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Processos Básicos II (Tema II)

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Processos Básicos II
Tema II
11 de novembro
Uma estratégia para manter uma informação mais tempo na memória de curto prazo é a repetição, a fim de manter por mais tempo a informação disponível.
Pensar em outra coisa é fazer representação mental, é buscar na memória a informação tornando-a ativa e disponível. 
Quando eu entro com uma nova informação eu passo a ocupar o processo de memorização, gerando um problema na retenção da memória de curto prazo. Nós esquecemos rapidamente uma informação que estava na memória de curto prazo ou porque atingimos o objetivo de utilização dela, ou porque ocorreu uma interferência, declinando o processamento da informação. 
Á medida em que vou lendo palavras em um texto e processando o significado delas, elas vão se associando em significados mais globais. O significado de uma palavra isolada não é importante, o que importa é o significado que está sendo associado e sendo transformado ao longo do texto, durante os ciclos de processamento.
O processo de repetição serve para fortalecer a compreensão. Sendo assim, a repetição também serve para aprender, uma vez que ela torna o aprendizado mais ativo.
Memorizar e aprender são a mesma coisa? Memorização é uma forma de aprendizagem, uma vez que quando eu memorizo coisas eu fortaleço conexões. No entanto, a memorização pode não ser uma aprendizagem significativa, uma vez que a pessoa pode memorizar algo que não entende. Além disso, a aprendizagem pode se dar na ausência de repetição, quando a pessoa entende o que está fazendo. 
O conhecimento armazenado na memória é constantemente transformado em função das novas associações que são feitas ao longo do tempo. No momento do armazenamento foram criadas algumas associações, ou seja, criamos uma representação mental. No entanto, as representações mentais não permanecem iguais o tempo todo em função das novas associações. Sendo assim, o conhecimento evocado nunca é o mesmo que foi armazenado, em função das novas representações. 
Memória de curto prazo: possui pouca duração (30 segundos) e possui uma capacidade limitada (+ - 7 elementos) Teoria de Miller
Efeito de recência Memória de curto prazo 
Efeito de primazia Memória de longo prazo Existe uma tentativa de associar as informações com representações da memória de longo prazo.
Em uma lista de palavras quando percebemos a presença de categorias enviamos a informação para a memória de longo prazo. Categorias são representações estáveis na memória de longo prazo, sendo assim a própria categoria me ajuda a lembrar da informação.
Estratégia de memorização Memória de longo prazo Associar representações temporárias com representações permanentes
13 de novembro
Existia uma discussão de que a memória de curto prazo era apenas um armazenador temporário, e não processava a informação, sendo uma memória puramente mecânica. No entanto, mais tarde, começou a se propor que já na memória de curto prazo ocorreria um processo de tratamento da informação. Além disso, a memória de curto prazo tem uma ênfase nos aspectos fonológicos da percepção da fala Em uma experiência de se tentar memorizar pseudopalavras, os aspectos memorizados eram os fonológicos, ou seja, buscava-se lembrar do som das palavras. 
A memória de longo prazo é duradoura (não existe um tempo limite de armazenamento), possui um caráter permanente e capacidade ilimitada. Para que ela seja permanente e ilimitada é preciso que a informação na memória se organize sob algum critério Um dos critérios mais importantes parece ser o significado, fazendo com que dois conhecimentos se associem e se categorizem, tornando possível uma melhor recuperação do conhecimento armazenamento na memória de longo prazo.
Quanto melhor o critério de organização, mais fácil é o acesso à informação, ou seja, a recuperação.
Conceitos e conhecimentos que se associam a muitos outros conceitos são mais difíceis de serem acessados.
Em contraposição à memória de curto prazo, a memória de longo prazo possui um caráter permanente, duradouro e ilimitado, no qual é possível uma melhor organização através da criação de categorias ou representações, englobando dessa maneira uma série de significados associados, tornando mais fácil o acesso à informação.
Na memória de curto prazo é mais fácil recuperar, pois a informação foi recentemente processada e existem poucas informações a serem discriminadas.
Modelo Atkingsion & Shifrin (modelo modal) Registro da informação sensorial, memória de curto prazo e memória de longo prazo Os estímulos captados do meio são armazenados no registro da informação sensorial, caracterizado pela curta duração e grande capacidade de armazenamento Esse modelo pressupõe uma transferência de informação de um registro para o outro Entre um registro e outro iremos usar processos intencionais, porém não conscientes, para transferir aquilo que é importante.
