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TEORIA DA RELAÇÃO JURÍDICA II - 2º B - Prof. Rainer

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TEORIA DA RELAÇÃO JURÍDICA II – part. 2
VÍCIOS SOCIAIS:
Simulação: Art. 167: ”É nulo o n.j simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substancia e na forma”
Encenação de um n.j que não corresponde à verdade. Violar a lei, enganar terceiros com ou sem prejuízo.
Acordo simulatório: 2 ou + pessoas (simuladores)
Conluio/mancomunação – art. 496: “É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.”
- A e B em acordo enganam C
Distinção – art. 152: “No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstancias que possam influir na gravidade dela” – dolo recíproco:
Venda de ascendente para descendente (autorização dos demais descendentes) 
Pai Filho
Amigo de confiança (interposta pessoa)
Art. 550: “A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.” - doação de doador casado ao cúmplice de adultério é anulável (doação camuflada de venda)
Classificação da simulação:
I – quanto à extensão:
1- simulação absoluta: existe a encenação (n.j simulado), mas por trás dele nada existe de verdadeiro. Os simuladores nada negariam entre si. Não existe o n.j dissimulado.
2- simulação relativa: existe o n.j simulado (encenação) e existe o n.j dissimulado (o n.j verdadeiro que os simuladores querem ocultar). 
 II – classificação legal: Art. 167, SS 1º: “Haverá simulação nos n.j quando: I- aparentarem conferir u transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II- contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III- os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.”
Inciso 1º: aparentares conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas das quais realmente se conferem ou transmitem.
Simulação subjetiva: é sempre relativa.
Inciso 2º: contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira.
Simulação objetiva: conteúdo do negócio. Pode ser absoluta ou relativa.
Inciso 3º: os instrumentos particulares forem ante ou pós dotados.
Simulação quanto ao tempo da celebração do n.j: pode ser absoluta ou relativa.
Instrumento: qualquer meio físico no qual se registra uma manifestação de vontade (documento). 
Instrumentos particulares: feitos pelos interessados – assinado pelo tabelião.
Instrumentos públicos: escritura publica – crime funcional.
III – quanto aos danos:
1- simulação maliciosa: engana terceiros e causa prejuízo (lesa terceiros)
2- simulação inocente: engana terceiros, mas não prejudica. Motivação moral. Familiar/social.
Art. 167: “É nulo o n.j simulado, mas subsistirá o que se dissimular se válido for na substancia e na forma.”
Caput: é nulo o n.j simulado, mas subsistirá o que se dissimular se válido for na substancia e na forma.
Terceiros de boa-fé em face da simulação: Art. 167, SS 2º: “Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do n.j simulado” 
2 possíveis compreensões: 
1- subsistência do n.j simulado para terceiros de boa fé.
2- os terceiros de boa-fé terão, em face dos simuladores, um direito de indenização.
Reserva mental e simulação: Art. 110: “A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento” querer intenso ≠ sua consciência ≠ vontade declarada
1ª parte: reserva mental unilateral é irrelevante. Vale a vontade como declarada
2ª parte: reserva mental bilateral.
1- reserva mental unilateral = simulação
2- reserva mental bilateral = n.j inexistente
Fraude contra credores:
Conceito: vício social pelo qual um doador insolvente pratica atos de disposição patrimonial, ou atos equiparados a estes dificultando ou impossibilitando que seus credores quirografários consigam judicialmente receber o que lhes é devido.
Definições preliminares:
1- Noção de responsabilidade civil: os bens do doador são a garantia genérica do cumprimento de suas obrigações
2- Processo de execução: ex: apropriação de bens do devedor – penhora de bens. Venda judicial - $$ - satisfação do credor.
3- Ideia de insolvência: não é ausência de bens. Ideia contábil total de bens.
4- Classificação dos créditos: 
1- créditos privilegiados: propriedade garantida em lei. Tributárias/previdenciários/trabalhistas.
