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Aula 00
Noções de Legislação (Parte I) p/ TJ-PR (Técnico Judiciário) - Com videoaulas
Professores: Felipe Petrachini, Tiago Zanolla
00000000000 - DEMO
Noções de Legislação para o TJ PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 00 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
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AULA 00 ± Apresentação e Introdução ao Estatuto 
dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Paraná 
(Aula Introdutória) 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Sumário 
Apresentação .................................................................................................. 2 
Meus Pãezinhos .............................................................................................. 4 
Considerações sobre o Curso ......................................................................... 4 
Vídeo Aulas ..................................................................................................... 6 
1. Lei Estadual 16.024/2008 ± Estatuto dos Funcionários do Poder Judiciário 6 
1.1 Provimento, Vacância, Lotação, Relotação e Substituição. ................. 14 
1.2 Concurso Público ................................................................................. 18 
1.3 Nomeação, Posse, Exercício e Lotação .............................................. 22 
1.4 Do Estágio Probatório e da Estabilidade.............................................. 31 
1.5 Das Demais Formas de Provimento .................................................... 38 
1.5.1 Readaptação ................................................................................. 39 
1.5.2 Reversão ....................................................................................... 41 
1.5.3 Reintegração ................................................................................. 46 
1.5.4 Recondução .................................................................................. 47 
1.5.5 Disponibilidade e Aproveitamento ................................................. 49 
Questões Comentadas .................................................................................. 56 
 
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00000000000 - DEMO
Noções de Legislação para o TJ PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 00 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
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Apresentação 
Olá a todos. Eu me chamo Felipe e serei responsável por parte dos diplomas 
legais referentes à disciplina de Legislação Institucional. 
Tenho 27 anos e atualmente exerço o cargo de Agente Fiscal de Rendas do 
(VWDGR� GH� 6mR� 3DXOR� �YXOJR� ³)LVFDO� GR� ,&06´��� 6RX� IRUPDGR� HP� 'LUHLWR� SHOD�
Universidade de São Paulo, mais conhecida como Largo São Francisco. E sim, isso 
significa que perdi horas de sono ao longo de meses a fio para fazer a FUVEST. 
Bons tempos aqueles... 
Ingressei no serviço público em 2009, no cargo de Assistente Técnico 
Administrativo do Ministério da Fazenda. Fiquei mais de dois anos no cargo, onde 
aprendi desde furar papel até os meandros mais específicos da ciência do Direito 
Tributário. De tanto choramingar, a partir de fevereiro comecei a supervisionar parte 
do setor onde trabalhava, ganhando um aumento singelo (sim, essas coisas existem 
no serviço público se você for ambicioso). 
Em abril de 2012 fui nomeado para o cargo de Técnico Judiciário Área 
Administrativa do Tribunal Regional do Trabalho. Lembro-me até hoje de que 
mesmo estando na posição 1237, e já passados mais de três anos da prova, ainda 
assim chegou minha vez. Mas lógico, se tivesse ido melhor, teria sido chamado 
mais cedo. 
Passei em 16º lugar no concurso de AFTM de São Paulo, ingressando na 
Prefeitura lá para agosto de 2012 e ali fiquei até (finalmente) ingressar na Secretaria 
da Fazenda do Estado de São Paulo (vulgo ICMS SP), cargo agora, em março de 
2014. 
Fora isso, fui chamado para ser Oficial de Justiça do Tribunal de Justiça de 
São Paulo (não lembro a posição de cabeça, mas demorou pacas pra chamar e eu 
já estava na Prefeitura quando isso aconteceu) e Escrevente Técnico Judiciário na 
Circunscrição de Mauá, que também é longe pacas de onde eu moro. Também fui 
convidado (recentemente) a ocupar a vaga de Técnico do INSS na Agência de 
Atibaia (8º lugar) 
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Noções de Legislação para o TJ PR 
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Prometendo não me alongar muito, fiquei em 4º lugar no concurso de 
Assistente de Licitação para a FURP (Fundação do Remédio Popular), concurso 
este do qual também não pude assumir e, fui chamado para ser Técnico da 
SPPREV, em um concurso bastante peculiar (se tiver a curiosidade, pegue a lista de 
aprovados e veja as notas do pessoal, coisa de louco ), e, por fim, fui nomeado em 
2010 (ou 11 ) para exercer o cargo de Técnico do Ministério Público da União. 
Mas pra fazer tudo isso, não é necessário nenhum lampejo de genialidade ou 
dom divino. Alias, boa parte dos meus conhecidos me tomam por alguém bastante 
"desligado", de maneira que alguns ainda se espantam em saber que eu ainda não 
me esqueci de respirar. O que eu sou, em verdade, é teimoso. 
E pra ser bem sincero, já levei fumo também em concurso. Fui tão mal na 
prova do BACEN da época que fiz que fiquei com vergonha. Mas foi só vergonha, 
não desisti por causa disso, nem você deve se sua vez ainda não chegou. Aliás, o 
desastre da época foi o que me animou a estudar mais profundamente disciplinas 
como contabilidade geral, que me auxiliaram anos depois na obtenção do cargo de 
Agente Fiscal de Rendas, o qual exerço hoje. 
A vaga está lá disponível para quem quiser pegar, e já adianto: não é 
necessário nenhum lampejo de genialidade ou dom divino (embora ambos ajudem 
muito). Eu tive a oportunidade de conhecer pessoas muito talentosas, e a maior 
parte delas não quer virar funcionário público. Para o resto de nós, sobra a certeza 
de que a dedicação e o empenho são os únicos fatores que fazem a diferença entre 
passar ou não. 
Quer dizer, quase. Material também é bom ter. Não adianta nada estudar 
feito um condenado se você não estiver estudando a matéria certa. Você confiou 
neste material para aplicar o seu esforço. Eu vou te dar uma dor de cabeça que 
valha o gasto. 
Bom, chega de conversa, mãos a obra! 
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Meus Pãezinhos 
Atendendo a uma orientação do site, reproduzo abaixo o seguinte informe: 
--------------- 
 Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação 
sobre direitos autorais e dá outras providências. 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os 
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe 
adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) 
 --------------- 
É um tanto ameaçador, mas é a mais pura verdade. Seu professor é formado 
em Direito e atesta a ilicitude da conduta :P. 
Mas,não é só isso: o curso toma tempo do seu querido professor, e ele usa o 
suado dinheirinho de vocês para comprar duas coisas: livros novos e pãezinhos. 
Livros novos pois sei que, ao mesmo tempoem que eu me atualizo, as 
bancas também o fazem, e o nosso objetivo é estar à frente da banca, e não ser 
engolido por ela (quando o predador é mais rápido que a presa, já sabem o que 
acontece). 
Pãezinhos pois tanto eu como aqueles que amo e prezo precisam comer. E 
pãezinhos são as coisas mais baratas em que consigo pensar em comprar :P. 
Considerações sobre o Curso 
Bom meu caro, aí vai a primeira dica que vai pautar nossos estudos: seu 
examinador nem sonha que você conheça toda a legislação que ele pediu no edital. 
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Desta forma, nosso curso tem uma premissa bastante transparente: melhor 
custo benefício. Vou me alongar nos pontos mais importantes, assim entendidos 
como aqueles com mais chances de cair na sua prova. 
Vamos nos concentrar em aprender os conceitos, porque memorizar artigos 
com força bruta é simplesmente medonho :P. Não há memória que aguente! 
Ah sim: por mais que eu adore discutir os efeitos Sumula Vinculante nº 13 e 
as impressões de Kelsen a respeito da Ciência do Direito (sem ironia nenhuma, as 
rodas de bar ficam bastante animadas com estes temas :P), vou cortar esta parte 
toda para vocês e ir direto ao ponto! Com direito a comparações esdrúxulas, vícios 
de linguagem (pra que né?) e uma abordagem tão coloquial que chega a ser 
criminosa! 
Brincadeira, mas eu nem sempre fui Bacharel em Direito, e sei que a última 
coisa que vocês precisam agora é uma tijolada legislativo-jurisprudencial que 
exceda os limites do edital. 
Se tiver dúvidas, por favor, o fórum serve para isso :P. Só recomendo que se 
concentre em passar, então, procure ficar no feijão com arroz. Sua carreira será 
bem longa e você terá a oportunidade de aprender com mais tempo. Nosso objetivo 
agora é assinar a posse e colocar o salário no bolso! 
Bom, e como funciona nossa Aula 00? Simples: está com dúvida se deve 
adquirir o curso? Viu comentários nos fóruns tanto positivos como negativos a meu 
respeito e não sabe o que fazer? Leia a Aula 00 e decida por si mesmo. 
Assim, você poderá sentir se eu tenho condições de ajuda-lo na aprovação. 
Nosso cronograma (para todos os cargos) será o seguinte: 
 