Os registros possuem uma natureza de independência, pois posso gerar respostas a partir de cada um desses registros Gerador de resposta é busca de informações nesses registros com o objetivo de dar respostas, ou seja, se comportar no mundo.
Nesse modelo, nós não buscamos a informação exclusivamente na memória de longo prazo, mas em todos os registros.
Lista de palavras As primeiras palavras são buscadas na memória de longo prazo, e as últimas na memória de curto prazo.
Para entender a maneira pela qual nós acessamos as informações no registro das informações sensoriais, é preciso saber que algumas vezes nós teremos dificuldade de representar o conhecimento Para a Psicologia Cognitiva, a maioria dos nossos conhecimentos são mediados pelas representações, ou seja, pela forma como nós construímos o significado das coisas, pela forma que nós completamos as informações não captadas, pela forma como damos sentido as coisas No caso do registro da informação sensorial, não existe tempo de fazer o tratamento da informação.
Modelo de Baddley & Hicth Irão perceber que o modelo modal sobre a memória de curto prazo não funcionava na explicação do comportamento através da experiência da dupla tarefa Eles irão pedir aos sujeitos que memorizem um parágrafo de um texto e em seguida façam uma operação aritmética, e depois disso volta e tenta processar o segundo parágrafo e assim por diante, avaliando assim a memória de curto prazo do sujeito Ele irá ver que o parágrafo lido não é esquecido ainda que ele tenha feito uma tarefa de interferência Sendo assim, eles irão propor outro modelo de funcionamento da memória de curto prazo, defendendo que a memória processa mais informação do que o proposto anteriormente no modelo modal.
Eles irão propor que se abandone a ideia de um processamento sequencial e adote que considere que na memória de curto prazo existiria um administrador central, que avalia se a memória deve ser processada em um sistema escravo e em qual deles ela deve ser processada. No caso dos parágrafos eles serão processados no circuito fonológico, responsável pelo processamento da linguagem. As contas serão processadas em outro sistema escravo chamado de tábua visual espacial Sendo assim, na memória de curto prazo já ocorria um processo de tratamento da informação de uma forma mais profunda do que se pensava anteriormente Não é só a palavra ou o número que é processado, mas sim informações mais complexas como o significado de um parágrafo, e isso só é possível em função dos processadores auxiliares, que processam o significado retornando para o administrador central apenas o resultado desse processamento O administrador central continua a ter a mesma capacidade da memória de curto prazo, que são 7+ - 2, no entanto, ele não se limita a sete elementos, mas sim a ideias complexas que foram processadas Na dupla tarefa, o administrador central identifica qual a natureza da informação, leva a informação para um processador adequado, ou o circuito fonológico, ou a tábua viso-espacial, que processam a informação retornando com o resultado do processamento para o administrador central Dessa maneira, eu otimizoo administrador central com as mesmas características do modelo anterior da memória de curto prazo. Ela se mantém curta e limitada, porém otimizada, resultado de um processamento mais complexo do que se pensava anteriormente.
O grande ganho desse modelo é explicar que mesmo na memória de curto prazo já existe um tratamento em profundidade da informação.
Em retrospectiva, o modelo modal era um modelo que tentava mostrar o pensamento a partir de registros da memória. Esses registros da memória tinham especificidades tanto estruturais quanto de recursos, ou seja, a forma pela qual a informação se processa.
Os pesquisadores da memória de longo prazo perceberam que quanto mais organizada a memória de longo prazo está mais fácil é a recuperação Sendo assim, começa-se a se pensar quais são os critérios de armazenamento do conhecimento da memória de longo prazo e qual é o processo que fazemos para acessar esse conhecimento.
Modelo de Collins & Quillian (rede semântica) A ideia da rede semântica é de existiriam categorias que estariam subordinadas a categorias maiores Quanto mais baixa a hierarquia na organização do conhecimento, mais específicos são as propriedades dos conceitos A organização do conhecimento para esses autores seria hierarquizada, categórica, cada conceito teria sua propriedade e o processo de acesso ao conhecimento se daria através de um processo de busca (quanto mais próximos os conceitos, menos tempo eles levam para serem verificados) Ex. verificar que canário é um pássaro leva menos tempo para verificar que canário é um animal Nesse modelo, o tempo de resposta é equivalente, por exemplo, para verificar uma sentença tal qual “canário é um pássaro” e “salmão é um peixe” A organização do conhecimento estaria estabelecida a partir de uma organização de significados, inclusive categóricos Nesse modelo, o acesso ao conhecimento se daria através do processo de busca da informação.