2- créditos preferenciais: com garantia real. Hipoteca/penhor.
3- créditos quirografários: os demais/nem privilegiados, nem preferenciais. Os bens do devedor são a garantia da penhora.
Considerações a partir do conceito:
1. Elementos: 
- objetivo (eventus damni): é o n.j fraudulento considerado em si mesmo.
- subjetivo (consilium fraudis): o acordo (intencional, consciente) entre o devedor insolvente e o terceiro que com ele negocia de prejudicarem os credores.
2. Atualmente a fraude contra credores tem um perfil objetivo. O consilium fraudis é, em regra, presumido. Não precisa ser provado.
3. Proximidade da fraude contra credores com a simulação.
4. Ação anulatória do n.j fraudulento, conhecido como ação pauliana.
Prazo 4 anos – art. 178, II: “É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do n.j, contado: II- no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o n.j”
5 situações fraudulentas:
1- atos de disposição gratuita de bens. Ex: doação. O consilium fraudis é presumido.
2- atos de remissão (perdão) de dívida (declara que perdoa – simulação/fraude)
3- atos de disposição onerosa de bens. Ex: compra e venda. Art. 159: ”Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.”
O adquirente não consegue provar que pagou o preço justo pelo bem (simulação / caixa 2)
4- antecipação de pagamento – art.162: “O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.”
5- constituição fraudulenta de garantia – art.163: “Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.”
Garantias reais: vincular um bem específico ao pagamento de certa dívida. (hipoteca, penhor) Art. 165: “Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores. P.ú. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada.”
Efeitos do acolhimento da ação pauliana:
1- atos de disposição gratuita – retorno do bem ao patrimônio do devedor insolvente.
2- atos de remissão de dívidas: anulado o suposto “perdão”, o crédito continua existindo no patrimônio do doador insolvente
3- atos de disposição onerosa: retorno do bem ao patrimônio do devedor insolvente.
4- antecipação de pagamento: o credor que recebeu antecipadamente o pagamento (parte da dívida) fica obrigado a devolver o dinheiro.
5- constituição fraudulenta de garantia (p.ú. art. 165: ”Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada.”) - anula-se apenas a garantia fraudulenta. O crédito continua existindo.
Aspectos processuais:
1- legitimidade ativa para a ação pauliana: qualquer credor quirografário (mesmo isoladamente não precisam ser todos juntos).
Art. 158: “Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credoresquirografários, como lesivos dos seus direitos.”
Art. 158, SS 2º: “Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.”
Qualquer credor quirografário preexistente ao n.j que se pretenda anular
Art. 158, SS 1º: “Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.”
A mesma ação caberá ao credor preferencial cuja garantia se torna insuficiente
2- legitimidade passiva: contra quem se propõe a demanda
Art. 161: “A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé.”
A ação poderá (no sentido de dever) ser proposta contra o devedor insolvente e a pessoa que com ele negociou.
Art. 164: ”Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família.” 
Distinção clássica:
	FRAUDE CONTRA CREDORES:
	FRAUDE À EXECUÇÃO:
	Direito Material
	Direito Processual
	Pressuposto: devedor insolvente ou pré insolvente
	Pendência de uma demanda capaz de reduzir o réu devedor à insolvência
	Esvaziamento patrimonial
	Alienação patrimonial
	Ação pauliana (anulatória)
	Declaração de ineficácia para aquele processo
Invalidade do n.j:
Invalidade: recusar efeitos ao n.j porque ele está em desacordo com a lei. Ele não preenche os requisitos legais.
Plano de eficácia: limitadores dos efeitos de um n.j por interesse da(s) parte(s).
2 regimes de validade (sanções invalidantes):
1- nulidade: sanção invalidante mais grave. Ela retira do n.j qualquer possibilidade de produção de efeitos. O n.j nulo é o que viola norma jurídica de ordem pública.
