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Administração Financeira Parte Conceitual

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0 
 
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
 
CONCEITOS FUNDAMENTAIS BÁSICOS 
 
O que é Administração Financeira? A Administração Financeira diz respeito 
às responsabilidades do administrador financeiro numa empresa. Os administradores 
financeiros gerenciam ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, financeiras 
ou não-financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins 
lucrativos. Eles desempenham uma variedade de tarefas, tais como orçamentos, 
previsões financeiras, administração do caixa, administração do crédito, análise de 
investimento e captação de recursos (Gitman, 1997, p. 4). 
Qual o principal objetivo da Administração Financeira? O principal objetivo da 
Administração Financeira é o de maximizar a riqueza dos sócio-acionistas. 
 
META DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
 
Quando alguém se dispõe a investir sua poupança em uma empresa, em vez de 
aplicá-la em alternativas mais seguras, está disposto a assumir certo risco em troca de 
um aumento no seu patrimônio ou riqueza pessoal. Assim, pode-se admitir que o 
objetivo principal da empresa, e, por conseguinte, de todos os administradores e 
empregados, é o de maximizar a riqueza de seus proprietários. Cada decisão 
financeira deve ter como meta o aumento do valor da ação. Nessa busca, duas variáveis 
conduzem as decisões: o risco e o retorno. 
 
DEFINIÇÃO DE RISCO 
 
O risco é a possibilidade de perda financeira e afeta tanto os administradores 
financeiros quanto os acionistas (GITMAN, 2004). Todo investimento envolve certa 
medida de risco, e para caracterizar tal conceito corretamente é necessário diferenciar 
dois conceitos básicos que são: incerteza e risco. 
 
“A incerteza pode se referir a situações nas quais muitos resultados são 
possíveis com probabilidades de ocorrência desconhecidas. Já o risco refere-se a 
situações as quais podemos relacionar todos os possíveis resultados, bem como 
estabelecer a probabilidade de ocorrência de cada um deles”. (KNIGHT apud 
PINDYCK; RUBINFELD, 2002) 
 
As probabilidades envolvidas podem ser objetivas ou subjetivas. As objetivas 
fundamentam-se na frequência com a qual determinados eventos tendem a ocorrer, 
baseados em experiências similares. As subjetivas baseiam-se na percepção de que um 
determinado resultado poderá vir a ocorrer, embasada no julgamento e na experiência 
de uma pessoa, mas não na frequência em que os resultados tenham realmente ocorrido 
no passado. Ambas as interpretações da probabilidade são importantes no cálculo das 
medidas que auxiliam a comparar e escolher entre os riscos envolvidos, que são o valor 
esperado e a variabilidade dos possíveis retornos. 
 
 
 
 
 
1 
 
TIPOS DE RISCO 
 
Riscos específicos da empresa 
 
 Risco econômico: está intimamente associado ao tipo de operação da 
empresa, ao tipo de produto e às características de sua procura, já que este é o 
risco oferecido por sua atividade e setor de atuação e suas oscilações ficam 
sujeitas a forças externas, cuja origem pode estar relacionada a situação 
econômica do pais e do mundo. 
 
 Risco financeiro: por sua vez, além de incluir o risco econômico, é 
determinado pelo uso do capital de terceiros, que exige remuneração fixa e 
prioritária em face da remuneração do capital dos acionistas. 
 
Portanto, “...o risco econômico corresponde à estrutura de ativos da empresa, 
resultado de suas atividades e o risco financeiro corresponde à estrutura das fontes de 
recursos, principalmente em termos de endividamento”. (SANVICENTE, 1987) 
 
Riscos específicos dos acionistas 
 
 Risco de taxa de juros: refere-se à possibilidade de que variações na taxa de 
juros afetem negativamente o valor de um investimento. Na maioria das vezes, 
os investimentos perdem valor quando a taxa de juros sobe e ganham valor 
quando a taxa de juros se reduz. 
 
 Risco de liquidez: refere-se à possibilidade de um ativo não ser liquidado a 
um preço razoável e com facilidade de negociação, que dependem do porte e da 
profundidade do mercado onde este ativo é negociado. 
 
 Risco de mercado: tem por característica básica a possibilidade de redução do 
valor de mercado de um ativo acarretado por instabilidades no mercado, 
independentes do ativo, como eventos econômicos, políticos e sociais. Quanto 
mais o valor do ativo reage às instabilidades do mercado maior o risco envolvido 
no investimento. 
 
Riscos conjuntos: empresas e acionistas 
 
 Risco de evento: está relacionado a situações inesperadas que podem 
interferir no valor da empresa ou de um ativo específico. Geralmente, os eventos 
inesperados afetam setores específicos ou pequenos grupos de acionistas. 
 
 Risco de câmbio: refere-se à possibilidade de flutuações na taxa de câmbio 
interferirem nas negociações empresariais com fluxos de caixa futuros previstos, 
já que tais flutuações podem mudar o valor da empresa e das ações negociadas. 
 
 Risco de poder aquisitivo: relacionado à possibilidade de variação nos níveis 
gerais de preços, inflação ou deflação, e que esta variação afete os fluxos de 
caixa, as empresas e os ativos, pois variações no nível geral de preços afetam o 
poder aquisitivo dos agentes. 
 
2 
 
 Risco de tributação: refere-se a empresas e ativos que são influenciados por 
alterações na legislação tributária. 
 
Há ainda que se diferenciar os tipos de comportamento dos agentes com relação 
ao risco, estes podem ser avessos, neutros e arrojados com relação às situações que 
envolvem risco. Os investidores avessos ao risco, procuram o menor risco possível, 
medido pelo desvio-padrão da distribuição de probabilidades dos fluxos futuros, dado o 
valor esperado de retorno. Os investidores neutros ao risco são indiferentes ao 
recebimento de um retorno garantido ou de um retorno incerto que apresente o mesmo 
valor esperado de retorno. E por fim, os investidores arrojados que preferem assumir 
maiores riscos, se estes lhes trouxerem maior retorno associado. 
 
 
DEFINIÇÃO DE RETORNO 
 
A definição de retorno está diretamente ligada à definição da função financeira 
de uma empresa: 
 
“... a função financeira compreende os esforços despendidos objetivando a 
formulação de um esquema que seja adequado à maximização dos retornos dos 
proprietários das ações ordinárias da empresa, ao mesmo tempo em que possa 
propiciar a manutenção de um certo grau de liquidez”. (ARCHER; D’AMBROSIO, 
1969 apud SANVICENTE, 1987) 
 
“...retorno é o ganho ou a perda total sofrido por um investimento em um 
período determinado”. (GITMAN, 2004) 
 
Logo, o retorno de um investimento é a recuperação do capital investimento 
adicionado de um valor produzido na operação referente à remuneração do capital, 
conhecido como juros, em um determinado espaço de tempo. 
Os resultados geralmente são medidos pela soma de fluxos financeiros do 
período com a variação de valor. Contudo, o administrador financeiro, geralmente, 
analisa os investimentos pautados em projeções dos resultados do projeto ou ação, 
necessitando de indicadores para avaliar tais resultados. 
Tal retorno é medido com base na projeção dos resultados futuros e comparado 
com a taxa mínima de atratividade exigida pelo investidor. Essa taxa mínima de 
atratividade é também chamada de custo de capital, ou seja, em que medida o projeto 
atende ao custo de capital. 
No caso de investimentos produtivos, o retorno do investimento é calculado a 
partir dos fluxos financeiros previstos no período de duração do projeto, utilizando 
alguns indicadores como período de payback, valor presente líquido, índice de 
lucratividade, taxa interna de retorno e taxa média de retorno e comparado ao percentualdo custo de capital imposto pelo investidor. 
 No caso de investimentos financeiros, o retorno é calculado com base nos lucros 
e dividendos futuros relacionados à atividade da empresa que emitiu os títulos 
financeiros, e com menor intensidade o preço de transação do título no mercado. 
Assim, segundo Armando de Santi Filho (1997), quem está disposto a assumir 
riscos deseja uma compensação. Esta compensação diz que riscos maiores exigem 
retornos mais elevados. 
 
3 
 
PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO 
 
As funções do administrador financeiro na empresa podem ser avaliadas com 
base nas demonstrações contábeis básicas da empresa. Suas três atribuições primordiais 
são: 
 
a) Análise e planejamento financeiro, que envolve: 
 Transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser 
utilizada para orientar a posição financeira da empresa e promover a sua 
continuidade; 
 Avaliação da necessidade de aumento ou redução da capacidade 
produtiva; e 
 Determinação de que tipo de financiamento adicional deve ser realizado. 
Essas três atividades são sustentadas pelas decisões de natureza estratégica, 
tática e operacional. Os demonstrativos contábeis, principalmente o Balanço 
Patrimonial e a Demonstração do resultado do Exercício, são importantes 
fontes de informações para elaboração de análise e planejamento financeiro. 
 
b) Administração da estrutura de ativo da empresa (Decisão de 
Investimento): O administrador financeiro determina a combinação e os tipos de ativos 
que fazem parte do Balanço Patrimonial da empresa. Essa atividade está relacionada ao 
lado esquerdo do Balanço. A composição refere-se ao montante de recursos aplicados 
em Ativos Circulantes e em Ativos Permanentes (fixos). Depois que a composição 
estiver definida, o administrador financeiro deve fixar e tentar manter níveis ótimos para 
cada tipo de Ativo Circulante. Existem várias técnicas para avaliação dessas decisões de 
investimento, como a Taxa Média de Retorno, Payback (Prazo de Retorno), VPL (Valor 
Presente Líquido) e TIR (Taxa Interna de Retorno) e outras. 
 
