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Conflito e Controle nas Organizações: um estudo teórico de sua incorporação pelo pensamento organizacional Ghisèle Baeta Frota 1 Adriana Ferreira Furtado 2 Armindo dos Santos de Sousa Teodósio 3 Resumo: O presente artigo procura evidenciar as relações de cooperação e conflito nas organizações, segundo as principais teorias organizacionais. As características, a ênfase e o modo de lidar com estes fenômenos foram aspectos analisados no pensamento de alguns autores, representativos de cada teoria. O objetivo foi aprofundar a leitura, contribuindo para uma reflexão sobre como se dão essas relações dentro das organizações, demonstrando as semelhanças e diferenças, na visão de cada teoria. Palavras-chave: Conflito, Cooperação, Teorias Organizacionais Abstract: This article seeks to reveal the relations of cooperation and conflict in organizations, according to major organizational theories. The characteristics, the emphasis and how to deal with these phenomena were analyzed aspects in the thought of some authors, representative of each theory. The objective was to further reading, contributing to a reflection on how these relationships occur within organizations, demonstrating the similarities and differences, in the view of each theory. Keywords: Conflict, Cooperation, Organizational Theories 1 Mestre em Administração pela PUC Minas; Pós-Graduada em Gestão de Pessoas pela PUC Minas; Graduada em Enfermagem pela UFMG. Enfermeira sênior da PUC Minas. 2 Mestre em Administração pela PUC Minas; Pós-Graduada em Pedagogia Empresarial – Recursos Humanos; Graduada em Serviço Social pela PUC Minas. Professora da Faculdade Novos Horizontes. 3 Doutor em Administração de Empresas pela EAESP-FGV; Mestre em Ciências Sociais pela PUC Minas; Bacharel em Ciências Econômicas pela UFMG. Professor do Programa de Pós-Graduação da PUC Minas. INTRODUÇÃO A sociedade moderna se caracteriza pelas organizações. Além disso, elas são condição para o desenvolvimento econômico, político e social. O desenvolvimento é um processo integrado de transformação social, que tem nas organizações um de seus principais instrumentos. Pelo seu grande número e pela predominância desse tipo significativo de sistema social, torna-se importante o estudo das organizações. Durante o processo de construção dos estudos sobre as organizações, sucederam- se vários enfoques, que trouxeram para o campo do conhecimento perspectivas diversas de abordagem dos fenômenos organizacionais. Essas divergências se manifestam inclusive na seleção dos aspectos organizacionais prioritariamente estudados. As questões a respeito do conflito e da cooperação têm abordagens variadas nos estudos sobre as organizações. Os modelos de administração do século XX pensavam o trabalho pelo viés da racionalidade ou optavam por um estilo bem estruturado e esquemático, com predomínio de abordagens que excluíam as questões relacionadas ao conflito ou não sabiam bem como lidar com elas (BASTOS, SEIDEL, 1992; MOREIRA, CUNHA, 2007; MOTTA, 1997). Ao dissimular a natural tensão entre os interesses dos empresários e dos trabalhadores, possibilita-se que as relações de poder e dominação prevaleçam. A harmonia administrativa favorece a produtividade e a ordem nas organizações, mas está muito longe de promover a liberdade do trabalhador (PAES DE PAULA, 2000). Nas teorias organizacionais mais recentes, gradativamente, ampliou-se o espaço de abordagem do conflito (BASTOS, SEIDEL, 1992; MOTTA, 1997). O tratamento do conflito reflete diferentes perspectivas de análise dos fenômenos organizacionais. O conflito pode ser abordado como algo transitório, eliminado pela ação gerencial; como característica inerente à organização, tendo consequências potencialmente positivas ou ser considerado como força motora e causadora de rupturas nas organizações e na sociedade em geral (BASTOS, SEIDEL, 1992). A cooperação também possui abordagens diferenciadas, como sugerem os estudiosos. Para alguns a cooperação tem valor positivo, caracterizando espontaneidade, como se o indivíduo compreendesse seu amplo papel na sociedade (MOTTA, 1997; BENDIX & FISHER, 1973 apud PROCÓPIO, 2007). Para outros é fruto de coerção e indução, através da habilidade social de alguns atores (FLIGSTEIN, 2007). E ainda, há aqueles que mostram que os agentes cooperam em função de benefício próprio (PROCÓPIO, 2007) e os que defendem a idéia de que as organizações são por natureza, sistemas cooperativos (BARNARD, 