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Direito Fundamental

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1. Direito à vida. (Art. 5º, Caput)
 
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida [...]”.
 
O direito à vida é considerado como o bem jurídico de maior relevância. Seu significado é amplo, pois se conecta com outros direitos, como: liberdade, igualdade, dignidade, lazer, educação etc.
 
Constitui direito fundamental tanto a expectativa de vida exterior (vida intrauterina) como a sua consumação efetiva (vida extrauterina).
 
1.1 Início
 
O direito à vida tem início com a fecundação do óvulo materno, tendo em vista que, o embrião traz a carga genética própria, sendo individualizado, não podendo ser confundido com seus pais.
 
“A personalidade civil do homem começa com o nascimento com vida, mas a lei põe a salvo os direitos do nascituro, uma vez que neste há vida” (TJSP, 1ª Câm. Cív, AC 193.648-1/SP) (Art. 2º do CC).
 
Direito à vida – direito à existência, à integridade físico-corporal e à integridade moral.
 
1.2 Direito à existência     
 
É o direito de estar vivo, de defender a própria vida (legítima defesa/estado de necessidade), de não ter a vida interrompida senão pela morte espontânea e inevitável. “É mais um processo (processo vital), que se instaura com a concepção (ou germinação vegetal), transforma-se, progride, mantendo sua identidade, até que muda de qualidade, deixando então, de ser vida para ser morte. Tudo que interfere em prejuízo deste fluir espontâneo e incessante contraria a vida”. [1]
 
1.3 Direito à integridade física  
 
A agressão ao corpo humano implica na agressão à vida, sendo a integridade física um bem vital que revela um direito fundamental do indivíduo. A punição se dá pela legislação penal para a prática de lesão corporal. A CF/88, art. 5º, inciso XLIX foi expressa no tocante à integridade física dos presos “é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”.
 
1.4 Direito à integridade moral
 
A vida humana não se resume num conjunto de elementos materiais, há valores imateriais como os morais. A moral do ser humano envolve a honra, o bom nome, a boa fama, a reputação, sem as quais o indivíduo fica reduzido a uma condição animal. O valor moral do indivíduo é de suma importância, tornando-o indenizável, nos termos da CF/88 “V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem. X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. Por esta razão é objeto também de tutela penal a honra contra a calúnia, a difamação e a injúria.
 
1.5 Pena de Morte
 
A pena de morte é a pena capital consistente em tirar a vida de um criminoso pelo seu alto grau de periculosidade ou pela gravidade do delito praticado.
 
De acordo com dispositivo constitucional, será vedada a adoção da pena de morte, salvo em caso de guerra declarada. (CF, art. 5º, XLVII, a).
 
Motivos: possibilidade de erro judiciário, estatísticas de que a pena de morte não diminui a criminalidade e o respeito a princípio humanitário.
 
Possibilidade de adoção: Impossibilidade em vista de tratar-se de cláusula pétrea (art. 60, § 4º, IV).
 
1.6 Aborto      
 
O aborto pode ser considerado como a interrupção da gravidez antes do seu termo normal, com ou sem expulsão do feto, espontâneo ou provocado.[2]
 
De acordo com o Código Penal a prática de aborto constitui crime. Há, no entanto, exceções previstas no próprio Código Penal que não violam o dispositivo constitucional, quais sejam: aborto necessário (médico que pratica o aborto para salvar a vida da gestante) e aborto sentimental (gravidez resultante de estupro, atentando contra a liberdade sexual da mulher), art. 128, I e II do CP.
 
Questão: interrupção da gravidez de fetos anencéfalos. O Supremo Tribunal Federal (STF),em uma decisão por ampla maioria, com 8 votos a favor e 2 contra, decidiu permitir a interrupção da gravidez em casos de anencefalia - quando não acontece a formação do cérebro no feto. 
 
1.7 Eutanásia
 
A eutanásia pode ser considerada como a morte piedosa, realizada a pedido do próprio doente, ante a sua incurabilidade e sofrimento insuportável [3].
 
Do ponto de vista jurídico a eutanásia não é permitida por lei, sendo considerada pelo Código Penal como homicídio (art. 121) ou induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio.
 
“Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio. Vítima que se encontrava internada em hospital, com moléstia incurável. Preferência pela morte, na eventualidade de ter que ficar na dependência de terceiro. Neto que lhe leva pasta com documentos e arma de fogo, sabendo das intenções do avô. Suicídio praticado. Réu pronunciado”. (TJSP, RT, 720:407).
 
Objeto de Reforma do Código Penal:
 
Eutanásia § 3.º. Se o autor do crime é cônjuge, companheiro, ascendente, descendente, irmão ou pessoa ligada por estreitos laços de afeição à vítima, e agiu por compaixão, a pedido desta, imputável e maior de dezoito anos, para abreviar-lhe sofrimento físico insuportável, em razão de doença grave e em estado terminal, devidamente diagnosticados: Pena reclusão, de dois a cinco anos.
Exclusão de ilicitude § 4.º. Não constitui crime deixar de manter a vida de alguém por meio artificial, se previamente atestada por dois médicos a morte como iminente e inevitável, e desde que haja consentimento do paciente ou, em sua impossibilidade, de cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão.
Princípio da Igualdade
 
1. Princípio da igualdade (isonomia/paridade) – O nosso texto constitucional consagrou em seu artigo 5º o princípio da igualdade, onde todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza [...]. Trata-se de uma igualdade de possibilidades virtuais na lei e perante a lei, ou seja, todos os cidadãos têm o direito de tratamento idêntico pela lei, em consonância com os critérios estabelecidos pelo ordenamento jurídico.
 
O legislador constituinte preocupou-se com o direito fundamental de igualdade sendo este um dos objetivos fundamentais do País: erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais (art. 3º, III da CF/88); promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, IV da CF/88).
 
2. Violação – O que viola o princípio da igualdade são as diferenciações arbitrárias, discriminações absurdas sem amparo legal, uma vez que, o tratamento desigual de casos desiguais, na medida de suas desigualdades, é exigência do próprio direito e da Justiça. Considera-se lesado o princípio constitucional quando o elemento discriminador não encontra uma finalidade acolhida pelo direito.
 
3. Finalidade limitadora do princípio da igualdade – O princípio da igualdade tem uma tríplice finalidade limitadora: a) ao legislador; b) intérprete/autoridade pública; c) particular.
 
a)       Legislador – O legislador no exercício da sua função normativa não poderá afastar-se do princípio da igualdade, sob pena de inconstitucionalidade.
 
b)       O intérprete e/ou a autoridade pública não poderão aplicar as leis e os atos normativos aos casos concretos de forma a criar desigualdades arbitrárias.
 
c)       Particular – Não poderá pautar-se em condutas discriminatórias, preconceituosas ou racistas sob pena de ser responsabilizado civil e penalmente.       
 
4. Igualdade de homens e mulheres – igualdade contemplada na norma geral da igualdade perante a lei e em todas as normas constitucionais que vedam a discriminação em razão de sexo. De forma específica “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição” (art. 5º, I da CF/88). Assim, há tratamentos desiguais entre homens e mulheres previstos na própria constituição que não violam o princípio da igualdade, desde que acolhidos pelo direito. Ex: art. 40, §1º, III,a e b da CF/88.
 
5. Igualdade jurisdicional – trata-se da igualdade perante o juiz, que ao conceder tutelas jurisdicionais não poderá fazer distinção entre situações iguais, ao aplicar a lei. Decorrem da igualdade jurisdicional:
 
XXXVII (art. 5º, CF)– não haverá juízo ou tribunal de exceção. A vedação de juízo de exceção caracteriza o juiz natural, consubstanciado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, art. 10 “Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.”. Desta forma, o juiz natural é o juízo competente para conhecer e julgar determinada ação, no gozo de independência e imparcialidade.
 
LIII(art. 5º, CF) – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente.
 
Cabe ao magistrado, agindo com independência e imparcialidade não condenar o imputado sem ouvi-lo anteriormente.
 
LV (art. 5º, CF) – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
 
Art. 125, I (CPC) – O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe: I – assegurar às partes igualdade de tratamento.
 
A garantia de acessibilidade à justiça também deve se revestir do princípio de igualdade, onde todos devem ter condições de buscar o Poder Judiciário. Questão da capacidade postulatória e a necessidade da contratação de serviços de um profissional do direito (advogado).
 
