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COMPETENCIA - ANOTAÇÕES

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PROCESSO CIVIL I. 
 
ANOTAÇÕES SOBRE COMPETÊNCIA. 
 
 
 
De forma resumida pode-se definir COMPETÊNCIA como sendo a medida de 
jurisdição fixada por lei, através da qual o Estado confere parcela de poder jurisdicional 
aos órgãos do Poder Judiciário. 
 
2. CRITÉRIOS UTILIZADOS PELO LEGISLADOR NA “DISTRIBUIÇÃO” 
DAS COMPETÊNCIAS: 
 
Critérios utilizados para definição de competência dos órgãos jurisdicionais: 
 
a) Valor da causa - segundo o valor econômico da relação jurídica, objeto da demanda. 
 
b)Matéria – segundo a natureza da relação jurídica, objeto da causa. 
 
c)Pessoas – segundo a condição dos sujeitos em lide. 
 
d)Território – segundo o lugar onde se encontram os sujeitos ou o objeto da relação 
jurídica que constitui objeto do processo. 
 
e) Função – segundo a função que o órgão jurisdicional é chamado a exercer em relação a 
uma determinada demanda. 
 
 De acordo com a doutrina, os critérios utilizados pelo legislador para definir 
competência podem ser divididos em três grupos: 
 
1º) Critério objetivo: Determina-se a competência levando-se em consideração 
elementos externos da lide: a natureza da causa, o valor da causa. 
Hipótese de utilização do chamado critério objetivo: 
 
*Matéria – a competência se determina segundo a matéria sobre que verse a lide. Ex.: 
lides de natureza trabalhista – Justiça do Trabalho; lides de conteúdo eleitoral – Justiça 
Eleitoral; lides versando sobre estado de família – Vara da Família. 
* Valor da causa – a competência se determina pela avaliação pecuniária do bem 
pretendido. Ex.: competência dos Juizados Especiais. 
* Pessoa – Excepcionalmente, há pessoas que, por motivos de interesse público, gozam 
de foro especial. Ex.: competência da Justiça Federal, fixada, por exemplo, para processar 
e julgar ações em que a União Federal seja autora, ré, assistente, oponente. 
 
2º) Critério territorial: A competência é determinada conforme a circunscrição 
territorial do órgão, sendo, portanto, o território, elemento importante na sua fixação. 
 
As competências atribuídas em razão do território (foro) podem ser divididas, de 
forma didática, em duas grandes regras: 
 
a)Competência territorial geral – artigo 94 do CPC – a competência se fixa pelo 
domicílio do réu. Nas ações pessoais, obrigacionais, de crédito. 
 
b)Competência territorial especial: várias hipóteses disciplinadas pelo CPC. Nesse 
caso, ainda podemos dividir as regras de competência territorial especial em três: especial 
que leva em consideração a situação da coisa (imóvel), especial que leva em consideração 
a pessoa (a qualidade de uma das partes no processo) e especial em função de atos ou 
fatos que fundamentam o direito de ação : 
 
b.1)Em razão da situação da coisa ou em razão da situação do imóvel – artigo 95 do 
CPC. Com destaque para os dois tipos de competência (absoluta e relativa) encontrados 
no caput do art.95. 
 
b.2)Em razão da pessoa: 
 
b.2.1)Contra os incapazes – artigo 98 do CPC - será processada no foro do domicílio de 
seu representante. 
 
b.2.2)Contra o ausente – artigo 97 do CPC – no foro do seu último domicílio. 
 
b.2.3)Contra a pessoa jurídica – artigo 100, inciso IV, alínea “a”, do CPC – no local de 
sua sede. 
 
b.2.4)Nas ações de separação, conversão em divórcio e anulação de casamento – artigo 
100, inciso I, do CPC – no local da residência da mulher. 
 
b.2.5)Na ação de alimento – artigo 100, inciso II, do CPC – no local da residência ou do 
domicílio do alimentando. 
 
b.2.6)Nos inventário, partilha, arrecadação, cumprimento de disposição de última vontade 
e ações em que o espólio for réu – artigo 96 do CPC – regra geral – no foro do domicílio 
do autor da herança. 
 
b.3)Em razão dos atos ou fatos: 
 
b.3.1)Nas ações de reparação de dano por ato ilícito – artigo 100, inciso V, alínea “a” do 
CPC – no local da prática do ato. 
 
b.3.2)Nas ações de reparação de dano em razão do delito ou acidente de veículos – artigo 
100, inciso V, § único, do CPC – no domicílio do autor ou no local do fato. 
 
b.3.3)Nas ações contra o administrador ou gestor de negócios – art. 100, inciso V, alínea 
“b”, do CPC – no local do ato ou do fato. 
 
