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Transcrição das aulas de Teoria Psicanalítica (Prof. Ligia)

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Teoria Psicanalítica
Conceitos fundamentais da psicanálise
Inconsciente
Pulsão
Transferência
Repetição
Livro: A interpretação dos sonhos
No capítulo 7 do livro “A interpretação dos sonhos” Freud elabora a estrutura do aparelho psíquico, considerado o livro inaugural da psicanálise
Sonho da bela açougueira → Aborda tópicos como deslocamento, condensação, processos psíquicos. primários e secundários. Nesse texto, Freud faz a maior definição de sonho → Sonho é a realização de um desejo inconsciente.
A psicanálise surge durante um momento de dicotomia do saber médico em relação ao normal e o patológico, contrapondo saúde e doença → Ela vai influenciar várias áreas da medicina, trazendo um novo olhar sobre paralisias, contraturas e dores que o saber médico da época não sabia explicar → Freud descobre que por traz desses sintomas existia uma doença do desejo inconsciente.
Recalque → Mecanismo de defesa
Acesso ao inconsciente → Retorno do recalcado em forma de sintoma → Esse retorno não era muito claro, pois era fonte de muito conflito.
Sintoma → Formação substitutiva → Ocupa o lugar de algo
Através da análise do recalcado (instância inconsciente) e do (recalcante) instância consciente, que Freud tem acesso ao inconsciente.
Sonho → Via real do inconsciente
Qual é o lugar do inconsciente? → É um lugar regido por processos que á todo momento estão condensando e se deslocando. É um lugar onde tempo, espaço e contradição existem lado a lado, diferente do consciente, que os descrimina.
O inconsciente é regido por mecanismos específicos → Processo psíquico primário e processo psíquico secundário.
Princípio do prazer → Prazer e desprazer para Freud não é qualitativo, ou seja, ele não classifica prazer como uma experiência boa e desprazer como uma experiência ruim, somos nós que qualificamos e damos sentido a essas experiências. Prazer é diminuição de energia, e desprazer é acúmulo de energia → Á todo momento o inconsciente segue essa lógica, buscando diminuir a energia e as excitações. O inconsciente buscar chegar o mais próximo possível de um estado de nirvana (neutro).
Princípio de realidade → Processo psíquico secundário → Responsável por aperfeiçoar o princípio do prazer → As pessoas estão operando á todo momento pelo processo de prazer e realidade, lidando ou não com o desprazer → Por exemplo, o neurótico obsessivo está num processo constante de postergação do prazer, ou seja, da realização do desejo.
Mecanismo de defesa da neurose → Recalque (algumas traduções tratam como repressão)
Mecanismo de defesa da psicose → Foraclusão (algumas traduções tratam como rejeição)
Mecanismo de defesa da perversão → Desmentir
Todos os mecanismos de defesa são formas de negação, pois estão dizendo não à castração.
O delírio e as alucinações não são mecanismos de defesa. Por comparação, o neurótico fantasia, e o psicótico delira → É em função da estrutura de fantasia e do recalque primário que nós temos o recalque secundário. O psicótico não tem o recalque originário, nem a estrutura da fantasia.
OBS da Renata: O psicótico não reconhece o Outro, ele não segue a lei que o Outro impõe. O neurótico só faz o recalque porque ele entra em conflito com o Outro, de alguma maneira. Esse primeiro recalque é o primeiro contato, que o psicótico não tem, porque desde o início ele foraclui a lei do Outro.
Foraclusão → Termo do direito, significa que uma ação prescreveu. É a negação mais eficaz. O indivíduo diz não a castração e a Lei, e por isso delira e alucina, pois não compartilha da realidade dos demais.
Recalque → Negação pouco eficaz, pois a pessoa se nega lidar com a castração jogando no inconsciente, mas uma hora retorna.
OBS: Existem muitos problemas de tradução, entre eles o de tratar recalque e repressão como a mesma coisa. A repressão é consciente, e o recalque é inconsciente.
Princípio de Édipo → O primeiro objeto de amor do bebê é a mãe, pois ela que cuida dele e procura sempre diminuir o desprazer dele. O pai entra como uma terceira pessoa, que impede que a mãe esteja sempre disponível para o bebê. O bebê passa então a rivalizar com esse terceiro, dirigindo sentimentos hostis ao pai e de amor para a mãe. Mas esses sentimentos pelo pai são ambivalentes, pois ao mesmo tempo, ele o hostiliza e o admira, uma vez que o pai tem o que ele quer ter. Perante a ameaça de castração, pois a criança não pode viver nessa tríade para sempre, ele tem que renunciar a esse objeto de amor e investir em outros objetos.  A submissão à castração significa abrir mão de um objeto de amor pra investir em outras coisas à A história do Édipo é uma ilustração, para mostrar que de início todos nós estamos assujeitados a outra pessoa, uma vez que o bebê é extremamente dependente. E não só assujeitados nas nossas necessidades, mas também ao desejo, nesse caso o desejo da mãe.
“A criança é o falo da mãe” → O falo é o objeto da completude → A criança precisa se colocar como falo da mãe para formar sua subjetividade → Ela precisa passar pelo desejo do outro (desejada) para ser desejante, ela precisa ser assujeitada para ser sujeito.
Lacan divide o Édipo em três etapas
Assujeitamento 
A entrada de um terceiro leva a interferência desse assujeitamento → Mas o terceiro só irá conseguir interferir se a mãe permitir e apontar esse lugar para ele à Intervenção à Difícil, mas necessária → Nem a criança, nem a mãe querem abrir mãe dessa sensação de completude
A intervenção acontece, e a lei paterna é introjetada → A criança sai do Édipo à Nesse momento, ou a criança vai recalcar, recalcando esses desejos. Ou irá negar a lei, em função de um assujeitamento intenso do outro (alienação), e psicotiza → No final do Édipo deve ocorrer a separação, se não, ocorre uma alienação à Dependendo da forma da como se diz não a castração e a lei paterna que a pessoa irá se encontrar nos quadros de Neurose, Psicose ou Perversão.
Ameaça de castração = Ameaça de separação → Momento que o sujeito passa a se ver como o sujeito da falta, incompleto → As pessoas irão criar mecanismos particulares para lidar com essa castração.