XXXV (art. 5º, CF) – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
 
LXXIV (art. 5º, CF) – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.
 
6. Igualdade sem distinção de idade – a idade tem sido motivo de discriminação, principalmente no que tange às relações de emprego.
 
XXX (art. 7º, CF) – proibição de diferenças de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
    
Limitação de Idade em Concurso Público – A proibição genérica de acesso a determinadas carreiras públicas simplesmente pelo critério da idade consiste em flagrante inconstitucionalidade, já que não há finalidade acolhida pelo direito, com violação dos seguintes preceitos constitucionais: Art. 5º, caput e art. 7º, XXX.
 
Súmula 683 do STF – “O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”.
 
O Conselho Nacional de Justiça entendeu ser incabível a fixação de limite de idade máxima (45 anos) para ingresso no concurso da Magistratura, uma vez que, a natureza das atribuições do cargo não exige a finalidade específica de idade, sendo que, pelo próprio texto constitucional, na hipótese de ingresso no STF e Tribunais Superiores, a idade máxima prevista é de 65 anos.
 
7. Igualdade perante a lei penal – Este tipo de igualdade está longe de ser a aplicação da mesma pena para o mesmo delito. O que se pretende é que a mesma lei penal e seus sistemas de sanções devem ser aplicados a todos àqueles que pratiquem o fato típico definido em lei.  Há que se lembrar que, em regra, o mesmo crime é praticado em circunstâncias diferentes, por pessoas em condições distintas.
 
XLVI (art. 5º, CF) – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes [...].
 
8. Princípio da não discriminação – O legislador constituinte preocupou-se com a questão da discriminação, exigindo para tanto, normas penais rigorosas.
 
XLI (art. 5º, CF) – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais.  
 
 
DIREITO DE LIBERDADE
 
Artigo 5º da CF/88 
 
 Neste módulo estudaremos o direito de liberdade, que consiste na faculdade que todo o indivíduo tem de escolher, sem restrições, fazer ou deixar de fazer alguma coisa, em virtude de sua exclusiva e íntima determinação. [1]
 
                Sabemos que não existe a liberdade irrestrita e no âmbito das relações particulares, podemos dizer que, pode-se fazer tudo o que a lei não proíbe, vigorando assim o princípio da autonomia da vontade como corolário do princípio da legalidade previsto no artigo 5º, II da CF que reza: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.    
 
                Em termos constitucionais, a lei magna disciplina algumas situações que envolvem o direito de liberdade, senão vejamos:
 
Liberdade de manifestação de Pensamento
 
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.
 
                “O Estado democrático defende o conteúdo essencial da manifestação da liberdade, que é assegurado tanto sob o aspecto positivo, ou seja, proteção da exteriorização da opinião, como sob o aspecto negativo, referente à proibição de censura”.[2]
 
                Os escritos anônimos não podem justificar, por si só, desde que isoladamente considerados, a imediata instauração da persecução criminal, salvo de produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando constituírem o corpo de delito. É o exemplo dos bilhetes escritos para resgate nos delitos de extorsão mediante sequestro, ou ainda, nas cartas que evidenciem a prática de crimes contra o honra ou que corporifiquem o delito de ameaça. (STF. Inq. 1957. J. 11.05.2005).  
 
Liberdade de atividade intelectual, artística, científica ou de comunicação.
 
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.
 
                A manifestação do pensamento é livre e garantida em nível constitucional, não obstante, é vedado o anonimato e abusos ocorridos estarão sujeitos à apreciação do Poder Judiciário com responsabilização civil e penal. Lei federal deverá regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, faixas etárias, locais e horários em que a apresentação possa se mostrar inadequada.
 
Liberdade de consciência, crença e culto.
 
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.
 
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada na lei.
 
                Quanto à privação de direitos por motivo de crença ou de convicção filosófica ou política, esta somente poderá ocorrer em virtude do não cumprimento de uma obrigação a todos imposta e descumprimento de prestação alternativa fixada em lei.
 