2- anulabilidade: sanção invalidante menos grave. Em certas circunstancias o n.j meramente anulável pode produzir efeitos válidos. O n.j anulável viola norma que regula interesses privados.
2 classificações complementares:
1- invalidades originárias: defeito do n.j já está presente no momento de sua formação/celebração.
1.1- invalidades sucessiva: defeitos de execução/no cumprimento. Universo contratual (resilução/resolução/descumprimento.
2- invalidades totais: pode ser tanto nulidade, quanto anulabilidade. O defeito do n.j diz respeito a aspectos essenciais/fundamentais do n.j. Nada dele se salva.
2.1- invalidade parcial: o defeito do n.j atinge partes dele, mas não ele por inteiro.
Art. 184: “Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um n.j não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.” – redução do n.j:
1ª metade: partes (cláusulas) válidas ------------- partes (cláusulas) invalidas
 Essência do negócio ---------------- Descartar
2ª metade: relação de acessoriedade (art. 92: “Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal”) 
Acessório segue o principal. O principal anula o acessório. O contrário não acontece.
Art. 183: “A invalidade do instrumento não induz a do n.j sempre que este puder provar-se por outro meio.” – invalidade instrumentária
Macete: ... quando este puder... -> ... apenas quando este puder.
Instrumento: meio físico no qual se fixa uma manifestação de vontade (papel-> escrito o contrato. Representar o n.j).
INSTRUMENTO N.J EM SI
Se determinado instrumento é essencial ao ato (é da substancia do ato) o n.j não pode provar-se por outro modo.
Escritura pública – n.j imobiliário – art. 108: “Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos n.j que visem à constituição, transferência, modificação ou renuncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.”
Se a escritura for inválida, o n.j nela contido também o será. Não se aplica o art. 183
Relação de crédito e débito
Emissão de cheque (título de crédito)
Rasura/borrão- invalida o cheque.
Nulidade: sanção invalidante + grave. Art. 166: “É nulo o n.j quando: I-celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II- for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III- o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilíito; IV- não revestir a forma prescrita em lei; V- for pretendida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI- tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII- a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.”
Forma (conceito pontual)- escritura pública (art. 108: “Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos n.j que visem à constituição, transferência, modificação ou renuncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.”) – fiança escrita (art.819: “A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.”)
Solenidade (conceito dinâmico)- rito/procedimento de celebração casamento (art. 1533: “Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previamente designados pela autoridade que houver de presidir o ato, mediante petição dos contraentes, que se mostrem habilitados com a certidão do art. 1531.”) – testamento (art. 1864: “São requisitos essenciais do testamento público: I- ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de notas, de acordo com as declarações do testador, podendo este servir-se de minuta, notas ou apontamentos; II- lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo tabelião ao testador e a duas testemunhas, a um só tempo, ou pelo testador, se o quiser, na presença destas e do oficial; III- ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado pelo testador, pelas testemunhas e pelo tabelião.”)
VI- fraude à lei imperativa. Art. 1801, III: “Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários: I- a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos; II- as testemunhas do testamento; III- o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos; IV- o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento.” – art. 1802: “São nulas as disposições testamentárias em favor de pessoas não legitimadas a suceder, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante interposta pessoa.” disposição testamentária
VIII- a lei expressamente o declarar nulo. Ou proibir-lhe a pratica sem cominar sanção. Art. 548: “É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.” Art. 543: “Se o donatário foi absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.” Art. 1749: “Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade: I- adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens moveis ou imóveis pertencentes ao menor; II- dispor dos bens do menor a título gratuito; III- constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor.”
Art. 168: “As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo MP, quando lhe couber intervir.” Art. 166: “É nulo o n.j quando: I- celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II- for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III- o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; IV- não revestir a forma prescrita em lei; V- for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI- tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII- a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.”Art. 167: “É nulo o n.j simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substancia e na forma. SS1º Haverá simulação nos n.j quando: I- aparentaremconferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferes, ou transmitem; II- contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III- os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. SS2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do n.j simulado.” - antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado.
