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Apostila de Contabilidade Geral - 2013.1

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 APOSTILA 
 DE 
 CONTABILIDADE GERAL
 
 
 PROFESSORA VIVIANE RIBEIRO
2013- 1º MÓDULO
1 – Por que Estudar Contabilidade
	A linguagem falada ou escrita no mundo dos negócios, além das terminologias jurídica, econômica, administrativa e técnica de cada setor da economia, utiliza a terminologia contábil para prestar contas e explicar o andamento dos negócios. Por exemplo, quem já não ouviu alguém comentar que está mais rico em alguns milhares de unidades monetárias, que ganhou um acréscimo patrimonial de tal e qual magnitude ou perdeu alguns percentuais de seu patrimônio?
	A maneira de medir o aumento ou a diminuição de riqueza de cada indivíduo passa necessariamente pela Contabilidade. É ela que fornece os princípios e as técnicas de mensuração da grandeza do patrimônio das pessoas físicas e, principalmente, das jurídicas. Assim, para entender a linguagem dos negócios, é necessário aprender Contabilidade. Mas essa não é a única razão. Outra, e talvez a mais importante, é a mensuração das alternativas de decisão que as pessoas têm de tomar no dia-a-dia.
	Quando se toma a decisão de adquirir ou vender um automóvel, uma casa, um apartamento, um sitio, ou comprar mercadorias para colocar à venda na loja, matéria-prima para transformar em produto final e vender para clientes, e com isso obter lucro, é necessário possuir conhecimento das técnicas de apuração de resultado fornecidas pela contabilidade.
	Se as decisões não estiverem fundamentadas em informações corretas, pode-se obter prejuízo em vez de lucro. Então, a questão de maior preocupação é: como fazer para não errar no momento da tomada de decisão? A resposta a essa questão é aplicar os conceitos e princípios de mensuração contábil. Dessa forma, é possível decidir-se pelo melhor caminho com base em informação. O que não se pode admitir é tomar decisões e não ter idéia de se estas estão produzindo lucro ou prejuízo e, pior ainda, qual a magnitude do lucro ou do prejuízo. Esse conhecimento é importante para os negócios pessoais e fundamental para a administração de negócios por conta do empresário.
	Assim, a fim de conhecer as bases de avaliação das alternativas disponíveis, é preciso conhecer os conceitos, os princípios, os métodos e as técnicas que a contabilidade oferece para ajudar os tomadores de decisão a se orientar para as melhores decisões diante de várias alternativas.
1.1 - Bases Históricas da Contabilidade
	A contabilidade é uma das ciências mais antigas do mundo. Existem diversos registros em que as civilizações antigas já possuíam um esboço de técnicas contábeis. Em termos de registro histórico é importante destacar a obra “Summa de Arithmetica, Geometrica, Proportioni et Proportionalita”, do Frei Luca Pacioli, publicado em Veneza em 1494 (pouco depois da invenção da imprensa e um dos primeiros impressos no mundo).
	Esta obra descreve, num dos seus capítulos, um método empregado por mercadores de Veneza no controle de suas operações, posteriormente denominado método das partidas dobradas ou método de Veneza. Nos séculos seguintes ao livro de Paciolli, a Contabilidade expandiu sua utilização para instituições como a Igreja e o Estado e foi um importante instrumento no desenvolvimento do capitalismo, conforme opinião de importantes estudiosos como o sociólogo Max Weber. No entanto as técnicas e as informações ficavam restritas ao dono do empreendimento, pois os livros contábeis eram considerados sigilosos.
	Isto limitou consideravelmente o desenvolvimento da ciência uma vez que não existia troca de idéias entre os profissionais. Mais recentemente, com o desenvolvimento do mercado acionário e a fortalecimento da sociedade anônima como forma de sociedade comercial, a contabilidade passou a ser considerada também como um importante instrumento para a sociedade.
	Diz-se que o usuário das informações contábeis já não é mais somente o proprietário; outros usuários hoje também têm interesse em saber sobre uma empresa: sindicatos, governo, fornecedores, investidores, credores, etc.
1.2 – A Contabilidade no Brasil
	Foi implantada por D João VI, quando da transferência da Corte de Portugal para cá. No entanto, com o passar do tempo, foi relegada a segundo plano na administração pública, sendo revivida por 
D. Pedro I por ocasião do I Império. Em 1914, após um período de esquecimento na República, o Brasil, necessitando de um empréstimo do exterior, recorreu ao governo inglês que, dentre as exigências para liberação do mesmo, solicitou uma demonstração da receita e despesa da União. Às pressas, foram reunidos alguns técnicos em finanças que elaboraram o Sistema de Contabilidade Pública que é utilizado até os dias de hoje, observando-se, claramente, as mudanças legais ocorridas nesse período.
A evolução da contabilidade no Brasil foi e é completamente diferente da Europa ou EUA pois percebe-se que desde o início fica patente a interferência da legislação. Uma das primeiras manifestações da legislação como elemento propulsor do desenvolvimento contábil brasileiro, foi o Código Comercial de 1850, que instituiu a obrigatoriedade da escrituração contábil e da elaboração anual da demonstração do balanço geral composto de bens, direitos e obrigações, das empresas comerciais.
Apesar das muitas dificuldades, o ensino contábil se desenvolvia timidamente através de algumas publicações que começaram a surgir em maior número, principalmente no final do século XIX, e da criação, em 1809, da aula (escola) de comércio, implantada um ano depois, com a nomeação de José Antonio Lisboa, que se torna o primeiro professor de contabilidade do Brasil. A primeira regulamentação contábil realizada em território brasileiro ocorreu em 1870, através do reconhecimento oficial da Associação dos Guarda-Livros da Corte, pelo Decreto Imperial nº 4. 475. Esse decreto representa um marco, pois caracteriza o guarda-livros como a primeira profissão liberal regulamentada no país.
1.3 - Finalidades da Contabilidade
	A ampliação do leque dos usuários potenciais da contabilidade decorre da necessidade de uma empresa evidenciar suas realizações para a sociedade como um todo. Antigamente a contabilidade tinha por objetivo informar ao dono qual foi o lucro obtido numa empreitada comercial.
	No capitalismo moderno isto somente não é mais suficiente. Os sindicatos precisam saber qual a capacidade de pagamento de salários, o governo demanda a agregação de riqueza à economia e a capacidade de pagamento de impostos, os ambientalistas exigem conhecer a contribuição para o meio ambiente, os credores querem calcular o nível de endividamento e a probabilidade de pagamento das dívidas, os gerentes da empresa precisam de informações para ajudar no processo decisório e reduzir as incertezas, e assim por diante.
	Diante deste quadro pode-se afirmar que o grande objetivo (finalidade) da contabilidade é o estudo e o controle do patrimônio e de suas variações visando ao fornecimento de informações que sejam úteis para a tomada de decisões, seja para as pessoas físicas ou jurídicas.
As principais funções da contabilidade são:
Registrar todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em moeda;
Organizar um sistema de controle organizado das Entidades;
Demonstrar com base nos registros realizados a situação econômica, financeira e patrimonial da Entidade por meio de relatórios como Balancetes, Balanço, Demonstração de resultados do exercícios, dentre outros;
Analisar os demonstrativos observando a capacidade financeira, liquidez, resultados dentre outros;
Acompanhar os planejamentos econômicos da empresa prevendo os pagamentos a serem efetuados, bem como os recebimentos e alertando os gestores nos eventuais problemas que poderão ocorrer.
1.4 - Ramos da Contabilidade
	Embora o mecanismo contábil seja o mesmo, dentro da contabilidade das empresas privadas, existe uma variedade de tratamentos contábeisdiferentes, cuja aplicação depende dos problemas peculiares à natureza de negócios em que as empresas atuam. Os principais ramos são:
a) Contabilidade de empresas não industriais:
	Representa o sistema utilizado pelas companhias exclusivamente comerciais (compra e venda de mercadorias) e de prestação de serviços, geralmente chamado de contabilidade geral.
b) Contabilidade de empresas industriais:
	As empresas industriais utilizam-se de um misto de contabilidade geral com contabilidade de custos, que se convencionou chamar de contabilidade industrial. A contabilidade de custos representa o sistema que permite às companhias conhecer e controlar seus custos unitários de produção, custos departamentais e outros desejados, cuja análise fornece à administração excelentes informações para tomadas de decisão. 
c) Contabilidade Pública:
	É o ramo da Contabilidade Geral que estuda e controla a execução dos orçamentos públicos e suas variações. Foi, como sabemos, a pioneira entre os ramos da contabilidade, dando origem aos demais É aquela utilizada pelos órgãos criados pelo governo. Existem diferenças fundamentais entre os órgãos públicos e as empresas privadas.
	A principal delas é que as empresas privadas têm o lucro como objetivo primordial, o que não ocorre com os órgãos públicos, cujo objetivo básico é o desenvolvimento sócio-econômico do país.
d) Contabilidade de instituições financeiras e de empresas seguradoras:
	As instituições financeiras têm problemas que as empresas de outros ramos não enfrentam. No Brasil, tais problemas foram solucionados pelo próprio governo, que padronizou o sistema de contabilidade dessas instituições, oferecendo o tratamento contábil adequado aos problemas peculiares a cada tipo de instituição financeira: bancos comerciais, bancos de desenvolvimento, sociedades de crédito imobiliário, etc.
	Também as empresas seguradoras têm características peculiares às suas operações, sendo seu sistema de contabilidade padronizado por órgãos do governo.
e) Contabilidade Hospitalar:
	É aquela que tem sob sua guarda o controle contábil das empresas hospitalares. No plano de contas, deve-se destacar por grupos, evidenciando para cada um deles, a natureza dos serviços prestados. Existe na empresa hospitalar, uma série de contas de créditos, assim distribuídas:
Locação de Apartamentos, Farmácia, Salas de Operações, Serviços de Assistência, Serviços Profissionais Médicos, Consultas Médicas, Pequenas Cirurgias, etc.
f) Contabilidade Pastoril e Agrícola:
	Para os patrimônios voltados à agricultura, criação de gado, etc.;
1.5 – Legislações que regulam a Contabilidade
Lei n. 6.404/76
	A Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) impõe o modelo contábil empregado por todos os tipos de empresa no Brasil, sejam elas de qualquer espécie. Recentemente, sofreu modificações pela Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007, que atualizou os critérios a serem adotados na elaboração das demonstrações financeiras dando-se destaque a escrituração, aos grupos do Ativo e do Passivo e as respectivas funções das contas, dentre os mais importantes.
Decreto-lei n. 1.598/76
	Regulamenta as normas impostas pela Lei 6.404/76.
Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC
	Constituem-se em disposições que servem de orientação técnica ao exercício profissional.
Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade – CFC;
Regulamentos do Imposto de Renda, do ICMS, do IPI e outros;
Código Civil Brasileiro;
Deliberações da Comissão de Valores mobiliários – CVM.
1.6 – A Contabilidade como Ciência
	Quando utilizada no estudo dos fenômenos patrimoniais passados, presentes ou futuros, a contabilidade-ciência se apóia nos elementos fornecidos pela "arte" ou seja, a escrituração para a qual ela ditou normas e princípios de execução.
	As respostas contábeis dadas pelas análises patrimoniais, econômicas ou financeiras, já são consideradas pesquisas no campo da ciência.
	A Contabilidade admite as mais diversas definições, as quais dependem da maneira dos autores considerarem o objeto de estudo dessa ciência. Assim, se alguns vêem a Contabilidade como o estudo das relações entre débito e crédito, por exemplo, para outros ela é o estudo do patrimônio. Assim, nossa definição de contabilidade é a seguinte:
“A Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio em suas variações quantitativas e qualitativas, tratando das funções, do cálculo, do registro e análise destas variações.”
Outra definição:
	Pode-se definir a Contabilidade como um Sistema de Informação e Avaliação cujo objetivo maior é fornecer informações úteis a seus usuários, de forma a apoiá-los na tomada de decisões de natureza econômica e financeira ou na formação de suas avaliações. Como em qualquer ramo de conhecimento, a Contabilidade tem em sua base um conjunto de princípios, cuja aplicação conduz ao alcance de seus objetivos.
	Na Contabilidade, esse conjunto de princípios é normalmente denominado de Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos ou, como passaram a ser denominados mais recentemente, no Brasil, Princípios Fundamentais de Contabilidade.
1.7 – As Técnicas Contábeis
	Para atingir seus objetivos, a contabilidade utiliza-se de técnicas próprias que são:
a) Escrituração:
	Técnica pela qual as ocorrências com efeitos no patrimônio são registradas. Algumas regras devem ser seguidas para que as informações possam ser aproveitadas e compreendidas por todos aqueles interessados. A escrituração é um meio utilizado para possibilitar, pela agregação dos diversos fatos ocorridos, a elaboração de demonstrativos capazes de formar a posição da riqueza patrimonial.
b) Demonstrações Contábeis:
	Podem ser apresentadas sob diversos ângulos informativos. Algumas são, digamos, uma consolidação dos fatos registrados ou escriturados. O Balanço Patrimonial, por exemplo, mostra a situação do patrimônio, em determinado momento, resultante da escrituração de diversos fatos.
	A Demonstração do Resultado do Exercício também é resultante de diversos fatos, positivos e negativos, escriturados durante um ano. Mostra como a empresa se saiu naquele ano.
	O Inventário é outra demonstração e preocupa-se em mostrar a composição de alguns itens patrimoniais, analiticamente, alguns sem a utilização dos registros contábeis como, por exemplo, os estoques que são fisicamente verificados e outros com base nos registros contábeis como valores a receber e a pagar, valores que a empresa mantém nas instituições financeiras e outros.
c) Análise de Balanços:
	Técnica pela qual determina-se a capacidade de pagamento da empresa, o grau de solvência, a evolução da empresa, a estrutura patrimonial e outras. Pela análise de balanços é possível comparar a situação da empresa dentro do setor que de faz parte. Apresenta quocientes úteis para os interessados na riqueza patrimonial, efetivos e potenciais, auxiliando-os, pela relação entre elementos naquele período e pela evolução durante os anos, a interpretar os demonstrativos apresentados. 
d) Auditoria:
	Técnica pela qual é verificada a qualidade da informação prestada confirmando ou não, se os demonstrativos apresentados representam com fidelidade a situação patrimonial. Na auditoria examina-se os documentos geradores da transformação patrimonial e a estrutura dos demonstrativos contábeis.
	Elaborando-se PARECER conclusivo sobre a correta utilização dos procedimentos e princípios contábeis, inclusive a fidedignidade da informação. A auditoria pode ser interna ou externa.
1.8 – Interessados nas Informações Contábeis
	