Decisões de investimento 
 
Ativo 
 
Questões a serem respondidas 
Ativo circulante 
 
Onde estão aplicados os recursos financeiros? 
Caixa e bancos Quanto em ativos circulantes? Quanto em 
ativos permanentes? Em quais? 
Estoques 
 
Qual a melhor composição dos ativos? 
Outros 
 
Qual o risco do investimento? 
Realizável a longo prazo 
 
Qual o retorno do investimento? 
Contas a receber 
 
Quais novas alternativas de investimentos? 
Adiantamento a coligadas 
 
Como decidir em que ativos investir? 
Ativo Não Circulante Como decidir em quais ativos investir? 
Imobilizado Como maximizar a lucratividade dos 
investimentos existentes? 
4 
 
c.) Administração da estrutura financeira da empresa (Decisão de 
Financiamento): Relaciona-se com o lado direito do Balanço Patrimonial da empresa e 
envolve as fontes de recursos. Esta atividade do administrador financeiro possui um 
enfoque principal: 
 A decisão de qual a composição mais apropriada entre financiamento a 
curto e a longo prazo a ser estabelecida, o que é bastante importante, pois 
afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global. Algumas 
decisões dessa natureza exigem uma análise profunda das alternativas 
disponíveis, de seus custos e de suas implicações a longo prazo. O Custo 
Médio Ponderado de Capital é uma medida eficaz para este tipo de decisão. 
 
É importante frisar que, embora as decisões de investimento e de financiamento 
possam ser convenientemente visualizadas em associação com o balanço, tais decisões 
são tomadas com base nos efeitos que terão sobre o fluxo de caixa. 
 
Decisão de financiamento 
 
Passivo 
 
Questões a serem respondidas 
Passivo circulante 
 
Qual a estrutura de capital? 
Fornecedores De onde vem os recursos? 
Empréstimos e financiamentos Qual a participação de capital próprio? 
E de capital de terceiros? 
Outros Qual o perfil de endividamento? 
 
Exigível a longo prazo Qual o custo de capital? 
Como reduzir? 
Financiamentos Quais as fontes de financiamento usadas e 
seus respectivos custos? 
Patrimônio líquido Qual o risco financeiro? 
 
Capital social 
 
Quais deveriam ser eliminadas ou trocadas? 
Reservas Qual o sincronismo entre os vencimentos das 
dívidas e a geração de meios de pagamentos? 
 
PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO 
 
Como o objetivo da administração financeira é a maximização da riqueza da 
empresa e dos proprietários, os administradores no papel de agentes dos 
proprietários, devem, através da delegação de poderes, agir em nome destes visando 
atingir os objetivos propostos. 
 
Entretanto, como nas grandes organizações, os acionistas não participam das 
decisões e nem da forma de gestão adotada, muitas vezes os objetivos pessoais dos 
administradores se sobrepõem aos da empresa e a meta maior, que é a maximização 
da riqueza, não é plenamente atingida. Esse fato ocorre, porque os administradores, 
embora queiram o aumento da riqueza da empresa e dos proprietários, estão também 
5 
 
preocupados com sua riqueza pessoal e com outros benefícios que lhes proporcionem 
status social como: locais de trabalho luxuosos, veículos a sua disposição e da 
família, viagens, etc. 
 
Para prevenir e minimizar esse impacto ocasionado pelo desvio dos objetivos, 
os proprietários adotam medidas preventivas chamadas "custos de agência". 
 
Os principais "custos de agência" (agency) são: 
 
Auditoria Interna: cujo objetivo é verificar se os administradores estão 
efetivamente defendendo os interesses dos proprietários. 
Incentivos: prêmios de incentivo à boa administração vinculados ao preço da 
ação. 
Prêmios por bom desempenho: a empresa cria medidas de desempenho e 
premia os administradores quando as metas são alcançadas. 
Participação acionária: atingindo determinados objetivos prefixados, os 
administradores recebem uma participação acionária da empresa. 
 
 
 
PROFISSIONAIS DA ÁREA DE FINANCEIRA E OPORTUNIDADE 
DE CARREIRA 
 
Suas atividades abrangem decisões estratégicas, como a seleção de alternativas 
de investimentos e as decisões de financiamento de longo prazo, além das operações de 
curto prazo, como a gestão do caixa, o gerenciamento do risco e tantas outras. Sua área 
de abrangência é ampla, ocupando-se do processo financeiro, dos mercados e das 
instituições financeiras, dos instrumentos financeiros e das finanças pessoais, 
governamentais e corporativas. 
O campo da administração financeira abrange ampla gama de tarefas e 
atividades, e os administradores financeiros encontram grandes oportunidades de 
contribuírem para o sucesso dos negócios empresariais. 
Como oportunidade de carreira, o administrador financeiro pode trabalhar, por 
exemplo, como: 
 
 Analista de ações (Bolsa de valores e consultorias independentes), 
 Analista de crédito e cobrança (consultorias independentes e executivos de 
empresas), 
 Gerente de projetos (setor privado e público), 
 Tesoureiro, (pagamentos e recebimentos das empresas públicas e privadas), 
 Controller, 
 Coordenador de planejamento e controle financeiro. (empresas públicas e 
privadas), 
 Gerente de bancos, 
 Em corretoras, distribuidoras, bolsas de valores, (associações privadas ou 
vinculadas a instituições bancárias), 
 Consultor autônomo de investimentos, 
6 
 
 Analista de risco, normalmente ligado à área estratégica de empresas ou 
bancos, 
 Orientador de seguros, 
 Enfim, em inúmeras atividades. 
 
O PAPEL DO TESOUREIROE DO CONTROLLER 
 
Tesoureiro 
 
 É responsável pela manutenção do caixa da empresa, pelos recebimentos e 
pagamentos diários, pela liberação de crédito para clientes, pelas negociações com 
bancos para aquisição de recursos de curto prazo (financiamento de capital de giro) e 
pelas aplicações dos recursos excedentes no curto prazo. 
Suas principais atribuições são: 
 
 Administração de caixa 
 Administração de crédito e cobrança 
 Administração do risco 
 Câmbio 
 Decisão de financiamento 
 Decisão de investimento 
 Planejamento e controle financeiro 
 Proteção de ativos 
 Relações com acionistas e investidores 
 Relações com bancos 
 
Controller 
 
É responsável pelo acompanhamento e fiscalização das atividades financeiras de 
curto e de longo prazos, pelas contabilidades fiscal e gerencial, aqui incluída a 
divulgação dos resultados da empresa para acionistas, partes interessadas e governo e, 
finalmente, pelo gerenciamento da estrutura de capital da empresa: formas de captação 
de recursos de longo prazo, endividamento junto a instituições financeiras, emissões de 
debêntures, ações, e outros títulos de dívida. 
Suas principais atribuições são: 
 
 Administração de custos e preços 
 Auditoria interna 
 Contabilidade 
 Orçamento 
 Patrimônio 
 Planejamento tributário 
 Relatórios gerenciais 
 Salários 
 Sistemas de informação 
 
 
O RELACIONAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
COM OUTRAS CIÊNCIAS 
7 
 
 A Administração financeira utiliza-se de conceitos de outras ciências, tais como 
economia, contabilidade, direito etc. Em decorrência da teoria financeira ser derivada da 
teoria econômica, finanças e economia estão estreitamente relacionadas. 
 A economia, através da Macroeconomia, dá subsídios sobre o ambiente global 
em que a empresa opera ou deseja operar e, através da Microeconomia, permite a 
melhor escolha das estratégias operacionais para a empresa. Visto que o campo de 
Finanças está estreitamente relacionado ao da economia e que a maioria das empresas 
opera dentro da Economia, o administrador financeiro deve compreender o arcabouço 
econômico e estar atento às conseqüências dos vários níveis de atividade econômica 
e das mudanças na política econômica. 
O gestor financeiro deve, portanto, usar os princípios da economia para nortear 
suas decisões. Precisa conhecer a teoria de preços, os aspectos envolvidos na oferta e 
demanda e outros conceitos que possam auxiliá-lo a gerenciar as finanças da empresa de 
forma eficaz. Além disso, deve estar atento a todas mudanças ocorridas na conjuntura 
econômica e que possam de alguma forma afetar as atividades da empresa 
 
A contabilidade apresenta uma relação tão próxima com a Administração 
Financeira que os leigos acabam por considerar as duas ciências como unas. Isto é 
errôneo. Na verdade, a função contábil é sub-função da administração financeira que 
desempenha papel importante ao fornecer os dados necessários à perfeita administração 
financeira da organização. A contabilidade tem como finalidade registrar todos os 
fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas das 
entidades. Para tanto, utiliza-se do Regime de Competência, onde as receitas são 
reconhecidas no momento da venda (independente da data do seu recebimento) e os 
gastos no momento de sua ocorrência ou utilização (independente da data de seu 
pagamento). 
 A Administração Financeira que tem como objetivos o planejamento, a 
administração e o controle das entradas e saídas de fundos, adota assim o Regime de 
Caixa, onde as receitas e despesas são reconhecidas somente no momento em que 
efetivamente ocorrem as respectivas entradas e saídas de caixa. 
 
O direito influencia diretamente a administração financeira ao impor normas de 
condutas às organizações e aos seus participantes. 
 