A questão precisa chegar ao poder judiciário. Mundo dos fatos ------ mundo jurídico
Alargamento das possibilidades de reconhecimento.
Qualquer pessoa pode alegar uma nulidade
O m.p pode alegar uma nulidade nas ações nas quais deve intervir.
O juiz pode reconhecer uma nulidade de ofício 
As nulidades são insupríveis. Nem o juiz pode retificar/consertar uma nulidade
O reconhecimento judicial de uma nulidade tem sempre efeito “ex tunc” (retroativo)
Art. 169: “O n.j nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.”
 O nulo não é suscetível de confirmação pelas partes. Nem convalesce com o decorrer do tempo.
A passagem do tempo não conserta/sana uma nulidade.
As nulidades são imprescritíveis (não há prezo para alegá-las) 
Problema prático: insegurança nas relações sociais.
Solução: a declaração da nulidade em si, não prescreve, mas os feitos econômicos que se quer extrair da nulidade, estes prescrevem/indenização (3 anos). Devolução do bem (usucapião)
Art. 170: “Se, porém, p n.j nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.” 
Conversão substancial do n.j nulo.
Não é confirmação do nulo. A possibilidade de enxergar no n.j nulo, algo de aproveitável na manifestação de vontade.
-Compra e venda nula por defeito de forma – compreender como um compromisso de compra e venda (pré-contrato)
-Hipoteca nula por defeito de forma – compreender como uma confissão de dívida
-Doação de um bem indisponível
-Observação final: conceitualmente: o nulo não pode produzir efeitos.
-Situações excepcionais: admite-se o nulo produzindo algum efeito. Contradição com o conceito.
Art. 1561: “Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória”
Casamento potestativo: é nulo ou anulável em que um dos cônjuges ou ambos, estão de boa-fé. Em relação ao cônjuge de boa-fé, o casamento produz efeitos.
CLT – Art. 403: “É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos. P.ú. O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais prejudiciais à sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.” – 16 anos para trabalho. Contrato nulo, Pagamento é devido.
Anulabilidades: sanção invalidante menos grave.
O n.j meramente anulável viola norma jurídica que regula interesses privados
Art. 171: “Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o n.j: I- por incapacidade relativa do agente; II- por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.”
Alem dos casos expressamente previstos em lei, são anuláveis: I- por incapacidade relativa (art. 496: “É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.”art. 550: “A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.”art. 1649: “A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária, tornará anulável o ato praticado, podendo o outro conjuge pleitear-se a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.”) sem a devida assistência legal. II- por erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude contra credores.
Art. 177: “A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício, só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.”
A anulabilidade não tem efeitos antes de ser pronunciada por sentença 
Ao os interessados podem alegá-la. Interessados: quem são os recompensados. Relativamente incapaz (assistente legal). Vítima de vício de vontade, os credores quirografários.
O n.j meramente anulável, nasce produzindo efeitos. O juiz não pode agir de ofício.
A anulabilidade aproveita a quem a alega, e não aos demais envolvidos, salvo solidariedade/indivisibilidade.
A anulação judicial de um n.j, a princípio, teria efeitos “ex tunc” (dali pra frente)
Problema: qual é o interesse prático perseguido por quem propõe uma ação anulatória?
Art. 182: “Anulado o n.j, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.” – anulado o n.j as partes retornam ao “status quo ante” / anulabilidades efeitos “ex tunc”
Classificação das ações: processo civil
Ação declaratória de nulidade: os efeitos sempre são “ex tunc”
Ação anulatória: natureza desconstitutiva/constitutivo negativa. Sentença que desconstitui o n.j. A princípio os efeitos seriam “ex nunc”.
Prazos da ação anulatória: prazos decadenciais. Exercício de direito potestativo.
Art. 178: “É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do n.j, contado: I- no caso de coação, do dia em que ela cessar; II- no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o n.j; III- no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.” 
