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PLANEJAMENTO FAMILIAR

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PLANEJAMENTO FAMILIAR 
 
Em 2007, o Ministério da Saúde elaborou o Programa Mais Saúde: Direito de Todos, no qual uma das 
medidas propostas é a expansão das ações de planejamento familiar. A atenção em planejamento familiar 
implica não só a oferta de métodos e técnicas para a concepção e a anticoncepção, mas também a oferta de 
informações e acompanhamento, num contexto de escolha livre e informada. 
 
Observa-se, no entanto, que as ações voltadas para a saúde sexual e a saúde reprodutiva, em sua maioria, 
têm sido focadas mais na saúde reprodutiva, tendo como alvo a mulher adulta, com poucas iniciativas para o 
envolvimento dos homens. E, mesmo nas ações direcionadas para as mulheres, predominam aquelas 
voltadas ao ciclo gravídico-puerperal e à prevenção do câncer de colo de útero e de mama. 
 
É preciso ampliar a abordagem para outras dimensões que contemplem a saúde sexual em diferentes 
momentos do ciclo de vida e também para promover o efetivo envolvimento e corresponsabilidade dos 
homens. Em geral, os profissionais de saúde sentem dificuldades de abordar os aspectos relacionados à 
saúde sexual. Trata-se de uma questão que levanta polêmicas, na medida em que a compreensão da 
sexualidade está muito marcada por preconceitose tabus. 
 
Lei nº 9.263/1996, que regulamenta o planejamento familiar. 
A Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988, inclui no Título VIII da Ordem Social, em 
seu Capítulo VII, art. 226, § 7º, a responsabilidade do Estado no que se refere ao planejamento familiar, nos 
seguintes termos: Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o 
planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e 
científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais 
ou privadas. 
 
A Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, que regulamenta o § 7º do art. 226 da Constituição Federal, que 
trata do planejamento familiar, estabelece em seu art. 2º desta Lei, entende-se planejamento familiar como o 
conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou 
aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. Parágrafo único – É proibida a utilização das 
ações a que se refere o caput para qualquer tipo de controle demográfico. Determina a mesma Lei, em seu 
art. 9º, que: Para o exercício do direito ao planejamento familiar, serão oferecidos todos os métodos e 
técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde 
das pessoas, garantida a liberdade de opção. 
 
Portanto, as instâncias gestoras do Sistema Único de Saúde (SUS), em todos os seus níveis, estão obrigadas 
a garantir a atenção integral à saúde que inclua a assistência à concepção e à contracepção. Em 2004, o 
Ministério da Saúde elaborou a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, em parceria com 
diversos setores da sociedade, em especial com o movimento de mulheres e com os gestores do SUS. Essa 
política reflete o compromisso com a implementação de ações de saúde que contribuam para a garantia dos 
direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis. 
 
Enfatiza a melhoria da atenção obstétrica, o planejamento familiar, a atenção ao abortamento inseguro e às 
mulheres e às adolescentes em situação de violência doméstica e sexual. Além disso, amplia as ações para 
grupos historicamente alijados das políticas públicas nas suas especificidades e necessidades. 
 
Em 2007, o governo federal lançou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que busca aliar o 
crescimento econômico com o desenvolvimento e a equidade social. A saúde constitui-se um dos campos de 
atuação fundamental do PAC e, nesse sentido, o Ministério da Saúde elaborou o Programa Mais Saúde: 
Direito de Todos, que objetiva, numa perspectiva abrangente, aprofundar e atualizar os grandes objetivos da 
criação do SUS, num contexto contemporâneo, agregando novos desafios e dimensões para que os objetivos 
de universalidade, equidade e integralidade possam se concretizar. 
 
O programa contempla 73 medidas e 165 metas. Entre as medidas do eixo promoção da saúde, encontra-se a 
expansão das ações de planejamento familiar. 
 
LEMBRE-SE Planejamento reprodutivo é um termo mais adequado que planejamento familiar e não 
deve ser usado como sinônimo de controle de natalidade. 
 
