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UPFUNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL TRABALHO ENSAIO ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA - CBR Disciplina: Rodovias II Professor: Francisco Dalla Rosa Acadêmicos: Hergya Aparecida Keller Ledisara Faresin Vanessa De Carli Zanotto Passo Fundo, Novembro de 2014 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3 1. SOLO UTILIZADO....................................................................................... 4 2. MISTURA .................................................................................................... 5 3. ENSAIO DE COMPACTAÇÃO DO SOLO - PROCTOR ............................. 6 3.1. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS ............................................................. 6 3.2. PROCEDIMENTO .................................................................................... 7 3.3. RESULTADOS ....................................................................................... 10 4. ENSAIO DO ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA – CBR ....................... 12 4.1. EQUIPAMENTOS ............................................................................... 12 4.2. PROCEDIMENTO ............................................................................... 12 4.3. RESULTADOS .................................................................................... 17 CONCLUSÕES ................................................................................................ 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 23 3 INTRODUÇÃO A necessidade de parâmetros e dados relacionados à pavimentação, fez com que pesquisadores, do Califórnia Division of Highways, realizam-se inúmeros ensaios sobre as patologias nos pavimentos asfálticos. O Índice de Suporte Califórnia (CBR ou ISC) relaciona (em porcentagem) a tensão exercida por um pistão, de diâmetro padronizado, necessária à penetração no solo até determinado ponto. É através do ensaio de CBR que se é possível conhecer qual será a expansão de um solo sob um pavimento quando este estiver saturado, além de indicações da perda de resistência do solo com a saturação. Sendo assim, para a realização do ensaio do CBR é necessário o conhecimento dos parâmetros de umidade ótima e peso específico máximo da mistura desejada, através do ensaio de compactação do solo (ensaio de Proctor). O CBR é muito utilizado no meio rodoviário, sendo de extrema importância o conhecimento do seu funcionamento para aplicação em dimensionamentos corretos de pavimentos. Com isso, o presente trabalho tem por objetivo apresentar o procedimento do CBR bem como analisar suas etapas e resultados. 4 1. SOLO UTILIZADO O solo utilizado na realização dos ensaios corresponde ao solo da cidade de Passo Fundo, mais especificamente, o solo junto ao prédio do CETEC, na Universidade de Passo Fundo. Uma amostra de 3 kg de solo foi utilizada para a realização do ensaio de Proctor, e outra de 6 kg no ensaio de CBR. Figura 01: Amostra de solo para realização dos ensaios. 5 2. MISTURA Para a realização dos ensaios utilizou-se uma mistura de solo + 6% (em relação ao peso de solo) de cimento Portland do tipo CP II - F. Figura 02: Mistura solo + 6% cimento CPII – F. 6 3. ENSAIO DE COMPACTAÇÃO DO SOLO – PROCTOR O ensaio de compactação do solo foi realizado de acordo com as seguintes características: Ensaio de compactação DAER/RS EL 007/01 - Método A cilindro pequeno; Proctor com esforço de compactação normal; Para compactação: 3 camadas, com 25 golpes cada; Diâmetro do corpo de prova: 10 cm; Altura do corpo de prova: 12,7 cm; Massa do corpo de prova: 2145 g. Figura 03: corpo de prova do ensaio de Proctor. 3.1. