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A FORMAÇÃO DO EDUCADOR DA EJA

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A FORMAÇÃO DO EDUCADOR DA EJA: 
UMA PERSPECTIVA DO APERFEIÇOAMENTO DA PRÁTICA DOCENTE
BORGES, Irailda Maria ¹
RU 935391
NAZARENO, Soraia²
RESUMO
Este trabalho trata-se de uma concepção com base na pesquisa concernente a uma perspectiva do aperfeiçoamento da prática pedagógica na alfabetização de Jovens e adultos – EJA. O principal objetivo desta pesquisa e mostrar a vivência e a metodologia da alfabetização de jovens e adultos em uma turma da 1ª etapa de EJA de uma Escola Municipal localizada, no município de Balsas/MA. A pesquisa tem a intenção de conceituar os métodos e as práticas dos educadores de alfabetizar os jovens e adultos. O presente trabalho conceitua que uma educação objetiva pode levar o educando a ser o centro de sua aprendizagem, construtores do seu conhecimento. O objetivo do educador é sobretudo ser o mediador do conhecimento, motivá-los, fazer os educandos a participarem do processo educativo, possibilitar meios para que o próprio educando tenha curiosidade, sejam donos do seu próprio conhecimento. Para alcançar este objetivo, se fez necessário um levantamento das concepções de autores especializados no assunto, entre os quais podem ser citados: Freire (1997), Souza (2012), Almeida; Soares (2012), Silva; Urbanetz (2012) e Soek (2010).
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Formação. Prática docente
___________________
¹ Aluno do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso. 02– 2015.
² Professora Orientadora no Centro Universitário Internacional UNINTER 
INTRODUÇÃO
Segundo Souza (2012 p. 31), a formação da identidade da educação de adultos no Brasil dá-se a partir da década de 1940, especificamente no ano de 1947, com a política de educação para as massas. Esta passava a ser considerada uma condição necessária para que o Brasil se realizasse como um país desenvolvido.
As discussões em torno da educação de adultos, as campanhas e os projetos desenvolvidos, como o Serviço de Adultos (SEA), a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA) e o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), dentre outros, se dão a partir da questão do analfabetismo no Brasil. Diante disso, somente na década de 1960, a EJA é denominada “Educação de Adultos”, sendo inspirada pelos estudos de Paulo Freire.
A realidade daqueles que não tiveram acesso à educação na idade adequada, hoje se caracteriza principalmente pela diversidade de público de jovens e adultos. Os adultos que demandam a EJA, são trabalhadores empregados, ou em busca do primeiro emprego, filhos, pais e mães moradores das periferias, vilas e favelas. A grande parte desse púbico não teve acesso á escola na infância ou na adolescência, ou seja, não deram início ao processo de escolarização.
“Toda criança, jovem e adulto tem direito humano de se beneficiar de uma educação que satisfaça suas necessidades básicas de aprendizagem, no melhor e mais pelo sentido, e que inclua uma aprendizagem efetiva e satisfatória” (FREIRE, 1997.pag 148).
Os alunos que demandam a EJA, são sujeitos sociais e culturais marginalizados nas esferas socioeconômicas e educacionais, privados do acesso à cultura letrada e aos bens culturais e sociais, comprometendo uma participação mais ativa no mundo do trabalho, da política e da cultura, ou seja, esses sujeitos têm em comum a exclusão do sistema regular de ensino e a condição de não crianças. Dentro desta perspectiva histórica, percebe-se a difícil trajetória da EJA, no Brasil, sendo ainda necessário discutir os objetivos desta no contexto atual.
Por esse motivo, conhecer os objetivos da EJA, principalmente no município de Balsas, é fator importante para se entender o que acontece nela hoje, e verificar se a prática pedagógica acompanha esses objetivos ou simplesmente os ignora.
Diante disso acredito que a formação de professores voltada à EJA é o momento de consolidar e aperfeiçoar as técnicas e metodologias pedagógicas, voltadas para o aprendizado que levem para o alunado conhecimentos indispensáveis para o desenvolvimento de todas as atividades que venham a realizar ao longo de sua vida, tornando-o assim um sujeito atuante e autônomo.