 
 
AMBIENTE FINANCEIRO NAS EMPRRESAS 
 
Introdução: 
A análise financeira é um instrumento fundamental na verificação da estrutura 
de capitais e da vitalidade da sua vitalidade na geração de caixa de uma empresa de 
qualquer área. Ela é objeto de estudo tanto por parte de integrantes da própria empresa, 
quanto por analistas externos. O interesse das partes determina qual o tipo de análise 
deve ser feito, pois cada uma tem sua finalidade ou uso, que vai determinar as diferentes 
relações enfocadas. 
O Administrador Financeiro utiliza-se da análise financeira para conhecer o 
passado, atuar no presente e direcionar as ações para as metas futuras. É esse 
8 
 
instrumental que lhe permite conhecer a situação atual, o grau de acerto ou desacerto 
das decisões tomadas no passado e como projetar o negócio para o futuro. 
Os bancos e instituições financeiras em geral, no papel de emprestadores de 
dinheiro e financiadores de aquisição de bens pelas empresas, representam um 
importante grupo de usuários das demonstrações financeiras dessas empresas. 
Da mesma forma que um banco, os fornecedores de mercadorias, serviços, 
matéria-prima, ou componentes precisam avaliar o risco de crédito de seus clientes. A 
preocupação do fornecedor é no sentido de evitar perdas com inadimplências, 
concordatas ou mesmo falências de seus clientes, daí a necessidade de análise e 
acompanhamento. O oposto ocorre quando o cliente quer analisar o fornecedor, para 
conhecer sua solidez. Uma empresa cuidadosa, antes de adquirir equipamentos caros, irá 
examinar não só a qualidade técnica do equipamento, mas também a solidez da empresa 
fornecedora. 
Do ponto de vista da administração e do planejamento dos diversos setores da 
economia, as demonstrações financeiras e as informações que são prestadas a órgãos do 
governo constituem um banco de dados da maior importância. Vale o mesmo para os 
sindicatos e associações de classe que esteja vinculada a empresa. 
 
 Mercado de Crédito para Pessoas Física e Jurídica: 
 Linhas de Crédito para Pessoa Física (PF): 
Atualmente, existem inúmeras formas de concessão de crédito para as pessoas 
físicas. Por exemplo, a venda a varejo na mercearia (caderneta) ou as transações 
bancárias, como a Crédito Direto ao Consumidor (CDC). Quanto à última pode se 
destacar: crediário, cartão de crédito, conta garantida, financiamento de seguros e 
habitações, penhores, empréstimo de curto prazo, cheque pré (pós) datado. Assim, os 
indivíduos podem dispor de mais recursos para atender as suas necessidades diversas. 
 Cabe observar que apesar de largamente utilizado, o cheque pré-datado não 
possui valor legal. Ele se baseia apenas na confiança mútua. O cheque pré não é um 
título de crédito, como é o caso das notas de crédito, letras de câmbio e duplicatas; por 
exemplo. Na prática, a aceitação do cheque pré também é condicionada pelas condições 
econômicas do país. Por exemplo, no momento atual, tem-se uma forte recessão o que 
implica maior nível de desconfiança. Em tempos de prosperidade ocorre maior 
aceitação e menor receio. 
 Para os bancos/instituições financeiras existem diversas formas de concessão de 
crédito, as quais também necessitam de um estudo/avaliação para que possam ser 
efetivadas. Vale lembrar também que as pessoas buscam o crédito porque suas fontes de 
recursos são limitadas (renda) e suas necessidades são ilimitadas. O importante é manter 
o volume de crédito prudente/gerenciável, tanto para o tomador quanto para o 
emprestador. 
9 
 
 Destaca-se que este é um segmento muito atrativo para as instituições 
financeiras, já que: a) Os depósitos a vista são estáveis; b) Os empréstimos apresentam 
alta rentabilidade; c) Ocorre a alavancagem dos negócios (boa liquidez); d) O risco é 
reduzido, já que são muitas operaçõese os valores são baixos ante os créditos de 
pessoas jurídicas; e) Cabe às instituições definir o seu mercado-alvo, para que possa 
trabalhar melhor. Isto se dá basicamente, pelo perfil dos clientes, para trabalhar com 
metas definidas para visar melhores resultados. 
Quanto a análise/concessão do crédito para pessoas físicas cabe destacar alguns 
itens importantes: a) O capital mais valioso é o “know-how” que é de difícil mensuração 
(envolve um certo “feeling”); b) As garantias (colateral) são mais de cunho pessoal 
(aval e fiança); c) Os empréstimos são na maioria de curto prazo e o ativo a ser 
convertido pelos indivíduos é o seu trabalho; d) A avaliação das instituições baseia-se 
em dados cadastrais que visam saber a respeito da estabilidade financeira do indivíduo e 
de um eventual colapso; e) Investiga-se quanto a finalidade de crédito, prazo, formas de 
pagamento paras possa se tomar uma decisão realista. 
O aval estabelece uma relação pessoal entre o avalista e o avalizado, sendo que 
o primeiro passa a ser o principal pagador da obrigação (título de crédito). Já a fiança é 
uma garantia que torna o fiador obrigado ao total cumprimento das obrigações 
assumidas pelo devedor. Ela só pode ser executada se as obrigações não forem 
cumpridas. 
A concessão de cheque especial (adiantamento a depositantes) envolve um risco 
de não pagamento, uma vez que cria uma expectativa futura quanto a cobertura do saldo 
devedor. Logo, sua análise deve ser cuidadosa. A análise da ficha cadastral gera 
informações de extrema importância ao banco. Elas devem ser analisadas com muito 
cuidado, para evitar, principalmente, os vícios da profissão. 
 
 Linhas de Crédito para Pessoa Jurídica (PJ): 
 Ao se analisar a concessão de crédito para empresas, deve se considerar o 
montante de risco que o emprestador está disposto a incorrer. Para tanto, deve se 
considerar: Qual o limite de crédito que será concedido ao cliente? Por meio de quais 
linhas de crédito? 
O limite de crédito é o valor total do risco que o emprestador deseja assumir com 
determinado cliente, é o todo. Já a linha de crédito é o tipo de operação que o 
emprestador irá concretizar, é a parte. A partir das linhas de crédito pode se saber quais 
as modalidades de relacionamento existentes no relacionamento. 
Cabe observar que cada linha de crédito possui um risco intrínseco diferente e 
deve ser analisada separadamente. Deve se pensar: Para que? Por quanto tempo? Como 
vai repagar? Ou seja, qual vai ser a utilização do recurso; durante quanto tempo ela 
ocorrerá e como ela será paga. Desta forma poderá se analisar mais claramente o risco 
que uma linha de crédito apresenta. 
10 
 
Pode se dizer que o emprestador deverá conhecer o cliente, suas reais 
necessidades, sua capacidade como empresa e sua condição financeira. Desta forma, o 
emprestador poderá ter um bom relacionamento com seus clientes e principalmente 
chegar a um limite de crédito coerente e confiável. Cada negócio específico é estudado, 
avaliado e aprovado isoladamente. 
Há basicamente dois tipos de linha de crédito: 
Linha Interna: é um parâmetro de valor e modalidade de negócios a realizar. Não tem 
valor externamente, logo não deveria ser do conhecimento do cliente, até para não 
causar constrangimentos. 
Linha Avisada (Confirmada): é do conhecimento do cliente, uma vez que decorre de 
um contrato. Cobra-se uma comissão para abertura, já que compromete parcialmente o 
caixa da instituição a qualquer momento. Dependendo do valor, o saque pode ser feito 
mediante pré-aviso. Exemplos: contrato de financiamento de exportações; 
financiamentos rurais. 
O prazo comum de validade das linhas de crédito é de um ano. Isso ocorre até 
porque para que as revisões ocorram de acordo com os balanços anuais da empresa. 
Além do que devem ser considerados: os montantes, as modalidades, as garantias e as 
taxas envolvidas na operação. As principais modalidades de crédito são para: 1) Capital 
de giro; 2) Pré-financiamento de exportações; 3) Financiamento de importações; 4) 
Repasses de recursos oficiais a longo prazo (por exemplo, do BNDES); 5) Repasses de 
empréstimos em moeda estrangeira; 6) Financiamentos rurais; 7) Financiamentos 
habitacionais; 8) Prestação de garantias e fianças. 
Quanto a utilização pelos beneficiários, as linhas poderão ser: Casuais: para 
operações específicas, por prazos específicos. Exemplo: os empréstimos de longo prazo; 
Rotativas: são para operações rotativas. Exemplo: crédito para financiamentos rurais de 
pequenos produtores; 
As linhas de crédito, quanto as garantias, podem ser: cobertas ou descobertas e a 
sua classificação é subjetiva, ou seja, de acordo com o avaliador, a instituição e até o 
próprio cliente. Os limites de crédito para as empresas podem ser considerados: 
Total: é aquele atribuído a um cliente individualizado, não pertence a um grupo 
econômico; 
Global: é aquele atribuído a um grupo econômico. Neste caso se envolve um controle 
diferenciado, uma vez que as empresas podem apresentar-se diferentes e sua análise 
pode se tornar mais trabalhosa. 
Destaca-se que o gerente de contatos é o principal responsável pela manutenção 
de relacionamentos com os clientes e quando ele for realizar a análise do processo 
decisório de crédito deverá se fundamentar: Relacionamento e idealização da 
proposta: principalmente em termos de montante, modalidades, prazo e garantias. 
Formalização da proposta concreta: para que possa ser aprovada pelas alçadas 
11 
 
competentes. Gerência constante de relacionamento: serve para monitorar a 
utilização e a qualidade do crédito, visando minimizar os riscos da instituição. 
Todos os clientes, sem exceção, deverão passar por uma avaliação crítica e 
global dos riscos de crédito incorridos em seu limite de crédito. Para tal, o “risk rating” 
é uma técnica que serve para medir a qualidade do crédito a ser concedido. Ele é 
subjetivo e não apresenta um modelo único. Destaca-se que ele pode ser uma importante 
fonte auxiliar de dados para a instituição. 
 
