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da restauração, e higiene bucal satisfatória. O uso tópico de esteróides por um curto período de tempo pode ajudar. Laskaris_01.indd 8Laskaris_01.indd 8 8/9/07 2:39:28 PM8/9/07 2:39:28 PM Lesões Brancas 9 Figura 8 Reação liquenóide a amálgama e frio: lesões brancas e eritematosas na mucosa jugal. Figura 9 Reação liquenóide à droga alopurinol: lesões brancas hiperceratóticas e erosões superfi ciais nas bordas da língua. Laskaris_01.indd 9Laskaris_01.indd 9 8/9/07 2:39:29 PM8/9/07 2:39:29 PM 10 Lesões Brancas Linha Alba Defi nição A linha alba é uma alteração da mucosa jugal relativamente comum. Etiologia Pressão e sucção através da face vestibular dos dentes. Aspecto clínico Apresenta-se como uma elevação linear, bilateral, assinto- mática, de coloração levemente esbranquiçada e localizada na altura da linha oclusal dos dentes (Fig. 10). Tem consistência normal à palpação. O diagnós- tico é clínico. Tratamento Não requer tratamento. Estomatite Nicotínica Defi nição Estomatite nicotínica, ou palato de fumante, é um tipo de ceratose comum, relacionada ao tabaco e que ocorre exclusivamente no palato duro. É classicamente associada ao uso de charuto e cachimbo. Etiologia O fator responsável pela lesão é a temperatura elevada, mais do que os produtos químicos do tabaco. Aspecto clínico Clinicamente, a mucosa palatina responde inicialmente às altas temperaturas com eritema. Posteriormente, assume aspecto verrucoso e coloração branco-acinzentada difusa, com numerosas pápulas com ponto avermelhado no centro, que representam orifícios dilatados e infl amados dos ductos das glândulas salivares menores (Fig.11). A estomatite nicotínica não é uma lesão cancerizável, ao contrário do palato do fumante invertido, que está associado com o hábito de fumar invertido. Testes laboratoriais Geralmente não requer testes laboratoriais. Entretan- to, o exame histopatológico pode ser útil. Diagnóstico diferencial Palato do paciente que tem hábito de fumar inver- tido, leucoplasia, lúpus eritematoso discóide, candidíase e líquen plano. Tratamento Suspensão do hábito de fumar. Laskaris_01.indd 10Laskaris_01.indd 10 8/9/07 2:39:30 PM8/9/07 2:39:30 PM Lesões Brancas 11 Figura 10 Linha alba. Figura 11 Estomatite nicotínica. Laskaris_01.indd 11Laskaris_01.indd 11 8/9/07 2:39:30 PM8/9/07 2:39:30 PM 12 Lesões Brancas Estomatite Urêmica Defi nição Estomatite urêmica é uma desordem rara que pode ocorrer em pacientes com defi ciência renal aguda ou crônica. Etiologia Aumento da concentração de uréia e seus produtos no sangue e na saliva. A patogenia das lesões bucais não é clara. Aparece geralmente quando a concentração de uréia no sangue excede 30 mmol/1. A degradação da uréia presente na boca pela enzima urease forma amônia livre, que pode danifi car a mucosa bucal. Aspecto clínico São descritas quatro formas de estomatite urêmica: (a) forma ulcerada, (b) forma hemorrágica, (c) forma não-ulcerada, pseudomem- branosa e (d) forma hiperceratótica. As duas últimas formas apresentam-se como lesões brancas. A forma pseudomembranosa, não-ulcerada, apresenta-se como um eritema difuso recoberto por uma pseudomembrana espessa bran- co-acinzentada, com sintomatologia dolorosa (Fig. 12). A forma hipercerató- tica apresenta-se como uma lesão branca hiperceratótica com projeções fi nas e sintomatologia dolorosa (Fig. 13). As áreas mais afetadas são a língua e o assoalho da boca. Os sintomas comumente observados são xerostomia, hálito urinífero, sensação gustativa desagradável e sensação de queimação. As com- plicações bucais mais comuns são candidíase e infecções virais e bacterianas. O diagnóstico baseia-se na história, características clínicas, exame de urina e determinação dos níveis sangüíneos de uréia. Diagnóstico diferencial Candidíase, estomatite por contato