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Apostila cuidador

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Curso de Cuidador 
de Idoso 
 
Manaus, junho de 2012. 
 
 
 
2 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 A população brasileira está envelhecendo. De acordo com o Censo 2010 do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1992 pessoas com 60 anos ou mais eram 7,9% da 
população brasileira. Em 2009, chegaram a 11,1%. 
 A população idosa no município de Manaus, segundo o IBGE, em 2005 era de 76.898 
idosos. Em 2009 passou para 93.206 representando a inclusão de 16.308 idosos. 
 O novo perfil demográfico da população requer uma mudança das Políticas Públicas para 
promover ações que atendam às necessidades dos idosos. A Prefeitura de Manaus já está preparada 
para essa realidade, desenvolvendo políticas direcionadas ao público com 60 anos ou mais. O 
atendimento ao idoso é realizado na Rede de Atenção Básica e nos níveis ambulatorial e hospitalar. 
 Nesta gestão, em cumprimento à Política Municipal do Idoso, a Fundação de Apoio ao 
Idoso Dr. Thomas em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde promovem o Curso de 
Formação de Cuidador de Idoso – CUIDADOSO. O grande diferencial é o conteúdo da programação, 
com a participação de profissionais qualificados (gerontólogos) dos dois órgãos; e a carga horária, de 
130 horas/aula (88 teóricas e 42 práticas). 
 O CUIDADOSO tem como objetivo formar profissionais que vão atuar no trato diário com o 
idoso, promovendo o bem-estar e melhoria da qualidade de vida, estimulando a autonomia e 
independência. Os cuidadores acompanham atividades como alimentação, higiene pessoal, 
compromissos sociais, visitas médicas e demais atividades que compõem o universo do idoso. 
Ajudam na prevenção de quedas e acidentes domésticos. 
 A ocupação de cuidador faz parte da Classificação Brasileira de Ocupações – CBO sob o 
código 5162. O profissional é definido como alguém que “cuida a partir dos objetivos estabelecidos 
por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, 
higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida”. 
 Apresentamos a apostila com o conteúdo do curso teórico, abrangendo vários aspectos do 
cuidado com o idoso: noções de primeiros socorros, aspectos biopsicossociais do envelhecimento, 
nutrição, espiritualidade na velhice, principais síndromes, entre outros. Pretendemos com essa 
qualificação que os conteúdos aqui trabalhados sirvam de suporte para o atendimento especializado 
ao idoso. 
 
 
Martha Moutinho da Costa Cruz 
Diretora-presidente da Fundação de Apoio ao Idoso Dr.Thomas 
 
 
 
3 
 
 
SUMÁRIO 
 
Apresentação................................................................................................................................. 02 
O cuidado e o cuidador................................................................................................................... 04 
Políticas públicas e direitos do idoso........................................................................................... 10 
Cuidados de enfermagem à saúde da pessoa idosa.................................................................... 14 
Aspectos psicológicos do envelhecimento e contexto familiar................................................. 20 
Aspectos fonoaudiológicos do envelhecimento.......................................................................... 26 
Aspectos odontológicos do envelhecimento............................................................................... 34 
Aspectos biológicos do envelhecimento...................................................................................... 37 
Noções de primeiros socorros............................................................................................... 49 
Aspectos fisioterapêuticos do envelhecimento........................................................................... 51 
Nutrição na 3º Idade.................................................................................................................... 58 
Espiritualidade na 3º Idade......................................................................................................... 69 
Telefones úteis ............................................................................................................................. 71 
Referências bibliográficas ........................................................................................................... 73 
Equipe Técnica colaboradora .................................................................................................... 77 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
O CUIDADO E O CUIDADOR 
 
CUIDADO: CONCEITO E PRÁTICA 
 A pessoa idosa acometida por alguma doença necessita, muitas vezes, de alguém que esteja 
ao seu lado para auxiliá-la a desempenhar as atividades rotineiras e as mais complexas, como 
aquelas que dizem respeito ao andamento do seu tratamento de saúde. Esta pessoa deverá ministrar 
os cuidados ao idoso, desde promover sua higiene até ser responsável por dar as medicações ou 
realizar exercícios fisioterapêuticos. 
Cuidado significa atenção, precaução, cautela, dedicação, carinho, encargo e responsabilidade. 
Cuidar é servir, é oferecer ao outro, em forma de serviço, o resultado de suas habilidades, preparo e 
escolhas; é praticar o cuidado. Cuidar é também perceber a outra pessoa como ela é, e como se 
mostra, seus gestos e falas, sua dor e limitação. Percebendo isso, o cuidador tem condições de 
prestar o cuidado de forma individualizada, a partir de suas idéias, conhecimentos e criatividade, 
levando em consideração as particularidades e necessidades da pessoa cuidada. Esse cuidado deve 
ir além dos cuidados com o corpo físico, pois além do sofrimento físico decorrente de uma doença ou 
limitação, há que se levar em conta as questões emocionais, a história de vida, os sentimentos e 
emoções da pessoa cuidada. 
 
O CUIDADOR 
 Cuidador é um ser humano de qualidades especiais, expressas pelo forte traço de amor à 
humanidade, de solidariedade e de doação. A ocupação de cuidador integra a Classificação Brasileira 
de Ocupações – CBO sob o código 5162, que define o cuidador como alguém que “cuida a partir dos 
objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-
estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa 
assistida”. É a pessoa, da família ou da comunidade, que presta cuidados à outra pessoa de qualquer 
idade, que esteja necessitando de cuidados por estar acamada, com limitações físicas ou mentais, 
com ou sem remuneração. O bom cuidador é aquele que observa e identifica o que a pessoa pode 
fazer por si, avalia as condições e ajuda a pessoa a fazer as atividades. Cuidar não é fazer pelo 
outro, mas ajudar o outro quando ele necessita, estimulando a pessoa cuidada a conquistar sua 
autonomia, mesmo que seja em pequenas tarefas. Isso requer paciência e tempo 
 
Categorias de cuidador 
Cuidador Informal ou familiar: Pessoa que presta cuidados à pessoa idosa no domicílio, com ou sem 
vínculo profissional, e que não recebe remuneração. Para ser cuidador informal é necessário ser 
alfabetizado, possuir estado físico e mental saudável e ter noções básicas sobre o cuidado com os 
idosos e compreensão do processo de envelhecimento humano. Sua função principal é auxiliar ou 
realizar atenção adequada às pessoas idosas que apresentam limitações para as atividades da vida 
diária. 
 
5 
 
Cuidador formal: Pessoa capacitada para auxiliar o idoso que apresenta limitações para realizar as 
atividades e tarefas de seu dia a dia, sendo a ligação entre a família o serviço de saúde e a 
comunidade. Geralmente é remunerado. O cuidador formal deveter cursado no mínimo até a 4º série 
do ensino fundamental, ser maior de idade, possuir treinamento específico, estar bem de saúde física 
e mentalmente, possuir qualidades éticas e morais, além de gostar do desta qualificação. Sua função 
principal é auxiliar ou realizar atenção adequada às pessoas idosas. 
Cuidador profissional: Pessoa que possua educação formal, ou seja, possua certificação conferida 
por uma instituição reconhecida em órgãos oficiais e que presta assistência profissional ao idoso. O 
cuidador profissional precisa ter cursado o ensino técnico ou superior e ter treinamento específico em 
cuidado do idoso. Os cuidadores profissionais seguem funções específicas as conformidades com as 
legislações das categorias profissionais 
Trajetória Histórica da Profissão 
A Atividade de Cuidador de Idosos foi recentemente classificada como ocupação pelo 
Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, passando a constar na tabela da Classificação Brasileira 
de Ocupações - CBO, sob o código 5162-10. Embora este enquadramento não represente novos 
direitos trabalhistas ao cuidador de pessoas idosas, representa grande ganho à categoria, pois é 
ponto inicial para regulamentação da atividade. 
A classificação da CBO garante que o desempenho do cuidador na atividade possa ser 
comprovado junto aos órgãos oficiais, tais como, Ministério do Trabalho e Emprego, Previdência 
Social, Receita Federal, IBGE, etc. Assim, a atividade poderá constar nas estatísticas oficiais de 
forma especifica e não de forma genérica, sem as definições que merece como era feito até então. 
1999 – Foi declarado ano internacional do idoso e foi intensificado cursos de cuidadores em 
parceria com a Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho – SEERT; 
2000 – Ministério do Trabalho e Emprego – MTE: inclui a ocupação de cuidadores de idosos 
no Manual de Classificação Brasileira de Ocupação – CBO; 
2001 – Ampliada as parcerias, sendo promovidos cursos de capacitação para cuidadores de 
idosos em algumas regiões do Brasil, e também em Manaus através da Fundação Dr. 
Thomas e Secretaria Municipal do Trabalho; 
2002 – Portaria 397/02 – aprovada a CBO/02. 
 
Formação e Experiência 
Essa ocupação é acessível à pessoa com dois anos de experiência em domicílio ou 
instituições cuidadoras públicas, privadas ou ONGs (Organizações não Governamentais), em funções 
supervisionadas. 
O acesso ao emprego também ocorre por meio de cursos e treinamentos de formação 
profissional básicos, concomitante ou após a formação mínima que varia da 4˚ série do ensino 
fundamental até o ensino médio. 
 
6 
 
No caso de atendimento a indivíduos com elevado grau de dependência, exige-se formação 
na área de saúde, devendo o profissional ser classificado na função de técnico/auxiliar de 
enfermagem. A carga horária de trabalho varia de acordo com a necessidade da família e do idoso, 
caracterizando em tempo integral revezamento de turnos ou períodos determinados. 
 