Livro: A interpretação dos sonhos (continuação)
A primeira tópica (aparelho psíquico) é divida em dois sistemas: Inconsciente e o Pré-Consciente/Consciente → Sistemas regidos por princípios (processos psíquicos) específicos →  Processo psíquico primário e secundário → Regidos pelas leis do Princípio do Prazer e Princípio da Realidade
Inconsciente → Regido por Processo Psíquico Primário → Seguido as leis do Princípio do Prazer  → Visa sempre a diminuição de energia e excitação do aparelho
Pré-Consciente/Consciente → Regido por Processo Psíquico Secundário → Segue as leis do Princípio da Realidade → Não se opõe ao Princípio do Prazer, ele o otimiza, fazendo as pessoas conviverem mais tempo com o desprazer, ao invés de descarregar energia
Inconsciente 
na Primeira Tópica é substitutivo →  Há o inconsciente
na Segunda Tópica é adjetivo → O ID é inconsciente
O inconsciente não discrimina → Tempo, espaço e contradição coexistem 
OBS:
O inconsciente não é só material recalcado, mas o recalcado está no inconsciente 
Psicose → "Inconsciente à céu aberto"  → Não consegue discriminar tempo, espaço e contradição → A noção de sonho e realidade fica prejudicada
Pulsão → Pressão constante → Fica entre o somático e o psíquico → A fonte da pulsão é corporal, e atravessada pela linguagem
Inconsciente → "Caldeirão pulsional" → A pulsão não está no inconsciente → O inconsciente é o representante da ideia da pulsão → Ideia, não afeto → Não existe o recalque do afeto (sentimento), mas da ideia
Livro: Interpretação dos Sonhos → Primeiro esboço do aparelho psíquico → Freud está tentando entender como funciona Inconsciente, Pré-consciente e Consciente → Entender como um agia em relação ao outro.
Percepto → Percepção, sensação → Entrada → Começa a se acumular traços da percepção → Por exemplo, para prestar atenção em um estímulo é preciso ignorar os outros, mas existe a percepção do todo, formando traços mnêmicos, que podem fazeruma cadeia (ligar um ao outro) → A saída do aparelho é motora → Ação → Passa pelo sistema Pré-Consciente
Nesse desenho, existe uma falha quando ele conclui que toda ação motora deve passar pelo Pré-Consciente → Histeria
Pré-consciente → Faz o registro; Consciente → Foca - O que percebe não pode ser o mesmo que armazena 
OBS: Criança com problema de aprendizagem → O trauma ocupou tanto espaço na consciência que ela não consegue absorver → O trauma não passa para o Pré-consciente, e nem é absorvido pelo Inconsciente
Sonho enigmáticos → Está no seu conteúdo manifesto → Através da análise é possível através do conteúdo manifesto chegar ao conteúdo latente
Formações do Inconsciente → Sonho, ato falho, chiste e sintoma → Enigma, codificação → Passam pela censura da consciência, mas não se manifestam em seus conteúdos latentes, passando por uma deformação
OBS: Mecanismo da neurose histérica → Quando o acesso a realização do desejo é possível ele muda → A pessoa não quer parar de se queixar
Texto: Três ensaios sobre a Teoria da Sexualidade
Foi através da pulsão do inconsciente que Freud questionou as noções de normal e patológico na medicina → Norma e patológico não são tão diferentes
A sexologia da época de Freud qualificava como desvio qualquer conduta sexual que não tivesse como objetivo a reprodução, classificando-as como aberrações, perversões e anormalidades sexuais → No primeiro capítulo chamado "Aberrações sexuais", Freud já introduz a noção de pulsão → Questiona a ideia do homem como um ser que segue uma lógica instintual, voltada para a reprodução 
 Diferença entre a pulsão e o instinto 
Objeto → O objeto do instinto é pré-determinado, o objeto da pulsão é qualquer coisa → A pulsão não tem um objeto específico
Força → Diferença entre pulsão e instinto → A força no instinto é cíclica, a força na pulsão é constante → A pulsão é constante, pois está sendo movida para um objeto que nunca será encontrado
Objetivo ou Meta → Satisfação (parcial)
Fonte 
Lacan → Objeto A → É um objeto "perdido" (entre aspas, pois esse objeto nunca existiu; a pulsão não tem objeto), que está sempre sendo perseguido, mas nunca será alcançado → Toda vez que um objeto é "alcançado" (objeto substitutivo; pois a pulsão não possui objeto específico), e existe uma satisfação (parcial), sai-se em busca de outro objeto
 Para a psicanálise, não existe completude → Somos o sujeito da falta
Quando Freud configura o homem como um ser pulsional, um ser da linguagem, não guiado por uma lógica instintiva, ele desarticula a lógica normativa que defende que tudo o que foge à reprodução é aberração → Ele quer mostrar que aberração, perversão e desvio são normas da sexualidade humana
A pulsão começa no corpo → Bordas orificiais
Narcisismo → Não existe noção de eu → Estágio intermediário entre o auto-erotismo e o amor objetal → A criança não sabe onde ela termina e o outro começa, tornando possível que ela se satisfaça com ela mesma → Essa necessidade de se satisfazer é a pulsão 
A compulsão é uma marca da pulsão → As pessoas são impulsionadas a buscar satisfação, mas nunca a alcança, gerando angústia
A fantasia entra para dar um sentido no pulsional → Sem sentido só há angústia (afeto não nomeado) → A pessoa sente que não está bem mas não sabe porquê
Viciado → Não conseguem dar sentido a vida, logo vivem com angústia → A droga é uma maneira de aplacar a angústia
A pulsão nos impele a satisfação → A maneira pela qual as pessoas vão buscar a satisfação e o sentido que irão dar a ela é individual → Em nome da civilização e da cultura, as pessoas não satisfazem suas pulsões da maneira  que elas desejam, ou na hora que desejam → Em nome da cultura abre-se mão de certos gozos → Exemplo: Existiram civilizações onde o incesto acontecia, mas em algum momento, talvez pelo nascimento de crianças deformadas, houve a necessidade de abri mão desse gozo e recalcar a pulsão
OBS: Édipo na menina 
O objeto de amor da criança, independente do sexo, é a mãe. 
O menino encontra-se em uma posição positiva, pois apresente o sexo oposto ao da mãe.
A menina em um primeiro momento vivencia uma fase Pré-Edipiada, diferente dos meninos que já iniciam no Édipo. 
Para entrar na posição positiva do Édipo, é necessário que a menina troque de objeto, afastando-se da mãe. 
Esse forte laço entre mãe e filha é quebrado por uma questão anatômica, no momento em que a menina se vê como faltosa por não possuir um pênis. A menina não vê a questão sexual como uma simples diferença anatômica entre os sexos, ela acredita que o outro têm algo que lhe falta, e culpa a mãe por isso. 