	Junto a cada organização existe um grupo de pessoas com interesse direto nas informações fornecidas pela contabilidade. Essas pessoas são diretamente ou potencialmente vinculadas a entidades indo, a seus interesses, desde o sentimentalismo, até o retorno de investimentos. Resumidamente, apresentamos os principais interessados na informação contábil:
a) Empregados da empresa:
	Têm interesse por ser, a empresa, a sua fonte individual de recursostraduzidos pelo salário, gratificações e participações nos lucros. É normalmente, o responsável pela manutenção da sua família devendo haver, portanto, o esforço pessoal para os bons resultados da sua fonte de renda.
b) Sócios e acionistas:
	Podem ser encarados sob vários aspectos. Os sócios e acionistas podem ter como principal interesse o retorno do investimento feito nas empresas e a segurança da aplicação. Se, além da participação na sociedade, são responsáveis pelas decisões na empresa, a quantidade e qualidade das informações são maiores pela responsabilidade de dirigir o destino da organização, traçando planos e metas. Nas organizações mais fechadas ainda existe a ligação sentimental, havendo o respeito e amor pela obra realizada.
c) Administradores e outros responsáveis pelas decisões:
	Necessitam de informações similares ao sócio administrador acima referido.
d) Fornecedores e credores de recursos financeiros:
	Têm como principal objetivo o retorno dos recursos investidos, seja pela entrega de mercadorias, de dinheiro ou outra forma de propiciar o funcionamento da organização. As informações que necessitam são, pois, ligadas à rentabilidade e garantia de retorno dos capitais investidos.
e) Governo:
	Tem dois grandes interesses que podem tomar como suporte as informações contábeis. O financiamento da atividade governamental, para o bem-estar de toda a população, necessita de recursos que, em grande parte, vem da atividade empresarial sob a forma de tributos. Outra informação que pode ser extraída da contabilidade é sobre o desenvolvimento em áreas geográficas, setores de atividades e outras que, convenientemente compiladas, podem orientar a política de desenvolvimento da nação.
f) Pessoas em geral:
	Somos todos interessados nas informações fornecidas pela contabilidade, em sentido amplo, quando potencialmente investidores de recursos ou, mesmo de uma forma restrita, a do nosso dia a dia, conciliando renda com gastos.
	Não necessariamente precisamos montar um sistema de contabilidade pessoal, embora possível, mas lembremos que o objeto da contabilidade é o patrimônio e, o individual, deve ser administrado caracterizando a contabilidade.
1.9 – Campo de Aplicação da Contabilidade
	A contabilidade tem um vasto campo de atuação, podendo atuar nas pessoas físicas e nas pessoas jurídicas, com finalidade lucrativa ou não, inclusive as de Direito Público com a União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
	Então, o campo de aplicação da Contabilidade é a Azienda, a qual abrange além das empresas, as entidades cujo objetivo não é obter lucros, mas simplesmente prestar serviços à comunidade, tais como as entidades de assistência social, os clubes desportivos, as fundações de caráter cultural, etc.
1.10 – Entidades Econômico-Administrativas
	São organizações que reúnem os seguintes elementos: pessoas, patrimônio, titular, ação administrativa e fim determinado. Considerando-se o fim a que se destinam, são classificadas em Instituições e Empresas.
I - Instituições: - São Entidades econômico-administrativas com finalidades sociais ou com finalidades sócio-econômicas.
a) as com objetivos sociais são aquelas cuja administração tem por objetivo o bem-estar social da coletividade, como a Cruz Vermelha, Apaes, hospitais beneficentes, os asilos etc.
b) as com finalidades socioeconômicas são aquelas cuja administração tem interesse no aspecto econômico da entidade, porém este se reverte em benefício da coletividade a quem pertencem. São exemplos: Os clubes sociais, Associações de moradores, os institutos de aposentadorias, pensões e previdência etc.
II - A EMPRESA
	As organizações empresariais interagem com a sociedade de maneira completa. A empresa é um sistema em que há recursos introduzidos, que são processados, e há a saída de produtos ou serviços. Uma empresa é considerada um sistema aberto em razão de sua interação com a sociedade. Esta interação provoca influência nas pessoas, aumento nos padrões de vida e o desenvolvimento da sociedade. 
	Podemos definir então, que, "Empresa é o conjunto de pessoas e bens que combinando os fatores de produção, explora um determinado ramo de atividade com o objetivo de obter lucro". Pode-se dizer ainda, que é uma unidade produtora que visa criar riquezas, transacionando em dois mercados: um fornecedor, outro consumidor.
	Uma empresa pode ser vista como um grande sistema, onde subsistemas menores interagem para fazer com que seja atingido um objetivo comum, que é a geração de resultados.
	ENTRADAS
	PROCESSAMENTO
	SAÍDAS
	
