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Artigo CCIII - Hérgya, Sabrina, Vanessa

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO 
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
CONSTRUÇÃO CIVIL III 
 
UPF
Revestimentos argamassados – Visita em obra 
Hérgya Aparecida Keller (¹); Sabrina Bolner (²); Vanessa De Carli Zanotto (³) 
 
(1) Acadêmica do curso de Engenharia Civil, Universidade de Passo Fundo 
(2) Acadêmica do curso de Engenharia Civil, Universidade de Passo Fundo 
(3) Acadêmica do curso de Engenharia Civil, Universidade de Passo Fundo 
122676@upf.br 
(1)
; 124565@upf.br 
(2)
; 120366@upf.br 
(3) 
Resumo 
O presente artigo visa apresentar os principais detalhes relativos à execução dos revestimentos 
argamassados, tanto internos como externos, analisados através de uma visita em uma obra localizada na 
cidade de Passo Fundo – RS. A execução de cada serviço na construção é dado por um conjunto 
sistematizado de conhecimentos, tecnologia, sistemas de produção e uso deste serviço. O subconjunto de 
conhecimentos relativos à execução de revestimentos argamassados, no Brasil, é extenso e contraditório, 
ou seja, tais conhecimentos são dispersos, fundamentados basicamente na prática adquirida. 
A execução de revestimentos argamassados tem sido deixada em segundo plano no processo de 
construção de edifícios de múltiplos pavimentos, sendo que muitas vezes a definição da argamassa de 
revestimento, forma de aplicação e processo de produção são definidas em obra e quase no momento de 
execução, seguindo somente a definição básica: argamassado ou cerâmico, por exemplo. Muitas vezes 
quem faz a definição do revestimento é o próprio responsável pela execução de tal serviço, ou seja, muitas 
obras não apresentam projeto de revestimento, ficando tudo por conta de quem o executa. 
Desta maneira, a estrutura do documento pode ser dividida em quatro partes distintas. A primeira parte 
trata-se de uma simples caracterização da obra visitada, abordando características relevantes do 
empreendimento; a segunda traz o diagnóstico do revestimento feito com argamassa na fachada da obra 
visitada, através da aplicação do questionário adaptado de Costa (2005), de modo a levantar todos os 
dados referentes ao serviço executado, desde a existência ou não de projeto, materiais utilizados, 
procedimentos adotados, etc.; a terceira apresenta uma descrição da execução adotada no revestimento 
interno que está sendo executado na mesma obra e, por último, uma análise crítica dos serviços verificados 
e posteriores conclusões. 
Palavra-chave: Revestimento. Diagnóstico. Argamassa. Projeto. Procedimentos. Materiais. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Este trabalho tem como objetivo principal agregar conhecimentos através do 
contato com a prática, levando em consideração o que aprendemos teoricamente, sendo 
este, focado na questão da execução dos revestimentos argamassados, tanto interno 
como externo. Através da visita em obra, podemos analisar os métodos construtivos 
praticados em empreendimentos de múltiplos pavimentos, avaliar também a produtividade 
do sistema de revestimento empregado e a escolha e aplicabilidade dos materiais. 
Neste trabalho além de abordar os principais itens quanto à execução de 
revestimentos argamassados (aspecto tecnológico), abordaremos também aspectos 
organizacionais do canteiro de obras, como a organização e limpeza do empreendimento, 
o dimensionamento das equipes de produção, a formação dos responsáveis pela 
execução dos serviços e o quanto isso pode influenciar na produtividade. 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO 
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
CONSTRUÇÃO CIVIL III 
 
UPF
 
2. CARACTERÍSTICAS DO EMPREEENDIMENTO 
 
 
O Edifício John Kennedy, 
executado pela Construtora Secco, 
está localizado na Rua General 
Osório, 1065, Passo Fundo - RS. 
No total, o prédio possuirá 30 
andares mais um que comportará a 
caixa d’água, totalizando assim 
18000 m² de área construída. Sua 
construção teve início em 2010, e 
tem previsão de entrega para 2016, 
não possuindo prazo de entrega, 
pois os apartamentos ainda não 
estão sendo comercializados. O 
estágio atual da obra é indefinido, 
pois em alguns andares já estão 
sendo realizados acabamentos e 
em outros andares ainda se está 
realizando concretagem de 
elementos estruturais, mas a parte 
da garagem já está em uso. Já o 
havíamos acompanhado na 
concretagem de pilares em junho 
de 2013 e na execução de 
alvenaria de vedação em outubro 
de 2013. 
 
Figura 01: Como ficará o edifício pronto. 
 