1979 apud PROCÓPIO, 2006). Considerando-se a grande exigência em relação à produtividade e resultados, a influência dos modos de gestão nas relações entre as organizações e os trabalhadores e entre os próprios indivíduos, e que nas organizações a busca de eficiência é uma condição de existência, é importante analisar como se dão as relações de cooperação e conflito no ambiente interno das organizações. Neste trabalho, mostraremos um estudo teórico, frente às principais correntes de Teorias Organizacionais, de como se dão essas relações de cooperação e conflito nas organizações. SOCIALISMO UTÓPICO Vários filósofos do século XIX empenharam-se em desenvolver ideias de que o trabalho e a própria sociedade poderiam ser organizados racionalmente. O socialismo defendido por estes autores foi, mais tarde, denominado de socialismo utópico por seus opositores marxistas, pelo fato de seus teóricos elaboraram uma crítica à sociedade burguesa mas deixaram de apresentar os meios capazes de promover transformações radicais nesta sociedade. (MARTINS, 1994; MOTTA, 1986) O conde de Saint-Simon pensava uma sociedade industrial dirigida por produtores (classe operária, empresários, sábios, artistas e banqueiros). O avanço que estava ocorrendo no conhecimento científico foi percebido por ele, que considerava a nova ciência da sociedade vital para o estabelecimento da nova ordem social, utilizando os mesmos métodos das ciências naturais. A nova ciência deveria descobrir as leis do progresso e do desenvolvimento social (MARTINS, 1994; MOTTA, 1986) Mesmo tendo uma visão otimista da sociedade industrial, Saint-Simon admitia a existência de conflitos entre os possuidores e os não possuidores. No entanto, acreditava que os primeiros tinham a possibilidade de atenuar este conflito apelando a medidas repressivas ou elaborando novas normas que orientassem a conduta dos indivíduos. Caberia, portanto, à ciência da sociedade descobrir essas novas normas que pudessem guiar a conduta da classe trabalhadora, refreando seus possíveis ímpetos revolucionários. Não ocultou sua crença de que a melhoria das condições de vida dos trabalhadores deveria ser iniciativa da elite formada pelos industriais e cientistas. Foi um precursor do planejamento e da racionalização do trabalho. (MARTINS, 1994; MOTTA, 1986) Charles Fourrier denunciou a falência dos costumes, das tradições e das instituições. Ele dizia que para passar da atual sociedade, desorganizada e caótica, ao estado de harmonia, bastava ser restabelecido o equilíbrio entre essa sociedade e o universo. (MOTTA, 1986; QUEIROZ, 1990) Em seus escritos, Fourrier defendeu uma sociedade sustentada por ações cooperativas. Nelas, o talento e o prazer individual possibilitariam uma sociedade mais próspera. A sociedade burguesa, marcada pela repetição e a especialidade do trabalho operário, estava contra este tipo de sociedade ideal. Por meio do cooperativismo, do prazer e das liberdades de escolha criar-se-iam condições para o alcancedo socialismo. Nesse estágio, a comunhão entre os indivíduos seria vivida de maneira plena. Sem almejar a distinção ou a disputa, as famílias de trabalhadores viveriam nos falanstérios, em plena alegria e cooperação. (FREITAG, 2001; MOTTA, 1986; QUEIROZ, 1990)) Robert Owen acreditava que o caráter humano era fruto das condições do local em que ele se formava. Por isso, defendeu que a adoção de práticas sociais que primassem pela felicidade, harmonia e cooperação poderiam superar os problemas causados pela economia capitalista. (FREITAG, 2001; MOTTA, 1986) Seguindo seus próprios princípios, Owen reduziu a jornada de trabalho de seus operários, defendeu a melhoria de suas condições de moradia e o fim dos maus tratos dentro da fábrica. Construiu uma escola para atender à comunidade, onde o horário de aula era compatibilizado com o horário de funcionamento da fábrica, contribuindo com a diminuição do trabalho infantil. O modelo de escola criado era voltado para despertar nas crianças o sentimento de cooperação que deve existir entre os homens. Criou, em torno da fábrica, um mercado local com preços justos e um fundo para tratamento de saúde. (FREITAG, 2001; MOTTA, 1986) O traço comum aos três autores é que não atuavam como representantes dos interesses do proletariado, que surgira como um produto histórico. Pensavam por em prática os seus planos com apelos ao coração dos poderosos e aos burgueses, beneficiários do regime que reprovavam. Não se propunham emancipar primeiramente uma classe determinada, mas toda a humanidade. E dessa forma pretendiam instaurar o império da razão e da justiça (MARTINS, 1994; QUEIROZ, 1990). ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA A Escola de Administração Científica surgiu através da racionalização do trabalho nas fábricas e nas estruturas administrativas. Taylor, com atividades de consultor técnico e formação americana, através da experiência e da utilização do método dedutivo, criou um sistema de racionalização do trabalho, centrado no desenvolvimento de métodos corretos para a execução de uma tarefa. Esse sistema era determinado pela medida de tempos e movimentos e regulado por quotas de produção, que estimavam uma remuneração proporcional à quantidade de tarefas executadas. A maior produtividade dos operários significava maior ganho para a empresa, lucrando empregadores e empregados, como se houvesse identidade de interesses entre as duas partes. (BASTOS, SEIDEL, 1992; BERTERO, 1968; MOTTA, 1997; PAULA, 2000) Taylor falava de superioridade do trabalho de equipe, do acordo sobre o que é uma jornada legal de trabalho, de iniciativa e de qualidade pelo treinamento de “homens de primeira classe”, de entendimento constante entre os diretores e os empregados. (AKTOUF, 2001) Fayol, experiente administrador de cúpula, de formação francesa, utilizou a análise lógica e dedutiva para estabelecer um estilo clássico esquemático e bem estruturado. Inspirado nas estruturas militares demarcou os parâmetros essenciais da organização: o formalismo e a hierarquia, trazendo a visão das funções do administrador em planejar, organizar, coordenar, comandar e controlar. (MOTTA, 1997; PAULA, 2000) Fayol falava de bondade, de coração, de justiça do bem, das relações diretas e verbais, do “bom chefe” que sabe estimular a iniciativa e a participação, que age segundo princípios de “moral alta” (AKTOUF, 2001). Grande parte do esforço de teorização desses clássicos foi no sentido de racionalizar o trabalho, medindo e simplificando o esforço humano, dividindo e padronizando as tarefas, criando a departamentalização. (BASTOS, SEIDEL, 1992; BERTERO, 1968; PAULA, 2000) A Escola de Administração Científica inspirava-se numa abordagem positivista, caracterizando-se pela negação ou manipulação dos conflitos, priorizando a produção e os ganhos, recorrendo a métodos rígidos e mecanismos punitivos para manter a disciplina e obter a obediência dos funcionários. Dessa maneira, poderia garantir a produtividade e promover um ordenamento harmônico, sufocando conflitos e resistências, através de sanções e ameaças. (MOREIRA, 2002; PAULA, 2000) A preocupação central em prevenir a ocorrência de situações conflitantes aparece no autocratismo, onde o chefe concebe, pensa, ordena. Na hierarquia de autoridade as escalas superiores existem pelo direito de dar ordens e poder exigir obediência e disciplina. As escalas sucessivas para transmitir e obedecer. (AKTOUF, 1996; BASTOS, SEIDEL, 1992; BERTERO, 1968; HOPFER, 2006) A atribuição de impor padrões e forçar a cooperação é de competência dos patrões, numa relação coercitiva sobre o operário, na medida em que este precisa se adaptar ao tempo de produção, à cadeia de montagem, à fragmentação das tarefas, através da dominação de uns e da submissão de outros. O empregado é tratado como uma espécie de instrumento passivo de quem é solicitada apenas a execução rápida do que é pedido. (AKTOUF, 1996; HOPFER, 2006; MOREIRA, 2002) Seria possível considerar que efetivamente não existiam conflitos nas relações de trabalho? Ou, que ao se manterem os pré-requisitos de produção e salários proporcionais haveria uma situação de harmonia? Para Moreira (2002) a visão da proposta Taylorista é de que seria na esfera de comando que se dariam as intermediações dos conflitos, em um momento específico de desequilíbrio, de forma provisória, apenas para que se implantassem ou se restabelecessem os métodos corretos. “As vantagens finais seriam o aumento da produtividade por um lado, e por outro, a eliminação de todas as causas de disputa e de desentendimentos entre patrões e operários, pois haverá cooperação e os interesses serão comuns, diminuindo os atritos e descontentamentos, eliminando os espaços para disputas.” (MOREIRA, 2002, p.121) ESCOLA DE RELAÇÕES HUMANAS E COMPORTAMENTALISMO A Escola de Relações Humanas teve suas ideias desenvolvidas e divulgadas a partir de 1930, numa grande crise do capitalismo, onde empresários e administradores estavam preocupados com o aumento da