Instituições do Mercado Financeiro e o Crédito: 
As instituições monetárias são aquelas que acolhem depósitos à vista e permitem 
saques com cheques ou por meio de depósitos com estes cheques. No segundo caso 
envolvem a compensação destes cheques. Tais instituições são os bancos comerciais, as 
Caixas Econômicas (CE) e as cooperativas de crédito. 
Observa-se ainda que as instituições monetárias têm acesso à câmara de 
compensação de cheques e de outros papéis e que o Banco do Brasil ainda é o 
responsável pela compensação de todos esses ativos e tal processo ocorre todos os dias 
úteis. È daí que os bancos comerciais devem apresentar saldo positivo para manter a 
conta de reservas junto ao Bacen. 
As instituições monetárias em geral mantêm um volume de reservas bancárias 
no sistema econômico e suas transações mantêm um volume igual de recursos no 
período, ou seja, estas instituições não são capazes de criar ou destruir os meios de 
pagamento (M1). Só o Bacen, como autoridade monetária é que pode injetar ou retirar 
recursos em reservas do mercado. 
Destaca-se ainda que os bancos múltiplos foram autorizados pelo CMN, via 
Bacen, só em setembro de 1988. O seu conceito propõe que ele opere com pelo menos 
dois tipos de carteiras (instituições financeiras) sendo uma um banco comercial ou um 
banco de investimento e a outra é livre. Também é necessário um volume de capital 
mínimo, constantemente atualizado, para cada carteira envolvida em sua composição. 
Os principais tipos de instituições financeiras ou de carteiras são: Carteira 
Comercial: é regulamentada pelos bancos comerciais; Carteira de Investimento: é 
regulamentada pelos bancos de investimento;Carteira de Desenvolvimento: obedece 
às normas dos bancos de desenvolvimento; Carteira de Crédito Imobiliário: é 
regulamentada pelas sociedades de crédito imobiliário; Carteira de Crédito, 
Financiamento e Investimento: segue a regulamentação das financeiras. 
Os grupos financeiros perceberam que era mais vantajoso operar como bancos 
múltiplos e assim, se adaptaram a nova legislação e levaram as seguintes vantagens: 
Caixa Único: as captações das diferentes carteiras podem ser unificadas o que implica 
em maior liberdade e liquidez para tais instituições; Diretoria Única: implica em 
menos custo e maior transparência; Contabilidade Única: implica em menores custos e 
maior facilidade de solucionar problemas; Auditoria Única: aquela externa aos 
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membros da empresa é obrigatória e também implica em menor custo; Redução do 
número de funcionários: leva a menores custos e a maior facilidade de remanejamento 
para atender às necessidades da empresa. 
Observa-se ainda que os bancos de desenvolvimento (instituições estatais) estão 
desaparecendo e que a partir de agosto de 1996 o “leasing” (Arrendamento Mercantil) 
passou a ser considerado como instituição financeira, logo ele também pode compor os 
bancos múltiplos. 
Por outro lado, as instituições NÃO monetárias são as que possuem como função 
básica a captação e o empréstimo de recursos visando fomentar o desenvolvimento do 
país. Deve se notar que neste caso não podem ser envolvidas as captações de recursos 
por meio de depósitos à vista. Além do mais, o lastro (garantia) é muito importante para 
este tipo de operação. O Bacen define quatro tipos de instituições financeiras não-
monetárias (Bancos de Investimento, Financeiras, Crédito Imobiliário e “Leasing”): 
1ª) Bancos de Investimento (BI) ou de Desenvolvimento: criados em 1965 e têm como 
objetivo principal a prática de operações de investimento, participação ou financiamento 
a curto ou longo prazo para o suprimento de capital fixo, de giro, ou de deficiências de 
caixa. Sendo que os empréstimos de curto prazo são feitos, por meio de notas 
promissórias ou de duplicatas. Note que eles também podem ser realizados, através da 
conta corrente, nos bancos comerciais. 
Os principais objetivos do BI são: 1) Promover operações de “underwriting” 
para fortalecer o capital social de empresas (subscrição de ações ou debêntures). 2) 
Promover operações de fusão, cisão ou incorporação de empresas (melhor ordenação e 
eficiência). 3) Promover o desenvolvimento tecnológico das empresas (treinamento e 
assistência técnica). 4) Incentivar a melhoria de produtividade e a capacidade produtiva 
da economia. 
As suas principais operações são divididas em dois grupos: Ativas e Passivas, 
sendo as primeiras: 1) Administração de fundos de investimento e de carteiras de 
títulos; 2) Empréstimos para financiar capital de giro ou capital fixo; 3) Operações de 
“underwriting ou de “hot money”; 4) Repasses de recursos internos ou externos; 5) 
Prestação de fiança para empréstimos internos ou externos; 6) Operações nos diversos 
mercados de ativos ,como com ouro, câmbio, títulos, etc. 
OBS.: Os bancos comerciais podem realizar todas estas operações, com exceção 
das dos itens 1 e 3. 
Já as operações passivas envolvem a captação de recursos por meio de: CDB, 
RDB, DI, repasse de recursos internos e externos, cobrança de taxas de administração 
de fundos de investimento e de tarifas bancárias. Observa-se que os bancos comerciais 
podem realizar todas estas operações, com exceção da taxa de administração de fundos 
de investimento. Ressalta-se ainda que os bancos de desenvolvimento são os bancos de 
investimento dos estados e que estes possuem funções e atribuições bastante parecidas. 
13 
 
2ª) Sociedades de crédito, Financiamento e Investimento - Financeiras: sua finalidade 
básica é a mesma dos bancos comerciais, ou seja, captar recursos excedentes de certos 
agentes econômicos e emprestá-los a quem possui carência de recursos. Observa-se que 
antes dos bancos múltiplos estas eram instituições independentes e que o que as 
diferenciam dos bancos comerciais é que elas não podem trabalhar com depósitos á 
vista. 
Atualmente, o DI é o instrumento de captação mais viável e mais utilizado por 
estas instituições, isto porque ele é de ampla utilização e aceitação no mercado e possui 
custos reduzidos. As captações do DI ocorrem junto à BM&F. As financeiras possuem 
basicamente dois tipos de operações ativas: CDC: são empréstimos concedidos à 
clientes de renda mais baixa, porém comprovada, para pagamento à vista na compra de 
um bem. Crédito Pessoal (CP): a diferença é que este tipo de crédito não é direcionado 
e o indivíduo recebe o dinheiro e não um bem como no caso anterior. OBS.: Em 
ambos os casos, os juros são cobrados através da Tabela Price. 
3ª) Sociedade de crédito Imobiliário e de Poupança: é uma instituição financeira que 
tem por objetivo financiar empreendimentos imobiliários com recursos próprios ou 
captados por meio de caderneta de poupança, letras hipotecárias ou letras imobiliárias. 
A distribuição dos recursos deve obedecer à normas do Bacen, conforme segue: 70% 
imóveis de baixo padrão, com TR + juros de 12% ao ano, 15% depósito compulsório e 
15% livres e com custo de financiamento liberado. Observa-se ainda que atualmente 
todas estas instituições são pertencentes aos bancos múltiplos. 
4ª) Companhias de Arrendamento Mercantil – “Leasing”: foram reconhecidas como 
instituições financeiras somente em agosto de 1996 e são utilizadas como carteiras dos 
bancos múltiplos. A sua finalidade é a locação de bens, porém com a opção de adquiri-
los ao final de um período. Trata-se de uma operação comercial onde incide o ISS e não 
o IOF, com alíquota de 0,50%. Os juros são cobrados através da tabela price e envolve 
prestações mensais e iguais e que podem sofrer a correção monetária. 
 
 Alguns dos principais tipos de Ativos Financeiros: 
 O que são Ações? 
Ações são títulos nominativos negociáveis que representam, para quem as 
possui, uma fração do capital social de uma empresa. Ação é um pedacinho de uma 
empresa. Com um ou mais pedacinhos da empresa, você se torna sócio dela. 
As ações podem ser: ordinárias, que concedem àqueles que as possuem o poder 
de voto nas assembléias deliberativas da companhia; ou preferenciais, que oferecem 
preferência na distribuição de resultados ou no reembolso do capital em caso de 
liquidação da companhia, não concedendo o direito de voto, ou restringindo-o. As 
ações, ordinárias ou preferenciais, são sempre nominativas, originando-se do fato a 
notação ON ou PN depois do nome da empresa. 
14 
 
As ações também podem ser diferenciadas por classes: A, B, C ou alguma outra 
letra que apareça após o "ON" ou o "PN". As características de cada classe são 
estabelecidas pela empresa emissora da ação, em seu estatuto social. Essas diferenças 
variam de empresa para empresa, portanto, não é possível fazer uma definição geral das 
classes de ações. 
O que são dividendos? Uma empresa deve dividir os lucros com seus acionistas. Essa 
parcela direcionada aos detentores de ações é conhecida como dividendo. Ou seja, os 
dividendos correspondem à parcela de lucro distribuída aos acionistas, na proporção da 
quantidade de ações detida, apurado ao fim de cada exercício social. O estatuto social de 
uma companhia pode estabelecer o dividendo mínimo a ser distribuído, desde que não 
seja inferior a 25% de seu lucro líquido ajustado. Caso não haja previsão no estatuto 
social, o dividendo obrigatório deve corresponder, no mínimo, à metade do lucro 
líquido ajustado. 
Quando uma empresa vai bem, ela divide os lucros com quem tem suas ações. 
Isso são osdividendos. E bonificações? As bonificações correspondem à distribuição 
de novas ações para os atuais acionistas. Excepcionalmente pode ocorrer a distribuição 
de bonificação em dinheiro. Como funcionam as subscrições de novas ações? Os 
acionistas têm ainda preferência na compra de novas ações emitidas ou direito de 
preferência na subscrição. Além de garantir a possibilidade de manter a mesma 
participação no capital total, esse direito pode significar ganho adicional, dependendo 
das condições do lançamento. Por fim, se não exercido, o direito pode ser vendido a 
terceiros. 
 