 
 
 
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AULA CONTEÚDO 
VÍDEOS 
ASSOCIADOS 
DATA 
Aula 0 
Estatuto dos Servidores Públicos do Poder 
Judiciário do Estado do Paraná (Aula 
introdutória) 
 04/12/2016 
Aula 1 
Estatuto dos Servidores Públicos do Poder 
Judiciário do Estado do Paraná - Parte 1 
 17/12/2016 
Aula 2 
Estatuto dos Servidores Públicos do Poder 
Judiciário do Estado do Paraná - Parte 2 
 06/01/2017 
Aula 3 
Estatuto dos Servidores Públicos do Poder 
Judiciário do Estado do Paraná - Parte 3 
 22/01/2017 
Aula 4 
Código de Organização Judiciária do Estado do 
Paraná ± Parte 1 09/02/2017 
Aula 5 
Código de Organização Judiciária do Estado do 
Paraná ± Parte 2 
18/02/2017 
Aula 6 
Regimento Interno do Tribunal de Justiça do 
Estado do Paraná ± Parte 1 
28/02/2017 
Aula 7 
Regimento Interno do Tribunal de Justiça do 
Estado do Paraná ± Parte 2 
15/03/2017 
Vídeo Aulas 
Sim, seu professor também aderiu a este método de ensino. Junto a cada 
aula, existem alguns vídeos com temas tratados em aula, para reforçar ainda mais o 
conteúdo na sua cabeça, a ponto de você respirar Arquivologia, e falar sobre os 
temas como se estivesse discutindo uma memória de infância. 
As aulas em vídeo serão ministradas pelo professor Tiago Zanolla, que 
também estará no fórum para tirar dúvidas sobre o conteúdo dos vídeos. 
Tenho certeza de que o uso das duas ferramentas será bastante produtivo 
nos seus estudos. 
Vamos começar. 
1. Lei Estadual 16.024/2008 ± Estatuto dos 
Funcionários do Poder Judiciário 
Esta é a lei mais legal do curso. É ela que rege sua relação de trabalho com 
o Poder Judiciário . É ela que aponta os direitos que você possui por estar 
trabalhando ali. E, como não poderia deixar de ser, também fixa as obrigações às 
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quais o Sr. estará submetido se quiser continuar a figurar na folha de pagamento do 
órgão. 
E, ao contrário da crença popular, funcionário público também pode perder o 
emprego (tecnicamente falando, trata-se de um cargo). E quando perde, o negócio 
costuma ser feio :P. Por isto, esta lei também fixa os procedimentos disciplinares em 
caso de inobservância de deveres funcionais. 
Em suma, está tudo aqui. 
Trabalharemos com duas versões parcialmente consolidadas da Lei Estadual 
16.024/2008. A primeira delas pode ser obtida no seguinte link: 
https://www.tjpr.jus.br/estatuto-dos-funcionarios-do-poder-judiciario 
O estatuto desse link está atualizado até a Lei 17.842/2013. 
Entretanto, o site do Tribunal de Justiça não incluiu na compilação alguns 
diplomas legais publicados até 2013, além de não conter nenhum atualização 
depois desse ano 
O segundo link é este aqui: 
http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/pesquisarAto.do?action=exibir&cod
Ato=44268&codTipoAto=&tipoVisualizacao=alterado 
Este link leva à Casa Civil, onde há um repositório de leis sancionadas pelo 
Poder Executivo do Paraná. 
Embora esta versão seja a mais atual (indo até a Lei 18.747/2016), não leva 
em conta as alterações promovidas pela Lei 17.250/2012. 
Se você quiser acompanhar o curso com a lei seca do lado, terá de imprimir 
as páginas dos dois links e ficar atento às minhas orientações quanto a vigência de 
alguns dispositivos legais. 
E cuidado com versões mais antigas da Lei 16.024/2008 (sua vida já está 
complicada o suficiente para você se perder em arquivos desatualizados). 
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Fora isso, é possível (embora pouco provável) que haja leis posteriores à Lei 
18.747/2016 (ou leis não compiladas em nenhum dos sites pesquisados). Seu 
professor revirou a internet atrás de atualizações, e não encontrou nenhuma 
(provavelmente por não existirem :P). Mas se por qualquer razão você tiver 
encontrado, pode enviar para mim que eu mesmo atualizo o curso e faço os 
comentários pertinentes. 
Podemos começar! 
E no começo, devemos pensar na Constituição Federal. 
A competência para cada esfera de poder fixar o Regime Jurídico dos 
Servidores Públicos encontra-se no artigo 39 da Carta Magna: 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e 
planos de carreira para os servidores da administração pública direta, 
das autarquias e das fundações públicas. 
O Estado do Paraná cumpriu o mandamento constitucional ao editar a Lei 
6174/1970, instituindo o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis. Você pode 
observar que esta lei é anterior à atual Constituição Federal de 1988, contudo,houve recepção do referido diploma, de tal forma que não foi preciso editar um novo 
estatuto. 
Seu Estado ainda foi mais longe: foi criado um estatuto específico para os 
servidores do Poder Judiciário, a Lei 16.024/2008 (que é o diploma legal que será 
estudado por nós aqui). 
Bom, se alguma dúvida resta a respeito do conteúdo desta aula, veja-as 
desaparecer com o artigo 1º da Lei:: 
Art. 1°. O presente Estatuto estabelece o regime jurídico dos 
funcionários do Poder Judiciário do Estado do Paraná. 
Funcionários estes assim entendidos como sendo: 
Parágrafo único. São considerados funcionários para os fins deste 
Estatuto os ocupantes dos cargos da Secretaria do Tribunal de 
Justiça e do Quadro de Pessoal de 1° Grau de Jurisdição, os 
Secretários do Conselho de Supervisão do Juizado Especial, os 
Secretários de Turma Recursal do Juizado Especial, os Secretários 
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do Juizado Especial, os Oficiais de Justiça do Juizado Especial, os 
Auxiliares de Cartório do Juizado Especial, os Auxiliares 
Administrativos do Juizado Especial, e os Contadores e 
Avaliadores do Juizado Especial 
2N��DJRUD��TXDQGR�YRFr�UHVROYHX�TXH�YLUDULD�XP�³funcionário´��ID]LD� LGHLD�GR�
que realmente estava desejando? Sabia que era bom, que o salário era legal e que 
dificilmente seria mandado embora. Mas nada disso define um servidor. 
Art. 2°. Funcionário é a pessoa investida em cargo público com 
vencimentos ou remunerações percebidos dos cofres públicos 
estaduais. 
 