produtividade e a redução dos custos. (MOTTA, 1997) Através dos experimentos de Hawthorne, a partir de 1927, Elton Mayo, psicólogo industrial australiano, torna-se uma das figuras mais importantes desse movimento, deslocando o foco de interesse da administração da organização formal para os grupos informais. Além disso, Mayo volta sua atenção para as inter-relações entre os grupos informais e para os incentivos psicossociais, tirando o enfoque até então monetário. (MOTTA, 1997) Para Mayo a busca da racionalidade organizacional, as relações humanas e o cooperativismo são premissas básicas que afastariam o conflito (BASTOS, SEIDEL, 1992). A ênfase era colocada no elemento humano e em suas relações com o grupo. A organização era vista como um sistema social, no qual as normas do grupo funcionavam como um código oficial de comportamento, exercendo uma poderosa influência sobre seus membros e impondo fortes mecanismos reguladores do trabalho. (BASTOS, SEIDEL, 1992; MOTTA, 1997). Desta forma a Administração se preocuparia com o bem estar do empregado, com vistas a ampliar sua capacidade de produção. Pode-se considerar que o enfoque aqui passaria a ser o “homem social” e não mais o “homem econômico”, fundamento da Escola Clássica (PROCOPIO, 2006). Mayo lembrava a importância primordial do fator humano, do sistema simbólico, dos valores de grupos. (AKTOUF, 2001) Considerando o contexto sócio-histórico do início da Escola de Relações Humanas, as percepções dos seus principais pensadores vinculam a cooperação a uma manifestação espontânea, onde existeum interesse na colaboração. Ao contrário do que se pode perceber nas sociedades modernas, existia uma responsabilidade com o todo da sociedade, onde cada qual teria uma “função social” (PROCÓPIO, 2006). O poder no grupo social informal modelaria as respostas individuais, agindo sobre as motivações psíquicas, direcionando a ação dos membros do grupo, através de uma autoridade legítima e reconhecida. Os indivíduos teriam ideais, valores, crenças e expectativas que seriam determinados pelos grupos informais. (MOREIRA, 2002) O controle se daria por mecanismos psíquicos, onde o líder agiria sobre os sentimentos de segurança, afeição e confiança dos indivíduos, trazendo um sentido de participação e pertinência ao grupo. (MOREIRA, 2002) “[...] partia-se da noção de existir harmonia básica entre os interesses da organização e do trabalhador ou de que tal harmonia poderia ser atingida através do tratamento adequado dos aspectos psicossociais do trabalhador” (MOTTA, 1989). A Escola Comportamental começou a se constituir durante a década de 40, herdando ideias da Escola de Relações Humanas. Através da abordagem do comportamento, expressa nas teorias de autores como Abraham Maslow, Frederick Herzberg, Douglas McGregor, Rensis Likert e Chester Barnard, esta escola procurou se posicionar como uma legítima opositora da Escola Clássica (PAULA, 2000). Chester Barnard trouxe a idéia de que as organizações são sistemas cooperativos, deslocando a análise da organização formal para os grupos informais. A sociedade era vista, pelo autor, como uma grande organização informal. Sendo assim, neste grande sistema cooperativo as partes (empresas) refletiriam atributos do todo (sociedade). Para ele, a origem da cooperação se daria como forma de superar as limitações pessoais que restringem o próprio indivíduo (PROCÓPIO, 2006). A cooperação espontânea, descrita por Mayo, se manifestaria intrinsecamente e, portanto, seria auto-reguladora, enquanto que a presença da cooperação nas organizações formais, para Barnard, estaria vinculada às atividades laborais, especialmente aquelas que necessitariam de precisão, pois nesta circunstância um empregado seria cooperativo com outro em prol do grupo, de forma deliberada, na perspectiva de se obter algo em troca. A colaboração não aconteceria por acidente, mas de forma planejada e desenvolvida, podendo levar a uma coesão que resistiria aos processos de adaptação e conflito (MOTTA, 1997; PROCÓPIO, 2006). Esta nova forma de pensar as relações de trabalho não negava a produtividade das organizações, mas visava minimizar as tensões do capital/trabalho, buscando formas de participação dos empregados. No entanto, uma vez que o planejamento das tarefas estava separado da execução das mesmas, seria perceptível o estado latente de conflito. (PAULA, 2000) A ênfase colocada nos processos decisórios, enfocando tanto o comportamento individual como o das organizações, mostrava que o conflito