Psicologia e Aprendizagem

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Psicologia e Aprendizagem
2º Módulo - Gestaltismo ou Psicologia da Forma
04 de novembro
Texto: As origens da ideia da forma – P. Guillaume
O termo Gestalt não apresenta uma tradução precisa para o português, porém pode ser entendido como uma unidade orgânica individualizada, uma forma que se dará sempre de maneira organizada. Diferente da concepção associacionista, essa organização não será concebida como um somatório de sensações ou elementos.
 A Gestalt se dará sempre de forma imediata, não necessitando de mediação. Tal concepção é diferente da proposta pelos associacionistas, que consideravam que a organização seria mediada pela experiência, e para isso é necessário que a pessoa tenha várias experiências.
Isto é, para a Gestalt não é preciso passar por uma experiência e uma série de associações para que se perceba a realidade de maneira organizada. 
Paul Guillaume fala da característica de transponibilidade da forma. Quando ele diz que uma forma é transponível significa que mesmo que mudem alguns fatores objetivos, é possível manter as propriedades através da manutenção da forma. Exemplo: Melodia é possível mudar o tom da música, as notas físicas da música, e continuar reconhecendo a música. O todo é maior que a soma das partes 
Não há matéria sem forma A perspectiva associacionista caótica, onde a organização se daria pela experiência, é criticada pela perspectiva dos gestaltistas. 
Os gestaltistas irão propor uma correspondência entre os processos que acontecem no sistema nervoso e os fenômenos perceptivos. Além disso, irão dizer que a realidade física é organizada, logo não há espaço para o caos na perspectiva da gestalt.
Os gestaltistas irão explicar essa correspondência através do isomorfismo ou paralelismo psicofísico. A maneira como se organiza a dimensão física é paralela/equivalente/correspondente a maneira como se organiza a dimensão psicológica. Eles irão propor uma aproximação entre as formas psíquicas e as formas orgânicas (dimensão física). Isto é, a maneira com os fenômenos psicológicos se organizam é comum a estrutura física, a maneira como os fenômenos físicos se organizam O que está dentro (psíquico) também esta fora (dimensão física) Existe um paralelismo entre a maneira como o mundo psicológico se organiza, e os princípios básicos de organização do mundo físico Dessa forma, toda percepção se da de maneira organizada
Associacionismo Caos de sensações no mundo Necessidade da experiência repetidas vezes para organizar a realidade
Gestalt O mundo físico já se apresenta de maneira organizada
Dentro dessa concepção, os gestaltistas irão estudar a física, pois estudando a física será possível compreender como determinadas relações se dão na realidade psicológica.
O gestaltismo e o behaviorismo, de maneira diferentes, irão defender a possibilidade de explicar o psíquico através do entendimento do mundo físico. Ambas estão preocupadas em explicar a percepção através do aparato fisiológico. 
Ilusão d’ótica Maneira de o cérebro resolver uma tensão perceptual, despendendo menos energia possível Existe a percepção de um movimento que não está dado fisicamente, logo existe algo na percepção que não foi gerada por um estimulo em si Paulo Guillaume irá dizer que o fenômeno da ilusão d’ótica é um fenômeno original, e não o resultado de uma soma de sensações
Lei da boa forma Pressupõe que a experiência perceptiva será sempre a mais simples, regular, simétrica e com menos dispêndio de energia. Ou seja, toda vez que houver uma tensão no sistema, a solução perceptual dada tende a simplificação, ao menor dispêndio de energia, a simetria e a regularidade A lei da boa forma é inata aos seres vivos, e pressupõe que haja um paralelismo entre as dimensões físicas e psíquicas, regendo essas dimensões
Na percepção, a Lei da boa forma irá presumir quatro princípios: similaridade, a proximidade, a continuidade e a closura. Sendo assim, para os gestaltistas a forma tem propriedades, e não elementos. 
Aplicação da lei da boa forma na aprendizagem Utilização de estudos experimentais Nesses estudos, os gestaltistas irão concluir que agrupamentos percebidos tendem a se conservar. Dessa maneira, a experiência melhoraria a aprendizagem 
Alem disso, mesmo que as condições objetivas sejam alteradas, a pregnância da forma faz com que a pessoa faça uma transposição para soluções repetitivas Noção de pregnância formal Manutenção da forma e da percepção 
Porém, a tendência a essa permanência não é indefinida, em certo momento existe uma saturação e um deslocamento do equilíbrio, favorecendo uma nova configuração. Ou seja, se essa organização esta se mantendo, e não faz resolver o problema, em determinado momento existe uma saturação, levando ao deslocamento do equilíbrio, favorecendo uma reorganização e uma nova configuração.