 Tipos de Taxa de Câmbio: 
A taxa de câmbio nominal é a relação que expressa o preço de uma unidade de 
moeda nacional em relação à moeda estrangeira ou vice-versa. Já a taxa de câmbio real 
é definida como a relação de preços entre o produto nacional e o produto estrangeiro. 
Assim, taxa de câmbio nominal é a taxa que um indivíduo utiliza para converter a 
moeda de um país em uma moeda de outro país. Ela pode ser expressa de duas formas: 
em unidade de real por moeda estrangeira e em unidade de moeda estrangeira por real. 
Por outro lado, a taxa de câmbio real é a razão entre a quantidade de produtos e 
serviços que um indivíduo pode adquirir domesticamente pela quantidade de produtos e 
serviços que um indivíduo pode adquirir no exterior. Ela compara os preços de um 
produto doméstico com outro importado em termos da economia doméstica. Exemplo: 
A cerveja alemã é duas vezes mais caro que a cerveja brasileira. Nesse caso a taxa de 
câmbio real é de ½. 
Note que a taxa de câmbio real deriva da taxa de câmbio nominal. Isto é:Tx 
Real = Tx Nominal * Preço Local / Preço Externo. A taxa de câmbio real é um 
componente importante para se determinar a quantidade de bens e serviços que serão 
exportados e importados em uma economia, quando a taxa de câmbio real de um país é 
15 
 
baixa, os seus bens são comparativamente mais baratos que os importados, logo os 
consumidores locais e do exterior comprarão mais produtos locais. 
 
 O sistema de taxas de câmbio: 
Aqui é importante identificar como as taxas de câmbio são determinadas e o 
papel que o BACEN possui neste mercado. Então: 
 
 As taxa de câmbio flexíveis ou livremente flutuantes: 
Neste caso a taxa de câmbio é determinada através da oferta e demanda do 
mercado. Para melhor compreender este “jogo” é preciso verificar quem forma a oferta 
e a demanda das divisas. No caso brasileiro, a oferta de dólares provém das exportações, 
turistas estrangeiros e investidores internacionais. Já a demanda de dólares será: 
importações, investimentos brasileiros no exterior e empréstimos de bancos estrangeiros 
a residentes brasileiros. Lembre ainda que a oferta de dólares equivale à demanda de 
reais e a demanda de reais à oferta de dólares. 
O gráfico do mercado de divisas envolve: a taxa de câmbio nos eixos das 
ordenadas e a moeda estrangeira (dólar) nas abscissas: Incluir figura do caderno 
original Troster, p. 295, figura 18.1). 
Através da análise gráfica percebe-se que quanto maior a taxa de câmbio, maior 
quantidade de reais e necessária para comprar um dólar e vice-versa. Ao se elevar à taxa 
de câmbio, conforme visto antes, desvaloriza-se a moeda nacional e valoriza-se a 
estrangeira. Assim como uma valorização da taxa de câmbio causaria o efeito contrário. 
Note ainda que com o câmbio forte, as importações são favorecidas e as exportações 
não. Isto porque são necessários menos reais nas compras externas e uma maior 
quantidade de dólares seriam requisitadas para as vendas ao estrangeiro. Aqui também 
vale o efeito contrário: com o câmbio fraco, as exportações são beneficiadas e as 
importações não. 
O equilíbrio das taxas de câmbio ocorre de acordo com o equilíbrio do mercado, 
ou seja, na equivalência entre a oferta e a demanda de divisas. Quando a taxa de câmbio 
está acima do ponto de equilíbrio há um superávit de divisas (excesso de entrada de 
dólares) e a taxa tende a cair. Já no caso contrário, há um déficit de divisas e a taxa de 
câmbio é pressionada para cima. 
Pode haver o ajuste da taxa por meio de alterações na oferta ou na demanda de 
divisas. Por exemplo, um aumento do PIB, implica numa elevação da demanda de 
importações e uma redução da taxa de câmbio. Isto porque a demanda por dólares será 
deslocada para a direita. Já se ocorrer um aumento das exportações, a oferta de dólares 
aumentará, será deslocada para a direita, o que reduzirá a taxa de câmbio. 
As vantagens do sistema de taxas de câmbio flexíveis: A grande vantagem é que com 
este sistema ocorre a correção automática de qualquer tendência a gerar um déficit ou 
um superávit no balanço de pagamentos. 
16 
 
As limitações no sistema de taxas de câmbio flexíveis: Na prática a correção pode não 
ocorrer de maneira tão simples; Quando o real é desvalorizado, as importações ficam 
mais caras implicando num aumento do custo de vida e nos custos de produção das 
empresas, o que incide negativamente no preço das exportações; Gera-se uma incerteza 
nas relações internacionais, principalmente quando os prazos de pagamento forem mais 
longos; Os especuladores dificultam o processo de ajuste. 
 
 Sistema de taxa de câmbio fixa (Padrão ouro): 
Neste sistema, a taxa de câmbio está ligada a uma determinada mercadoria 
(ouro) ou moeda (dólar). Historicamente, o sistema de câmbio fixo foi baseado no 
padrão ouro. Atualmente verifica-se a vinculação de algumas moedas ao dólar 
(Argentina). As regras do padrão ouro são as seguintes: Estabelecer uma relação fixa 
entre a moeda e o ouro (valor paritário); A conversibilidade deveria se manter através da 
compra e venda de moeda nacional em troca do ouro, ao preço oficial; Deveria haver 
total respaldo no valor do ouro (100%). 
Neste sistema, as entradas de ouro provocam uma expansão monetária e as 
saídas, uma destruição do dinheiro. Conforme segue: (superávit  mais ouro  mais 
moeda  aumento de preços  redução das exportações  aumento das importações). 
Percebe-se que ocorre, naturalmente, um ajuste do sistema. 
Inconvenientes do padrão ouro: Tende a formar fortes oscilações na atividade 
econômica e no nível de preços; Países com superávits poderiam cancelar o efeito do 
fluxo de ouro sobre a quantidade de dinheiro. (Isto via operações de mercado aberto que 
compensem a variação do ouro). O sistema era muito sensível a uma crise de confiança. 
 
 O sistema do FMI: Taxas de câmbio ajustáveis: 
Tal sistema visa estabelecer as taxas de câmbio, sem que os países sofram os 
principais efeitos do padrão ouro. O câmbio seria fixo, mas não completamente rígido. 
O banco central permitia uma variação dentro de uma faixa por ele estipulada. Assim, 
para controlar tal variação, ele deveria atuar como um ofertante ou demandante no 
mercado de câmbio e para isto necessitava possuir reservas internacionais. 
Quando ocorrer superávit ou déficit de divisas no mercado, o governo deverá 
intervir e sua ação deve impedir que as variações não saiam da faixa por ele estipulada. 
Sua ação consiste em ofertar ou demandar dólares para ajustar o preço do câmbio. 
Incluir figura do caderno (original Troster p. 305, figura 18.3). 
A intervenção seria a utilização de moedas estrangeiras para corrigir um déficit 
persistente no balaço de pagamentos, isto porque a situação pode se tornar 
insustentável. Aqui o FMI acredita que a moeda pode ser desvalorizada (por exemplo, 
taxa de câmbio de 1,20 para 1,40). Já no caso contrário, o superávit persistente no 
balanço de pagamentos, a valorização da moeda é recomendada. 
As dificuldades do sistema do FMI: A primeira delas era a correta identificação do 
desequilíbrio, ou seja, se ele era temporário ou de base.Uma vez definida a situação, os 
17 
 
especuladores a gravavam. Outro ponto é que com a paridade estipulada, a realidade da 
taxa ficava distorcida e trazia problemas. 
Do sistema do FMI ao sistema atual: Em tal sistema permite-se que a moeda varie 
(flutue livremente) em resposta às variações nas condições de oferta e demanda de 
divisas. Aqui não há paridade com o dólar, ou com qualquer outra moeda. 
 A flutuação “suja”: Na prática percebe-se que as taxas de câmbio não são 
determinadas com plena liberdade, nesta os bancos centrais modificam, no curto prazo, 
o câmbio, quando não ocorria a intervenção do mercado. Esta era via compra e venda da 
própria moeda, para equilibrar a taxa de câmbio. 
As razões para intervir no mercado de divisas: as variações da taxa de câmbio 
afetavam as importações e as exportações e conseqüentemente a produção e o emprego; 
as flutuações da moeda influem nos preços e conseqüentemente na inflação do país. 
Este sistema é intermediário entre o fixo e o flexível. 
 
 As características do sistema de câmbio atual: O sistema atual é flexível e assim 
através das variações das taxas de câmbio, os ajustes internacionais podem ocorrer de 
forma gradual. Então, quase não há probabilidade de ocorrerem movimentos 
especulativos e crises de confiança. Entretanto, a incerteza aumenta, devido à elevada 
variabilidade das taxas. 
Verifica-se atualmente, uma diversidade de sistemas cambiais existentes, sendo 
os câmbios fixo e flexível situações extremas. Também se percebe uma grande 
variabilidade nas taxas de câmbio, esta se deve a movimentos especulativos, 
desequilíbrios nas balanças comerciais e outras flutuações. Os paliativos para tais 
problemas são: coordenação de políticas macroeconômicas, intervenção no mercado 
cambial e formação de blocos econômicos. 
 