Quando o cuidador é da família. 
 Um ato de carinho do cuidador para com ele mesmo; 
 Definir com clareza os papéis dos familiares, dividindo e estabelecendo as tarefas de cada 
um e os limites de sua própria tarefa, para não ficar sobrecarregado; 
 Estabelecer horários para sua tarefa de cuidador, fazendo com que os mesmo sejam 
respeitados pelas pessoas que vão dividir com ele a responsabilidade de cuidar do idoso, 
evitando na medida do possível assumir tarefas; 
 Se possível, ter na casa um local que seja só seu, que lhe garanta privacidade, e 
individualidade, separando do espaço que ocupa em comum com o idoso; 
 Estabelecer horários para suas atividades de seu interesse e de suas necessidades pessoais, 
não deixando de fazer as coisas que dêem prazer; 
 Cuidar da sua aparência e de sua saúde física. 
 Cuidar do seu equilíbrio emocional. 
 
Quando o cuidador não é da família. 
 Negociar com a família suas funções e horários de suas atividades; 
 Cuidar de sua aparência e bem estar físico; 
 Preparar-se emocionalmente para enfrentar os problemas e mudanças de humor e 
comportamento do idoso; 
 Preparar-se para adquirir as qualidades e características, descritas no perfil do cuidador; 
 Manter uma atitude positiva, buscando ajuda sempre que necessário, não deixando se 
absorver, completamente por sua tarefa de cuidador, mas procurando fazer com que seu 
trabalho lhe dê satisfação. 
 
Habilidades e Qualidades Pessoais 
 A habilidade técnica diz respeito aos conhecimentos teóricos e práticos, adquiridos por meio 
da orientação de profissionais especializados. As qualidades pessoais (ética e morais) são atributos 
necessários para permitir a relação de confiança, dignidade e respeito, sendo capaz de assumir 
responsabilidades com iniciativa, principalmente quando a pessoa não for familiar. O cuidador não 
familiar deve procurar adaptar-se aos hábitos familiares, respeitar a intimidade, a organização e 
crenças da família e do idoso, evitando interferências. 
 
 
7 
 
 As qualidades emocionais dizem respeito ao domínio e equilíbrio emocional, facilidade de 
relacionamento humano, capacidade de compreender os momentos difíceis vivido pelo idoso, 
adaptação às mudanças sofridas por ele e pela família, tolerância à situação de frustração pessoal. 
As qualidades físicas e intelectuais são necessárias, pois sem saúde física, força e energia nas 
situações de deambulação e apoio para cuidar da higiene pessoal. O desempenho das atividades fica 
prejudicado, também é necessário ser capaz de avaliar e administrar situações que envolvem ações 
e tomada de decisões. A empatia é uma ferramenta importante para o funcionamento do trabalho, 
haja vista que a identificação do cuidador com as atividades desempenhadas bem como o idoso e 
sua família tornam-se condição o bem estar do cuidador e da pessoa cuidada 
 O cuidador deve compreender que a pessoa cuidada tem reações e comportamentos que 
podem dificultar o cuidado prestado, como quando o cuidador vai alimentar ou dar banho e o idoso 
cuidado se nega. E de extrema importância que o cuidador reconheça as dificuldades, as limitações e 
os mecanismos utilizados pela pessoa cuidada, para que não haja sentimentos de frustração e 
direcionar ao idoso raiva ou impaciência. 
 O estresse pessoal e emocional do cuidador imediato é muito grande, pois se lida com 
situações limites diariamente. Portanto, torna-se essencial para o cuidador manter-se saudável físico 
e mentalmente. Entender os próprios sentimentos e aceitá-los, como o processo normal de 
crescimento psicológico, pode ser um passo importante para qualidade de vida, tanto do cuidador 
quanto da pessoa cuidada. 
 Vale ressaltar que o cuidador, a família e a pessoa cuidada façam acordos de modo a garantir 
certa independência tanto para quem cuida quanto para quem é cuidado. Para tanto, no ato da 
contratação deve ser estipulado entre o contratante e o cuidador quais as atividades que serão 
desempenhadas pelo cuidador, bem como identificar quais atividades ainda podem ser 
desempenhadas pelo idoso, a fim de proporcionar autonomia física e emocional para ambos. A 
negociação pode ser a chave para uma relação de qualidade entre todos os envolvidos neste 
processo. 
 
CUIDADOR E A FAMÍLIA DO IDOSO CUIDADO 
 A doença ou limitações físicas causadas pelo declínio natural do envelhecimento proporciona 
modificações na vida de todos os membros da família, bem como na dinâmica familiar. Tais 
mudanças podem acarretar conflitos, inseguranças e desentendimentos, aumentando os problemas 
referentes ao idoso. Por isto, é tão importante que a família, o cuidador, e a equipe de saúde 
planejem as ações e estratégias de cuidado com o idoso, e que todos os membros da família aptos 
para realizaro cuidado, se organizem para desempenhar tarefas de cuidado com a pessoa idosa. 
 A implementação de modalidades alternativas de assistência como hospital- dia, centros de 
convivência, reabilitação ambulatorial, serviços de enfermagem domiciliar, fornecimento de refeições 
e auxílio técnico reduziria significativamente a demanda tanto das instituições, quanto das famílias e 
cuidadores. 
 
8 
 
CUIDADOR E A EQUIPE DE SAÚDE 
 O Ministério da Saúde (Brasil, 2002) divulgou que no Brasil, a maioria dos idosos, mais de 
80%, é acometida de enfermidades crônicas, e isto influencia no acréscimo de demanda por serviço 
público especializado, bem como demanda por profissionais de saúde que realizem atividades 
técnicas específicas. Diferentemente do cuidador de idoso, o profissional de saúde, pode executar 
procedimentos técnicos que sejam de competência de sua especialidade, havendo, portanto, um 
trabalho paralelo e de extrema importância para a qualidade de vida do idoso. 
 O cuidado no domicílio é uma prática que exige de todos envolvidos bom senso, para que o 
cuidador, a família e o profissional de saúde possam em equipe planejar uma rotina de intervenções. 
Neste planejamento deve ficar explícito quais atividades o cuidador está apto a desempenhar, e quais 
tarefas cabem ao profissional de saúde, os quais podem e devem ser solicitados pelo cuidador e 
família. Portanto, fica evidenciado a importância da comunicação entre o cuidador e a equipe de 
profissionais de saúde, onde cada um desempenha papéis essenciais. A parceria possibilita 
promoção de saúde, prevenção de incapacidades e manutenção da capacidade funcional do idoso. 
 
CUIDANDO DO CUIDADOR 
Cuidar de idoso pode ser uma experiência satisfatória, pois pode aflorar muitas qualidades e 
habilidades que talvez tenham passado despercebidos anteriormente, gerando até uma relação mais 
próxima com as pessoas. Uma grande parte das pessoas cuidadoras, mesmo com a sobrecarga 
deste trabalho diuturno, acaba descobrindo a íntima satisfação de serem úteis aos seus familiares 
mais próximos. Porém, pode despertar também muito cansaço, insatisfação, intolerância e 
impaciência. 
É fundamental que o cuidador reserve alguns momentos do seu dia para se cuidar, descansa 
relaxar, realizar alguma atividade física ou de lazer como caminhada, ginástica, tricô, crochê, 
pinturas, desenhos, etc. 
 
VEJA ALGUMAS DICAS E SUGESTÕES PARA O BEM ESTAR DO CUIDADOR: 
1. Enquanto estiver assistindo à TV: 
 Movimente os dedos das mãos e dos pés para mantê-los flexíveis. 
 Massageie os pés com as mãos, ou com rolinhos de madeira ou com bolinhas. 
2. Ao se levantar pela manhã, alongue os músculos de todas as maneiras possíveis; espreguice todo 
o corpo, comece bem o dia; 
3. Ao sentar-se por longos períodos de tempo, não se esqueça de reservar um tempo para intervalos 
de "exercícios". Simplesmente movendo o corpo a cada 15 minutos; 
4. Pratique exercícios de relaxamento quando estiver perturbado, preocupado; 
5. Compressas quentes (bolsas térmicas, tecidos umedecidos em água quente) auxiliam no 
relaxamento muscular; 
 
9 
 
6. Ria várias vezes por dia. A risada é um maravilhoso exercício que envolve diversos sistemas e 
aparelhos do corpo; 
7. A atividade física reduz seu cansaço, sua tensão, seu esgotamento físico e mental... SEMPRE 
QUE LEMBRAR, MEXA-SE... RELAXE; 
8. Sempre que possível, aprenda uma atividade nova, leia um livro novo, aprenda mais sobre algum 
assunto de seu interesse, participe das atividades de lazer do seu bairro, faça novos amigos e peça 
ajuda quando precisar. Torne a sua vida mais leve e saudável; 
9. Realize rodízios dos cuidados com outros membros da família (ou outro cuidador) para que você 
possa ter um período de “folga e privacidade”; 
10. Estabeleça um tempo para si; 
11. Evite assumir todos os cuidados. Divida atribuições; 
12. Cuide-se de verdade! Vá ao médico. Mantenha-se saudável física e emocionalmente; 
13. Não hesite em pedir ajuda se algo não estiver bem. 
 
 Os cuidadores não têm como única finalidade baratear custos ou transferir responsabilidades, 
há de se ter consciência que o ambiente familiar deve representar segurança e proteção ao idoso, de 
forma que sua recuperação se dê de maneira menos dolorosa e o envelhecimento seja tranqüilo. 
É importante que os cuidadores estejam preparados e conscientes de sua função e de sua 
importância na manutenção e na melhoria da qualidade de vida do idoso. 
 