Solução de problemas Experiência do insight A pessoa reorganiza seu campo perceptual de uma maneira que uma solução, ou uma nova forma, aparece, sem mexer nas condições objetivas O processo é totalmente psicológico
Aprendizagem Toda organização da percepção corresponde a uma organização da ação Tensões no campo perceptual, orientadas pela Lei da boa forma A modificação da ação depende de uma modificação estrutural da percepção E, a modificação do campo perceptual, que organiza a percepção de modo a solucionar um problema, é o inisght Experiência de emergência de uma nova organização
Gestaltismo ou Psicologia da Forma (continuação)
08 de novembro
Texto: As origens da ideia da forma – P. Guillaume
Critica ao associacionismo O que afinal estuda o associacionismo? 
Critica do Gestaltismo ao conceito de sensação Não é possível decompor uma sensação A consciência é sempre simples e organizada A psicologia quando deseja estudar a sensação se propõe a estudar algo que não é um fator da consciência A primeira percepção já é organizada Para os elementaristas, a primeira percepção é caótica, e só a experiência irá organizá-la 
"A consciência não suspeita da complexidade dos fatos" Os gestaltistas estão defendendo que é necessário estudar os fatos como eles se dão para a consciência imediatamente. Logo, a psicologia deve estudar a percepção imediata, e não decompor a experiência imediata. Eles estão criticando uma ideia de que é preciso decompor algo em elementos que não são perceptíveis pela consciência. A psicologia deve ser o estudo do que se dá imediatamente na consciência. 
Disputa: Qual deve ser o objeto de estudo da psicologia? Se o pesquisador faz um estudo de decomposição, será que ele não está fazendo um experimento de física, e não de psicologia? Sendo assim, para os gestaltistas, não faz sentido estudar a composição e a construção da experiência 
Para os gestaltistas, não existe elemento, pois a forma é mais do que a soma das partes, é organização. 
Resolução de problemas para os gestaltistas Insight Reorganização do campo perceptual Lei da Boa Forma Uma tensão na percepção leva a uma instabilidade e posterior reorganização, seguindo os princípios da Lei da Boa Forma (simplicidade, equilíbrio) 
3º Módulo - Behaviorismo
Texto: A psicologia como o behaviorista vê – J. B. Watson
O behaviorismo é filiado ao empirismo
A aprendizagem é adquirida com as experiências no meio
Parte de uma série de concepções darwinistas, preocupado em estudar o organismo como uma continuidade das espécies
Faz referência constante a questão do indivíduo
O indivíduo que vai aprender ou não aprender se eu controlo os estímulos do meio, eu controlo a aprendizagem
Quanto maior o controle, maior o direcionamento da aprendizagem
A resposta a um estimulo é o comportamento
Aprendizagem para os behavioristas será a modificação de comportamentos do organismo
A aprendizagem ou modificação do comportamento não pode ser feita através do uso de substâncias químicas, desenvolvimento fisiológico, fadiga
Condicionamento – produção
Tanto para os behavioristas, quanto para os associacionistas e elementaristas, não existem pré-disposições iniciais,tudo é adquirido, mas existem os limites da espécie.
O controle dos estímulos do meio direcionam a aprendizagem Esse controle é difícil, pois desde o nascimento somos bombardeados por estímulos.
11 de novembro
Behaviorismo (continuação)
Texto: A psicologia como o behaviorista vê 
Condicionamento Clássico ou Respondente Proposto por Watson A resposta do organismo é causada por um estímulo
O experimento de base que dá as principais condições para o Watson propor o condicionamento é o experimento de Pavlov, um condicionamento em laboratório feito em um cachorro. Nesse experimento, Watson faz o cachorro associar uma campainha (estímulo neutro) a um pedaço de carne (estímulo incondicionado). 