Materiais
Equipamentos
Energia
Pessoas
Informações
	
A empresa
	
Produtos
Bens
Serviços
	Se olharmos bem para área de processamento, poderemos verificar a existência de vários subsistemas interdependentes e interatuantes, tais como: fabricação, manutenção, almoxarifado, recursos humanos, e de forma auxiliar, os sistemas de informação e controle.
Rede de relações das empresas:
	Governo
	Mercado
Consumidor
	Mão-de-Obra
	Concorrência
	Fornecedores
	
	A EMPRESA
	
	Comunidade
	
	
	
	
	
	Sistema Financeiro
	Sindicatos
	Tecnologia
II.1 INTERFERÊNCIAS NO SISTEMA
	A empresa não é um sistema fechado e imune a interferências. Durante o ciclo operacional, sofre interferências externas e internas, que podem levar a alterações significativas na forma operacional, e como conseqüência, nos resultados esperados.
II.2 A EMPRESA COMO UMA ORGANIZAÇÃO
	O Código Civil Italiano de 1942 não conceituou a Empresa, mas tão somente o empresário fato que demonstra que o legislador deslocou o foco de atenção do ordenamento jurídico do ato praticado, tal como antes ocorria na teoria dos atos de comércio, para a pessoa que assume o risco econômico, porque esta figura é a que traduz a força motriz da empresa. Da mesma forma o fez o novo Código civil Brasileiro que dispõe: 
Conceito de Empresário
Segundo o novo código civil, no seu art. 966: “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens ou de serviços”.
	Caracteriza-se como empresário segundo o art. 966 a pessoa física (empresário individual) ou a pessoa jurídica (sociedade empresária) que promove profissionalmente a produção ou circulação de bens ou serviços, excluindo-se dessa definição, segundo o parágrafo único do referido artigo, quem exerce atividade intelectual, de natureza literária, artística ou científica.
	Assim, a princípio, estão excluídos do regime comercial os profissionais liberais (dentista, médico e engenheiro, por exemplo), que podem ingressar no regime comercial se fizerem do exercício da profissão um elemento de empresa, ou seja, se inserirem a sua atividade numa organização empresarial, se constituírem uma sociedade empresária (COELHO, 2002, p.24).
Exemplo: um médico que contrata outros médicos, enfermeiras, secretária, formando assim uma clínica com estrutura empresarial, e não um singelo consultório, será caracterizado como empresário.
II.3 COMERCIANTE E EMPRESÁRIO
	Comerciantes e empresários são considerados agentes econômicos fundamentais, pois geram empregos e tributos, além da produção e circulação de bens essenciais à sociedade, e é por isso que a legislação comercial traz uma série de vantagens para eles.
	Todos os institutos oferecidos aos comerciantes para proteção, sejam eles pessoas físicas e jurídicas, tais como a falência, a concordata, a possibilidade de produção de provas em seu favor por meio de livros comerciais regularmente escriturados, entre outros, são instrumentos do que se denomina regime jurídico de Direito Comercial.
II.4 REQUISITOS PARA SER EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
	Para ser empresário a pessoa tem que exercer a empresa, ou seja, uma atividade econômica organizada profissionalmente para a produção ou a circulação de bens ou de serviços com intuito lucrativo. Segundo o art. 972 do novo CódigoCivil, o empresário individual, para exercer sua profissão, deverá estar em pleno gozo de sua capacidade civil. Assim, em princípio, qualquer pessoa com 18 anos completos.
OBS:
Podemos dizer que empresário é a pessoa que tem como profissão, a prática habitual e por conta própria os atos do comércio.
Dissemos que é profissão, pois a lei exige que a atividade seja organizada. 
Dissemos que é prática habitual, pois a habitualidade é exigida pela antiga regulamentação, bem como, pela maioria dos códigos de posturas municipais (equivalentes a ‘Constituições Municipais’).
Dissemos que é por conta própria, pois quem exerce as atividades comerciais por conta de outrem ou é representante comercial ou comerciário, nunca empresário do comércio (comerciante).
	Finalmente, os atos do comércio, compreendem todos aqueles destacados anteriormente, mas o mais marcante é a finalidade de lucro, que todo comerciante deve ter.
	Para desenvolver suas atividades, as empresas necessitam estar legalmente constituídas. As leis brasileiras distinguem as pessoas físicas das pessoas jurídicas da seguinte forma:
a) PESSOA FÍSICA: É o indivíduo perante o Estado, no que diz respeito aos seus direitos e obrigações limitados, na vida particular, no âmbito familiar e de relações de amizade, onde suas ações não assumem riscos que possam atingir a vida econômica de terceiros. É também chamada de pessoa natural.
b) PESSOA JURÍDICA: São aquelas a quem se atribuem direitos e obrigações num campo de atividades bem mais amplo, cujos atos implicam em riscos para com terceiros também.
	São representadas por uma ou mais pessoas, de cuja existência dependem. As pessoas jurídicas são abstratas, criadas por lei, cujo nascimento, no Comércio, surge com seu registro ou inscrição na Junta Comercial.
II.5 CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS
	As Pessoas Jurídicas classificam-se em:
Pessoas Jurídicas de Direito Público: Nessa categoria incluem-se a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, as Autarquias e os Partidos Políticos.
Pessoas Jurídicas de Direito Privado: São as sociedades civis, religiosas, científicas, literárias e associações sem objetivo de lucro, bem como as sociedades com fins lucrativos.
	No mundo Ocidental, de vocação econômica capitalista entende-se como propósito das empresas o ganho, o lucro. Pode parecer contraditório essa afirmação, se pensarmos em organizações sem fins lucrativos, mas entendemos que até estas devem ser geridas de tal maneira que se mantenham, sob pena de terem vida efêmera, pois pode-se entender o Lucro como sendo o mínimo necessário para a manutenção de uma organização.
	Segundo seus objetivos, as empresas podem desenvolver atividades comerciais, industriais ou de prestação de serviços.
a) Empresa Comercial: Objetiva a exploração da compra e venda, envolvendo a estocagem das mercadorias, estimulando sua oferta e procura. A fim de atingir suas finalidades, a empresa comercial deverá manter uma estrutura interna que obedeça aos princípios científicos na distribuição de funções, agrupando-se em seções, setores e órgãos. Ex: seção de compra, venda, almoxarifado, arquivo etc. 
	Empresas comerciais são aquelas que desenvolvem atividades mercantis, que consistem na compra e venda de mercadorias. No caso do comércio varejista, as vendas são feitas diretamente ao consumidor. O comércio atacadista compra diretamente do produtor ou de outros revendedores atacadistas, para vender a outros revendedores atacadistas ou ao comerciante varejista.
b) Empresa Industrial: O escopo desse tipo de empresa é a criação de produtos pelo processo industrial, consistindo na extração da matéria-prima da natureza ou na sua transformação, dando-lhe utilidade e valor econômico.
	Entenda-se por empresas industriais aquelas que realizam operações que modifiquem a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou, ainda, que o aperfeiçoe para consumo, através do uso intensivo do trabalho, máquinas e equipamentos.
	Os produtos industrializados podem ser utilizados para consumo direto; como mercadorias, pelas empresas comerciais; ou, mesmo, como insumos, utensílios, máquinas e equipamentos necessários no processo de produção de outras empresas industriais.
A industrialização proporciona os seguintes benefícios:
Desenvolve o mercado consumidor;
Amplia o mercado de trabalho, propiciando melhorar salários e colaborando para a estabilidade social;
Estimula negócios.
c) Empresa de Prestação de Serviços: São auxiliares imprescindíveis do processo comercial e industrial que concorrem decisivamente para o desenvolvimento econômico. Nesta classificação, encontramos as Companhias de Seguro, Bancos, Hospitais, Escolas, Escritórios de Contabilidade, etc.
	As pessoas não vivem somente do uso e consumo de mercadorias, sendo, em muitas ocasiões, necessária a utilização de serviços diversos. Entende-se por empresas prestadoras de serviços aquelas cujas atividades resultem no oferecimento de trabalho, posto à disposição do usuário final, para a satisfação das suas diversas necessidades. 
	Por prestação de serviços devemos compreender a relação decorrente do exercício de uma atividade, mediante um contrato, verbal ou escrito, tendo-se de um lado o contratante (usuário de serviços) e do outro o contratado (prestador de serviços).
II.6 CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS
	As empresas podem ser classificadas considerando-se três aspectos: aspecto econômico, aspecto administrativo e aspecto jurídico.
Classificação sob o aspecto econômico:
	No que se refere ao aspecto econômico, as empresas classificam-se em três grandes grupos ou setores de atividades, os quais desenvolvem as atividades de produção e distribuição de riquezas de uma sociedade, estando inseridas nos três setores básicos:
a) Setor Primário: Que compreende a agricultura, a pecuária e a exploração dos recursos naturais: minerais, vegetais e animais.
b) Setor Secundário: Abrangendo a indústria e toda sorte de transformação de bens.
