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Aulas - Fundamentos de Economia[1] Ferv 2011_2

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Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 1 
 CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
_________________________________________________________________________________ 
 
Fundamentos de Economia 
_________________________________________________________________________________________ 
 
 
I – A Ciência Econômica 
1.0 - Familiarização com questões econômicas atuais 
2.0 - Concepções e definições da Economia 
3.0 - Evolução histórica da Economia 
4.0 - Autonomia e inter-relação com outras ciências 
5.0 - O objeto da Ciência Econômica – A Lei da Escassez 
6.0 - Bens Econômicos e bens livres / As Necessidades Humanas 
7.0 - Problemas econômicos básicos 
 
II – O Problema da organização Econômica 
8.0 - A estrutura dos sistemas econômicos. 
9.0 - Formas de organização econômica 
10.0 - Divisão didática do estudo de Economia: Microeconomia, Macroeconomia, 
Desenvolvimento Econômico e Economia Internacional. 
 
III – Teoria de funcionamento de mercado 
11.0 - Teoria elementar da demanda 
12.0 - Teoria elementar da oferta 
13.0 - O equilíbrio de mercado 
14.0 - A Economia e a História 
 
IV – Estruturas de Mercado 
15.0 - Monopólio 
16.0 - Concorrência Perfeita 
17.0 - Concorrência Monopolista 
18.0 - Oligopólio 
19.0 - Monopsônio e Oligpsônio 
20.0 - Monopólio bilateral 
 
V – Regulamentação dos mercados 
21.0 - Regulamentação dos serviços de utilidade pública 
22.0 - Sistema de defesa da concorrência 
23.0 - Sistema Nacional de defesa do consumidor 
24.0 - Sistema de proteção ao meio ambiente 
 
 
 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 2 
VI – Medidas da atividade econômica 
25.0 - Fluxo circular da renda 
26.0 - Renda e Produto 
27.0 - Valor adicionado 
28.0 - O conceito de despesa Nacional 
29.0 - Formação de capital: poupança e investimento 
30.0 - Medidas agregadas 
31.0 - Valores reais e nominais 
 
VII – Introdução à Teoria Monetária 
32.0 - Moeda: histórico e funções 
33.0 - Intermediários financeiros 
34.0 - O papel do Banco Central 
35.0 - Política Monetária 
 
VIII – O problema da inflação 
36.0 - Conceito de inflação 
37.0 - Causas clássicas de inflação 
38.0 - O processo inflacionário Brasileiro 
39.0 - Como medir a inflação 
40.0 - Conceito de número índice de preços 
41.0 - Principais indicadores: INPC, IPCA, IPC-FIPE, O Sistema IGP e IGP-M da 
FGV, o IPA, o IPC-BR, e o INCC. 
 
IX – Noções de Comércio Internacional 
42.0 - Conceitos fundamentais 
43.0 - Taxa de câmbio 
44.0 - Balança de pagamentos 
45.0 - Comércio Internacional e Globalização 
46.0 - Crescimento e Desenvolvimento Econômico 
 
X – Crescimento e Desenvolvimento Econômico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 3 
I – A Ciência Econômica 
 
1.0 – Familiarização com questões econômicas atuais 
Mesmo que não queiramos ver, as questões econômicas estão presentes, elas estão nos 
jornais, televisão, revistas, das mais simples às mais complexas, a exemplo de: 
 
 O Brasil tem de buscar políticas compensatórias e evitar que o dólar caia demais. A 
queda do dólar diminui as exportações. 
o A queda do dólar acaba gerando ganhadores e perdedores, que são os 
importadores e exportadores respectivamente. 
 
 A sociedade cresce economicamente desde que ocorra: acumulação de capital, 
crescimento da população e progresso tecnológico. 
o O crescimento econômico se dá através da acumulação de capital, que é o 
aumento de máquinas, indústrias; realização de obras de infra-estrutura: estradas, 
ferrovias, energia, tecnologia de ponta, telecomunicações; e do investimento em 
recursos humanos: melhor preparação da mão-de-obra. 
o O crescimento da população implica num aumento da força de trabalho e da 
demanda interna, lógico que aí já aconteceu o investimento em recursos humanos 
e a força de trabalho já foi preparada. 
o Quanto ao progresso tecnológico: pode ser neutro; poupador de capital e 
poupador de trabalho. Os países em desenvolvimento, como têm o fator trabalho 
em excesso, devem dar ênfase ao fator produtivo poupador de capital, que é o 
fator escasso. Com os países desenvolvidos se dá exatamente ao contrário, eles 
têm o fator capital em excesso. 
 
 Alguns analistas acreditam que a oferta de crédito está no limite, caso seja 
confirmado afetará o desempenho do comércio e da indústria de bens de consumo. 
o Com a diminuição da oferta de crédito, diminui a demanda interna afetando o 
comércio e a indústria de bens de consumo. 
 
 Os admitidos devem continuar ganhando menos que os demitidos. Seria 
necessário um crescimento do PIB na ordem de 5 % ao ano, durante cinco anos 
para que essa diferença deixe de existir. 
o Como existe um crescimento muito tímido do Produto Interno Bruto, os novos 
admitidos com seus salários baixos é que reduzem os custos de produção. 
 
 É possível um país crescer, sem desenvolver-se. 
o É o caso da Líbia, que segundo Clower (1996) apresentou um aumento nos níveis 
de exportação de seus produtos primários. Mas, eles eram de empresas 
estrangeiras, então esse crescimento não induziu o crescimento da economia, 
permitindo ganhos de renda em outros setores. 
 
 
 
 
 
 
 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 4 
2.0 – Concepções e definições da Economia 
 
Analisando etimologicamente economia vem do grego Oikonomia 
o Oikos = casa 
o Nomos = lei, regra, administração. 
o Alguns autores atribuem ao filósofo grego Xenofontes 
 
2.1 - Definições da Economia 
 
o Bom uso que se faz de qualquer coisa 
o Contenção ou moderação nos gastos 
o Ciência que trata dos fenômenos relativos à produção, distribuição e consumo 
de bens. 
o Sistema produtivo de um país ou região. 
o Doméstica: A arte e a técnica de administrar ou executar as tarefas do lar, ou 
de administrar o orçamento doméstico. (380 a.C.) 
o De escala: Aumento de eficiência associado a uma expansão na produção, 
causando redução do custo de cada unidade produzida. 
o De guerra: Conjunto de medidas de controle e regulamentação da economia 
comumente adotada em tempo de guerra. 
o De palito: Economia ridícula, de coisas insignificantes. 
o Informal / Invisível / Subterrânea: Conjunto de atividades econômicas sem 
registro de empregados ou recolhimento regular de impostos, comércio, 
prestação de serviços, camelôs, artesão. 
o Política: Estudo dos fenômenos econômicos com ênfase em suas 
condicionantes históricas, políticas e sociais. 
o Mista: Sistema econômico em que a administração de uma empresa é 
baseada no capital do governo e no capital privado. 
o Popular: Conjunto de interesses econômicos do povo, sob a proteção jurídica 
do Estado. 
o De Mercado: Sistema econômico em que as decisões relativas à produção, 
preços, salários, etc, são tomadas predominantemente pela interação de 
compradores e vendedores no mercado, com pouca interferência 
governamental. 
o De subsistência: Forma primitiva de organização econômica em que a 
produção se destina apenas ao consumo dos produtores, com pouca ou 
nenhuma atividade de troca. 
o Dirigida: Sistema econômico em que as decisões relativas à produção, preços, 
salários, etc, são tomadas centralizadamente por um organismo planejador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 5 
3.0 – A evolução histórica da Economia 
 