Termo inicial: I- no caso de coação, a partir de quando ela cessa. II- nos casos de erro, dolo, estado de perigo, lesão e fraude contra credores, a partir da celebração do n.j. III- no caso de incapacidade, a partir de quando a incapacidade cessa.
Art. 179: “Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação,será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.” Prazo supletivo de 2 anos. Prazo supletivo: só se aplica se a lei não prever outro.
Art. 496: “É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.” Art. 117: “Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o n.j que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. P.ú. para este efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos.”
Perda do praz da ação anulatória, convalescimento legal do n.j/confirmação legal.
Confirmação do n.j anulável - arts. 172 a 176:
Art. 172: “O n.j anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.”
“Pelas partes...” Não é repete a sua celebração. A parte que poderia pleitear a anulação do n.j, ao invés disso, o confirma.
Ato da confirmação: o n.j unilateral não receptício
1- confirmação expressa: art. 173: “O ato de confirmação deve conter a substancia do negócio celebrado e a vontade expressa de mante-lo.”
Referencia ao n.j que se está confirmado. Vontade expressa de mantê-lo
Ato de confirmação- mesma forma? Alguns acham que sim, outros não.
Variação: art. 176: “Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validado se este a der posteriormente.” – autorização tardia
2- confirmação tácita: art. 174: “É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.” Cumprimento/início do cumprimento voluntário do n.j que se poderia anular. Comportamento anulatório (atenção nos casos de erro, dolo e coação)
Art. 175: “A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções,de que contra ele dispusesse o devedor.” – conteúdo processual.
Confirmar o n.j anulável é abrir mão da possibilidade de anulá-lo
Ação anulatória – carência da ação
Ato ilícito:
Conceito genérico: contrariedade com a lei
Ato ilícito civil – art. 186: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligencia ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”- Conceito jurídico aberto.
2 elementos: violação de direito. Causação de um dano
Efeito: dever de indenizar (art. 927: “Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. P.ú. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos específicos em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”)
Distinção com o ato ilícito penal: ideia de tipicidade. Prévia descrição na lei penal de certa conduta como crime.
1- será que todo ato ilícito civil também é ato ilícito penal? Não.
2- será que todo ato ilícito penal é também ato ilícito civil? Em regra, sim. Homicídio, lesões corporais, estupro, geram indenização. Excepcionalmente, não. Ato obsceno – desobediência.
Um mesmo fato, acidente de transito com morte:
Direito penal: processo criminal por homicídio
Direito civil: ação indenizatória.
Risco de decisões contraditórias
Art. 935: “A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juizo criminal.”
Independência relativa entre responsabilidade civil e penal. Prioridade à justiça criminal.
Sobrestamento (suspensão) da ação civil.
Ilícito administrativo: poder de polícia da administração pública (governo)
Art. 186: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligencia ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato Ilícito.”
1- ação ou omissão voluntária
2- dono – invasão/violação da esfera jurídica alheia. 
Dano patrimonial: prejuízo econômico - indenização: recomposição do patrimônio.
Dano extra patrimonial: prejuízo moral, violação de direitos da personalidade – indenização: compensação à vítima – arbitramento pelo juiz.
Art. 944: “A indenização mede-se pela extensão do dano. P.ú. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.” – a indenização mede-se pela extensão do dano.
Danos patrimoniais. Danos extra patrimoniais.
P.ú. Redução da indenização por equidade – senso moral da justiça.
Desproporção:
Gravidade da culpa -- extensão do dano.
Art. 402: “Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.” – composição das perdas e danos. Danos emergentes –efetivo prejuízo.
Lucros cessantes – o que a vítima razoavelmente deixou de lucrar
3- Nexo de causalidade – relação de causa e efeito entre o dano e a conduta do agente.
Culpa exclusiva da vítima
Caso fortuito ou de força maior (art. 393: “O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. P.ú. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.”)