Para realizar o condicionamento, o pesquisador irá partir das respostas incondicionadas do organismo
No condicionamento clássico, o pesquisador irá trabalhar com os reflexos (respostas incondicionadas ou instintivas) Tais respostas acontecem diante de estímulos incondicionados São aqueles que apresentados no organismo irão eliciar uma resposta (comida salivação).
A campainha é um estímulo neutro, ou seja, ela não elicia organicamente, ou instintivamente, nenhuma resposta.
A condição experimental é importante, pois permite o controle. Por exemplo, o animal não salivaria se estivesse saciado. Para controlar a fome objetivamente é necessário privar o animal de alimento. 
Watson entende que o estudo da psicologia precisa se dar no campo onde não se infere nenhum conteúdo mental, ou realidade interna, pois o estudo necessita de observação para ser mensurado.
O que acontece no experimento de Pavlov que confirma o condicionamento? A medição da salivação, antes e depois do estímulo A associação acontece através da repetição
A proposta do behaviorista é que seria possível associar estímulos que não possuem nenhuma associação natural 
O condicionamento clássico explica apenas uma pequena parcela das aprendizagens possíveis Ele explica apenas os aprendizados que são causados por respostas A maior parte da aprendizagem ocorre em momentos em que o organismo dá respostas ao meio que não necessariamente foram causadas por estímulos
Condicionamento Operante Proposto por Skinner
A aprendizagem só pode ser explicada a partir do que é possível ser observado O organismo da espécie traz um determinado fisiológico que irá permitir ou não a aprendizagem, dependendo do meio que ele está inserido A aprendizagem não é consciente 
As respostas dadas pelo organismo sem que haja uma causa específica, sem necessariamente ter sido eliciada por um estímulo, é chamada de resposta operante
Partindo de um modelo de condicionamento respondente, os comportamento só irão aparecer se forem produzidos Porém, um rato em uma caixa só irá apresentar um comportamento se for estimulado? Ele irá ficar parado dentro da caixa? Quando o ratinho aperta uma barra ele está apresentando um comportamento operante, uma ação sobre o meio
A noção de condicionamento operante não trabalha com a ideia de estímulo eliciador, mas sim de reforço Reforço é todo estimulo que aumenta a probabilidade de emissão de uma resposta 
Reducionismo físico e biológico Tanto no behaviorismo radical, quando no metodológico, os pesquisadores não levam em conta nenhuma dimensão que não seja explicada e mesurada por uma perspectiva física e biológica 
A ideia de estímulo sempre implica uma dimensão física A aprendizagem, as respostas e o comportamento são causados e condicionados pelo ambiente
Piaget irá criticar a noção passiva de aprendizagem estabelecida pelos behavioristas
18 de novembro
Behaviorismo (continuação)
Texto: A psicologia como o behaviorista vê 
Como são colocados os pressupostos behavioristas para a psicologia? 
O que é destacado? 
O que difere o behaviorismo das outras abordagens?
Pressupostos epistemológica
Previsão e controle do comportamento
Critica a introspecção
Estudo dos animais
Critica a psicologia clássica → Problema da medida psicométrica
Critica aos conteúdos da consciência
Problema da "sensação" → Imprecissão
Medida de "atenção" → Comportamento → Precisão
Medir o que é observável → Dimensão física
O que ele destaca como o maior problema do estudo da psicologia clássica nos estudos na consciência? 
Segundo os behavioristas, qual a diferença entre medir a sensação e a atenção? 