Os grandes problemas econômicos sempre foram a grande preocupaçãodos povos, 
que se preocupavam com a organização de suas atividades, buscando resolver de uma 
forma eficiente os seus problemas de natureza econômica com base em um conjunto de 
normas. O período científico das Ciências Econômicas desenvolveu-se a partir do século 
XVIII, quando grandes descobertas técnico-científicas, contribuíram para as atividades 
produtivas dos povos. 
As grandes guerras e a crise econômica de 1930 fizeram com que as Nações 
envolvidas estudassem as suas economias, porque a guerra exigia uma boa estrutura 
industrial. Logo após a guerra veio a Grande Depressão exigindo um grande esforço para 
restabelecimento do equilíbrio econômico e da normalidade. Esse dois períodos foram para 
os economistas um grande desafio, pois tiveram que resolver os graves problemas 
estruturais causados por esses conflitos. Dentre os grandes economistas podemos citar 
Keynes, que 1936 formulou a Análise Macroeconômica. 
A Grande Depressão abalou todo o sistema econômico do ocidente, 25 % da 
população americana ficou sem emprego, o seu Produto Nacional Bruto teve uma 
queda de 53 %. Além de tudo isso a guerra acabou desviando 55 % da capacidade 
industrial para a produção de armamentos. 
Além dessas duas causas, existe uma terceira, que surgiu logo o pós-guerra. A 
preocupação sobre o desenvolvimento econômico, gerado pelo Grande Despertar dos povos 
subdesenvolvidos, que com a ajuda das comunicações viram os contrastes do atraso 
econômico de quase 2/3 da população mundial e isso se tornou o objetivo principal da 
Economia do pós-guerra. 
 
Alguns outros autores consideram que a evolução científica da Economia se dividiu 
em quatro grandes fases: 
 
1. Inicia nos seus primórdios, lá com Xenofontes e Aristóteles e vai até a Escola 
Fisiocrática. 
2. De 1750 até o nascimento da análise econômica moderna. 
3. De 1870 ao início da Grande Depressão, que evidenciou grandes falhas na 
máquina capitalista e provocou uma crise de consciência entre os economistas, 
que igualmente aos períodos de guerra, buscavam os caminhos da estabilização. 
4. De 1929 até hoje. 
 
 
3.1 – Definições Primitivas 
 
Ciência da Administração da Comunidade Doméstica: Esta expressão definida por 
Aristóteles (384-322 a.C.), era a “ciência do abastecimento, que trata a arte da aquisição”. O 
núcleo central das Ciências Econômicas, seu campo de ação e sua definição derivariam, 
então, da própria etimologia da palavra economia (do grego oikonomia), tratava-se, pois, de 
um ramo do conhecimento destinado a abranger a atividade econômica em suas mais 
simples funções de produção e distribuição. 
 
Na antiguidade romana, houve um forte comércio de trocas, assim como uma grande 
circulação de mercadorias e criação de companhias mercantis e sociedade por ações, mas 
os gregos limitaram-se essencialmente à política e não a economia. 
 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 6 
Na Idade Média, Surgiram atividades econômicas como feiras regionais e inter-
regionais, trocas urbano-rurais, organizaram-se corporações de ofício e estabeleceram-se 
vários centros comerciais (Gênova, Pisa, Florença e Veneza). O pensamento econômico era 
subordinado à moral Cristã. – reconheceu a dignidade do trabalho manual, condenou as 
taxas de juros, buscou o justo-preço, a moderação dos agentes econômicos e o equilibro dos 
atos econômicos -, que a partir do século XV, foi substituída pela preocupação metalista. 
 
Durante o Mercantilismo, (1450-1750), as nações da Europa Ocidental organizaram 
sua economia, baseadas na passagem da economia regional para a economia nacional e na 
exportação de todos os recursos econômicos, sob o controle e a direção do Estado. Os 
economistas sugeriram algumas medidas na Administração Pública. 
 Na Espanha e Portugal proibiram a saída de metais preciosos e a entrada de 
mercadorias estrangeiras, para aumentar a riqueza da nação e da realeza. 
 Na França, sugeriram o intervencionismo na indústria e o protecionismo alfandegário, 
para proteger e desenvolver a indústria interna, exportar mais do que importa. 
 
Vale acrescentar que o Mercantilismo foi marcado por importantes transformações: 
 Geográficas: 
o Uma das mais importantes, porque propiciou a presença dos metais precisos 
na Europa política e intelectualmente modificada, criando condições para a 
concepção metalista, que caracterizou o mercantilismo. 
 Econômicas: 
o O grande fluxo de metais preciosos, vindos do Novo Mundo, deslocou o eixo 
econômico mundial, além do mediterrâneo estenderam-se também ao Atlântico 
e ao Mar do Norte. Nasce a concepção metalista, base do Mercantilismo: o 
ouro e a prata passaram a ser considerados os mais perfeitos instrumentos de 
aquisição de riqueza. 
 Intelectuais: 
o O Renascimento  Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo. 
o O Retorno aos métodos de observação e de experiência 
o A Imprensa  Gutemberg imprimiu a primeira Bíblia 
 Religiosas: 
o Reforma implantada por Calvino, Exaltava o Individualismo e a atividade 
econômica. 
o Condenação à ociosidade 
o Justificava os empréstimos a juros, a busca do lucro, o sucesso nos negócios. 
 Políticas: 
o Surge o Estado Moderno, coordenador dos recursos materiais e humanos da 
nação, aglutinador das forças da nobreza, do clero, dos senhores feudais, da 
burguesia nascente. 
 
Críticas ao Mercantilismo: 
 Valor demasiado ao metal precioso 
 Produção em função da prosperidade do Estado 
 Nenhuma preocupação ao bem-estar dos indivíduos 
 O comércio Internacional foi encarado de forma agressiva, o lucro de um país é o 
prejuízo do outro (Montaigne). 
 
 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 7 
Ampliação do campo da Economia: Foi no período pós-renascentista quando o 
desenvolvimento dos novos Estados-nações da França, Alemanha, Inglaterra Espanha e 
Portugal e, particularmente a descoberta da América impuseram a necessidade de a Análise 
Econômica de desligar das questões puramente éticas, nesse novo período, os escritores 
mercantilistas desenvolveriam diversos estudos sobre a administração dos bens e rendas do 
Estado, ampliando-se então o campo de ação da economia. 
 
