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PARTE VII DOENÇAS AVIÁRIAS SISTEMAS SANGÜÍNEO E CARDIOVASCULAR MICRORGANISMOS HEMATOGÊNICOS .................................................... 1870 Egiptianelose ........................................................................................... 1870 Atoxoplasmose ........................................................................................ 1871 Filariose.................................................................................................... 1871 Infecção por Haemoproteus ..................................................................... 1872 Leucocitozoonose .................................................................................... 1872 Infecção por Plasmodium ........................................................................ 1873 Espiroquetose .......................................................................................... 1874 Tricomonademia ...................................................................................... 1874 Tripanossomíase ..................................................................................... 1874 INFECÇÃO PELO VÍRUS DA ANEMIA DOS PINTOS ................................. 1875 ANEURISMA DISSECANTE ......................................................................... 1876 ANGIOPATIA HIPERTENSIVA NOS PERUS ............................................... 1877 HEPATITE COM CORPÚSCULO DE INCLUSÃO ........................................ 1878 CARDIOPATIA REDONDA ........................................................................... 1879 SISTEMA DIGESTIVO COCCIDIOSE ................................................................................................ 1879 Criptosporidiose ....................................................................................... 1883 ENTERITE CORONAVIRAL DOS PERUS ................................................... 1884 ENTERITE VIRAL DOS PATOS ................................................................... 1885 HELMINTÍASE DO TRATO DIGESTIVO ...................................................... 1886 ENTERITE HEMORRÁGICA DOS PERUS ................................................... 1890 HEXAMITÍASE ............................................................................................... 1890 ENTERITE NECRÓTICA ............................................................................... 1891 INFECÇÕES ROTAVIRAIS NAS GALINHAS, PERUS E FAISÕES ............ 1892 SAPINHO (Candidíase) ................................................................................ 1893 TRICOMONÍASE ........................................................................................... 1893 ENTERITE ULCERATIVA ............................................................................. 1894 AFECÇÕES GENERALIZADAS PARAMIXOVÍRUS AVIÁRIO DO TIPO 3 NOS PERUS ................................ 1896 ESPIROQUETOSE AVIÁRIA ........................................................................ 1897 CAMPILOBACTERIOSE ............................................................................... 1899 CLAMIDIOSE ................................................................................................. 1900 COLIBACILOSE ............................................................................................ 1901 HEPATITE VIRAL DOS PATOS ................................................................... 1902 ERISIPELA .................................................................................................... 1904 SÍNDROME DO FÍGADO GORDUROSO ..................................................... 1906 SÍNDROME DA MORTE SÚBITA ................................................................. 1906 CÓLERA AVIÁRIA ........................................................................................ 1908 HEPATITE VIRAL DOS GANSOS ................................................................ 1909 HISTOMONÍASE ........................................................................................... 1910 BURSOPATIA INFECCIOSA ........................................................................ 1911 LISTERIOSE .................................................................................................. 1913 SÍNDROME DA MALABSORÇÃO ................................................................ 1914 ESPLENOPATIA MARMOREADA DOS FAISÕES ...................................... 1915 MICOPLASMOSE .......................................................................................... 1916 Infecção por Mycoplasma gallisepticum .................................................. 1916 Infecção por Mycoplasma iowae .............................................................. 1918 Infecção por Mycoplasma meleagridis ..................................................... 1918 Infecção por Mycoplasma synoviae ......................................................... 1920 MICOTOXICOSE ........................................................................................... 1921 NEOPLASIAS ................................................................................................ 1922 Doença de Marek ..................................................................................... 1922 Leucose Linfóide ...................................................................................... 1924 Reticuloendoteliose .................................................................................. 1925 Doença Linfoproliferativa nos Perus ........................................................ 1927 Outros Tumores ....................................................................................... 1928 DOENÇA DE NEWCASTLE .......................................................................... 1928 ONFALITE ..................................................................................................... 1930 INFECÇÃO POR PASTEURELLA ANATIPESTIFER .................................. 1931 ENVENENAMENTOS .................................................................................... 1932 Fontes Inorgânicas .................................................................................. 1932 Fontes Orgânicas ..................................................................................... 1933 Auto-intoxicação ...................................................................................... 1934 SALMONELOSES ......................................................................................... 1935 Pulorose ................................................................................................... 1935 Febre Tifóide Aviária ................................................................................ 1936 Infecção por Arizona ................................................................................ 1936 Infecções Paratifóides .............................................................................. 1937 Doenças Aviárias 1868 ESTAFILOCOCOSE ...................................................................................... 1938 ESTREPTOCOCOSE .................................................................................... 1939 TOXOPLASMOSE ......................................................................................... 1940 TUBERCULOSE ............................................................................................ 1941 HEPATITE VIRAL DOS PERUS ................................................................... 1942 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO DISTÚRBIOS DO SISTEMA ESQUELÉTICO ............................................... 1942 MIOPATIAS ................................................................................................... 1945 ARTRITE VIRAL ............................................................................................ 1948 SISTEMA NERVOSO BOTULISMO ..................................................................................................1949 ENCEFALITE ORIENTAL DOS FAISÕES .................................................... 1950 ENCEFALOMIELITE ..................................................................................... 1950 SISTEMA REPRODUTIVO INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL ......................................................................... 1951 DISTÚRBIOS DO SISTEMA REPRODUTIVO .............................................. 1952 SÍNDROME DA QUEDA DOS OVOS ........................................................... 1953 SISTEMA RESPIRATÓRIO ÁCARO DOS SACOS AÉREOS ................................................................... 1955 ASPERGILOSE ............................................................................................. 1956 INFECÇÃO POR VERME-FORQUILHA ....................................................... 1956 BRONQUITE INFECCIOSA .......................................................................... 1957 CORIZA INFECCIOSA .................................................................................. 1959 LARINGOTRAQUEÍTE INFECCIOSA ........................................................... 1960 INFLUENZA (Peste Aviária) ......................................................................... 1961 BRONQUITE DAS CODORNIZES ................................................................ 1962 SÍNDROME DA CABEÇA INCHADA ............................................................ 1963 BORDETELOSE DOS PERUS ...................................................................... 1964 RINOTRAQUEÍTE DOS PERUS ................................................................... 1965 PELE ECTOPARASITISMO .................................................................................... 1966 Percevejos de Cama ................................................................................ 