3. PROJETO E PADRÕES DE PRODUTO 
 
A construtora não possui projeto de execução de revestimento para tal 
empreendimento. O projeto é informal, ou seja, é executado conforme a prática do 
funcionário designado para tal serviço. 
 O revestimento da fachada é realizado em três camadas distintas: chapisco, 
emboço e reboco (figura 02), sendo a espessura final do revestimento em torno de 3 cm. 
Em locais com maiores irregularidades na alvenaria, locais com maior exposição, há 
distinção da espessura do revestimento, ou seja, a espessura do revestimento vai 
depender das condições exigidas pela alvenaria. 
 
 
 
 
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CONSTRUÇÃO CIVIL III 
 
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Figura 02: Três camadas distintas do revestimento externo – chapisco, emboço e reboco. 
 
 
 
 A argamassa utilizada no revestimento é fabricada no canteiro de obras (figura 03), 
sendo seu traço determinado anteriormente pelo Engenheiro responsável. A argamassa 
utilizada é sempre a mesma em todos os tipos de revestimento, independente se é 
externo ou interno. O acabamento final também é definido previamente pelo mesmo, 
sendo os tipos de acabamento mais utilizados pela empresa o uso de pastilhas na 
fachada frontal e pintura/textura nas demais fachadas. 
O chapisco utilizado é do tipo convencional, sendo o traço definido pelo Engenheiro 
responsável. Em um dia pode ser executado até 200m² de chapisco. 
 
3.1. Especificações dos materiais 
 
A especificação dos materiais da mistura para o revestimento é fixada junto à 
central de argamassa (figuras 04 e 05). 
 Cimento CP IV 32 – RS (Supremo); 
 Areia fina; 
 Cal CHIII (Itabranca); 
 Aditivos plastificante e estabilizador SIKA (proporciona liga e plasticidade às 
argamassas de reboco, não precisa curtir e o sarrafeamento é imediato. Além 
disso, aumenta a resistência e a aderência e diminui a relação água/cimento, 
evitando o aparecimento de fissuras). 
 
 
 
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Figura 03: Central de argamassa (localizada no térreo do edifício). 
 
 
 
Figura 04: Especificações dos materiais da mistura. 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 05: Detalhe das especificações dos materiais para reboco externo e interno. 
 
 
 
 
A cura do revestimento é feita obedecendo aos tempos de 48 horas para chapisco, 
de 72 horas para emboço e de 3 horas para reboco. A execução de cada camada do 
revestimento é realizada em panos contínuos, de cima para baixo. Respeita-se o tempo 
de cura de cada camada e após é executada a próxima. 
Não há projeto e nem dimensionamento de juntas, pois não são utilizadas nessa 
edificação. O reboco é feito direto já que o empreendimento é construído em dois blocos 
distintos e suas fachadas possuem recortes e panos descontínuos, o que permite a não 
utilização de juntas de movimentação. 
 
4. MÃO DE OBRA E SUPRIMENTOS DE MATERIAISA empresa utiliza mão de obra própria, contratada através de carteira assinada. 
Todos os funcionários do empreendimento recebem treinamento com informações 
referentes ao trabalho, uso de equipamentos e ferramentas e execução de serviços. Tais 
treinamentos são ministrados por estagiários capacitados ou técnicos de segurança do 
trabalho. 
A escolha dos fornecedores é feita seguindo uma lista disponível pré-estabelecida 
pela construtora. Esta lista vai sofrendo alterações conforme os diferentes 
 
 
 
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empreendimentos (analisando distâncias e qualidade dos produtos oferecidos), buscando 
manter um padrão de materiais em todas as suas obras. 
O controle de qualidade dos materiais é realizado quando eles são descarregados 
em obra. Tal controle é realizado pelo estagiário responsável, que confere a quantidade, a 
marca e se o material entregue condiz com o especificado na compra. Não é feita 
amostragem dos materiais, somente uma conferência de tais. O armazenamento dos 
materiais (cimento, cal, areia, aditivos) é feito no térreo da edificação, próximo à central de 
argamassa. Tais materiais ficam armazenados separados conforme o tipo, a maioria 
sobre tablados, afastado da umidade e do trânsito de pessoas, sendo estocados na 
quantidade necessária para diminuir desperdícios (figura 06). 
 
 
Figura 06: Armazenamento dos materiais conforme especificações. 
 