Devido ao alargamento das dimensões do mundo econômico e à consolidação da figura 
política do Estado-nação, a Economia passaria a ser considerada muito mais do que um 
simples ramo do conhecimento devotado à administração da comunidade doméstica. A 
Economia seria definida como um ramo do conhecimento essencialmente voltado para a 
melhor administração do Estado, sob o objetivo central de promover o seu 
fortalecimento. 
 
 
3.2 – Definições Clássicas 
 
As definições clássicas da Economia, que ingressou em sua fase científica, foram 
desenvolvidas no século XVIII, os pensadores econômicos procurariam reformular os 
princípios fundamentais da economia. Duas grandes obras foram publicadas em 1758 
 
Tableau Économique, de François Quesnay  “tentei construir um quadro fundamental 
da ordem econômica, para nele representar as despesas e o produto numa forma mais fácil 
de aprender e para formar uma clara opinião sobre os arranjos e desarranjos que o Governo 
pode ocasionar”. 
 
 Importante instrumento de análise o Tableau Économique é o precursor da economia 
quantitativa. Representou o fluxo de despesas e de bens entre as diferentes classes 
sociais, distinguindo um equilíbrio de quantidades globais, que os Keynesianos 
estudariam a partir de 1936. Quesnay evidenciou também a interdependência entre as 
atividades econômicas. Indicou como a agricultura fornece um “produto líquido” que se 
reparte entre as classes sociais e admitiu ser a terra produtora de mais-valia (ele não 
se referia a mais-valia que Marxestudaria anos mais tarde). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 8 
 
Quadro Econômico – François Quesnay (1758) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 9 
 E em 1776: An Inquiry into the Nature and causes of the Wealth of Nations, de Adam 
Smith. 
 Fundamentados os três compartimentos básicos da atividade econômica, toda 
atividade econômica haveria de ser cuidadosamente classificada, investigada e 
submetida a um coerente e completo conjunto de princípios, teorias e leis. Esta nova 
concepção indicaria que as Ciências Econômicas se haviam definitivamente libertado 
dos padrões pós-renascentista, não se subjugando apenas ao atendimento dos 
objetivos políticos do Estado. A partir das aberturas liberais desenvolvidas no século 
XVIII, cuidaria a economia de penetrar em cada um dos aspectos da atividade 
econômica livre, investigando os fatores envolvidos no processo de formação de 
riquezas, examinando os aspectos relacionados à sua distribuição e chegando, 
afinal, a considerar a etapa última do consumo. 
Os três compartimentos da atividade econômica, por abranger os seus momentos 
essenciais, ensejariam o aprofundamento da investigação científica da vida econômica. 
Aliás, sob tais perspectivas é que as Ciências Econômicas iriam experimentar um 
extraordinário desenvolvimento, como um ramo do conhecimento voltado para a percepção e 
a análise, em seu todo, das questões relacionadas à riqueza. 
 
Terceira Fase da Evolução da Ciência Econômica 
 
No fim do século XIX, havia uma urgência em reorientar os princípios básicos da 
Ciência Econômica. Novos fatos econômicos aconteciam, assim como transformações 
estruturais das economias de nações já industrializadas: 
 Surge o capitalismo “molecular” ou de grandes concentrações 
econômicas 
 Intervenção estatal cada vez mais forte 
 Sindicatos começavam a chegar legalmente, em defesa dos 
profissionais empregados. 
 Os países ocidentais gozavam de notável prosperidade, sem indícios 
das graves conseqüências previstas pro Marx e outros. 
 
Surgem os neoclássicos ou marginalistas com não apenas uma nova abordagem teórica, 
mas também com a elaboração de princípios teóricos fundamentais da Ciência Econômica. 
 
 Em 1870, surge análise econômica moderna, com uma mudança na definição dos 
problemas econômicos, a preocupação dos economistas passou das causas do 
desenvolvimento das riquezas para a alocação de recursos escassos entre usos alternativos, 
com o fim de maximizar a utilidade ou a satisfação dos consumidores. Passou a ser 
disciplina acadêmica, deixando de ser domínio quase exclusivo de homens de negócio. 
Surge o Neoclassicismo ou Marginalismo, que buscou integrar a teoria da utilidade do valor 
com a teoria do custo de produção dos clássicos, bem como explicar os preços dos bens e 
dos fatores, e a alocação dos recursos com o auxílio da análise marginal. 
 
A partir das obras desses dois autores - fundadores de duas importantes escolas 
econômicas na França – Fisiocrática - e na Inglaterra – Clássica -, os pensadores 
econômicos iriam dedicar-se à descoberta e análise dos princípios, das teorias e das leis que 
pudessem ser estabelecidas em cada um dos três grandes compartimentos da atividade 
econômica: formação, distribuição e consumo das riquezas. 
 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 10 
A Escola de Viena – A Teoria da Utilidade Marginal – Karl Menger (1870) 
 
Karl Menger formulou a Teoria do valor da troca, baseada no princípio da utilidade 
decrescente (necessidade). Menger desviou a preocupação da época, que era com a 
riqueza produzida, distribuída e consumida, para a análise econômica das necessidades 
dos homens, sua satisfação e valoração subjetiva dos bens. Observou o seguinte: 
 Os homens apresentam escalas de preferência a partir de variados motivos. 
 Objetos desejados têm oferta menor que as necessidades que deles se tem. 
o Sendo assim os indivíduos classificam seus desejos de acordo com a 
importância que a eles atribui. 
 
Menger reconstruiu a atividade econômica a partir do seguinte: 
o Com base no estudo da escala de preferências em relação a vários bens. 
o A partir da consideração das limitações que a natureza impõe. 
o Do confronto das escalas de preferências dos sujeitos econômicos entre si. 
 
Ao contrário dos Clássicos, que se limitaram a estudar os problemas dos preços em uma 
economia de troca e acreditavam que o valor dos bens dependia da quantidade de 
trabalho neles incorporado, Menger buscou uma teoria do valor que explicasse a 
importância atribuída subjetivamente pelos indivíduos aos bens, assim como 
fundamentou o valor sobre a utilidade do bem que existe em quantidade limitada, e aí está a 
noção de margem, e sobre sua aptidão para satisfazer os sujeitos econômicos. 
 
A Escola de Lausanne (A Escola da Matemática) – Leon Walras (1834-
1910) 
 
Defendia a livre iniciativa como instrumento para alcançar a justiça social e a justificava 
matematicamente, unindo as teorias produção, troca moeda e capital. Este era o seu Modelo 
Matemático para demonstrar equilíbrio geral, enfatizando a interdependência de todos os 
preços dentro do sistema econômico, bem como da micro e da macroeconomia. Demonstrou 
que as atividades das unidades de produção (famílias, firmas, empresas) não podem ser 
compreendidas isoladas umas das outras ou separadas da economia como um todo. 
 