 
 
 
10 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS E DIREITOS DO IDOSO 
 
Segundo dados do IBGE, dentro do grupo das pessoas idosas, os denominados "mais 
idosos, muito idosos ou idosos em velhice avançada" (idade igual ou maior que 80 anos), também 
vêm aumentando proporcionalmente e de forma muito mais acelerada, constituindo o segmento 
populacional que mais cresce nos últimos tempos, 12,8% da população idosa e 1,1% da população 
total. No município de Manaus a população idosa já representa 6% da população geral. 
A prestação de serviços do Estado à população em geral no Brasil é falha, em especial 
referentes aos elementos básicos, como saúde, educação e segurança, à medida que a 
aplicabilidade das leis que, já existem, não é promovida a todos de forma igualitária. Para a 
população idosa o acesso torna-se mais difícil, devido à falta de estrutura do serviço público em 
proporcionar atendimento adequado. Mesmo com os avanços conquistados na legislação que 
ampara a pessoa idosa, os quais preconizam a necessidade de atendimento qualificado e prioritário, 
proporcionando serviços e ações que visem prevenção e promoção de qualidade de vida, ainda é 
constatado um grande índice de idosos e familiares que não usufruem de seus direitos sob a 
justificativa de não terem acesso às leis. 
Desde a década de 70 mudanças sociais começaram a ser percebidas, das quais criação de 
serviços médicos especializados, revisão do sistema de Previdência Social e criação de programas 
públicos de lazer voltado para a pessoa idosa foram as mais expressivas. Contudo, a legitimidade 
dos direitos dos idosos só foi alcançada com a aprovação do projeto da Política Nacional do Idoso, 
sancionado em 1994 e posteriormente com o Estatuto do Idoso, todos com o objetivo de assegurar os 
direitos da pessoa idosa. 
POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO 
FINALIDADE 
Art. 1º A política nacional do idoso tem por objetivo assegurar os direitos sociais di idoso, 
criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na 
sociedade. 
Art. 2º Considera-se idoso, para os efeitos desta lei, a pessoa maior de sessenta anos de 
idade. 
 
PRINCÍPIOS 
Art. 3º A política nacional do idoso reger-se-á pelos seguintes princípios: 
I – a família, a sociedade e o Estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da 
cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar 
e o direito à vida; 
 
11 
 
II – o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de 
conhecimento e informação para todos; 
III – o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza; 
IV – o idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem 
efetivadas através desta política; 
V – as diferenças econômicas, sócias, regionais e, particularmente, as contradições entre o 
meio rural e o urbano do Brasil deverão ser observadas pelos poderes públicos e pela 
sociedade em geral, na aplicação desta lei. 
 
PORTARIA Nº 2528, DE 19/10/2006 – 
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA 
FINALIDADE 
A finalidade primordial da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa é 
recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos indivíduos idosos,direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, em consonância com os 
princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. É alvo dessa política todo cidadão 
brasileiro com 60 anos ou mais de idade. 
O compromisso brasileiro com a Assembléia Mundial para o Envelhecimento 
de 2002, cujo plano de Madri fundamenta-se em: (a) participação ativa dos idosos na 
sociedade, no desenvolvimento e na luta contra a pobreza; (b) fomento à saúde e bem-estar 
na velhice: promoção do envelhecimento saudável; e (c) criação de um entorno propício e 
favorável ao envelhecimento; e g) escassez de recursos sócio-educativos e de saúde 
direcionados ao atendimento ao idoso. 
 
DIRETRIZES 
a) Promoção do envelhecimento ativo e saudável; 
b) Atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa; 
c) Estímulo a ações inter setoriais, visando à integridade da atenção; 
d) Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa 
idosa; 
e) Estímulo à participação e fortalecimento do controle social; 
f) Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde 
da pessoa idosa; 
g) Divulgação e informação sobre a Política de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de 
saúde, gestores e usuários do SUS; 
h) Promoção e cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da 
pessoa idosa; e 
i) Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. 
 
12 
 
ESTATUTO DO IDOSO 
Após sete anos de tramitação no Congresso Nacional, em 2003 foi sancionado o Estatuto do 
Idoso – Lei nº 10.741 de 1º de outubro de 2003- que tem o propósito de assegurar os direitos 
consagrados pelas políticas públicas voltadas à pessoa idosa, com uma visão de longo prazo ao 
estabelecimento de medidas que visam o bem-estar dos idosos (BRASIL, 2004). 
Possui 118 artigos - se referem aos direitos fundamentais, necessidade de Proteção ao Idoso, 
IDOSO, reforça as diretrizes da PNI. Prioriza o atendimento das necessidades básicas, referentes a 
serviços de atenção à Saúde, Assistência Social, Benefícios diversos, Programas educativos, 
restabelecimento da participação social do segmento idoso. 
SERVIÇOS DISPONÍVEIS E DIREITOS DA PESSOA IDOSA QUE O CUIDADOR DEVE SABER:
 As atenções da política de assistência social realizam-se por meio de serviços. Benefícios, 
programas e projetos organizados em um sistema descentralizado e participativo (SUAS), destinados 
a indivíduos e suas famílias, que se encontram em situação de vulnerabilidade ou risco pessoal e/ou 
social. A proteção social básica prestada pela assistência social visa a prevenção de situações de 
risco e inclusão social através do desenvolvimento de potencialidades e de habilidades e o 
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, por intermédio de ações de convivência e 
atividades sócio educativas e acesso à renda ( Benefício de Prestação Continuada BPC), Benefícios 
Eventuais. Estes serviços e benefícios são ofertados e/ou articulados no equipamento de política 
social básica de assistência social – Centros de Referência de Assistência Social (CRAS). 
 Os indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal ou social, em decorrência de 
abandono, maus tratos físicos e/ou psicológicos, abusos, entre outros são atendidos pela política de 
assistência social, por meios de serviços oferecidos pelos Centros de Referência Especializados de 
Assistência Social CREAS, visando reconstituir a qualidade e dignidade de vida. 
 BPC – Benefício de Prestação Continuada de Assistência Social 
 Este benefício é assegurado por lei e pago pelo Governo Federal. Ele é direcionado à 
pessoas idosas e pessoas com deficiência e busca proporcionar condições mínimas para se ter uma 
vida digna. O valor do BPC é um salário mínimo, pago por mês à pessoa idosa que não pode garantir 
sua subsistência, nem por conta própria nem com ajuda da família. 
Podem recebem o benefício: 
 Pessoas idosas com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência; 
 Quem não tem direito à previdência social; 
 Pessoa com deficiência que não pode trabalhar; 
 Renda familiar inferior a ¼ do salário mínimo; 
 
 
 
13 
 
Para fazer o requerimento do benefício, precisa comprovar: 
 O idoso que tem 65 anos ou mais; 
 O deficiente, sua deficiência e o nível de incapacidade por meio de avaliação do Serviço de 
Perícia médica do INSS; 
 Quem não recebe nenhum benefício previdenciário; 
 Que a renda da família é inferior a 1/4 do salário mínimo por pessoa. 
 
Se a pessoa tem direito a receber o BPC, não é necessário nenhum intermediário. Basta dirigir-se à 
agência do INSS mais próxima levando os documentos pessoas necessários: 
 
Documentos do requerente (do idoso): 
 Certidão de nascimento ou casamento; 
 Documento de identidade, carteira de trabalho ou outro que possa identificar o idoso; 
 CPF se tiver; 
 Comprovante de residência; 
 Documento legal, no caso de procuração, guarda, tutela ou curatela. 
 
Documentos da família do requerente: 
 Documento de identidade; 
 Carteira de trabalho; 
 CPF; 
 Certidão de nascimento ou casamento ou outros documentos que possam identificar todas as 
pessoas que fazem parte da família e suas rendas. 
 
Benefícios Previdenciários 
 Aposentadoria por idade: O idoso deve ter contribuído para a Previdência Social durante pelo 
menos 15 anos. Aos trabalhadores urbanos é exigida idade mínima de 65 anos para homens, e 60 
anos para mulheres; Para trabalhadores rurais idade mínima de 60 anos para homens e 55 anos para 
mulher. 
 
 Aposentadoria por invalidez: Benefício concedido a trabalhadores que foram considerados 
incapacitados para exercer atividade profissional por doença ou acidente do trabalho. O trabalhador 
deve ser considerado definitivamente incapaz para o trabalho pela perícia médica do INSS. 
 
 Pensão por morte: Benefício pago à família quando o trabalhador morre, sendo ativo ou 
aposentado. A exigência para requerer tal beneficio é ter contribuído para o INSS. As pessoas que 
podem requerer este benefício são a esposa, marido, companheiro, filho menor de 21 anos ou filho 
inválido, pai, mão, irmão menor de 21 anos ou inválido. 
 
14 
 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM A SAÚDE DA PESSOA IDOSA 
 
 Com o aumento do índice de idosos acometidos de patologias crônicas, técnicas de cuidado 
devem ser divulgadas para que o idoso possa ter qualidade de vida, sendo este acamado ou não. 
Dependendo do grau de dependência física e mental do idoso, os cuidados devem ser mais 
específicos. Portanto, é fundamental que se avalie o grau de habilidade funcional. É preciso avaliar o 
autocuidado e a capacidade de viver em seu próprio ambiente, por meio da avaliação das atividades 
desempenhadas, conhecidas como: 
ABVD´s (Atividades Básicas da Vida Diária): alimentar-se, usar o banheiro, ter continência, andar, 
vestir-se, banhar-se, arrumar-se (fazer a barba, pentear o cabelo, cortar as unhas); 
AIVD´s (Atividades Instrumentais da Vida Diária): cozinhar, arrumar a casa, lavar roupa, telefonar, 
fazer compras, cuidar das finanças domésticas, tomar remédio e outras mais. 
AAVD´s (Atividades Avançadas da Vida Diária): Referem-se às funções necessárias para se viver 
sozinho, sendo específica para cada indivíduo. Elas incluem a manutenção das funções 
ocupacionais, recreacionais e prestação de serviços comunitários. 
 Os graus de dependência são categorizados a partir da realização das atividades: 
Grau Independente - o indivíduo consegue fazer, sem ajuda, suas AVD´s; 
Parcialmente dependente ou média dependência - necessita de supervisão ou de ajuda 
parcial para desenvolver suas AVD´s; 
Totalmente dependentes – indivíduos que não executam suas AVD´s, necessitando de 
alguémque faça por ele. 
 