1966 Pulgas ..................................................................................................... 1966 Doenças Aviárias 1869 Moscas e Borrachudos ............................................................................ 1966 Carrapatos Aviários ................................................................................. 1967 Piolhos ..................................................................................................... 1967 Ácaros ..................................................................................................... 1968 Micuim comum ................................................................................... 1968 Ácaro das galinhas ............................................................................ 1968 Ácaro desplumante ............................................................................ 1969 Ácaro das penas ................................................................................ 1969 Ácaro aviário setentrional .................................................................. 1969 Ácaro da perna escamosa ................................................................. 1970 Ácaro subcutâneo .............................................................................. 1970 Ácaro aviário tropical ......................................................................... 1970 Micuim dos perus ............................................................................... 1970 Mosquitos ................................................................................................. 1971 BOUBA AVIÁRIA .......................................................................................... 1971 Bouba nas Outras Espécies Aviárias ....................................................... 1972 DERMATITE NECRÓTICA ............................................................................ 1973 AFECÇÕES VARIADAS QUEIMADURA COM AMÔNIA ..................................................................... 1974 SÍNDROME ASCÍTICA .................................................................................. 1974 VESÍCULAS PEITORAIS .............................................................................. 1976 CANIBALISMO .............................................................................................. 1976 INFECÇÕES POR FASCÍOLAS .................................................................... 1977 GOTA ............................................................................................................. 1977 INFECÇÃO POR VERME OCULAR DE MANSON ...................................... 1977 PAPO PENDULAR ........................................................................................ 1978 NUTRIÇÃO E MANEJO (ver MCN) ............................................................... 1317 MICRORGANISMOS HEMATOGÊNICOS O sangue aviário pode conter vários agentes patológicos. Alguns deles se encon- tram dentro das células sangüíneas – o Plasmodium, Haemoproteus, Leucocytozoon, Atoxoplasma (Toxoplasma, Lankesterella) e as rickéttsias. Outros agentes se encon- tram livres no plasma – os espiroquetas, os tricomonas, os tripanossomos e as microfilárias. Alguns desses agentes são móveis e facilmente detectáveis quando observados em um esfregaço úmido com microscopia de campo escuro ou de luz reduzida. (Outros microrganismos, por exemplo, a Pasteurella multocida ou a Erysipelothrix insidiosa podem ser observados em esfregaços sangüíneos.) Egiptianelose As Aegyptianella spp são rickéttsias observadas nas hemácias como corpúsculos em “anel-de-sinete” (0,5 a 4µm). As espécies aviárias afetadas incluem as galinhas Doenças Aviárias 1870 domésticas, os perus, os patos e os gansos, além dos passeriformes e dos psitacídeos. A transmissão se dá por meio de vários carrapatos ou de uma inoculação de sangue. Encontram-se penas eriçadas, anorexia, abatimento, diarréia e hipertermia. Observam-se uma anemia, um aumento de volume do fígado e do baço, rins verde- amarelados e uma hemorragia puntiforme da serosa. Diz-se que as tetraciclinas são efetivas no tratamento. O controle dos carrapatos (ver pág. 1967) é importante. Atoxoplasmose Os passeriformes (tais como canários, mainás e fringilídeos) podem ser fatal- mente afetados pelo que é aparentemente um protozoário coccídico de 2 hospedei- ros, variadamente chamado de Atoxoplasma, Toxoplasma, Lankesterella, Isospora, Encephalitozoon ou Haemogregarina. Relata-se que o parasita se espalha por meio de oocistos nas fezes e/ou por meio de vetores artrópodes (tais como o ácaro vermelho). Nas aves jovens ocorrem mortes agudas; as aves mais velhas podem apresentar um curso de infecção crônico. É comum uma hepatomegalia, detectável através da observação do abdome após umedecer a parede abdominal com álcool. Os esfregaços sangüíneos (ou melhor, a camada amarela de um tubo capilar) revelam células mononucleares com o parasita em uma chanfradura clara no núcleo. Alguns autores relatam parasitismo das hemácias; geralmente torna-se necessária uma supercoloração para a sua detecção. As fezes contêm oocistos. Nas aves jovens agudamente afetadas, o fígado e o baço geralmente se encontram aumentados e necróticos. Nos casos crônicos, as lesões hepáticas e esplênicas lembram os tumores da leucose linfóide. Pode-se utilizar drogas anticoccídicas, tais como uma mistura de pirimetamina e sulfaquinoxalina (ou outra sulfonamida), como parte de um programa preventivo para os filhotes no ninho. A detecção e o tratamento das infestações por ácaros também são importantes. Filariose As aves silvestres freqüentemente apresentam microfilárias no sangue. Exis- tem muitas espécies filariais aviárias. Algumas vezes, quase todo um plantel de TABELA 1 – Microrganismos Hematogênicos nas Aves Domésticas Agente Nas Nos Livres Esquizontes Formas Espalha-sehemácias leucócitos no sangue móveis por Aegyptianella sim não não não não Cr Atoxoplasma ** *** ? não não F, A Borrelia não não sim não sim F, I, Cr, M Haemoproteus sim não * não * H, Cl Leucocytozoon sim sim* não * S, Cl Microfilárias não não sim não sim S, Cl, P Plasmodium sim não * sim * M, I Trichomonas não não sim não sim F Trypanosoma não não sim não sim H, A, S, M * = À medida que o sangue esfria, microgametas produzidos, soltos no sangue. ** = Algumas vezes. *** = Geralmente. Cr = Carrapatos, F = Fezes, A = Ácaros, I = Injeção sangüínea, M = Mosquitos, H = Hipoboscídeos, Cl = Culicoides, S = Simulídeos, P = Piolhos. Microrganismos Hematogênicos 1871 melros comuns porta microfilárias; os vermes adultos se encontram sob a dura- máter, sobre o dorso posterior do cérebro. O tordo americano e o pardal inglês podem ter larvas no sangue. Os pássaros ornamentais (tais como os pardais javaneses, os bengalins, as cacatuas e outros psitacídeos) e outros também podem ter estes parasitas. Os adultos podem se encontrar em vários órgãos (por exemplo, nos vasos pequenos, nos pulmões e sob a serosa dos sacos aéreos) geralmente peculiar à espécie. Disseminam-se normalmente através de insetos sugadores de sangue, que são hospedeiros para uma parte do ciclo vital. Não se sabe muito acerca do efeito desses filarídeos nos hospedeiros. Os melros adultos parecem não ser afetados, mas possivelmente os filhotes no ninho apresen- tem sinais e lesões. A Splendidofilaria passerina (patogênica para os pardais ingleses) causa espessamento, necrose e estenose das paredes dos vasos pulmo- nares. A Diplotriaena tricuspis dos gaios causa uma pneumonia com consolidação pulmonar. Pode-se observar as microfilárias em esfregaços úmidos finos com uma micros- copia de campo escuro ou luz reduzida, ou em esfregaços finos corados. Não existe tratamento reconhecido. É provável que as drogas efetivas contra a Dirofilaria immitis (ver pág. 87) sejam úteis. Infecção por Haemoproteus É uma infecção que não parece ser incômoda em muitas aves, embora se tenham descrito sinais nas codornizes, nos pombos, nos perus e em alguns psitacídeos. Os gamontes são o único estágio do Haemoproteus observado no sangue. A infecção não é transmitida através da injeção de sangue infectado, exceto quando se encontram presentes células endoteliais infectadas livres. Os vetores são geralmen- te as moscas hipoboscídeas, embora os maruins picadores (Culicoides spp) constituam vetores de algumas espécies. A congestão dos pulmões corresponde à alteração patológica mais comum. Pode-se utilizar drogas antimaláricas para o tratamento. Devem-se fazer esfor- ços para eliminar o vetor; como eles vivem no hospedeiro, um plantel criado livre deles deve permanecer assim, a menos que se introduzam novas aves. Leucocitozoonose É uma doença causada por protozoários oriundos de artrópodes que lembram o Plasmodium (ver adiante e também pág. 1219), exceto que não apresentam merontes (esquizontes) nas células sangüíneas circulantes e não possuem grânu- los pigmentares. Os merontes do Leucocytozoon (alguns muito grandes) são encontrados em vários órgãos. Os gamontes (que aumentam de volume e distorcem a célula do hospedeiro de forma que fique irreconhecível) são observados nas hemácias ou nos leucócitos. Dentre as várias espécies de Leucocytozoon, muitas se restringem a determinadas espécies ou ordens de aves. Na América do Norte, as espécies importantes nas aves domésticas incluem a L. smithi nos perus e a L. simondi nas aves aquáticas. A Leucocytozoon andrewsi (que alguns acreditam que se trate de uma cepa suave da L. caulleryi) foi originalmente descrita em galinhas na Carolina do Sul. As aves não domésticas têm muitas Leucocytozoon spp (por exemplo, os esfregaços sangüíneos dos falcões-de-cauda-vermelha freqüentemente contêm gamontes). Várias espécies produzem perdas sérias nos países asiáticos, por exemplo, a L. caulleryi causa uma doença hemorrágica letal das galinhas. A leucocitozoonose “aberrante” é uma doença dos psitacídeos aparentemen- te causada pelas Leucocytozoon spp, que geralmente parasitam alguns outros Microrganismos Hematogênicos 1872 hospedeiros aviários (7 dos 9 gêneros de psitacídeos descritos com o parasita são de origem australiana, um da América do Sul e um da África). Os gamontes não são observados no sangue; o diagnóstico depende do achado dos merontes no coração e em outros músculos. As carcaças podem se encontrar em boas condições, com um aproveitamento total. As aves silvestres são reservatórios em algumas áreas, e são responsáveis pelo início da infecção nos plantéis domésticos. A parasitemia das aves silvestres com freqüência aumenta drasticamente (chamada “elevação da primavera”) no final de abril e começo de maio, imediatamente antes dos vetores dípteros, os borrachudos (Simulium spp) ou os maruins picadores (Culicoides spp) aumentarem. Os patos recuperados de uma infecção por L. simondi recidivam quando se manipulam os ciclos de luz para aumentar a produção de ovos. A doença aguda é com mais freqüência observada nos jovens, especialmente na estação das moscas; a parasitemia é geralmente alta nesses indivíduos. A doença subaguda ou crônica é observada nos jovens fora da estação das moscas e nas aves mais velhas em qualquer estação; a parasitemia é geralmente baixa. A mortalidade pode atingir 100%, mas varia bastante com a espécie e a cepa do parasita, a raça do hospedeiro e outros fatores. Achados clínicos, lesões e diagnóstico – As aves agudamente afetadas em geral ficam apáticas e apresentam anemia bem como leucocitose, taquipnéia, diarréia com fezes esverdeadas e freqüentemente, sinais no SNC. O consumo alimentar fica abaixo do normal. Os sinais tornam-se evidentes cerca de 1 semana após a infecção, e coincidem com o início da parasitemia. As aves visivelmente afetadas morrem após 7 a 10 dias ou podem se recuperar com seqüelas de pouco crescimento e pouca produção de ovos. A morte resulta da oclusão de vasos sangüíneos vitais por parte dos grandes merontes ou de um desconforto respiratório conseqüente de um bloqueio dos capilares pulmonares por vários parasitas e da anemia causada por hemorragias. Observam-se hemorragias, esplenomegalia e hepatomegalia. Os pontos brancos macroscopicamente visíveis em muitos órgãos são os merontes. Nos esfregaços sangüíneos finos, os gamontes podem ser vistos ao longo das bordas e da “cauda” do esfregaço. A forma do gamonte varia com as espécies – alguns são alongados com longas extremidades afiladas, enquanto que outros são arredondados. Não existe nenhum grânulo pigmentar. A sorologia pode detectar uma infecção anterior. Tratamento e controle – O tratamento geralmente não é eficaz. A medi- cação profilática com a pirimetamina (1ppm) e a sulfadimetoxina (10ppm) com- binadas no alimento controla a L. caulleryi; o clopidol (1,25 a 2,5ppm) controla a L. smithi. Infecção por Plasmodium As Plasmodium spp (freqüentemente não espécies-específicas) causam uma doença em aves semelhante à malária no homem. As infecções nas aves domés- ticas norte-americanas ocorrem nos pombos e nos canários (os filhotes no ninho são severamente afetados), e nos perus (nenhuma mortalidade relatada). Os pingüins de zoológico são notavelmente suscetíveis e morrem. A doença foi descrita nos falcões. A águia americana e a andorinha-dos-rochedos são descritas como sendo afetadas pela infecção pela Plasmodium polare. Tal como na malária humana, os mosquitos são os vetores da plasmoidose aviária. O Plasmodium difere do Leucocytozoon e do Haemoproteus por ter merontes nas hemácias, bem como em outras células do corpo. As aves suscetíveis podem ser infectadas por meio de uma injeção de sangue infectado. Microrganismos Hematogênicos 1873 Achados clínicos, lesões e diagnóstico – As aves afetadas ficam abatidas e fracas; as aves severamente afetadas apresentam um abdome proeminente. Geralmente, o fígado e o baço se encontram aumentados e descoloridos (acho- colatados a negros). Pode ocorrer uma hemorragia ocular. Os esfregaços sangüí- neos geralmente apresentam muitosgamontes e merontes. As células infectadas também possuem grânulos de pigmento negro (Hb digerida). À medida que as amostras sangüíneas líquidas se resfriam, ocorrem alterações – os microgamontes produzem microgametas que entram no plasma, deixando a célula do hospedeiro alterada em aparência. Os microgametas do Plasmodium e dos hematozoários relacionados, ao se moverem em um esfregaço úmido, podem ser confundidos com os espiroquetas Borrelia (ver pág. 1897). Tratamento e controle – A quimioterapia é efetiva no tratamento dos indivíduos ou plantéis afetados. Pode-se utilizar a cloroquina (250mg/120mL de água de bebida). Pode-se utilizar suco de uva ou de laranja para disfarçar o sabor amargo da droga. Nos pingüins, utiliza-se para prevenção 5mg/kg de peso corporal diários em um peixe. Diz-se que a pirimetamina é a melhor droga supressora. Pode-se tentar qualquer droga antimalárica; no entanto, acham-se diferenças de cepa na suscetibilidade à droga. Nas áreas de mosquitos, deve-se triar os criatórios de canários e de pombos como uma medida preventiva. Espiroquetose Encontraram-se várias Borrelia spp nas aves (ver pág. 1897). Tricomonademia Observaram-se tricomônadas (Tetratrichomonas [Trichomonas] gallinarum) no sangue de galinhas doentes. Tais aves apresentam lesões semelhantes às da histomoníase nos cecos e no fígado. Tripanossomíase Descreveram-se tripanossomos de galinhas e pombos, mas estes não consti- tuem um problema em plantéis comerciais. Eles são disseminados nas aves silvestres. Relatou-se que os passeriformes (tais como os canários e os fringilídeos) e os psitacídeos são afetados. Alguns autores relatam que só se encontram tripanossomos no sangue no verão. Diz-se que esses protozoários são espalhados por artrópodes sugadores de sangue (tais como as moscas hipoboscídeas, os ácaros vermelhos, os simulídeos e os mosquitos). Geralmente, descrevem-se abatimento e inapetência; a morte ocorre quando a parasitemia está alta. A microscopia em campo escuro ou com luz reduzida de esfregaços úmidos muito finos de sangue e da medula óssea revela os protozoários móveis. Os esfregaços finos corados são úteis para mostrar a morfologia do parasita. Os esfregaços de medula são mais freqüentemente positivos. Como o naftoato de pamaquina não é mais comercializado, não existe nenhum tratamento conhecido. Pode-se tentar o metronidazol ou a anfotericina B. Microrganismos Hematogênicos 1874 INFECÇÃO PELO VÍRUS DA ANEMIA DOS PINTOS (Infecção pelo vírus da anemia aviária, Doença da asa azul, Síndrome da dermatite anêmica, Síndrome da anemia aplásica hemorrágica) É uma doença imunossupressiva infecciosa aguda e transitória de frangos jovens caracterizada por anorexia, letargia, depressão, anemia, atrofia ou hipopla- sia dos órgãos linfóides, hemorragias (cutâneas, subcutâneas e IM) e elevação das taxas de mortalidade. Etiologia, epidemiologia e patogenia – A causa é um pequeno vírus resistente ao clorofórmio e ao calor. Ainda não se realizou a classificação taxonômica final deste vírus. Os anticorpos contra o vírus da anemia do pinto (VAP) ocorrem mundialmente e a doença foi descrita na maioria dos países com uma indústria de avicultura desenvolvida. Não se sabe se o VAP infecta outras aves além das galinhas. O VAP é transmitido por meio de contato direto, fomitos contaminados (rota fecal- oral/nasal) e verticalmente através do ovo embrionado. A maioria dos plantéis reprodutores se infectam com e desenvolvem os anticorpos de VAP antes que comecem a pôr ovos férteis. Se forem infectados plantéis soronegativos produtores de ovos, o VAP será transmitido verticalmente – quando a galinha se encontrar virêmica (1 a 3 semanas), os pintos eclodidos encontrar-se-ão infectados pelo VAP. Se as galinhas se encontrarem soropositivas, o anticorpo maternamente derivado em geral protege a progênie da doença, mas não da infecção. Os pintos com menos de 1 semana sem anticorpos maternos contra o VAP podem se infectar e desenvol- ver a doença. A resistência etária à doença (não à infecção) começa com cerca de 1 semana e está completa 2 semanas após a eclosão. No entanto, os efeitos protetores do anticorpo materno e da resistência etária podem ser superados por uma co-infecção pelo VAP com agentes imunossupressivos, tais como o vírus da bursopatia infecciosa, o herpesvírus (doença de Marek) e o vírus da reticuloendoteliose. Muitos plantéis de galinhas SPF possuem anticorpos contra o VAP. O alastra- mento da infecção por meio de vacinas derivadas de culturas de células ou de embriões contaminados com o VAP é possível, mas não se mostrou que ocorra. Quando se inocula IM pintos de 1 dia suscetíveis com o VAP, a viremia ocorre dentro de 24h. Pode-se recuperar o vírus a partir da maior parte dos órgãos e do conteúdo retal em até 35 dias após a inoculação. A anemia provavelmente resulta de uma redução da eritropoiese. O anticorpo de neutralização é detectável 21 dias após a infecção, e os parâmetros clínicos, hematológicos e patológicos retornam ao normal cerca de 35 dias após a infecção. Achados clínicos e lesões – Os sinais de enfermidade ou os efeitos adversos na produção de ovos não ocorrem quando as galinhas adultas suscetíveis se tornam infectadas pelo VAP. A doença clínica ocorre 12 a 17 dias após a infecção. Os pintos ficam anoréticos, letárgicos, deprimidos e pálidos. O hematócrito fica baixo (nas galinhas, define-se a anemia como um hematócrito de menos de 27) e os esfregaços sangüíneos freqüentemente revelam anemia, leucopenia ou pancitopenia depen- dendo do estágio da doença. O sangue pode ficar aquoso e coagular lentamente. As taxas de mortalidade geralmente são de cerca de 10%, mas podem ser maiores que 50%. Os órgãos ficam pálidos, e o timo e a bolsa de Fabricius ficam pequenos. A medula óssea fica pálida