 A FORMAÇÃO DO EDUCADOR DA EJA: UMA NECESSIDADE URGENTE
Para se ter alguma concepção de como a Educação de Jovens e adultos aconteceu no Brasil, se faz necessário um retrospecto da história da EJA. A história da EJA insere-se num cenário econômico social e político. Está geralmente atrelada à relação entre educação e trabalho, haja vista que os seus sujeitos são trabalhadores ou jovens em busca do primeiro emprego. Ou pessoas trabalhadoras aposentadas. A educação é um dos direitos sociais garantidos no texto constitucional de 1988. Ela tem estado presente nas lutas de diversos movimentos sociais, que demandam acesso e permanência na escola. Todos sabemos que a desigualdade social é marca registrada do Brasil, assim como a concentração da terra e da renda.
O Brasil é marcado por uma desigualdade social muito grande, este fator ocorre desde a época dos escravos, onde havia exclusão dos analfabetos, dos que não possuíam renda anual líquida, e de raças e religiões (Souza, 2012, p. 33). 
Em 1967, tivemos a criação do Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), o mesmo começou em Recife, Paraíba e Sergipe, criado no período da ditadura militar. O presente movimento tinha características básicas: independência institucional e financeira face aos sistemas regulares de ensino e aos demais programas de educação de adultos.
Na década de 1970, o ensino supletivo foi inserido no sistema regular de ensino. Os centros de estudos supletivos complementavam a atuação do Mobral, estendendo a escolaridade além das primeiras séries. O supletivo caracterizava-se pelo ensino a distância e por módulos de trabalho. Ao final de 1983, havia 80 centros, conforme informações do MEC (Souza, 2012, p. 52).
Em 1985 o Mobral foi extinto e substituído pela Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos a Fundação Educar. Essa fundação deveria fomentar programas destinados àquelas que não tiveram acesso à escola ou que dela foram excluídos. A fundação era vinculada ao MEC e atuava com o apoio financeiro das prefeituras municipais ou de associações da sociedade civil. A mesma teve a sua extinção em 1990 durante o governo do Presidente Collor.
Em 1991, o MEC passa a enfocar as carências do ensino fundamental como propiciadoras das altas taxas de analfabetismo. Com a extinção da Fundação Educar, configura-se um processo de transferência das obrigações com a educação supletiva – que eram do governo federal – para os estados e os municípios.
No ano de 2000 foram aprovadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação de Jovens e Adultos, também num cenário em que se discutia a organização de diretrizes curriculares para todos os níveis da educação básica à educação superior.
Num cenário de desenvolvimento de campanhas e movimentos de educação de jovens e adultos, vale mencionarmos o que se caracteriza como um dos espaços públicos de debate das experiências de EJA no Brasil, os Enejas. Agrega professores da EJA, alunos, instâncias governamentais, instâncias sindicais, movimentos sociais, universidades, organizações não governamentais etc. (Souza, 2012 p. 53).
2.1 As campanhas de EJA a partir de meados do século XX
A Campanha de Educação se refere a um movimento que emerge da iniciativa governamental e tem o intuito de amenizar a discrepância social no que se refere à situação de escolaridade da população.
2.1.1 Iniciativas governamentais
A primeira Campanha de Educação de Adultos (CEA), ou Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), foi criada em 1947 e extinta em 1963. Ela tinha o objetivo de expandir entre as massas os postulados do novo regime político – a democracia liberal (SOUZA, 2012, p. 44).
As características centrais do CEA, foram:
Nasceu da regulamentação do ENEP;
Sua emergência atendia às prioridadesda Organização Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco) na esfera da educação popular;
Acenava a “possibilidade de preparar mão de obra alfabetizada nas cidades, de adentrar os imigrantes e seus descendentes nos estados do sul do Brasil”.
Constituía um instrumento para a melhoria dos índices de analfabetismo no país;
Retomava aspectos do “entusiasmo pela educação”, devendo ser uma campanha de salvação nacional;
Tinha um fundamento político ligado à ampliação das bases eleitorais;
Servia como combate ao marginalismo social; e
A insuficiência cultural do pais estaria sendo, empecilho ao seu desenvolvimento econômico.