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS Cilindro metálico; Colar metálico; Bandeja metálica; Máquina de compactação de solo; 7 Macaco hidráulico; Balança eletrônica com sensibilidade de 0.01 g; Estufa; Cápsulas metálicas; Espátula; Régua de aço; Proveta de vidro graduada. Figura 04: Máquina para realização da compactação do solo. 3.2. PROCEDIMENTO Para o procedimento de ensaio de compactação normal, utilizamos 3 kg de solo com umidade natural. Foi feita a homogeneização da amostra e seu destorroamento. Acrescentamos a quantidade de 0,18 kg de Cimento Portland II - F, formando uma mistura de solo-cimento. A amostra foi bem homogeneizada e depois passada na peneira 4,8 mm (Figura 05). Começamos o ensaio adicionando água à amostra até verificarmos certa consistência, o que resultou numa massa de água de 0,45 Kg. Prosseguimos para a compactação do solo em um molde cilíndrico, com diâmetro de 10 cm, altura de 12,7 8 cm e massa de 2145 g. O cilindro foi encaixado na máquina de compactação e colocou-se o solo (Figura 06) distribuindo-o em camadas iguais (cada uma cobrindo aproximadamente um terço do molde), aplicando-se em cada uma delas 25 golpes distribuídos uniformemente sobre a superfície da camada (Figura 07). Figura 05: Homogeneização da mistura. Figura 06: Distribuição do solo em camadas iguais. 9 Figura 07: Compactação do solo - distribuição dos golpes sobre as camadas. Depois de terminada a compactação, removemos o colarinho (Figura 08) e a base, e com o auxílio da régua metálica, corrigimos a superfície. Pesamos o material, e em seguida retiramos uma amostra (Figura 09) para a determinação da umidade do ensaio. Figura 08: Corpo de prova após a compactação – correção da superfície. 10 Figura 09: Corpo de prova após a correção da superfície – retirada de amostra. Este procedimento foi feito oito vezes e em cada amostra foram acrescentados 2% (90g) de água antes de começar a próxima moldagem. Após cada compactação foi retirada uma pequena amostra para serem posteriormente levadas à estufa. A partir da determinação da massa específica do corpo de prova de solo de cada ensaio, e com a umidade encontrada com as amostras retiradas, determina-se a umidade ótima e calcula-se a densidade máxima. 3.3. RESULTADOS O ensaio de compactação trouxe um valor de peso específico seco máximo de 1,643 g/cm³ e uma umidade ótima de 24,57%. Na sequência encontram-se apresentados os resultados obtidos no ensaio. 11 Tabela 01: Resultados do ensaio de compactação – Proctor normal. A umidade ótima encontrada foi de 24,57% resultando numa densidade relativa de 16,43 KN/m³, conforme verificado a partir do gráfico da Densidade x Umidade (Gráfico 01). Gráfico 01: Curva de compactação. 12 4. ENSAIO DO ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA – CBR O ensaio de CBR do solo foi realizado de acordo com as seguintes características: Ensaio de compactação DAER/RS EL 009/01 – Determinação do Índice de Suporte Califórnia; CBR com esforço de compactação normal; Para compactação: 5 camadas, com 12 golpes cada. 4.1. EQUIPAMENTOS Moldemetálico grande de forma cilíndrica; Colar metálico; Soquete metálico; Prensa; Tanque de imersão; Régua de aço; Espátula com lâmina flexível; Provetas graduadas; Papel filtro ou similar com diâmetro igual ao do molde; Cronômetro; Extensômetro; Disco em forma de “U” de aço para sobrecarga; Balança. 4.2. PROCEDIMENTO Tendo-se os valores da umidade ótima e do peso específico seco máximo, iniciamos o procedimento de ensaio do CBR, onde foi pesada, novamente, uma porção de material (6 kg de solo e 0,36 kg de cimento CPII - F) e adicionada a água na proporção da umidade ótima (Figura 10). Esta quantidade adicional de água foi obtida conhecendo-se a umidade higroscópica do solo (secagem em estufa de uma amostra do solo por 24h antes da realização do ensaio) e os respetivos cálculos considerando-se a umidade ótima e as perdas por evaporação. 13 Logo, foi executado o ensaio de compactação (Figura 11), utilizando um disco espaçador de metal na parte inferior do cilindro. Foi realizada a compactação com soquete grande aplicando 12 golpes em 5 camadas igualmente distribuídas (Figura 12). Após a compactação (Figura 13) colocou-se um disco de papel filtro no topo do cilindro, e o disco espaçador foi recolocado no topo do cilindro (Figura 14). Em seguida, se realizou a leitura inicial no extensômetro, que foi igual a 1,00 mm (Figura 15). Terminado esse processo, o corpo de prova de solo cimento compactado então foi colocado em imersão no tanque com água (Figura 16), permitindo o livre acesso da água pelo topo e fundo da amostra, por 04 dias. Figura 10: Solo-cimento preparado para o ensaio de CBR. 14 Figura 11: Execução do ensaio de compactação. Figura 12: Compactação das 5 camadas igualmente distribuídas. 