 Para medir a sensação o pesquisador depende do relato do sujeito A critica do behaviorismo é que a sensação é um constructo Não é objetivo
A atenção pode ser medida como um comportamento A proposta dos behavioristas é um estudo do comportamento, que não depende de um relato verbal ou uma consciência 
Educação Elaboração de apostilas Baseando-se em estudos empíricos, elabora-se quais os conteúdos devem ser ensinados para uma criança em determinada idade Define-se o que uma criança precisa saber em determinada idade Padronização do ensino e da avaliação Tem o behaviorismo como referência Eu não vou perguntar para a criança o que ela é capaz de fazer, eu vou observar e testar Estabelecimento de critérios e parâmetros
Estímulos e respostas Dimensão física Podem ser medidos
25 de novembro
4º Módulo – Construtivismo (Piaget)
Texto: O desenvolvimento mental da criança - Partes I, II, III
O curso do desenvolvimento cognitivo na infância:
Percepção e movimentos elementares → Memória e inteligência pratica → Pensamento intuitivo → Inteligência lógica → operações concretas → dedução abstrata
Adaptação: equilíbrio das assimilações e acomodações
Seis Estágios do Desenvolvimento: cada estágio é caracterizado pela aparição de estruturas originais, cuja construção o distingue dos estágios anteriores
Equilibração: o equilíbrio entre assimilações e acomodações sempre introduz uma novidade no organismo 
→ Importância do desenvolvimento fisiológico para Piaget: não é a causa do desenvolvimento cognitivo, mas sua condição
Assimilação → incorporação
Acomodação → modificação do esquema
→"reação circular"; uma não acontece sem a outra
I. O recém-nascido e o lactente "revolução copérnica em miniatura" 0 a 2 anos
Reflexos inatos → experiência (assimilação/acomodação)
Inteligência prática
- antes mesmo da linguagem
- percepções e movimentos organizados em "esquemas de ação"
Egocentrismo inconsciente e integral
Piaget estava preocupado em descobrir como o sujeito conhece Epistemologia (Estudo do conhecimento) Genética (Gênese/ Início) Formação do conhecimento Como se desenvolve a capacidade de conhecer
A dimensão fisiológica é fundamental no processo de formação do conhecimento
Piaget não pensa a criança em sua dimensão histórica, contextual, socioeconômica e cultural A criança para Piaget é universal
Como Piaget entende que o desenvolvimento se dá 
Irá traçar uma sequencia universal As etapas mais básicas precisam ser percorridas para alcançar etapas mais avançadas
 A concepção de tempo para Piaget é linear e irreversível [No behaviorismo a concepção de tempo é reversível A ideia do tempo é mecânica A associação não muda a estrutura de base do organismo]
 Avanço são modificações estruturais 
Percepção e movimentos elementares A criança não nasce como uma tabula rasa [Difere do behaviorismo que acredita que é a partir da noção de tabula rasa que irá se dar os condicionamentos] Nasce com reflexos inatos Nasce com capacidades próprias da sua espécie, que irão permitir o modo como ela se relaciona com o mundo Essa ação do mundo (experiência) será fundamental para seu desenvolvimento
Para Piaget, não existe equivalência entre inteligência e linguagem Desde o nascimento, o bebê já tem comportamentos inteligentes Inteligência corporal Relação ativa e criativa do sujeito com o mundo Na experimentação irá sempre existir algo novo sendo produzido Etapa sensório motor
Memória e inteligência prática O sujeito vai se utilizar de recursos para lidar com a linguagem Inteligência prática As percepções dos movimentos estão organizadas em esquemas de ação [Similara Gestalt organização do campo perceptual/Diferente do Behaviorismo aleatório ensaio e erro] 
Reflexo de sucção A adaptação do bebê a essa situação implica um equilíbrio entre assimilação e acomodação
Assimilação Incorporação de algo que não é do meu organismo O peito e o leite precisam ser assimilados
Acomodação Implica uma modificação do reflexo A criança não fica sugando da mesma maneira todas as vezes
O equilíbrio no gestaltismo é algo que se passa organicamente quando existe uma perturbação no sistema A percepção é organizada pela Lei da Boa Forma O organismo é perturbado e entra em equilíbrio sem que a estrutura cognitiva seja alterada É diferente do Piaget, pois cada experiência de equilíbrio entre assimilação e acomodação tem como conseqüência uma mudança estrutural O sujeito não simplesmente percebe de maneira organizada, ele passa por um processo de modificação estrutural Em cada estágio do desenvolvimento existirão estruturas cognitivas inéditas, que farão com que o sujeito seja capaz de conhecer o mundo de uma maneira diferente Essas estruturas não aparecem em função do desenvolvimento fisiológico, é preciso uma ação no mundo Equilibração 