seria definido como uma falha nos mecanismos de decisão, onde o indivíduo ou os grupos experimentavam dificuldades na escolha de uma alternativa de ação. O conflito individual apareceria sob a forma de incerteza, dificuldades em se reconhecer e ser aceito no grupo. Os conflitos organizacionais seriam os ocorridos em nível dos indivíduos e os resultantes de decisões divergentes de indivíduos (BASTOS, SEIDEL, 1992). A Escola de Relações Humanas e o Comportamentalismo pensavam, então, o trabalho como uma atividade de grupo, onde as necessidades de pertencimento, reconhecimento e segurança seriam muito importantes para o moral e produtividade do trabalhador. Medidas como a valorização de símbolos de prestígio, quando o trabalhador preferia melhores salários, a “participação” do operário no processo decisório, quando a decisão já estaria tomada pela chefia e apenas seria reforçada. Parece que essa maneira de se pensar o trabalho tenderia a favorecer a administração das empresas, através de um “modo astucioso de embalar os trabalhadores”, para que estes produzissem mais e exigissem menos. (MOTTA, 1997; TRATENBERG, 1971) BUROCRACIA Uma organização ou burocracia é um sistema social racional, ou seja, um sistema social onde a divisão do trabalho é racionalmente realizada, visando os fins. Seu caráter racional traz como características básicas o fato de serem sistemas sociais formais, impessoais, dirigidos por administradores profissionais, que tendem a mantê- los, cada vez mais, completamente sob controle (MOTTA, PEREIRA, 1980). Max Weber, que estudou amplamente a burocracia, não a considerou como um tipo de sistema social, mas como um tipo de poder ou de dominação. A legitimação desse poder traria a capacidade de provocar a aceitação de ordens e o exercício da autoridade (MOREIRA, 2002; MOTTA, PEREIRA, 1980). A burocracia absorveu as idéias rígidas e centralizadoras da Escola Clássica, bem como o discurso integrador da Escola das Relações Humanas. Foi principalmente a partir das características da Escola Clássica, que Max Weber construiu o seu tipo ideal, marcado pelo formalismo, a impessoalidade, a hierarquia e a administração profissional (PAULA, 2000). A autoridade, em uma burocracia, é derivada de normas racionais-legais, baseada no Direito e limitada pela norma legal. As normas são escritas e exaustivas. O caráter hierárquico, que divide o trabalho e define os níveis de autoridade, verticalmente, oferece ao subordinado a possibilidade de apelar da decisão de uma autoridade inferior a uma autoridade superior. Além disso, a burocracia apresenta uma divisão horizontal do trabalho, onde as diferentes atividades são distribuídas de acordo com os objetivos a serem atingidos. A divisão do trabalho é impessoalmente realizada. A autoridade e a responsabilidade pertencem ao cargo, e não à pessoa que o ocupa. Para o melhor desenvolvimento da burocracia, todos os elementos pessoais, irracionais e emocionais devem ser eliminados (MOTTA, PEREIRA, 1980). “[...] dentro de uma burocracia, em seu estado puro, não há lugar para sentimentos, para o favoritismo, para gratidão, para as demonstrações de simpatia e antipatia. O administrador burocrático é um homem imparcial e objetivo, que tem como missão cumprir as obrigações de seu cargo e contribuir para a consecução dos objetivos da organização.” (MOTTA, PEREIRA, 1980, p.33) As normas e os regulamentos estabelecem um padrão mínimo de desempenho, em caráter disciplinar, além de legitimar a autoridade e as medidas coercitivas. O controle é exercido de modo subliminar. A ação individual é claramente limitada pelas posições na pirâmide organizacional. (MOREIRA, 2002; MOTTA, PEREIRA, 1980). As diretrizes da administração burocrática visam reduzir o conflito nas organizações, através da rapidez na tomada de decisão. Porém, os conflitos não são reconhecidos explicitamente na teoria da burocracia clássica. A necessidade de mudanças em função de demandas externas e internas da organização pode estabelecer um conflito, com tendência conservadora, decorrente da estrutura formal e rígida. O conflito se daria tanto nas relações de hierarquia como de dependência entre as unidades, por dificuldades de comunicação entre elas. Os mecanismos de defesa das organizações contra o conflito seriam centrados na ideologia, na criação de valores e símbolos (MOREIRA, 2002). As relações de poder variam de acordo com as possibilidades de recompensa, o medo da punição, a referência, a identificação com os interesses