CUIDADOS PARA PESSOAS IDOSAS ACAMADAS OU COM GRAUS DE LIMITAÇÃO 
 
HIGIENE 
A rotina do banho é essencial. Procure aplicar o banho sempre no mesmo horário e não 
mude a maneira de conduzir. Assim o cuidador deve na medida do possível, deixar que o idoso 
realize (quando estiver em condições) a tarefa de banhar-se. A maneira de o cuidador agir, é na 
condição de incentivador e auxiliar. 
Antes de chamar o idoso para o banho, o cuidador deverá preparar tudo nos mínimos 
detalhes; se os objetos necessários não estão à mão (sabonete, xampu, toalha, roupas limpas), 
corremos o risco de ter que deixar o idoso sozinho e molhado em um ambiente potencialmente 
perigoso. 
Quando se está preparando o banho, todas as ações devem ser explicadas em voz alta, 
falando clara e pausadamente, uma a uma. Banho de chuveiro, com água em abundância e 
temperatura agradável são requisitos indispensáveis. 
 
 
 
15 
 
Como proceder no banho de chuveiro com auxílio do cuidador 
 Separe antecipadamente as roupas pessoais, prepare o banheiro e coloque num lugar de 
fácil acesso os objetos necessários para o banho. Regule a temperatura da água; 
 Retire a roupa da pessoa e a proteja com um roupão ou toalha. Evite olhar para o corpo 
despido da pessoa a fim de não constrangê-la; 
 Coloque a pessoa no banho e não a deixe sozinha porque ela pode escorregar e cair. 
Estimule, oriente, supervisione e auxilie a pessoa cuidada a fazer sua higiene. Só faça aquilo 
que ela não é capaz de fazer; 
 Aparar os pelos pubianos com tesoura para facilitar a higiene intima; 
 Após o banho, ajude a pessoa a se enxugar. Seque bem as partes íntimas, dobras de joelho, 
cotovelos, debaixo das mamas, axilas e entre os dedos; 
 A higiene dos cabelos deve ser feita no mínimo três vezes por semana. Diariamente 
inspecione o couro cabeludo observando se há feridas, piolhos, coceira ou áreas de quedas 
de cabelo; 
 O banho de chuveiro pode ser feito com a pessoa sentada numa cadeira de plástico com 
apoio lateral, ou em cadeiras próprias para banhos; 
 Os cabelos curtos facilitam a higiene, mas lembre-se de consultar a pessoa antes de cortar 
seus cabelos, pois ela pode não concordar por questão religiosa ou por outro motivo; 
 
Banho no leito ou cama 
Caso o idoso seja muito pesado ou sinta dor ao mudar de posição, é bom que o cuidador seja 
ajudado por outra pessoa no momento de dar o banho no leito. Isso é importante para proporcionar 
maior segurança à pessoa cuidada e para evitar danos à saúde do cuidador. 
Antes de iniciar o banho na cama, prepare todo o material que vai usar: papagaio, comadre, 
bacia, água morna, sabonete, toalha, escova de dente, lençol, forro plástico e roupas. É conveniente 
que o cuidador proteja as mãos com luvas de borracha. Existe no comércio materiais próprios para 
banhos, no entanto o cuidador pode improvisar materiais que facilitem a higiene na cama. 
 Cubra com plástico um travesseiro e o leito, lave os cabelos e seque-os; 
 Lave com um pano umedecido e sabonete os braços, não se esquecendo das axilas, as 
mãos, tórax e a barriga. Seque bem, passe desodorante, creme hidratante e cubra o corpo da 
pessoa com lençol ou toalha. Nas mulheres e pessoas obesas é preciso secar muito bem a 
região em baixo das mamas, para evitar assaduras e micoses; 
 Faça da mesma forma a higiene das pernas, secando-as e cobrindo-as. Coloque os pés da 
pessoa numa bacia com água morna e sabonete, lave bem entre os dedos. Seque bem os 
pés e entre os dedos, passe creme hidratante; 
 Ajude a pessoa a deitar de lado para que se possa fazer a higiene das costas. Seque e 
massageie as costas com óleo ou creme hidratante para ativar a circulação; 
 
16 
 
 Deitar novamente a pessoa com a barriga para cima, colocar a comadre e fazer a higiene das 
partes íntimas. Na mulher é importante lavar a vagina da frente para trás, assim se evita que 
a água escorra do ânus para a vulva. No homem é importante descobrir a cabeça do pênis 
para que possa lavar e secar bem; 
 A higiene das partes íntimas deve ser feita no banho diário e também após a pessoa urinar e 
evacuar, assim se evita umidade, assaduras e feridas (escaras). 
Realizando a lavagem dos cabelos 
 Cubra com plástico um travesseiro e coloque a pessoa com a cabeça apoiada nesse 
travesseiro que deve estar na beirada da cama; 
 Ponha embaixo da cabeça da pessoa uma bacia ou balde para receber a água; 
 Molhe a cabeça da pessoa e passe pouco xampu; 
 Massageie o couro cabeludo e derrame água aos poucos até que retire toda a espuma. 
Cuidados para evitar assaduras 
 Aparar os pêlos pubianos com tesoura para facilitar a higiene íntima e manter a área seca 
 Fazer higiene íntima a cada vez que o idoso evacuar ou urinar, secando bem a região 
 Expor a área da assadura ao sol, caso seja possível, para ajudar na cicatrização; 
 
TODOS OS PROCEDIMENTOS CITADOS SÃO PARA PREVENIR DOENÇAS, PORÉM SE MESMO 
COM TAIS PROCEDIMENTOS O IDOSO PERMANECER COM FERIDAS, ASSADURAS OU 
OUTRAS ALTERAÇÕES DEVE-SE COMUNICAR À EQUIPE DE SAÚDE. 
 
Arrumação da cama 
 Abrir portas e janelas antes de iniciar o trabalho; 
 Utilizar lençóis limpos, secos, sem pregas e sem rugas; 
 Não deixar migalhas de pão, fios de cabelos, etc., nos lençóis a serem reusados; 
 Limpar o colchão quando necessário e deixar o estrado na posição horizontal; 
 Observar o estado de conservação do colchão, travesseiros e impermeável; 
 Não arrastar as roupas de cama no chão, nem sacudi-las; 
 Não alisar as roupas de cama, mas ajeitá-las pelas pontas. 
 
Mudança de decúbito ( mudança de posição do corpo) 
 
As pessoas com algum tipo de incapacidade, que passam a maior parte do tempo na cama 
ou na cadeira de rodas, precisam mudar de posição a cada 2 horas. Esse cuidado é importante para 
prevenir o aparecimento de feridas na pele (úlceras de pressão) - que são aquelas feridas que se 
formam nos locais de maior pressão, onde estão as pontas ósseas como: calcanhar, final da coluna, 
cotovelo, cabeça, entre outras regiões. Proteja os locais do corpo onde os ossos são mais salientes 
com travesseiros, almofadas, lençóis ou toalhas dobradas em forma de rolo. 
 
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Decúbito lateral 
 Posicionar-se do lado para o qual se quer virar o idoso; 
 Posicionar o paciente para a beira oposta da cama; 
 Virá-lo para o seu lado, com movimentos firmes e suaves; 
 Apoiar as costas do idoso com travesseiro ou rolo de cobertor; 
 Colocar travesseiro sob a cabeça e pescoço; 
 Posicionar travesseiro entre as pernas e dobrar o membro inferior que está por cima; 
 Manter fletido o membro superior que está em contato com o colchão. 
 
 
 
 
 
 
Decúbito dorsal 
 Colocar o travesseiro sob a cabeça e pescoço; 
 Posicionar rolo de lençol embaixo dos joelhos e das pernas deixando os calcanhares livres; 
 Assegurar que os membros inferiores estejam alinhados; 
 Apoiar os braços sobre travesseiros com os cotovelos levemente flexionados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Cuidados com a medicação 
 Peça ajuda à equipe de saúde para organizar a medicação. Converse sobre o planejamento 
dos horários de medicação. 
 Sempre que possível é bom evitar ministrar medicação nos horários em que a pessoa dorme, 
pois isso interfere na qualidade do sono. 
 Não acrescente, diminua, substitua ou retire medicação sem o conhecimento da equipe de 
saúde. 
 Se após tomar um medicamento a pessoa cuidada apresentar reação estranha, avise a 
equipe de saúde. 
 Não se use medicamentos que foram receitados para outra pessoa. 
 A equipe de enfermagem deve aferir sinais vitais antes de administrar as medicações, assim 
como, checar e realizar a evolução no cartãoou prontuário. 
 
Problemas com o sono do idoso 
A falta de sono ou sonolência em excesso interfere na qualidade de vida da pessoa idosa 
cuidada e do cuidador. A insônia pode se manifestar de várias maneiras: a pessoa pode demorar a 
dormir ou dormir por pouco tempo, acordar e não conseguir adormecer novamente, ou acordar muito 
cedo com a sensação de “sono que não descansa”. Essas alterações podem estar relacionadas com 
a doença, com algum medicamento ou com o uso de alimentos excitantes no período da noite tais 
como: café, chá, chimarrão e refrigerantes a base de cola. 
Como prevenir a insônia: 
 
 Evite, após as 18 horas, dar a pessoa idosa substâncias estimulantes como o chá preto, mate e 
café. 
 Verifique se a pessoa cuidada está sentindo dor, coceira na pele, câimbra ou outro desconforto 
que possa estar prejudicando o sono. 
 À noite, evite dar líquidos à pessoa, pois ao acordar para urinar a pessoa pode demorar a 
adormecer novamente. 
 Conversar com a equipe de saúde sobre a possibilidade de mudar o horário da medicação que 
aumenta a vontade de urinar. 
 Mantenha uma iluminação mínima no quarto de modo a facilitar os cuidados e não interferir no 
sono da pessoa. 
 Evite que a pessoa cuidada permaneça por muito tempo à noite assistindo televisão ou lendo. 
 Atividades prazerosas, exercícios leves e massagens ajudam a relaxar e a melhoram a 
qualidade do sono. 
 Converse com a pessoa para tentar identificar quais causas da insônia, pois pode ser que o 
idoso esteja sentindo medo e ou angústia. 
 