Casos que quebram o nexo causal.
4- culpa: art. 186: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligencia ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
 “Negligencia ou imprudência”
Culpa em sentido amplo – dolo (sentido penal. Intenção premeditação) + culpa estrita (imprudência – falta de conduta)
Negligencia- descaso falta de atenção. Imperícia – não observância das regrar de certa arte ou ofício.
Responsabilidade civil: dever de indenizar. Os bens do devedor são a garantia genérica do cumprimento de suas obrigações. (art. 391: “Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.”)
I- quanto à origem: 
Responsabilidade civil contratual: existe em n.j preexistente entre as partes. Descumprimento do contrato.
Responsabilidade civil extra patrimonial: não existe n.j preexistente entre as partes.
 II- quanto ao fundamento:
Responsabilidade subjetiva: fundamenta-se na culpa (em sentido amplo).
Responsabilidade objetiva: fundamenta-se no risco Quem se dedica a uma atividade potencialmente lesiva a terceiros, assume o risco de indenizar os prejuízos (danos) que venha a causar (art. 927, p.ú: “Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. P.ú. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”)
2 situações principais de responsabilidade objetiva:
Responsabilidade civil do Estado (Poder Público): teoria do risco administrativo, art. 43: “
Responsabilidade empresarial – art. 931: “Ressalvados outros casos previsto em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.” - teoria do risco criado.
III- quanto ao fato:
1- responsabilidade civil por fato própria: responsabiliza-se (pleiteia-se a indenização) do próprio causador do dano
2- responsabilidade civil por fato de terceiro: a indenização é pleiteada de outra pessoa e não do causador. Art. 932: “São também responsáveis pela reparação civil: I- os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II- o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III- o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV- os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos hospedes, moradores e educandos; V- os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.” Art. 933: “As pessoas indicadas nos incisos I a V do ao 932, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.” – pais/filhos. Art. 149: “O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve, se, porem, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.” – dolo na representação.
3- responsabilidade civil por fato da coisa: - art. 936: “O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vitima ou força maior.”- danos por animais - art. 937: “O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultares de sua ruína, se ta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.” – ruína de prédio - art. 938: “Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.” – coisas lançadas/caídas de prédio.
Excludentes de Ilicitude:
Art. 188: “Não constituem atos ilícitos: I- os praticados em legitima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II- a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. P.ú. No caso do inciso II, o ato será legitimado somente quando as circunstancias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.”
I- legítima defesa/exercício regular de direito
II- estado de necessidade – situação de riso, situação de ...
 Legitima Defesa - art. 25, CP: “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.” 
Legítimadefesa – Estado de Necessidade - Art. 24, CP: “Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. SS1º Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. SS 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.”
Caracterizada a legitima defesa, afasta-se também o deve de indenizar. Excesso de legitima defesa (volta a sua ilicitude)
Art. 930, p.ú: “Se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. P.ú. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano.” – legítima defesa com dever de indenização
(Danos a uma 4ª pessoa)
Exercício regular de Direito – 
Art. 23, CP: “Não há crime quando o agente pratica o fato: I- em estado de necessidade; II- em legítima defesa; III- em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. P.ú. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.”
Danos causados por policial/bombeiros
Relações privadas – direito de construir
Caracterizada a excludente, afasta-se também o dever de indenizar
Estado de necessidade:
1- uso apenas dos meios necessários para afastar a situação de perigo
2- proporcionalidade
Bem jurídico lesado (patrimônio) ------ bem jurídico a ser preservado (vida/integridade física)
O estado de necessidade não afasta o dever de indenizar
Art 929: “Se a pessoa lesada, ou o dano da coisa, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á o direito à indenização do prejuízo que sofreram”- para fugir de uma enxurrada em uma via publica a pessoa quebrou o portão de uma casa em busca de abrigo. É devida indenização
Art. 930, caput: “Se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.” – para fugir do ataque de um cachorro em via publica, a pessoa quebrou o portão da casa. Indenização ao dono da casa. Ação regressiva contra a dona do cachorro
Abuso de direito
Art- 187: “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.”