ou amarela. Pode se encontrar presente uma hemorragia na ou sob a pele, a musculatura esquelética e outros órgãos. Histologicamente, observa-se um esgotamento das populações de células linfóides nos órgãos linfóides primários e Infecção pelo Vírus da Anemia dos Pintos 1875 secundários. Os compartimentos granulocítico e eritrocítico na medula óssea ficam atróficos ou hipoplásicos. As lesões purulentas ou granulomatosas observadas nestes ou outros órgãos se associam com bactérias ou protozoários. Diagnóstico – Um diagnóstico por tentativa se baseia na história, nos sinais e nos achados macroscópicos e clinicopatológicos. O diagnóstico final requer isola- mento viral. Para isolar o VAP, os laboratórios devem manter culturas de MDCC- MSB1 (uma linhagem de células linfoblastóides derivadas do tumor da doença de Marek) ou possuir pintos de um dia ou embriões de pintos (negativos quanto a antígenos e anticorpos) suscetíveis. Pode-se utilizar a microscopia eletrônica para descobrir partículas de VAP no plasma proveniente de pintos virêmicos. Pode-se realizar um diagnóstico presuntivo se os testes de neutralização viral ou imunofluo- rescência indireta pareados detectarem uma soroconversão para o VAP. Tratamento e prevenção – Não existe nenhum tratamento específico. Pode-se tratar as infecções bacterianas secundárias com antibióticos. Não se encontra disponível atualmente nenhuma vacina para uso nos EUA, embora exista uma disponível na Alemanha. Em algumas áreas, o transporte de detritos para proprie- dades não contaminadas e a adição de homogenados brutos de tecidos provenien- tes de galinhas afetadas à água para beber são utilizados para assegurar a infecção e soroconversão dos plantéis parentais antes que comecem a postura de ovos, diminuindo portanto o risco de transmissão pelos ovos. Esses procedimentos não são desprovidos de risco e não podem ser recomendados sem reservas. Como a doença clínica severa resulta da interação entre o VAP e outros vírus imunos- supressivos, o controle de cada um desses patógenos é provavelmente importante da mesma forma.ANEURISMA DISSECANTE (Ruptura aórtica, Hemorragia interna) É uma doença fatal dos perus, e menos freqüentemente das galinhas, caracte- rizada por hemorragia interna maciça resultante de ruptura de aneurismas formados em várias partes do sistema vascular. A freqüência com a qual se afeta a aorta posterior deu origem ao termo “ruptura aórtica”. A doença foi descrita nos EUA, no Canadá e no Reino Unido. A maioria das raças de perus é suscetível, e os machos maiores e de crescimento mais rápido, de 8 a 24 semanas de idade são mais freqüentemente afetados; as fêmeas também são afetadas, mas a uma incidência mais baixa. Ele geralmente ocorre nas aves de crescimento rápido. Etiologia – Desconhece-se a causa exata. Provavelmente vários fatores contri- buem para o desenvolvimento de casos fatais nos perus. Para que a doença ocorra, deve-se alimentar e tratar as aves de tal forma que cresçam rapidamente, e estas devem apresentar uma suscetibilidade genética. Geralmente se desenvolve uma lipemia prolongada durante o período de crescimento rápido, e o período de maior mortalidade corresponde tipicamente a uma elevação definida da pressão sangüí- nea com os aneurismas dissecantes se desenvolvendo no local de placas arte- rioescleróticas. A lipemia pode resultar de um alto consumo dietético de gorduras ou dos efeitos de fatores hormonais, tais como altas concentrações de estrogênios. Embora a β-aminopropionitrila (o agente tóxico da Lathyrus odoratus) seja capaz de produzir a doença, não há evidências de que esta ou outras nitrilas sejam respon- sáveis por aneurismas dissecantes nos perus sob condições naturais. Achados clínicos – Encontraram-se mortas aves afetadas que não mostraram nenhum sinal premonitório, com uma palidez acentuada da cabeça e do pescoço. Infecção pelo Vírus da Anemia dos Pintos 1876 Ocasionalmente, um tratador observa uma ave aparentemente saudável morrer dentro de alguns minutos. A incidência é geralmente < 1%, mas pode chegar aos 10%. Antigamente, quando se implantava estilbestrol em perus machos, a inci- dência chegava aos 20%. Lesões – A carcaça fica acentuadamente anêmica, com grandes quantidades de sangue coagulado na cavidade peritoneal e sobre os rins ou no saco pericárdico. Algumas vezes, encontram-se presentes hemorragias maciças nos pulmões, rins e músculos das pernas. Pode-se localizar facilmente a ruptura na parede ventral da aorta posterior aproximadamente na posição dos testículos ou no átrio cardíaco, por meio de lavagem cuidadosa do coágulo sangüíneo. O lúmen aórtico pode conter um trombo aderente organizado no local da ruptura. As rupturas nos vasos sangüíneos menores são mais difíceis de localizar. Quase sempre, encontra-se presente na região da ruptura um espessamento da túnica íntima ou uma grande placa fibrosa. Pode-se identificar por meio de corantes um acúmulo acentuado de lipídios na túnica íntima espessada e nas placas fibrosas. Controle – Não existe nenhum tratamento conhecido; os coagulantes e a vitamina K são inúteis, já que não ocorre nenhum defeito no mecanismo de coagulação. Algumas vezes, pode-se reduzir as perdas durante o período crítico entre 16 e 23 semanas de idade através da limitação do consumo alimentar. Não se deve oferecer rações ricas em gordura durante esse período. A reserpina (a 0,0001% na ração para não mais que 5 dias, e a 0,00002% quando fornecida continuamente) em aves com mais de 4 semanas de idade reduziu as perdas, provavelmente através da redução da pressão sangüínea. Alguns estudos indica- ram que se pode reduzir a incidência de ruptura aórtica através da adição de 240ppm de cobre à dieta. ANGIOPATIA HIPERTENSIVA NOS PERUS É uma afecção comum associada com a morte súbita em perus machos de crescimento rápido. A incidência (1 a 2% na maioria dos plantéis) varia com a linhagem do peru. Etiologia – Não se incriminou nenhum agente infeccioso; as arritmias ventricu- lares secundárias a uma hipertensão severa podem ser a causa. Os perus que morrem de AH apresentam pesos cardíacos maiores, especialmente do ventrículo esquerdo. Pode-se alterar a incidência através da alteração do ambiente. Achados clínicos, lesões e diagnóstico – Observa-se morte súbita (“ataque cardíaco aparente”) em perus machos de 7 a 15 semanas de idade e de crescimento rápido, aparentemente saudáveis. Relatou-se uma mortalidade de 6%. A maioria das lesões se refere ao sistema cardiovascular. A lesão macroscópica mais consistente é uma hemorragia perirrenal subcapsular de graus variáveis; um achado comum é a congestão e o edema pulmonares. Outras lesões incluem uma congestão da vasculatura intestinal, e um baço mosqueado, inchado e vermelho- escuro. As alterações histológicas não são drásticas, embora o edema e/ou a hemorragia perivasculares pulmonares e renais sejam freqüentemente proeminen- tes. Geralmente detectam-se alterações hipertensivas nas arteríolas, especialmen- te no baço e no rim, mas é questionável se estas alterações são significativamente diferentes dos controles classificados por idade. O diagnóstico se baseia na história, na distribuição típica das lesões e na ausência de quaisquer agentes detectáveis (ver também SÍNDROME DA MORTE SÚBITA, pág. 1906). Angiopatia Hipertensiva nos Perus 1877 Controle – Não existe nenhuma medicação específica para evitar ou tratar a AH. Deve-se minimizar as atividades que aumentam o estresse no sistema cardiovas- cular (por exemplo, a movimentação, a elevação das temperaturas ambientais e o barulho), especialmente entre as 7 e 15 semanas de idade. A redução da velocidade de crescimento através da redução dos níveis proteicos e energéticos na ração diminui a incidência e a utilização de um programa de esclarecimento “intensivo” parece fazer o mesmo. HEPATITE COM CORPÚSCULO DE INCLUSÃO É uma doença aguda de frangos jovens, associada com anemia e distúrbios hemorrágicos, observada em muitas áreas do mundo. Relatou-se uma doença semelhante nos perus e nas codornizes. Antigamente considerada comum, a hepatite com corpúsculo de inclusão (HCI) é hoje raramente diagnosticada. Etiologia, transmissão e patogenia – Consideram-se os adenovírus como a causa. Os birnavírus (a causa da bursopatia infecciosa [BI]) e os vírus da anemia dos pintos (VAP, uma causa da anemia infecciosa) se associam com infecções adenovirais; ambos os tipos de vírus causam imunossupressão e contribuem bastante para a severidade da doença causada pelos adenovírus. Os adenovírus são universais e transmitem-se horizontal e verticalmente. As infecções são comuns e disseminadas nas galinhas. Os pintos e os frangos jovens são mais comumente afetados. A infecção pelo adenovírus geralmente resulta em uma hepatopatia mínima. Não ocorre anemia. No entanto, se forem infectadas pelo adenovírus aves infectadas pelo VAP ou BI, torna-se evidente uma doença clínica. Achados clínicos, lesões e diagnóstico – Geralmente se observa uma mortalidade súbita em galinhas com menos de 6 semanas de idade. A mortalidade é raramente maior que 7%. Os sinais associados com as doenças causadas por outros patógenos (por exemplo, as bactérias, os fungos ou os vírus) ocorrem comumente se as aves forem imunossuprimidas. Nesses casos, as taxas de mortalidade podem ser de mais de 30%. A medula óssea, o fígado e outros órgãos geralmente ficam pálidos. Observam-se uma congestão e áreas multifocais de descoloração clara ou escura e fluidos no fígado ou na pele. Pode ocorrer uma hemorragia em qualquer órgão. A bolsa de Fabricius fica geralmente pequena. Microscopicamente, observam-se corpúsculos de inclusão basofílicos proeminen- tes solitários nos núcleos dos hepatócitos. Um diagnóstico por tentativa se baseia nos achados microscópicos típicos e se confirma através do isolamento dos adenovírus a partir de porções do fígado. A imunossupressão