                Com o tema específico, vários desdobramentos do dispositivo legal podem ser encontrados, tais como:
 
a) ensino religioso nos colégios – artigo 210 § 1º, de matrícula facultativa.
b) casamento perante autoridades religiosas com efeito civis – artigo 226, § 2º.
c) transfusão de sangue nas testemunhas de Jeová – prevalência do direito à vida.
 
Liberdade de Profissão.
 
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
 
                Tendo em vista tratar-se de norma constitucional de eficácia contida, lei infraconstitucional limitará o seu alcance, fixando condições ou requisitos para o pleno exercício da profissão. Ex: Exame de Ordem (art. 8º, IV da Lei 8.906/94 como requisito para a inscrição junto à OAB). Os requisitos que a lei estabelecer para o exercício de uma profissão têm de ser técnicos e aplicáveis a todos indistintamente.
 
                Em sede de RE 511.961, o STF reconheceu a inconstitucionalidade da exigência contida no Decreto-lei n. 972/69,que determinava ser condição indispensável para o exercício da profissão de jornalista o diploma de conclusão do curso superior de Jornalismo. Segundo o STF, a atividade de jornalista não requer qualificações profissionais específicas indispensáveis à proteção da coletividade, razão pela qual a exigência se mostraria inconstitucional.
 
                Não obstante, o Senado Federal aprovou em agosto/2012 a PEC 33/2009 que torna obrigatório o diploma de curso superior de Comunicação Social, habilitação jornalismo para o exercício da profissão de jornalista. A proposta tenta neutralizar decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de junho de 2009 que revogou a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista.
 
Liberdade de locomoção.
 
XV- é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
 
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
 
                Trata-se de direito relativo que poderá sofrer restrição na vigência do estado de defesa (No estado de defesa, busca-se preservar (caráter preventivo) ou restabelecer a ordem pública e a paz social. Também utilizado nos casos de calamidade) e estado de sítio (nos casos de ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa e guerra declarada).
 
Direito de Propriedade
 
Neste módulo veremos noções introdutórias sobre o direito de propriedade enquanto direito fundamental da pessoa humana, já que o assunto será objeto de disciplina específica durante o curso.
 
Dispõe o artigo 5º da CF/88:
 
XXII – é garantido o direito de propriedade.
 
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social.
 
Como regra geral o direito de propriedade é garantido pela constituição federal, a qual deverá atender à sua função social.
 
Art. 182, § 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
 
Art. 186 – A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: aproveitamento racional e adequado, utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente, observância das disposições que regulam as relações de trabalho e exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
 
Trata-se de direito relativo, pois a propriedade poderá ser desapropriada por necessidade ou utilidade pública.
 
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição.
 
O direito de propriedade ainda poderá ser restringido através da requisição, no caso de iminente perigo público, podendo a autoridade competente usar a propriedade particular, assegurada a indenização ulterior se houver dano.
 
No caso de expropriação prevista no artigo 243 não haverá qualquer indenização ao proprietário sem prejuízo das sanções previstas em lei.
 
Art. 243 – As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
 DIREITOS DA NACIONALIDADE
 
Conceito – A nacionalidade pode ser definida como o vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que este indivíduo passe a integrar o povo daquele Estado e, por conseqüência, desfrute de direitos e submeta-se a obrigações.[1]
 
Espécies – A doutrina distinguiu a nacionalidade em duas espécies: a)originária; e b) adquirida.
 
a)       Originária – é aquela que independe da vontade do indivíduo, é imposta unilateralmente pelo Estado no momento do nascimento. Há dois critérios estabelecidos: ius sanguinis (o que interessa para a aquisição da nacionalidade é o sangue, a filiação, a ascendência, pouco importando o local de nascimento), e o ius solis (também conhecido como critério da territorialidade. Aqui, o que importa é o local do nascimento e não a descendência).
b)       Adquirida – é aquela que se adquire por vontade própria, depois do nascimento, normalmente pela naturalização.
 