 O sistema monetário europeu: Este é um mecanismo de ligação das moedas dos 
países membros da CE (Comunidade Européia) que estabelece um sistema de paridades 
fixas, porém ajustáveis. Veja suas principais características: as taxas de câmbio se 
mantêm fixas; pode se corrigir os efeitos do livre jogo do mercado, aplicação de 
instrumentos financeiros e ajuste das taxas; o ECU é formado por um conjunto ajustável 
e pré-determinado de moedas da CE; um sistema de taxas de câmbio define-se através 
das regras que estipulam o papel do BACEN no mercado de divisas. 
Daí surge dois sistemas básicos: o livre ou flexível e o fixo. As primeiras não 
sofrem intervenção do BACEN e as últimas são rigidamente controladas por este banco. 
Observa-se, ainda, que na prática, a maioria dos países, não adota os extremos 
anteriormente definidos. 
 Títulos Públicos: Os variados títulos financeiros (públicos e privados) apresentam as 
seguintes características mais relevantes: a) RENDA: ela mede a rentabilidade do título 
e pode ser: PRÉ-FIXADA – aquela que a taxa de remuneração é definida na contratação 
do título. PÓS-FIXADA – aquela em que há um indexador (correção monetária; 
18 
 
variação cambial ou variação de um índice do governo) adicionado a juros. b) PRAZO: 
ele pode ser determinado (fixo, pré-estabelecido) ou variável (oscilar conforme o 
mercado). c) EMISSÃO: ele pode ser público (emitido pelo governo) ou privado 
(quando a emissão é pelo sistema financeiro em geral ou pelas sociedades anônimas 
(S.A.). 
Neste caso, serão tratados os títulos emitidos pelo governo federal. E estes estão 
focados na política econômica do governo e são de longo prazo. No caso, na política 
fiscal (déficit público) ou na monetária (para o controle da moeda que circula no sistema 
bancário e financeiro em geral). Sendo: 
a) Política Fiscal: o governo visa re-estabelecer o equilíbrio de suas contas (públicas) 
através da emissão de títulos do Tesouro Nacional. Sendo os principais: 
→ LTN (Letras do Tesouro Nacional) – possuem rendimento pré-fixado definido pelo 
deságio sobre o valor nominal. 
→ LFTN (Letras Financeiras do Tesouro Nacional) – possuem rendimento pós 
fixado definido pela taxa SELIC. 
→ NTN (notas do Tesouro Nacional) – podem possuir juros cupom e valor nominal 
atualizado por um índice (IPCA, IGP-M, TR via TBF ou Dólar) ou ainda rendimento 
pré-fixado com deságio sobre o valor nominal (neste caso o pagamento de cupom é 
semestral). 
b) Política Monetária: através de títulos emitidos pelo Banco Central, o governo tem o 
objetivo de equilibrar a liquidez do sistema financeiro. Porém, desde 2002 o BCB não 
emite nenhum título novo. Sendo os principais: 
→ BBC (Bônus do Banco Central) – ocorre através de leilões por meio de oferta 
pública de títulos. O seu rendimento corre por meio de desconto da diferença entre o 
preço de colocação e a taxa nominal. 
→ LBC (Letras do Banco Central) – são títulos que possuem uma taxa média ajustada 
pela SELIC (definida pelo COPOM - Comitê de Política Monetária). 
→ NBC (Notas do Banco Central) – neste tipo de título a rentabilidade é baseada na 
TR (taxa Referencial de juros do BCB). 
 
→ Mercado Primário: é quando o governo por meio do banco central lança novos 
títulos para o sistema financeiro em geral. 
→ Mercado Secundário: é quando o sistema financeiro repassa estes novos títulos 
para o público em geral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 FUNDAMENTOS DE TESOURARIA 
 
CAPITAL DE GIRO: 
É o conjunto de valores necessários para fazer os negócios acontecerem 
(girarem) na empresa. Existe a expressão "Capital em Giro", que seriam os bens 
efetivamente em uso. Em geral, de 50 a 60% do total dos ativos de uma empresa 
representam a fatia correspondente a este capital. Além de sua participação sobre o total 
dos ativos da empresa, ele exige um esforço para ser gerido pelo administrador 
financeiro maior do que aquele requerido pelo capital fixo. 
O capital de giro precisa ser acompanhado e monitorado permanentemente, pois 
está sofrendo o impacto das diversas mudanças no panorama econômico enfrentado pela 
empresa de forma contínua. As dificuldades relativas a sua administração numa empresa 
são devidas, principalmente, à ocorrência dos seguintes fatores: Redução de vendas; 
Crescimento da inadimplência; Aumento das despesas financeiras; Aumento de custos. 
Denominando-se de "aplicação permanente" as contas não circulantes do ativo e 
de "fonte permanente" as contas não circulantes do passivo, define-se Capital de Giro: 
sendo a diferença entre as fontes permanentes e aplicações permanentes. Ele também é 
um conceito econômico-financeiro, constituindo uma fonte de fundos permanente 
utilizada para financiar a Necessidade de Capital de Giro. 
O Capital de Giro apresenta-se razoavelmente estável ao longo do tempo. Ele 
diminui quando a empresa realiza novos investimentos em bens do ativo imobilizado 
(aumento dos imobilizados). Todavia, esses investimentos são, em geral, realizados 
através de "Autofinanciamento" (empréstimos a longo prazo, aumento do capital em 
dinheiro e lucros líquidos) que por sua vez, aumentam o Capital de Giro (fontes 
permanentes) compensando, a diminuição provocada pelos novos investimentos. Ele 
pode ser negativo. Neste caso, as aplicações permanentes são maiores do que as fontes 
permanentes, significando que a empresa financia parte de seu ativo não circulante com 
fundos de curto prazo. Embora esta condição aumente o risco de insolvência, a empresa 
poderá se desenvolver, desde que sua Necessidade de Capital de Giro seja, também 
negativa. 
Em Contabilidade, existe o Capital de Giro Circulante, que seria a diferença do 
Ativo Circulante e do Passivo Circulante, grupos de contas do Balanço Patrimonial. 
Esse indicador é decomposto em diversos demonstrativos e relatórios contábeis, que secombinados com a Demonstração dos Fluxos de Caixa, acrescentam informações 
financeiras de uso gerencial. Os conceitos financeiros e contábeis provieram da 
Economia. O Capital Circulante, sob essa abordagem, é um conceito criado como o 
oposto do Capital Fixo. Adam Smith e principalmente David Ricardo, foram os 
primeiros a estudar essa matéria de uma forma científica, própria da Ciência 
Econômica. Em uma perspectiva gerencial mais objetiva, pode-se dizer que “Capital de 
Giro significa capital de trabalho, ou seja, o capital necessário para financiar a 
continuidade das operações da empresa...”, isto é, fornecer recursos para compras, 
20 
 
vendas a prazo, manter estoques, pagamentos de fornecedores, salários, pagamentos de 
impostos e demais custos e despesas operacionais. 
Hoji (2004) e Weston e Brigham (2004) definiram capital de giro como capital 
circulante e corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes, que se 
transformam constantemente dentro do ciclo operacional. Como o próprio nome dá a 
entender, o capital de giro fica circulando dentro da empresa e, a cada ciclo operacional 
sofre transformação em seu estado patrimonial, e finalmente, quando transformado em 
dinheiro, o valor do capital de giro inicial incorpora variações positivas ou negativas, e a 
cada transformação, e ao final de cada ciclo operacional deve ser maior que o ciclo 
inicial, isto é, quando incorpora lucros das operações. 
 
INSTRUMENTOS PARA ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO: 
 
A base para a administração do capital de giro consiste em suprir a NCG – 
Necessidade de Capital de Giro. Conforme segue 
 
DETERMINAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO – Valor aplicado em: Estoques: 
aumento e redução de volumes. Contas a Receber: expandir prazos de recebimentos; 
vendas a vista x vendas a prazo. Caixa Disponível: o dia-a-dia das contas. 
 
FONTES DE CAPITAL DE GIRO - Capital Próprio; Empréstimos/Financiamentos 
(de curto e de longo prazo, descontos de duplicatas e cheques); Fornecedores; 
Adiantamento de Clientes; Lucros. 
 
NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO 
NCG = Giro Operacional – Origens Operacionais. 
 
Sendo: Giro Operacional – contas a receber + Estoques; Origens Operacionais – 
Fornecedores + Salários + Impostos; 
 
SLC = Saldo Líquido de Caixa, sendo: SLC = Giro Financeiro – Origem Financeira 
ou saldo de tesouraria (T). O saldo de tesouraria é a diferença entre as contas do ativo 
circulante e do passivo circulante que não guardam relação com a atividade operacional 
da empresa 
Onde: Giro Financeiro – Caixa e Bancos; Origem Financeira – Empréstimos em Geral. 
 
Se o saldo de tesouraria for positivo (folga financeira), haverá disponibilidade de 
recursos para financiar a NCG. Sendo negativo ou insuficiente o saldo de tesouraria, a 
empresa necessitará de mais recursos a curto-prazo (empréstimos) para financiar suas 
operações. Isto poderá levar a empresa a uma situação de insolvência, com consequente 
falência. 
21 
 
 Efeito Tesoura 
 
O efeito tesoura ocorre quando a empresa expande demasiadamente suas vendas, 
sem que o capital de giro disponível cresça na mesma proporção. O crescimento das 
vendas faz com que a NCG aumente também. Se não houver o suporte de capital de giro 
(saldo de tesouraria) necessário à manutenção deste novo patamar operacional, o 
crescimento exagerado poderá deixar a empresa em dificuldades financeiras, podendo 
mesmo levá-la à falência. 
 