 
 
5. PREPARAÇÃO DO SUBSTRATO 
 
Antes do início da execução do revestimento, são feitas preliminarmente 
verificações padrões da empresa. Na base pronta são retiradas as rebarbas e é realizado 
o enchimento das falhas maiores, também é feita a limpeza com vassoura (escovação) 
para retirar a sujeira “mais grossa” que possa interferir posteriormente no desempenho e 
qualidade do revestimento. Para começar a execução do revestimento a empresa sempre 
se certifica que todas as tubulações e elementos (hidráulicos e elétricos) estejam 
embutidos e ensaiados a fim de evitar posteriores problemas. Em diferentes bases, como 
 
 
 
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concreto, os procedimentos, antes de se executar o revestimento, são os mesmos 
executados na base de blocos cerâmicos. 
Na execução de revestimento externo, a empresa se preocupa constantemente 
com as condições climáticas, sendo que em dias muitos quentes, chuvosos ou com 
umidade elevada tal revestimento não é executado, dando prioridade então a serviços no 
interior da edificação. 
Em tal empreendimento não são utilizadas telas no revestimento, pois a construtora 
não costuma utilizar tal recurso em suas obras, a não ser que seja muito necessário (em 
casos extremos). A empresa sempre busca manter um padrão na execução de seus 
serviços, buscando usar os mesmos operários e materiais para os mesmos serviços 
executados na edificação. 
A empresa possui as Normas Técnicas de execução de revestimento em 
argamassa, e as utiliza no treinamento dos seus funcionários, ou seja, os funcionários são 
previamente instruídos e tomam conhecimento das Normas Técnicas antes de executar o 
serviço proposto. 
 
6. ARGAMASSA – PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO 
 
Como a argamassa é dosada na central localizada no térreo, o transporte da 
mesma pronta para os respectivos pavimentos é feita através do elevador e de girica 
(figuras 07 e 08). 
 
Figura 07: Elevador de cremalheira utilizado para transporte de materiais. 
 
 
 
 
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Figura 08: Girica para transporte de argamassa. 
 
 
 
Ainda na fase de projeto da edificação foi realizado um estudo sobre a 
movimentação de materiais e operários no canteiro, a fim de garantir o melhor 
posicionamento dos elementos de transporte e uma melhor organização e movimentação 
no empreendimento. 
Não há armazenamento de mistura pronta na obra, pois quando é necessário 
argamassa o servente liga para a central pedindo somente o necessário para a execução 
do serviço. 
O proporcionamento dos materiais é feito seguindo-se as especificações fixadas na 
central de argamassa. A dosagem é feita em volume (em baldes), tais recipientes são 
padrões para todos os traços, pois a empresa não possui balança na obra. Os recipientes 
(baldes) utilizados são os mesmos para os diferentes tipos de materiais, não possuindo 
estes identificações. O aditivo utilizado é dosado em volume líquido, ou seja, são 
compradas embalagens no volume utilizado em cada traço (geralmente 1L). A água é 
dosada aproximadamente, observando a consistência da argamassa. 
Para suprir a demanda de argamassa do empreendimento, são usadas duas 
betoneiras na central. Há um funcionário responsável somente para o controle e produção 
da argamassa na obra. 
A empresa não faz dosagens experimentais, ela segue um padrão nos seus traços, 
tendo como referência outros empreendimentos e a experiência de sua equipe de 
trabalho. 
 
 
 
 
 
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7. APLICAÇÃO DA ARGAMASSA 
 
É realizado, primeiramente, o mapeamento da fachada. São utilizados prumos nos 
diversos panos para definir a espessura do revestimento final. Não é realizado o 
taliscamento e nem as mestras, pois conforme relatado pelo pedreiro que estava 
executando o serviço de revestimento exterior, isso não é necessário por causa dos anos 
de prática e do conhecimento adquirido de quem o executa. 
A aplicação é realizada de forma manual. A empresa já utilizou aplicação mecânica 
em outras obras, mas não ficou satisfeita com os resultados obtidos, preferindo assim 
continuar da forma manual. O controle da aplicação é feito quinzenalmente com a visita 
de estagiários e se necessário, do engenheiro. 
O desempeno dos revestimentos é feito seguindo-se um padrão, independente do 
tipo de acabamento final, sendo realizado com madeira, seguido posteriormente de 
desempeno com aço. O acabamento final é realizado com desempenadeira de espuma 
(Figura 09). 
O tempo de cura é sempre obedecido. Durante a cura dos revestimentos não há 
proteção contra raios solares ou vento, o revestimento fica curando exposto às 
intempéries, sendo que quando há previsão de chuva não há execução de tal. Em dias 
frios ou muito quentes, a princípio, não há tratamento diferenciado. 
 
 
Figura 09: Revestimento superior em fase de acabamento final. 
 
 
 
 
 
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8. RECEBIMENTO DO SERVIÇO – INSPEÇÃO FINAL DO REVESTIMENTO 
 
Para aceitação ou rejeição dos revestimentos executados são observados 
aspectos de qualidade relativos à estética e ao desempenho técnico. É observado e 
verificado a homogeneidade do acabamento, a planeza e o prumo, e se há ocorrência de 
fissuração no revestimento. Também é verificado, através de leves batidas em alguns 
locais, se a aderência do revestimento ao substrato é satisfatória, ou seja, se o pano 
revestido não apresenta som cavo. 
 Locais analisados satisfatoriamente (Figuras 10 e 11) são liberados para 
acabamento final. Pequenas fissuras são aceitáveis no processo de avaliação. 
 