resultante das infecções com BI ou VAP constitui geralmente o evento predisponente que culminana HCI clínica. Tratamento e prevenção – O tratamento consiste de cuidados de enfermagem. Os antibióticos podem ajudar a evitar infecções bacterianas secundárias. Contra- indicam-se as sulfonamidas, se forem observadas evidências de uma doença hematológica ou de imunossupressão. Os plantéis de reprodutores de aves de corte devem possuir altos níveis de anticorpos contra BI antes de começarem a pôr ovos férteis. Não se encontram comercialmente disponíveis vacinas contra a BI ou o VAP. Angiopatia Hipertensiva nos Perus 1878 CARDIOPATIA REDONDA É uma miocardiopatia de perus jovens, caracterizada por morte súbita devida a uma parada cardíaca. Sugeriu-se que a afecção deveria chamar-se miocardiopatia espontânea para distingui-la da cardiopatia redonda das galinhas, uma síndrome diferente raramente reconhecida hoje. Desconhece-se a etiologia. Envolve-se uma predisposição genética em pelo menos alguns casos. Possivelmente, alguns surtos se associam com uma hipoxia durante a incubação dos ovos. O excesso de furazolidona na ração produz uma síndrome idêntica. Não se confirmou a implicação de uma possível inibição herdada da tripsina sérica ou de miocardite viral. A maioria das mortes ocorre durante as primeiras 4 semanas de vida, com uma mortalidade máxima em 2 semanas. Muitos peruzinhos morrem subitamente, mas alguns podem apresentar penas arrepiadas, asas caídas, uma aparência emaciada geral e mostrar uma respiração forçada e ofegante antes da morte. Após 3 semanas de idade, a mortalidade é esporádica. Caracteristicamente, o peruzinho afetado nas primeiras 4 semanas de vida apresenta aumento de volume cardíaco enorme devido a dilatação de ambos os ventrículos, a congestão dos pulmões e a inchaço do fígado. Podem ou não se encontrar presentes ascite, anasarca, edema pulmonar e hidropericárdio. Nos peruzinhos mais velhos, o aumento de volume cardíaco se deve a uma hipertrofia acentuada dos ventrículos além de uma dilatação. Histologicamente, as lesões nos corações anormais são inespecíficas e incluem congestão, degeneração menor das fibras e infiltração focal por linfócitos. Geralmente, o diagnóstico se baseia na história e nos achados macroscópicos na necropsia; embora se possa utilizar o ECG, este tem pouco uso prático. Deve- se conferir a ração quanto a um excesso de furazolidona. Os bifenis sódicos e policlorados ou compostos relacionados podem produzir síndromes semelhantes. Não se encontra disponível nenhum tratamento. As boas práticas de incubação podem reduzir a mortalidade. Deve-se eliminar quaisquer toxinas e revisar as condições de incubação. COCCIDIOSE É uma doença parasitária causada por protozoários do filo Apicomplexa, família Eimeriidae. No caso das aves, as espécies pertencem ao gênero Eimeria e ocorrem no intestino, exceto no caso da E. truncata (que ocorre no rim dos gansos). O processo infeccioso é rápido (4 a 7 dias) e se caracteriza por uma replicação de parasitas nas células do hospedeiro, com danos extensos à mucosa intestinal. Geralmente, os parasitas são estritamente hospedeiros-específicos e as diferentes espécies apresentam uma predileção por partes diferentes do intestino. Os coccídios se distribuem mundialmente e foram encontrados nos galos selvagens, os ances- trais das galinhas domésticas (ver também CRIPTOSPORIDIOSE, pág. 1883). Etiologia – O ciclo vital do gênero Eimeria encontra-se resumido em COCCIDIOSE nos mamíferos (ver pág. 123). Os coccídios encontram-se presentes quase univer- salmente nas instalações de criação de aves domésticas, mas a doença clínica ocorre somente após a ingestão de um número relativamente grande de oocistos esporulados por aves suscetíveis. Tanto as aves clinicamente infectadas como as recuperadas eliminam oocistos nas suas fezes, que contaminam a ração, o pó, a Coccidiose 1879 água, a cama e o solo. Os oocistos podem ser transmitidos por portadores mecânicos, por exemplo, o equipamento, o vestuário, os insetos e outros animais). Os oocistos frescos não são infectivos até que esporulem; sob condições ideais (21 a 32°C com uma umidade e oxigênio adequados), isso exige de 1 a 2 dias. O período pré-patente é de 4 a 7 dias. Os oocistos esporulados podem sobreviver por longos períodos, dependendo dos fatores ambientais. Os oocistos são resistentes à maioria dos desinfetantes, mas são mortos pelo gás de amônia e pelo brometo de metila. A patogenicidade é influenciada pela genética do hospedeiro, por fatores nutricionais, por doenças intercorrentes e pela cepa do coccídio. A Eimeria necatrix e a E. tenella são os mais patogênicos nas galinhas por ocorrer esquizogonia na lâmina própria e nas criptas de Lieberkühn do intestino delgado e dos cecos, respectivamente, bem como uma extensa hemorragia. Na maioria das espécies, o desenvolvimento ocorre nas células epiteliais que revestem os vilos. Geralmente se desenvolve imediatamente um nível de imunidade útil em resposta a uma infecção moderada e contínua. Não ocorre uma imunidade etária verdadeira, mas as aves mais velhas são geralmente mais resistentes que as aves jovens devido a exposição anterior à doença. Achados clínicos – Os sinais são altamente variáveis nos plantéis e variam de uma redução da velocidade de crescimento até uma alta porcentagem de aves visivelmente doentes, diarréia severa e alta mortalidade. Geralmente, reduz-se o consumo de alimento e água. Observam-se perda de peso, aparecimento de refugos, redução da produção de ovos e aumento da mortalidade. As infecções suaves das espécies intestinais (que seriam de outra forma classificadas como subclínicas) podem causar uma despigmentação. Os sobreviventes das infecções severas se recuperam em 10 a 14 dias, mas podem exigir mais tempo para retornar à produção normal. O grau de imunidade adquirida antes do desenvolvimento de uma doença clínica pode influenciar a severidade e o curso da infecção de um plantel. Galinhas – No caso da infecção por E. tenella, o envolvimento dos cecos em vez do intestino delgado é uma característica distinta e pode ser reconhecido pelo acúmulo de sangue nos cecos e pelas fezes sanguinolentas. Nas aves que sobrevivem ao estágio agudo, pode-se encontrar núcleos cecais (que são acúmulos de sangue coagulado, restos teciduais e oocistos). A Eimeria necatrix produz lesões importantes nas porções anterior e média do intestino delgado. Podem-se observar pequenas manchas brancas, geralmente entremisturadas com manchas arredondadas vermelhas opacas ou brilhantes, na superfície da serosa. As manchas brancas são diagnósticas para essa espécie, se for possível demonstrar microscopicamente os grumos de esquizontes grandes. Nos casos severos, a parede intestinal se espessa e a área infectada se dilata em 2 a 2,5 vezes o diâmetro normal; pode-se encontrar sangue no lúmen. Uma perda de fluidos pode resultar em uma desidratação acentuada; o papo se encontra freqüente e intercorrentemente distendido com água. Embora os danos se encon- trem no intestino delgado, a fase sexuada do ciclo vital se completa nos cecos, onde se encontram os oocistos. Os oocistos de todas as outras espécies podem ser recuperados a partir da área das lesões importantes. A infecção pela Eimeria acervulina se caracteriza por várias manchas transver- sais cinzentas ou esbranquiçadas na metade superior do intestino delgado, e pode não ser facilmente distinguível em um exame macroscópico. O curso clínico em um plantel é geralmente prolongado. Observam-se freqüentemente mau crescimento, o aparecimento de refugos e baixa mortalidade. A Eimeria maxima causa dilatação e espessamento do intestino delgado, que pode conter um exsudato mucoso acinzentado, marrom ou rosa. Os oocistos e os gametócitos (principalmente os microgametócitos) são distintamente grandes. Coccidiose 1880 A Eimeria brunetti ocorre no intestino delgado inferior, no reto, nos cecos e na cloaca. Nas infecções moderadas, ocorrementerite catarral e espessamento da parede intestinal. Nas infecções severas, ocorrem necrose de coagulação e descolamento da mucosa extensos na maior parte do intestino delgado. A Eimeria maxima se desenvolve no intestino delgado médio. Ocorre um pouco de hemorragia, dando origem a um exsudato rosa viscoso. Encontram-se presentes grandes gametócitos e oocistos nas lesões. Hoje se reconhece a Eimeria mitis como patogênica no intestino delgado inferior. Antigamente, confundia-se a mesma com a E. mivati, mas hoje não há dúvidas quanto à validade do último nome específico. A Eimeria praecox é parasita na metade superior do intestino e pode reduzir a velocidade de crescimento, mas possui menos importância econômica que as outras espécies. A Eimeria hagani, embora seja rara e tenha pouca ou nenhuma patogenicidade, se desenvolve na parte anterior do intestino delgado. Perus – Somente 4 das 7 espécies de coccídios dos perus (Eimeria adenoeides, E. dispersa, E. gallopavonis e E. meleagrimitis) são consideradas patogênicas; acredita-se que a E. inocua, a E. meleagridis e a E. subrotunda sejam relativamente não patogênicas. A esporulação dos oocistos ocorre dentro de 1 a 2 dias após a expulsão do hospedeiro; o período pré-patente é de 4 a 6 dias. A Eimeria adenoeides e a E. gallopavonis infectam o íleo inferior, os cecos e o reto. Os estágios de desenvolvimento são encontrados nas células epiteliais dos vilos e das criptas. A porção afetada do intestino pode se encontrar dilatada e possuir uma parede espessada. Encontram-se cálculos caseosos ou de material cremoso espesso, que contêm um grande número de oocistos. A Eimeria meleagrimitis infecta principalmente o intestino delgado superior. Pode-se parasitar a lâmina própria ou os tecidos mais profundos, resultando em uma enterite necrótica (ver pág. 1891). A Eimeria dispersa ocorre no intestino delgado superior e provoca