18 de novembro
Modelo de Collins & Quillian (rede semântica) As representações estão divididas em níveis: subordinados e superordenados Os conceitos se organizam em categorias que reagrupam os próprios conceitos Ex. a categoria de aves reagrupa uma série de pássaros diferentes (canário, pombo, curió) No entanto, ainda que seja uma categoria, ela também é um conceito em si mesma, sendo definida por determinadas propriedades Eles irão fazer uma série de experiência de emparelhamento mental, ou seja, experiências onde se compara a percepção externa com o conhecimento que a pessoa tem sobre aquilo É preciso lembrar que a representação mental nem sempre acontece a partir da percepção externa, mas ainda assim existe um emparelhamento, pois quando eu imagino alguma coisa eu busco o significado daquilo.
O tempo é muito importante para se entender a organização do conhecimento Toda vez que eu identifico que para fazer um processamento mental eu levo tempo, a medida do tempo irá dizer algo Os teóricos desse modelo defendiam que a relação entre uma categoria e outra deveria levar mais tempo que a relação de uma categoria e duas outras Através de experiências eles confirmam essa hipótese e concluem que alguns conceitos estão mais próximos que outros, em função de uma hierarquia mental, afirmando que existe uma distância entre significados, que eles irão chamar de distância semântica Cada nível hierárquico tem uma distância semântica para o nível superior que é aproximadamente a mesma do próximo nível e assim sucessivamente Quando eu acesso esse conhecimento na memória, esse tempo indica um processo de acesso ao conhecimento, chamado de processo de busca do conhecimento.
O modelo de Collins & Quillian não irá levar em conta a acessibilidade do conhecimento na memória em função da frequência, ou seja, não irão dar importância ao fato de que existem elementos que são mais valorizados e estão mais disponíveis na nossa memória Collins & Quillian não levaram em consideração a natureza do conceito na representação da organização do conhecimento na memória.
Outra crítica ao modelo de Collins & Quillian é a rigidez entre as relações Ex. uma vez estabelecida a relação entre tubarão e peixe, não é possível fazer uma ligação entre tubarão e pássaro No entanto, essas relações são possíveis em obras de ficção, e nós processamos muito bem esse tipo de informação, atribuindo características de pássaros à tubarões Uma terceira crítica seria que nem todo conhecimento está organizado hierarquicamente.
Em retrospectiva, até o momento a memória de longo prazo tinha como características a presença de uma representação hierárquica rígida, onde o processo de acesso a esse conhecimento é feito através de uma busca sequencial O conhecimento seria acessado através de uma busca pelas categorias e emparelhamento dos conhecimentos.
Modelo de Collins & Loftus (rede semântica) Abandona-se a ideia de hierarquia, tornando possível modelar a organização do conhecimento de uma forma mais flexível A disponibilidade do conhecimento na memória se dá em função da frequência e da associação que os conceitos fazem entre si, que podem variar ao longo do tempo.
Esse novo modelo vai adotar o princípio da difusão da ativação, entendendo que não é possível em um modelo que não é hierárquico haver um processo de busca sequencial da informação no acesso ao conhecimento na memória de longo prazo A ausência de categorias explícitas impede o processo de emparelhamento entre um conceito e uma categoria A busca será muito mais em paralelo do que sequencial.
Difusão da ativação Quando eu capto um estímulo, na etapa de processamento da informação ocorre uma ativação do conhecimento, que irá se difundir de maneira indefinida Ex. Imagine que a nossa fonte primária de ativação fosse a palavra ‘vermelho’, e após o processamento ela é energizada e se inicia um processo de emparelhamento de todas as informações associadas a vermelho A ideia é que ao ativar o conhecimento eu vou difundir a ativação para todos os conceitos diretamente associados a fonte primária Em outras palavras, ao ativar um conceito eu vou dividir ou propagar essa ativação a todos os conceitos que estarão diretamente associados à fonte inicial Lembrando que quanto mais distante estão os conceitos menos ativação eles recebem Quanto menos ativação mais difícil será lembrar, ou seja, recuperar a informação.
Uma vez que a ativação não para de se propagar, ocorrer um duplo efeito no processo de recuperação da informação em função do nível de ativação disponível para que eu recupere a informação e quanto tempo essa informação se mantém, uma vez que a ativação também declina, diminuindo ao longo do tempo.
A noção de difusão da informação se dá em função de um princípio que é a partir da fonte da ativação a difusão se propaga igualmente para todos os conceitos diretamente relacionados. No entanto, existe um agravante em função da distância, quanto maior o caminho percorrido para chegar ao conceito, maior a dissipação de energia, levando a maior dificuldade de acesso a informação.