Simples desse jeito. Servidor é alguém que está legalmente investido em um 
cargo público. 
Quer dizer, é simples se você souber o que é um cargo público. 
Art. 3°. Cargo é o conjunto de atribuições e responsabilidades 
previstas na estrutura organizacional cometidas a funcionário, 
identificado pelas características de criação por lei, denominação 
própria, número certo e pagamento pelos cofres públicos. 
Calma meu caro, não é tão ruim assim: 
Conjunto de atribuições e responsabilidades: Você está sendo pago para 
fazer algo, não é mesmo? Se você vai carregar processo de um lado para outro ou 
cuidar do protocolo de petições no balcão, tudo isto são responsabilidades e 
atribuições que podem ser acometidas a você (basicamente, o que seu chefe pode 
te mandar fazer!). 
Cometidas a funcionário identificado pelas características de criação da 
por lei: Seu chefe não poderá pedir para você consertar o encanamento do 
banheiro do Tribunal. Ele gostaria muito, mas ele não poderá :P. Isto ocorre porque 
suas atribuições estão definidas em lei, e você, no exercício daquele cargo definido 
em lei, só pode realizar aquelas tarefas. 
Denominação própria e número certo: seu cargo tem nome, né? Você está 
estudando para virar Técnico Judiciário, Analista Judiciário, Oficial de Justiça ou 
qualquer outro cargo que você puder pensar. E todos eles respondem por um nome. 
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E não podemos sair contratando quantas pessoas quisermos, há necessidade de se 
observar o número de vagas criadas pela lei. 
Pagamento pelos cofres públicos: Se você não está investido em cargo 
público (por exemplo, contratado tem pelo regime da CLT para o Banco do Brasil) 
ou se sua remuneração não vem do cofre do estado (por exemplo, um perito 
judicial, que até trabalha dentro do Tribunal, mas é remunerado pela parte 
sucumbente da pericia), você não é um servidor. Simples assim! 
§ 1°. Função é conjunto de atribuições vinculadas a determinadas 
habilitações para o desempenho de tarefas distintas em grau de 
responsabilidade e de complexidade e será atribuída por ato do 
Presidente do Tribunal de Justiça. 
A função já é algo um pouquinho mais complicado. Função, como o 
dispositivo legal aponta, é uma atribuição. Mas esta atribuição não se encontra 
vinculada a um cargo. Ela é acometida a determinado servidor, em função da sua 
habilitação, normalmente lhe atribuindo maior responsabilidade do que aos demais 
funcionários. 
É ruim de explicar, mas é fácil de entender: seu futuro Diretor era um Técnico 
assim como você (eu tinha um no TRT, você terá um também). Mas, por um ato do 
Juiz da Vara (e no TJ PR, esta atribuição é do Presidente do Tribunal), ele passou a 
exercer a função de Diretor, encarregado dos expedientes da Vara. 
Ao mesmo tempo, ele tinha uma assistente, que também era uma Técnica 
Judiciária. Mas, por designação, ela ficou encarregada de auxiliar o Diretor. 
Estas funções (que, alias, são remuneradas) não fazem parte do conjunto de 
DWULEXLo}HV� GR� FDUJR�� (ODV� VmR� ³DQH[DGDV´� DR� VHUYLGRU�� TXH� GHVGH� HQWmR�� ILFD�
responsável pelo seu exercício. 
Por fim, ele só podia ser Diretor pois estudou Direito. E o exercício da função 
de Diretor está vinculado a uma determinada habilitação. Veja, ele só precisou do 
diploma de ensino médio para tomar posse no cargo, mas para receber a função de 
Diretor, foi necessária uma habilitação distinta. 
Aí vão alguns detalhes menores do artigo 3º: 
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§ 2°. Caberá ao Presidente do Tribunal de Justiça a designação e a 
dispensa da função gratificada. 
§ 3°. A designação para função gratificada vigorará a partir da 
publicação do ato, competindo à autoridade a que se subordinará o 
funcionário designado dar-lhe exercício imediato. 
§ 4°. Os vencimentos e as gratificações de função têm valores fixados 
em lei. 
 
Ok. Passemos para o artigo 4º. Ele só fará sentido se você compreender 
alguns conceitos antes. 
&RPHFHPRV� SHOR� VLJQLILFDGR� GH� ³TXDGUR´�� R� FRQMXQWR� WRWDO� GH� FDUJRV� GH�
determinado órgão ou entidade. 
Já parou para pensar porque o concurso que você está fazendo não abriu 
mais vagas no edital? Por um motivo bem simples: o quadro de vagas é limitado. 
Um quadro é mais ou menos parecido com essa tabela: 
Quadro de Vagas - Órgão X 
Carreira Cargos 
Analista 176 
Técnico 400 
Auxiliar 1386 
 
A existência do quadro é um dos motivos pelos quais o número de vagas 
previsto no edital é limitado: no exemplo acima citado, não pode haver mais de 176 
membros da Carreira de Analista trabalhando no órgão em questão (quaisquer que 
sejam as Classes que ocupam ou o Padrão em que se encontrem), salvo as raras 
hipóteses do estatuto que permitem a existência de excedentes (como, por 
exemplo, os casos de servidores cuja aposentadoria foi revertida). 
Segundo: a estrutura básica das carreiras do Poder Judiciário é mais ou 
menos esta aqui: 
Carreira Remuneração 
Classe B 
Nível I R$ 1.000,00 
Nível II R$ 1.200,00 
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Nível III R$ 1.400,00 
Classe A 
Nível I R$ 1.800,00 
Nível II R$ 2.000,00 
Nível III R$ 2.200,00 
 
À medida que o servidor avança na carreira, vai recebendo uma 
remuneração maior.O fenômeno da progressão e da promoção serão estudados 
mais a frente no curso. 
Ah sim: a estrutura em carreira não é aplicável aos cargos de provimento 
isolado, pois nestes casos, há apenas um nível na carreira. 
Com isto, você está em condições de compreender o artigo 4º: 
Art. 4° A estrutura organizacional deverá atender por lei própria o 
seguinte: 
I - Classe é o agrupamento de cargos da mesma denominação, com 
iguais atribuições, responsabilidades e variação de vencimentos de 
acordo com os níveis que compreende; 
II - Grupo ocupacional é o conjunto de classes que diz respeito a 
atividades profissionais correlatas ou afins, quanto à natureza do 
respectivo trabalho ou ao ramo de conhecimento aplicado em seu 
desempenho; 
III - Nível é a subdivisão interna das classes ao qual se atribui 
vencimentos próprios fixados em lei. 
§ 1°. A progressão se dá dentro da mesma classe de um nível para 
outro imediatamente superior. 
§ 2°. Haverá no máximo 09 (nove) níveis em cada classe. 
Art. 5°. Os Quadros do Pessoal da Secretaria do Tribunal de Justiça e 
de 1° Grau de Jurisdição são organizados em grupos, escalonados de 
acordo com a hierarquia, a natureza, a complexidade do serviço e o 
nível de escolaridade exigido em lei ou regulamento. 
§ 1°. Os Quadros compreendem: 
I - Parte permanente que é integrada pelos cargos de provimento 
efetivo e em comissão; 
II - Parte suplementar que é integrada pelos cargos extintos na forma 
estabelecida em lei. 
§ 2°. A lotação do pessoal integrante do Quadro da Secretaria do 
Tribunal de Justiça é regulada por decreto judiciário. 
§ 3°. A distribuição dos cargos dos funcionários afetos ao 1° Grau de 
Jurisdição referidos no parágrafo único do art. 1° do presente Estatuto 
é a definida lei. 
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§ 4°. A lotação no caso do § 3º deste artigo é a determinada por ato do 
Presidente do Tribunal de Justiça, salvo afetação em lei à determinada 
secretaria ou repartição. 
Seguindo: 
Art. 6°. Os cargos públicos são de provimento efetivo ou de provimento 
em comissão. 
§ 1°. Os cargos de provimento efetivo serão organizados em classes, 
ou de forma isolada, e serão providos por concurso público. 
§ 2°. Os cargos de provimento em comissão envolvem atribuições de 
direção, de assessoramento e de assistência superior e são de livre 
nomeação e exoneração, satisfeitos os requisitos fixados em lei ou 
regulamento. 
 
Pois bem, existem dois tipos de cargos na estrutura do serviço público 
estadual: cargos de provimento efetivo e cargos de provimento em comissão. 
Esta previsão está de acordo com o artigo 37 da Constituição Federal: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
[...] 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de 
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma 
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão 
declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 
Em regra, a nomeação para cargo público pressupõe a aprovação prévia em 
concurso público (são os chamados cargos efetivos). 
Entretanto, existem alguns cargos, que por sua natureza, são de livre 
nomeação e exoneração. Apenas para que você entenda a justificativa disso, 
usarei os exemplos da esfera federal. 
Imagine o Presidente da República. Ele foi eleito pelo povo. Mas não pode 
governar a tudo e a todos. Desta forma, ele nomeia pessoas da sua mais alta 
FRQILDQoD� SDUD� TXH� H[HUoDP� D� ³'LUHomR� H� $VVHVVRUDPHQWR� 6XSHULRU´� GH� VXDV�
respectivas pastas. 
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Mas o Presidente acabou de chegar. E pode ser que ele confie em pessoas 
que são externas à estrutura do órgão. Por isto se permite que ele nomeie a quem 
quiser. 
Contudo, sendo esta nomeação livre, a respectiva exoneração também o é 
de maneira que ele não adquire estabilidade, justamente por seu cargo não ser 
efetivo. 
Pra terminar: 
Art. 7°. As atribuições e as responsabilidades inerentes aos cargos 
serão definidas em lei. 
 