A menina rompe com a mãe e vai em busca de quem tem o que lhe falta: o pai. Ao mesmo tempo, ela passa a admirar essa mãe, pois a mãe tem o que ela quer, ou seja, a atenção do pai, e também odeia o pai por não lhe dar o que ela deseja. Sendo assim, a criança passa a conviver com sentimentos ambivalentes de amor e ódio em relação aos pais 
Inveja fálica → No caso das mulheres, o falo é associado ao pênis → Percepção da castração feminina → A menina entra no Édipo com a castração, e o menino sai → A castração do menino ocorre quando ele percebe que a mãe não é só dele →  O menino percebe que ele corre o risco de ser castrado se não abrir mão da mãe
A função paterna é introjetar a lei da castração, é quem diz 'não' ao incesto
Desvio do objeto da pulsão → Invertidos → Exclusividade (elegeu um objeto de satisfação); Ocasionais (bissexual, reveza o objeto de satisfação)
Texto: Três ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (continuação)
Qual a principal diferença entre pulsão e instinto? A pulsão não tem objeto.
O que significa dizer que a pulsão não tem objeto? Diferente do instinto, não existe uma determinação da maneira pela qual a pulsão vai se satisfazer, o objeto da pulsão pode ser qualquer coisa  → Quem vai escolher, inconscientemente, o objeto da pulsão somos nós  → Isso significa que o homem não está à serviço da procriação.
O que significa dizer que os seres humanos são seres pulsionais e não funcionais? 
A pulsão não está em busca de prazer e sim de satisfação → A noção de prazer é qualitativa, logo o que dá prazer para um pode não dar para outro, logo quem dá significado a pulsão somo nós 
Para a sexologia da época de Freud a noção de sexualidade estava ligada a procriação, e tudo que não segue essa lógica é desvio → A ideia de pulsão proposta por Freud defendia que a pulsão não era pré-determinada, indo contra a lógica da época → A forma de satisfação fica a critério de cada um, assim como suas consequências.
Perversão polimorfa → Por sermos seres pulsionais, a perversão aparece em várias formas na sexualidade → Em um certo grau, todos apresentam momentos de sadismo, masoquismo, voyerismo, exibicionismo e fetichismo → São formas de satisfação que desviavam as normas da época.
Quais são as formas de manifestação da sexualidade nas crianças? → Autoerotismo → Na falta de um objeto para se satisfazer a criança se satisfaz nela mesma → Como a criança ainda não passou pelo narcisismo, que é quando ela se constitui como unidade corporal e está pronta para investir em um objeto externo, e como ela não sabe onde ela termina e começa o outro, ela se satisfaz nela mesma
Fase Oral → A criança tira muita satisfação na boca → Amamentação; Colocar coisas na boca → Ela tenta introjetar o objeto
Fase Anal → Momento que a criança começa a ter controle dos esfíncteres → Ela começa a ter poder sobre os pais → Controle de dar ou não aquilo que o outro demanda → Fase geralmente associada a neurose obsessiva, onde existe satisfação em ter o controle e o poder.
Fase Fálica → As vezes acompanhada de uma constituição narcísica →  Fase onde acontece o Édipo →   A criança começa a se situar, percebendo as diferenças entre ela e o outro → É na Fase Edípica que a criança irá constituir toda a sua subjetividade (feminino, masculino, posição desejante, escolha de objeto) →  É também na Fase Edípica que a pessoa se constitui em uma das três estruturas clínicas (neurose, psicose,perversão), pois é no Édipo que as pessoas tem que lidar com a questão da castração e se constituir como sujeitos da falta
Fase Genital → Percepção da diferença entre homens e mulheres e a percepção de todos como seres faltoso
Essas fases são vivenciadas de forma muito estereotipada na infância, mas que acompanham a pessoa pelo resto da vida → A vezes, existe uma fixação maior em uma do que em outra, mas elas nunca são superadas completamente → As pessoas apresentam pelo resto da vida resquícios dessas formas de obtenção de gozo.
OBS:
 A psicanálise acredita que não é possível eliminar um sintoma, e que o sintoma faz parte da subjetividade da pessoa. A análise faz a pessoa descobrir meios de conviver com o sintoma, será buscada uma forma de que a pessoa construa na sua subjetividade e na sua fantasia uma maneira do sintoma não acarretar tanto sofrimento. 
OBS: 
Quando o acesso ao narcisismo é comprometido, a pessoa fica fixada na fase de autoerotismo → É o caso da esquizofrenia → Noção de corpo fragmentado → Não possui uma unidade egóica.  
 Lembrando que na psicose existe toda uma questão relacionada a introjeção da lei paterna → A lei paterna que dá limites e referencial, se a pessoa não possui esse referencial ela se sente confusa e fragmentada.
Psicose paranóica → Diferente do esquizofrênico →  Não possui essa noção de corpo fragmentado, pelo contrário → Construção narcísica megalomaníaca
Texto: Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade (continuação)
OBS: O Perverso e a Perversão
Perversão polimorfa → É universal → Não existe uma única forma de manifestação da sexualidade → É a lógica da sexualidade desviante, que não está direcionada a reprodução.
Perversão → Estrutural → Mecanismo de defesa frente a castração → Desmentir
Tipos  de Neurose → Histeria, Neurose Obsessiva, Fobia
Tipos de Psicose → Esquizofrenia, Autismo, Paranoia 
Tipos de Perversão → Sadismo, Masoquismo, Voyerismo, Exibicionismo, Fetichismo
Porque um sádico não procura um masoquista? A psicanálise parte do princípio que os homens são sujeitos da falta, seres incompletos, seres que se dividiram no momento que tiveram de dizer ´não' ao incesto → O perverso a todo momento tenta se ver como um sujeito completo, não dividido → A forma que o perverso tem de não lidar com a questão da falta é gozar sempre →E uma forma que o perverso tem de não se sentir um sujeito da falta é colocando o outro para se dividir.
Fórmula da Fantasia Neurose → Fórmula do sujeito lidar com os objetos do mundo → O mundo externo é permeado pela fantasia.
Fórmula da Fantasia Perversão → O perverso nega a se reconhecer como sujeito da falta e tenta se colocar no lugar de objeto, ou seja, um lugar não-faltoso → Um lugar de objeto de gozo → E para isso ele divide o outro → Um perverso goza ao ver o outro se dividindo, alcançando gozos que a pessoa nem sabia que poderia ter → Por exemplo, um sádico que infringe maus tratos ao outro faz ele ficar divido e angustiado, tendo sentimentos ambivalentes, mas gozando, pois o gozo vai além do prazer → O gozo faz a pessoa ficar repetindo essa experiência de satisfação, que não necessariamente é prazerosa → Tem algo na relação do perverso que faz a pessoa se manter nessa posição, por mais que ela carregue sofrimento.