A Escola de Cambridge (A Teoria do equilíbrio parcial) – Alfred Marshall 
(1842-1924) 
 
Em sua obra Principles of economics (1890), iniciou a idade moderna da Ciência 
Econômica Britânica. Considerava a Economia a ciência do comportamento humano e não 
da riqueza. 
 Observou que na vida o homem é homem é orientado para a obtenção de ganho 
econômico, e as motivações podiam ser medidas através de um denominador comum, a 
moeda, mas percebeu que a aplicação deste denominador a indivíduos provavelmente não 
seria válida, e recomendou sua aplicação a um grande grupo ou organismo social, porque 
este envolve um número suficientemente de indivíduos, que nivelam as diferenças de renda. 
O Estudo dos bens e fatores com o intuito de descobrir as regularidades da atividade 
econômica, assim como o Estudo das forças da oferta e da demanda para explicar o 
preço de equilíbrio, constituíram as principais áreas de investigação de Marshall. 
 
 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 11 
A trilogia clássica: formação, distribuição e consumo prevaleceriam até as últimas décadas 
do século XIX, quando Alfred Marshall, teórico inglês, responsável pela síntese neoclássica. 
Em seu Principles of Economics, editado de 1890, Marshall, proporia uma nova definição: 
A Economia é a ciência que examina a parte da atividade individual e social 
essencialmente consagrada a atingir e a utilizar as condições materiais do bem estar. 
 
Essa definição de Marshall é uma linha divisória entre as definições clássicas e as 
contemporâneas. Os clássicos não se ocupavam especificamente das causas e das 
conseqüências às vezes terríveis das depressões, da escassez e do atraso econômico. 
Contemporaneamente, todavia, atribuiu-se à Economia a análise das causas da 
prosperidade e das recessões, o exame dos problemas decorrentes da escassez de recursos 
em face das ilimitadas necessidades e, essencialmente, a investigação das condições 
necessárias para a universalização do bem estar dos povos. 
 
A Escola Neoclássica Sueca – Knut Wicksel(1851- 1926) 
 
 Apresentou importantes contribuições análise do valor e da distribuição. Deu ênfase 
ao papel da moeda e do crédito na atividade econômica. O mais importante estudo de 
Wicksel foi integrar a análise monetária à análise real. Supunha-se que as mudanças no 
nível de preços e no valor da moeda refletiam somente as alterações na quantidade de 
moeda e em sua velocidade e o nível de produção era considerado dependente da oferta 
de recursos e do estado das técnicas que determinavam a eficiência de seu uso e o pleno 
emprego. Wicksel defendeu a idéia de que os fenômenos monetários e os fenômenos reais 
se inter-relacionavam, de modo que as mudanças no nível geral dos preços não ocorrem 
diretamente, mas sim indiretamente, como resultado das alterações da taxa de juros. 
 
A Escola Institucionalista (Oposição aos neoclássicos) – Thorstein 
Veblein (1957-1929) 
 
Opôs-se às Escolas Clássica e Neoclássica, buscando fundamentos em outras ciências 
(História, Direito) e não somente nas razões do interesse individual para explicar os 
fenômenos econômicos, com o objetivo de tirar a economia do “laboratório” e conduzi-la à 
realidade. Afirma que somente a política laissez-faire não proporciona bem-estar ao 
consumidor, sugere aí a intervenção do Estado, que abrandaria as influências indesejáveis, 
tributando o “consumo conspícuo”. Veblein rejeitou a idéia de que o homem é um calculador 
dos prazeres e dos sofrimentos, ou seja, que o homem poderia calcular os ganhos e as 
perdas econômicas associadas a escolhas alternativas disponíveis. 
Arthur Pigou (1877-1959), sucessor de Marshall. Identificou situações em que a presença de 
influências externas na produção justificaria a intervenção do Estado, para a provisão de 
bens ou serviços, já que existiam empreendimentos não lucrativos para os empresários, e 
que eram necessários à comunidade. 
 
 
A fase da Ciência Econômica de 1929  até nossos dias 
 
Os grandes problemas econômicos, gerados pela Primeira Grande Guerra e da Crise 
de 1929, comprovaram a ineficiência das Escolas Clássica e Neoclássica para solucioná-los. 
Os países envolvidos foram abalados por uma crise que ocasionou desemprego em massa, 
redução drástica do PIB, a exemplo dos Estados Unidos, que teve o seu reduzido em 53 %. 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 12 
Toda essa situação não dava sinais de autocorreção como estava previsto. Como isso não 
solucionou a crise, os políticos e governantes tomaram medidas a exemplo de restrição das 
importações, aumento de tarifas, desvalorização da moeda, sem surtir efeito algum. 
 
John Maynard Keynes (1883-1946) – A Revolução Keynesiana 
Keynes rompeu com a tradição neoclássica e apresentou um programa para a promoção do 
pleno emprego, durante o conturbado período entre as duas Grandes Guerras. Logo após 
participou da criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Internacional para 
a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD). 
 
Principais contribuições: 
 Pesquisou os problemas da instabilidade a curto prazo e procurou determinar as 
causas das flutuações econômicas e os níveis de renda e de emprego em economias 
industriais, que foi estudado pelos neoclássicos, mas enfocando principalmente as 
forças que influenciavam a produção em mercados determinados e não as que agiam 
sobre a economia como um todo. 
 Contestou as idéias de Marx, que acreditava na inevitável queda do capitalismo. 
Keynes ao contrário achava que o capitalismo poderia ser preservado, se fossem 
efetuadas algumas mudanças, pois sem isso se tornava incompatível com a 
manutenção do pleno emprego e da estabilidade econômica. 
 Criticou a lei de Say (a oferta cria a procura) – Defendeu que a impulsão vem da 
demanda, portanto deve-se aumentar o consumo através de políticas fiscais para 
distribuir renda às classes com maior propensão a consumir e políticas monetárias 
que evitem especulações da moeda. 
 Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. 
 
 
3.3 – Definições Contemporâneas 
 
Lionel Robbins em sua obra, An Essay on the nature and significance of Economic 
Science, editada em 1932, os problemas de escassez e da escolha de fins seriam 
definitivamente incorporados à nova definição de economia, Segundo Robbins, “as 
condições da existência humana apresentam três características fundamentais. Vários são 
os produtos capazes de atender às necessidades humanas. O tempo e os recursos para 
alcançá-los são limitados, embora passíveis de empregos alternativos. E, como os homens 
são criaturas repletas de desejos e aspirações ilimitadas, sua ação econômica envolverá, 
necessariamente, permanentes atos de escolha. Tal é a essência do problema 
econômico. Ao disporem os homens de meios escassos, as formas assumidas pelo seu 
comportamento de escolha, no atendimento de necessidades ilimitadas, constituem a 
unidade do objeto da Ciência Econômica. A Economia é, pois, a ciência que estuda as 
formas do comportamento humano, resultantes da relação existente entre as ilimitadas. 
Necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos se prestem a usos 
alternativos”. 
 