 
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DICAS PARA O CUIDADOR: 
 Se o idoso se perde, não sabendo onde fica o banheiro e não chega a tempo, uma das dicas é 
sinalizar o banheiro, com palavras grandes e chamativas ou colocar a própria figura de um vaso 
sanitário. Á noite deixe a luz do banheiro acesa. Deixe o quarto do idoso mais perto do banheiro. 
Em alguns casos, deve-se deixar o papagaio/comadre junto à cama. Facilite o uso do vaso, com 
assentos altos e adaptados e barras laterais. 
 Não restrinja a ingestão de líquidos, apenas para o idoso urinar menos; isto pode provocar 
desidratação no idoso e piorar ainda mais seu quadro clínico. 
 Durante a parte do dia, procure levar o idoso, em intervalos regulares, ao banheiro. 
 Procure vestir ao idoso com roupas fáceis de retirar ou abrir. Velcro é uma ótima opção, no lugar 
do zíper ou dos botões. 
 O uso de fralda descartável geriátrica pode ser útil à noite; observar se a fralda não amanhece 
muito cheia ou vazando, pois talvez será necessário uma troca no meio da madrugada. 
 Se o idoso não conseguir ir até o banheiro para urinar ou evacuar, pro problemas diversos e a 
incontinência é mais severa, impõe-se o uso de fraldas geriátricas durante todo o dia (dia e 
noite). Nunca deixar fraldas molhadas no corpo por muito tempo, evitando assaduras e feridas 
na pele. 
 
FIQUE ATENTO: Medicamentos para dormir só pedem ser administrados se tiverem sido 
receitados pelo médico. Esteja atento às reações, pois alguns medicamentos podem provocar 
agitação ou excesso de sono. 
 
 
 
 
20 
 
ASPECTOS PSICOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO 
E O CONTEXTO FAMILIAR 
Envelhecer? O que é isso? 
O envelhecer não é apenas a velhice. O envelhecer é um processo irreversível, que se escreve 
no tempo entre o nascimento e a morte do indivíduo. Neste sentido, é durante a vida inteira que 
envelhecemos. O envelhecimento é um processo inerente ao desenvolvimento humano, ou seja, 
envelhecer é algo que acontece com todo ser humano vivo. Por muito tempo o envelhecimento 
humano foi tratado como uma questão biológica, ou seja, todos os estudos e pesquisas eram 
realizados somente pela área médica. No século XX, intensificaram-se os estudos não apenas na 
área biológica, mas também nas áreas sociais e psicológicas, ficando claro que o processo do 
envelhecimento não poderia ser contextualizado somente por fatores orgânicos e fisiológicos, junto 
com transformações corporais as pessoas apresentavam mudanças de comportamento de papéis, de 
valores, de status e crenças. 
Ao se deparar com a perda dos papéis sociais (ex: aposentadoria) o idoso se percebe como 
inútil e incapaz de produzir. Nos idosos os problemas psicológicos ligados ao envelhecimento não 
são apenas devido à diminuição das funções cognitivas, mas sim à mudança no cenário pessoal e 
social. Portanto, o envelhecimento deve ser entendido como um processo múltiplo e complexo de 
contínuas mudanças ao longo do curso da vida. 
As características biológicas e emocionais do envelhecimento expressam sinais de que o corpo 
e mente não trabalham mais com o ritmo de antes, e que desta forma a pessoa e sua família devem 
se readequar a este novo contexto. As características biológicas mais evidentes são diminuição da 
visão, da audição e da capacidade física e as características psicossociais mais freqüentes são 
mudanças comportamentais e interação social, as quais podem influenciar significativamente na sua 
qualidade de vida. 
A FAMÍLIA NO CONTEXTO DO IDOSO 
A importância da família na vida do idoso começa antes mesmo de envelhecer, assim como 
para todas as pessoas. Dentro da comunidade familiar, o idoso ocupa um importante espaço, haja 
vista que representa a história daquela família, como se codificasse um gene, uma biografia. No 
contexto familiar, todos os membros têm uma representatividade única, singular, a qual a reforça sua 
identidade e personalidade. Nos dias de hoje, a sociedade baseia a capacidade do ser humano pela 
sua capacidade de produzir. Não sendo mais produtivo economicamente, o velho perdeu o seu lugar 
na sociedade. Passou a ser considerado como descartável, improdutivo e decadente. Perdeu espaço 
social. 
 
21 
 
Ao longo do século 21, as dificuldades econômicas, a ambição de ascender socialmente, a 
liberação da mulher, a urbanização e as migrações motivaram o enfraquecimento dos vínculos 
familiares. Ocorreu um afastamento emocional, intelectual e mesmo físico entre as gerações. Hoje, 
devido os inúmeros estilos de vida, é difícil definir a família, porém ela continua a ser núcleo básico, 
promotor do suporte emocional, social e psicológico inevitável e indispensável às crianças, adultos e 
os idosos. 
 
 Portanto, o papel da família no processo de envelhecimento é fundamental, à medida que 
todos os membros devem participar ativamente deste processo. Os cônjuges, filhos, netos e bisnetos 
representam afetividade na vida do idoso, por isto devem igualmente se adaptar. A pessoa com 
limitação física como o idoso, muitas vezes sofre, pois fica dependente da ajuda do outro, em geral 
de familiares, fazendo com que seu poder de decisão fique reduzido. Então, para oferecer uma vida 
satisfatória, deve ser realizado um trabalho em conjunto com os membros da família e profissionais 
de saúde. 
 
 FATORES COMPORTAMENTAIS DO ENVELHECIMENTO 
 
Entende-se como envelhecimento uma série de alterações que vão ocorrendo no organismo 
ao longo do tempo vivido. Este processo provoca mudanças nas funções e estrutura do corpo e o 
torna mais suscetível a uma série de fatores prejudiciais, estes podem ser tanto internos (falha 
imunológica, renovação celular comprometida, etc.) como externos (estresse ambiental). Com relação 
aos fatores externos, os mais conhecidos por agredirem o organismo e acelerarem o processo de 
envelhecimento são: poluição ambiental, fumo, álcool, exposição exagerado às radiações solares, 
etc. 
Independente da causa sabe-se que o envelhecimento não está vinculado unicamente à 
quantidade de anos que o indivíduo viveu, mas também a perda de suas funções orgânicas. Não 
menos importante do que tudo isso, é entendermos que a maior parte destas alterações está 
estreitamenterelacionada ao modo de como este tempo foi vivido. Por vezes, a lentidão e a 
diminuição da consciência ameaçam o bem estar e autoestima. O isolamento e diminuição da 
afetividade afetam suas relações e beneficiam o adoecimento. 
 
ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS MAIS COMUNS: 
 Aumento da ansiedade e do medo; 
 Menor capacidade para o pensamento abstrato; 
 Diminuição da criatividade e da capacidade; 
 Aumento do apetite; 
 Perda ou diminuição do interesse sexual; 
 Isolamento e introspecção; 
 
22 
 
 Diminuição: percepção, concentração, atenção, raciocínio, rendimento intelectual; 
 Aversão a idéias, coisas e o novo; 
 Acentuação das características da personalidade: rigidez, egocentrismo, 
desconfiança, irritabilidade, autoritarismo; 
 Prejuízo da: 
MEMÓRIA RECENTE: nomes de pessoas e onde colocou coisas; 
MEMÓRIA REMOTA: lembra do passado; 
 
 Declínio da manifestação da afetividade, emoção e desejos; 
 Dificuldade (menor ou maior) de aceitar-se como alguém que está envelhecendo ou 
está velho. 
 
ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS DITAS “NORMAIS” 
 Dificuldade menor ou maior em aceitar-se como alguém que está envelhecendo ou está 
velho; 
 Certo declínio na manifestação da afetividade, dos interesses, das ações, das emoções, 
dos desejos; 
 Prejuizos da memória recente, como, por exemplo, esquecer nomes de pessoas, 
coisas, ou mesmo onde colocou determinados objetos. Já a memória remota mantém-
se geralmente conservada; 
 Acentuação das características da personalidade.Traços do tipo, por exemplo: rigidez, 
egocentrismo, desconfiança, irritabilidade, autoritarismo, que tenham existido na 
juventude (mesmo que de modo não tão pronunciado), tendem gravar. 
 Dificuldade na assimilação ou mesmo aversão a idéias, coisas e situações novas. 
 Apego maior aos valores já conhecidos e convencionados, aos costumes e ás normas 
já instituídas. 
 Diminuição da percepção, da concentração, da atenção, do raciocínio e do rendimento 
intelectual. 
 Tendência ao isolamento e a introspcção. 
 Perda ou diminuição do interesse sexual 
 Aumento do apetite levando à gula 
 Diminuição da criatividade e da espontaneidade 
 Menor capacidade para o pensamento abstrato 
 Lentidão nos movimentos e nas ações que solicitam esforços 
 Aumento da ansiedade e do medo. 
 