c) Setor Terciário: Compreendendo os serviços, isto é, o comércio, as atividades financeiras, as atividades de transportes, de comunicações, de ensino, de atendimento médico e hospitalar etc.
II.7 CLASSIFICAÇÃO SOB O ASPECTO ADMINSTRATIVO OU QUANTO A PROPRIEDADE
a) Empresa Pública: É aquela cujo capital social é controlado totalmente pelo poder público. São as empresas que exploram um ramo de atividade que, por conveniência, segurança ou interesse social, está confiado ao poder público municipal, estadual ou federal, provindo do Governo as verbas para o seu funcionamento, assim como sua gerência e administração.
b) Empresa Privada: É aquela cujo capital social que a constitui é de origem privada ou particular. Consequentemente assim será sua administração e gerência, arcando estes particulares com seus direitos e deveres. As empresas privadas, como vimos podem aparecer sob a forma de firma individual ou de sociedades.
c) Empresa de Economia Mista ou Empresa Mista: São as sociedades por ações de participação publica e privada, com diferença de que a União, o Estado ou o Município, no caso, serão os sócios majoritários, detendo a maioria das ações (51%) e, portanto o controle administrativo. Estas empresas, em geral, executam serviços de utilidade pública.
II.8 CLASSIFICAÇÃO SOB O ASPECTO JURÍDICO
	Inicialmente, as empresas são classificadas em MICROEMPRESAS, EMPRESAS DE PEQUENO, MÉDIO E GRANDE PORTE e MULTINACIONAIS, com base no faturamento, no volume aplicado e na origem do capital.
	As empresas podem tomar a forma de A empresa Individual, quando representada por um único empresário (proprietário) que responda pelos seus negócios, e de Sociedade, quando duas ou mais pessoas se associam e constituem uma entidade com personalidade jurídica, distinta daquela dos indivíduos que a compõe.
	A empresa Individual, embora não seja constituída pela associação de duas ou mais pessoas, é considerada pessoa jurídica,para fins tributários. Ela acontece quando uma única pessoa resolve aplicar seus recursos e idéias para a abertura de uma empresa. O titular da firma individual responde de forma ilimitada pelos deveres da empresa, ou seja, em caso de falência o titular pode responder com seus bens pessoais para o pagamento de suas dívidas.
II.9 SOCIEDADE
	Assim conceitua sociedade, o artigo 981 do Código Civil:
“Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.”
	Em outras palavras, a sociedade significa a reunião de pessoas que mutuamente se obrigam a juntar esforços ou recursos para alcançarem objetivos comuns, isto é, Sociedade é a forma de constituição de empresas em que duas ou mais pessoas, juridicamente capazes, se reúnem contratualmente para a exploração de um objetivo comum. As sociedades adquirem personalidade jurídica depois de efetuado corretamente seu registro no órgão destinado a tal fim. Isso equivale dizer que a sociedade passa a existir legalmente após o registro do seu Contrato Social ou Estatuto Social, passando a existir a publicidade a terceiros.
	Enquanto a sociedade não tiver seus instrumentos devidamente registrados, essa não terá personalidade jurídica, contudo, conforme jurisprudência, existe essa sociedade de maneira irregular, acarretando para os sócios a responsabilidade ilimitada pelos negócios celebrados.
 	As sociedades podem ser classificadas em:
a) Sociedades Não Personificadas: quando os atos constitutivos não estão inscritos em registro público, cujos tipos são:
Sociedade em comum – arts. 986 a 990. Diz-se da sociedade que ainda não possui registro de seus atos constitutivos. Pode ser provada por escrito entre os sócios e de qualquer modo perante terceiros. A responsabilidade é solidária e ilimitada.
Sociedade em Conta de Participação – arts 991 a 996. Diz-se da sociedade em cujo objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome e sob sua própria e exclusiva responsabilidade. O sócio participante obriga-se tão somente com o sócio ostensivo. Pode ser provada por qualquer meio e não adquire personalidade jurídica com a inscrição de seus atos nos órgãos de registro público.
b) Sociedades Personificadas: são as que possuem seus atos constitutivos inscritos em registro público, cujos tipos são:
Sociedades Empresariais – Diz-se das sociedades, salvo exceções expressas, que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito ao Registro Público de Empresas Mercantis, inclusive as sociedades por ações. É irrelevante a natureza da atividade exercida por essas sociedades (natureza mercantil ou civil).
	As sociedades empresariais devem ter os seus atos constitutivos arquivados na Junta Comercial, ao passo que as sociedades que não se configurarem como empresárias, em razão de não prevalecer nessas sociedades a organização de capital e trabalho sobre a profissão intelectual de seus integrantes possuem os seus atos constitutivos arquivados no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, correspondendo às sociedades simples.
	As sociedades empresariais adquirem personalidade jurídica com o registro na Junta Comercial (art. 985, Código Civil 2002), enquanto as sociedades simples tornam-se pessoas jurídicas com o registro no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas (artigos 45 e 1.150, Código Civil 2002).
Sociedades Simples – As sociedades simples consistem em aquelas que têm como atividade profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo de o exercício da profissão constituir elemento de empresa (parágrafo único do artigo 966 do Código Civil).
	Podemos classificar essas atividades como a de Contabilistas, Advogados, Médicos e assemelhados. Obrigatoriamente, o registro dessas sociedades deverá acontecer nos Cartórios Oficiais do Registro Civil das Pessoas Jurídicas das Comarcas; na ausência destes, serão registrados no Cartório de Registro Natural de Pessoas. Diz-se das demais sociedades e das cooperativas.
Atenção: A sociedade somente adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, de seus atos constitutivos.
	Em relação à manutenção no novo Código das sociedades em nome coletivo, em comandita simples, em comandita por ações e em conta de participação, discute-se sobre a sua necessidade em razão da rara utilização dessas espécies de sociedades empresárias no país.
	Na constituição de uma sociedade empresária para a exploração de uma atividade econômica, os sócios preferem optar por aquelas em que a responsabilidade de todos os sócios, em regra, é limitada pelas obrigações contraídas pela sociedade empresária no desenvolvimento da atividade econômica.
	No Brasil, as sociedades empresárias mais utilizadas são a sociedade limitada e a sociedade anônima em razão da limitação da responsabilidade, em regra, de todos os seus sócios.
	Os principais tipos de sociedade são:
a) Simples
b) Limitada
c) Anônima
d) Em nome coletivo
e) Em conta de participação
f) Em Comandita Simples e em por Ações
g) Cooperativas
II.10 CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS, DO PONTO DE VISTA DE SUAS FINALIDADES EMPRESARIAIS E DOS RAMOS DE ATIVIDADE ECONÔMICA AOS QUAIS SE DEDICAM
AGRÍCOLAS:			Dedicam-se a agricultura.
AGRO-INDUSTRIAIS:		Dedicam-se ao beneficiamento e transformação de produtos agrícolas.
PECUÁRIAS:			Dedicam-se a criação de animais.
EXTRATIVAS:			Dedicam-se a extração mineral e também vegetal
INDUSTRIAL:			Dedicam-se a transformação de matérias-primas em produtos acabados
CONSTRUTORA:		Dedicam-se a construção civil.
COMERCIAIS:			Dedicam-se a prestação de serviços de qualquer natureza.
	"As atividades comerciais, em termos econômicos, são consideradas serviços, pois são intermediárias entre o produtor e o consumidor, realizando, assim, a distribuição dos bens".
III - A CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA
	A doutrina Patrimonialista, que é a mais aceita atualmente, define a contabilidade como a ciência que estuda o patrimônio. Por seu OBJETO, o PATRIMÔNIO da entidade, é fácil concluir a importância da contabilidade e, como conseqüência, a amplitude de seu campo de atuação.
III.1 PATRIMÔNIO
	Patrimônio, sob o ponto de vista contábil, “é o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações, vinculados a uma pessoa física ou jurídica ou a uma entidade”. Esse conjunto constitui a peça indispensável para que os interessados atinjam seus objetivos.
	O patrimônio inicial de uma Organização é formado pela aplicação de dinheiro, o qual chamamos capital e nada mais é do que o valor entregue pelos proprietários da empresa para que esta inicie suas atividades e tenha vida própria. Esse dinheiro será aplicado em bens que visem à geração de novas riquezas. A Organização poderá também conseguir recursos emprestados por instituições financeiras.
	Pelo que acabamos de ver, quando uma Organização forma seu patrimônio inicial, já se pode notar o surgimento de Bens e Obrigações. Bens representados pelo dinheiro entregue pelos sócios ou bancos e obrigações representadas pelas dívidas da Organização para com os sócios e bancos. Se os sócios se comprometerem a entregar uma certa quantia à Organização dentro de um determinado prazo de tempo, esse compromisso gera um direito, que é o de receber dos sócios a quantia prometida no prazo estipulado.
 