A fase extensiva se referia ao ensino das técnicas de leitura e escrita, alfabetização em três meses e condensação do curso primário em dois períodos letivos de sete meses de duração, e a fase de “ação em profundidade” deveria oferecer capacitação profissional às comunidades e estar ligada à ação nesses meios.
A realidade educacional brasileira evidenciava, a partir da segunda metade do século XX, os seguintes aspectos: maior procura de escola pela população, criação de programas que visavam incentivar o ingresso das crianças na escola, processos de descentralização e, ao mesmo tempo, de centralização da educação, queda no número de analfabetos, proposição para a diminuição da defasagem entre a idade e a série escolar e aumento da demanda de programas de educação de jovens e adultos.
2.2 Programas e projetos de EJA: a parceria atuante a partir da década de 1990
O termo parceria passou a ganhar espaço nas sociedades civil e política. A EJA tem sido encaminhada, em muitas localizadas brasileiras, mediante parcerias entre poder público e a sociedade civil. Geralmente, as parcerias caracterizavam-se por convênios que retratam a obrigação de cada uma das partes, ficando a cargo do governo o financiamento; da empresa ou da organização social, o encaminhamento pedagógico; e da comunidade, a organização para a participação nas turmas de EJA.
A trajetória da EJA é bastante marcada por programas governamentais, campanhas e movimentos sociais, parcerias, organização de espaços públicos para o debate em torno da EJA – a exemplo dos Enejas, dos fóruns de encontros estaduais, entre tantas outras ações da sociedade civil e do poder público. O que inquieta é a existência do analfabetismo e da baixa escolaridade da população brasileira (em média de anos de estudo) em pleno século XXI, ao lado da fragilidade da formação escolar daqueles que têm acesso a ela (Souza, 2012, p. 55).
2.3 Experiências de EJA no Brasil: Final do Século XX e início do século XXI
Sabemos que a EJA, como um direito social, tem integrado o discurso político nas instâncias governamentais, bem como nas entidades, nas organizações e nos movimentos reivindicatórios da sociedade civil organizada, nos últimos anos. Entretanto notamos neste início de século que há uma infinidade de projetos e programas que têm a EJA como objeto da ação. Dentre esse podemos destacar: Programa Brasil Alfabetizado, Programa Alfabetização Solidária, Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), Projovem Campo – Saberes da Terra, Projovem Integrado, Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens de Adultos (Proeja), dentre outros. Portando diante da demanda de programas e projetos o que se pode notar e que tanto o governo com a sociedade civil organizada busca atender à diversidade cultural da sociedade brasileira e superar a situação de desigualdade social, que ainda é expressiva no país.
	
2.4 Desigualdade e escolaridade: porque a EJA e necessária?
No século XX, pairava algumas estatísticas e situações atuais, amplamente divulgadas pelo IBGE: somos cerca de 190 milhões de habitantes, estamos entre os países de pior distribuição de renda, 9,7% dos brasileiros são analfabetos completos, o Brasil é o país de maior concentração fundiária e 80% da população brasileira vivendo nas cidades.
Os movimentos sociais por moradia, transporte, saúde, educação, terra etc. reiteradamente marcam presença no cenário sociopolítico brasileiro. Além disso, houve um aumento da participação privada na educação nacional, em especial na educação superior. Acrescentemos que os programas de EJA sofreram impulso nos anos de 1990, mediante parcerias dos governos municipal, estadual e federal com os diversos atores organizados da sociedade civil, na intenção de promover alfabetização e escolarização às pessoas que não concluíram os estudos na idade adequada.
 Concepções de EJA ao longo do Século XX
E sempre importante perguntar qual é a concepção de mundo, de sociedade, de educação, de ensino, de sujeito que orienta a nossa ação. A resposta expressará se é uma concepção tradicional ou se é uma concepção que orienta o pensar e o fazer educativos.