3º) Critério funcional: A competência é determinada de acordo com as atribuições que 
os organismos judiciários exercem no processo. Ex: citação por carta precatória – a 
citação (chamado do réu) será feita pelo juiz da comarca de domicilio do réu. Situações 
em que os juízes atuam no processo conforme a sua fase e a forma de atuação. Hipóteses 
de grau de jurisdição diferenciados, ou seja, competência recursal. 
 
3. Competência internacional. 
 
 O Código de Processo Civil (art. 88/90) quando fala em competência internacional, está 
tratando, na realidade, de jurisdição, até porque a competência diz respeito à divisão de 
trabalho entre os órgãos judiciários; a jurisdição, como expressão da soberania, é que 
impõe barreira natural aos demais Estados Estrangeiros. A competência internacional, 
também conhecida como externa ou geral, pode ser de duas espécies, exclusiva ou 
concorrente, a primeira, disposta no art. 89, do CPC, sendo de competência da 
autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra. Ex.: Conhecer de ações 
relativas a imóveis situados no Brasil e proceder o inventário e a partilha de bens situados 
no Brasil; a última, constante do art. 88, do CPC, quando a competência será da 
autoridade judiciária brasileira, sem exclusão da estrangeira, processar e julgar a ação, 
quando o réu for domiciliado no Brasil; tiver de ser cumprida a obrigação no Brasil, ou 
for decorrente de fato praticado no Brasil. 
 
 Não há falar em litispendência ou coisa julgada, quando houver concomitância de ação 
no estrangeiro, além do que a sentença estrangeira somente possui eficácia com a 
homologação pelo STJ. 
 
4. Competência Absoluta e Competência Relativa 
 
a) Competência Absoluta: ocorre quando as regras forem motivadas por considerações 
ligadas ao interesse público, de uma melhor administração da Justiça, que é indisponível 
às partes, e impõe-se com força cogente ao juiz. 
 
b) Competência Relativa: quando as regras visam, em primeiro lugar, o interesse das 
partes, quer facilitando ao autor o acesso ao Judiciário, quer propiciando ao réu melhores 
oportunidades de defesa, podendo ser afastadas pelos litigantes, sendo, pois, disponíveis. 
 
4.1 Diferenças: 
 
Competência Absoluta: Prevalência do interesse público; indisponibilidade; o juiz deve 
se declarar incompetente de ofício (não necessita de provocação de nenhuma das partes); 
pode ser alegada a qualquer tempo; incabível a eleição de foro (prorrogação de 
competência); a declaração de incompetência absoluta torna nulos todos os atos 
decisórios do processo. 
 
Competência Relativa: Prevalência do interesse das partes; disponibilidade; o juiz não 
pode se declarar incompetente de ofício (artigo 113 do CPC) – é necessária a 
apresentação de exceção de incompetência pelo réu (artigo 112 do CPC , com ressalva 
apenas para a possibilidade de o juiz declarar de ofício a nulidade de clausula de eleição 
de foro em contrato de adesão). Se o réu não alegar a incompetência por meio de 
exceção, inclusive dentro do prazo de 15 dias, será prorrogada a competência. Cabível a 
eleição de foro – art. 111, do CPC. A incompetência relativa não provoca a nulidade dos 
atos decisórios (art. 114, do CPC). 
 
4..2. Critérios para se determinar a competência, segundo a relação com a natureza 
absoluta ou relativa da competência: 
 
1º) Critério objetivo: 
 
a) em razão da natureza da causa – artigo 111 do CPC – competência absoluta; 
 
b) Em razão do valor da causa – artigo 111 do CPC – competência relativa (nos Juizados 
Especiais Federais e Estaduais da Fazenda Pública é competência absoluta); 
 
c) Em razão da condição das pessoas em lide – artigo 111 do CPC – competência 
absoluta.2º)Critério territorial – artigo 111 do CPC – competência relativa. 
 