	 Vejamos então o que são Bens, Direitos e Obrigações:
III.2 BENS
	São valores materiais de propriedade da empresa que estão em sua posse. Como exemplos, podemos citar: o dinheiro no cofre, as máquinas e ferramentas, as mercadorias no estoque, etc. Dividem-se em:
a) Bens Materiais ou Tangíveis: Os bens materiais ou tangíveis são aqueles de existência física, palpável ao homem, tais como:
Edifícios e todas as construções necessárias à empresa;A maquinaria e os instrumentos;
Os móveis e utensílios;
Os meios de transportes.
b) Bens Imateriais ou Intangíveis: Os bens imateriais ou intangíveis são aqueles que, servindo a vários exercícios financeiros não estão representados por qualquer elemento material, pois não possuem corpo, não tem matéria. A saber:
 ▪ Patentes de invenção; 	▪ Marcas;
▪ Direitos autorais			▪ Fundo de comercio (Goodwil) etc.
Outras denominações para os Bens:
Bens Numerários: Entende-se como bens numerários, o dinheiro
Bens de Venda: Os bens de venda estão ligados aos objetivos da empresa e se constituem na principal função de uma entidade de fins lucrativos. Dizemos que os bens de venda constituem o objetivo do negócio. Assim temos, de acordo com o tipo da empresa, um bem de venda próprio, a saber:
a) Mercadorias, nas empresas comerciais;
b) Produtos, nas empresas industriais;
c) Títulos de Renda, nas empresas de investimentos;
d) Imóveis, nas empresas imobiliárias.
	Não importa as qualidades específicas que estes bens irão ter em outros Patrimônios mas sim para aquele que os vende com objetivo de lucro. Portanto, um imóvel comprado, pode servir para a empresa compradora como uma imobilização ou um bem fixo mas para a empresa imobiliária, que tem como objetivo a compra e venda de imóveis, será sempre um bem de venda. Para a empresa que comprou uma mesa para uso de seu escritório, aquele é um bem fixo, mas para a loja que vendeu, trata-se de um bem de venda.
Bens de Renda: Podemos dizer que este tipo de bem é exatamente o contrário do anterior, ou seja, os bens de venda. Estes são exatamente o inverso, ou seja, não se enquadram nas atividades normais de uma empresa, embora contribuam para o enriquecimento do Patrimônio Líquido, como por exemplo, imóveis destinados a renda ou aluguel, ações de outra Companhia. Isto é, são bens que proporcionarão uma receita extraordinária, acessória àquela que se destina.
Bens de Uso (Fixos ou imobilizados): São os Bens duráveis, com vida útil superior a 1 ano. Caracterizam-se por serem utilizados exclusivamente no dia a dia de trabalho da Organização, como por exemplo: imóveis, veículos, máquinas, instalações, computadores, balcões, prateleiras etc.
Bens de Consumo: São os Bens não duráveis, ou seja são gastos ou consumidos no processo produtivo. Depois de consumidos, representam despesas: combustíveis e lubrificantes, material de escritório, material de limpeza etc.
III.3 DIREITOS
	São os valores de propriedade da empresa que estão na posse de terceiros. Este grupo compreende os valores numerários cujo recebimento está sujeito a um prazo determinado. 	Todas as transações econômicas entre as empresas são traduzidas em moeda corrente e se resumem em recebimento e desembolso de valores numerários.
	Mas nem sempre estas transações são feitas pela troca imediata por dinheiro e gera daí um direito para aqueles que entregaram algo e que deveriam receber em troca seu correspondente em dinheiro, como o Dinheiro depositado no banco, Valores a receber de terceiros por vendas efetuadas a prazo, etc. Esses Direitos geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a Receber.
	Elemento
	Expressão
	Aluguéis
	a receber
	Juros
	a receber
	Valores
	a receber
III.4 OBRIGAÇÕES
	São os valores que estão na posse da empresa, mas que são propriedade de terceiros, como os empréstimos bancários, os impostos a pagar, os valores a pagar referentes a compras efetuadas a prazo, etc. As Obrigações geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a Pagar.
	Elemento
	Expressão
	Duplicatas
	a pagar
	Promissórias 
	a pagar
	Aluguéis 
	a pagar
	Salários
	a pagar
	Impostos
	a pagar
Exemplo:
III.5 ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DO PATRIMÔNIO
 PATRIMÔNIO
Aspecto Qualitativo: Este aspecto consiste em qualificar os bens, Direitos e Obrigações. Assim:
 PATRIMÔNIO
Aspecto Quantitativo: Este aspecto consiste em dar a esses Bens, Direitos e Obrigações seus respectivos valores, levando-nos a conhecer o valor do Patrimônio da Organização. Assim:
 PATRIMÔNIO
Obs: Com essas informações, é possível fazer uma idéia do tamanho do patrimônio da minha empresa, pois ficou esclarecido o quê e quanto e empresa tem em Bens, Direitos e Obrigações.
III.6 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO
	O Patrimônio é representado em um gráfico simplificado, em forma de T.
	
	PATRIMÔNIO
	
	
	
	
	
	
	
	
	
O T, como vemos, tem dois lados. No lado esquerdo, colocamos os Bens e os Direitos.
	
	PATRIMÔNIO
	
	
	Bens
	
	
	
	Direitos
	
	
	
	
	
	
No lado direito colocamos as Obrigações:
	
	PATRIMÔNIO
	
	
	
	Obrigações
	
	
	
	
	
Então, a representação gráfica do Patrimônio fica assim:
	
	PATRIMÔNIO
	
	
	Bens
	Obrigações
	
	
	Direitos
	
	
A contabilidade, por convenção, atribui nomes aos elementos componentes do Patrimônio.
	
	PATRIMÔNIO
	
	
	ELEMENTOS POSITIVOS
	ELEMENTOS NEGATIVOS
	
	
	Bens
	Obrigações
	
	
	Móveis e Utensílios
	Salários a Pagar
	
	
	Estoque de Mercadorias
	Duplicatas a Pagar
	
	
	Caixa (dinheiro)
	Impostos a Pagar
	
	
	Bens
	
	
	
	Duplicatas a Receber
	
	
	
	Promissórias a Receber
	
	
	O lado esquerdo do gráfico é chamado de lado positivo, pois os bens e os direitos representam, para a empresa, a sua parte positiva (é o que ela tem efetivamente de bens e o que ela tem para receber). O lado direito é chamado de lado negativo, pois as obrigações representam a parte negativa da empresa (é o que ela tem que pagar).
	Os elementos positivos são denominados, ainda, componentes Ativos e o seu conjunto forma o Ativo. Por outro lado, os elementos negativos são denominados, ainda, componentes Passivos, por isso encontram-se no Passivo. Surgem, então, o Ativo e o Passivo, substituindo o que antes chamávamos de elementos positivos e elementos negativos. Veja como fica o gráfico:
	
	PATRIMÔNIO
	
	
	ATIVO
	PASSIVO
	
	
	Bens
	Obrigações
	
	
	Veículos
	Salários a Pagar
	
	
	Estoque de Mercadorias
	Duplicatas a Pagar
	
	
	Caixa (dinheiro)
	Impostos a Pagar
	
	
	Direitos
	
	
	
	Duplicatas a Receber
	
	
	
	Depósitos em conta-corrente
	
	
III.7 SITUAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMONIAIS
	Sob o aspecto contábil, o patrimônio é composto do ativo e passivo. Denominamos Ativo ao conjunto de bens e direitos e, de Passivo ao conjunto das obrigações.
	Como podemos verificar, existem dois tipos de obrigações para as empresas: as obrigações para com terceiros (fornecedores) e as obrigações para com os sócios (capital). Estas últimas são a parte que realmente pertence aos proprietários, a qual chamamos de Situação Líquida ou ainda Patrimônio Líquido.
	A situação líquida modifica-se com o desenvolvimento das atividades da empresa, pois a ela serão somados os lucros não distribuídos ou dela serão subtraídos os prejuízos.
	No decorrer de suas atividades, pode a Organização apresentar algumas posições de situação líquida, como veremos a seguir:
Situação Líquida Positiva: Ocorre quando os bens e direitos superam as obrigações para com terceiros, também chamada de Positiva, Ativa ou Superavitária.
Situação Líquida Negativa: Ocorre quando as obrigações para com terceiros superam a soma dos bens e direitos. Também conhecida como Negativa, Passiva, Deficitária ou Passivo a descoberto.
Situação Líquida Nula: Ocorre quando os bens e direitos se igualam às obrigações para com terceiros.
	Para que a representação gráfica do Patrimônio esteja completa, é preciso representar os elementos que o compõem com seus respectivos valores. Isso é o que faremos nesta parte.Por que estudar as Situações Líquidas agora? Para atender a um grande objetivo: acrescentar ao seu conhecimento mais um grupo de elementos na representação gráfica do Patrimônio. Este novo grupo, que se chama Patrimônio Líquido (não mencionado até agora), juntamente com os Bens, com os Direitos e com as Obrigações, completará a referida representação gráfica do Patrimônio, permitindo que o total do lado esquerdo seja igual ao total do lado direito, dando-lhe forma de equação.
		Entretanto, para que você possa compreender melhor esse novo grupo de elementos (Patrimônio Líquido), vamos estudar antes as Situações Líquidas Patrimoniais possíveis. Considerando cada um dos elementos que representam os Bens e os Direitos (Ativo), com seus respectivos valores em reais, e somando esses valores, temos o total do Ativo:
Bens
Caixa ............................................... R$ 30
Móveis ............................................. R$ 50
Estoque de Mercadorias .................. R$ 20
Soma dos Bens ............................... R$ 100
Direitos
Duplicatas a Receber ....................... R$ 40
Promissórias a Receber ................... R$ 10
Soma dos Direitos ............................ R$ 50
Soma total do Ativo .......................... R$ 150
	Procedendo da mesma forma com os elementos que representam as Obrigações, temos:
Obrigações
Duplicatas a Pagar ............................. R$ 35
Salários a Pagar ................................. R$ 15
Impostos a Pagar ................................ R$ 30
Soma total das Obrigações ................. R$ 80
	O total dos Bens mais o total dos Direitos menos o total das Obrigações denomina-se Situação Líquida Patrimonial. Logo:
Ativo ........................ ... R$150
(menos) Obrigações .... R$ 80
 R$ 70 = SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL
	No gráfico que estamos utilizando para representar o Patrimônio, a Situação Líquida Patrimonial é colocada sempre do lado direito. Ela deve ser somada às Obrigações (ou subtraídas das Obrigações), de modo a igualar o lado do Passivo com o lado do Ativo, dando-lhe forma de Equação Patrimonial.
Assim:
	BENS + DIREITOS – OBRIGAÇÕES = SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL
	Conforme afirmamos, o total do lado esquerdo (150) tem que ser igual ao total do lado direito (150). No Ativo temos Bens mais Direitos = 150 e no Passivo temos Obrigações mais Situação Líquida = 150.
III.8 SITUAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMONIAIS POSSÍVEIS
1 - Ativo maior que o Passivo
Exemplo:
Bens ...................................................................................... R$ 200
Direitos ................................................................................... R$ 100
	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens	...........		200
	Obrigações	.........................		180
	Direitos	..........		100
	