O primeiro passo para provocar o debate com o usuário é entender que todos estão fortemente afetados por 
esse assunto e que não é possível implementar diálogo pedagógico efetivo a partir de propostas que se 
baseiem unicamente em estratégias pedagógicas tradicionais, tais como “palestras sobre métodos de 
planejamento familiar”, planejadas pelos trabalhadores do serviço, onde o usuário é obrigado a participar 
para ter acesso ao método de planejamento familiar. 
 
As estratégias educativas devem ser implementadas a partir da problematização das realidades dos usuários, 
o que significa refletir sobre as situações, questionando os fatos, fenômenos e ideias, para compreender os 
processos e construir propostas e soluções no coletivo. E nesse processo de problematização deve-se buscar 
envolver todos, ou seja, tanto os usuários quanto os trabalhadores do serviço de saúde. 
 
É necessário que se considere que cada pessoa envolvida no processo educativo tem determinado conceito 
de saúde, visão de mundo, de corpo, de sexualidade, orientação sexual etc. Além disso, também carrega 
diversos conhecimentos sobre sua saúde, autocuidado, doenças e como evitar ou tratá-las. E cada um desses 
conceitos e conhecimentos deve ser considerado no processo educativo, pois o reconhecimento e o 
acolhimento, por parte do grupo, de todos esses conceitos prévios são determinantes na construção da 
possibilidade de um diálogo educativo, produtor de novos conhecimentos e novas práticas. 
 
Entre as habilidades que o profissional de saúde deve buscar desenvolver estão: 
• Respeito e empatia pelos usuários. 
• Boa capacidade de comunicação. 
• Utilizar linguagem acessível, simples e clara. 
• Ser gentil, favorecendo o vínculo e uma relação de confiança. 
• Acolher o saber e o sentir das(os) usuárias(os). 
• Tolerância aos princípios e às distintas crenças e valores que não sejam os seus próprios. 
• Sentir-se confortável para falar sobre sexualidade e sobre sentimentos. 
• Ter conhecimentos técnicos. 
 
Portanto, as instâncias gestoras do Sistema Único de Saúde (SUS), em todos os seus níveis, têm a obrigação 
de garantir a atenção integral à saúde, que inclua a assistência à concepção e à contracepção, num contexto 
de respeito aos direitos sexuais e aos direitos reprodutivos. No que se refere particularmente à atenção em 
anticoncepção, esta pressupõe a oferta de informações, de aconselhamento, de acompanhamento clínico e de 
um leque de métodos e técnicas anticoncepcionais, cientificamente aceitos, que não coloquem em risco a 
vida e a saúde das pessoas, para homens e mulheres, adultos(as) e adolescentes, num contexto de escolha 
livre e informada. 
 
Na atenção em anticoncepção, é muito importante oferecer diferentes opções de métodos anticoncepcionais 
para todas as etapas da vida reprodutiva, de modo que as pessoas tenham a possibilidade de escolher o 
método mais apropriado às suas necessidades e circunstâncias de vida. 
 
Diante do fenômeno de feminização, juvenização e pauperização da epidemia de Aids, o planejamento 
reprodutivo deve ser trabalhado juntamente com a prevenção das DST/HIV/Aids. Em meio a uma realidade 
global de índices elevados de doenças transmissíveis por via sexual,torna-se imprescindível a abordagem da 
prevenção das DST/HIV/Aids, dando-se ênfase à dupla proteção, que é dada pelo uso combinado do 
preservativo masculino ou feminino com algum outro método anticoncepcional, tendo como finalidade 
promover, ao mesmo tempo, a prevenção da gravidez e a prevenção da infecção pelo HIV/Aids e por outras 
DSTs. 
 