Questões:
Diferencie processo de busca de difusão da ativação.
Resposta: No processo de busca ocorre um acesso sequencial da informação segundo uma hierarquia. Na difusão da ativação o conceito é energizado, difundindo a informação para os conceitos segundo critérios de frequência, que por sua vez se dividem em conceitos diretamente relacionados.
Descreva as três críticas feitas ao modelo de Collins & Quillian. 
Resposta: O modelo não leva em conta a frequência com que aparecem os conceitos, fazendo com que a distância entre os conceitos seja sempre a mesma. A relação entre os conceitos era muito rígida, não levando em consideração possíveis relações fictícias. Eles defendiam uma hierarquia rígida entre os conceitos, obrigando que as associações fossem sempre sequenciais e necessariamente levariam o mesmo tempo.
Como as categorias são emparelhadas sequencialmente, existe uma hierarquia de categorias a ser completada no processo de busca. Na difusão da ativação, a informação é ativada através dediferentes conceitos que se propagam por um impulso que retornará ainda que em menor escala para o primeiro conceito ativado.
Qual o critério de difusão da ativação? Como ele se propaga? A difusão da ativação se propaga em função do número de conceitos que estão associados à fonte. A ativação é dividida igualmente para todos os conceitos que estão associados à fonte, porém a ativação nos conceitos associados não é igual, pois existe um tempo de dissipação da ativação em função da distância associativa entre os conceitos. Em outras palavras, a ativação acaba por se dissipar, e por consequência, nem todos os conceitos irão receber toda a ativação que foi propagada.
Críticas ao modelo de Collins & Quillian: nem todo conhecimento é categórico e hierarquizado; impossibilidade de estabelecer novas relações entre as categorias previamente estabelecidas; não leva em conta a representatividade dos conceitos. 
O que significa dizer que uns conceitos são mais representativos que outros? Os conceitos mais representativos apresentam associações mais estreitas uns com os outros, portanto levam menos tempo para serem ativados. Em outras palavras, quanto mais tempo demoramos para fazer uma relação, mais energia é dissipada em relação a difusão da ativação.
25 de novembro
Difusão da ativação: existe uma fonte de ativação que pode ser de natureza interna ou externa, que se propaga para todos os conceitos diretamente relacionados àquela fonte. A energia se propaga igualmente para todos os conceitos diretamente relacionados, lembrando que nem todos os conceitos relacionados à fonte recebem a mesma intensidade de ativação, em função da distância e da relação associativa ser diferente – quanto maior o arco, mais tempo demoro para ativar um novo conceito, e esse tempo faz com que a ativação se dissipe. Embora parta a mesma ativação para todos os conceitos diretamente relacionados à fonte, nem todos os conceitos relacionados à fonte recebem a mesma energia.
Ativação direta Uma fonte de ativação propaga energia.
Ativação indireta Os conceitos estão relacionados muito intimamente uns com os outros, sendo assim ao mesmo tempo em que a fonte irradia energia para os conceitos diretamente relacionados, ela também recebe de volta essa energia em menor quantidade desses conceitos, ou seja, a fonte primeira continua a ser energizada, mesmo quando ela não é mais a fonte principal da ativação, uma vez que continua a receber ativação secundária dos conceitos relacionados.
Leitura Quando lemos uma frase, sabemos que iremos esquecer as primeiras palavras que lemos em função do declínio da ativação, no entanto, como existe uma relação de significado entre essas palavras, esses conceitos propagam a ativação indireta para aquelas palavras que pela fonte primária já declinaram. Dessa maneira, é possível manter um nível de ativação secundário daquele significado mesmo ele não sendo mais a fonte primária de ativação.
Esse modelo tem uma concepção importante de entender que a memória de longo prazo é o único sistema de memória Nos modelos anteriores defendia-se a ideia de que existiam registros diferentes de informação e que cada um deles tinha uma função Sendo assim, como ocorreria o processamento das informações no presente? A ideia é que a memória de curto prazo não é um registro separado da memória de longo prazo, mas sim que ela está dentro da memória de longo prazo. A memória de curto prazo iria se caracterizar pelo conhecimento ativo A memória de curto prazo então passa a se chamar memória de trabalho, onde não se fala mais de um registro separado da memória de longo prazo, mas sim de um processo único Aquilo que está sendo ativado (7+ - 2) caracterizam a memória de trabalho, é aquilo que está sendo processado no momento presente O processamento da memória de trabalho acessa o conteúdo da memória de longo prazo e vai buscar conceitos relacionados, modificando aquilo que está sendo processado na memória de trabalho, ou seja, nós vamos mudando os conceitos que estão sendo processados a medida em que vamos processando novos conceitos externos ou fazendo relações com conceitos que estão na memória de longo prazo.