	TOTAL	..........		300
	TOTAL	..........................	180
Obrigações ............................................................................ R$ 180
Observe que os dois lados não têm o mesmo total. Logo, precisamos igualá-los. Veja:
Lado do Ativo ........................................................... (+) R$ 300
Lado do Passivo ...................................................... ( - ) R$ 180
Diferença ...................................................................(+) R$ 120
Observação:
Antes de cada valor colocamos um sinal
O Ativo, contendo Bens e Direitos, é positivo; logo, sinal mais (+).
O passivo, contendo, neste caso, somente Obrigações, é negativo; logo, sinal menos ( – ).
A diferença de R$ 120 é chamada Situação Líquida; será colocada do lado do Passivo e adicionada ao valor das Obrigações, já que a Situação Líquida é positiva. Logo, o Balanço Patrimonial fica assim:
	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens	...........		200
	Obrigações	.........................		180
	Direitos	..........		100
	(+) Situação Líquida............		120
	
	
	TOTAL	..........		300
	TOTAL	..........................	300
Neste caso, a situação Líquida chama-se:
Situação Líquida Positiva
Situação Líquida Ativa
Situação Líquida Superavitária
Veja por que:
É chamada Situação Liquida Positiva porque o total dos elementos positivos (Bens + Direitos) supera o total dos elementos negativos (Obrigações) em 120.
É chamada Situação Líquida Ativa porque o total do Ativo (Bens + Direitos) supera o total do Passivo (Obrigações) em 120.
É chamada Situação Líquida Superavitária por ser uma situação positiva. 
	Suponha que haja intenção de se liquidar a empresa neste momento. Vendendo os Bens ao preço que custaram, teremos R$200, e, recebendo todos os Direitos no valor de R$100, teremos em mãos R$300. Pagando todas as Obrigações, no valor de R$180, sobrariam para o proprietário da empresa R$120. Por isso, dizemos que a quantia de R$ 120 é Situação Superavitária; é o que restou positivamente; é o valor positivo que superou o negativo.
	ATIVO
	>
	PASSIVO
	
	Situação Líquida Positiva
	Bens + Direitos
	
	Obrigações
	
	
2 - Ativo menor que o Passivo
Exemplo:
Bens ...................................................................................... R$ 200
Direitos ................................................................................... R$ 100
Obrigações ............................................................................. R$ 340
Representando graficamente, temos:
	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens	...........		200
	Obrigações	.........................		340
	Direitos	..........		100
	
	TOTAL	..........		300
	TOTAL	..........................	340
Veja:
Lado do Ativo ........................................................... (+) R$ 300
Lado do Passivo ...................................................... ( - ) R$ 340
Diferença ...................................................................(+) R$ 40
Sendo a diferença negativa, a representação gráfica completa fica assim:
	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens	...........		200
	Obrigações	.........................		340
	Direitos	..........		100
	(–) Situação Líquida............		(40)
	
	
	TOTAL	..........		300
	TOTAL	..........................	300
Neste caso, a Situação Líquida chama-se:
Situação Liquida Negativa
Situação Líquida Passiva
Situação Líquida Deficitária
Passivo Descoberto
Veja:
É Situação Liquida Negativa porque o total dos elementos negativos (Obrigações) supera o total dos elementos positivos (Bens e Direitos) em 40.
É Situação Líquida Passiva porque o total do Passivo (neste caso, representado apenas por Obrigações) é superior ao total do Ativo (Bens e Direitos).
É Situação Líquida Deficitária por ser uma situação negativa. Se houver interesse em liquidar a empresa neste, momento, vendendo os Bens ao preço de custo, teremos R$200; recebendo os Direitos, teremos R$100. Portanto, teremos R$300 em mãos. Para saldar nossos compromissos, precisaremos de R$340, que é o valor das Obrigações. Logo, faltam R$40. Por isso, a situação Líquida é deficitária; o total dos elementos positivos é insuficiente para saldar os compromissos.
	ATIVO
	<
	PASSIVO
	(
	Situação Líquida Negativa
	Bens + Direitos
	
	Obrigações
	
	
É Passivo Descoberto porque o total do Ativo não é suficiente para cobrir o total do Passivo.	
3 - Ativo igual ao Passivo
Exemplo:
Bens ...................................................................................... R$ 200
Direitos ................................................................................... R$ 100
Obrigações ............................................................................. R$ 340
Graficamente, teremos:
	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens	...........		200
	Obrigações	.........................		300
	Direitos	..........100
	
	
	
	TOTAL	..........		300
	TOTAL	..........................	300
Veja:
Lado do Ativo ............................................................................(+) R$ 300
Lado do Passivo ..................................................................... .(–) R$ 300
Diferença ................... .......................................................... 0
	Neste caso, o Ativo é inteiramente absorvido pelas Obrigações, e a Situação Líquida é nula, inexistente. Observe que, se pretendêssemos liquidar essa empresa neste momento, tudo o que se apuraria com a venda dos Bens e com o recebimento dos Direitos seria necessário para cobrir apenas as Obrigações, não restando nada para o proprietário.
	ATIVO
	=
	PASSIVO
	(
	Situação Líquida Nula
	Bens + Direitos
	
	Obrigações
	
	
NOTA:
Além dessas três situações apresentadas, podem ocorrer mais duas. Porém, deixamos de comentá-las minuciosamente porque são variantes das situações anteriores. Veja:
IV – PATRIMÔNIO LÍQUIDO
	É o quarto grupo de elementos patrimoniais que, juntamente com os Bens, os Direitos e as obrigações, completará a Demonstração Contábil denominada Balanço Patrimonial. O total do grupo Patrimônio Líquido é igual ao valor da Situação Líquida da Organização. Assim, se Situação Líquida for positiva, o total do grupo Patrimônio Líquido será igualmente positivo. Por outro lado, se a Situação Líquida for negativa o total do grupo Patrimônio Líquido será igualmente negativo.
	Ainda, se a Situação Líquida for nula, o grupo Patrimônio Líquido também refletirá essa situação. Esse grupo, no Balanço Patrimonial de uma Organização, aparece sempre do lado direito, juntamente com as Obrigações.
	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens	...........		
	Obrigações	.........................		300
	Direitos	..........		
	Patrimônio Líquido (antiga Situação Líquida)
	