uma enterite mucóide cremosa que preenche o intestino inteiro, incluindo os cecos. Um grande número de gametócitos e oocistos se associa com as lesões. Os sinais comuns nos plantéis infectados incluem redução do consumo alimen- tar, perda de peso rápida, abatimento, penas eriçadas e diarréia severa. Não ocorrem fezes sanguinolentas, mas são comuns fezes úmidas com muco. Rara- mente se observam infecções clínicas nos peruzinhos com mais de 8 semanas de idade. A morbidade e a mortalidade podem ser altas. Patos – Relatou-se um grande número de coccídios específicos tanto nos patos selvagens como nos domésticos, mas a validade de algumas descrições é questio- nável. Confirmou-se a presença das Eimeria, Wenyonella e Tyzzeria spp. A Tyzzeria perniciosa é um patógeno conhecido, que estufa todo o intestino delgado com um material muco-hemorrágico que posteriormente se torna caseoso. As outras espé- cies aparentemente produzem uma enterite hemorrágica com uma distribuição anatômica característica. As Eimeria spp também foram descritas como patogênicas; os outros coccídios dos patos domésticos são considerados relativamente não patogênicos. Descreveram-se vários coccídios nos patos selvagens. Ocorrem surtos raros, mas drásticos, nos patinhos de 2 a 4 semanas de idade. A morbidade e a mortalidade podem ser altas. Gansos – A infecção coccídica mais incrível dos gansos é a produzida pela Eimeria truncata, na qual os rins aumentam de volume e se salpicam de riscos e manchas branco-amareladas fracamente circunscritos. Os túbulos se dilatam com massas de oocistos e uratos. A mortalidade pode ser alta. Descreveram-se pelo menos 5 outras Eimeria spp parasitando o intestino. Diagnóstico – As infecções coccídicas são facilmente confirmadas através da demonstração de oocistos nas fezes ou nos raspados intestinais. O diagnóstico Coccidiose 1881 responsável pode exigir muita habilidade, já que a presença de oocistos tem pouca relação com a doença clínica corrente ou iminente; o conhecimento da aparência, morbidade, mortalidade, consumo alimentar, odor característico e velocidade de crescimento ou taxa de postura do plantel é freqüentemente crítico. É aconselhável uma necropsia de várias amostras representativas. As lesões clássicas da E. tenella e da E. necatrix podem ser diagnósticas. A familiaridade com as lesões, o local parasitado pelas diferentes espécies bem como o tamanho, a forma e a localização dos oocistos permitem uma diferenciação razoavelmente precisa da espécie coccídica na maioria dos casos. As infecções coccídicas mistas são comuns. Justifica-se um diagnóstico de coccidiose caso se demonstrem microscopica- mente oocistos, merozoítas ou esquizontes e se as lesões e a história do plantel forem compatíveis. A freqüência das infecções coccídicas subclínicas em alguns indivíduos em uma população requer o cuidado da eliminação de outros possíveis distúrbios do plantel. Controle – Não se pode esperar que os métodos práticos de controle previnam completamente a infecção. A manutenção das aves todo o tempo em pisos aramados para separá-las das fezes geralmente previne todas menos as infecções menores; a coccidiose clínica só é observada raramente sob tais circunstâncias. Os outros métodos de controle se destinam a permitir o desenvolvimento de imunidade ou a minimizar uma infecção, geralmente através do uso de drogas. Como a coccidiose pode causar problemas sérios para as galinhas por toda a vida, os métodos de controle nesta espécie são discutidos em detalhes. Imunidade – Desenvolve-se uma imunidade espécie-específica, cujo grau depende muito da extensão da infecção que ocorre após a exposição inicial. A infecção repetida com um pequeno número de oocistos produz imunidade maior que a obtida com uma única exposição a um número maior e danifica menos o hospedeiro. Encontra-se disponível uma “vacina” na forma de doses padronizadas de oocistos esporulados das várias espécies coccídicas. É administrada na água para beber durante as primeiras 2 semanas de vida. Como a “vacina” só serve para introduzir a infecção, deve-se tratar a cama para permitir a esporulação do oocisto; pode ser necessária uma nebulização da cama para mantê-la úmida, mas não molhada. Uso de drogas quando se necessita de imunidade – A imunidade depende da estimulação por uma infecção subclínica. A doença clínica é evitada pela interação do ambiente e encontram-se disponíveis uma ou mais dentre muitas drogas anticoccídicas. Ocorrem falhas se a supressão for inadequada ou demasiadamente grande. As drogas variam na sua capacidade de interferir no desenvolvimento da imunidade. Uso de drogas quando não se necessita de imunidade – Não se necessita de nenhuma imunidade nas galinhas criadas para a produção de carne ou de transpor- tar as poedeiras criadas no chão para gaiolas; nesse caso, deve-se minimizar a exposição e a infecção. A cama deve se encontrar seca para minimizar a esporulação dos oocistos, e pode-se utilizar continuamente drogas anticoccídicas altamente efetivas em níveis relativamente altos. A remoção da droga é geralmente necessária para evitar resíduos na carne ou nos ovos. Drogas anticoccídicas – Encontram-se disponíveis muitas drogas para a prevenção e o tratamento da coccidiose nas galinhas, e um pequeno número para uso nos perus. Essas drogas encontram-se listadas nas TABELAS 5 e 6, páginas 1784 e 1786. Todas são fornecidas pelo fabricante em pré-misturas com instruções detalha- das para uso profilático, o que se prefere já que a maior parte dos danos ocorre Coccidiose 1882 antes dos sinais ficarem aparentes e um tratamento retardado pode não benefi- ciar o plantel inteiro. Somente algumas das drogas profiláticas também são eficientes terapeuticamente. Geralmente prefere-se uma medicação na água a uma medicação no alimento para o tratamento. Algumas vezes utilizam-se níveis elevados de vitaminas A e K ou antibióticos na ração para melhorar a rapidez de recuperação. As concentrações corretas das drogas dependemda aprovação governamental e das considerações do tratamento. Pode-se utilizar continuamente doses relativa- mente baixas para a prevenção ou caso se deseje o desenvolvimento de uma imunidade. Pode-se utilizar dosagens mais altas por períodos curtos para tratamen- to ou se houver previsão de um alto nível de exposição. A dosagem recomendada varia com a espécie de coccídios envolvida. Devem-se observar cuidadosamente todos os avisos do fabricante. O uso contínuo de drogas anticoccídicas pode resultar em uma seleção e sobrevivência de cepas de coccídios resistentes à droga. Felizmente, existe pouca resistência cruzada a anticoccídios com diferentes modos de ação. A mudança de droga pode ser benéfica quando se estabeleceu uma resistência; no entanto, pode- se esperar pouco benefício de uma mudança freqüente de drogas. Os “programas de mudança” (nos quais se trata um grupo de galinhas seqüencialmente com drogas diferentes) são uma prática comum utilizada em uma tentativa de reduzir a seleção quanto à resistência. Criptosporidiose É uma doença parasitária causada por protozoários (filo Apicomplexa) relaciona- dos com os coccídios dos gêneros Eimeria, Isospora, Sarcocystis e Toxoplasma, mas pertencentes à família Cryptosporidiidae. Acreditava-se que o gênero Cryptosporidium tivesse cerca de 19 espécies, mas a pesquisa recente lançou muita dúvida sobre isso devido à transmissão de isolados humanos para bezerros e roedores. Os criptosporídios são parasitas intestinais dos mamíferos (ver pág. 129); nas aves, encontram-se comumente na bolsa de Fabricius e no trato respiratório. A doença é mais severa nos perus do que nas galinhas sendo freqüentemente fatal nas codornizes. O ciclo vital do Cryptosporidium é semelhante ao dos outros coccídios, envolven- do fases assexuada e sexuada, e culminando na produção de oocistos. No hospedeiro, o oocisto forma 4 esporozoítas sem esporocistos. Aceita-se geralmente que o ciclo vital não é autolimitante porque alguns oocistos apresentam parede espessa e liberam esporozoítas após estimulação com tripsina/bile. O ciclo endógeno é curto (4 a 7 dias), os estágios endógenos são curtos (4 a 7µm) e os parasitas se encontram logo abaixo das membranas celulares epiteliais. Nos perus e nas galinhas, relata-se que os parasitas ocorrem nos seios da face, traquéia, brônquios, cloaca e bolsa de Fabricius. A doença respiratória provoca tosse, engasgo e saculite aérea. Os pulmões ficam cinzentos e úmidos. Os sinais duram várias semanas e pode ocorrer morte. O exame de raspados teciduais a partir da bolsa de Fabricius, cloaca e traquéia bem como o achado de pequenos oocistos característicos (5µm) podem ser diagnósticos. Prefere-se a concentração utilizando uma solução de açúcar saturado com exame de microscopia de contraste de fase e/ou contraste de interferência. Não existem medidas de controle satisfatórias, exceto o isolamento e a boa higiene. Todas as drogas anticoccídicas conhecidas são ineficientes contra as Cryptosporidium spp. Coccidiose 1883 ENTERITE CORONAVIRAL DOS PERUS (Crista azul, Enterite transmissível) É uma doença aguda e altamente contagiosa dos perus, caracterizada por início súbito, depressão acentuada, anorexia, diarréia, desidratação e perda de peso. A mortalidade pode ser alta, particularmente nos peruzinhos, mas a perda de condi- ções físicas nas aves em crescimento e adultas pode ser mais importante economi- camente. Etiologia e epidemiologia – O agente causador é um coronavírus, mas a doença clínica é complicada por outras infecções virais e bacterianas intestinais. A crista azul se alastra por meio de contato direto ou indireto com aves infectadas ou propriedades contaminadas. As fezes das aves infectadas são ricas em vírus, e as aves recuperadas podem continuar a eliminar vírus por meses. Os fatores ambien- tais não parecem influenciar a ocorrência; no entanto, o