Segunda Souza (2012, p. 112), a abordagem tradicional do ensino identifica o aluno como parte de um mundo que irá conhecer, isto e, a realidade será transmitida a ele, existe a preocupação com a armazenagem de conhecimentos, a educação restringe-se à instrução e à transmissão de conteúdos, os alunos são instruídos pelos professores, há um relação vertical entre professor e aluno, existe o predomínio da metodologia expositiva e a avaliação e concebida como verificação da memorização de conteúdos.
Na educação dialógica/problematizadora da educação e da EJA existe uma preocupação com o desenvolvimento da consciência política, mediante o trabalho coletivo e valorização da prática social dos sujeitos do processo educativo. Assim, alfabetização não deixa de ser a aquisição de um padrão convencional de escrita, leitura, ortografia etc., porém torna-se a busca pela intepretação dos conteúdos ideológicos que envolvem as palavras e o discurso.
As práticas da EJA têm sido marcadas pela influência de ambas as concepções de educação: de um lado estão as práticas que dão excessiva ênfase às metodologias de ensino e à utilização de manuais didáticos que facilitam a aquisição dos requisitos para a leitura e a escrita; de outro, estão as práticas que focalizam o conteúdo social no fazer educativo e os processos dialógicos que possam levar ao desenvolvimento da consciência crítica da emancipação (SOUZA, 2012, p. 114).
3. A FORMAÇÃO DO EDUCADOR DA EJA
A formação e a prática do educador são dois temas que inquietam alunos, professores, comunidade, coletivos de educação e instâncias governamentais. A formação é um processo essencial à prática da EJA, entretanto, as experiências coletivas vêm demonstrando que a produção do conhecimento na EJA tem mais sentido político e social quando articula teoria e prática.
A formação do educador da EJA, portanto, dá ênfase a duas dimensões indissociáveis. De um lado, valorizar-se a experiência do educador. E outro, valorizam-se os conhecimentos já construídos na EJA, seja pelas pesquisas acadêmicas, seja pelo aprofundamento das práticas desenvolvidas nos diferentes programas de EJA no Brasil. A articulação entre prática e teoria é essencial na formação do educador da EJA.
Numa concepção instrumental de educação, a preocupação central é que o aluno domine os conhecimentos escolares tradicionais. Na concepção dialógica a preocupação central é que o aluno possa trabalhar com os conhecimentos que tenham significado sociocultural, e dessa lógica os conteúdos emergirão do mundo cotidiano e ganharão complexidade à medida que forem debatidos no grupo. A educação e a alfabetização constituem, portanto, o ato de conhecimento que emancipa e que motiva para a realização de ações modificadores do meio (SOUZA, 2012 p. 117).
Falar da formação e da prática do professor da EJA implica pensar os equívocos relacionados à sua formação, entre os quais são quatro as principais, conforme apontam Barreto e Barreto apud Souza (2012, p. 134):
A formação pode tudo: “esse equívoco nasce de uma visão autoritária do processo educativo, que desconhece a condição de sujeito do educando. As pessoas não são instrumentosque podem ser usadas para qualquer tarefa através de um processo de formação”.
A formação antecede a ação: “ a formação é uma prática de conhecimento e todo conhecimento nasce com uma pergunta{...} as perguntas surgem na ação em sua grande maioria {...} assim, o processo não se esgota na formação inicial, mas continua durante todo o processo. Portanto, é necessário um processo de formação permanente”.
Separação entre teoria e a prática: “ Ignora-se que não existem prática que não esteja sustentada por uma teoria. A ação mais simples que possamos imaginar não poderá ser executada por quem não tenha um mínimo de teoria sobre esta ação”.
Trabalhar o discurso e não a prática: “ As pessoas podem pensar uma coisa e dizer outra, assim como fazer uma coisa e dizer outra. Aderir ao discurso da moda ou do poder pode trazer compensações e rejeitá-lo pode trazer complicações”.
O suporte dessa modalidade tem a ideia de que todos obtêm o direito de aprender, seja em qual tempo for. Sua principal característica está baseada na realidade dos educandos no saber da comunidade. Portanto a partir de então o começo do trabalho das palavras e temas do cotidiano deles, resultando em um ato de maior conhecimento e com o passar do tempo à transformação social.