	
O Patrimônio Líquido é composto pelos seguintes elementos:
Capital
Reservas
Prejuízos Acumulados
Na fase de constituição da Organização, o Capital representa o dinheiro entregue pelos sócios ou pelo proprietário para formação do patrimônio inicial. Deste subgrupo, subtrai-se o capital a realizar, isto é, a diferença entre o capital que consta do contrato e o capital efetivamente entregue pelos sócios;
As Reservas são formadas pela retenção de parte dos lucros da Organização, para utilizá-los futuramente no aumento de seu capital;
Na alteração de Lei 11.638/ 2007, os Lucros Acumulados foram extintos, ficando apenas o prejuízo acumulado, o qual representa os prejuízos dos exercícios anteriores e até mesmo do atual.
Obs: 
No caso específico das Sociedades Anônimas, é obrigatório, por lei, uma retenção de 5% (cinco por cento) dos lucros obtidos, em cada Balanço até que esta parcela atinja a 20% (vinte por cento) do capital, o qual é chamada de ‘Reserva Legal’.
IV.1 A EQUAÇÃO PATRIMONIAL
Considerando os elementos integrantes do patrimônio, podemos, então, apresentar a equação patrimonial:
	PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO – PASSIVO
IV.2 FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO
	Para se constituir uma empresa, por exemplo, é preciso que se tenha, inicialmente, um Capital. Na sua constituição, a palavra Capital é usada para representar o conjunto de elementos que o proprietário da empresa possui para iniciar suas atividades. 
	Podemos citar, por exemplo: Dinheiro, Móveis, Veículos, Imóveis, Promissórias a receber etc. Este Capital é conhecido por:
Capital Inicial
Capital Social
Capital Nominal
Capital integralizado
Por Exemplo:
Uma pessoa deseja iniciar um negócio e possui, para esse fim, R$60.000 em dinheiro. Logo, esses R$60.000 em dinheiro constituem o seu Capital Inicial. 
Suponhamos que uma outra pessoa deseje abrir uma loja e possua R$5.000 em dinheiro e mercadorias para revenda no valor de R$60.000. Neste caso, seu Capital Inicial é R$65.000, sendo:
em dinheiro ........................................................... R$ 5.000
em mercadorias....................................................... R$60.000
Total do Capital .................................................... R$65.000
IV.3 EXEMPLO DE FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES
	Vamos acompanhar a formação do Patrimônio de uma empresa comercial e alguns exemplos de sua movimentação, representando, a cada acontecimento, a Situação Patrimonial respectiva:
Uma pessoa constitui uma empresa para explorar o comércio de roupas, com um Capital Inicial, em dinheiro, de R$ 50.000. Vamos representar o Patrimônio dela nesse momento. Veja que ela está iniciando suas atividades com R$50.000 em dinheiro. Evidentemente, dinheiro é um Bem; portanto, ela terá esta importância no Ativo representado pelo elemento Caixa.
	Como estamos constituindo o Patrimônio dela com um Capital Inicial de R$ 50.000 em dinheiro, essa importância representará, no Balanço Patrimonial, a Situação Líquida Positiva, com o nome de Capital.
	Assim, representando os elementos componentes do Patrimônio apenas com essa ocorrência, isto é, investimento inicial em dinheiro, através do Balanço Patrimonial, temos: 
	BALANÇO PATRIMONIAL
	Caixa	...........		50.000
	Capital	.........................		50.000
Observação: 
	Veja que na representação gráfica temos dois elementos: Caixa e Capital. O elemento Caixa não traz nenhuma dúvida, pois, se a importância possuída é em dinheiro, e sendo dinheiro um Bem, evidentemente será colocado do lado do Ativo. Porém, o elemento Capital, que você está vendo pela primeira vez na representação gráfica (Balanço Patrimonial), pode lhe acarretar alguma dificuldade. 
	Note que, em toda representação gráfica que exprime elementos patrimoniais em forma de balanço, o lado do Ativo tem que ser igual ao lado do Passivo. Note, ainda, que chamamos de Capital e, conforme explicamos antes do balanço, o denominamos desta forma por ser esse valor a Situação Líquida Positiva inicial.
	Racionando em termos da equação fundamental do Patrimônio, onde Ativo é igual a Passivo mais Patrimônio Líquido (A = P + PL), sendo o Ativo composto por Bens mais Direitos, o Passivo composto pelas Obrigações e os Patrimônio Líquido composto por Capital, Reservas e Lucros ou Prejuízos Acumulados, temos:
- no Ativo, o elemento Caixa correspondendo ao grupo dos Bens;
- no Passivo, o elemento Capital correspondendo ao grupo do Patrimônio Líquido.
	Assim, uma vez que a Situação Líquida da empresa é positiva de R$ 50.000, essa situação está coincidindo com o grupo Patrimônio Líquido (Capital = R$ 50.000).
Em seguida, surgem as aplicações desse Capital na compra de bens:
- compra de móveis e utensílios, à vista: R$5.000;
- compra de mercadorias para revenda, à vista: R$30.000.
	Com essas compras, veja o que aconteceu no Patrimônio: - O Caixa, que tinha R$ 50.000, ficou reduzido a R$ 15.000, pois R$ 35.000 foram gastos nas aquisições citadas. Em compensação, apareceram no Ativo mais dois elementos (Bens):
- Móveis e Utensílios, no valor de R$5.000;
- mercadorias para revenda (no estoque), no valor de R$ 30.000
O Patrimônio passou a ser representado do seguinte modo:
	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	PASSIVO
	Caixa	...........		15.000
	Capital	.........................		50.000
	Móveis e Utensílios	 5.000
	
	Mercadorias		30.000
	
	
	
	TOTAL	.........................	50.000
	TOTAL	..........................		50.000
	Note que, embora tenha havido movimento do Patrimônio, o seu valor total não se alterou. Apenas houve troca de valores no Ativo: o Caixa diminuiu em R$ 35.000, mas esse valor apareceu novamente em Móveis e Utensílios e Mercadorias. No lado do Passivo não houve alteração; o Patrimônio Líquido permanece. Por isso, repete-se, no lado do Passivo, o elemento Capital.
Sentindo necessidade de adquirir outros Bens para se expandir, e sendo o seu Capital insuficiente, a empresa compraa prazo um veículo, conforme financiamento obtido junto ao Banco da Praça, no valor de R$ 20.000, para vencimentos em 30 e 60 dias.
	Quando a empresa compra a prazo, ela passa a trabalhar com Capital de outras pessoas. Cria, assim, Obrigações para futuros pagamentos. Nesse caso, tanto o Ativo quanto o Passivo serão aumentados. O Ativo, pela entrada de um veículo (Bens); e o Passivo, pela obrigação contraída através do financiamento a pagar. Após essa operação de compra de mercadorias a prazo, o Patrimônio será representado da seguinte maneira:
	Note que os elementos Caixa, Móveis e Utensílios, Veículos e Capital permanecem os mesmos, pois não sofreram nenhuma alteração.
Suponhamos, agora, que a empresa efetue o pagamento, em dinheiro, de uma Duplicata, no valor de R$ 5.000. Esse pagamento acarretará uma diminuição no Ativo, pois o Caixa será diminuído de R$ 5.000, e uma diminuição também no Passivo, pela extinção (faça você)
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V - ORIGEM E APLICAÇÃO DE RECURSOS 
	“O duplo aspecto das operações contábeis“. Observe o Patrimônio a seguir, representado:
	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens	...........		
	Obrigações	.........................	
		Caixa	 		 500,00
		Imposto a Pagar		400,00
		Móveis e Utensílios	 300,00
	
		Estoque de Mercadorias 100,00
	
	
	Patrimônio Líquido
	Direitos		
		Capital			 1.000,00
		Duplicatas a receber 200,00
	
		Promissórias a receber 300,00
	
	
	
	TOTAL	.........................	1.400,00
	TOTAL	..........................	 1.400,00
	
	
	Analisando o gráfico acima, identificamos que o Capital Nominal é de R$1.000,00 e o Capital a disposição da empresa ou o Capital Total é de R$1.400,00. Atribuímos assim algumas variações para o nome Capital. 
	Na representação gráfica, o Passivo, nos mostra a Origem de Capitais, isto é, como a empresa conseguiu os recursos que possui. Também, na mesma representação gráfica, o Ativo, nos mostra a Aplicação de Capitais, isto é, onde a empresa aplicou os recursos originados pelo lado do Passivo.
V.1 PASSIVO: Origem dos Recursos
	BALANÇO PATRIMONIAL
	
	PASSIVO
	
	Obrigações	.........................	
	
	Patrimônio Líquido
→ OBRIGAÇÕES: Correspondem à parte do patrimônio que a empresa deve para terceiros. Por isso são chamados de capitais de terceiros, pois a empresa tem de pagar para terceiros (Bancos, Governo, Fornecedores, Funcionários e demais credores). 
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	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	PASSIVO
	Bens	...........		
	Obrigações	.........................	
		Caixa	 		 15.000
		Financiamento a Pagar		20.000
		Móveis e Utensílios	 5.000
		Capital				50.000
		Mercadorias 30.000
	
		Veículos 20.000
	
	Direitos		
		
		Duplicatas a receber 200,00
	
		Promissórias a receber 300,00
	
	
	
	TOTAL	.................. ....	70.000
	TOTAL	..........................	 70.000
	Os Capitais de Terceiros formam, em seu conjunto, as Dívidas Reais propriamente ditas ou o Passivo Exigível da empresa. Constituindo assim as obrigações que a empresa assume, decorrentes de ter recebido bens de outros Patrimônios e que em determinado momento, terão que ser indenizados, geralmente em dinheiro. 
→ PATRIMÔNIO LÍQUIDO: é a parte do patrimônio que pertence ao proprietário da empresa. Nele são encontrados os Capitais Próprios, que são os recursos internos da própria empresa que não estão sujeitos a serem restituídos a terceiros. Representam a parcela inicial do Patrimônio, e correspondem a parte dos donos da empresa, assim como suas variações. São divididos da seguinte forma:
Capital 
Reservas.
Prejuízos Acumulados;
	Capital individual ou social representa, como já vimos, a parte do Patrimônio Líquido que pertence aos donos da empresa. Na apuração do resultado, ao se constatar o lucro do exercício, essas variações destinarão-se aos donos da empresa, os quais investiram aquele capital inicial, visando um ganho, que é obtido através de um lucro.
	Mas nem sempre toda a parcela do lucro é distribuída entre os donos da mesma, elas ficam retidos como reservas, que constituem um enriquecimento e proporcionam ao Patrimônio mais um financiamento.
V.2 ATIVO: Aplicação dos Recursos
	BALANÇO PATRIMONIAL
	ATIVO
	
	Bens	...........		
	
	Direitos		
	
	
	Os capitais Próprios e de Terceiros, representados do lado do Passivo, são aplicados na empresa em Bens e Direitos, conforme demonstra o lado do Ativo. Portanto, os recursos que a empresa utilizou para ter no seu Ativo os Bens e os Direitos foram obtidos conforme mostram os elementos do Passivo.
	Na satisfação das necessidades, o ser humano defronta-se com dois problemas que podem , inclusive, resumir toda sua atividade econômica:
Quais os bens e serviços de que necessita?
Como obtê-los?
	Resumidamente, é necessário possuir recursos monetários ou creditícios suficientes para alcançá-los. Portanto, nas operações que realizamos, visando satisfazer nossas necessidades econômicas, haverá sempre um duplo aspecto a considerar:
	APLICAÇÃO
	
	ORIGEM
	Onde aplicar os recursos?
	
