram durante a crise foram afetadas com a desvalorização dos ativos usados para pagar por um fundo de pensão.
 A crise também afetou o setor público, as contribuições para aposentadorias são afetadas por salários mais baixos e índices de desemprego mais altos.
Diante dos relatos, tem-se que a aposentadoria, em especial a do Regime Geral da Previdência Social, é uma garantia à sobrevivência econômica do indivíduo, que após determinado período laboral, ou por idade, ou em decorrência de enfermidade, ou acidente de trabalho, não tendo este, mais condições de exercer suas atividades laborativas, passe a perceber um determinado valor pelo plano de benefício a que lhe seja cabível para garantir o seu sustento básico.
A previdência social tem sua organização em caráter contributivo, ou seja, é um regime de seguro social, necessitando, para a concessão do prêmio, prévia contribuição dos segurados. Não sendo, assim, universal. Porém, há doutrinadores que acreditam ser o sistema de previdência no Brasil universal no que diz à sua capacidade de produção de efeitos jurídicos.
Desse modo, o que se vê são contribuições atuais para cobrir aposentadorias anteriores, já que os trabalhadores ativos contribuem com para que ocorra o pagamento dos benefícios previdenciários dos trabalhadores inativos. E como, dito alhures, a população de idosos está aumentando ao passo que a de trabalhadores diminuindo. E por essa razão é difícil manter o equilíbrio financeiro e atuarial do Sistema Previdenciário esculpido na Constituição Federal de 1988.
Para manter o Sistema Previdenciário equilibrado e para que todos possam, amanhã, usufruir de sua aposentadoria, são necessárias algumas medidas enérgicas, tais como: aumentar e tornar igual a idade de aposentadoria para homens e mulheres, no caso de trabalhadores urbanos, uma vez que a expectativa de vida aumentou consideravelmente; abolir, definitivamente a aposentadoria por tempo de contribuição; e, o mais importante, coibir as fraudes contra os cofres da Previdência Social, já que o dinheiro que existe ali, é de todos os contribuintes e não só de uma minoria que só pensa em benefício próprio.
Sociedades empresariais e sociedades simples
Uma das modificações básicas do novo Código Civil se refere ao Direito Empresarial, que constitui o objeto do Livro II de sua Parte Especial. Na realidade, a alteração começa na Parte Geral, com a distinção do artigo 53 entre sociedade e associação, aquela constituída pela união de pessoas que se organizam para fins econômicos e esta por terem outras finalidades.
Abandonada, porém, essa sinonímia do código revogado, surge uma distinção essencial entre sociedade simples e sociedade empresária. Não define a nova Lei Civil o que seja "sociedade empresária", mas seu conceito resulta da definição dada à figura do empresário, assim considerado "quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços" (artigo 986).
Há, a bem ver, dois significados da palavra empresa: um corresponde à atividade econômica como tal, tanto assim que, inicialmente, o Livro II se denominava Atividades Negociais, e não Direito de Empresa; a segunda acepção do termo concerne à pessoa jurídica que organiza essa atividade. Tomada a palavra empresa nesta segunda acepção, já estamos em condição de compreender melhor o artigo 982, que dispõe: "Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria do empresário sujeito a registro (Art. 967) e simples as demais."
Essa distinção entre duas espécies de sociedades, uma empresária e a outra simples, é fundamental ao entendimento de várias disposições do Código Civil, devendo-se saber que a denominação "Direito de Empresa", como o permite a figura verbal da sinédoque, emprega a parte pelo todo.
Esclarecido esse aspecto lingüístico, é da maior importância atentar para a tripla disposição do artigo 983, pelo qual a) "a sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos Arts. 1.039 a 1.092"; b) "a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos"; c) "e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias".
Uma errônea interpretação do artigo 983 tem levado à conclusão de que a sociedade simples se subordina sempre às regras que lhe são próprias, ou seja, às do artigo 997 usque 1.038, quando, em verdade, como vimos, ela pode - sem perder a sua qualidade de sociedade simples - sujeitar-se às normas pertinentes às sociedades personificadas, isto é, às sociedades em nome coletivo e demais sociedades disciplinadas pelos artigos 1.039 até 1.092.
Como se vê, as normas que regem a sociedade simples têm caráter geral, prevalecendo essas normas, salvo se, como já disse, os contratantes preferirem submeter-se às regras relativas às demais sociedades personificadas, pois, em princípio, a sociedade simples pode ter amplíssima configuração normativa, só não podendo ser cooperativa. Haveria, assim, também sociedade simples de forma limitada ou anônima, a critério de seus instituidores, muito embora me pareça pouco provável a segunda hipótese. Em qualquer caso, ela deve inscrever-se no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, conforme o artigo 998, menos as de advogados que se inscrevem na OAB. Todas elas podem instituir sucursal, filial ou agência, obedecido o disposto no artigo 1.000 quanto ao respectivo registro.
Tanto a sociedade simples como a empresária podem constituir-se para prestação de serviço, mas, a meu ver, na primeira, a palavra "serviço" corresponde à profissão exercida pelo sócio. Na sociedade empresária, ao contrário, os serviços são organizados tendo em vista a sua produção ou circulação, dependendo da finalidade visada. É o que se dá quando uma empresa é organizada para prestação de serviços, como, por exemplo, os de transmissão ou distribuição de energia elétrica, ou de transporte.
Estabelecida a natureza jurídica da sociedade simples, verificamos que ela constitui o tipo geral aplicável no caso de se objetivar uma reunião associativa para

Outros materiais