Nesse modelo, toda memória é entendida como memória de longo prazo e que a memória de trabalho é um processo ativo da memória de longo prazo Aquilo que eu estou usando no momento presente caracteriza a memória de trabalho. 
Quando me deparo com um conceito novo O processamento de informações novas e antigas é sempre o mesmo, quando não conhecemos um conceito buscamos algo que já conhecemos que está relacionado a esse novo conceito, tentando fazer um emparelhamento com algum conhecimento da memória de longo prazo. Esse emparelhamento pode não ser perfeito, e à medida que vou conhecendo características desse novo conceito vou atualizando e melhorando minha representação, buscando conhecimentos mais adequados para entender o que é esse novo conceito Lembrando que o processo é sempre o mesmo, onde vou emparelhando estímulo novo com conhecimento da memória de longo prazo, buscando representar esse novo conceito.
Nesse novo modelo, a memória de longo prazo continua tendo as mesmas características do modelo anterior, sendo um conhecimento ilimitado, que pode durar muito tempo. O diferencial é que agora a memória de trabalho faz parte da memória de longo prazo, sendo o processo ativo desse sistema único de memória Esses dois processos (ativo e inativo da memória) se emparelham o tempo todo a partir dessa noção de difusão da ativação Tudo isso dá uma estrutura bastante dinâmica à memória, onde está não é apenas conhecimento armazenado (não é uma biblioteca), uma vez que estamos o tempo todo ativando e modificando as relações, diminuindo ou aumentando as relações entre os conceitos. 
O modelo de Collins & Loftus pressupõe que as elipses continham conceitos, mas isso não era suficiente para se entender a estrutura da memória Os teóricos vão começar a perceber que quando nós ativamos um conhecimento do tipo “ir ao cinema” nós desencadeamos de imediato conceitos relacionados às etapas de execução necessárias para ir ao cinema (conhecimento processual) e o que é um cinema (conhecimento declarativo) Existe toda uma representação que a partir desse desencadeador (ir ao cinema) ativa todo um conhecimento.
Um conceito envolve muito mais um conhecimento declarativo A representação da proposição envolve uma relação (esquemas mentais), ou seja, envolve uma série de proposições que são desencadeadas É como se nós tivéssemos núcleos de conhecimento que vão se desencadeando que envolvem conhecimentos declarativos, processuais e imagéticos, que se relacionam uns com os outros.
Sendo assim, os estudiosos da memória vão começar a perceber que quando nós representamos a memória, o conceito não é suficiente para expressar, explicar e entender todo um conhecimento armazenado O conceito define a representação, mas ele não representa nem a imagem, nem o processo.
Para cada proposição irá ocorrer o desencadeamento de um conjunto de conhecimentos declarativos, que possuem diferentes importâncias ou relevâncias Alguns conceitos são mais centrais, e outros mais periféricos Os centrais ganham muita ativação, mas também dividem muita ativação, estando associados a muitos outros conceitos Os conceitos periféricos tem poucas relações e ganham menos ativação, mas também dividem menos ativação Sendo assim, dentro de uma única proposição existe um conjunto de ativações e desativações progressivas.
A menor unidade desse novo modelo (Anderson) representada na memória não é mais um conceito, mas sim a proposição, que envolve uma relação entre, por exemplo, um sujeito e um lugar As proposições também são construídas ao longo da nossa vida A partir dessa ideia de que o conceito (unidade mínima) não representa todo conhecimento armazenado na memória, será construído um novo modelo de memória, passando a considerar a proposição como a menor unidade de significação e as relações proposicionais que se associam na organização do conhecimentoEssas proposições são construídas ao longo do tempo estabelecendo ligações fortes (conceitos centrais) ou fracas (conceitos periféricos) tanto no que diz respeito ao conhecimento declarativo, quanto ao conhecimento processual.
Encapsulamento mental Existe um invólucro mental que é ativado (aberto) a partir de um estímulo externo ou interno liberando todas as informações envolvidas nessa representação (conceitos declarativos, processuais e imagéticos) que se associam organizadamente uns com os outros.