O perverso faz o outro descobrir que está gozando, gozos que ela nem sabia que tinha, e está se dividindo → O outro se dividindo se desindentifica do lugar do sujeito e fica no lugar do objeto.
Quando se diz que um sádico também é um masoquista e vice versa, significa dizer que ele se identifica com o outro que está na posição de sofrer ou infringir maus tratos, e goza com isso.
Por que são raros os casos clínicos de perversão? Porque os perversos não procuram a clínica, eles colam o objeto a pulsão e conseguem ter gozo sempre, logo eles não possuem nenhuma questão → O perverso possui práticas e posicionamentos que garantem o gozo → Quando o perverso procura análise, a perversão é um achado secundário, ele não vai a análise com uma queixa referente a sua perversão → Em alguns raros casos, quando o perverso possui uma questão relacionada a perversão, o motivo é a solidão recorrente das posições perversas adotadas por ele → O perverso dificilmente faz laço com o outro, pois o outro é apenas um objeto de gozo para ele.
O problema da análise com um perverso é a dificuldade de fazê-lo se colocar no lugar do sujeito, e o analista no de objeto → O perverso a todo momento tenta colocar o analista no lugar de sujeito, tenta a todo tempo dividi-lo.
A dificuldade do perverso de criar laços é a sua dificuldade de abrir mão de gozos.
OBS: Posição do analista
A posição do analista é sempre a posição de objeto, pois não se pode ter dois sujeitos em análise → Por isso que defende-se que o terapeuta não deve sugerir, opinar ou direcionar, pois fazer essas coisas leva a crer que o analista sabe o melhor a ser feito, baseadas na sua concepção → Fazendo isso, os analistas estão passando a sua própria questão de mundo para o paciente, não cabe ao analista dizer o que é o melhor para o paciente.
Entre a Fase Fálica e a Fase Genital existe o Período de Latência → Período em que a libido se recolhe para voltar a se manifestar na adolescência, todas as questão que estão latentes voltam a se manifestar, levando o sujeito a reafirmar ou não a escolha objetal → Por isso que antes da adolescência é difícil dizer se uma criança é homossexual ou heterossexual → É em função do Período de Latência que as pessoas tem poucas lembranças da infância
Texto: Uma introdução ao narcisismo (1914)
Narcisismo → Fase intermediária entre o autoerotismo e o amor objetal
OBS: Pulsão
Em 1905, Freud introduz o conceito de pulsão:
Existe algo que nos impulsiona;
Vem da fronteira entre o corpo e a mente;
Busca  sempre satisfação;
Existem várias maneiras de se encontrar satisfação;
As fontes das pulsões são as bordas orificiais;
Em 1910, Freud instala o primeiro dualismo pulsional:
Pulsão de autoconservação → Responsável pela manutenção da espécie → Maneiras de conservar o organismo
Pulsões sexuais → Tem como fonte de energia a libido → Responsável por preservar a espécie
Freud defende que a pulsão sexual aparecia como apoio a pulsão de autoconservação → O bebê ao mamar é impulsionado a preservação de sua vida,ao se alimentar e matar a fome. Durante esse processo de se alimentar, o bebê sentiria alguma excitações decorrentes do encontro com a mãe, e dali nasceria a pulsão sexual, como apoio a essas atividades vitais → Tal raciocínio de Freud foi muito estranho, pois tal definição não parece pulsão, e sim instinto → Porém, na clínica da histeria, Freud observou que por amor as pessoas paravam de comer, indo contra uma  suposta pulsão de conservação.
Em 1914, no texto no Narcismo,Freud, ainda na questão do dualismo pulsional, fala em libido do ego (direcionada ao ego) e libido do objeto (direcionada ao objeto) → Dessa forma, Freud libidinizou a pulsão de auto-conservação.
Freud chega na questão do Narcisismo por observação → Ele via que podemos perceber o Narcismo, ou seja, um investimento na libidinização do ego, quando estamos doentes → Narcisismo significa voltar a atenção para o ego → Uma pessoa com sono não consegue se concentrar em mais nada, ela não consegue fazer um investimento externo e fica recolhida em um estado narcísico
Caso extremo de libido investida no Ego → Paranoia e Megalomania
Porém, se tudo é libido, o único dualismo existente é topográfico, sendo assim, aonde está o conflito? → Além disso, se o ego é autoconservador, como explicar casos de Psicose onde a pessoa não possui nenhum cuidado com si (não toma banho, se infringe maus tratos)? E, se os sonhos são a realização de um desejo, como explicar esses pesadelos dos neuróticos de guerra? 
Foi em função dessas indagações (psicose, masoquismo, pesadelos dos neuróticos de guerra e brincar infantil) que Freud concluiu que existia algo que ia além do princípio do prazer, começando a questionar essa tendência constante do organismo de buscarprazer e diminuir as excitações → Sendo assim, em 1920, Freud muda o dualismo, propondo a noção de pulsão de vida e a pulsão e morte.
OBS: Apaixonamento
Caso extremo de libido investida no Objeto → Apaixonamento
Frente a observação do apaixonamento, Freud começou a estudar as formas de amar:
Ao posicionamento masculino, Freud propõe uma ideia de atividade, e ao feminino de passividade
À masculinidade, Freud atribui uma forma de amar anaclítica → Intenso investimento no outro → Quando ama se dedica muito ao outro → Os homens estariam em uma direção de amar
À feminilidade, Freud atribui uma forma de amar narcísica → As mulheres estariam na direção de serem amadas
Os seres humanos teriam duas formas de amar: amarem a si mesmo ou amar as pessoas que cuidam deles → Nessas duas formas, a de amar a si mesmo estaria mais voltado ao feminino, e a forma de amar o outro estaria mais voltado ao masculino.
Texto: Uma introdução ao narcisismo (continuação)
As teorias elaboradas nesse texto se confirmam em 1923 com a elaboração do segundo dualismo pulsional.
Sua majestade o bebê → Termo cunhado por Freud para falar sobre os cuidados dos pais com o bebê → Época em que a criança é um ser ilimitado, que pode tudo → Se ele chora a mãe aparece; Se ele não dorme a mãe não dorme → Nesse momento, o bebê não está tão submetido às leis da vida, as abdicações.