3.1 Saberes necessários ao educador da EJA
Segundo Souza (2012, p.140 -142), tomando como referência as reflexões de Freire, em suas várias obras faz necessário enumerar alguns saberes e atitudes essenciais à prática do educador da EJA:
Assumir-se como profissional libertador que tem postura crítica diante da realidade vivida. Ou seja, pressupõe-se que o educador valorize o sujeito com o qual trabalha, respeite-o e tenha a intensão de propiciar novos aprendizados, por meio de interrogações postas durante o processo educativo. A postura crítica implica na problematização do que se vê e do que se lê nos materiais bibliográficos e demais recursos utilizados na aula. Implica na interrogação de acontecimentos que marcam o mundo da vida, de todos os que estão no processo educativo. Dessa forma o educador fica atento aos acontecimentos sociais, econômicos e políticos que marcam o país, para ter embasamento e condições de dialogar com os educandos.
Ter papel diretivo ao processo educativo, não como quem ocupa uma posição de comando, mas como articulador de um estudo sério sobre algum objeto de investigação. Ou seja, cabe ao professor domínio do processo educativo, preparo, estudo, interesse pelos acontecimentos que marcam o país. Um educador bem informado e interessado em aprofundar os conhecimentos propiciará o interesse dos educandos também pela interrogação do mundo. Ao passo que um educador acomodado suscitará a acomodação e o desânimo dos educandos. O educador necessita saber para onde caminhar e como caminhar como os seus educandos.
Colocar-se na posição de quem busca superar-se constantemente, numa atitude práxis. O que é uma atitude práxis? É aquela que vai além do simples fazer mecânico. O docente, no processo educativo, sente necessidade de rever as relações educativas que se passam na EJA. Sente necessidade de aprofundar os conhecimentos, mediante problematização feita pelos educandos. Um educador que interroga a própria prática, que trabalha com as necessidades que lhe surgem e que busca superar-se a cada experiência tem uma atitude práxica, criadora.
Fazer do ato educativo um ato do conhecimento. O que é necessário para conhecer? Em primeiro plano é imprescindível ter dúvida. Todos aqueles que tem dúvida sobre algum fato, conteúdo informação tende a buscar resolução. Esse processo caracteriza a construção de conhecimento, pois supera a mera reprodução de algo que não foi suficientemente estudado. Existem muitos atos educativos que são reprodutores do que outros sujeitos fizeram, esse é também parte do processo de conhecimento do mundo. Entretanto, a postura de sujeito do processo educativo, como aquele que busca construir as respostas, é essencial para a formação de sujeitos críticos, que se inquietam diante do mundo e por isso, lutam para transformá-lo.
Respeitar o educando e a si próprio como sujeito do conhecimento. Ou seja, adotar a postura de sujeito pensante crítico. Superar as atitudes de mera repetição de conteúdos que muitas vezes nem foram compreendidos. O educando possui um conjunto de experiências que podem ser conhecidas e reconhecidas no processo educativo. Por sua vez, o educador possui experiências e capacidade para problematizar os relatos trazidos pelos educandos, além de criar um ambiente propício ao diálogo em sala de aula. A valorização da cultura dos educandos e da própria sociedade como constitui fonte de problematização dos conhecimentos.
Esses inúmeros saberes e atitudes levam a uma concepção dialógica de educação na EJA. Cabe a cada um de nos fazer a opção correta para que a sociedade possa caminhar para a emancipação, superando as diferentes formas de opressão que ainda marcam as relações sociais
3.2 A Importância e a necessidade da formação continuada
Segundo Almeida e Soares (2012, p.128), a formação continuada é parte constitutiva do processo de desenvolvimento profissional docente, pois o trabalho do professor exige que ele esteja constantemente de atualizando em relação aos conhecimentos produzidos pela sociedade. É importante lembrar que os conhecimentos não são eternos e imutáveis, mas, ao contrário, sofrem constantes transformações que ocorrem, à medida que também se transformam, histórica e socialmente, as condições materiais da nossa existência. Assim, ao longo da nossa história, modificam-se as relações de trabalho, modificam-se as relações sociais e modifica-se a cultura de modo geral. E essas transformações ocorrem cada vez mais rapidamente no mundo atual, basta verificamos os constantes avanços ao campo da ciência e das tecnologias.