Contradição filosófica a ser superada: Não é o direito em si que é lícito. O exercício extravagante, arbitrário, anormal de um direito, é considerado ilícito por equiparação
Cópia do art. 334: “Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o epósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.”
Consequência: dever de indenizar
Art. 1228: “O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. SS1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. SS2º São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. SS3º O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. SS 4º O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir m extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. SS5º No caso do p. antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário, pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores.” – propriedade privada
Art. 1277: ”O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. P.ú. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança.” – direitos de vizinhança
Direito de greve –Art. 9º, CF: “É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.SS 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. SS 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.”
Abuso de direito:
Art. 186: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
Conceito objetivo (não depende de prova de culpa) e finalístico (fiscalizam-se os direitos na função que deveriam ter.)
Prescrição e decadência:
Prescrição: é a perda da possibilidade de exercer judicialmente um direito, porque passou o prazo previsto em lei para fazê-lo.
Direitos subjetivos, patrimoniais. Ex: direitos de crédito
Decadência: é a extinção de um direito porque passou o prazo previsto em lei para exercê-lo
Direitos potestativos. Ex: ações anulatórias
Justificativa: segurança jurídica/pacificação dos conflitos sociais.
Sanção à inércia do titular
Direitos não devem ficar eternamente pendentes.
Prescrição:
Art. 189: “Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.”
 Inicio do prazo da prescrição Consumação da prescrição Prazo hipotético: 5 anos.
Celebração do n.j. Vencimento da dívida
Obrigação de pag.. Não pagou. Violação do direito do credor.
Art. 190: ”A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.” – a exceção prescreve no mesmo prazo da pretensão. Exceção: matéria de defesa: se o titular perdeu o prazo para propor a demanda, exercendo seu direito, ele perdeu o prazo para argüir o seu direito com matéria de defesa.
Art. 191: “A renuncia da prescrição pode ser expressão ou tácita e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renuncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição” 
 Renuncia a prescrição: ato do devedor que paga dívida que não poderia mais ser compelido a pagar. Pagamento de dívida já prescreveu. Pagamento é válido. Não pode ser antecipada. Não pode ser caracterizada como fraude contra credores.
Renuncia tácita: atos preparatórios
Renuncia expressa: pagamento em si
Art. 192: “Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.” – Prazos prescricionais não podem ser modificados pelas partes. Prazos prescricionais são sempre definidos em lei cogente (obrigatória). Nunca são criados e nem modificados pelas partes.
Art. 193: “A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.” – a prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição. Em qualquer momento do processo. A prescrição não se sujeita à preclusão.
Art. 194 – REVOGADO – O juiz pode reconhecer prescrição de ofício.
Art. 195: “Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas tem ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.” – relativamente incapazes – assistentes legais pessoas jurídicas – administrativas (terceirosque administram e/ou zelam pelos interesses dos titulares. Negligencia/culpa – passam a ter responsabilidade civil.
Art. 196: “A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.” – morte do credor no cursa da prescrição. O crédito é transmitido aos herdeiros.
Causas que impedem ou suspendem a prescrição:
Art. 197: “Não corre a prescrição: I- entre os cônjuges, na Constancia da sociedade conjugal; II- entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; III- entre tutelador ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.”
Art. 198: “Também não corre a prescrição: I- absolutamente incapazes; II- ausentes do país em serviço público; III- aos militares em tempo de guerra.”
Art. 199: “Igualmente não corre: I- pendendo condição suspensiva; II- não estando vencido o prazo; III- prendendo ação de evicção (perda da posse).”
Causa impeditiva: não há início de fluência
Causa suspensiva: a prescrição deixa de fluir
Art. 200: “Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.” – fato dependente de ação penal. A prescrição da ação indenizatória não flui.