 
 
 
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TIPOS DE PERSONALIDADES ADAPTADAS NO IDOSO 
PERSONALIDADES BEM ADAPTADAS 
MADUROS :As pessoas que fazem parte deste grupo são as que melhor se adaptam á velhice e são 
mais realizadas. Aproveitam a vida, aceitam-se como são, mantém-se realista e integram-se bem no 
ambiente. São construtivas nas suas interações e nas relações com os outros. 
PASSIVOS:São pouco ambiciosos, predominantemente passivos e dependentes e satisfação por 
estarem aposentados e não terem responsabilidades, porque obtinham pouca satisfação do seu 
trabalho. É mais dependente e aceita de boa vontade a ajuda da família e da sociedade. 
DURÕES:Pessoas que recorrem a mecanismos de defesa, muitas vezes restritas, centradas mais no 
ver do que no prazer, são pouco introspectivas e tornam-se vulneráveis quando são obrigadas a 
cessar a sua atividade. 
 
PERSONALIDADES MAL ADAPTADAS 
ZANGADOS: Pessoas provocantes, negativas, azedas e desconfiadas, que não aceitam a velhice, 
desprezam os jovens e têm medo da morte. 
AUTO-AGRESSIVOS: Pessoas depressivas, com uma baixa autoestima, balanço de vida negativo e 
com muito remorsos. 
 
SEXUALIDADE 
 Inúmeros fatores atuam modulando nossa sexualidade: fatores hormonais, emocionais, 
sociais e culturais, ficando difícil separar onde termina a ação de um a começa a de outro. O 
envelhecimento fisiológico é uma chave importante para entender, em parte, a diminuição da 
atividade sexual que se produz nesta etapa da vida, mesmo que não seja possível explicar todas as 
mudanças que ocorrem. 
Nos idosos a função sexual geralmente é comprometida, em primeiro lugar, pelas mudanças 
fisiológicas e anatômicas do organismo produzidas pelo envelhecimento. São mudanças fisiológicas 
que devemos distinguir das alterações patológicas na atividade sexual causadas pelas diferentes 
doenças e/ou por seus tratamentos. Os estudos médicos demonstram que a maior parte das pessoas 
de idade avançada é perfeitamente capaz de ter relações sexuais e de sentir prazer nas mesmas 
atividades que se entregam as pessoas mais jovens. 
Descrevem-se como variáveis que podem comprometer a atividade sexual na maturidade, 
alguns fatores: 
1. A capacidade e interesse do (a) companheiro (a), 
2. O estado de saúde, 
3. Problemas de impotência no homem ou de dispareunia na mulher, 
4. Efeitos colaterais de medicamentos e 
5. Perda de privacidade, como por exemplo, viver na casa dos filhos. 
 
24 
 
Em geral, nas mulheres há menor preocupação pela função sexual e mais pela perda estética 
do aspecto juvenil. Não é totalmente assim nos homens, onde a preocupação excessiva pelas 
mudanças fisiológicas da sexualidade do envelhecimento pode levar à aparição de ansiedade. Nos 
homens idosos, o interesse ou desejo sexual se mantém mais presentes que a própria atividade 
sexual, enquanto nas mulheres existe um declive em ambos aspectos da sexualidade, desejo e 
desempenho. 
 
Libido 
O desejo sexual ou libido é a forma de desejo que se acompanha de ereção no homem ou 
lubrificação na mulher. Nos jovens a resposta do corpo é imediata. Enquanto nos idosos tanto a 
ereção como a lubrificação pode ser mais demorada, o que não significa que o organismo não esteja 
reagindo. 
 
Mulher 
Diversos fatores parecem entrar em jogo na formulação do desejo sexual na mente feminina, 
e fica difícil separar o que é puramente biológico do que reflete um condicionamento sociocultural. 
Acostumou-se a ver a mulher como “objeto do desejo” e ela mesma já absorveu esse papel. Ela trai e 
excitasse quando se sente desejada, quando se depara com um homem que a faz-se sentir-se 
mulher. Analisando assim é extremamente importante para a mulher sentir-se atraente, gostar de si, 
achar-se bonita, conhecedora de seu corpo e de suas reações, para que se solte e se proponha a 
entrar em sintonia, a atrair. 
Os ovários na menopausa vão aos poucos parando de produzir estrogênio, mas continuam 
produzindo androgênio (testosterona principalmente), que passam a ter maior expressão na mulher, 
aumentando sua agressividade, sua objetividade. Com sua ação mais evidente a mulher deixa de ter 
uma atitude passiva e torna-se mais ativa, inclusive sexualmente. Uma vez afastada a possibilidade 
de engravidar, encontra-se livre e seu corpo é mais do que nunca dela. 
 
Homem 
Enquanto a mulher, no que diz respeito aos hormônios sexuais, é periódica, o homem é 
praticamente uma linha reta. É mais estável que a mulher, oscila menos, é objetivo, indo direto ao 
ponto. O homem excita-se quando deseja e é atraído pela mulher. Na velhice, a função sexual se 
altera basicamente pelas mudanças fisiológicas e anatômicas do organismo provocadas pelo próprio 
processo de envelhecimento. Porém, não se pode associar essa fase da vida à perda ou à 
incapacidade de manter relações sexuais. As dificuldades normalmente se iniciam a partir dos 40-50 
anos, pois além da diminuição lenta e gradual da testosterona, há uma maior incidência de doenças 
cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes, obesidade e dislipidemias muitas vezes agravadas 
pelo fumo, álcool, estresse, sedentarismo e outros fatores de risco. 
 
 
25 
 
Além das causas orgânicas, surgem questões de ordem emocional referentes a 
aposentadoria, casamento, doenças, auto-estima além de fatores sociais e culturais.Em geral, as 
alterações sexuais masculinas são lentas e progressivas, dando tempoao homem de se adaptar a 
uma atividade menos intensa. 
 
Não existe uma disfunção erétil que seja específica do homem idoso, mas sim uma 
diminuição da sua capacidade sexual global. É importante que os homens conheçam e tenham 
consciência dessas mudanças, para que uma eventual falha erétil não cause uma ansiedade de 
desempenho desastrosa, capaz de contaminar e comprometer as relações futuras. Ao atingir a 
maturidade, o sexo é cada vez menos carnal, tornando-se cada vez mais afetivo. As relações são 
menos sexuais e mais sensuais. Aos poucos, o homem se vê obrigado a assumir o papel de 
protagonista da relação, trocando de lugar com o seu pênis, que até então tinha sido o ator principal 
da relação. Isso o obriga a uma adaptação, caso contrário, ele fica perdido sem entender as 
mudanças que ocorrem no seu organismo. 
 
FINITUDE 
A morte, assim como a velhice, é carregada culturalmente de muitos sentimentos negativos. 
Comumente uma coisa é associada à outra, por isso a grande negação em envelhecer. A tendência 
do ser humano é pensar na morte do outro, o que também acontece em relação ao envelhecimento 
“o outro envelhece, eu não”. Na velhice, o ser humano prossegue nas transformações vitais a que 
todo ser vivo está determinado. Agora, para além da consciência da finitude, característica dos 
tempos da maturidade, a percepção da proximidade da morte pessoal, aliada à experiência vivida ao 
longo dos anos, redimensiona a perspectiva dos tempos: passado, presente e futuro. 
 
A finitude é tratada com muito pudor, e por isto acaba sendo um assunto que as pessoas 
tendem a se esquivar pela condição ameaçadora que causa. Na velhice, a morte tem uma grande 
representatividade, haja vista o processo natural de declínio biológico e mental com o passar do 
tempo. O idoso se depara com a percepção de morte concreta, por meio das diversas perdas que 
sofre nesta fase, podendo ser entendido como a morte do homem ou mulher jovem, morte do 
profissional, morte de suas funções corporais e intelectuais, entre outras. 
 
Portanto, e muito importante que o idoso desmistifique a morte, conversando sobre ela, e com 
isso percebendo o quanto pode realizar antes dela chegar. 
 
 
 
 
 
26 
 
ASPECTOS FONOAUDIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO 
 A promoção da saúde deve ser realizada de forma multidisciplinar com o idoso, haja vista a 
demanda de intervenções em diversas áreas do conhecimento. A Fonoaudiologia também tem se 
preocupado com a promoção da saúde, prevenção e tratamento das alterações relacionadas com as 
alterações apresentadas pelos idosos na fala, linguagem, audição, voz, motricidade oral, equilíbrio e 
deglutição. 
 
OUVIDO 
 Há diversos fatores pelos quais a capacidade auditiva humana diminui. O ouvido é um 
delicado instrumento que pode deteriorar ou simplesmente desgastar-se com o tempo. 
 Quando o som não pode ser transmitido normalmente através do canal auditivo e/ou do 
ouvido médio para a cóclea, temos um caso de deficiência auditiva condutiva. Acumulação de cera no 
ouvido e tímpanos perfurados são duas causas típicas deste tipo de perda auditiva. Outro fator pode 
ser defeito ou problema nos ossinhos do ouvido. As vibrações sonoras são transmitidas à cóclea, 
localizada na parte interna do ouvido, ativando pequenas células ciliadas. Estas células transformam 
as vibrações em impulsos nervosos, os quais são captados pelo nervo acústico e enviados ao 
cérebro. 
 O ouvido interno é muito frágil e vários problemas podem ocorrer. Exposição a altos sons 
pode danificar as células de forma que os sons não podem ser convertidos em impulsos nervosos e 
transmitidos ao cérebro. Doença no ouvido, vírus e infecções podem danificar o ouvido interno. A 
velhice também pode ser outro fator. As células ciliadas assim como os condutores nervosos podem 
deteriorar-se, impedindo que os sinais do ouvido cheguem ao cérebro. A estes tipos de problemas 
denominamos deficiências auditivas sensório-neurais. 
 As perdas sensório-neurais afetam a sensibilidade sonora assim como a habilidade de 
diferenciar os sons. Sendo assim, palavras individuais podem parecer incompreensíveis durante uma 
conversa. 
As perdas auditivas causadas por fatores condutivos e sensório-neurais são conhecidas 
como perdas mistas ou combinadas. 
Podemos encontrar as seguintes perdas auditivas: 
Perda Auditiva Leve: 
 Incapacidade de ouvir sons abaixo de 30 decibéis. Discursos podem ser de difícil audição 
especialmente se estiverem presentes ruídos de fundo. 
Perda Auditiva Moderada: 
A incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de 50 decibéis. 
Aparelho ou prótese auditiva pode ser necessário. 
Perda Auditiva Severa: 
A incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de 80 decibéis. 
 