	Onde obter os recursos?
	Assim, a primeira preocupação do contabilista, antes de efetuar o registro da operação, será de analisá-lo e dissociá-lo em seus dois aspectos complementares: ORIGEM e APLICAÇÃO.
	Respondendo às seguintes perguntas: onde se originaram os recursos? Onde foram aplicados?
	OPERAÇÃO
	ANÁLISE
	
	ORIGEM
	APLICAÇÃO
	Compra de um carro, à vista.
	Dinheiro em caixa
	Compra de um carro
	Compra de um carro, a prazo
	Crédito junto à revenda ou à financeira
	Compra de um carro
	Pagtº do aluguel com Cheque
	Saldo bancário
	Pagamento do aluguel
VI – ESTUDO DAS CONTAS
	É o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos e Obrigações) e aos elementos de resultado (Despesas e Receitas). É função da contabilidade registrar os fatos administrativos que acontecem numa empresa. Estes fatos devem ser registrados separadamente, de acordo com sua natureza. Os agrupamentos de registros dos fatos administrativos de uma mesma natureza denominam-se contas.
	Cada tipo de conta recebe uma denominação permanente, um título, um nome que identifica claramente a natureza dos fatos que ela representa. Assim, lendo o nome das diferentes contas, teremos a idéia imediata do que elas representam, dos fatos que registram.
Podemos citar como exemplo, os seguintes nomes de contas:
CAIXA: essa conta registra todo o movimento de entrada e saída do dinheiro da empresa.
DESPESAS DE PESSOAL: registra todas as despesas efetuadas pela empresa, para pagamento dos salários dos seus empregados.
FORNECEDORES: representa o que a empresa deve aos fornecedores pelas compras efetuadas a prazo, mediante duplicatas.
VI.1 CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS
	As contas classificam-se em dois grandes grupos: as contas patrimoniais e contas de resultado.
a) Contas Patrimoniais
	São as contas que representam os Bens, Direitos e Obrigações da Organização. Serão ativas se representarem bens e direitos, e passivas, se representarem obrigações. 
	As contas patrimoniais ativas terão sempre saldo devedor, e as contas patrimoniais passivas terão sempre saldo credor.
b) Contas de Resultado 
	São as contas que representam as Despesas e as Receitas da empresa. Aparecem durante o exercício social encerrando-se no final do mesmo. Não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas permitem apurar o resultado do exercício.
	Estas contas serão Devedoras, se representarem despesas, e terão sempre saldo devedor; serão Credoras, se representarem receitas e terão sempre saldo credor. 
→ Despesas: decorrem do consumo de Bens e da utilização de serviços. Por exemplo: a energia elétrica consumida, os materiais de limpeza consumidos, o café consumido, os materiais de expediente consumidos, a utilizaçãodos serviços telefônicos etc.
Exemplos de Contas de Despesas:
	Água e Esgoto
	Material de Expediente
	Aluguéis Passivos (despesas de aluguéis)
	Juros Passivos (despesas de juros)
	Café e Lanches
	Luz
	Contribuição de Previdência
	Material de Limpeza
	Descontos Concedidos
	salários
	Despesas Bancárias
	Prêmios de Seguro (parcela de seguro mensal)
	Fretes e Carretos
	Telefone
	Impostos
	Honorários
→ Receitas: Decorrem da venda de Bens e da prestação de serviços. Existem em número menor que as despesas, sendo as mais comuns representadas pelas seguintes contas:
Exemplos de Contas de Receitas:
	Aluguéis Ativos
	Vendas
	Descontos Obtidos
	Receitas de Serviços
	Juros Ativos
	
	Existem Contas de Resultado que podem aparecer tanto no grupo das Despesas quanto no grupo das Receitas. É o caso dos Aluguéis, dos Juros e dos Descontos.
	CONTAS
	DESPESAS
	RECEITAS
	Aluguéis 
	passivos
	ativos
	Descontos Obtidos
	concedidos 
	obtidos
	Juros 
	passivos 
	ativos
VI.6 - PLANO DE CONTAS
	Toda empresa, ao iniciar suas atividades, deve organizar um plano de contas, ou seja, a relação de todas as contas que ela vai utilizar no decorrer de suas atividades. Estas contas são classificadas de acordo com os grupos a que elas pertencem. Portanto, plano de contas é a relação das contas utilizadas por uma empresa em sua atividade, agrupadas segundo a sua natureza.
	De acordo com suas atividades e seus objetivos, as empresa ao organizarem seus planos de contas, devem procurar evidenciar os fatos que mais lhe interessam, criando para eles contas específicas. No futuro, as informações que a empresa deseja obter da contabilidade dependerão da boa esquematização do plano de contas. Se a empresa, por exemplo, deseja por em evidência determinado tipo de despesa, deve criar uma conta só para ela, deixando de englobá-la em outras despesas.
	A classificação do aspecto quantitativo é feita segundo a Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76 de 15 de dezembro de 1976) que adotou critério de classificação quantitativa do Patrimônio das empresas constituídas sob aquela forma e que serve como regra geral para a disposição dos Balanços Patrimoniais de todas as empresas.
	Já vimos anteriormente que as contas se dividem em dois grandes grupos: o grupo das contas patrimoniais e o das contas de resultado. O grupo das contas patrimoniais divide-se em contas ativas, que representam os bens e direitos, e contas passivas, que representam as obrigações.
	As contas que formam o Ativo da empresa dividem-se nos dois seguintes grupos e subgrupos:
CIRCULANTE: Agrupa as contas que representam as disponibilidades da empresa, os bens e os direitos a curto prazo, ou seja, os realizáveis dentro de um ano após a elaboração do Balanço Patrimonial.
II. NÃO-CIRCULANTE: Contém os valores que se realizarão após o término do exercício seguinte, incluindo os investimentos permanentes, sendo incluídos neste grupo todos os bens de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade. 
1- REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - Agrupa as contas que representam os direitos realizáveis a longo prazo, isto é, os realizáveis num prazo superior a um ano após a elaboração do balanço anterior. Podemos citar como exemplo uma venda que a empresa realizou, com prazo de recebimento superior a doze meses.
2- INVESTIMENTOS: Representam as participações da empresa em outras sociedades, Incluindo-se também os terrenos e imóveis não destinados ao uso da empresa e obras de arte;
3- IMOBILIZADO: agrupa as contas que representam os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens, tais como: terrenos, prédios, máquinas, veículos, etc.
4- INTANGÍVEL: agrupa os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.
OBS
A Lei 11.638/07 promoveu importantes alterações na Lei 6.404/76, a qual estabelece que o ativo imobilizado deve ser composto por bens corpóreos (já que criou um outro grupo específico para os intangíveis). Neste grupo devem ser classificados também outros direitos reais (manifestados na parte “inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens”).
Ainda, pela nova conceituação do grupo destinado aos ativos diferidos, deve-se registra sobre esta rubrica, apenas os investimentos que realmente impactarão os resultados de outros exercícios no futuro, não sendo assim considerados eventos atípicos que representem excesso de custos ou receitas extraordinárias (os quais deverão ser registrados na demonstração de resultados).
Do grupo PERMANENTE, subgrupo IMOBILIZADO, devemos subtrair as depreciações acumuladas, que é o valor da desvalorização dos bens, do desgaste provocado pelo seu uso. Essa depreciação é calculada com base no tempo de duração dos bens, observando-se os índices ou as percentagens determinadas pela legislação.
	As contas que formam o Passivo da empresa dividem-se nos seguintes grupos:
I – CIRCULANTE: Agrupa as contas que representam obrigações da empresa e que deverão ser pagas dentro de um ano após o término do Balanço Patrimonial, como fornecedores, obrigações tributárias, empréstimos bancários, etc.
II – NÂO-CIRCULANTE: Neste grupo são registradas as obrigações que deverão ser pagas após o término do exercício seguinte, as provisões para passivos eventuais e também as receitas diferidas.
III - PATRIMÔNIO LÍQUIDO - também chamado de situação líquida, como vimos anteriormente, representa as obrigações da empresa para com os sócios, acrescidas das reservas formadas no decorrer de suas atividades. 
	O Patrimônio Líquido subdivide-se em:
CAPITAL SOCIAL: representa o dinheiro entregue pelos sócios para formação do patrimônio inicial. Deste subgrupo, subtrai-se o capital a realizar, isto é, a diferença entre o capital que consta do contrato e o capital efetivamente entregue pelos sócios;
RESERVAS DE CAPITAL: representam as reservas oriundas da correção monetária do capital. Esta correção monetária é calculada segundo índices baixados pela legislação vigente;
RESERVAS DE LUCROS: formadas pela retenção de lucros por parte da empresa, para utilizá-los futuramente no aumento de seu capital, onde são destinados 5% do lucro para dar proteção ao credor até o montante de 20% do capital.
AJUSTES DA AVALIAÇÃO PATROMONIAL: Serão classificados nesta conta, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo (§ 5o do art. 177, inciso I do caput do art. 183 e § 3o do art. 226 da Lei 6404/76) e do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado.Esse fato é valido enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência.(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
PREJUÍZOS ACUMULADOS: Após a apuração do resultado, o lucro do exercício deverá ser distribuído. Nesta conta serão contabilizados somente os prejuízos acumulados, não tendo mais o valor correspondente ao Lucro do exercício. 
	Os fatos contábeis, devem ser classificados dentro de um sistema metódico e organizado para que a contabilização dos mesmos seja feita de uma maneira uniforme. Assim, é necessário que se tenha em qualquer empresa um plano de contas razoável, que constitui princípio elementar de organização de qualquer sistema contábil eficiente.
	A inexistência de um Plano de Contas dá margem a improvisações que podem produzir inconvenientes sérios. Um bom Plano de Contas contém os seguintes elementos básicos:
a) Elenco de contas;
b) Função atribuída a cada conta;
c) Funcionamento (quando deve ser debitada e quando deve ser

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