Sendo assim a formação continuada é uma exigência para todos os profissionais que querem se manter atualizados, além de ser uma exigência específica do trabalho docente e uma condição a realização da função social da escola: a garantia da efetivação do processo ensino-aprendizagem (Sousa; Almeida, 2012, p. 126). Quanto mais bem preparado o professor, quanto mais atualizado em relação aos conhecimentos que leciona, em relação ao mundo em que vive, mais relações poderá estabelecer entre os conhecimentos e a realidade, possibilitando aos seus alunos, aulas mais interessantes, criativas e motivadoras.
É Importante o que escrevem Barreto e Barreto apud Souza (2012, p.133): “ o objetivo da formação é melhorar a qualidade da intervenção do educador, não apenas o seu discurso”. Parece que na sociedade atual temos enfrentado dificuldades na busca de melhoria da capacidade de intervenção do educador. Na educação superior, encontramos entre os alunos que estão iniciando a graduação alguns que são professores da educação infantil, porém mal sabem organizar uma frase concisa e clara, cometem erros ortográficos inadmissíveis e demonstram unicamente o interesse pela busca imediata de um diploma de graduação.
Obviamente existem muitos outros alunos interessados em aprimorar os conhecimentos que já possuem e se preocupam em desenvolver uma prática diferenciada. Nesse contexto, é importante que tenhamos em mente a ideia de “melhoria na qualidade de intervenção do educador”. Se adultos trazem discursos conservadores e culpabilizadores em relação ao analfabetismo, qual é o papel do educador? Como contribuir com a superação dessa visão de mundo? Como não reforçar os estigmas tão fortalecidos em todas as instâncias societárias?
Trabalhar na EJA, assim como em qualquer outra modalidade de ensino, requer preparação. O professor precisa refletir sobre sua prática educativa e buscar por novas perspectivas de ensino e aprendizagens.
Nesse sentido, a importância da formação continuada dos professores está relacionada com a ideia de que por meio dela é possível contribuir para ampliar e aprofundar os conhecimentos dos professores e dessa forma, contribuir para a qualidade do ensino ofertadoà maioria da população.
3.3 Metodologias apropriadas para a EJA: analise dos questionários
Com base nos questionários aplicados a alguns professores da EJA, na Escola Municipal pesquisada, no município de Balsas/MA, percebeu-se com base na questão formulada e direcionada aos educadores, os mesmos foram unanimes em afirmar que no período da graduação de licenciaturas, pouco se trata sobre educação de jovens e adultos. Talvez deva a isso a carência de metodologias voltadas à EJA. Portanto isso dificulta o trabalho do professor em sala de aula. O fato do professor da EJA ter metodologias apropriadas a essa faixa etária é essencial para que ele garanta a permanência desses alunos na escola. Usando técnicas e recursos que os façam sentir parte desse novo mundo, o mundo de conhecimentos e oportunidades.
Quanto a questão formulada se Já atua ou gostaria de atuar como professor(a) na EJA? Se sente preparado(a) para esta prática?
Oportunizei diante das respostas de todos, que é possível perceber certa insegurança dos professores em trabalhar com a EJA. No entanto Freire (1997 p.192): “alega que quando conhecemos o conhecimento, este provém do ensino, do aprendizado com a docência”. Mas para produzirmos o conhecimento, este virá à tona através da pesquisa, da curiosidade, de se informar, de ir atrás do desconhecido, de indagar e diligentemente empregar meios para chegar ao conhecimento da verdade. “(...) toda docência implica pesquisa e toda pesquisa implica docência” 
Quando a questão formulada se havia incentivo por parte da escola quanto à formação continuada para a EJA, todos responderam: “Existem sim! Mas é muito pouco ainda”. Cada professor é responsável por se manter atualizado e capacitado, responsável pelos fracassos e altos índices de reprovação e evasão escolar (Silva; Urbanetz, 2009, p.110). Quanto mais bem preparado o professor, quanto mais atualizado em relação aos conhecimentos que leciona, em relação ao mundo em que vive, mais relações poderá estabelecer entre os conhecimentos e a realidade, possibilitando aos alunos, aulas mais interessantes, criativas e motivadoras (Almeida; Soares, 2012 p. 127).