Brasileiro Nato – Como regra o Brasil adotou o critério do ius solis, porém, a regra não é absoluta, contemplando exceções:
 
a) ius solis - qualquer pessoa que nascer no território brasileiro, salvo se os pais estrangeiros estiverem no Brasil a serviço de seu país. (Art. 12 – I, a).
b) ius sanguinis + serviço do Brasil – filhos de pais brasileiros nascidos no estrangeiro em serviço da República Federativa do Brasil ( Art. 12, I, b).
c) ius sanguinis + registro – filhos de pais brasileiros nascidos no estrangeiro sem estar a serviço da República Federativa do Brasil, desde que tenham seus registros em repartições brasileiras competentes. (Art. 12, I, c).
d) ius sanguinis + opção confirmativa - filhos de pais brasileiros nascidos no estrangeiro sem estar a serviço da República Federativa do Brasil e que venham a residir no Brasil e optem, após a maioridade, pela nacionalidade brasileira (Art. 12, I, c).
 
Brasileiro Naturalizado – Como forma de aquisição da nacionalidade secundária a nossa CF prevê o processo de naturalização que depende da vontade do interessado e da autorização estatal (ato discricionário).
 
a) originários de países de Língua Portuguesa – residência por 1 ano ininterrupto e idoneidade moral.
b)estrangeiros de qualquer nacionalidade – residência por mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal.
   
Tratamento – A CF/88 preconiza em seu artigo 5º, caput, o princípio da igualdade, não podendo haver distinção de nenhuma natureza. Não obstante, o artigo 12, §2º reza: A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo os casos previstos nesta Constituição (rol taxativo).
 
Art. 5º, LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.
 
Art. 12, §3º - São privativos de brasileiros natos os cargos: I – de Presidente e Vice-Presidente da República; II – de Presidente da Câmara dos Deputados; III – de Presidente do Senado Federal; IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V – da carreira diplomática; VI – de oficial das Forças Armadas; VII – de Ministro de Estado de Defesa.
 
Art. 12, §4º, I – Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
 
Art. 89, VII – O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
 
Art. 222 – A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
DIREITOS POLÍTICOS
 
Conceito – São instrumentos por meio dos quais a CF garante o exercício da soberania popular (poder de cada membro da sociedade estatal de escolher os seus representantes no governo por meio do sufrágio universal e do voto direto, secreto e igualitário), atribuindo poderes aos cidadãos para interferiremna condução da coisa pública, seja direta ou indiretamente.[1]
 
Previsão constitucional - Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela União indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
II – a cidadania;
Parágrafo único: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
 
Art. 14 A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I – plebiscito; II – referendo; III iniciativa popular.
 
Estado Democrático de Direito - I – Democracia direta (o povo exerce por si o poder); II – Democracia representativa (o povo, soberano, elege representantes); III – Democracia semidireta ou participativa (híbrida, representativa, com peculiaridades da democracia direta).
 
Democracia semidireta ou participativa – a) Plebiscito: Convocado pelo Congresso Nacional (competência exclusiva), com anterioridade ao ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
 
Art. 2º do ADCT: No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, a través de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no País.  
 
b) Referendo: Autorizado pelo Congresso Nacional (competência exclusiva), com posterioridade ao ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.
 
Exemplo: Estatuto do Desarmamento (Lei n. 10.826/2003)
 
Questão: “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?”
 
c) Iniciativa popular: Em âmbito federal, na apresentação de projeto de lei (um só assunto) à Câmara dos Deputados, subscrito por no mínimo 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, cinco Estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.
 
Exemplo: Lei 8930/94 (Lei Glória Perez)
 
Direito Político positivo – Também conhecido como direito de sufrágio se caracteriza pela capacidade eleitoral ativa e pela capacidade eleitoral passiva.
 
a) capacidade eleitoral ativa – direito de votar, capacidade de ser eleitor. O exercício do sufrágio ativo se dá pelo voto, que pressupõe: alistamento eleitoral (título), nacionalidade brasileira, idade mínima de 16 anos e não ser conscrito. O voto poderá ser obrigatório ou facultativo.
 
a1) obrigatório – maiores de 18 e menores de 70 anos.
a2) facultativo – maiores de 16 e menores de 18 anos de idade; analfabetos e maiores de 70 anos de idade.
 
Cláusula pétrea – Art. 60, §4º, II - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: II – o voto direto, secreto, universal e periódico.
 
b) capacidade eleitoral passiva – possibilidade de eleger-se, concorrendo a um mandato eletivo, mediante o preenchimento das condições de elegibilidade: nacionalidade brasileira, pleno exercício dos direitos políticos, alistamento eleitoral, domicílio eleitoral na circunscrição, filiação partidária e idade mínima de acordo com o cargo ao qual se candidata. (Art. 14, §3º CF).  
 
