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Rev. Industrial e a crise de 29

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Relação entre o processo de maturação e expansão da economia capitalista no séc. XIX com a crise de 1929, avaliando as críticas ao pensamento liberal e a necessidade de maior intervenção do Estado na economia.
O advento da economia capitalista deu-se com a desintegração e superação do feudalismo, tendo se estabelecido gradativamente no decorrer de vários séculos. Apesar de o início do capitalismo ser basicamente associado a Revolução Industrial, para Francisco Falcon (1989), ele não se restringe a este estrito âmbito, mas pode compreender desde as origens do subdesenvolvimento até as diversas atividades econômicas em transformação naquele momento.
Falcon estuda a evolução das sociedades capitalistas em duas etapas a que chama respectivamente, “fase de formação” e de “expansão”. A primeira inicia-se na fase de transição ou pré-capitalista, com a acumulação de capitais e uma considerável liberação de mão-de-obra vinda do campo. Este modo de produção, cada vez mais predominante, caracterizava-se pela separação da propriedade dos meios de produção, da força de trabalho.
Nos primeiros tempos da industrialização os empresários desejavam obter mais lucro aumentando ao máximo a produtividade da mão-de-obra, assim a especialização e divisão do trabalho foram essenciais para a integração das máquinas no processo de produção inicial. Segundo o autor, com a ascensão da produção capitalista engendrou-se o crescimento e desenvolvimento econômico do mundo ocidental, capaz de polarizar o mundo em alguns poucos polos de desenvolvimento em contraste a numerosas áreas de crescente dependência.
Note-se que “alguns polos de desenvolvimento” já sugerem que a industrialização não ocorreu exclusivamente na Inglaterra, porém por ter logrado das condições necessárias à revolução industrial bem antes que a maioria dos outros países, ela saiu na frente. No entanto, o importante a ressaltar é que à medida que estes outros países (Japão, França, Alemanha, etc.) atingiram suas condições propícias à industrialização, a fizeram (Falcon, 1989).
Tal como a Revolução Industrial, em sua formação e expansão, a economia norte americana experimentou de grande desenvolvimento e euforia nos anos 20. Segundo Galbraith (Marques; Berutti; Faria; 1994) os Estados Unidos foi o primeiro país a reverter sua condição de devedor a credor, isto graças a Primeira Grande Guerra, porém isso na verdade não assinalava um fato positivo. Pois com o aumento das exportações americanas e a diminuição das suas importações, era improvável que seus devedores saldassem seus empréstimos quando ainda tinham que pagar pelas importações. 
Uma das mais famosas crises do capitalismo, a Grande Depressão, como já se sabe, fora uma crise de superprodução. A extrema concentração de renda e o domínio na movimentação da economia por uma minoria contrastava com os salários estáveis e a visível desigual distribuição de renda. À medida que a produção aumentava os preços fixos tornavam os lucros dos empresários maiores, isto associado à especulação em larga escala e a euforia na Bolsa de Valores marcou o “crack” de 29 que levou abaixo a economia mundial (Marques; Berutti; Faria; 1994).
A imobilidade das lideranças diante do desastre que era anunciado e que veio a cabo em outubro 29, demostraram a ineficiência das teorias liberais, incapazes de encontrar uma solução para o infortúnio que as economias mundiais viviam. Com as economias integradas não havia “escoadouros” para a superprodução, é neste momento que a intervenção do Estado é essencial para a recuperação da economia nacional. Os gastos públicos nos Estados Unidos aparecem como a única saída para evitar o desemprego total e foi o remédio que lançou por terra toda a ortodoxia da teoria econômica liberal, e mais do que nunca provou que o capitalismo não é capaz de se sustentar exclusivamente sobre suas próprias pernas.

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