Apenas através do Narcisismo secundário é possível se chegar ao primário → Os pais, por meio dessa relação com o bebê, revivem esse momento em que eles eram ilimitados, e não tinham ainda se submetido aos imperativos da vida (leis sociais, moral, conduta social) → Os pais se identificam com esse momento que o filho está vivendo, e presa por ele → Justamente por se identificar com esse momento, que os pais buscam preservar o filho, pois ele sabe o que é perder essa sensação de onipotência → Esse momento onde os pais revivem o narcisismo é o chamado Narcisismo Secundário, e o momento vivido pelo bebê é o chamado Narcisismo Primário → O acesso ao Narcisismo Primário só é possível através do Secundário, ou seja, através da identificação → O motivo pelo qual os pais tratam o filho como uma majestade é a identificação, eles desejam preservar ao máximo esse momento do filho, pois sabem como é doloroso quando a vida impões suas regras.
Ideal de Eu → É o que acontece depois da passagem edípica → Momento em que vemos que não somos o nosso ideal, pois em função da castração, passamos a ver que não podemos tudo, e que somos sujeitos da falta → Nesse momento, após a castração, existe a criação de um Eu ideal → É o momento em nós vamos nos espelhar e buscar vir ser o nosso Eu ideal.
O Ideal de Eu pode ser algo muito conflitante, pois as pessoas adoecem em  nome desses ideais→ Freud vai contra todas essas categorizações de normal e patológico, pois elas são baseadas em ideais
Na Segunda Tópica, o Eu fica tentando conciliar as exigências do Id, do mundo externo e do Superego.
Na virada da Primeira para a Segunda Tópica, Freud utiliza-se do conceito de Idel de Eu para falar sobre o Superego → Talvez seja em nome do Ideal que o Supereu age → É a partir do Ideal que o Eu põe para si que o Supereu age → O Supereu seria uma maneira do Eu conseguir alcançar as suas metas → Tem pessoas que consideram também que o conceito de Superego foi uma evolução do conceito de Eu
O texto do Narcisismo é um caminho entre a Primeira e a Secunda Tópica → É um texto que ajuda pensar que com a questão do Ideal do Eu, Freud consegue alcançar elementos da Segunda Tópica, e com a questão da libido do eu e libido do objeto, ele chaga aos conceitos de pulsão de vida e pulsão de morte
Caminho do conceito de pulsão → Pulsão sexual e Pulsão de autoconservação → Libido do eu e Libido do Objeto → Pulsão de Vida e Pulsão de morte
Em 1905, no texto Três Ensaios sobre a Sexualidade Infantil, Freud começou a conceituar pulsão → Em 1910, o conceito de dualidade pulsional torna-se mais claro, ele vai definir o conceito de pulsão sexual como aquelas  destinadas a reprodução, e a pulsão de autoconservação como aquelas responsáveis por conservar a espécie → Ex. a fome faria parte da pulsão de autoconservação → As pulsões sexuais seriam aqueles cuja energia é a libido, e tinham como fim a reprodução, por mais que existissem desvios no caminho
Porém, Freud se deparou com casos onde a pulsão de autoconservação parecia não fazer efeito (por amor as pessoas paravam de comer, de dormir)
Freud também reparou na clínica com os casos de masoquismo (não necessariamente relacionado a estrutura da perversão) que havia algo que não encaixava com a noção de Princípio do Prazer → Porque as  pessoas se mantem em situação trazem sofrimento? Continuam porque existe um gozo, por isso que gozo não é prazer → Sendo assim, Freud conclui que nem sempre o aparelho psíquico está tendendo a se descarregar de uma determinada forma, ou seja, tem alguma coisa que vai além do Princípio do Prazer → a Pulsão de Morte
Principal característica da Pulsão de Morte → Compulsão a repetição → A pulsão de morte quer se satisfazer a qualquer custo → Vetor em direção ao gozo
Masoquismo, da brincadeira infantil, da psicose (Caso Schereber → não havia uma tentativa de conservação do Eu) → Essas questões fizeram Freud passar por um processo de desconstrução, que passou pela concepção de libido do ego e libido do objeto (Lembrando que só a pulsão sexual era libidinizada e, no texto do Narcisismo, Freud tenta libidinizar o ego, ou seja, fazer do ego um objeto da pulsão → Dessa maneira, o conflito entre as pulsões vira algo apenas topográfico, tudo vira libido) → Por esse caminho, Freud descobre que havia algo que ia além do princípio do prazer 
Pulsão de vida → Vira união da pulsão sexual com a pulsão de autoconservação → Não é um conflito com a pulsão de morte → Se as pessoas estivessem regidas apenas pela pulsão de morte, ou seja, se esta estivesse totalmente desfusionada da pulsão de vida, entraríamos em uma compulsão à repetição em direção a um gozo mortífero → O fusionamento da pulsão de vida com a pulsão de morte acaba por sexualizar uma parte da pulsão de morte → Sendo assim, a pulsão de vida fusionada com a pulsão de morte, leva a criação de sentido, objetivo e não fica a mercê de uma força imperiosa que quer gozo a todo instante e de qualquer jeito 
OBS:
Quais são as instâncias da Primeira Tópica? Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente 
Quais são os princípios que regem o aparelho psíquico na Primeira Tópica? 
Princípio do Prazer → Busca acabar com o desprazer → Alto nível de energia que impulsiona as pessoas (podendo angustiar) a descarregar a energia, levando ao prazer 
Princípio de Realidade
É questionável o fato da pulsão de vida ser uma pulsão, pois ela não apresenta muitas características de pulsão → Sendo assim, Freud leva a crer que toda pulsão é pulsão de morte → Não é mais um duelo entre pulsões, mas uma pulsão tentando frear a outra
Resumo: Como se constituiu a Primeira Tópica?
A partir da escuta da fala das histéricas, Freud descobriu que havia algo pro traz do que estava sendo dito, e que isso não era consciente, ou seja, as pacientes não tinham acesso direto a esse material. Havia algo de muito importante que não estava sendo falado, mas que era de extrema importância para o curso do tratamento. Freud começou dizendo a que esse material estava em uma segunda cena, o que mais tarde ele chamou de inconsciente. 
Além disso, foi a partir das histéricas que Freud teve acesso aos sonhos, onde ele percebeu que a estrutura inconsciente eram comum a todos, e não só daquelas pessoas que apresentavam patologias. Foi no livro dos sonhos que Freud fez o primeiro desenho do aparelho psíquico, constituído enquanto aparelho de memória e linguagem.  
OBS: Lacan dizia que o inconsciente é estruturado como uma linguagem, ou seja, a constituição do aparelho é a constituição da memória e da linguagem. 