estresse do ambiente adverso pode contribuir para a severidade da doença. O tempo frio (especialmente o congelamento) aumenta a sobrevivência do vírus. Achados clínicos – Um período de incubação curto (freqüentemente de 48 a 72h) é seguido de depressão geral, anorexia e diarréia no plantel. Os peruzinhos jovens apresentam-se frios, piam constantemente e procuram calor. O consumo de alimento e de água cai acentuadamente, e os peruzinhos perdem peso rapidamente. A morbidade e a mortalidade podem atingir 100% em surtos descontrolados. As aves jovens apresentam poucas lesões além de intestinos flácidos e distendidos que contêm um excesso de fluido e gás. Os cecos ficam distendidos com um fluido fétido, marrom-claro e espumoso. A morbidade e a mortalidade são variáveis nos perus em crescimento e adultos. É comum uma diarréia profusa, com fios ou cilindros mucóides nas fezes. A desidratação e a perda de peso são freqüentemente acentuadas podendo requerer semanas para o restabelecimento e recuperação de peso. A cianose da cabeça é comum. As galinhas reprodutoras experimentam uma queda severa na produção de ovos e produzem ovos anormais com cascas gredosas. As lesões nas aves mais velhas são mais extensas. A musculatura corporal encontra-se desidratada e podem-se observar hemorragias petequiais nas vísce- ras. Os rins ficam comumente inchados e contêm um excesso de uratos, e o pâncreas pode apresentar áreas brancas e gredosas múltiplas. Torna-se comum uma enterite catarral severa, e podem se encontrar presentes cilindros mucóides. O papo pode se distender e conter um fluido de odor fétido. O baço fica freqüente- mente pequeno e cinza pálido. Diagnóstico – Embora os achados clínicos e as lesões sejam sugestivos, o diagnóstico definitivo requer técnicas laboratoriais. Entre elas, encontram-se a demonstração do antígeno coronaviral nos intestinos das aves afetadas por meio de técnicas de IF diretas, a detecção de partículas coronavirais no conteúdo intestinal por meio da microscopia eletrônica, a reprodução da doença em peruzinhos SPF com filtrados intestinais livres de bactérias, e os achados negativos quanto a infecções bacterianas e por protozoários comuns. Os distúrbios de peruzinhos que podem produzir sinais semelhantes incluem a hexamitíase (ver pág. 1890), as salmoneloses (ver pág. 1935), a inanição e a privação de água. Outros vírus intestinais (que são comuns nos plantéis comerciais, incluindo o rotavírus, o reovírus, o astrovírus e possivelmente outros) podem causar uma doença que lembra uma enterite coronaviral suave. Nas aves mais velhas, as septicemias, tais como a cólera aviária (ver pág. 1908) e a erisipela (ver pág. 1904) podem causar uma confusão diagnóstica. Profilaxia e tratamento – Devem-se empregar práticas de controle e higienização para minimizar a introdução do vírus. A desocupação das propriedades-problema, Enterite Coronaviral dos Perus 1884 acompanhada de limpeza e desinfecção completas dos prédios e do equipamento, são eficientes na interrupção do ciclo de infecção. Tais fazendas são mais bem limpas durante o verão e devem ser deixadas vagas por cerca de 1 mês. Não se encontram disponíveis produtos biológicos comerciais. Têm-se utilizado os programas de exposição “controlada” com sucesso variável em algumas fazen- das-problema, mas não se recomendam tais procedimentos, exceto em circunstân- cias incomuns. O curso dos surtos da doença pode ser alterado por bons cuidados de enferma- gem e um uso criterioso de antibióticos e outras drogas para combater as infecções bacterianas secundárias e a desidratação. As aves afetadas na incubadeira devem receber um calor suplementar e as aves soltas devem ser protegidas das condições ambientais adversas. A escolha de um antibiótico é na melhor das hipóteses empírica, mas as tetraciclinas, a neomicina, a estreptomicina, a penicilina e a bacitracina encontram-se entre os antibióticos utilizados com sucesso variável. Pode-se acrescentar os antibióticos à água para beber em combinação comum sucedâneo do leite do bezerro e eletrólitos, por exemplo, 11,1kg de sucedâneo do leite do bezerro, 450g de cloreto de potássio e 100g de antibiótico por 380L de água. Deve-se medicar as aves por 7 a 10 dias. Durante e após o tratamento, deve-se observar rigorosamente as aves quanto a uma micose intestinal secundária (uma seqüela comum da antibioticoterapia). ENTERITE VIRAL DOS PATOS (EVP, Peste dos patos) É uma infecção aguda e altamente contagiosa dos patos, gansos e cisnes de todas as idades, caracterizada por morte súbita, alta mortalidade, e hemorragias e necroses nos órgãos internos. Foi descrita nas aves aquáticas domésticas e silvestres da Europa, Ásia, América do Norte e África e resultou em perdas econômicas sérias ou limitadas nas criações industriais e mortalidade limitada nas aves aquáticas silvestres. Etiologia – O herpesvírus causador é não hemaglutinante e não hemadsorvente e produz corpúsculos de inclusão intranucleares em tecidos infectados e culturas teciduais. Todas as cepas são antigenicamente semelhantes, mas variam em virulência. A transmissão nos ovos provavelmente não ocorre nos patos domésti- cos, mas foi demonstrada em aves aquáticas silvestres portadoras infectadas. A infecção pode ser transmitida através da administração parenteral, intranasal ou oral dos tecidos infectados. As aves recuperadas podem permanecer portadoras. Achados clínicos – O período de incubação é de 3 a 7 dias. Uma mortalidade alta e persistente súbita constitui quase sempre o primeiro sinal da doença. A mortalidade pode ser de 5 a 100%, dependendo da virulência do vírus; morrem mais patos adultos do que jovens. Os patos adultos morrem em boa situação física. Os machos mortos podem evidenciar um prolapso peniano. Nos plantéis de postura, a produção de ovos pode cair bruscamente. Podem-se observar fotofobia, inapetência, sede extrema, abatimento, ataxia, descargas nasais, ânus emplastrados e diarréia aquosa ou sanguinolenta. Os patinhos podem evidenciar desidratação, perda de peso, bicos azuis e ânus tingidos de sangue. Lesões – Ocorrem hemorragias teciduais, sangue livre nas cavidades corporais, destruição de tecidos linfóides e alterações degenerativas nos órgãos parenquima- tosos. Encontram-se hemorragias petequiais e equimóticas no coração, fígado, pâncreas, mesentério e em outros órgãos. No trato gastrointestinal, podem ocorrer Enterite Viral dos Patos 1885 lesões enantematosas específicas; estão são hemorragias maculares das mucosas que progridem para placas incrustadas branco-amareladas, que podem ser encon- tradas nas dobras de mucosa longitudinais do esôfago, na junção esôfago- proventricular na superfície das faixas linfóides anulares intestinais e na cloaca. Nos patos jovens, podem se encontrar hemorragias e alterações degenerativas no timo e na bolsa. Podem se encontrar uma ruptura de gema e sangue livre no interior da cavidade abdominal dos patos poedeiros. Diagnóstico – Um diagnóstico presuntivo pode se basear na história e nas lesões. O isolamento do vírus na membrana corioalantóica de ovos de pato embrionados suscetíveis ou em cultura de tecido fibroblástico de embrião de pato e uma neutralização do vírus com o anti-soro específico confirma o diagnóstico. Deve-se relatar a doença ao órgão competente. Profilaxia e tratamento – Deve-se evitar o contato com aves aquáticas silvestres e de vôo livre ou a introdução de aves aquáticas infectadas. Exige-se o isolamento estrito dos patos suscetíveis. Pode-se efetuar o controle e a erradicação por desocupação, higienização e desinfecção de propriedades. Aprovou-se uma vacina viva modificada, eficiente, adaptada de embriões de pintos para o uso em patos domésticos e aviários de zoológico, e por parte de avicultores particulares. É mais comumente utilizada nos patos reprodutores domésticos sendo administrada subcutaneamente no dorso do pescoço em doses de 0,5mL; recomenda-se um reforço 1 ano mais tarde. Não se recomenda a vacina de vírus vivos para patos silvestres. HELMINTÍASE DO TRATO DIGESTIVO (Infecções por nematóideos e cestóideos) Dentre as milhares de espécies de vermes existentes, cerca de 100 foram reconhecidas nas aves silvestres e domésticas nos EUA. Os nematóideos (vermes cilíndricos) são os mais importantes em número de espécies e no impacto econô- mico. Geralmente, os nematóideos apresentam sexos separados com diferenças morfológicas, por exemplo, os machos das Tetrameres spp são alongados e delgados, e as fêmeas grávidas são esféricas. O tamanho e a forma das espécies de nematóideos variam muito; os ascarídeos são firmes e longos (até 116mm), os capilarídeos são delgados e longos (60mm), mas os outros nematóideos são bem mais curtos (2 a 12mm). Os cestóideos (solitárias) também variam em tamanho. As Raillietina spp podem ter no mínimo 30cm, enquanto a Davainea proglottina tem freqüentemente menos de 4mm. As proglótides das solitárias individuais são hermafroditas. Têm-se retirado solitárias aos milhares de galinha ou perus individuais. Transmissão – A criação de aves domésticas em confinamento moderno reduziu a freqüência e a variedade destas infecções endoparasitárias, que eram comuns anteriormente nas aves soltas e nos plantéis de quintal. No entanto, ainda pode ocorrer um parasitismo severo em poedeiras ou reprodutoras criadas no chão ou aves de caça criadas em cercados; os fatores contribuintes podem incluir o uso de uma cama estocada (que fomenta a propagação de hospedeiros intermediários) ou a resistência de parasitas a drogas terapêuticas, ou ambos. Os nematóideos têm um ciclo vital direto espécie-específico com uma transmis- são de ave para ave através da ingestão de ovos ou larvas infectantes ou um ciclo indireto que exija um hospedeiro intermediário, por exemplo, insetos, caramujos ou Enterite Coronaviral dos Patos 1886 lesmas. Os ovos de muitas espécies de nematóideos