1.1 Provimento, Vacância, Lotação, Relotação e Substituição. 
Os cargos públicos tem uma porta de entrada. Você não vira funcionário 
público apenas porque deseja sê-lo. Existe um ritual mágico pelo qual você deve 
passar para que deixe de ser um mero mortal e ascenda à condição de servidor :P. 
Em outros tempos, bastaria conhecer um Juiz influente, e ele assinaria uma 
portaria a partir da qual o Sr. já estaria desempenhando suas funções e sendo 
remunerado pelos cofres públicos. Não mais! (com algumas exceções). 
O ritual mágico ao qual eu aludi chama-VH�³investidura´��TXe desde a nossa 
querida Constituição Federal de 1988, ocorre preferencialmente por concurso 
público (a razão de todos nós estarmos aqui). Acompanhe o artigo 8º do Estatuto: 
Art. 8°. A investidura em cargo público de provimento efetivo depende 
de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e 
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo na forma 
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão 
que são de livre nomeação e exoneração. 
 
Repetindo o que você já sabe sobre a atual Constituição Federal: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
[...] 
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II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de 
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma 
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão 
declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 
Como você pode notar, é uma transcrição quase literal do dispositivo da 
Constituição Federal. Nem poderia ser diferente: se fosse, seria inconstitucional :P. 
Seguindo: 
Art. 9°. São requisitos básicos para investidura em cargo público: 
I - a nacionalidade brasileira; 
II - o gozo dos direitos políticos; 
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; 
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; 
V - a idade mínima de dezoito anos; 
VI - aptidão física e mental. 
 
Os requisitos do artigo 9º encerram o conjunto mínimo de requisitos para que 
uma pessoa possa ingressar no serviço público. Toda lei de qualquer carreira que 
venha a ser criada no serviço público paranaense apresentará todos estes 6 
requisitos em um de seus artigos iniciais. 
Mas antes da investidura, é necessário que haja o provimento do cargo 
público: 
Art. 10. Provimento é o ato do Presidente do Tribunal de Justiça que 
preenche o cargo e se dá com a nomeação,a posse e o exercício. 
Você, em sendo funcionário público, seja efetivo, seja comissionado, só está 
ali porque uma autoridade competente e superior a você praticou um ato (mais 
precisamente um ato administrativo) capaz de transformá-lo em servidor. 
E só a partir da prática desse ato administrativo (que se sujeita a todas as 
regras dos atos administrativos em geral, com observância à competência, 
finalidade, forma, motivo e objeto) é que podemos, finalmente, falar da investidura, 
mencionada anteriormente. 
Mas, professor: existe alguma forma de provimento de cargo público que não 
seja a nomeação decorrente de concurso público? 
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Opa, meu caro! Não só tem como são várias! 
Art. 11. São formas de provimento de cargo público: 
I - nomeação; 
II - readaptação; 
III - reversão; 
IV - aproveitamento; 
V - reintegração; 
VI - recondução; 
VII - remoção; 
VIII - promoção. 
A observação do parágrafo único só fará sentido depois que você aprender o 
que é vacância. Por enquanto, basta a leitura: 
Parágrafo único. A remoção e a promoção implicam na vacância do 
cargo e somente se aplicam aos ocupantes do Quadro de Pessoal de 
1º Grau de Jurisdição, aos Secretários do Conselho de Supervisão do 
Juizado Especial, aos Secretários de Turma Recursal do Juizado 
Especial, aos Secretários do Juizado Especial, aos Oficiais de Justiça 
do Juizado Especial, aos Auxiliares de Cartório do Juizado Especial, 
aos Auxiliares Administrativos do Juizado Especial, e aos Contadores 
e Avaliadores do Juizado Especial. 
 
Pois bem, é sobre cada uma dessas formas de provimento que falaremos em 
breve. Mas, se você já tiver estudado Direito Administrativo, você acabou de ver 
dois dos requisitos do ato administrativo de provimento de cargos públicos: 
autoridade competente e a forma pela qual o ato pode se manifestar. 
Aí vai uma curiosidade histórica. 
Lá nos primeiros anos da Constituição Federal, quase todos os estatutos do 
país previam duas formas de provimento de cargos além de todas aquelas que você 
já viu no artigo anterior: a transferência e o acesso. 
O que acontecia? Antes da súmula 685 do STF, interpretava-se a 
Constituição da seguinte forma: para que determinado indivíduo pudesse ingressar 
em um cargo público de provimento efetivo pela primeira vez, tinha de ser por 
FRQFXUVR�S~EOLFR��R�TXH�LPSOLFD�D�DGRomR�GD�IRUPD�GH�SURYLPHQWR�³QRPHDomR´�� 
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Porém, uma vez dentro do serviço público, ele poderia investir-se em 
qualquer outro cargo por meio de qualquer outra forma de provimento, mesmo que 
tal forma não previsse a necessidade de concurso público. Essa interpretação era 
feita pelos órgãos públicos, e ninguém via problema algum com isso. 
Porém, veio a lendária súmula 685 do Supremo Tribunal Federal: 
É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao 
servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público 
destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na 
qual anteriormente investido. 
E não fosse o bastante, veja parte da ementa do julgamento do Recurso 
Extraordinário 167.635/PA, do Ministro Relator Maurício Correa: 
³�����2�critério aferível por concurso público de provas ou de provas e 
títulos é, no atual sistema constitucional, indispensável para o cargo 
isolado ou de carreira. Para o isolado, em qualquer hipótese; para o de 
carreira, só se fará na classe inicial e pelo concurso público de provas 
ou de provas e títulos, não o sendo, porém, para os cargos 
subseqüentes que nela se escalonam até o seu final, pois, para estes, 
a investidura se dará pela forma de provimento, que é D�³SURPRomR´��
1.2. Estão banidas, pois, as formas de investidura antes admitidas ±
ascensão e transferência, que são formas de ingresso em carreira 
diversa daquela para a qual o servidor público ingressou por 
concurso�´ 
 
O que é que ficou resolvido depois deste julgamento? Primeiro: o concurso 
público é indispensável para ingresso no serviço público. 
Segundo: no caso dos cargos de carreira, o provimento do cargo depende de 
concurso público para ingressar na classe inicial do cargo pretendido, não se 
admitindo qualquer forma de provimento que dispense sua realização. 
É aí que chegamos a uma conclusão bastante interessante: a transferência 
(em alguns casos) e a ascensão (ambas previstas em versões anteriores do 
Estatuto dos Servidores Públicos do Estado) são formas de provimento de cargos 
públicos consideradas atualmente inconstitucionais, justamente por permitirem o 
ingresso na classe inicial de determinado cargo sem a realização de concurso 
público. 
Aliás, é esta inconstitucionalidade que vai te ajudar a diferenciar a ascensão 
e a transferência das demais formas de provimento derivado: a ascensão permitia 
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ao servidor investir-se diretamente na classe inicial de outro cargo e a 
transferência permitia o ingresso em cargo público diverso daquele para o 
qual se prestou concurso público. 
E o que concluímos disso tudo? Simples: qualquer interpretação que permita 
a um servidor investir-se na classe inicial de um cargo diferente daquele que ocupa 
é considerada, atualmente, inconstitucional, a despeito de ser ou não a primeira 
investidura do servidor em cargo público. 
Maravilha? Então avancemos! 
1.2 Concurso Público 
Art. 15. O concurso obedecerá ao que dispuser o Regimento Interno, 
as normas do regulamento que for elaborado por Comissão designada 
pelo Presidente do Tribunal de Justiça e o respectivo edital 
 
Vamos inverter um pouco a ordem proposta pelo estatuto e falar do concurso 
público primeiro. 
Ok, os cargos são acessíveis através de concurso público. Mas só isto quer 
dizer muito pouco. 
Felizmente para você, a lei previu apenas as diretrizes básicas a serem 
observadas na realização de concursos para provimento de cargos efetivos. O 
restante pode ser encontrado diretamente na lei que instituiu a carreira e, por vezes, 
no próprio edital de realização do certame. 
Vejamos: 
Art. 16. O concurso público é de provas ou de provas e títulos e terá 
validade de até 02 (dois) anos, podendo ser prorrogada uma única vez, 
por igual período 
 