(Ação indenizatória – art. 206, SS3º. 3 anos)
Art. 201: “Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.” – direito das obrigações – causas impeditivas/suspensivas da prescrição tem caráter personalíssimo. Só beneficiam as pessoas expressamente designadas
Pluralidade de credores, nem se forem solidários, a causa suspensiva que beneficia um deles, estende-se aos demais.
Ressalva: obrigação indivisível.
Interrupção da prescrição 
Art. 202: “A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: I- por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; II- por protesto, nas condições do inciso antecedente; III- por protesto cambial; IV- pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores; V- por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; VI- por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. P.ú. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do ultimo ato do processo para a interromper.”
Conduta do credor que deixa claro que quer exercer o seu direito ( quer a satisfação do seu direito) Excepcionalmente é uma conduta do devedor, que reconhece o direito do credor.
Ex padrão:
Inicio da prescrição -------------------------- interrompeu a prescrição 
Violação do direito do credor ------------ ajuizamento da ação de cobrança ---- fim da demanda
Não pagamento no vencimento
1- Direito do credor foi satisfeito
2- Direito do credor não foi satisfeito. A prescrição interrompida recomeça a correr do ultimo ato do processo que a interrompeu. 
A prescrição só pode ser interrompida uma única vez e isso se da: Inciso I. Por despacho do juiz, que determina a citação do réu.
Art. 203: “A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.” – a interrupção da prescrição não é privativa do credor. Qualquer interessado: cônjuge/companheiro, representante legal/voluntário, sócio (mesmo que não gestor) da pessoa jurídica credora.
Art. 204: “A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o codevedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados. SS1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros, assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros. SS2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis. SS3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.” – direito das obrigações. 
Pluralidade de credores: a interrupção feita por um deles não beneficia os demais, salvo solidariedade ativa.
Pluralidade de devedores: a interrupção contra um deles não prejudica os demais, salvo solidariedade passiva.
Prazos prescricionais:
Tendência atual de redução de prazos:
Art. 205: “A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor” – prazo supletivo (sempre que não existir prazo menor) de 20 anos.
Art. 206: prazos de 1 a 5 anos
 SS1º: 1 ano – seguro.
 SS2º: 2 anos- alimentos.
SS3º: 3 anos – alugueis/ações de reparação de dano;
 SS5º: 5 anos – dívidas liquidas constantes de instrumentos públicos ou particulares.
Decadência:
Extinção de um direito potestativo pela perda dos prazos previstos para exercê-lo.
Direitos potestativos sem prazo: divórcio, demissão de empregados, retirada de sociedade.
Direitos potestativos com prazo ações anulatórias (art. 178: “É de 4 anos o prazo de decadência para pleitear-sw a anulação do n.j, contado: I- no caso de coação, do dia em que ela cessar; II- no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão; III- no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. “ art. 179 “ Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.”)
Art. 207: “Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.” – as causas impeditivas, suspensivas ou interruptivas da prescrição não deveriam se aplicar a decadência
Exceções:
Art. 208: “Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 (“Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas tem ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente”) e 198, I (“Não corre a prescrição I- pendendo condição suspensiva”).”
Art. 1649: “A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária, tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal. P.ú. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado.” – anulabilidade do n.j por falta de autorização do cônjuge. Prazo: 2 anos. Termo inicial (termo da sociedade conjugal). Causa impeditiva.
Decadência legal:
Art. 209: “É nula a renuncia à decadência fixada em lei.” – não pode ser objeto de renuncia
Art. 210: “Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.” – deve ser reconhecida de ofício pelo juiz
Decadência convencional:
Art. 211: “Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.” – pode ser objeto de renuncia. Não pode ser reconhecido de ofício
Prazos criados pelas partes de um n.j para o exercício de certa prerrogativa resultante dele.
Compromisso de compra e venda – direito de arrependimento – prazo de 2 anos
Locação – direito de preferência na compra – prazo de 2 meses.

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