Os serviços e profissionais de saúde devem incentivar a adoção da dupla proteção, de modo a garantir a 
prevenção das DST/HIV/Aids e da gravidez não planejada e/ ou indesejada. No que concerne aos métodos 
anticoncepcionais, segundo Aldrighi, Sauerbronn e Petta (2005a), podem ser classificados da seguinte 
forma: 
Temporários (reversíveis): 
a. Hormonais: 
• Orais Combinados Monofásicos Bifásicos Trifásicos Minipílulas 
• Injetáveis Mensais Trimestrais 
• Implantes subcutâneos 
• Percutâneos Adesivos 
• Vaginais Comprimidos Anel 
• Sistema liberador de levonorgestrel (SIU) 
 
b. Barreira 
• Feminino: Diafragma Espermaticida Esponjas Capuz cervical Preservativo feminino 
• Masculino Preservativo masculino 
 
c. Intrauterinos 
• Medicados DIU de cobre Diu com levonorgestrel 
• Não medicados 
 
d. Comportamentais ou naturais: 
Tabela ou calendário (Ogino-Knaus) 
Curva térmica basal ou de temperatura 
Sintotérmico Billings (mucocervical) 
Coito interrompido 
 
e. Duchas vaginais 
 
Definitivos (esterilização): 
• Feminino (ligadura tubária) 
• Masculino (vasectomia) 
 
Os métodos anticoncepcionais reversíveis adquiridos atualmente pelo Ministério da Saúde para serem 
oferecidos à rede de serviços do SUS são: 
• Pílula combinada de baixa dosagem (etinilestradiol 0,03 mg + levonorgestrel 0,15 mg). 
• Minipílula (noretisterona 0,35 mg). 
• Pílula anticoncepcional de emergência (levonorgestrel 0,75 mg). 
• Injetável mensal (enantato de norestisterona 50 mg + valerato de estradiol 5 mg). 
• Injetável trimestral (acetato de medroxiprogesterona 150 mg). 
• Preservativo masculino. 
• Diafragma. 
• DIU Tcu-380 A (DIU T de cobre). 
 
Algumas secretarias estaduais e municipais de saúde também fazem aquisições de métodos 
anticoncepcionais e complementam o que é distribuído pelo Ministério da Saúde. 
 
ESCOLHENDO O MÉTODO ANTICONCEPCIONAL 
A orientação é essencial antes de escolher um método anticoncepcional. No processo de escolha, devem ser 
levados em consideração os seguintes aspectos: A preferência da mulher, do homem ou do casal É 
fundamental discutir o conceito de escolha livre e informada. Embora o orientador deva estar disposto a 
aceitar a preferência da usuária(o) por um determinado método, é importante certificar-se de que essa 
decisão está sendo tomada com base em informações corretas, atualizadas e completas. 
 
É comum observar-se nos serviços de saúde a conduta simplista de oferecer liberdade de escolha não 
informada. Essa conduta consiste, basicamente, em iniciar a orientação perguntando em que método a 
pessoa está pensando ou considerando como preferencial, dar uma informação muito superficial sobre todos 
os métodos, sem conferir se a pessoa conhece as características de cada um. Essa conduta oferece livre 
escolha, mas não se trata de uma escolha livre e informada 
 
Características dos métodos: 
B.1 Eficácia: 
 Não existe método 100% eficaz. Todos os métodos anticoncepcionais apresentam taxa de falha, que é 
calculada com o número de gestações não desejadas entre os usuários(as) de determinado método 
anticoncepcional, nos primeiros 12 meses de uso. 
 
Dessa forma, duas taxas podem ser encontradas para cada método: uma mostra a taxa de falha entre os 
usuários(as) de uma forma geral de uso, isto é, sem considerar todas as dificuldades que possam ter sido 
encontradas durante o uso – eficácia no uso rotineiro ou uso típico. Outra taxa é aquela que leva em conta 
apenas os usuários que fizeram o uso correto e consistente do método escolhido – eficácia em uso correto e 
consistente. 
 