A definição de Robbins, reforçada a partir do despertar dos povos subdesenvolvidos, pela 
conscientização dos contrastes entre a opulência e a miséria. Com isso a economia 
passaria a ser considerada na mais simples das suas definições, como a Ciência da 
Escassez. Os teóricos contemporâneos viriam a confirmar que o objetivo de bem-estar ou de 
universalização do desenvolvimento econômico dependeria, essencialmente, da melhor 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 13 
administração dos escassos recursos disponíveis. E por isso propuseram: A Economia é o 
estudo da organização social através da qual os homens satisfazem suas 
necessidades de bens e serviços escassos. Assim, embora nem sempre seja fácil a 
demarcação das fronteiras que separam a Economia de outras disciplinas ou campos 
do conhecimento social, há atualmente concordância geral em relação ao seu 
conteúdo principal. Ao se ocupar das condições gerais do bem-estar, o estudo da 
Economia inclui a organização social que implica distribuição de recursos escassos 
entre as necessidades humanas alternativas e uso desses recursos com a finalidade 
de satisfazê-las a nível ótimo. (Richard H. Leftwich). 
 
3.4 – Definições de Autores Contemporâneos 
 
A Economia é a ciência que se preocupa com o estudo das leis econômicas indicadoras do 
caminho que deve ser seguido para que seja mantida em nível elevado a produtividade, 
melhorado o padrão de vida das populações e empregados corretamente os recursos 
escassos. (Paul Samuelson) 
 
A Economia é a ciência voltada para a administração dos escassos recursos das sociedades 
humanas: ela estuda as formas assumidas pelo comportamento humano na disposição 
onerosa do mundo exterior em decorrência da tensão existente entre os desejos ilimitados e 
os meios limitados aos agentes da atividade econômica. (Raymond Barre) 
Não houvesse escassez nem necessidade de repartir os bens entre os homens, não 
existiriam tampouco sistemas econômicos nem Economia. A Economia é, 
fundamentalmente, o estudo da escassez e dos problemas dela decorrentes. (Stonier e 
Hague) 
 
Autonomia e Inter-relação com outras ciências. 
 
Muitos Economistas contemporâneos têm observado que não se podem separar os 
fenômenos essencialmente econômicos dos não-econômicos, pois todos são importantes 
para o exame de qualquer sistema social, assim como para o aprofundamento das múltiplas 
questões da atualidade. G. Ripert, observou que as questões econômicas não poderiam ser 
estudadas isoladamente em relação a outros importantes ramos do conhecimento humano. 
K. Boulding, emThe Reconstruction of Economics, registrou que o especialista, em busca de 
solução para os seus próprios problemas, vê com surpresa que se aproxima cada vez mais 
das fronteiras de outras disciplinas. 
 
Segundo Danhof, Bastará um pequeno contato com a realidade para reconhecer que a 
Economia também possui uma Geografia e uma História. Estas observações de Danhof 
sinalizam que todo problema econômico tem sua inter-relação com o espaço geográfico e 
com a evolução histórica e ainda com as alterações tecnológicas. É difícil para o Economista 
não inter-relacionar a Economia a outros ramos do conhecimento humano, a recíproca é 
verdadeira, outros estudiosos dos demais ramos do conhecimento não pode prescindir dos 
contatos com a Economia. O isolamento dos seus estudos os levariam a formulações 
estéreis e desvinculada da complexa realidade que nos cerca. O isolacionismo que 
caracterizou boa parte das primeiras investigações econômicas, gradativamente cedeu 
lugar a um enfoque multidisciplinar, que aproxima a Economia das outras Ciências 
Sociais a exemplo da História, Política, Geografia, Sociologia, Direito. Sem perder suas 
características de um ramo autônomo do conhecimento humano a Economia está partindo 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 14 
para uma aproximação cada vez maior com as outras ciências sociais, pois o conhecimento 
econômico exige interpretação de toda uma série de ocorrências históricas, políticas, 
geográficas, antropológicas, sociais, jurídicas e até mesmo religiosas, no sentido de 
que o economista possa contar com um diversificado instrumental de trabalho. 
 
A Economia e a Política 
 
Os sistemas econômicos e políticos possuem uma integração tão forte que não há 
como imaginar o estudo isolado de cada um deles, e isso faz sentido se observamos que em 
qualquer sociedade, a instabilidade de instituições políticas conduz fatalmente à instabilidade 
econômica. Essa inter-relação já vem de século atrás. É natural que o exercício de poder já 
seja atrelado ao domínio econômico. Os grupos de indivíduos mantêm o uso da política para 
consecução de vantagens econômicas. Por exemplo, os agricultores na grande época do 
café, as grandes indústrias, que usam a força política para: subsidiar créditos, tarifas 
aduaneira que protejam o mercado interno. Assim como as indústrias e os segmentos de 
mercado, os trabalhadores organizados e no Brasil temos os metalúrgicos do ABC, 
petroleiros, bancários que conseguem vantagens salariais maiores e melhores que 
trabalhadores pouco organizados ou com menor força política. Oligarquia nordestina, Os 
Sistemas econômicos e políticos encontram-se de tal sorte integrados que não faz qualquer 
sentido o estudo isolado de cada um deles, em qualquer sociedade, a instabilidade das 
instituições políticas conduz fatalmente à instabilidade econômica. Reciprocamente, a 
instabilidade e o desenvolvimento econômico alinham-se entre os fatores essenciais que 
condicionam a estabilidade dos centros de disposição do poder político. 
 
A Economia e a Sociologia 
 
Essa inter-relação também já vem de séculos atrás, Jean Baptiste Say (Cours 
d’Économie Politique, 1828) observou que o estudo da Economia deveria ter uma 
subordinação e coesão entre as várias partes do sistema social e isso fez com que 
reduzissem as distâncias entre a Sociologia e Economia. A partir daí, reduziram-se as 
distâncias entre os estudos de natureza econômica e sociológica, pelo crescente interesse 
dos economistas por determinados setores da realidade social. A partir do interesse da 
política econômica de atingir indivíduos de certas classes sociais, isso interfere 
diretamente no objeto da sociologia, isto é, a dinâmica da mobilidade social entre as 
diversas classes de renda. As políticas salariais, de educação, saúde, transportes, 
alimentação, etc., são exemplos que direta ou indiretamente influenciam essa mobilidade 
social. 
 