Dessa maneira, para a elaboração deste artigo, os procedimentos foram baseados na exploração das fontes de teses de autores e nos relatórios de pesquisa, que contêm não só informação sobre o tema estudado, mas indicações de outras fontes de pesquisa. Em seguida a leitura e questionamento dos materiais consultados.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Considerando a trajetória da EJA no Brasil, foi oportuna a análise e a reflexão de modo crítico como o processo da Educação de Jovens e Adultos se deu no âmbito da sociedade brasileira. Pautada por diversas campanhas ou movimentos, a partir da administração federal, com parceria com a sociedade civil organizada, visando amenizar o índice de analfabetismo com propostas audaciosas, em curto prazo.
“A formação é uma prática de conhecimento e todo conhecimento nasce com uma pergunta{...} as perguntas surgem na ação, em sua grande maioria{...} assim, o processo não se esgota na formação inicial, mas continua durante todo processo, portanto, é necessário um processo de formação continuada” (SOUZA, 2012, p. 134). Portanto poderemos ser um bom exemplo de valores e de profissionalismo. A importância de buscar do aluno àquilo que ele tem de melhor, um sistema organizado tendência a tudo a sua volta caminhar de acordo, pode parecer o caminho mais longo e difícil, porém manter a disciplina e organização de uma escola é o caminho produtivo.
Ministrar aulas para pessoas adultas, e coordenar não são tarefas simples, mas seu retorno engrandece a alma. Quando um adulto lhe dirige uma pergunta a respeito do conteúdo, você se sente desafiado pois qual o melhor caminho para lhe dar uma resposta com segurança, tendo presente a experiências que este carrega. Apesar dos impasses que encontramos pelo caminho.
Participar desse processo educacional é muito importante, pois é na prática que se consegue adquirir mais conhecimentos e fundamentar as teorias estudadas. O importante é estarmos disponíveis, abertos para as mudanças, respeitando o momento do aluno, construindo regras, construindo o aprendizado com eles, pois eles são os principais autores desse aprendizado.
A alfabetização nos dias de hoje não somente visa à capacitação do aluno para o mercado de trabalho como se faz necessário que a escola desenvolva no aluno sua autonomia, em função de novos saberes que se produzem e que demande um novo tipo de profissional, que o aluno obtenha uma formação indispensável para o exercício da sua cidadania.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes e práticas educativas. Editora: Paz e Terra São Paulo, 1997.
SOUZA, Maria Antônia de. Educação de Jovens e Adultos. Curitiba. Editora: Intersaberes, 2012.
ALMEIDA, Cláudia Mara de; SOARES, Kátia Cristina Dambiski. Professor de educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. Curitiba. Editora: Intersaberes. 2012.
SILVA, Mônica Caetano Vieira da; URBANETZ, O estágio no curso de Pedagogia. Curitiba. Editora: Ibpex, 2009.
SOEK, Ana Maria. Fundamentos e metodologia da educação de jovens e adultos. Curitiba: Editora: Fael, 2010.
ANEXOS
CENTRO UNIVERSITARIO INTERNACIONAL UNINTER
IRAILDA MARIA NASCIMENTO BORGES RU 935391
CURSO LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
PESQUISA DE CAMPO
Pesquisa para elaboração de TCC no Curso de Pedagogia.
Objetivo: Levantar dados que possam servir de diagnóstico para desenvolvimento da formação dos docentes na EJA
QUESTIONÁRIO
1ª Qual a sua concepção a respeito da EJA e da docência na mesma? 
2ª Já atua ou gostaria de atuar como professor(a) na EJA? Se sente preparado(a) para esta prática? 
3ª Há incentivo por parte da escola quanto a formação continuada na EJA?
Grato. 
Irailda Maria do Nascimento Borges
Formando Licenciatura em Pedagogia - UNINTER

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