Para Piaget, o desenvolvimento fisiológico não é a causa do desenvolvimento cognitivo Se fosse assim, todo sujeito teria que se desenvolvesse fisiologicamente alcançaria, por exemplo, pensamento lógico, formal e abstrato O desenvolvimento fisiológico não é a causa, é a condição Uma criança de dois anos não tem o desenvolvimento fisiológico necessário para se aprender matemática avançada Ele irá conectar o organismo fisiológico com o pensamento cognitivo O desenvolvimento a cognição obedece as mesmas lógicas de assimilação e acomodação do desenvolvimento motor 
A assimilação e a acomodação são os processos pelos quais se constroem as estruturas cognitivas
A passagem de um estágio para outro implica sempre uma superação As aprendizagens vão se tornando obsoletas com o passar dos estágios Ideia de desenvolvimento progressivo A aprendizagem mais importante se dá na modificação das estruturas cognitivas e na maneira de pensar Mudança na maneira como o sujeito conhece o mundo Mudança na maneira de pensar A maneira como o sujeito pensa e conhece vai se modificando, e essa modificação ocorre em função das experiências e as recorrentes assimilações e acomodações 
Não basta treinamento e condicionamento É necessário uma estrutura cognitiva 
Egocentrismo infantil Inconsciente e integral A criança não é consciente do seu lugar no mundo O respeito as regras necessitam que o sujeito abandone o egocentrismo, ele precisa se ver como um entre outros Necessita de esquemas cognitivos sofisticados
29 de novembro
Construtivismo (Piaget) (continuação)
Piaget propõe um modelo de desenvolvimento em termos interacionistas que se opõe:
Ao modelo de determinismo ambiental Pressuposto do organismo como “tabula rasa” Behaviorismo
Ao modelo racionalista e inatista do determinismo genético e do gestaltismo
Preocupação com o “sujeito espistêmico” Sujeito do conhecimento geral (e não particular)
Método clínico Técnica de entrevistas semi-estruturadas sobre diversos problemas, com o objetivo de definir um perfil sobre o pensamento daquela criança
II. Primeira infância 2 a 7 anos
Aparecimento da linguagem A criança “é capaz de reconstruir suas ações passadas sob forma de narrativa, e de antecipar suas ações futuras pela representação verbal” (p. 23)
Consequencias da linguagem para o desenvolvimento mental:
Possibilidade de troca entre os indivíduos Socialização da ação
Interiorização da palavra Aparição do pensamento propriamente dito
Interiorização da ação como tal “Experiências mentais”
“No momento da aparição da linguagem, a criança se acha às voltas, não apenas com o universo físico como antes, mas com dois mundos novos e intimamente solidários: o mundo social e o das representações anteriores”
Socialização da ação
A linguagem demarca as diferenças hierárquicas entre adultos e crianças
As primeiras condutas sociais permanecem ainda a meio caminho da verdadeira socialização 
Gênese do pensamento
A linguagem conduz à socialização das ações
Permite a universalização dos atos de pensamento
O pensamento intuitivo é a lógica da primeira infância 
Ex. Quando a criança pergunta o porquê de determinado evento físico acontecer, ela não se sente satisfeita com uma explicação causal, porque “ela entende um movimento como necessariamente orientado para um fim e, em conseqüência, como intencional e dirigido (p.30)
O modelo de desenvolvimento e aprendizagem na teoria de Piaget é um modelo interacionista Interação do sujeito do conhecimento e o ambiente
Conceitos usados por Piaget para falar dessa interação sujeito e meio Assimilação e Acomodação O sujeito age no mundo, mas o mundo impõe obstáculos, delimitando as possibilidades de ação A ação é limitada pelas condições específicas do meio
Só existe desenvolvimento e conhecimento, e consequentemente linguagem e pensamento, a partir da ação do sujeito no mundo
A ação começa em um estágio muito básico
Na primeira infância, a interação sensório motora da criança que irá possibilitar o surgimento da linguagem Para Piaget, o surgimento da linguagem não é algo que depende apenas de um desenvolvimento fisiológico O desenvolvimento da linguagem depende de uma interação do sujeito com o meio Por esse motivo, existem tantas línguas diferentes, que variam conforme a cultura Dependendo dos códigos, dos fonemas, da maneira de se comunicar que existe em cada cultura irá surgir uma língua específica Por isso a importância da perspectiva da interação
A defesa de um modelo de desenvolvimento interacionista vai contra os princípios que defendem o determinismo ambiental (organismo como tabula rasa) [O behaviorismo parte de uma concepção que o organismo é uma tabula rasa, passível de ser condicionado conforme o meio] Para Piaget, o sujeito não está passivo, ele tem uma ação sobre o mundo