O concurso de provas eu creio que você já conheça (ou então, está para 
conhecer muito em breve). Basicamente, o edital prevê uma prova a ser realizada, e 
o candidato deve tentar obter o melhor resultado possível segundo as regras do 
edital. 
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Quanto ao concurso de provas e títulos, os candidatos além de pontuarem 
em provas, ainda podem oferecer títulos que acrescem pontos à sua nota final, tais 
como diplomas de pós-graduação, mestrado, doutorado, tempo de serviço em 
determinadaárea ou cargo público ou qualquer outra previsão do edital. 
Mas, reforço: concursos exclusivamente baseados em títulos são 
inconstitucionais!!! Seria o equivalente concurseiro da aristocracia, ou então, da 
mera análise de currículos. 
Quanto à validade, o Concurso Público tem prazo de até 2 anos, prorrogável 
por igual período. 
Está grifado e colorido e não é por acaso. Um concurso público pode ter 
validade de 6 meses, 8 meses, 1 ano e meio, ou mesmo 2 anos, mas não mais que 
isso! 
Contudo, pode se considerar conveniente prorrogar sua duração. Os custos 
para a realização um novo concurso são muitas vezes altíssimos e, havendo 
candidatos na lista, não há mal algum em preferir chamar estes a realizar um novo 
certame. 
Caso o órgão resolva prorrogar determinado concurso, o fará 
necessariamente pelo prazo que fixou para seu término. Desse jeito: 
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Não tem segredo. A prorrogação, se houver, é sempre pelo mesmo 
período de tempo fixado para validade do certame. 
Mas, onde eu encontro o prazo de validade de um concurso? No edital! 
Caso esteja cursando Arquivologia comigo aqui no site, é provável que vá se 
lembrar da seguinte definição: 
EDITAL: Instrumento pelo qual a Administração dá conhecimento ao 
público sobre: licitações, concursos públicos, atos deliberativos etc. 
O edital é um instrumento de divulgação sobre a realização de determinado 
ato. Por ser publicado no Diário Oficial do Estado, todos os potenciais interessados 
poderão tomar ciência da publicação (o que é do interesse da própria Administração 
Pública): 
§ 1°. O edital de abertura do concurso público conterá as regras que 
regem o seu funcionamento e será publicado no Diário da Justiça do 
Estado do Paraná, com divulgação pelos meios de comunicações 
disponíveis. 
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§ 2°. Durante o prazo referido no caput deste artigo, o aprovado em 
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado para 
assumir o cargo com prioridade sobre os aprovados em novos 
concurso 
Atenção às disposições dos parágrafos 3º e 4º: 
§ 3°. Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se 
inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições 
sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras, sendo-lhes 
reservadas 5% (cinco por cento) das vagas oferecidas no concurso. 
§ 4°. Aos afro-descendentes serão reservadas 10% (dez por cento) das 
vagas oferecidas no concurso. 
O legislador, por questões políticas, optou reservar parte das vagas de 
concursos públicos para determinados tipos de pessoas. 
Já adianto: a interpretação destes dispositivos deve ser feita de maneira a 
não se toma-los como afronta ao princípio da igualdade. Alias, tenham para vocês: 
eles são tidos como a própria garantia do princípio da igualdade, pois permitem 
tratar desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades, sendo esta a 
leitura atual do STF para tais disposições. 
Terminando: 
Art. 17. Para ser admitido no concurso, o candidato deverá preencher 
os requisitos do art. 9º, apresentar documento de identidade indicado 
no edital e recolher a taxa de inscrição que for fixada pela Comissão. 
Parte desta disposição do Estatuto tende a se tornar letra morta com a 
interpretação dada pelo STJ por meio da Súmula 266: 
O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser 
exigido na posse e não na inscrição para o concurso público. 
Como se observa, o STJ entende que os requisitos para habilitação legal 
devem ser apresentados na data da posse e não na data da inscrição. Entretanto, a 
apresentação do documento de idade e o recolhimento da taxa são obrigatórios 
para a própria participação no certame. 
Voltemos agora à ordem normal do Estatuto. 
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1.3 Nomeação, Posse, Exercício e Lotação 
De longe, a forma de provimento mais badalada do estatuto dos servidores 
públicos e a preferida pela Constituição Federal. Além de ser a mais conhecida do 
público externo. 
Diga-se de passagem é também a única forma de provimento originário de 
cargos públicos admitida pela atual Constituição Federal. 
Art. 12. A nomeação é o chamamento para a posse e para a entrada no 
exercício das atribuições do cargo público. 
Art. 13. O ato de nomeação deverá indicar o cargo de provimento efetivo 
ou o cargo de provimento em comissão a ser preenchido 
A nomeação é o chamamento para a posse e para a entrada no exercício 
das atribuições do cargo público. É um ritual quase litúrgico :P 
A autoridade competente chama o seu nome, você toma posse e entra em 
exercício se assim o desejar. 
Art. 14. A nomeação para cargo público de provimento efetivo ocorrerá 
de acordo com a ordem de classificação e se dará durante o prazo de 
validade do concurso. 
 
Peço que relembre sobre o que comentamos sobre o artigo 37 da 
Constituição Federal: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
[...] 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de 
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma 
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão 
declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 
O que o parágrafo único do artigo 14 nos diz? Diz-nos que para ingressar em 
XP�FDUJR�S~EOLFR�³de SURYLPHQWR�HIHWLYR´��R�DVSLUDQWH�GHYH�KDELOLWDU-se previamente 
em concurso público. 
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Isto, obviamente, só se aplica aos cargos de provimento efetivo. Os cargos 
em comissão são de livre provimento: 
§ 1°. A nomeação para cargo de provimento em comissão é livre, 
observados os requisitos mencionados no art. 9 
E para que as coisas não fiquem bagunçadas ou mal compreendidas, o 
próprio Poder Judiciário fixou quais são os cargos de provimento efetivo e que, por 
tanto, não podem ser providos em comissão: 
§ 2°. É vedada a nomeação para cargo de provimento em comissão, 
bem como a lotação no âmbito da Secretaria do Tribunal de Justiça, 
dos ocupantes de cargos do Quadro de Pessoal de 1º Grau de 
Jurisdição, de cargos do foro judicial de Escrivão e de Oficial 
Contador, Avaliador, Partidor, Depositário e de Distribuição, de 
Auxiliar de Cartório, de Auxiliar Administrativo, de Oficial de Justiça, 
de Comissário de Vigilância, de Assistente Social, de Psicólogo, de 
Porteiro de Auditório, de Agente de Limpeza, de Secretário do 
Conselho de Supervisão do Juizado Especial, de Secretário de Turma 
Recursal do JuizadoEspecial, de Secretário do Juizado Especial, de 
Oficial de Justiça do Juizado Especial, de Auxiliar de Cartório do 
Juizado Especial, de Auxiliar Administrativo do Juizado Especial e de 
Contador e Avaliador do Juizado Especial. 
Precisa decorar? Não! Uma lida será mais que suficiente. Nunca vi esta 
relação ser cobrada em prova de forma crua. 
 
Art. 18. Posse é o ato expresso de aceitação das atribuições, dos 
deveres e das responsabilidades do cargo formalizado com a 
assinatura do termo pelo empossado e pela autoridade competente 
 
Lembra-se de que a autoridade competente te chamou a tomar posse, 
através da nomeação? 
Pois bem: tomar posse é aceitar o chamamento! 
Se você acha que isto começa a tomar contornos religiosos, bom, é bem por 
aí mesmo :P. 
Ao tomar posse (ato este representado pela assinatura do termo de posse 
por você, futuro servidor e a autoridade nomeante), você assume o compromisso de 
desempenhar o cargo público a contento, observando as atribuições, deveres e 
responsabilidades inerentes ao seu exercício. 
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§ 1°. A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias contados da 
publicação da nomeação, prorrogável por até 30 (trinta) dias, a 
requerimento do interessado ou de seu representante legal e a juízo 
da Administração 
 