com canela, leucoplasia pilosa, nevo branco esponjoso e reações a drogas. Tratamento As lesões bucais melhoram com a hemodiálise. Sugere-se higie- ne bucal cuidadosa, uso de enxaguatórios com agentes que liberam oxigênio e saliva artifi cial. Se necessário, podem ser utilizados agentes antimicóticos, antivirais e antimicrobianos. Laskaris_01.indd 12Laskaris_01.indd 12 8/9/07 2:39:31 PM8/9/07 2:39:31 PM Lesões Brancas 13 Figura 12 Estomatite urêmica, pseudomembrana acinzentada na língua e assoalho de boca. Figura 13 Estomatite urêmica, lesões brancas hiperceratóticas mimetizando leuco- plasia pilosa na borda lateral da língua. Laskaris_01.indd 13Laskaris_01.indd 13 8/9/07 2:39:32 PM8/9/07 2:39:32 PM 14 Lesões Brancas Estomatite por Contato com Canela Defi nição Estomatite por contato com canela é uma reação relativamente comum da mucosa bucal ao contato contínuo com substâncias que contêm canela. Etiologia Temperos artifi ciais de canela especialmente sob a forma de goma de mascar, doces, pasta de dente, balas, etc. Aspecto clínico A condição caracteriza-se por eritema na mucosa bucal, ge- ralmente associado com descamação e erosão. É comum a presença de placas brancas hiperceratóticas (Figs. 14 e 15). São relatados freqüentemente sinto- mas de queimação e dor. Os locais comumente afetados são borda lateral da língua, mucosa jugal e gengiva. Pode ocorrer queilite esfoliativa e dermatite peribucal. O diagnóstico baseia-se na história e nas características clínicas. Diagnóstico diferencial Estomatite por contato com amálgama, lesão por mordiscamento, leucoedema, peeling epitelial, leucoplasia pilosa, leucoplasia, candidíase, estomatite urêmica, líquen plano, lúpus eritematoso discóide. Tratamento A suspensão dos produtos com canela melhora os sinais e sin- tomas em aproximadamente duas semanas. A utilização de baixas doses de esteróides (por exemplo, 10 mg/dia de prednisona) pode auxiliar na cicatriza- ção de lesões erosivas extensas e severas. Laskaris_01.indd 14Laskaris_01.indd 14 8/9/07 2:39:33 PM8/9/07 2:39:33 PM Lesões Brancas 15 Figura 14 Estomatite por contato com canela, lesão branca na superfície ventral da língua. Figura 15 Estomatite por contato com canela, lesões brancas severas localizadas na borda lateral da língua. Laskaris_01.indd 15Laskaris_01.indd 15 8/9/07 2:39:33 PM8/9/07 2:39:33 PM 16 Lesões Brancas Queimadura Química Defi nição É uma lesão à mucosa bucal causada pela aplicação de agentes cáusticos. Etiologia Agentes causais incluem aspirina, peróxido de hidrogênio, fenol, álcool, perborato de sódio, nitrato de prata, ácido tricloroacético, ataque ácido e vernizes odontológicos. Aspecto clínico Clinicamente, a mucosa afetada apresenta-se recoberta por uma membrana branca resultante de necrose (Figs. 16, 17 e 18). O epitélio necrosado pode ser facilmente removido, resultando em uma superfície aver- melhada e sangrante. As lesões são dolorosas. O diagnóstico baseia-se nas características clínicas e na história. Diagnóstico diferencial Gengivite e estomatite ulcerativa necrosante, ma- téria alba, candidíase, trauma mecânico e doenças bolhosas. Tratamento Tratamento é sintomático. Figura 16 Queimadura por fenol. Laskaris_01.indd 16Laskaris_01.indd 16 8/9/07 2:39:34 PM8/9/07 2:39:34 PM Lesões Brancas 17 Figura 17 Queimadura por ácido tricloroacético. Figura 18 Queimadura por aspirina. Laskaris_01.indd 17Laskaris_01.indd 17 8/9/07 2:39:35 PM8/9/07 2:39:35 PM 18 Lesões Brancas Candidíase Defi nição Candidíase é a infecção fúngica mais comum que acomete a boca. Nas últimas duas décadas a doença tem assumido grande importância. Etiologia É causada geralmente pela Candida albicans e, com menos fre- qüência, por outras espécies do fungo (C. glabrata, C. krusei, C. tropicalis, C. parapsilosis). Os fatores predisponentes são locais (má higiene bucal, xe- rostomia,