são resistentes a baixas temperaturas e desinfetantes. Os cestóideos requerem um hospedeiro intermediário, por exemplo, insetos, crustáceos, minhocas ou caramujos. As poedeiras, reprodutoras e aves de corte criadas no chão se infectam pela R. cesticillus através da ingestão do hospedeiro intermediário (pequenos besouros que se reproduzem na cama contaminada). As poedeiras criadas em gaiola em galinheiros não telados podem se infectar pela Choanotaenia infundibulum através da ingestão do seu hospedeiro intermediário (a mosca-doméstica). Patogenia e achados clínicos – As Ascaridia, Heterakis e Capillaria spp são largamente distribuídas e causam sinais inespecíficos tais como emaciação geral, inatividade, depressão do apetite e retardo do crescimento; pode ocorrer morte. Alguns meros ascarídeos podem reduzir o peso e um número maior deles pode bloquear o trato intestinal. Este parasita (através da cloaca) pode migrar até o oviduto para se encistar posteriormente dentro do ovo (um problema estético, mas não de saúde pública, evitável através da inspeção visual cuidadosa do ovo com uma vela antes da liberação do mesmo para o mercado). A Heterakis gallinarum (um patógeno suave), em grande número, pode causar espessamento, inflamação ou nodulação nas paredes cecais. A Heterakis isolonche (altamente patogênico nos faisões) pode causar uma mortalidade de 50%. A Heterakis gallinarum porta a Histomonas meleagridis, o microrganismo da “blackhead” (ver pág. 1910). A Capillaria contorta nas mucosas do papo e do esôfago, e a C. obsignata na parede do intestino delgado causam espessamento e inflamação acentuados dos órgãos. As aves que albergam um grande número desses vermes cordoniformes ficam fracas e emaciadas, e podem morrer. Entre os outros nematóideos, a Amidostomum anseris ataca o revestimento da moela dos patos e dos gansos, causando uma descoloração escura, necrose e descolamento nos locais dos parasitas. A Dispharynx nasuta causa ulceração, espessamento e maceração do proventrículo; as avesgravemente infectadas podem morrer. A Tetrameres americana (um verme vermelho-brilhante distinguível através da parede proventricular) causa diarréia, emaciação e, no caso de infecção intensa, a morte. A Trichostrongylus tenuis causa inflamação dos cecos, perda de peso, anemia e morte, especialmente nas aves jovens. A Ornithostrongylus quadriradiatus (um parasita sugador de sangue) faz com que os pombos regurgitem um fluido tingido de bile misturado com alimento; seguem-se diarréia mucóide esverdeada proveniente de intestinos hemorrágicos, emaciação e morte. A maioria das solitárias patogênicas é encontrada no intestino delgado; o escólex (em geral enterrado na mucosa) normalmente causa lesões suaves. A Davainea proglottina pode causar perda de peso. A Raillietina tetragona causa perda de peso e redução da produção de ovos; a R. echinobothrida produz granulomas em seus locais de ligação (“doença nodular”). Diagnóstico – Só se pode fazer um diagnóstico confiável através da identifica- ção precisa dos parasitas individualmente isolados; tornam-se essenciais técnicas de necropsia cuidadosas e completas. Só se podem fazer recomendações signifi- cativas na terapia e no manejo do plantel através do reconhecimento específico do parasita. Tratamento e controle – A melhora das práticas sanitárias e a aplicação de inseticidas aprovados no solo e na cama quando as instalações se encontram desocupadas podem interromper o ciclo vital do parasita através da destruição do seu hospedeiro intermediário. Quando se repovoam as instalações, deve-se sepa- rar com largueza os grupos de aves de espécies ou idades diferentes para evitar o alastramento intergrupo de parasitas. Helmintíase do Trato Digestivo 1887 TABELA 2 – Helmintos Comuns no Trato Digestivo das Aves Domésticas Hospedeiro Parasita Hospedeiro intermediário Órgão Patogeni- ou ciclo vital infectado cidade Nematóideos Amidostomum Pato, ganso, Direto Moela Severa anseris pombo Ascaridia Peru Direto Intestino Moderada dissimilis delgado Ascaridia galli Galinha, peru, Direto Intestino Moderada pato, codorniz delgado Capillaria Galinha, peru, Minhocas Intestino Moderada a caudinflata pato, aves de delgado severa (columbae) tiro, pombo Capillaria Galinha, peru, Nenhum ou Boca, esôfago, Severa contorta pato, aves de minhocas papo (annulata) tiro Capillaria Galinha, peru, Direto Intestino Severa obsignata ganso, pombo, delgado, cecos codorniz Cheilospirura Galinha, peru, Gafanhotos, Moela Moderada hamulosa aves de tiro besouros Cyrnea colini Peru, aves de Baratas Proventrículo Suave tiro Dispharynx Galinha, peru, Tatuzinhos Proventrículo Moderada a nasuta aves de tiro, severa pombo Gongylonema Galinha, aves Besouros, Papo, esôfago, Suave ingluvicola de tiro baratas proventrículo Heterakis Galinha, peru, Direto Cecos Suave, mas gallinarum pato, aves de transmite o tiro agente da histomoníase Ornithostrongylus Pombo, rola Direto Intestino Severa quadriradiatus delgado Subulura Galinha, peru, Lacrainhas, Cecos Suave brumpti pato, aves de gafanhotos, tiro besouros, baratas Tetrameres Galinha, peru, Gafanhotos, Proventrículo Moderada a americana pato, aves de baratas severa tiro, pombo Trichostrongylus Galinha, peru, Direto Cecos Severa tenuis pato, aves de tiro, pombo (Continua) Helmintíase do Trato Digestivo 1888 Só se podem utilizar drogas aprovadas nas aves que produzam ovos ou carne para o mercado. Como as decisões acerca da aceitação e da propriedade das drogas aprovadas mudam freqüentemente, deve-se obter informações atuais acerca do estado regulatório de qualquer droga antes do seu uso; deve-se seguir precisamente as instruções do rótulo e as doses recomendadas. Os compostos piperazínicos são relativamente não tóxicos e largamente utiliza- dos contra a ascaridíase. Encontram-se disponíveis vários sais piperazínicos; como somente uma quantidade não estabelecida de piperazina é eficaz, deve-se calcular as doses com base nos mg de piperazina ativa/ave. As aves devem consumir a piperazina dentro de algumas horas, porque somente concentrações relativamente altas da droga eliminam os vermes; pode-se administrá-la às galinhas como dose única (50 a 100mg/ave) ou em 0,2 a 0,4% na ração ou em 0,1 a 0,2% na água para beber; para os perus a 100mg/ave com menos de 12 semanas de idade, 100 a 400mg/ave com no mínimo 12 semanas de idade ou nas concentrações de ração ou água das galinhas. A fenotiazina controla os vermes cecais nas galinhas a 0,5g/ave, nos perus a 1g/ave, administrados em 1 dia. Combinadas com a água de bebida (tratamento de 1 dia), a fenotiazina (0,5 a 0,56%) e a piperazina (0,11%) removem tanto os heteracídeos como os ascarídeos. A higromicina B (em 0,00088 a 0,00132% na ração) controla os ascarídeos, os vermes cecais e os capilarídeos. O cumafós (a 0,004% na ração por 10 a 14 dias para as aves de reposição ou a 0,003% na ração por 14 dias para as poedeiras) é mais comumente utilizado contra os capilarídeos. O butinorato (em 0,07 a 0,14% na ração) é efetivo contra as solitárias. Vários outros compostos são eficientes para o controle de helmintos, mas atualmente não são aprovados para uso – tartarato de pirantel e mebendazol contra a A. anseris; levamisol contra a Subulura brumpti; mebendazol, tiabendazol, tartarato de pirantel e citarina contra a Trichostrongylus tenuis; e hexaclorofeno e niclosamida contra as solitárias. TABELA 2 (Cont.) – Helmintos Comuns no Trato Digestivo das Aves Domésticas Hospedeiro Parasita Hospedeiro intermediário Órgão Patogeni- ou ciclo vital infectado cidade Cestóideos Choanotaenia Galinha Moscas Intestino Moderada infundibulum domésticas superior Davainea Galinha Lesmas, Duodeno Severa proglottina caramujos Metroliasthes Peru Gafanhotos Intestino Desconhecida lucida Raillietina Galinha Besouros Duodeno, Suave cesticillus jejuno Raillietina Galinha Formigas Intestino inferior Severa, nódulos echinobothrida Raillietina Galinha Formigas Intestino inferior Severa tetragona Helmintíase do Trato Digestivo 1889 ENTERITE HEMORRÁGICA DOS PERUS É uma infecção largamente distribuída dos perus com mais de 4 semanas de idade, caracterizada por esplenomegalia e hemorragia intestinal. Etiologia – O vírus causador (um adenovírus aviário do Tipo II) é morfológica e sorologicamente indistinguível do vírus que causa a esplenopatia marmoreada dos faisões (ver pág. 1915). O vírus pode se propagar em linhagens de células linfoblastóides B originadas em perus. É facilmente transmitido através do contato oral com material contaminado e permanece infectivo por várias semanas na cama, mas é inativado por vários desinfetantes, bem como pelo ressecamento. Ocorre uma replicação viral primária nas células reticuloendoteliais, particularmente no baço. Achados clínicos e lesões – A doença se caracteriza por início agudo, depressão, fezes sanguinolentas e morte. A mortalidade do plantel pode ser de 1 a 60% por um período de 2 semanas, embora a mortalidade normal seja de 0,5 a 3%. Reconhece-se uma resistência etária inicial à doença clínica, independentemente do estado de anticorpos maternos. As cepas patogênicas do vírus podem causar depressão das respostas imunes tanto de células B como de células T, que pode durar até 5 semanas após a exposição ao vírus. Freqüentemente se observa aumento da suscetibilidade à colibacilose após surtos da doença. As lesões específicas se confinam ao baço e intestinos; a lesão mais óbvia é uma hemorragia severa no intestino, sendo as partes superiores as mais envolvidas. O baço aumenta de volume e fica mosqueado, mas pode ficar pequeno e pálido se a hemorragia for extensa. Diagnóstico – As lesões são características e podem diferenciar a doença das septicemias agudas (tais como a cólera aviária e a erisipela). Uma hiperplasia reticuloendotelial proeminente com corpúsculos de
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