Modelo de Anderson & Kosslyn Mesma teoria do modelo anterior, com o diferencial de propor a ideia de proposições encapsuladas, levando a uma flexibilidade das representações.
O tempo todo nós estamos fazendo processamentos mentais encadeando informações novas com um conhecimento anteriormente produzido, e isso é a ideia dos ciclos de processamento.
Anderson irá propor uma estrutura onde toda memória de longo prazo inclui a memória de trabalho, a memória declarativa e a memória processual, lembrando que elas não são memórias separadas, mas sim processos.
Processo: Decodificação dos estímulos Processamento na memória de trabalho/ Ativação do conhecimento na memória de trabalho A memória de trabalho busca o conhecimento declarativo e processual encapsulado na memória de longo prazo/ A memória de trabalho associa os conhecimentos declarativos e processuais que estão vinculados ao estímulo trazendo-os para a atividade Resposta comportamental.
Lembrando que na memória de trabalho, declarativa e processual existe um conjunto de encapsulamentos mentais que se associam dinâmicamente através do processo de difusão da ativação O processo de difusão da ativação acontece da mesma maneira que nos conceitos, eu ativo uma fonte levando a ativação de proposições e conceitos (centrais e periféricos) em intensidades diferentes.
Os conceitos não estão isolados, eles são sempre relacionais, e é por isso que irá se modificar a noção de unidade mínima de modelo Ou seja, para entendermos um conceito não basta defini-lo, é preciso entender sua natureza relacional, chamados de roteiro, cenário ou scripts mentais Relação contextual do conhecimento armazenado na memória.
Uma associação feita constantemente aparece na forma de expectativa de desenvolvimento do conhecimento e da representação que eu estabeleço Ou seja, na expectativa está embutido um conhecimento implícito.
Em paralelo ao modelo de Anderson, iremos ter o modelo de Turving, que irá defender que existem subconjuntos na memória de longo prazo, tendo como subconjunto semelhante a da memória de trabalho a memória episódica Memória episódica é aquilo que acontece no presente, específica da minha experiência, ou seja, uma memória individual Ele acredita que vários encapsulamentos mentais passam por essa natureza episódica das nossas vivências típicas, que se relacionam com os procedimentos mais gerais.
Os conceitos possuem um conjunto de características que irão sofrer um processo de modulação, com variação de relevância e importância conforme o contexto Nós representamos o conceito de maneiras diferentes em função do contexto Sendo assim, o conceito não pode ser definido apenas pela sua natureza interna, mas também é preciso levar em conta a natureza externa.
Uma mesma representação linguística pode ter representações semânticas diferentes.
27 de novembro
A aquisição de conceitos é feita a partir da associação de estímulos em geral Essa é a ideia clássica das teorias de aquisição de conceitos Nós atribuímos significado a um determinado estímulo a partir da sua associação frequente com outro estímulo.
Um conjunto de propriedades forma um conceito.
Teoria do teste de hipóteses Tipo de aquisição de conceito Qual é a diferença em relação à teoria anterior? Na anterior não havia testagem de hipóteses, o conceito era atribuído pela associação com um estímulo que aparecia junto com ele, ou seja, a partir da frequência associativa entre um estímulo e outro identificava-se qual era o significado do conceito Existia uma relação externa, os estímulos apareciam externamente, e a partir dessas associações se concebiam os conceitos No novo modelo, existe uma hipótese interna (mental), onde a partir das características que eu identifico eu posso testar as características de um conceito específico Um conceito é adquirido a partir de uma testagem de hipóteses A hipótese é sempre feita baseada em um conhecimento anterior Mesmo que não tivéssemos nenhum conhecimento sobre a hipótese, iremos nos basear em um conhecimento sobre outras coisas para testar uma hipótese inicial Ou seja, a hipótese é sempre baseada em alguma coisa.
Teste de hipótese conservador Testagem de um atributo por vez.
Teste de hipótese menos conservador Testagem de mais de um atributo por vez
A diferença em relação ao modelo anterior é a defesa de que é necessário um processo interno para que se adquira conceitos.
Os conceitos podem ser mais característicos de uma categoria do que de outra Ex. Carro, ônibus e metros são geralmente os primeiros elementos a vir à nossa cabeça quando pensamos em meios de transporte Em outras palavras, existem alguns elementos que são mais representativos em uma determinada categoria que outros, e essa representatividade se dá em função da frequência com que ele é associado àquela categoria.
OBS: Disponibilidade está diretamente ligado á frequência, quanto mais frequente, mais disponível.