3º)Critério funcional – artigo 111 do CPC – competência absoluta. 
 
5. PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
 
De forma resumida, prorrogação de competência é a ampliação da competência de um 
juízo para abranger determinada causa que não estaria originalmente, pelas regras gerais, 
na sua esfera de atribuições. 
 
A prorrogação de competência pode se dar por determinação da lei ou por vontade das 
partes: 
 
Prorrogação legal: decorrente da imposição de lei (Ex. conexão ou continência – artigos 
102 e 104 do CPC). 
 
Prorrogação voluntária: oriunda de ato de vontade das partes (Ex. foro de eleição – 
artigo 111 do CPC) ou na falta de oposição de exceção ao foro incompetente (artigo 114 
do CPC). 
 
 
OBS: A prorrogação somente pode alterar a competência relativa. 
OBS: A PREVENÇÃO não é propriamente uma forma de modificação da competência 
mas uma “prefixação’ de competência do juiz que primeiro tomou conhecimento de uma 
das lides coligadas por conexão, continência, ou por uma relação de acessoriedade, 
gerando uma “atração” das outras ações. 
 
Conexão. Continência 
 
 Conexão e continência são causas de modificação da competência ditadas pelo interesse 
público em que determinadas ações sejam processadas e julgadas no mesmo juízo, com, 
pelo menos duas finalidades: uma de ordem pública (evitar possíveis decisões 
contraditórias entre ações intimamente ligadas, evitando-se o desperdício da atividade 
processual); outra, de ordem particular (maior celeridade processual e menor onerosidade 
possível). 
 
Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o objeto ou o 
pedido (bem jurídico pretendido pelo autor) ou a causa de pedir ou causa petendi, 
que constituem nos fundamentos de fato e de direito do pedido. – Ex. duas ações 
contra dois coobrigados de uma mesma dívida – devedor e fiador – são conexas pela 
identidade de objeto – o pagamento da dívida. 
 
 
 Dá-se continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às 
partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das 
outras (art. 104, do CPC). 
 
 
OBS:Na Litispendência e na Coisa Julgada, se exige a coincidência integral dos 
elementos da causa de pedir. 
 
 
6. CONFLITOS DE COMPETENCIA: 
 
 É um dos instrumentos processuais para o controle da competência, juntamente com a 
exceção de incompetência, consistindo na circunstância de fato ocorrida quando mais de 
um juízo se declara competente (positivo) ou incompetente (negativo). Também ocorre 
conflito de competência quando houver discordância dos juízos sobre a reunião ou 
separação de ações, na conexão ou na continência. 
 
OBS: O conflito de competência deve ser julgado por Tribunal hierarquicamente superior 
aos conflitantes. Se os juízos forem vinculados a tribunais distintos a competência será do 
STJ. E se o conflito de competência envolver Tribunal Superior, a competência para 
dirimi-lo será do STF. 
 
Possuem legitimidade para suscitar conflito: o próprio juiz, as partes e o Ministério 
Público. Se a matéria for de interesse público será obrigatória a intervenção do MP, sob 
pena de nulidade do processo (atuando como fiscal da lei). A instauração do conflito 
provoca efeitos: no conflito negativo, a paralisação da causa; no conflito positivo, a 
possibilidade do relator, de ofício, ou a requerimento, determinar o sobrestamento do 
processo. Em ambos, porém, será designado um dos juízes para resolver, em caráter 
provisório, as medidas, sendo que ao final, os autos do processo principal devem ser 
remetidos ao juízo declarado como competente. 
 
 
OBSERVAÇÕES FINAIS SOBRE COMPETENCIA: 
 
*A determinação da competência ocorre no momento da propositura da ação, e isso com 
a finalidade de proteção das partes. 
 
* São irrelevantes as modificações no estado de fato ou de direito ocorridas 
posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência 
em razão da matéria ou da hierarquia (art. 87, do CPC). 
 
* As modificações no estado de fato não influenciam na competência já estabelecida, 
como por exemplo, as mudanças de residência ou domicílio das partes, do valor da causa, 
do estado material ou da situação do objeto da lide.

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