15 Figura 13: Corpo de prova após a compactação. Figura 14: Colocação do disco de papel filtro e do disco espaçador. 16 Figura 15: Leitura inicial no defletômetro. Figura 16: Imersão no tanque de água por quatro dias. 17 4.3. RESULTADOS Passados 04 dias, o molde foi retirado da água (Figura 17) e foi feita a leitura final no extensômetro (Figura 18), o qual apresentou um valor de 1,09 mm, o que significa que o corpo de prova expandiu 0,09 mm, ou seja, apresentou uma expansão de 9% em relação ao início. Figura 17: Retirada do molde após imersão de quatro dias. 18 Figura 18: Leitura final no extensômetro. A expansão, então, é calculada pela seguinte fórmula: Expansão (%) = odeprovacialdocorpleituraini cialleiturainialleiturafin )( x 100 Deste modo, os resultados se encontram apresentados na Tabela 02, abaixo. Tabela 02: Expansão CBR. Após a leitura, a água foi escoada durante 15 min para prosseguirmos com o ensaio. Colocamos o corpo-de-prova na prensa (Figura 19) e ajustamos a célula para realizar a leitura da carga aplicada para a devida penetração. 19 Figura 19: Prensa com pistão de penetração – Ensaio CBR. Aos poucos, aplicou-se a carga sobre o pistão de penetração sendo efetuadas as leituras. E através de cálculos, podemos encontrar os valores da capacidade de expansão do solo e da capacidade de resistência do solo, ou seja, o valor do ensaio CBR. É importante conhecer a constante de calibração da prensa (K = 1,8965) e o diâmetro e área da mesma (D = 5 cm e A = 19,63 cm2), pois assim são obtidas as pressões calculadas. Logo, como a configuração da curva pressão – penetração cumpre os critérios especificados no Manual do DAER, as pressões não precisam ser corrigidas. 20 Tabela 03: Resultados ensaio CBR. Com os valores da tabela acima, então, foi possível a elaboração do gráfico colocado, logo abaixo. Gráfico 02: Curva do ensaio CBR – Pressão/Penetração. 21 O índice de suporte Califórnia (CBR), em porcentagem, para cada corpo de prova, é obtido pela fórmula: Calcularam-se os seguintes valores de ISC: 46,71% para 2,54mm e 40,60% para 5,08mm. Adota-se para o índice CBR o maior dos valores obtidos para as penetrações de 2,54 mm e 5,08 mm, portanto 46,71%. 22 CONCLUSÕES Com a análise dos resultados de capacidade de suporte, obtiveram-se os valores de ISC (46,71%) e de expansão (0,09 mm), destaca-se a possibilidade de uso do solo amostrado como base de pavimento rígido de uma rodovia. Caberá ao engenheiro analisar as opções de projeto para encontrar a solução mais racional do ponto de vista da relação custo-benefício. A mistura de solo com 6% de cimento CP II - F produz uma curva pressão – penetração particular, pois esta é praticamente uma linha reta ascendente no final. O comportamento do gráfico de CBR se deve ao fato da presença do cimento, que nos quatro dias de imersão ganhou resistência. Como o solo utilizado para o ensaio continha cimento, isso fez com que melhorasse a coesão e a rigidez do corpo de prova, melhorando por isso a resistência do mesmo e tendo pouca penetração. Os ensaios de laboratório são de suma importância para o conhecimento do material que será utilizado em obra. Obtivemos parâmetros do comportamento da amostra citada no trabalho, podendo o engenheiro responsável tomar decisões cabíveis diante de um problema que possa vir a acontecer. 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7181: Solo – Análise Granulométrica. Rio de Janeiro, 1984. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7182: Solos – Ensaio de Compactação. Rio de Janeiro, 1986. DEPARTAMENTO AUTÔNOMO DE ESTRADAS DE RODAGEM DAES/RS. EL 007/01: Ensaio de Compactação. 2001. DEPARTAMENTO AUTÔNOMO DE ESTRADAS DE RODAGEM DAES/RS. EL 009/01: Determinação do Índice de Suporte Califórnia. 2001. GEOTECNIA E FUNDAÇÕES. Disponível em: <http://geotecniaefundacoes.blogspot. com.br/2010/06/indice-de-suporte-california-cbr.html Acesso em: 15 nov. 2014.
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