Teoria Componencial A ideia inicial era de que os conceitos possuíam um conjunto de características e que a partir delas será possível identificar um conceito Mais tarde, percebe-se que isso não é suficiente para identifica um conceito, pois outros princípios importantes do conceito não estavam sendo levados em conta como, por exemplo, a frequência, a relação externa que um conceito estabelece com outro A partir disso surge o conceito de representatividade, onde um conceito é mais representativo que o outro, em função das propriedades internas da natureza do conceito e por causa da frequência.
Em função da existência de conceitos que são mais frequentemente representados dentro das categorias, iremos ter as chamadas representações típicas.
A característica interna de um conceito é importante, pois ela define o conceito, mas ela não é suficiente, ela não define sem ambiguidade. Ao mesmo tempo em que a natureza interna é importante é necessário que se leve em conta a frequência, e esta está associada à natureza externa – maneira pela qual um conceito se relaciona com outros conceitos do mundo Volta-se a ideia do modelo mental A ideia de natureza externa só acontece em função de nossos modelos mentais de funcionamento do mundo.
Os modelos de mundo funcionam em função associação dos conceitos que encontramos em determinados contextos, e isso que configura a natureza do conceito, que não interna, mas uma propriedade relacional.
Alguns conceitos são mais fáceis de serem definidos em função da sua natureza interna, e outros são mais difíceis de serem definidos se nos basearmos apenas na sua natureza interna, necessitando de propriedades relacionais para serem melhor definidos.
Conceitos naturais Estão no mundo, não foram criados Quando se fala em conceitos naturais, a teoria componencial não é suficiente, levando ao surgimento de teorias probabilísticas Aquisição de conceitos em função da probabilidade Os conceitos naturais são identificados a partir de teorias probabilísticas que leva em conta não só a natureza componencial (características internas), mas principalmente as características relacionais.
As teorias probabilísticas se dividem em dois grupos: teoria do protótipo e teoria do exemplar.
Teoria do exemplar Existe em nossa mente um conjunto de exemplares de um determinado conceito e em função desse número de exemplares que nós identificamos novos conceitos.
Teoria do protótipo É uma representação média de todos os exemplares que conhecemos Representação abstrata Ex. o canário seria um protótipo da categoria pássaros Um protótipo é umótimo representante da categoria.
Resumo
Psicologia e Processos Básicos II
Tema II
Modelo de Atkinson & Shiffrin (Modelo Modal)
Nesse modelo, a memória é dividida em três etapas seriais. Ao receber o estímulo, este é dirigido à memória sensorial, caracterizada por sua alta capacidade de armazenamento em um curtíssimo período de tempo. Em seguida, a informação pode ser enfraquecida até ser esquecida, ou ser passada para a memória de curto prazo, marcada por sua capacidade limitada de codificação e armazenamento. Por fim, a informação codificada é transferida para a memória de longo prazo.
Nesse modelo, os registros possuem uma natureza de independência, sendo possível buscar informações em cada um deles com o objetivo de gerar respostas, ou seja, se comportar no mundo.
Modelo de Baddley & Hicth
Esses teóricos irão perceber que o modelo modal sobre a memória de curto prazo não funcionava para explicar evidenciado na experiência de dupla tarefa. Nessa experiência, o pesquisador pede ao sujeito que memorize um parágrafo e em seguida faça uma operação aritmética. Em seguida, o sujeito deve passar para o segundo parágrafo e depois novamente fazer uma operação aritmética e assim sucessivamente até o final do texto. O resultado foi o seguinte: ao final do processamento, o sujeito compreende o significado do texto. Badley então afirma que se é possível que em um curto espaço de tempo o sujeito consiga armazenar significado e fazer operações aritméticas de forma a chegar a um resultado coerente, é por que ele possui sistemas especializados em tratamento da informação diferentes, que são capazes de armazenar temporariamente significado.
O modelo de Badley e Hitch irá propor que se abandone a ideia de processamento sequencial e considere que na memória de curto prazo existiria um administrador central e sistemas especializados em tipos de informação. No caso, a linguagem seria processada no sistema denominado circuito fonológico, e as contas na chamada tábua visual-espacial. Sendo assim, na memória de curto prazo já existiria um processo de tratamento da informação de uma forma mais profunda do que se pensava anteriormente, e isso só é possível em função da presença de processadores auxiliares que processam o significado retornando para o administrador central apenas o resultado desse processamento. O administrador central continua a ter a mesma capacidade da memória de curto prazo de 7 + - 2, no entanto, não se limita a sete elementos, mas sim a ideias complexas que foram processadas. 