Freud começou dividindo o aparelho psíquico em dois sistemas: consciente e inconsciente. Havia uma censura entre essesdois sistemas que não permitia que algo passasse de um para o outro de forma indiscriminada. O inconsciente, diferente da consciência, não possui preocupação com tempo, espaço ou contradição, sua preocupação é realizar desejos, ou seja, o inconsciente segue a lógica desejante.
Esse aparelho psíquico é regido por dois princípios, o princípio do prazer, regido pelo processo psíquico primário, e o princípio da realidade, regido pelo processo psíquico secundário. O princípio do prazer é regido de forma econômica, de acordo com o aumento e diminuição de energia. O princípio de realidade tenta otimizar o princípio do prazer, tentando fazer com que não tenhamos sempre que descarregar os níveis de energia e excitação imediatamente, nos ensinando a lidar com o desprazer. 
Quando nos sonhos, os conteúdos do inconsciente são condensados e deslocados a todo momento. Nos sonhos, as figuras que aparecem podem ser representações de outras, conteúdos deslocados.
Qual o grande problema da Teoria Primeiro Aparelho Psíquico? 
Quando Freud vai estudar o sadismo e o masoquismo, ele percebe que esse princípio do prazer parece não operar, o princípio de diminuição de tensão e energia → Freud percebeu que existia alguma coisa que ia além do princípio do prazer, no caso a pulsão de morte. 
Ao estudar o narcisismo e a identificação, Freud percebe que o eu é a instância recalcadora, ou seja, percebeu que quanto mais perto se chegava ao núcleo do recalcado, maior era a resistência, e esse processo de aumento da resistência não era percebido pelo paciente → Logo, Freud concluiu que a resistência, que vem do eu, era inconsciente. 
Sendo assim, a teoria da oposição entre consciente e inconsciente passou a não mais sustentar a explicação do funcionamento do aparelho psíquico, pois se o conteúdo do recalcado é tão inconsciente quanto a estrutura recalcante, aonde está a oposição, a polaridade e o dualismo entre consciente e inconsciente? → Freud percebeu assim que o Eu não era totalmente consciente. O Eu, que é quem recalca, tinha partes inconscientes
Então, se quem recalca é inconsciente, e o conteúdo recalcado também é inconsciente, por onde está passando a censura? → Na segunda tópica, Freud começa a pensar em um aparelho psíquico onde uma instância lida com a outra → Isto é, como o Eu lida com o Supereu, que lida com o Id. 
Porque ele não chama mais de inconsciente? → Porque o inconsciente passa a não ser mais substantivo, e sim adjetivo → O Id é inconsciente, o Eu e o Supereu, em sua maior parte, também são inconscientes 
O Id é irredutível ao conteúdo recalcado, e a cede das pulsões.
O Eu é formado a partir da mediatização do Id com o mundo externo 
"A percepção é do Eu, assim como as pulsões são para o Id" 
O Eu é aquele que unifica a fragmentação originária → Narcisismo 
O Eu é o objeto das pulsões do Id → E como a pulsão não tem objeto, o Supereu entra como a instância que vai fazer o Eu se sentir culpado e angustiado por não satisfazer as pulsões do Id
O Eu é:
A instância normatizadora que faz a instersubjetivação psíquica
O responsável por mediar o Id, o Supereu e o mundo externo
A instância recalcante 
O objeto da pulsão do Id
Está sempre tentando balizar as forças pulsionais com os ideais → E o Supereu também influencia nesse processo → Paciente que desistiu da fotografia porque nunca ia ser um Sebastião Salgado → O Supereu vai "massacrar" sempre que o eu não atingir os ideais → As pessoas podem adoecer em nomes de ideais
O Supereu é o herdeiro do Complexo de Édipo e a consciência moral introjetada
"A sombra do objeto cai sobre o Eu" → O Eu se objetifica → Melancolia → Não tem imagem narcísica → Depressão é sintoma, Melancolia é estrutura
Pouca distância entre o Eu e o ideal de Eu → Megalomania → A operação do Supereu fica comprometida
Texto: Observações sobre o amor de transferência
A transferência não acontece apenas em uma situação de análise → Relacionamentos exigem transferência
Por disposições de cada um, inatas e adquiridas, nós acabamos criando métodos para se dirigir na vida, e acabamos por repeti-los como um clichê esteriotípico nas nossas relações → A medida que a gente vai se transferindo por experiência ou por particularidades inatas, a gente se porta diferente, a gente vai ter uma relação com o outro de maneira que isso pertença de alguma forma a maneira que a gente repete, se identifica e projeta
Os conceitos de identificação, projeção e transferência se relacionam → Na transferência a gente repete projeções e identificações a todo momento → São por questões de transferência que a gente se dá melhor com uma pessoa do que com outra → A transferência tem a ver com a forma como a gente se conduz na vida, como a gente se identifica com nossos gostos e nossa história
A identificação é o laço mais primitivo que a gente faz com uma pessoa, é a forma mais arcaica de relacionamento → Existem alguns conceitos de identificação que são mais abrangentes → Pode haver identificação quando a gente se identifica com uma particularidade do objeto e coloca como nossa 
O conceito de projeção começou com a psicose, mas depois foi ampliado por Freud → Projeção é colocar no outro tudo aquilo que você desconhece ou rejeita  em si mesmo, tudo aquilo que você não enxerga → Isso fica muito claro quando vemos uma pessoa criticando outra, mas sabemos que ela faz igual. No caso, ela realmente não enxerga que faz a mesma coisa. 