B.2 Efeitos secundários: 
A inocuidade, ou seja, a ausência de quaisquer efeitos secundários adversos seria condição ideal, ainda não 
conseguida na maioria dos métodos anticoncepcionais até os dias atuais. Todo método tem vantagens e 
desvantagens. Por outro lado, é também verdade que alguns ocasionam mais efeitos secundários adversos 
que outros, sendo direito da(o) usuária(o) ser corretamente informada(o) a respeito dessas diferenças. Além 
disso, o profissional de saúde deve estar capacitado para prevenir e tratar tais efeitos, assim como avaliar os 
riscos que o uso de determinados métodos possa acarretar à saúde. 
 
B.3 Aceitabilidade: 
A aceitação do método, o grau de confiança que nele se tem, a motivação para seu uso e a correta orientação 
do profissional de saúde são importantes fatores para o sucesso do método escolhido. Por outro lado, a 
inadaptação psicológica e cultural a determinado método pode ser a maior causa de seu fracasso ou de 
mudança para outro método. 
 
B.4 Disponibilidade: 
O acesso gratuito aos métodos anticoncepcionais é condição fundamental para que a escolha se realize 
livremente, sem restrições. Isso é particularmente importante considerando-se que grande parte da população 
não tem condição de pagar pelo método. Assim, nas situações em que a oferta de determinado método não 
seja possível, é da maior importância considerar o seu custo, avaliando-se a possibilidade da(o) usuária(o) 
arcar com ele. 
 
B.5 Facilidade de uso: 
 De nada adiantará a indicação de um método que tenha todas as qualidades anteriormente descritas se sua 
utilização for difícil, complexa ou de difícil assimilação para a pessoa. No entanto, é igualmente verdade que 
a maior parte das dificuldades relacionadas ao uso do método pode ser resolvida com o adequado suporte do 
profissional de saúde. 
 
B.6 Reversibilidade: 
Existem métodos considerados reversíveis, que são aqueles em que a pessoa, após parar de usá-los, recupera 
a fertilidade. Existem métodos considerados irreversíveis, como os métodos cirúrgicos (laqueadura tubária e 
vasectomia), porque após utilizá-los é muito difícil a pessoa recuperar a capacidade reprodutiva. O ideal é 
que os métodos anticoncepcionais sejam completa e imediatamente reversíveis e que, uma vez interrompido 
seu uso, haja recuperação total da fertilidade, correspondente à faixa etária da(o) usuária(o). 
 
B.7 Proteção contra doenças sexualmente transmissíveis (DST) e infecção pelo HIV: 
A ocorrência das doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV traz consequências para o 
exercício da sexualidade e da reprodução e produz série de desafios e desdobramentos para a área da saúde 
reprodutiva e sexual. Dessa forma, é fundamental estimular a prática da dupla proteção, ou seja, a prevenção 
simultânea das DST/HIV/Aids e da gravidez indesejada. Isso pode ser obtido pelo uso combinado do 
preservativo masculino ou feminino com outro método anticoncepcional. 
 
Nesse sentido, os profissionais de saúde devem conversar com o indivíduo ou o casal sobre DST/HIV/Aids, 
propiciando assim percepção a respeito de situações de risco para essas infecções e reflexão sobre a 
necessidade de sua prevenção, favorecendo a adesão ao uso do preservativo. 
 
Considerando o fato de existirem os recursos disponíveis para tratamento ou controle de DST e Aids, o 
diagnóstico para essas infecções deve ser oportunizado e garantido também nos serviços de planejamento 
reprodutivo. 
 
C. Fatores individuais e contexto de vida relacionados aos usuários(as) que devem ser considerados no 
momento da escolha do método. 
C.1 Condições econômicas. 
C.2 Estado de saúde. 
C.3 Características da personalidadeda mulher e/ou do homem. 
C.4 Fase da vida. 
C.5 Padrão de comportamento sexual. 
C.6 Aspirações reprodutivas. 
C.7 Fatores culturais e religiosos. 
C.8 Outros fatores, como medo, dúvidas e vergonha.

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