Para Piaget, o sujeito vai complexificando as estruturas rumo a uma elaboração cognitiva superior
A perspectiva interacionista também se opõe ao modelo racionalista e inatista do determinismo genético, inatismo e do gestaltismo A lei da boa forma é inata ao organismo, o sujeito já nasce com as regras para a organização do mundo, não é necessário que seja desenvolvida
Para os defensores do determinismo genético, as estruturas que precisam ser desenvolvidas para o surgimento da linguagem já estão dadas pela genética Para Piaget, sem a interação com o meio e o estímulo não existe desenvolvimento de linguagem
Construtivismo Como que se constrói o símbolo, a linguagem e o juízo moral se constrói na criança A partir da interação da criança com o meio irá se construir uma realidade O mundo não é dado, não é o mesmo para todos Para um bebê recém nascido o mundo que está sendo construído é o mundo a partir das condições sensório motoras disponíveis Para uma criança de 7 anos, o mundo percebido será feito através do pensamento intuitivo Para uma criança de 10 anos, o mundo será construído a partir de um pensamento lógico formal Essa mudança nas estruturas muda a compreensão e organização do mundo Não da dizer que é o mesmo mundo nas três situações, a percepção, o entendimento e a vivencia são diferentes
Piaget está preocupado em estudar e explicar o sujeito do conhecimento Ele não esta preocupado com as particularidades, ele quer entender as regras gerais do sujeito epistêmico ou sujeito universal do conhecimento Ele quer entender as regras gerais e as estruturas universais pelas quais o sujeito epistêmico passa 
Piaget está o tempo todo dizendo o que a criança é capaz ou não de fazer Caráter normativo Estabelece as competências e estruturas esperadas em cada estágio Categoriza as fases e se propõe universal
Para Piaget biologia é importante, mas não explica tudo
Críticas a essa proposta de entender o sujeito universal, defendendo que as etapas do desenvolvimento são universaisO cientista vai privilegiar as características referentes a sua cultura e a sua maneira de entender o mundo 
A maneira como Piaget estabelece as características de cada etapa do conhecimento está baseada em entrevistas estruturadas Não está somente interessado em saber se a criança responde certo ou errado, mas entender como ela está pensando o problema e como ela chegou a uma conclusão, por isso é uma entrevista e não testes A questão é entender onde a criança está a partir dos estágios previamente estabelecidos por Piaget
A gestalt via o processo de resolução de problemas como resultado de um insight Piaget acreditava que os sujeitos tinham estruturas cognitivas diferentes ao longo do tempo, e se a estrutura não estava desenvolvida o suficiente, não seria possível solucionar um determinado problema
Piaget vai entender e explicar o pensamento da criança como qualitativamente diferente do adulto No behaviorismo e no gestaltismo, não há diferenças qualitativas entre crianças e adultos
Na primeira infância surge a linguagem, mas isso não significa que a criança não se comunicasse antes, mas a linguagem pressupõe um domínio de códigos e representações que não estavam presentes antes
O aparecimento da linguagem necessita que a criança seja “capaz de reconstruir suas ações passadas sob forma de narrativa, e de antecipar suas ações futuras pela representação verbal” Muda a maneira como o sujeito interage com o mundo Salto qualitativo
Para Piaget, o pensamento é representativo, ou seja, ele é expresso em linguagem Se o sujeito não desenvolve a linguagem, ela não terá um desenvolvimento mental apropriado A interiorização da palavra que leva a aparição do pensamento
É o domínio da linguagem que vai permitir a troca entre os indivíduos Socialização da ação A ação com a linguagem ganha uma dimensão social Significação coletiva através da linguagem
“No momento da aparição da linguagem, a criança se acha às voltas, não apenas com o universo físico como antes, mas com dois mundos novos e intimamente solidários: o mundo social e o das representações anteriores” A linguagem leva a uma mudança qualitativa na maneira como a criança interage com o mundo
Socialização da ação Entendimento das regras sociais Perspectiva individualizante A socialização é do indivíduo, é a construção de um indivíduo Significa o desenvolvimento do sujeito como alguém separado do mundo
Para Piaget, a linguagem é importante na demarcação das diferenças hierárquicas entre adultos e crianças, pois é o adulto que ensina à criança a linguagem
A linguagem vai permitir a universalização dos atos de pensamento A experiência passa a ser universal