Direito Político negativo – são formulações constitucionais/legais restritivas e impeditivas das atividades político-partidárias, privando o cidadão do exercício de seus direitos políticos, impedindo-o de eleger um candidato ou de ser eleito.
a) Inelegibilidades – impossibilidade de eleger-se. Pode ser absoluta (inalistável e o analfabeto) ou relativa (em razão da função, concorrência a outros cargos, de parentesco e militares). O artigo 14, § 9º determina que: Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
 
Perda dos Direitos Políticos – A perda dos direitos políticos poderá dar-se:
a) pelo cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado.
b) pela recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VII.
c) perda da nacionalidade brasileira em virtude de outra.
 
Suspensão dos Direitos Políticos - suspensão poderá dar-se:
a) incapacidade civil absoluta.
b) condenação criminal transitada em julgado.
c) improbidade administrativa.                  
DIREITOS SOCIAIS
 
Conceito – são direitos fundamentais do homem, caracterizando-se como verdadeiras liberdades positivas, de observância obrigatória em um Estado Social de Direito, tendo por finalidade a melhoria de condições de vida aos hipossuficientes, visando à concretização da igualdade social”. [1]
 
Art. 6o - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
 
1. Trabalhadores – O legislador constituinte definiu o trabalhador subordinado como sendo o empregado, ou seja, aquele que tiver algum vínculo empregatício, no entanto, a CF será aplicada aos demais trabalhadores nela expressamente indicados.
 
As normas relativas aos direitos sociais previstos constitucionalmente são normas de ordem pública, e, portanto, invioláveis pela vontade das partes contraentes da relação trabalhista.
 
Rol dos direitos sociais – No art. 7º da CF foram definidos alguns direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social. Trata-se de rol exemplificativo, de forma que os direitos aqui previstos não esgotam os direitos fundamentais que se encontram no corpo da CF/88.
 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
 
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; (Direito à segurança do trabalho – despedida arbitrária funda-se na motivação disciplinar, técnica, econômica ou financeira).
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei.
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal.
XVII - gozode férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
 XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social.
 
Direito de Greve – O direito de greve é previsto constitucionalmente, consistindo num instrumento de autodefesa, que implica na abstenção simultânea do trabalho. É um procedimento de pressão, com a finalidade primordial de defender interesses da profissão (greves reivindicativas), ou políticas, de solidariedade ou de protesto. Caráter pacífico.
 
2. Educação – A educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
 
Os serviços de educação configuram serviço público, podendo ser desenvolvido pelo setor privado.
 
Princípios constitucionais do ensino:
 
·         Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.
·         Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber.
·         Pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino.
·         Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.
·         Valorização dos profissionais da educação escolar.
·         Garantia de padrão de qualidade.
 
 
Objetivos constitucionais da educação:
 
·         Erradicação do analfabetismo.
·         Universalização do atendimento escolar.
·         Melhoria da qualidade de ensino.
·         Formação para o trabalho.
·         Promoção humanística, científica e tecnologia do país.
 
 
 Organização dos Sistemas de Ensino:
 
·         União organizará o sistema federal de ensino e dos Territórios (instituições de ensino públicas federais)
·         Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil (ensino fundamental obrigatório e gratuito).
·         Estados e Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio.
 
3. Saúde – A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário a ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, sendo de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou por meio de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
 
Sistema Único de Saúde (SUS) – O art. 198 da CF estabelece que as ações e os serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado, com atribuições, controle e fiscalização dos serviços de saúde.
 