A Economia e a História 
 
O estreito inter-relacionamento entre a política e a sociologia com os problemas 
econômicos, são também condicionados a uma evolução histórica das civilizações. Para 
os economistas a pesquisa histórica é de grande utilidade porque localiza o tempo e o 
espaço das atividades humanas, assim como correlaciona os acontecimentos, com o grau de 
organização e a evolução dos fatos. 
Segundo R. Aron, “o sentido derradeiro da história não deriva nunca da exclusiva 
consideração do passado, mas da análise dinâmica das sociedades.” A análise histórica 
facilita ao economista descobrir o passado, compreender o presente e antecipar o futuro. A 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 15 
história contemporânea conduziu a um equilíbrio global, e isso interessa ao economista, por 
abranger a própria dinâmica das economias modernas. 
As teorias econômicas são construídas num contexto histórico onde se desenvolvem as 
atividades e as instituições econômicas. A grande vantagem dos registros históricos para a 
Economia reside nas informações que são conseguidas sobre o ambiente daquele fato 
econômico, enriquecendo a análise. 
 
A Economia e a Geografia 
 
Essa inter-relação é constatada pelo fato de que as instituições econômicas e as 
formas de atividade produtiva diferem de país para país e até dentro do mesmo país, entre 
suas várias regiões. 
 
5.0 – O Objeto da Ciência Econômica – A Lei da Escassez 
 
Não existiria problema econômico, se pudessem ser produzidas uma quantidade de 
bens exatamente na mesma medida de todos os desejos humanos e que eles pudessem ser 
plenamente satisfeitos. 
Porém, nossa realidade é outra, o que existe realmente é escassez de recursos 
disponíveis = Fatores de Produção: 
 Recursos naturais  Terra 
 Recursos humanos  Trabalho 
 Capital  Máquinas, equipamentos. 
provocando a escassez de bens econômicos em condições de atender as necessidades 
humanas. Na prática, a escassez de recursos disponíveis, gera também a escassez de bens 
 bens econômicos, reforçando ainda podemos dizer que escassez econômica é uma 
situação gerada pela produção de bens com recursos limitados, para satisfazer as ilimitadas 
necessidades humanas. A condição para caracterizar a escassez é que haja uma procura 
para aquisição do bem. 
Escassez Econômica  É a produção de bens com recursos disponíveis limitados, a 
fim de satisfazer as ilimitadas necessidades humanas. É preciso entender que para existir a 
escassez é necessário haver a procura para aquisição do bem. 
Procura (desejo) de um bem  a procura de bem está diretamente relacionada com 
a sua utilidade ou capacidade que tem um bem de satisfazer uma necessidade humana. 
 
6.0 – Bens Econômicos e Bens Livres  Necessidades Humanas. 
 Bens é tudo aquilo que tem utilidade, podendo satisfazer uma necessidade ou suprir 
uma carência, capaz de atender uma necessidade humana. 
 Bens Econômicos  são aqueles relativamente escassos ou que demandam 
trabalho humano, têm proprietários, valor e acessibilidade. 
o Tipos de Bens econômicos: 
 Quanto à propriedade: 
 Públicos  
 Privados ou Particulares 
 Quanto à natureza: 
 Materiais  são aqueles que se pode atribuir uma 
característica física (forma, dimensão, etc.), automóvel, 
relógio, sapato, etc. 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 16 
 Imateriais  são aquelas de caráter abstrato, não tem 
característica física (ensino, vigilância, hospedagem, etc.) e 
acabam no mesmo momento da sua produção. 
 Quanto ao destino: 
 Bens de consumo  são aqueles que prestam serviço 
durante um determinado tempo e a quanto a isso eles são 
classificados:o Quanto à duração: 
 Duráveis: prestam serviço durante um 
período de tempo relativamente longo 
(máquina de lavar, automóvel). A sua 
comercialização está sujeita a oscilações 
devido a modismos, situação econômica e 
outras influências. 
 Não-duráveis: são aqueles usados uma 
única vez (alimentos) 
 Bens de capital ou de produção  são bens que servem 
para a produção de outros bens, especialmente os bens de 
consumo, tais como máquinas, equipamentos. 
 Quanto à espécie: 
 Complementares: São aqueles que devem ser 
combinados para satisfazer uma necessidade; usados em 
conjunto, eles aumentam sua utilidade (café e açúcar, 
automóvel e gasolina, lâmpada elétrica e eletricidade) e 
comercialização de cada um está associada ao outro. 
 Concorrentes: São aqueles em que se estabelecem 
diferenciais competitivos 
 Bens Livres  Satisfazem necessidades e suprem carências, mas são 
abundantes na natureza que não podem ser monopolizados nem exigem 
trabalho algum para serem produzidos, não tendo, portanto preço; exemplo: o 
ar que respiramos a luz do sol. 
 
Necessidades Humanas  O conceito de necessidade humana é concreto, neutro e 
subjetivo e é exatamente por isso que se torna complexa essa questão, mas ao 
economista só interessa que as necessidades humanas sejam satisfeitas com bens 
econômicos e não a sua parte filosófica. Todo e qualquer ser humano experimenta alguma 
necessidade que deve ser atendida, seja alimento, ou ouvir uma música, então, 
necessidade humana pode ser entendida como toda e qualquer manifestação de desejo que 
envolva a escolha de um bem econômico capaz de contribuir para sobrevivência ou 
realização social do indivíduo. Para um melhor entendimento, vamos ao exemplo que se 
segue: 
 Para os milhões de famílias pobres que temos no Brasil, uma casa simples de dois 
quartos na periferia pode ser uma grande necessidade e não exatamente o ser 
para uma família de classe média. 
Necessidades tipo: carro, saneamento básico, educação, segurança, cinema, roupas, 
relógios, etc. é o que todo mundo deseja. Apesar dessas ilimitadas e tão desejadas 
necessidades já terem ultrapassado a esfera biológica, pode-se pensar que o seu 
atendimento já seja um problema solucionado e com ele também o problema da escassez. 
Porem, as necessidades têm uma dinâmica e com elas surgem dois problemas: 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 17 
1. Essas necessidades são renovadas dia a dia e exigem contínuo suprimento dos 
bens para atendê-las. 
2. A dinâmica dessas necessidades, motivadas pela perspectiva de todos os povos 
melhorarem o padrão de vida, estabelece a constante criação de novos desejos e 
necessidades. 
Em função da explicação acima, vemos que, a noção biológica extrapola para a noção 
psicológica da necessidade, concluindo-se que a saturação das necessidades e dos desejos 
humanos, está longe de ser alcançada, consequentemente o problema da escassez é 
sempre renovado. 
 Agora que já temos noção de bem econômico, necessidade e escassez fica fácil 
entender que: 
 “Economia é a ciência social que se ocupa da administração dos recursos 
escassos entre usos alternativos e fins competitivos”. 
 “Economia é o estudo da organização social, através da qual os homens 
satisfazem suas necessidades de bens e serviços escassos”. 
 “O objeto da ciência econômica é o estudo da escassez”. 
 