Ciclos Operacional e Financeiro: 
Estes nada mais são do que os ciclos econômicos da empresa e estão 
intimamente ligados à Administração de Capital de Giro. As dificuldades relativas ao 
capital de giro numa empresa são devidas, principalmente, à ocorrência dos seguintes 
fatores: redução de vendas; crescimento da inadimplência; aumento das despesas 
financeiras; aumento de custos. Por outro lado, a sua importância depende: do volume 
de vendas; sazonalidade; fatos cíclicos da economia; tecnologia; políticas de negócios; 
entre outros. Pode se perceber que uma boa política de administração do capital de giro 
envolve medidas capazes de manter os indicadores da empresa dentro dos limites 
previstos para produzir determinados resultados e satisfazer as expectativas de retorno 
(lucro) para a companhia. O estudo do capital de giro e dos ciclos das empresas 
dependem também da análise dos indicadores ecômico-financeiros da empresa e entre 
eles se destaca o CCL (Capital Circulante Líquido) = Ativo Circulante – Passivo 
Circulante. Se este for positivo, a empresa é capaz de saldar seus compromissos 
financeiros de curto prazo, porém se ele for negativo, ela necessitará de recursos de 
terceiros (empréstimos). Deste modo, ela passará a ter dívidas. 
O CICLO OPERACIONAL (CO) pode ser definido como o intervalo de 
tempo necessário desde a compra das matérias primas necessárias para se produzir, até o 
momento de recebimento das vendas da empresa. Ele é um período MÉDIO de 
investimento nos recursos (fatores) nas operações, sem que ocorram as entradas de 
caixa correspondentes. Note que uma parte deste capital é financiada pelos fornecedores 
que concederam um prazo para o pagamento de suas matérias – primas. Sendo: CO = 
PME + PMR, onde (PME = prazo médio de estocagem e PMR = prazo médio de 
recebimento). 
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA: 
 
0 15 45 60 90 
 
 
Compra Início da Fim da Venda Recebimento 
de M.P. Fabricação Fabricação da Venda 
 
 PME (M.P.) PMP PMV PMR 
 (prazo médio (prazo médio (prazo médio de recebimento) 
 de produção) venda) 
 
22 
 
 
O CICLO FINANCEIRO é aquele que define, em termos médios, o intervalo 
entre os pagamentos aos fornecedores e o recebimento das vendas realizadas. Pode se 
afirmar que é o período durante o qual a empresa financia as suas operações, sem a 
participação dos fornecedores. Ele considera apenas os eventos de natureza econômica, 
ou seja, mede exclusivamente as movimentações de caixa da empresa. Pode se afirmar 
que quanto maior for o CF de uma empresa, mais recursos estarão temporariamente 
aplicados nas operações. Assim, existem mais custos financeiros envolvidos e reduz-se 
a rentabilidade da empresa. Logo, pode se concluir que o ideal é que o ciclo financeiro 
seja o menor possível. Sendo: CF = CO – PMP. 
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA: 
 0 65 
 
PAGTO PMP Recebimento 
da M.P. da Venda 
 
 
 
Exemplo: A Cia Ipiranga é uma empresa que vende todos os seus produtos a prazo. Os 
prazos médios apresentados são os seguintes: PME = 60 dias, PMR= 30 dias e PMP = 
25 dias. Determinar os ciclos operacional e financeiro: 
CO = PME + PMR → CO = 60 + 30 = 90 dias. 
CF = CO – PMP → CF = 90 – 25 = 65 dias. 
 
 
 
PERÍODOS E CICLOS 
 
Os índices de atividade podem medir a rapidez com que as contas circulantes 
(estoques, duplicatas a receber e duplicatas a pagar) são convertidas em caixa. 
 
A análise de atividade de uma empresa pode ser percebida pelos seguintes 
índices: 
 
 GIRO DOS ESTOQUES 
O giro dos estoques mede a atividade da empresa, isto é, em quanto tempo é 
transformado os estoques em vendas. 
 
Giro dos estoques = _Custo dos Produtos Vendidos_ 
 Valor Médio dos Estoques 
23 
 
 
 
 
 
Definição: Houve uma renovação dos estoques da empresa da ordem de X vezes 
ao ano. 
 
 
 PERÍODO MÉDIO DE ROTATIVIDADE DOS ESTOQUES 
 
 
Definição: A cada X dias a matéria entra no estoque é processada e vendida. 
Pode ser ainda usada como parâmetro para definir qual produto deve ter a venda 
incentivada ou cortada. 
 
 PERÍODO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS 
O período médio de cobrança, ou idade media de contas a receber, é útil na 
avaliação para estabelecimento de estratégias para crédito e cobrança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Definição: O resultado indica que a empresa financiou seus clientes, em média, 
por X dias. Esse pode ser um dado significativo para o administrador analisar se, por 
exemplo, o preço cobrado do produto é suficiente para cobrir custos financeiros de 
carregamento da carteira de clientes. 
 
 
 PERÍODO MÉDIO DE PAGAMENTO DE COMPRAS 
O período médio de pagamento, ou idade media das duplicatas a pagar, indica o 
prazo médio necessário para o pagamento das duplicatas. 
 
 
 
 
 
 
Onde: 
Estoque inicial + Compras - Estoque Final = Custo dos Produtos Vendidos 
Compras = Custo dos Produtos Vendidos - Estoque Inicial + Estoque Final 
 
 
 
PMRE = ______360______ 
 Giro dos Estoques 
PMRV = _Contas a Receber X 360_ 
 Receita Anual de Vendas 
PMPC = _Duplicatas a Pagar X 360_ 
 Compras Anuais 
Giro de Vendas = __360___ 
 PMRV 
Giro de Compras = _ 360__ 
 PMPC 
24 
 
 
 
 
 
 Regimes de Caixa e de Competência: Para se conhecer o resultado de um exercício é 
preciso confrontar o total das despesas com o total das receitas correspondentes ao 
respectivo exercício. É o regime contábil a ser adotado que definirá que despesas e 
receitas deverão ser consideradas na apuração do resultado do respectivo exercício. 
Assim, são dois os regimes contábeis conhecidos que disciplinam a apuração do 
Resultado do Exercício: Regime de Caixa: Na apuração do resultado do Exercício 
devem ser consideradas todas as despesas pagas e todas as receitas recebidas no 
respectivo exercício, independentemente da data da ocorrência de seus fatos geradores. 
Em outras palavras, por esse regime somente entrarão na apuração do resultado as 
despesas e as receitas que passaram pelo Caixa. O Regime de Caixa somente é 
admissível em entidades sem fins lucrativos, em que os conceitos de receita de despesa 
se identificam, algumas vezes, com os de recebimento e pagamento. E o Regime de 
Competência: Desse regime decorre o Principio da Competência de Exercícios, e por 
ele serão consideradas, na apuração do /resultado do Exercício, as despesas incorridas e 
as receitas realizadas no respectivo exercício, tenham ou não sido pagas ou recebidas. 
De acordo com esse regime, não importa se as despesas ou receitas passaram pelo Caixa 
(pagas ou recebidas); o que vale é a data da ocorrência dos respectivos fatos geradores. 
Nas entidades com fins lucrativos – empresas -, são fundamentais os conceitos de custo 
e de receita, que envolvem o regime de competência, pois a elas não importa o que foi 
pago ou recebido, mas o que foi consumido e recuperado, para apuração do resultado do 
exercício. 
 
 
 
 ADMINISTRAÇÃO DO CAIXA DA EMPRESA 
 
 Fluxo de Caixa: 
Para fins de Administração Financeira, o termo caixa abrange todos os recursos 
disponíveis da empresa que possam ser utilizados como se fosse dinheiro, incluindo-se, 
assim, as disponibilidades imediatas da empresa, depósitos bancários à vista, 
numerários em transito e aplicações de liquidez imediata. Informações sobre fluxo de 
caixa são relevantes, à medida que permitem a investidores e credores projetar a 
capacidade que a empresa terá de gerar dinheiro ou equivalentes, distribuir dividendos, 
pagar juros e amortizar dívidas. A informação sobre o fluxo de caixa destaca-se, 
também, por auxiliar na determinação da liquidez e solvência empresarial. 
Considerando liquidez como sendo a capacidade de conversão de ativos em caixa, 
25 
 