Sem transferência não ha tratamento, porque se você não repete na análise o que você é fora dela não existe possibilidade de mudança
Nós somos feitos de repetição, e quanto maior a resistência, maior repetição → A gente repete muitas vezes os modos de gozo, aquilo que da satisfação, prazer
Uma coisa muito importante no tratamento psicanalítico é o manejamento da transferência → Existem muitos pós-freudianos que começaram a interpretar a transferência, e não interpretar na transferência →  O tratamento só irá ocorrer se o analista se utilizar da transferência pra fazer alguma coisa, porque se você interpreta e a transferência não está consolidada, podem haver problemas: a pessoa pode abandonar a terapia, ou aumentar a transferência
O que implica na transferência é o sujeito do suposto saber → Os analistas partem do pressuposto de que o saber está no paciente, e é trabalho deles levarem o paciente a acessar esse saber que eles têm, mas não sabem → Os analistas trabalham com o que os pacientes dizem, e não com sugestão, porque com a sugestão nós estaríamos utilizando o nosso saber → Mas, o paciente precisa supor um saber no analista, até para ter uma transferência → Por isso que o trabalho de xamãs e guias funcionam em algumas culturas, porque a pessoa pressupõe um saber naquela pessoa → Segundo Freud, esses xamãs e guia trabalhariam com a sugestão, ou em outras palavras, em um efeito placebo
Foi por isso que Freud rompeu com o método catártico da hipnose, ele acreditava até que tinha efeito, mas aproveitava pouco a transferência
Método catártico → Freud hipnotizava a paciente com o objetivo de ultrapassar a barreira da resistência (inconsciente), descobria a origem do problema, ou seja, o primeiro evento traumático, ampliava a consciência dela, dizendo que sabia o porque do seus sintomas, aí a pessoa tinha uma descarga emocional (catarse), e aí se cura → Qual é o problema desse método? → Primeiro, não foi a pessoa que percorreu o caminho, tanto é que depois que ele falava a pessoa resistia mais ainda. Segundo, poderia haver mais de uma origem para o sintoma. Terceiro, a hipnose acabava com a resistência, e esta é de extrema importância para o tratamento, porque a resistência é um sinal de que existe algo por trás. Quarto, ocorria sugestão, pois ele estava trazendo um saber que era dele para a pessoa. E, por último, ele percebeu que o saber não garantia mudança
Em resumo, porque ele saiu do método catártico? → Porque era sugestão, nem todas as pessoas são hipnotizáveis, não tem só uma origem pro sintoma, a reincidência dos casos e a anulação das resistências
A transferênciatem três facetas: 1- Resistência; 2- Sugestão; 3- Repetição → Essas três coisas ocorrem durante a transferência → É através da transferência que ocorre a repetição, e é através da repetição que se faz a intervenção → Na transferência pode ser usada a sugestão (a psicologia é baseada em métodos sugestivos) → E por último temos a resistência, e aí nós precisamos entrar no conceito de transferência positiva (amorosa) e transferência negativa (hostil), ambas são resistência, por exemplo, se apaixonar pelo analista é uma resistência,  porque quando a pessoa está apaixonada ela não fala de outra coisa que não seja a paixão  
É importante lembrar que a resistência é um material muito rico, tanto é que um dos motivos que fez Freud abandonar o método hipnótico foi o fato dele anular as resistências → Por trás da resistência sempre existe algo
A repetição é uma forma de atuar ao invés de ficar recordando, uma atuação na transferência
In treatment → A paixão da paciente Laura pelo terapeuta se enquadra como uma transferência porque se ela tivesse um relacionamento com ele, ela não mais poderia fazer análise. A personagem só fazia laço pela via sexual, e ela repetia isso a todo momento em suas relações com os homens. E ela só conseguiu repetir isso com ele em função da transferência
A transferência é a repetição formada de impressões aprendidas na infância, juntamente com fatores inatos, que levam a criação de clichês esteriotípicos, que correspondem a forma como você se conduz na vida → Através da atuação e da repetição, ela está colocando, e recordando de certa forma, esses clichês esteriotípicos que se formaram por algum motivo. 
A intervenção é para tentar construir uma nova forma de atuação, onde a paciente abra mão daquele gozo e construa novas formas de gozo → Ela precisa abandonar esse gozo porque ele não está sendo funcional, se estivesse ela não teria ido procurar a análise
Entrelaçamento dos quatro conceitos (pulsão, inconsciente, repetição e transferência) → A repetição está na via da pulsão, e o inconsciente é o caldeirão pulsional, sendo através da transferência que isso tudo vem a tona
O analista não trabalha com sugestão porque parte do princípio que o saber não está nele, mas no paciente. A posição do analista é a de colocar o inconsciente em conta, não o consciente. O analista está ali para escutar aquilo que o analisando não está escutando em sua própria fala, não está reconhecendo, e levar até ele, através de interpretações. O analista parte do princípio que não cabe a ele dizer o melhor pro paciente, porque se caso o analista se coloque dessa maneira, não existirá mais um sujeito em análise, mas sim dois. 
“Cada indivíduo, através da ação combinada de sua disposição inata e das influências sofridas durante os primeiros anos, conseguiu um método específico de conduzir-se na vida erótica – isto é, nas precondições para enamorar-se que estabelece nas pulsões que satisfaz e nos objetivos que determina a si mesmo no decurso daquela. Isso produz o que se poderia descrever como um clichê estereotípico (ou diversos deles), constantemente repetido –constantemente reimpresso – no decorrer da vida da pessoa.”
Revisão
Recalque Originário e Recalque Secundário O recalque originário a gente fala que acontece ao mesmo que a instauração da fantasia fundamental. Quando a gente fala em estrutura clínica da neurose, esses são os tempos do recalque: Recalque primário Recalque Secundário Retorno do Recalcado (Sintoma). Porém, só é possível falar em recalque primário indo de trás pra frente, porque o recalque primário acontece em um momento em que nós não temos a apreensão do que está acontecendo, é um momento que a gente só chega à conclusão partindo da análise do Retorno do Recalcado, seguindo pro Recalque Secundário e aí sim, ao Recalque Primário. Sua compreensão parte pelo mesmo princípio do narcisismo, onde só existe a conclusão sobre o narcisismo primário a partir do secundário. Porque mesmo sem visualizar e sem saber o momento em que ele acontece, nós sabemos que o recalque primário existe? Porque não dá para existir recalque secundário sem o recalque primário, ou seja, não teria como ter o recalque da pulsão se já não houvesse um caminho para ele se guiar. É como se o processo estruturante do sujeito passasse por uma fixação da pulsão em alguma questão, ou seja, o recalque propriamente dito seguiria por um caminho que já foi iniciado traçado por essa fixação. E é isso que faz cada um ser um ser singular, com suas formas particulares de gozo e um processo particular de recalque, pois cada teve algum momento ou algum tipo de fixação nessa fase anterior. A gente sabe que existe um recalque originário porque precisa existir um motivo pra pessoa ter recalcado de uma determinada forma. Então, podemos concluir que antes do processo do recalque propriamente dito, existiu um caminho que começou a estabelecer o modo único e singular que cada um irá fixar a libido, ter mais prazer e gozo. 
OBS:
Se nós voltarmos às fases pré-genitais da libido (fase oral, fase anal, fase fálica), iremos lembrar que cada um passa por essas fases e tem uma fixação da libido por algum objeto, estabelecendo um modo de gozo. A fixação está diretamente ligado ao modo de gozo, é o rastro que você deixa na sua experiência. Mais tarde, quando houver o recalque, em função do horror da castração, o recalque irá ocorrer a partir de um caminho já previamente trilhado (recalque originário). 