Modelo de Collins e Quillian (Rede Semântica)
Defendem que a organização das representações mentais estariam divididas em níveis denominados subordinados e superordenados. Eles propõem a ideia de hierarquia mental, afirmando que existe uma distância entre os significados, chamada de distância semântica. Cada nível hierárquico possuiria uma distância semântica para o nível superior que seria exatamente a mesma do próximo nível e assim sucessivamente. 
O modelo de Collins e Quillian será muito criticado, pois não leva em consideração o fato de que existem elementos que são mais valorizados e estão mais disponíveis na nossa memória. Ou seja, eles não dão importância à natureza do conceito na representação da organização do conhecimento na memória. Além disso, nesse modelo, as relações entre os conceitos são muito rígidas, não levando em conta possíveis relações fictícias, tornando impossível estabelecer novas relações entre categorias previamente estabelecidas. Por fim, houve uma critica de que nem todo o conhecimento pode ser organizado hierarquicamente.
Modelo de Collins & Loftus 
Abandona a ideia de hierarquia do modelo anterior, tornando possível modelar a organização do conhecimento de uma forma mais flexível. A disponibilidade do conhecimento na memória se daria em função da frequência e da associação que os conceitos fazem entre si, que podem variar ao longo do tempo. Também se abandona a ideia de uma busca sequencial, propondo o processo de difusão da ativação. Quando um conceito é ativado ele passa a possuir uma energia a ativação, sendo essa dividida igualmente por todos os conceitos diretamente associados. Essa energia irá se propagar para todos os conceitos relacionados, no entanto, conceitos mais distantes irão receber menos energia que conceitos mais próximos da fonte primária em função da dissipação da energia, sendo consequentemente mais difíceis de serem acessados. Lembrando que na difusão da ativação a propagação do impulso faz com que a energia retorne para o primeiro conceito ativado, ainda que me menor escala, é a chamada ativação indireta.
Em outras palavras, a difusão da ativação é dividida para todos os conceitos associados à fonte, porém a ativação não é igual para todos, pois existe um tempo de dissipação em função da distância associativa entre os conceitos. Ou seja, a ativação acaba por se dissipar e por consequência nem todos os conceitos irão receber toda a ativação que foi propagada.
Nesse modelo, a memória de longo prazo é o único sistema de memória, onde a memória de curto prazo se caracterizaria por ser um conhecimento ativo da memória de longo prazo. A memória de curto prazo passa a ser chamada de memória de trabalho, responsável por processar as informações que estão sendo ativadas no momento presente, emparelhando as informações dos estímulos externos com o conhecimento da memória de longo prazo. 
Modelo de Memória de Anderson
Irão defender que um conceito envolve mais do que apenas um conhecimento declarativo. Anderson irá propor a ideia de núcleos de conhecimento que vão sendo desencadeados a partir de uma ativação, envolvendo também conhecimentos processuais e imagéticos, que se relacionam uns com os outros. 
Nesse novo modelo, a menor unidade representada na memória não será mais o conceito e sim a proposição, que envolve conhecimentos declarativos, processuais e imagéticos. As proposições são construídas ao longo do tempo, estabelecendo ligações fortes (conceitos centrais) ou ligações fracas (conceitos periféricos). É preciso lembrar que os conceitos não estão isolados, eles são relacionais, e é por esse motivo que irá se modificar a noção de unidade mínima de modelo. Para entendermos um conceito não basta defini-lo, é preciso entender sua natureza relacional, chamados de roteiro, cenário ou scripts mentais. Em outras palavras, os chamados roteiros, cenários ou scripts mentais correspondem as relações contextuais dos conhecimentos armazenados na memória.
Sendo assim, a memória de trabalho será a responsável por associar conhecimentos declarativos e processuais que estão vinculados um estímulo, trazendo-os para atividade, levando assim a elaboração de uma resposta comportamental.
Modelo de Tulving
Irá defender a ideia de que um conceito não pode ser definido apenas pela sua natureza interna, é preciso levar em conta a memória de eventos particulares, a chamada memória episódica, uma vez que esses modulam o conhecimento representado na memória semântica ou declarativa. É importante lembrar que nós representamos o conceito de maneiras diferentes em função do contexto.
Teoria de aquisição de conceitos
Defende que a aquisição de conceitos é feita a partir da associação de estímulos em geral, ou seja, nós atribuímos significado a um determinado estímulo a partir de sua associação frequente com outro estímulo.

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