Uma vez publica a nomeação (o ato de provimento mais comum) no Diário 
Oficial do Estado, o interessado deve tomar posse nos 30 dias subsequentes. Se 
achar que vai ficar muito corrido, é possível requerer outros 30 dias para tomar 
posse, dependendo de requerimento do interessado (você no futuro, meu caro). 
Pois bem, para os meros mortais (relaxa, não há nenhum traço de pretensa 
superioridade aqui, apenas gosto de ser dramático :P), a publicação do ato de 
provimento é o termo inicial para o começo da contagem para posse. 
Mas, no caso de você já ser funcionário público, este prazo de 30 dias pode 
ter início em outro momento: 
§ 2°. O prazo previsto no § 1º será contado, quando o aprovado for 
funcionário público, do término da licença: 
I - por motivo de doença em pessoa da família; 
II - para a prestação de serviço militar; 
III - para capacitação, conforme dispuser o regulamento; 
IV - em razão de férias; 
V - para participação em programa de treinamento regularmente 
instituído, conforme dispuser o regulamento; 
VI - para integrar júri e outros serviços obrigatórios por lei; 
VII - à gestante, à adotante e à paternidade; 
VIII - para tratamento da saúde, até o limite de 24 (vinte e quatro) 
meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado ao 
Estado do Paraná, em cargo de provimento efetivo; 
IX - por motivo de acidente em serviço ou de doença profissional; 
X - para deslocamento à nova sede; 
XI - para missão ou estudo no exterior. 
Todas estas licenças estão previstas no artigo 105 do Estatuto: 
Art. 105. Ao (a) funcionário(a) conceder-se-á licença: 
I - para tratamento de saúde; 
II - por motivo de doença em pessoa da família; 
III - à gestante, à paternidade e à adotante; 
IV - para acompanhar o cônjuge ou o companheiro; 
V - para o serviço militar; 
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VI - para atividade política e para exercício de mandato eletivo; 
VII - para capacitação, freqüência de cursos e horário especial; 
VIII - para tratar de interesses particulares; 
IX - para o desempenho de mandato classista; 
X - especial; 
XI - para missão ou estudo no exterior. 
Reparou que eu grifei algumas hipóteses? Pois bem, as hipóteses grifadas 
são aquelas licenças previstas no estatuto mas que, no entanto, não servem para 
alterar a data de início da contagem do prazo para posse. 
Quando você estuda-las, você verá o motivo desta diferença de tratamento. 
Não tente decorar no momento. Estas hipóteses são todas de afastamento 
do desempenho das funções. Ora, se você foi autorizado a se afastar de suas 
atribuições por um órgão público, é porque você realmente precisa fazer aquilo (não 
fosse o caso, estaria trabalhando :P), de maneira que é um dispositivo bastante 
comum nos estatutos de funcionários públicos de todas as esferas. 
Digamos, por exemplo, que você já seja funcionário público e esteja 
usufruindo de uma licença para capacitação (licença remunerada de três meses 
depois de cinco anos ininterruptos de serviço sem sofrer penalidade administrativa). 
No curso da licença, você vem a ser nomeado para outro cargo público. Não 
há motivo para correr! Uma vez encerrado o período da licença, começa a correr o 
prazo previsto na legislação. 
Avancemos: 
 
 
 
§ 3°. Admite-se o ato de posse por procuração com poderes 
específicos. 
Se você não puder se fazer presente no momento da posse, pode assinar 
uma procuração para que outra pessoa o represente no ato, bastando, para tanto, 
que a procuração confira poderes específicos para esta finalidade (a procuração 
não pode ser geral). 
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Todavia, e esta é uma pegadinha clássica, embora a posse possa se dar 
mediante procuração específica, a entrada em exercício no cargo deve ser realizada 
exclusivamente pelo aprovado em concurso público, pessoalmente! 
A propósito, a posse não é um instituto verificado em todas as formas de 
provimento de cargo público: 
§ 4°. Somente haverá posse nos casos de provimento por nomeação. 
Relembremos: 
Art. 11. São formas de provimento de cargo público: 
I - nomeação; 
II - readaptação; 
III - reversão; 
IV - aproveitamento; 
V - reintegração; 
VI - recondução; 
VII - remoção; 
VIII - promoção. 
 
Pois bem, parágrafo 4º é bastante interessante. Todas as hipóteses nas 
quais o compromisso não é necessário decorrem de atos praticados com relação a 
pessoas que já são servidores e cuja situação funcional não será alterada. Assim, 
estes servidores já estão vinculados ao compromisso anteriormente prestado, não 
havendo necessidade de renovação do ritual :P. 
Os único caso em que o ato de provimento altera a situação funcional do 
servidor (e, portanto, é necessária posse) é a nomeação (o candidato não era 
servidor anteriormente, e passará a sê-lo). 
§ 5°. No ato da posse o funcionário apresentará declaração de seus 
bens, de exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública 
 
Pois bem, tive um professor de Direito Previdenciário que era também Auditor 
Fiscal da Receita Federal do Brasil. Ele costumava dizer que o ingresso no serviço 
público fecha duas portas na vida de uma pessoa: a da pobreza e a da riqueza. 
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Como, creio eu, ninguém deseja ser voluntariamente pobre, o serviço público 
está particularmente motivado a manter a porta da riqueza fechada (ou, ao menos, 
não escancará-la). A entrega da declaraçãode bens por ocasião da posse permitirá 
o acompanhamento ano a ano da sua evolução patrimonial, para garantir que 
QLQJXpP�HQULTXHoD�³VHP�H[SOLFDomR´��3� 
§ 6°. É ineficaz o provimento se a posse não ocorrer dentro do prazo 
estabelecido nesta lei. 
Outro clássico: aquele ato da autoridade competente chamando você a tomar 
posse não pode surtir efeito para sempre. 
Uma vez passado o prazo de 30 dias (previsto para ocorrência da posse), ou 
os 60 dias (30, prorrogáveis por mais 30) quando há requerimento, aquele ato 
válido (pois observou as formalidades legais) torna-se ineficaz�� RX� ³sem efeito´�
(pois não será capaz de produzir efeitos no mundo jurídico). 
§ 7°. Somente se dará posse àquele que for julgado apto física e 
mentalmente para o exercício do cargo. 
 
%RP��R�WLR�DTXL�VHPSUH�IDORX�³DXWRULGDGH�VXSHULRU´��³DXWRULGDGH�FRPSHWHQWH´��
mas até agora não deu nome aos bois. Pois bem, o estatuto (prefiro essa 
GHQRPLQDomR�DR�WHUPR�³UHJLPH�MXUtGLFR´� faz isto nesta oportunidade: 
§ 8°. O Presidente do Tribunal de Justiça designará os funcionários 
competentes a dar posse. 
 