7.0 – O Problema Econômico 
 
A Economia é uma ciência essencialmente voltada para três tipos de problemas: 
1. O que e quanto produzir ?  Refere-se à determinação do limitado 
conjunto de bens e serviços que devem ser produzidos, bem como às suas 
respectivas quantidades. Esse problema decorre da impossibilidade prática 
de se produzirem todos os bens e serviços desejados em quantidades 
ilimitadas. 
2. Como produzir ?  Refere-se à alocação ótima dos recursos disponíveis, 
sendo os recursos escassos, torna-se necessário, além da seleção e 
limitação daquilo que será produzido, adotar procedimentos tecnológicos 
que impliquem na melhor forma de extrair de cada um dos recursos 
disponíveis o máximo possível de sua capacidade produtiva. 
3. Para quem produzir ?  Relaciona-se aos processos e à estrutura de 
repartição dos bens e serviços produzidos, também decorre da 
impossibilidade de se atribuir a cada um dos participantes do processo 
produtivo uma parcela igual do produto final obtido; como das capacidades 
produtivas individuais são diferenciadas, as participações no produto final 
também não poderão ser igualadas; todavia, a estrutura de repartição a que 
se chegou seria realmente justa? 
 
No nível econômico decide-se sobre o que e quanto produzir. No tecnológico, sobre 
como produzir. No social, para quem produzir ou mais claramente, como repartir o produto. 
Responder as questões do problema econômico não seria problema se os recursos não 
fossem limitados. Porem existe ilimitadas necessidades e limitados recursos disponíveis. 
Com essas restrições, a Economia deve optar dentre os bens a serem produzidos e os 
processos técnicos capazes de transformar os recursos escassos em produção. 
 
 
 
 
 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 18 
Problemas 
econômicos 
fundamentais 
Níveis de referência Esquemas de solução 
1. O que e quanto 
produzir? 
Econômico Adoção de opções lógicas, que satisfaçam 
plenamente às necessidades e aos 
desejos da coletividade. Pressupõe que as 
fronteiras de produção sejam atingidas. 
2. Como produzir? Tecnológico Obtenção de eficiência produtiva. 
Pressupõe eficiente combinação, ótima 
alocação dos recursos e maximização dos 
níveis de produção pela plena mobilização 
dos fatores disponíveis. 
3. Para quem 
produzir? 
Social Obtenção de eficiência distributiva. 
Pressupõe que as fronteiras do bem-estar 
individual e social sejam alcançadas 
 
7.1 – Opções tecnológicas – Curva de transformação 
 
Em função dos problemas econômicos, dos recursos escassos e das necessidades 
ilimitadas dos indivíduos, a economia, a sociedade tem que estabelecer uma alternativa de 
produção. Economia  ciência relacionada com problemas de escolha. 
 
Ao decidir o que deverá ser produzido e como, o sistema econômico terá realmente 
decidido como alocar ou distribuir os recursos disponíveis entre as milhares de diferentes 
possíveis linha de produção. Quanta terra para cultivo de café? Quanta à pastagem? 
Quantas fábricas para produção de camisas? Quantas para automóveis? Analisar todos 
esses problemas simultaneamente é por demais complicado. 
Com a limitação do total de recursos capazes de produzir diferentes mercadorias 
impõe-se uma escolha para a produção entre mercadorias relativamente escassas. Para 
facilitar a compreensão, vamos considerar o seguinte: 
 
 Com o intuito de simplificarmos a exposição inicial dessa questão vamos supor que 
uma economia onde haja certo número de indivíduos, certa técnica de produzir, certo 
número de fabricas e instrumentos de produção e um conjunto de recursos naturais 
(terra, matérias-primas, etc.). Vamos considerar todos esses dados como constantes, 
isto é, não se alteram durante a análise. 
 Para facilitar ainda vamos supor que somente dois bens econômicos deverão ser 
produzidos: camisas e carros. 
 Na mobilização de seus recursos para a obtenção desses dois produtos, a economia 
em questão defrontar-se-á com várias alternativas quanto às quantidades limitadas 
que produzirá cada um. 
o Na alternativa C, os limites máximos possíveis serão de 120 mil carros e 20 
milhões de camisas. 
o Alternativa F - Se a economia decidir aumentar a produção de camisas (50 
milhões), mantendo-se inalterados os recursos disponíveis, então, 
necessariamente,a produção de carros (0) terá de ser sacrificada. 
o Alternativa A - Inversamente, na hipótese de incrementar a produção de carros 
(150 mil), as quantidades obtidas de camisas (0) sofrerão quedas 
correspondentes. 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 19 
o Em alternativas extremas, poderá ainda a economia decidir dedicar-se apenas 
a um desses dois produtos. 
o Mas, ainda que reduza a zero a produção de um dos dois produtos pelos quais 
originalmente optou, a produção do outro estará fisicamente limitada. 
 
 
Bens Quantidade Máxima de 
carros 
Possibilidades 
intermediárias 
 
Quantidade Máxima de 
camisas 
 A B C D E F 
Carros 
(milhares) 
150 140 120 90 70 0 
Camisas 
(milhões) 
0 10 20 30 40 50 
 
 
Curva de transformação da produção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É chamada curva da transformação, porque à medida que se passa do ponto A para 
B, de B para C, indo assim até F, em que se estará transformando carros em camisas, carros 
em camisas ? Claro que não, a transformação não é física, só estaremos transferindo 
recursos de um processo de produção para outro. 
 
7.2 - Condição da Curva de Transformação  
 A Economia precisa estar no Pleno Emprego 
 Ao produzir um bem, é necessário deixar de produzir uma parte de outro bem. 
 
Pleno Emprego  Situação em que a demanda de trabalho é igual ou inferior à oferta. 
Isto significa que todos os que desejarem vender sua força de trabalho pelo salário corrente 
terão condições de obter um emprego. Em termos mais globais, pleno emprego significa o 
grau máximo de utilização dos recursos produtivos (materiais e humanos) de uma economia. 
 
7.3 – Custo de Oportunidade  
Tomemos o mesmo exemplo acima (Curva de Transformação). Em função dos 
recursos limitados, os pontos de maior produção aparecem sobre a curva de transformação 
(A, B... F). Assim sendo, se optarmos pela fabricação só de carros (A), estaremos 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 20 
sacrificando toda a produção de camisas. O Custo de Oportunidade corresponde ao 
sacrifício do que se deixou de produzir, ou, em outras palavras, é o custo sacrifício ou a 
perda do produto que não foi produzido quando a economia passa a produzir outras 
quantidades de um outro produto. Ou ainda o custo do que não foi escolhido e não o ganho 
do que foi escolhido. 
Custo de Oportunidade  Quando um bem é escasso, a opção de usá-lo de um 
modo significa desistir de usá-lo de outro. O valor de uso do qual as pessoas desistem é o 
Custo de Oportunidade. 
 
Condições de existência do Custo de Oportunidade: 
 Recursos limitados; 
 Pleno emprego dos recursos 
 
Mudança de Alternativa 
De: B Para: C Diferença 
Carros ( milhares ) 
140 120 -20 
Camisas ( milhões ) 
10 20 10 
 
 Quando se deixa de produzir 20 mil carros, se transfere os recursos de um 
processo de produção para o outro. 
 