organizacionais e a especialização (conhecimento técnico/administrativo). Aqueles que detêm o poder dispõem de instrumentos privilegiadosem relação aos demais (MOREIRA, 2002). Segundo Blau & Scott (1970 apud MOREIRA, 2002) a autoridade se amplia pelos mecanismos de sanções e ameaças. A legitimação do poder vem dos valores institucionalizados. Os “favores do chefe” criam obrigações e relações de lealdade e respeito, caracterizando a legitimidade informal. EIZIONI (1989 apud MOREIRA, 2002) defende que quanto mais próximos forem os interesses e necessidades entre os indivíduos e a organização, menor será a necessidade de controle e que o êxito das organizações depende da manutenção do controle sobre os indivíduos. Segundo ele, é necessário que exista um sistema formalizado para a esse fim, reforçando o controle vertical e garantindo que as normas que por ventura não estejam “interiorizadas” sejam cumpridas. FUNCIONALISMO O Funcionalismo originalmente tenta explicar as instituições sociais como meios coletivos de satisfazer necessidades biológicas individuais, vindo mais tarde a se concentrar nas maneiras como as instituições sociais satisfazem necessidades sociais, especialmente a solidariedade social. O sociólogo Herbert Spencer é considerado o primeiro autor a estudar (e propor) esta abordagem. O funcionalismo traça uma analogia com os organismos vivos, que vão se diferenciando à medida que crescem, gerando uma estrutura mais complexa e com funções diversas (SOUZA, 2001). Visto que a Análise Funcional estuda todas contribuições feitas pelo fenômeno sócio-cultural para os sistemas dos quais fazem parte, muitos funcionalistas argumentam que instituições sociais são funcionalmente integradas para formar um sistema estável e que uma mudança em uma instituição irá precipitar uma mudança em outras instituições. Deveria ser seguido o que vinha sendo imposto, sem se tentar questionar ou sugerir uma mudança. Esse fenômeno é denominado por Spencer analogia orgânica. Outra característica desta analogia na sociologia de Spencer foi comparar a evolução humana com as leis de evolução das espécies darwinianas, conhecido como “darwinismo social” (SOUZA, 2001). Nas palavras de Spencer: “A analogia de uma sociedade com um organismo torna-se ainda mais surpreendente quando se vê que todo o organismo de apreciável volume é uma sociedade [...] Ainda que o organismo e a sociedade difiram em que o primeiro existe no estado concreto e o segundo no estado discreto, e ainda que haja uma diferença nos fins servidos pela organização, isto não determina uma diferença em suas leis” (SPENCER, 1977, p.149 apud SOUZA, 2001). Émile Durkheim descreve a sociedade como algo que se impõe acima dos indivíduos. Comparava a sociedade a um organismo composto de várias partes integrantes que funcionavam em harmonia. As crises não seriam de natureza econômica, mas sim uma certa fragilidade da moral da época em orientar adequadamente o comportamento dos indivíduos. . Se houvessem problemas em uma parte, isso acarretaria problemas às demais (SOUZA, 2001). Segundo Durkheim, a divisão do trabalho deveria em geral provocar uma relação de cooperação e de solidariedade entre os homens. A falta de boas diretrizes fazia com que a sociedade industrial mergulhasse em um estado de anomia, ou seja, experimentasse uma ausência de regras claramente estabelecidas. Para ele, a anomia era uma demonstração contundente de que a sociedade encontrava-se socialmente doente. (MARTINS, 1994; SOUZA, 2001) Durkhein opta por considerar como normal tudo aquilo que está adaptado ao meio, e que se encontra com certa generalidade, da mesma forma que considera como patológico aquilo que perturba a adaptação ao meio e prejudica a estabilidade do sistema (SOUZA, 2001). Para Robert K. Merton as funções seriam as consequências observadas que contribuem para a adaptação ou para o ajustamento a um dado sistema, ou seja, aquelas com efeitos positivos. As disfunções seriam as que atrapalham esta adaptação ou este ajustamento, que teriam efeitos negativos (disfuncionais). Assim, um elemento pode ter, ao mesmo tempo, consequências funcionais e disfuncionais. Uma distinção é feita por ele entre funções evidentes (manifestas) e funções latentes (SOUZA, 2001). As funções evidentes (manifestas) representariam as consequências objetivas, as intenções subjetivas, e seriam compreendidas e desejadas pelos participantes do sistema. As funções latentes representariam as consequências não compreendidas e nem