No caso do Poder Judiciário do Paraná, é competente para dar posse quem o 
Presente do Tribunal de Justiça apontar. 
Uma vez tomada posse, abre-se o prazo para entrada de exercício. Seu 
estatuto resolveu arremessar esta etapa lá nos artigos 37 a 39. Eu prefiro abordar 
posse e exercício conjuntamente, dada a intimidade entre os dois institutos. Assim, 
anteciparemos os três artigos agora. 
Pois bem: você respondeu ao chamamento. Foi nomeado e tomou posse, 
assinando o termo e expressando o desejo de aceitar suas atribuições. Meus 
parabéns! Mas você ainda não está desempenhando suas funções. Você apenas 
aceitou suas atribuições e deveres (posse). Chega a hora de começar a trabalhar: 
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Art. 37. Exercício é o desempenho das atribuições do cargo público ou 
da função gratificada. 
Parágrafo único. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do 
exercício serão notados na ficha funcional. 
O assentamento individual é o registro do servidor junto ao órgão no qual 
trabalha (usualmente junto ao RH do órgão onde se dá o exercício de suas 
funções). Se SUHSDUH��SRLV�DTXHOD�ORQJD�OLVWD�GH�GRFXPHQWRV�³SDUD�SRVVH´�VH�YROWDP�
a montar o seu assentamento individual. Lá estarão cópias de documentos de 
identificação (RG, CPF, Título de Eleitor, etc.), declarações (como, por exemplo, a 
sua declaração de bens e de não exercício de outro cargo, emprego ou função 
pública), bem como quaisquer outros dados que venham a ser de interesse do 
órgão no qual você trabalha ou que digam respeito à sua situação funcional. 
Pois bem, os servidores do seu estado, quando aprovados e empossados em 
seu novo cargo, terão 30 dias para iniciar o exercício de suas atribuições, prazo este 
prorrogável por mais 30 dias, mediante requerimento e a juízo da autoridade 
competente: 
Art. 38. É de 30 (trinta) dias o prazo para entrar no exercício das 
atribuições do cargo ou da função, contado da data: 
I - da posse; 
II - da publicação no Diário da Justiça dos atos relativos às demais 
formas de provimento previstas nos incisos II a VI do art.11. 
§ 1°. Os prazos previstos neste artigo poderão ser prorrogados por 30 
(trinta) dias, a requerimento do interessado e a juízo da autoridade 
competente para dar posse 
Lembrando: só há posse quando o provimento do cargo é por nomeação. As 
demais formas de provimento ainda serão explicadas a você. No momento, você só 
conhece seus nomes: 
Art. 11. São formas de provimento de cargo público: 
I - nomeação; 
II - readaptação; 
III - reversão; 
IV - aproveitamento; 
V - reintegração; 
VI - recondução; 
VII - remoção; 
VIII - promoção. 
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O prazo para entrada em exercício da função de confiança também está 
sujeita ao prazo de 30 dias, entretanto, sem previsão de prorrogação. 
Leve em conta que no caso de designação para função de confiança, o 
designado já é servidor do Poder Judiciário (pré-requisito para a designação), não 
havendo muito sentido em prorrogar sua entrada em exercício (a maior parte das 
informações e documentos necessários já se encontram no RH, já que o servidor 
teve de apresentar os documentos para tomar posse em seu cargo efetivo: 
§ 2°. O exercício em função de confiança dar-se-á no prazo máximo de 
30 (trinta) dias, contados da publicação do ato de designação. 
As formas de movimentação do servidor (onde o funcionário passará a 
exercer suas funções em local diferente daquele anteriormente apontado) geram um 
prazo para início de exercício mais curto: 08 dias ou 15 dias, a depender da forma 
de movimentação e da comarca de destino do servidor: 
§ 3°. O funcionário removido, promovido, relotado, requisitado, cedido 
ou posto em exercício provisório terá 08 (oito) dias de prazo, contados 
da publicação do ato, para o retorno ao efetivo desempenho das atribuições 
do cargo na mesma comarca. 
§ 4°. Na hipótese do § 3º, sendo a lotação de destino em outra comarca, 
o prazo da entrada em exercício será de 15 (quinze) dias. 
Em caso de retorno de licença, o estatuto não concede nenhum prazo para o 
servidor retomar o exercício. Ele deverá fazê-lo imediatamente: 
§ 5°. O funcionário licenciado nos termos deste Estatuto retornará às 
efetivas atribuições a partir do término da licença. 
O parágrafo 6º fará sentido mais a frente na aula. Por enquanto, basta saber 
que as formas de provimento de cargos nele previstas dependem de inspeção 
médica oficial. 
§ 6°. O exercício em cargo efetivo nos casos de reintegração, 
aproveitamento, reversão, recondução e readaptação dependerá de 
prévia satisfação dos requisitos atinentes a tais formas de provimento 
e aptidão física e mental comprovada em inspeção médica oficial. 
Seguindo: 
§ 7°. O funcionário que, após a posse, não entrar em exercício dentro 
do prazo fixado, será exonerado. 
§ 8°. A posse e o exercício poderão ser reunidos em um só ato. 
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O parágrafo 7º é especialmente interessante, pois nos aponta a distinção 
entre posse e exercício: 
 
 
 
Se, por qualquer razão, após a posse, o servidor não entrar em exercício, ele 
será exonerado do cargo. Veja que o efeito é diferente daquele quando o nomeado 
não toma posse dentro do prazo legal (ineficácia do ato da nomeação). 
Isto ocorre, pois, após a posse, o nomeado já passou à condição de servidor, 
e desta forma, é necessário um ato formal de desligamento. Como este ato não teve 
como causa uma falta disciplinar (pois se assim o fosse, estaríamos falando de 
demissão), o nome dado a ele é justamente exoneração. 
Por outro lado, se o servidor não tomou posse, ele não chegou a se vincular 
ao órgão público, razão pela qual um ato mais simples pode ser realizado para fazer 
cessar os efeitos da nomeação. 
Por fim: 
 
 
 
Art. 39. O exercício é condicionado à vedação de conferir ao 
funcionário atribuições diversas das do seu respectivocargo. 
Bravo! 
Próximo capítulo. 
Posse - Aceitação Expressa das Atribuições 
Exercício - Desempenho das Atribuições 
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1.4 Do Estágio Probatório e da Estabilidade 
Pois bem, os próximos dois tópicos eu tenho certeza absoluta que, se você 
não conhece ainda, ao menos já ouviu falar (e com enorme entusiasmo!). São os 
institutos do estágio probatório e da estabilidade. 
Todo jornal de concurso público (para não fazer propaganda, não vou falar 
dos mais comuns) faz questão de encher a boca para dizer com orgulho: o regime é 
estatutário e assim, dá direito à estabilidade. Se você leu algo remotamente 
parecido com isso, pelo amor de Deus, apague de sua cabeça. 
Estabilidade não se ganha de presente. Você afaz por merecer. E como 
saber se você será merecedor de tamanha dádiva? (não deveria ser um presente 
tão cobiçado, mas as condições de emprego no país não parecem melhorar). 
Art. 19. Ao entrar em exercício, o funcionário nomeado para cargo de 
provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 
36 (trinta e seis) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade 
serão objetos de avaliação para o desempenho do cargo, observados 
os seguintes fatores: 
I - assiduidade; 
II - disciplina; 
III - capacidade; 
IV - produtividade; 
V - responsabilidade. 
 
 
Assiduidade Disciplina 
Capacidade de 
Iniciativa 
Produtividade Responsabilidade 
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O estágio probatório, como o nome sugere, é um período de avaliação do 
seu desempenho funcional. 
Estágio é talvez a melhor palavra para definir o que vai acontecer com você 
:P. Você está sendo avaliado enquanto funcionário. Estão vendo se você chega no 
horário, se é obediente, se toma a iniciativa ao resolver problemas, em uma 
velocidade adequada e se vê sua nova função como algo que merece zelo. 
E toda esta observação ocorrerá durante um período de 36 meses. 
Dê uma olhada no texto constitucional: 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores 
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso 
público. 
Pelo texto constitucional atual, somente o provimento de cargo por nomeação 
decorrente de concurso público é capaz de conferir estabilidade ao servidor. Mas 
não é disto que eu quero falar. 
Note que o texto constitucional é enfático ao dizer que a estabilidade só se 
adquire após três anos de efetivo exercício. Como o instituto do estágio probatório 
está intimamente ligado ao da estabilidade, a doutrina e jurisprudência chegaram à 
conclusão de que o prazo de estágio probatório é justamente o previsto na 
constituição para a estabilidade (3 anos). 
Como tudo na Administração Pública, você será julgado por critérios 
objetivos: 
§ 1°. Seis meses antes de findo o período do estágio probatório, será 
submetida à homologação da autoridade competente a avaliação de 
desempenho do funcionário, realizada de acordo com o que dispuser a 
lei ou o regulamento, sem prejuízo da continuidade de apuração dos 
fatores enumerados nos incisos I a V deste artigo. 
Você será avaliado segundo o regulamento do órgão ao qual estará 
vinculado. Todavia, essa avaliação está sujeita a homologação de outra autoridade, 
responsável pela validação dos procedimentos. Se esta homologação fosse 
começar depois dos três anos fixados para o estágio probatório, você correria o 
risco de não ser avaliado a tempo. 
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O parágrafo 1º também reforça que você continua sendo avaliado durante 
este período de seis meses. Não vá achar que só porque sua avaliação já foi 
encaminhada você está livre para tocar o terror na repartição (aliás, nem depois de 
estável você poderá fazer isso :P). 
Vou pular alguns parágrafos temporariamente. Veja agora o parágrafo 3º e o 
artigo 20 do Estatuto: 
§ 3°. O estágio probatório e respectivo prazo ficarão suspensos durante 
as licenças e os afastamentos sendo retomados a partir do término de 
tais impedimentos. 
[...] 
Art. 20. A avaliação de desempenho constitui condição para aquisição 
da estabilidade e tem como finalidade avaliar a capacidade e a aptidão do 
funcionário para o exercício do cargo. 
 