vemos a solvência de uma forma mais ampla, ou seja, como a capacidade de pagamento 
das obrigações de uma empresa no momento de seus vencimentos. 
Assim, a determinação da capacidade de solvência da empresa indica a 
possibilidade de sua continuidade. A informação sobre a liquidez é condição 
fundamental para determinação da solvência. O Fluxo de Caixa é o fluxo financeiro da 
empresa, é através dele que as empresa planejam e tomam decisões importantes de 
investimentos, financiamentos, distribuição de recursos além de outras fundamentais 
para a continuidade das operações normais do empreendimento. Essas também têm sua 
importância destacada: quando utilizada em conjunto com as demais demonstrações 
contábeis, proporciona informações que habilitam os usuários a avaliar as mudanças nos 
ativos líquidos de uma empresa, sua estrutura financeira (inclusive sua liquidez e 
solvência) e sua habilidade para afetar as importâncias e prazos dos fluxos de caixa a 
fim de adaptá-los as mudanças nas circunstâncias e as oportunidades; são úteis para 
avaliar a capacidade da empresa produzir recursos de caixa e valores equivalentes e 
habilitar os usuários a desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor presente e 
futuro de caixa de diferentes empresas; aumenta a comparabilidade dos relatórios de 
desempenho operacional por diferentes empresas, porque elimina os efeitos decorrentes 
do uso de diferentes tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos; 
possibilita o uso das informações históricas sobre o fluxo de caixa como indicador da 
importância, época e certeza de futuros fluxos de caixa; é útil para conferir a exatidão de 
avaliações anteriormente feitas de futuros fluxos de caixa e examinar a relação entre a 
lucratividade e o fluxo de caixa líquido, e o impacto de variações de preço. 
Um ponto muito importante relativo ao Fluxo de Caixa está relacionado com a 
o risco de manipulações de resultados. Pode parecer que o Regime de Competência é 
mais suscetível a manipulações, enquanto que o Fluxo de Caixa pode parecer ser 
absoluto e verdadeiro por estar vinculado a uma realidade aparentemente muito mais 
objetiva. Mas, as chances de manipulação no Fluxo de Caixa são muito mais fáceis de 
se produzir e de forma aparentemente honesta, enquanto que as do Regime de 
competência, quando existentes, resultam de efetivas fraudes. Por exemplo um atraso 
deliberado no pagamento dos fornecedores pode aparentar um desempenho melhor dos 
recursos gerados pelas operações do Fluxo de Caixa. Ou um acréscimo no prazo de 
recebimento pode provocar neste exercício, uma significativa redução financeira mesmo 
que isso não comprometa rentabilidade (dependendo do acréscimo ao preço pelo prazo 
adicionado). No fundo, no fundo é mais fácil uma empresa provocar alterações em seu 
Fluxo de Caixa do queno seu Fluxo de Resultado. 
 
 Modelo do Caixa Mínimo Operacional 
Um forma simples de estabelecer o montante de recursos que uma empresa 
deverá manter em caixa é através do Caixa Mínimo Operacional. Esta técnica, apesar de 
pouco sofisticada, pode ser útil no estabelecimento de um padrão do investimento em 
26 
 
caixa. Para se obter o Caixa Mínimo Operacional(CMO), basta dividir os desembolsos 
totais previstos por seu giro de caixa. Por sua vez, para obter o giro de caixa, divide-se 
360, se a base for em dias e o período de projeção for de um ano, pelo ciclo financeiro 
(ciclo de caixa), ou seja: 
 
Giro de Caixa = 360  Ciclo Financeiro 
 
CMO = Desembolsos Operacionais  Giro de Caixa 
 
 
Orçamento de Caixa 
O orçamento de caixa é o demonstrativo da projeção das necessidades de 
recursos de uma empresa, elaborado através da previsão das entradas e saídas de fundos 
em um determinado período de tempo. Deve retratar a previsão das necessidades de 
recursos ou as sobras de caixa que ocorrerão no período em questão. 
É uma ferramenta que permite ao administrador financeiro identificar as 
necessidades e oportunidades financeiras de curto prazo. 
O objetivo do orçamento de caixa é dar subsídios ao administrador financeiro 
para planejar e controlar o fluxo de recursos da empresa e fornecer componentes básicos 
para que se possa formular as estratégias que serão utilizadas para o financiamento do 
volume de vendas previsto para o período. 
Ao traçar as diretrizes do planejamento das disponibilidades, a empresa busca 
atingir algumas metas entre as quais destacam-se: 
 Defasagem entre as transações correntes: o orçamento de caixa é elaborado através 
da previsão das entradas e saídas de fundos. Todavia, o fluxo de recursos não ocorre 
de maneira uniforme, por esta razão a empresa deve manter fundos suficientes para 
garantir eventuais déficits de caixa mantendo a liquidez sem interromper o ciclo de 
suas atividades operacionais. 
 Redução de custos sobre empréstimos de curto prazo: conhecendo com 
antecedência os eventuais déficits de caixa, o administrador financeiro terá a sua 
disposição, um período de tempo suficiente para escolher entre as diversas opções de 
financiamentos. 
 Aplicação de excedentes de caixa: durante certos períodos, a empresa mantém 
saldos inativos de caixa. Isso ocorre devido à defasagem de tempo entre as datas de 
pagamento das obrigações e de recebimento dos direitos. Como o dinheiro mantido 
em caixa não traz nenhum retorno a empresa, o administrador financeiro deve 
aplicar esses recursos momentâneos em algum ativo de curto prazo que renda juros. 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DE CONTAS A RECEBER 
O administrador financeiro tem como objetivo maximizar o lucro esperado. Nos 
casos em que a margem de lucro é grande, a possibilidade de a empresa optar por uma 
política de crédito liberal é plenamente justificável. Contudo, quando a margem de lucro 
é relativamente pequena, a flexibilização do crédito pode, como consequência, aumentar 
o nível de incobráveis, comprometendo assim a rentabilidade. 
 
27 
 
Outro fator importante na política de duplicatas a receber, é o montante de 
recursos que a empresa pode investir. Os volumes de recursos investidos em capital de 
giro podem determinar maiores ou menores volumes de vendas. Se a empresa possuir 
recursos limitados, terá dificuldade em conceder crédito a prazos mais longos 
comprometendo a ampliação das vendas. Por outro lado, se a empresa estiver em 
condições de investir em duplicatas a receber, ao flexibilizar o crédito, corre o risco de 
ter um aumento em seu nível de incobráveis. Cabe ao administrador financeiro buscar o 
equilíbrio que minimize o dilema risco-retorno. 
 
Quando a empresa vende seus produtos a prazo, o que ocorre na maioria delas, a 
principal decisão a ser tomada, e, sem dúvida, a mais difícil, é a que se refere a 
concessão do crédito. Nesse momento o administrador financeiro se vê a frente de três 
questões básicas: 
 
 A quem vender? 
 Quanto vender? 
 Em que condições vender? 
 
A análise da concessão do crédito tem que ser baseada em dois aspectos 
fundamentais. Primeiramente, nas fontes de informações disponíveis combinadas com a 
evolução da conjuntura econômica e em segundo lugar, em uma forte dose de bom 
senso, pois muitas vezes vale aceitar um determinado risco considerando que o cliente 
tem potencial para tornar-se regular e confiável futuramente. 
 
 SELEÇÃO DE CRÉDITO 
O objetivo da seleção de crédito é determinar a quais clientes pode ser concedido 
o crédito, e em que proporções. Para essa seleção é imprescindível possuir as 
informações necessárias e utilizar os métodos apropriados para fazer uma avaliação 
adequada. 
A Seleção de Crédito consiste em determinar se o crédito deve ser concedido a um 
cliente e o limite quantitativo a ser concedido. Os analistas financeiros com a finalidade 
de minimizar o risco das vendas a prazo, freqüentemente utilizam-se para orientar suas 
análises, os 5 “Cs” do crédito, enfoque abortado por Brighan e Weston, que procura 
minimizar os riscos. 
 
 
 
 Os C’s do Crédito 
 
- Caráter (Idoneidade do cliente) 
- Capacidade de pagamento (liquidez e endividamento) 
- Capital (solidez financeira indicada pelo patrimônio líquido) 
- Colateral (ativos disponíveis para garantir o crédito) 
- Condições (influência da conjuntura que pode afetar as partes) 
 
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Obtenção de Informações: 
 
É o processo de avaliação para determinar as condições da concessão do crédito a 
um cliente. As principais fontes de informações são: 
 
- Demonstrações contábeis e financeiras 
- Empresas prestadoras de serviços (Serasa, SPC, etc) 
- Publicações especializadas em indicadores padrões 
- Trocas diretas de informações de crédito 
- Vendedores 
- Visita as instalações da empresa e entrevistas com seus executivos 
- Consultas bancárias 
 
 Política de crédito 
A política de crédito de uma empresa visa, além do incremento no volume de 
vendas e de um equilíbrio entre o risco e o retorno, uma adequação entre os custos 
envolvidos no padrão de crédito adotado. Se a empresa adotar uma política de crédito 
liberal, aumentando o prazo de pagamento dos clientes, provavelmente aumentará seu 
volume de vendas, todavia aumentará também os riscos com incobráveis e os 
investimentos em duplicatas a receber e retardará as entradas de recursos em caixa. 
 
As alterações que vierem a ocorrer na política de crédito das empresas afetam 
sensivelmente os seguintes itens: 
 
 Volume de vendas 
 Despesas com incobráveis 
 Despesas gerais de crédito 
 Despesas com cobranças 
 Custo do investimento marginal em duplicatas a receber 
 
Exemplo de alteração nos padrões de crédito 
Situação atual 
 Prazo médio concedido aos clientes 
 Ordem de protesto por atraso no pagamento 
 Suspensão do crédito por atraso 
Situação proposta 
 Prazo médio concedido aos clientes 
 
30 dias 
5º dia após o vencimento 
15º dia após o vencimento 
 
45 dias 
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 Ordem de protesto por atraso no pagamento 
 Suspensão do crédito por atraso 
8º dia após o vencimento 
20º dia após o vencimento 
 
No exemplo acima, a empresa optou por uma política mais flexível afrouxando o 
crédito. Poderia ter feito o inverso quando estaria restringindo o crédito, tornando-o 
mais rígido. 
 
Implicações das alterações dos padrões de crédito na lucratividade das empresas 
Política de crédito liberal 
Variável 
Volume de vendas 
Investimento em duplicatas a receber 
Gastos com incobráveis 
Impacto 
Aumenta 
Aumenta 
Aumenta 
Lucro

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