 
Figura 10: Revestimento (acabamento final). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 11: Revestimento (acabamento final). 
 
 
 
9. DESCRIÇÃO – REVESTIMENTO ARGAMASSADO INTERNO 
 
Para o revestimento interno também não há projeto de execução. O projeto é 
informal, baseado na prática de quem o executa. O revestimento interno é executado em 
três camadas distintas, chapisco, emboço e reboco (Figura 12), resultando numa camada 
final de aproximadamente 3 cm de espessura. 
A argamassa utilizada no revestimento interno é fabricada no canteiro de obras, na 
central de argamassa, sendo seu traço definido pelo Engenheiro responsável. A 
especificação dos materiais do revestimento interno é fixada junto à central de argamassa 
(Figura 13). 
 Cimento CP IV 32 – RS (Supremo); 
 Cal CHIII (Itabranca); 
 Areia amarela lavada; 
 Areião; 
 Areia industrial; 
 No revestimento interno não há utilização de aditivos. 
 
A cura do revestimento é feita seguindo aos tempos de 48 horas para chapisco, de 
72 horas para emboço e de 3 horas para reboco. A execução de cada camada do 
revestimento é realizada em panos contínuos, de cima para baixo. 
 
 
 
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Figura 12: Etapas do revestimento interno. 
 
 
 
Figura 13: Especificações dos materiais – revestimento interno. 
 
 
Antes da execução do revestimento é realizada a limpeza da base, retirando 
rebarbas e a sujeira mais superficial que possa interferir no desempenho final do 
 
 
 
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revestimento. Para executar o revestimento a empresa se certifica que todas as 
tubulações e elementos (hidráulicos e elétricos) estejam embutidos e ensaiados (Figuras 
14 e 15). 
 
Figura 14: Elementos hidráulicos embutidos e ensaiados. 
 
 
Figura 15: Instalações elétricas e hidráulicas embutidas (revestimento pronto). 
 
 
 
 
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O transporte da argamassa de revestimento interno também é realizado através do 
elevador de cremalheira e da girica (Figura 16). 
Na etapa de revestimento, primeiramente é executado o mapeamento do pano a 
ser revestido, feito através de prumos, para definir a espessura do revestimento final. A 
aplicação da argamassa é feita de forma manual, sendo o tempo de cura sempre 
obedecido. O desempeno é realizado seguindo um padrão, sendo executado com régua 
de aço, respeitando os prazos para início do procedimento (Figura 17). 
O acabamento final (Figura 18) é realizado com desempenadeira de espuma, pois 
posteriormente a superfície receberá pintura/textura. 
A aceitação ou rejeição do revestimento interno segue os mesmos princípios do 
revestimento externo, verificando aspectos de qualidade (estética, planeza, prumo e 
fissuração). Locais analisados satisfatoriamente são liberados para a etapa de finalização. 
 
 
Figura 16: Meio de transporte da argamassa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 17: Superfície após desempeno com régua de aço. 
 
 
 
Figura 18: Revestimento interno (acabamento final). 
 
 
 
 
 
 
 
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10. ANÁLISE CRÍTICA E CONCLUSÕES 
 
O trabalho teve seu objetivo alcançado, sendo ele o de conhecer os métodos 
construtivos aplicados na obra em questão, além de conhecer a composição e o 
funcionamento de um canteiro de obras. Ao entrar em contato com a realidade 
construtiva, conseguimos ter um melhor entendimento de como tudo é realizado, além de 
compreender a aplicação de diferentes materiais. 
O que pode ser concluído na obra é que a empresa é muito bem organizada, sendo 
todos os locais onde cada material deveria ser armazenado e a obrigatoriedade do uso de 
EPIs devidamente bem sinalizados levando em consideração o bem estar dos 
funcionários. 
Em relação aos revestimentos, tanto externo como interno, percebe-se que todos 
seguem uma correta ordem de execução – limpeza da base, execução do chapisco, 
execução e desempeno do emboço e execução, desempeno e acabamento final do 
reboco. Nota-se que a empresa zela pela qualidade da argamassa e pelo seguimento a 
risca das especificações e quantidades dos materiais. 
A produtividade do sistema de revestimento é muito boa, já que o edifício não 
possui prazo de entrega, não ficando a produtividade muito em evidência. O sistema de 
execução empregado se adapta aos critérios exigidos pela edificação, sendo o melhor 
sistema em questão de custo – benefício (racionalização). 
 
 
Figura 19: Grupo na obra.

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