4. Previdência Social – Organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, atendendo aos seguintes preceitos:
 
·         Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada.
·         Proteção à maternidade, especialmente à gestante.
·         Proteção ao Trabalhador em situação de desemprego involuntário.
·         Salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda.
·         Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
 
5. Assistência social – A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição. Apresenta os seguintes objetivos constitucionais:
 
·         A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e á velhice.
·         O amparo a crianças e adolescentes carentes.
·         A promoção da integração ao mercado de trabalho.
·         A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária.
·         A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Conceito - São garantias constitucionais, isto é, medidas utilizadas para tornar efetivo o exercício dos direitos e garantias constitucionais.  Temos cinco institutos: Ação Popular, Habeas Corpus, Habeas Data, Mandado de Injunção e Mandado de Segurança.
1. Habeas Corpus
 
Conceito: ação constitucional gratuita de caráter penal, cuja finalidade é de prevenir ou sanar a ocorrência de violência ou coação na liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. (art. 5º, LXVIII)
 
De acordo com o artigo 5º, XV da CF/88 “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
 
Sujeito ativo: qualquer pessoa física, homem, mulher, maior, menor, capaz, incapaz, nacional, estrangeiro, não exigindo sequer que tenha capacidade postulatória, em nome próprio ou de terceiro (impetrante/paciente).
 
Sujeito passivo: contra ato de qualquer agente, no exercício de função pública.  Assim, sempre que alguém atuar em nome do Estado e, nesta qualidade, constranger ilegalmente a liberdade de outrem cabe HC.  A CF não exclui o ato de particular.
 
Espécies: preventivo (ocorre nos casos de ameaça à liberdade de locomoção) e liberatório (liberdade de locomoção cerceada).
 
2. Mandado de Segurança 
 
Conceito: tem por finalidade proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público (art. 5º, LXIX).
 
Direito Líquido e Certo: é aquele resultante de fato certo, ou seja, capaz de ser comprovado de plano, por documentação inequívoca, mediante prova pré-constituída,sem a necessidade de dilação probatória.
 
Sujeito ativo: titular do direito líquido e certo. Pode ser pessoa física ou jurídica.
 
Sujeito passivo – autoridade coatora que pratica ou ordena a execução do ato impugnado e que detenha competência para corrigir a ilegalidade do mesmo.
 
Prazo: 120 dias contados da data da ciência do ato impugnado.
 
Espécies: preventivo (ameaça concreta de violação de direito) e repressivo (ilegalidade já cometida).
 
Não cabimento: Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; III - de decisão judicial transitada em julgado. 
 
3. Mandado de Injunção
Conceito: tem por finalidade viabilizar o exercício de um direito constitucionalmente previsto e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, que dependem de regulamentação por estarem previstos em norma constitucional de eficácia jurídica limitada. (art. 5º, LXXI).
Sujeito ativo: qualquer pessoa, física ou jurídica.
 
Sujeito passivo: órgão ou poder incumbido de elaborar a norma (Ex: Congresso Nacional).
 
Efeitos da decisão: posição concretista geral (decisão efeito erga omnes até o advento de norma integrativa); concretista individual direta (decisão implementando o direito válida somente para o autor); concretista individual intermediária (prazo ao Legislativo, na inércia, direito implementado ao autor); não concretista (mora do poder omisso).  
 
4. Habeas Data
 
Conceito: é um remédio constitucional, que tem por finalidade proteger a esfera íntima dos indivíduos, possibilitando-lhes a obtenção e retificação de dados e informações constantes de entidades governamentais ou de caráter público. (art. 5º, LXXII).
 
Objeto: assegurar o direito de acesso e conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante e o direito à retificação desses dados.
 
Sujeito ativo: qualquer pessoa física ou jurídica.
 
Sujeito passivo: será aquele de acordo com a natureza jurídica do banco de dados.   
 
Sigilo: art. 5º, XXXIII - dispõe que o direito de receber dos órgãos públicos informações não inclui aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
 
5. Ação Popular
 
Conceito: é o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a invalidação de atos ou contratos administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio federal, estadual ou municipal, ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. (art. 5º LXIII).
 
Requisito: lesividade (ilegalidade) – ao patrimônio público (direta ou indiretamente), à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
 
Sujeito ativo: cidadão (brasileiro nato ou naturalizado em pleno gozo dos direitos políticos).
 
Sujeito passivo: agente praticante do ato, entidade lesada, eventuais beneficiários do ato.
 
Espécies: Preventiva (visa evitar atos lesivos) ou repressiva (ressarcimento de danos, anulação do ato, recomposição do patrimônio, indenização etc.).     
UNIP
DIREITO
DIREITO FUNDAMENTAL

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