OBS:
Percurso enquanto sujeito: Gozo absoluto Angústia Desejo. 
Ou seja, a gente só chega a ser um sujeito desejante, cujo desejo está separado do desejo do outro, depois que passamos da fase do gozo absoluto – alienado ao desejo do outro – e da fase angústia – tentativa de separação e o lidar com a falta. 
	Sendo assim, a gente só consegue explicar o nosso estado hoje, se levarmos em conta esse estágio de gozo absoluto do qual não temos acesso, se consideramos que antes do recalque propriamente dito, existiu um caminho libidinal e pulsional previamente traçado. É também nessa fase (recalque primário), que instauramos a fantasia fundamental, outro pilar estruturante do sujeito. É só com a fantasia fundamental (inconsciente) que nós conseguimos ascender ao desejo e ter uma forma de se colocar no mundo. Na psicose, não há a instauração dessa fantasia fundamental, por isso ele delira. Além disso, na psicose não existe recalque primário nem secundário. Na perversão, existe o recalque originário e o estabelecimento da fantasia fundamental, o perverso é aquele que sabe sobre a castração, e desmente; o neurótico sabe sobre a castração, e recalca; e o psicótico, não possui traços da castração. 
Constituição do sujeito A constituição do sujeito é inconsciente, e não segue uma ordem cronológica ou uma sequência temporal, mas é necessária a passagem por várias operações como o Édipo (castração), o narcisismo, a operação de alienação e separação. É importante lembrar que a vivência edípica é uma marca que nos acompanha por toda a vida.
Escolha inconsciente da estrutura Acontece na fase fálica Características: Fase em que ocorre a percepção da diferença entre os sexos no campo do simbólico, ou seja, é a fase onde ocorre uma atribuição simbólica para a diferença sexual. Sendo assim, a percepção da diferença sexual é inconsciente, não anatômica, correspondendo ao valor fálico que cada um dá a essa diferença. Por isso, que se chama fase fálica, porque é nessa fase que geralmente se dá um valor fálico ao pênis, e um valor castrado a quem não tem pênis. O falo é aquilo que tampa a fenda da falta. Na infância, a percepção da diferença dos órgãos sexuais é carregada de muita curiosidade, a sexualidade por si só acaba sendo estruturante na pessoa, que passa a vida inteira as voltas com essa questão. Sendo assim, na fase fálica, existe uma atribuição de valores simbólicos para a diferença entre os sexos, sendo também um símbolo da falta. A castração não se limita a uma questão anatômica, a castração é maneira como nós subjetivamos a questãoanatômica no inconsciente, como a gente subjetiva e dá valor a questão da falta. 
As fases pré-genitais são regimes de gozo, é como a criança está fazendo a marca e o circuito pulsional de gozo. Ela ainda não tem unificada essas pulsões, pois ainda não passou pelo narcisismo. Pensando nesses três tempos, a questão da castração e do Édipo vai ficar muito volta à inscrição de uma lei que vai separar esse assujeitamento, esse gozo absoluto de estar assujeitado ao outro. Essa interdição irá mostrar que ele é o sujeito da falta, que ele não pode ficar gozando dessa maneira eternamente. A partir disso o sujeito irá recalcar, desmentir ou foracluir.
OBS:
Gozo
A pessoa precisa abrir mão de uma parcela de gozo se ela quiser legitimar seu desejo
Gozar não significa desejar
Quando a pessoa quer gozar cada vez mais ela fica refém da situação, e não consegue ascender ao desejo 
No desejo também vai ter gozo, mas para legitimar o desejo é necessário abrir mão de uma parcela de gozo
 O sintoma é uma maneira de gozar
O gozo está além do princípio do prazer Insiste em repetir e não descarregar
Estar em um lugar de gozo significa estar assujeitado ao outro (qualquer um ou qualquer coisa pode assumir esse papel) Em um estado de assujeitamento, o desejo é o desejo do outro O trabalho de ascender ao desejo implica em sair desse assujeitamento, e esse processo implica lidar com dor, limitações, falta, não poder gozar o tempo todo etc.
OBS: 
Pulsão de Morte A satisfação completa da pulsão significaria morte, uma vez que iria parar de exercer uma pulsão constante, e esse é o perigo de se estar a todo tempo sobe o regime de gozo. O vetor da pulsão é se satisfazer o máximo que ela puder, e a satisfaça total da pulsão significa levar à pulsão ao grau zero (morte). 
OBS:
“Amar é dar aquilo que não se tem” Essa frase põe em evidência a questão da falta e mostra que não há complementaridade entre as pessoas. 
OBS:
Transferência
Na relação com o analista, um sujeito do suposto saber, a pessoa em prol de ascender ao desejo e saber sobre si, precisa se abrir para o outro, repetindo na relação como você goza, como você lida com a falta, como você se coloca no mundo. Se a pessoa não se coloca dessa forma, nessa relação, não existe análise. 
Com o conceito de gozo e pulsão de morte, chegou-se a conclusão que o sujeito é o sujeito da repetição, ou seja, por estar em uma dinâmica de gozo, o sujeito repete para obter satisfação, repetindo para tentar reviver essa primeira experiência de satisfação, essa experiência mística onde se acredita que ocorreu o primeiro acesso ao gozo absoluto (antes da falta). 
Importância da repetição na transferência Se a gente não repete o nosso circuito de gozo na transferência, não existe a possibilidade do outro intervir, por isso sem transferência não tem análise. 
OBS:
Inconsciente, Pré-Consciente e Consciente Obedecem a lógicas distintas
No inconsciente opera o mecanismo de condensação e deslocamento. Ex. Caso Elizabeth Von R. A partir da atribuição de significado à um evento que ocorrera e através de uma série de mecanismos de condensação de deslocamento, ela acabou apresentando o sintoma de arrastar a perna. 
Inconsciente Tempo lógico; Consciente Tempo cronológico
Inconsciente Tempo, espaço e contradição coexistem
OBS:
Narcisismo primário O ideal é o Eu Momento em que o Eu era o centro das atenções, onde tudo era permitido ao Eu, onde o eu era um ser ilimitado, onde as pessoas faziam tudo para agradar o Eu
Castração Proibições, limitações, angústia O sujeito começa a construir ideais para o seu Eu Às vezes, em nome de ideias a gente adoece Através dos ideais que a gente constrói para o Eu que atua o SuperEu
OBS:
O Eu é constituído através da interação do Isso com o mundo externo
Através do Narcisismo a gente unifica e libidiniza o Eu
O Eu passa a ser objeto de investimento da pulsão do Isso
Em nomes dos ideais que o SuperEu age

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