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 Próteses auditivas são úteis em alguns casos, mas são insuficientes em outros. Alguns 
indivíduos com perda auditiva severa se comunicam principalmente através de linguagem gestual, 
outros contam com uso das técnicas de leitura labial. 
Perda Auditiva Profunda: 
A ausência da capacidade de ouvir, ou a incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de 95 
decibéis. Tal como aqueles com perda auditiva severa, alguns indivíduos com perda auditiva 
profunda se comunicam principalmente através de linguagem gestual, outros com uso das técnicas 
de leitura labial 
 Presbiacusia é a perda da sensibilidade auditiva, resultante das mudanças degenerativas e 
fisiológicas do sistema auditivo, decorrente da idade avançada. 
 A presbiacusia não raramente é o fator que declara a chegada da velhice, acarretando 
dificuldades na comunicação, logo gerando seqüelas importantes de natureza emocional, social e 
ocupacional. 
 Por ser adquirida, a pessoa vai sentindo a perda auditiva gradativamente, o que vai muito além 
do fato de apenas não ser capaz de ouvir bem, mas também de fatos que precisam ser levados em 
conta, como os aspectos ambientais e as dificuldades de relacionamento interpessoal. 
 Uma observação comum, do dia-a-dia, pode ser feita através do simples ato de assistir à 
televisão, ouvir rádio, da conversa com familiares e amigos próximos. 
 A pessoa começa a falar muito alto, aumentar o volume da televisão, e o rádio fica mais 
próximo aos ouvidos. As palavras escutadas começam a ficar ininteligíveis, dando lugar a outras 
auditivamente semelhantes. Bem, isso é motivo de embaraços e irritabilidade para quem fala e para o 
idoso que ouve as palavras trocadas. Paciência nessas horas é fundamental! 
Esta perda auditiva revela-se uma doença incapacitante e freqüentemente ameaça a 
integridade física e mental dos indivíduos conduzindo-os a um estado característico de isolamento 
marcado por depressão, estresse, frustração e segregação de seu meio social. 
 
 Com a perda auditiva teremos: 
 Redução na percepção da fala. 
 Declínio da audição acompanhada de diminuição na compreensão da fala. 
 Alterações psicológicas causadas pela dificuldade de se comunicar com os outros. 
 Incapacidade auditiva nas igrejas, no teatro, cinema, rádio, sons ambientes e TV. 
 Isolamento social (interação com família, amigos e comunidade). 
 Problemas de alerta e defesa (incapacidade para ouvir chamados, telefones, alarmes, 
veículos se aproximando, campainhas e anúncios de emergência). 
 Dificuldade de compreender a fala em ambientes ruidosas e algumas vezes em 
ambiente silencioso devido as perdas ocorrerem na freqüência agudas. 
 
 
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 Como intervir adequadamente: 
 Consulta com otorrinolaringologista para avaliação e retirada de cera do ouvido se for 
necessário. 
 Avaliação auditiva ( audiometriae impedanciometria) periódica realizada por fonoaudiólogas. 
 Seleção e adaptação de aparelho auditivo adequado realizado com fonoaudiólogas em 
empresas que vendem esses aparelhos e dão suporte técnico. 
 Orientações gerais quanto ao manuseio do aparelho auditivo (colocação, higiene, limpeza e 
troca de baterias). 
 Participação de programas de reabilitação audiológica feito com fonoaudiólogas. 
 Desenvolvimento de motivação para uso do aparelho auditivo através de orientações para o 
paciente, familiares e cuidadores. 
 
 Como devemos lidar com idosos com dificuldade auditiva: 
 É muito importante o apoio familiar, a paciência e a interação com o idoso. 
 O idoso precisa se sentir útil e participar das decisões familiares. 
 Deve-se procurar falar mais alto e com contato visual de forma clara e pausada. 
 Evite ficar irritado quando ele não entender ou pedi para repetir. 
 Todos têm muito a aprender com os idosos e não devemos desperdiçar o diálogo, mesmo 
que este ocorra com dificuldade. 
 Em ambientes ruidosos procure falar de frente por apresentar rebaixamento nas altas 
freqüências e não precisa ficar gritando, procure articular bem as palavras. 
 Em caso de dúvidas relacionadas procure o otorrinolaringologista e a fonoaudióloga 
 
 Um bom recurso recomendado e que facilita a compreensão da fala e o processo de 
sociabilização do mesmo, é a utilização de aparelhos auditivos de amplificação sonora individual 
(AASI), também conhecidos por próteses auditivas. O uso do aparelho auditivo é extremamente 
importante para manter a saúde física e mental do idoso, pois permite a ele melhor participação na 
comunidade em que vive como também em sua família, melhorando sua qualidade de vida. 
 O sucesso da amplificação para a população idosa depende de um número de fatores, desde a 
idade do usuário, o grau da perda auditiva, a tolerância para sons intensos, escolha do aparelho 
correto, as expectativas e até a motivação. 
 
EQUILÍBRIO 
 A perda do equilíbrio é um sintoma muito característico da velhice, o qual se torna uma dos 
principais vilões nas quedas e conseqüente morte. O tratamento inicialmente é aplicado por um 
especialista. Após orientações com o paciente, é possível realizar exercícios em casa. Sempre com 
supervisão de profissional capacitado. 
 
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A terapia de reabilitação labiríntica é indicada para todas as idades, em pessoas com 
perturbação do equilíbrio corporal, ilusão de movimento, sensação de instabilidade, flutuação, 
oscilação e vertigem (sensação rotatória de objetos ou de si próprio). O tratamento é indicado 
principalmente nos casos de: 
 Vertigens crônicas; 
 Vertigens por mudanças de postura; 
 Pacientes idosos com alteração de equilíbrio que apresentam quedas e desvio de marcha; 
 Tontura em veículos em movimento; 
 Desconforto em lugares movimentados (shopping, supermercados, feiras e outros ). 
 
 Os exercícios bem aplicados e personalizados proporcionam melhora dos sintomas, ou então, 
contribui na diminuição da intensidade e freqüência da tontura. Através do tratamento bem realizado 
é possível o retorno do idoso às atividades diárias e a recuperação da autoestima e confiança bem 
como sua segurança para que não ocorra quedas. A queda se dá em decorrência da perda total do 
equilíbrio postural, podendo estar relacionada à insuficiência súbita dos mecanismos neurais e 
osteoarticulares envolvidos na manutenção da postura. 
 
VOZ 
A falta de conhecimento da importância de certos cuidados básicos para preservar a voz 
pode ter como conseqüência o desencadeamento de algumas doenças laríngeas como, por exemplo, 
edemas, nódulos, pólipos, úlceras de contato, entre outras. As alterações vocais afetam a vida 
pessoal, social e, sobretudo, a profissional, gerando ansiedade e angústia. Com a idade ocorre o 
envelhecimento vocal tanto nos homens como nas mulheres idosas que é conhecido como 
Presbifonia. 
A prevenção vocal só depende da conscientização de cada pessoa, pois voz é um sinal de 
saúde e devemos tratá-la adequadamente. Ao perceber dificuldades para falar, cansaço, voz fraca, 
rouca procure um otorrinolaringologista para realizar uma avaliação e um fonoaudióloga para realizar 
orientações e tratamento fonoaudiológico se necessário. 
 
Hábitos prejudiciais podem afetar o seu aparelho fonatório: 
 Evite gritar ou falar com muita intensidade: sempre que possível procure se aproximar da 
pessoa para conversar. Quando estiver escutando música ou assistindo TV, abaixe o volume, 
evite competição sonora; 
 Pigarrear – essa ação provoca um forte atrito nas pregas vocais, irritando-as; 
 Ingerir líquidos em temperaturas extremas, ou seja, muito gelado ou muito quente; 
 O fumo é altamente nocivo, pois a fumaça quente agride o sistema respiratório e 
principalmente as pregas vocais, podendo causar desde irritação, pigarro, edema, infecção. É 
considerado um dos principais fatores desencadeantes do câncer de laringe; 
 
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 O consumo de álcool em excesso também é prejudicial para as pregas vocais e tem efeito 
analgésico propiciando abusos vocais; 
 Chupar balas ou pastilhas fortes quando estiver com a garganta irritada. Isso mascara o 
sintoma e a pessoa tende a forçar a voz sem perceber. Quando o efeito da bala passa, a 
irritação na garganta aumenta; 
 Ar condicionado – prejudica a mucosa das pregas vocais, pois o resfriamento é realizado 
através da redução da umidade do ar com conseqüente ressecamento do trato vocal, o que leva 
a pessoa a produzir a voz com maior esforço e tensão 
 Evite a fala durante os exercícios físicos: qualquer exercício de esforço muscular junto com a 
fala irá provocar sobrecarga na musculatura da laringe; 
 Evite cantar de maneira inadequada ou abusiva em videokês ou fazer parte de corais sem 
preparo vocal. 
 Evite pastilhas refrescantes antes de cantar/falar. Estas geralmente têm efeito “anestésico” e 
você pode cometer abuso vocal sem se dar conta; 
 Ingerir líquidos em temperaturas extremas, ou seja, muito gelado ou muito quente; alimentos e 
bebidas geladas também causam choque térmico, provocando muco e edema nas pregas 
vocais; 
 Evite falar em demasia em quadros gripais ou em crises alérgicas, pois o tecido que reveste a 
laringe está inchado e o atrito das pregas vocais durante a fala passa a ser de forte agressão. 
 Ar condicionado – prejudica a mucosa das pregas vocais, pois o resfriamento é realizado 
através da redução da umidade do ar com conseqüente ressecamento do trato vocal, o que leva 
a pessoa a produzir a voz com maior esforço e tensão; 
 Evite alimentos pesados e muito condimentados, pois além de provocar azia, má digestão e 
refluxo de secreções gástricas, dificulta também a movimentação livre do músculo diafragma, 
essencial para a respiração; 
 Evite falar muito após o consumo de grandes quantidades de aspirinas, calmantes e diuréticos: 
a aspirina provoca o aumento da circulação sangüínea na periferia das pregas vocais, com a 
associação do atrito de uma prega contra a outra há um aumento da fragilidade capilar. Os 
diuréticos e calmantes ressecam as mucosas. 
 