Só uma ressalva: férias não são licenças e assim não suspendem o estágio 
probatório. Mesmo caracterizando uma ausência sua (justificada, é bom que se 
frise), o seu decurso é considerado para fins de contagem do prazo de três anos de 
estágio probatório. 
Pois bem, vamos simplificar a ideia agora. Eu disse que você precisa fazer 
por merecer a estabilidade, certo? 
Desta forma, não há estabilidade antes da verificação. Não é o decurso 
do prazo que o torna estável, mas sim a confirmação no cargo, após a apuração 
prevista no parágrafo 1º. 
Ah sim: mesmo que a lei da carreira preveja um procedimento específico 
para avaliar o desempenho do servidor (coisa que, aliás, deve ser feita 6 meses 
antes do fim do prazo de 3 anos), a Assiduidade, Disciplina, Produtividade, 
Responsabilidade e Capacidade de iniciativa continuam a ser aferidas, conforme 
previsão do estatuto. 
Como se disse: a estabilidade não é um presente. Ela é merecida! 
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Assim, se você está de licença, não está trabalhando, e se não está 
trabalhando, não pode ser avaliado, o que conduz à suspensão do prazo de estágio 
probatório. 
Voltando ao parágrafo 2º: 
§ 2°. O funcionário em estágio probatório poderá exercer quaisquer 
cargos de provimento em comissão ou funções gratificadas. 
É comum que alguns estatutos vedem o acesso de servidores em estágio 
probatório a determinados cargos de provimento em comissão ou funções 
gratificadas. Outros, embora não proíbam, também não autorizam expressamente, o 
que gera algumas dúvidas no RH quanto a possibilidade de nomeação ou 
designação. 
Seu estatuto resolveu todos esses problemas, sendo expresso ao dizer que o 
fato do funcionário estar em estágio probatório não impede a sua designação para 
estas posições. 
§ 4°. O funcionário em estágio probatório não poderá ser cedido a 
qualquer outro órgão da administração pública direta ou indireta e a 
ele somente poderão ser concedidas as seguintes licenças: 
I - para tratamento de saúde; 
II - por motivo de doença em pessoa da família; 
III - para acompanhamento do cônjuge ou companheiro funcionário 
público; 
IV - para prestar serviço militar ou outro serviço obrigatório por lei; 
V - para participar de curso de formação decorrente de aprovação em 
concurso para outro cargo na administração pública; 
VI - para o exercício de mandato político; 
VII - pelo período que mediar a sua escolha como candidato a cargo 
eletivo e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça 
Eleitoral;VIII - pelo período do registro de sua candidatura perante a Justiça 
Eleitoral até o décimo dia seguinte ao pleito. 
Os servidores em estágio probatório não podem obter nenhuma das licenças 
não previstas no parágrafo 4º. Assim, um servidor ainda não estável não poderá, por 
exemplo, tirar licença para o trato de assuntos pessoais (você estudará todas as 
licenças existentes a seu tempo). 
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Nem com suspensão do estágio probatório? NEM COM SUSPENSÃO! A 
licença ou afastamento será simplesmente indeferido pela Administração. 
O artigo 20 já foi estudado, mas vamos reproduzi-lo para fazer gancho com o 
artigo 21: 
Art. 20. A avaliação de desempenho constitui condição para aquisição 
da estabilidade e tem como finalidade avaliar a capacidade e a aptidão do 
funcionário para o exercício do cargo. 
E na sequencia: 
Art. 21. O estágio probatório será sempre relacionado com o cargo 
ocupado. 
Parágrafo único. Na hipótese de nomeação para outro cargo de 
provimento efetivo, o prazo de estágio probatório e da avaliação 
especial reiniciará com a respectiva assunção. 
 
Quando você for aprovado em um concurso público e nomeado, o estágio 
probatório será conduzido para aferir sua capacidade de exercer AQUELE cargo 
público. Se, por exemplo, você deixar aquele cargo para assumir outro (quando as 
aprovações começam, elas não costumam parar :P), toda avaliação à qual você 
estava sendo submetido já não será mais adequada para aferir sua capacidade de 
desempenhar o cargo novo. 
Por esta razão, o prazo de estágio probatório se reinicia. 
Bom, mas e se, apesar do seu chefe concordar que você foi um bom 
funcionário durante todo esse tempo, a autoridade competente não homologar sua 
avaliação? 
Você será mandado embora sumariamente? Errado! Isso aqui ainda é o 
serviço público, seja você estável ou não. Nada ocorre (ou ao menos nada deveria 
ocorrer) arbitrariamente. 
Se querem te exonerar (no fundo, é esse o efeito prático da não 
homologação), a Administração terá de seguir as regras aplicáveis ao processo 
administrativo disciplinar: 
Art. 22. Na hipótese da autoridade competente não homologar a 
avaliação de desempenho indicando a exoneração, será aberto 
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procedimento que é regido pelas normas do processo administrativo 
disciplinar conforme o Quadro ao qual pertencer o funcionário. 
Ressalto: embora as regras aplicáveis ao procedimento sejam as mesmas do 
processo administrativo disciplinar (onde te será dada a oportunidade de oferecer 
alegações), a exoneração neste caso não constitui medida punitiva (fosse um 
desligamento decorrente de infração, estaríamos diante de uma demissão). 
Entretanto, como está pendente a decisão final a respeito de sua efetivação 
no cargo, a estabilidade não lhe pode ser concedida (mais uma prova de que a 
estabilidade não decorre do mero decurso de prazo): 
Parágrafo único. Durante o trâmite do processo referido no caput deste 
artigo, o prazo para aquisição da estabilidade ficará suspenso até o 
julgamento final. 
Art. 23. O Presidente do Tribunal de Justiça regulamentará o 
procedimento da avaliação de desempenho. 
 
Ok, você sobreviveu aos 3 anos de avaliação. Deu o sangue pela entidade, 
portou-se com a dignidade de um lorde e com a humildade de um clérigo durante o 
período de avaliação. Foi Assíduo, Disciplinado, Produtivo, Responsável e 
dotado de Capacidade, além de ter atendido aos critérios específicos de sua 
própria carreira. 
Pois bem, e qual é o seu prêmio por ter se comportado como um funcionário 
exemplar? 
Art. 24. O funcionário habilitado em concurso público e empossado em 
cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço público 
ao completar 03 (três) anos de efetivo exercício. 
 
Contudo, o que exatamente é a estabilidade? 
Art. 25. O funcionário estável somente perderá o cargo em virtude de: 
I - sentença judicial transitada em julgado; 
II - decisão em processo administrativo disciplinar; 
III - decisão derivada de processo de avaliação periódica de 
desempenho, na forma da lei complementar federal, assegurada a 
ampla defesa; 
IV - para corte de despesas com pessoal conforme disposto na 
Constituição e legislação federal. 
 
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O texto no qual se inspirou o artigo 25 já é posterior à Emenda Constitucional 
nº. 19/1998. Contemplando todas as hipóteses de perda do cargo por servidor 
estável presentes na Constituição Federal. 
Aliás, o artigo 25 é praticamente um espelho dos dispositivos constitucionais, 
a começar pelo artigo 41: 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores 
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso 
público. 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada 
ampla defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na 
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. 
E a quarta possibilidade de exoneração de servidor estável prevista na 
Constituição esta lá embaixo, quase esquecida, no artigo 169, parágrafo 4º: 
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites 
estabelecidos em lei complementar. 
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não 
forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da 
lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá 
perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos 
Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade 
administrativa objeto da redução de pessoal. 
 
A rigor, a estabilidade não é um ³SUHVHQWH´� GDGR� DR� IXQFLRQiULR�� (OD� p� D�
garantia de que você, enquanto servidor público, agirá sempre no interesse da 
instituição ou do Estado, e não de seus superiores hierárquicos. 
Imagine se você pudesse ser demitido a qualquer momento, o que não seria 
capaz de fazer pelo seu chefe, ainda que a solicitação seja de legalidade duvidosa. 
Por esta razão a legislação garante ao funcionário que ele não perderá seu 
cargo, exceto nas hipóteses ali previstas. 
Preocupe-se em conhecer os incisos I e II do artigo 41 da Constituição (que 
são os que estão expressamente previstos na redação atual do estatuto). 
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O Inciso III daquele artigo não foi regulamentado até hoje (avaliação 
periódica) e o parágrafo 4º do artigo 169 é uma previsão que, até a presente data, 
não se tem notícia de que tenha sido utilizada, exceto em algumas Prefeituras que 
esbarraram nas disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal

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