esperadas (SOUZA, 2001). Em meados do século XX, concretamente com o florescimento do funcionalismo, o conflito social foi visto por muitos sociólogos como causa de bloqueio ou mau funcionamento da vida em grupo e em sociedade. Para esses autores, o conflito tinha uma conotação negativa, pois seria um sintoma de alguma falha na organização social. Ao preconizar-se que a sociedade tende ao equilíbrio, compensando-se as funções dos diversos sistemas, estimulou-se comportamentos conservadores, notadamente a atribuição de caráter patológico ao conflito e à divergência. (AKTOUF, 2001; SOUZA, 2001) “Uma das principais críticas feitas às teorias funcionalistas sistêmicas diz respeito ao fato de que, por enfatizarem tanto os aspectos de integração, organização, funcionalidade, propósito, evolução e inter-relacionamento sistêmico, deixam de fora da análise toda e qualquer noção de poder, conflito e dominação. Elas subtraem, sobretudo, a idéia de que uma organização social não é um sistema simétrico, onde todos têm o mesmo papel na realização dos fins, mas sim um sistema onde existem disputas de poder, onde alguns membros, mais do que outros, são os responsáveis pela determinação dos propósitos, e alguns são cooptados e controlados pela organização social.” (SOUZA, 2001, p.28) MATRIALISMO HISTÓRICO O Materialismo Histórico, dos pensadores Karl Marx e Friedrich Engels, defende que a evolução histórica se daria pelos confrontos entre diferentes classes sociais. Haveria uma dialética permanente das forças, entre poderosos e fracos, opressores e oprimidos. O mundo não seria estático, estaria sempre mudando. Essas transformações ocorreriam graças ao choque permanente entre os opostos, por meio de contradições e conflitos. A história da humanidade seria constituída por uma permanente luta de classes. (TRATEMBERG, 1971; SOUZA, 2001) Na teoria marxista, o materialismo histórico pretende a explicação da história das sociedades humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos. A origem da realidade social não residiria nas ideias, na consciência que os homens têm dela, mas sim na ação concreta, material, dos homens, e, portanto, no trabalho humano. Karl Marx compreende o trabalho como atividade fundante da humanidade. E o trabalho, sendo a centralidade da atividade humana, se desenvolveria socialmente, sendo o homem um ser social. A existência material precederia qualquer pensamento. Não haveria a possibilidade de pensamento sem uma existência concreta. (GIDDENS, 2005; GRAMSI, 1995; PAULA, 2000) O materialismo histórico fundamenta-se, inicialmente, na observação da realidade, a partir da análise das estruturas e superestruturas que compreendem um determinado modo de produção. Para Marx e Engels, a sociedade seria comparada a um edifício no qual a infra-estrutura representaria as forças econômicas, enquanto a superestrutura as idéias, costumes, instituições. Marx queria a inversão da pirâmide social, ou seja, colocar no poder a maioria, os proletários, que seriam a única força capaz de destruir a sociedade capitalista e construir uma nova sociedade, a socialista. (GIDDENS, 2005; GRAMSI, 1995)A teoria marxista também procura explicar a evolução das relações econômicas nas sociedades humanas ao longo do processo histórico. Segundo Marx, a sucessão de um modo de produção por outro ocorreria devido à inadequação desse mesmo modo de produção e suas forças produtivas. Para ele, o capitalismo teria nascido a partir das contradições do sistema feudal, e a burguesia, classe dominante, ao criar a sua oposição, o operariado, teria contribuído também para o seu futuro declínio. Os operários estariam dominados pela ideologia da classe dominante, ou seja, as idéias que eles teriam do mundo e da sociedade seriam as mesmas idéias que a burguesia espalhava. O capitalismo seria atingido por crises econômicas porque ele se tornou o impedimento para o desenvolvimento das forças produtivas. (GIDDENS, 2005; GRAMSI, 1995) As duas teorias seriam opostas, pois no Funcionalismo nada mudaria, as coisas deveriam ser seguidas como são, porque sempre foram assim. Não deveriam ocorrer conflitos, tudo deveria estar em “harmonia”. No Materialismo Histórico, tudo mudaria ou se transformaria através das contradições, dos conflitos. Seria possível, através das lutas trabalhistas, ocorrerem mudanças, permitindo a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. (SOUZA. 