LINGUAGEM 
 As dificuldades da linguagem e também dos processos cognitivos associados à idade podem 
variar desde dificuldades para expressar uma idéia, compreender um enunciado, como também pode 
aparecer dificuldades de memória. Essas alterações não ocorrem de maneira igual para todas as 
pessoas e podem ser causadas por vários fatores como: 
1- Lesões na região do cérebro responsável pela função motora da fala e na região da 
compreensão conhecido como Afasias, sendo que estas lesões geralmente ocorrem 
devido a acidentes vasculares cerebrais, mais conhecidos popularmentecomo derrame. 
 
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Afasia pode ser definida como uma alteração no conteúdo, forma e uso da linguagem e 
processos cognitivos subjacentes, tais como percepção, compreensão e memória. Essa alteração é 
caracterizada por redução e disfunção, que se manifestam tanto no aspecto expressivo quanto 
receptivo da linguagem oral e escrita, embora em diferentes graus em cada uma dessas 
modalidades. 
2- Dificuldades associadas à idade, ao ambiente e por alterações auditivas e visuais. 
3- E nos casos de síndromes demências, que podem ser causadas por cerca de 70 tipos de 
doenças diversas, entre elas a mais conhecida é a doença de Alzheimer, ocorrendo em fases tardias 
da vida, com prevalência de 1% aos 60 anos e de 30% a 40% aos 85 anos ao ambiente e por 
alterações auditivas e visuais. 
 Segundo a Organização Mundial de Saúde a demência é uma alteração progressiva da 
memoria e da ideação, suficientemente grave para limitar as actividades da vida diária, que dura por 
um periodo minimo de seis meses e esta associada a perturbação de pelo menos uma das funções 
seguintes: linguagem, cálculo, julgamento, alteração do pensamento abstracto, praxia, gnosia ou 
modificação da personalidade. 
 Dentre as alterações de linguagem mais evidente no indivíduo idoso com o envelhecimento 
normal estão as dificuldades de lembrar palavras numa conversação, em nomear objetos, em 
interpretar uma estória e em casos de demências, podem aparecer os mesmos sintomas e as 
dificuldades com as regras da gramática e empobrecimento do vocabulário, até a perda total da fala. 
É importante lembrar que as alterações vão variar de pessoa para pessoa e também vão depender 
da idade, do grau de escolaridade, do estilo de vida, do contexto, do estado motivacional e 
emocional. 
 A família pode ajudar não isolando o idoso de seu convívio. Fazendo com que ele participe de 
todas as atividades sociais e familiares. É importante que o idoso que se queixa de problemas de 
memória e dificuldades de linguagem freqüentemente, procure um médico e não encare tal problema 
como normal da idade. Nos casos de demência que for diagnosticada precocemente o idoso poderá 
se beneficiar de terapia fonoaudiológica o que ajudará numa comunicação mais efetiva entre a 
família, o cuidador e a pessoa idosos. 
 
A família e os cuidadores podem ajudar: 
 Procure demonstrar seu interesse pelos sentimentos dele, respeitar e mostrar preocupação. 
 Tenha paciência para esperar a resposta quando você realiza uma pergunta (Você quer 
água?) 
 Procure usar palavras e idéias positivas. 
 Evite utilizar expressões que leve o idoso a entender ao pé da letra. (“pule da cama”). 
 Use sempre as palavras que ele usa e os nomes, ao invés de “ele”e ela”. 
 Cumpra sempre suas promessas. Se esquecer confesse. Sua aceitação diante dos erros 
ajuda-os a aceitar os deles. 
 
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 Evite falar dele na frente dele, por mais que parece que ele não entende as coisas. 
 Falar de forma clara e pausada. 
 Uma pessoa deve falar de cada vez. 
 Não fazer duas perguntas ao mesmo tempo. 
 Evitar perguntas complexas, abertas e frases longas. 
 Repita a frase se for preciso, não tenha vergonha de falar a mesma coisa várias vezes. 
 Complemente a fala com gestos. 
 Mantenha contato face a face. 
 Não fale no diminutivo. 
 Não interromper o idoso quando ele tiver tentando dizer algo. 
 Não fale por ele e nunca termine a fala dele. 
 Evitar conversas paralelas. 
 Providencie que o idoso não deixe de usar aparelho auditivo, óculos e dentadura, quando 
necessário. 
 Demonstre que você entendeu o que ele disse. 
 A refeição deve ser realizada junto aos familiares 
 Conversar bastante mesmo que parece que ele não está compreendendo. 
 Procure agir com amor, carinho, paciência que nunca irá errar. 
 
DISFAGIA 
A deglutição é o ato de engolir. Durante toda a vida deglutimos milhões de vezes sem nos 
darmos conta da complexidade deste ato tão simples e natural. Quando passamos a ter dificuldade 
de deglutir por alguma doença é que nos damos conta de que esta função existe, e é tão importante, 
que pode vir a ser exercida por controle voluntario. 
Conceito de Disfagia: Disfagia é uma desordem de deglutição, decorrente de processo agudo ou 
progressivo, que interfere no transporte do bolo alimentar da boca ao estômago. 
Causas de Disfagia: Problemas neurológicos como AVE, TCE, Parkinson, mal de Alzheimer, 
miastenia grave, distrofia muscular, ELA, PC, entre outros. Encontramos também a disfagia 
associada ao processo de envelhecimento, ao câncer de cabeça e pescoço, tumores cerebrais e 
distúrbios gastroenterológicos. 
O que fazer ao perceber sintomas de Disfagia: As alterações da deglutição devem ser 
diagnosticadas e tratadas conjuntamente por médicos, enfermeiros, pneumologista, neurologista, 
nutricionista, gastroenterologista, entre outros. O fonoaudiólogo, profissional que ensina a deglutir, 
reeduca ou cria alternativas de deglutição, quando os problemas aparecem nesta área. 
 
 
 
 
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Sinais Clínicos 
 Tosse ou engasgo – antes, durante ou após a refeição; 
 Aumento do tempo da refeição; 
 Febre sem causa aparente; 
 Mudança na voz após a deglutição; 
 Desnutrição e desidratação; 
 Perda de peso severa; 
 Pneumonia aspirativa ou de repetição; 
 Risco de broncoaspiração. 
 
Orientações fonoaudiológicas e cuidados com pacientes disfágicos: 
A saúde bucal faz parte da saúde em geral, não há saúde no nosso corpo sem estarmos com 
saúde na boca. Para iniciarmos precisamos de uma higiene oral, principalmente naqueles que não 
conseguem realizá-la sozinha. Com luva, gaze envolta dos dedos passar com solução bucal em toda 
a cavidade da boca, antes tirar a prótese e escová-la muito bem e não esquecer de higienizar a 
língua também. Se o paciente trincar os dentes utilize espátulas para te auxiliar. É muito importante 
também o momento da refeição, pois deve ser realizada em lugar tranqüilo, arejado, silencioso ou 
som agradável, sem pressa, com os pés tocando o chão, sentado em ângulo de 90 graus, cabeça 
virada para frente ou para os acamados a cabeça bem elevada e centralizada e manter a prótese 
dentária bem adaptada. 
 
 
 
 
 
 
 
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ASPECTOS ODONTOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO 
 O atendimento especializado em odontologia para a população idosa chama-se 
odontogeriatria e caracteriza-se pelo trabalho com pacientes acima de 60 anos e tem como objetivo a 
integração social, psicológica, funcional e preventiva de doenças bucais que podem aumentar os 
riscos de disfunções sistêmicas em idosos. A preservação da saúde bucal tem influencia na 
aparência, na comunicação (sorrir e falar); na manutenção da capacidade de mastigar, de engolir, de 
sentir sabor e prazer com a alimentação. 
 
Cuidados bucais com a pessoa idosa: 
 O idoso deve ser incentivado a realizar a higiene bucal com freqüência. A família ou 
cuidadores devem auxiliar o idoso a limpeza da prótese, gengiva e língua, para evitar cáries, dor de 
dente e inflamações na gengiva. 
A higiene bucal do idoso que utiliza prótese ou não deve ser realizada após todas as 
refeições e após o uso de remédio oral. Caso o idoso consiga realizar a limpeza sozinho, o cuidador 
deve ensinar como se faz, disponibilizar todo o material e acompanhar a atividade. Se o idoso for 
acamado, o cuidador deve posicioná-lo sentado em frente à pia ou na cama com uma bacia, usar 
escovas de cerdas macias, fazendo o uso do fio dental, sempre que possível, colocar pequena 
porção de pasta de dente para evitar o engasgo e por fim escovar os dentes. 
 
Como proceder quando o idoso utiliza prótese: 
 As próteses são partes artificiais, ponte fixa ou móvel

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