2001) Lógica do controle do tempo ao longo do pensamento administrativo Rev . Ind. Rev . Ind. Taylor (1870) Ford Mayo (1930) Comporta- mentalismo N.T.O.’s Gerência Moderna (Braverman) Benthan (panoption) Foucault (Corpos dóceis) Ure Owen Babbage Woodgard “Corpo como objeto” Controle na maquinização Escola de Relações Humanas Aprofundamento da psicologização Responsabi- lização Sistematização Regularização Organização Acumulação Controle Externo Processo de Trabalho Tempos ≠ Tempos Impostos Alocados (Taylor) “Descoberta” do lado informal da organização Controle das dimensões: - Sujetiva - Afetiva - Comportamental Auto-controle Punições Sanções físicas morais Controle como variável do processo de produção. Controle grande escala Psicologização dos problemas org. Grupo X Indivíduo Conventos Prisões Igreja Exércitos Ascetismo (Puritanismo Weber) Relevância econômico- produtiva TEODÓSIO, A. S. S. (2009). PPGA/PUC Minas. CONSIDERAÇÕES FINAIS No presente trabalho procurou-se demonstrar como as teorias organizacionais clássicas estudam as relações de cooperação e conflito nas organizações. Os Socialistas Utópicos consideravam o conflito negativo, representativo de uma desarmonia social. A mudança, através de uma reforma do sistema social, traria novamente a harmonia. Na Escola de Administração Científica, o conflito era negado ou manipulado, considerado negativo, traduzindo um atraso da gestão como ciência. A harmonia viria através da rigidez dos métodos, da hierarquia bem definida e das punições que manteriam a disciplina, impedindo a ascensão do conflito. Na Escola de Relações Humanas, o conflito seria tratado como algo que deveria, ou poderia ser evitado, gerenciado, demonstrando-se negativo quando representava resistência do grupo, ou positivo quando possibilitava a ação manipuladora da gerência, favorecendo o aumento da produção e a diminuição das exigências por parte dos trabalhadores. A cooperação seria resultado das pressões dos grupos ou atitude deliberada, para se receber algo em troca. Na Teoria da Burocracia, a divisão do trabalho profissional e impessoal, com diferentes níveis de autoridade, visava eliminar elementos pessoais, irracionais e emocionais, trazendo o profissionalismo e a meritocracia. O conflito aconteceria nas relações de poder e dominação, sendo reduzido pela legitimação do poder e a rapidez na tomada de decisões. No Funcionalismo, preconizava-se que a sociedade tendia ao equilíbrio, à estabilidade e à conservação. Percebia-se a divisão do trabalho gerando relações de cooperação e solidariedade, dentro de uma estrutura funcional. O conflito e a divergência tinham uma conotação negativa, patológica, pois seriam sintomas de alguma falha na organização social. No Materialismo Histórico, a contradição de interesses entre o proletariado e a burguesia, apresentando a dicotomia entre o capital e o trabalho, aparece como um conflito estruturante das relações sociais. O conflito é visto como positivo, vindo através dele a possibilidade de revolução ou mudança. No trabalho apresentado percebe-se que os estudos organizacionais se modificam, conforme as mudanças sócio-econômicas e que o conflito tem ganhado crescente importância nas organizações. Parece existirem duas tendências básicas de abordagem da organização, a coperação versus o conflito e a disputa pelo poder. Existe um sentimento de que a existência de conflitos, tensões, divergências não pode mais ser negada e nem justificada com base em interesses e objetivos comuns, como defendia a administração clássica. Ao se analisarem diferentes tipos e níveis de conflito, técnicas diversas de redução de tensões e negociação percebem-se novos arranjos do contexto organizacional, não exixtindo organizações totalmente cooperativas ou aquelas totalmente fragmentadas politicamente (BASTOS, SEIDEL, 1992). Diante das novas realidades históricas, dos avanços científicos e tecnológicos e das dificuldades de se construir uma sociedade democrática, a questão da liberdade do trabalhador parece estar ganhando cada vez mais espaço (PAULA, 2000). “O homem considerado como ser de palavra, de símbolos, de sentido, de sociedade, de afetividade, de livre arbítrio (mesmo relativo), antes de ser um recurso a serviço da empresa, da “produção máxima do valor de troca”. Aí está seguramente um homem que se aproxima mais de sua condição humana (humanitude).” (AKTOUF, 2001) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AKTOUF, O. A administração entre a tradição e a renovação. São Paulo: Atlas, 1996, p.25-36. AKTOUF, O. 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