 
Procedimento para cálculo do custo de oportunidade 
 
1. Verifique o aumento na produção de um bem e que esse seja o ganho 
2. Meça a perda (a redução da produção do outro bem, necessária para ter esse ganho). 
3. O Custo de oportunidade por unidade do bem ganho é a perda dividida pelo ganho. 
 
Exemplo: Num sistema econômico (informática) foi feito o seguinte: 
 
 Optou-se pelo ganho de 2 CPU (de 10 para 12) e uma perda de 6 monitores 
de (14 para 8), calcule o Custo de Oportunidade. 
o Aumento da produção  2 
o Perda de produção  6 
o Custo de oportunidade  6/2 = 3 monitores por CPU 
 
O que acontecerá se houver um desemprego geral dos Fatores de Produção ? 
R.  Haverá homens desocupados, terras inativas, equipamentos ociosos, fábricas 
ociosas ou com postos de trabalho com taxa de ocupação muito baixa. 
 
Para a questão acima, os pontos de possibilidades de produção não mais se 
encontrarão sobre a curva de transformação, mas sim em algum lugar (Ponto P da Figura 
1.4) dentro da área limitada pela curva e pelos eixos coordenados. 
 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 21 
 
 
 
 O ponto P = 100 mil carros e 15 milhões de camisas. 
 
O que fazer para haver uma retomada da produção, um retorno para o Ponto C e qual 
o Custo de Oportunidade do Ponto P? 
R.  Pondo os recursos ociosos para trabalhar, revertendo a situação de desemprego 
geral dos fatores de produção. O Custo de Oportunidade do Ponto P é zero, porque 
não há sacrifício algum para se produzir mais ambos os bens. 
 
 
7.4 – Mudanças na Curva de Transformação 
 
 Variações nos fatores considerados constantes determinarão um deslocamento da 
curva para a direita. 
 
 Condições para deslocamento da curva para a direita: 
 
1. Quanto maiores forem as disponibilidades de recursos produtivos da economia, mais 
afastada da origem a curva estará (Figura 1.5) abaixo. 
2. Variações tecnológicas iguais para os processos de produção dos dois bens 
deslocarão a curva para a direita e paralelamente. (Figura 1.6 abaixo) 
 
 
 
Se a variação for maior para o processo de produção do Y, maior será o deslocamento em 
relação a esse eixo. (Figura abaixo 1.7) 
 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 22 
 
 
 
 
7.5 – Custos Crescentes 
Com o propósito de obter quantidades extras de um produto, o sistema econômico 
tem que sacrificar quantidades sempre maiores de outro produto. A razão da curva de 
transformação ser decrescente se deve ao fato de os recursos disponíveis serem limitados, 
acréscimos na produção de um produto, incorrem em decréscimos na produção do outro 
produto. 
 
Isso quer dizer que, na medida em que se está consumindo (produzindo) pouco de um bem, 
o sacrifício de se consumir (produzir) menos ainda é muito grande. 
 
Exemplo: 
 
Mudança de Alternativa 
 De: B Para: C Diferença De: D Para: E Diferença Diferença 
Total Carros (milhares) Carros (milhares) 
140 120 -20 90 70 -20 -40 
Camisas (milhões) Camisas (milhões) 
10 20 10 30 40 10 20 
 
Este fenômeno dos custos crescentes surge na medida em que se transfere recursos 
adequados e eficientes de uma atividade para outra, onde eles se apresentam ineficientes e 
inadequados. Assim, se se insistir somente na produção de camisas, tem-se que recorrer 
aos operadores dos carros passarem a pregar mangas de camisas. 
 
Lei dos Custos Crescentes: 
 Quanto mais um bem é produzido, maior o seu custo de oportunidade. 
 
II – O Problema da organização econômica 
 
Os sistemas econômicos fundamentam-se em uma complexa rede de trocas. Os 
recursos disponíveis encaminham-se para as empresas à procura da melhor remuneração 
possível. As empresas destinam sua produção aos consumidores, os quais procurarão 
atender da forma mais vantajosa possível às suas necessidades. No centro orgânico desse 
processo localizam-se os mercados de recursos e de produtos finais - através dos quais toda 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 23 
essa atividade é desenvolvida e controlada. Mantêm-se, assim, como principais 
características desse processo, a impessoalidade e a alta competição. 
 
Como vimos anteriormente, a tríade dos problemas econômicos: 
 
Os sistemas econômicos em função dos limitados recursos produtivos – Fatores de 
produção – e do nível tecnológico se posicionam diante de um quadro bastante complexo e 
se organizam a fim de resolver os problemas de: 
 
1. O que e quanto. 
2.Como 
3. E para quem produzir 
 
E mesmo os sistemas econômicos buscando a utilização mais lógica e racional 
possível dos seus recursos, a nossa realidade é que esses recursos são escassos diante de 
uma perseguição obstinada de novos padrões de bem estar. 
 Os resultados dessa perseguição obstinada estão diretamente relacionados com o 
estágio de desenvolvimento e de organização da atividade econômica, os graus de 
especialização da economia, assim como os objetivos básicos que a sociedade pretende 
alcançar. 
 Inicialmente vamos examinar os mecanismos essenciais da organização econômica, 
cuidando dos elementos básicos que compõem o quadro da atividade econômica. Logo após 
as formas de organização econômica, para depois examinarmos os fluxos fundamentais e 
seus inter-relacionamentos. E finalizando este capítulo estudaremos a divisão do trabalho e 
da especialização das funções individuais e empresariais. 
 
8 - A estrutura dos sistemas econômicos 
 
1. Recursos produtivos 
2. Unidades de produção 
3. Conjunto de instituições 
 
Quanto ao primeiro item, este constitui a base da atividade econômica. Sem os 
recursos humanos, patrimoniais, nenhuma forma econômica é possível, é necessário um 
faixa da população economicamente ativa, da capacidade empresarial, de capital, de 
tecnologia e a imprescindível eficiência do sistema produtivo. Todavia a importância 
econômica desses elementos só se realiza quando eles se completam mutuamente, 
combinando-se para poder funcionar toda a complexa estrutura dos sistemas econômicos, 
sozinho nenhum é capaz de constituir um sistema. Os recursos econômicos só alcançam a 
sua significação quando são mobilizados pelas unidades de produção. E são exatamente 
as empresas, – principais células do sistema econômico – que empregam os recursos 
disponíveis, executando as principais tarefas relacionadas à solução dos problemas 
econômicos: o que e quanto, como e para quem produzir. Por outro lado, definindo as 
relações entre as unidades de produção e os recursos produtivos, dando forma às 
atividades individuais e coletivas, determinando os deveres e obrigações dos detentores dos 
recursos e das unidades de produção. Os sistemas econômicos não podem prescindir das 
instituições políticas que definem as relações entre o Estado, as empresas e a sociedade. 
É importante acrescentar que a estrutura dos sistemas econômicos está diretamente 
relacionada ao processo de crescimento econômico, sinalizado pelo deslocamento positivo 
Profº. Antonio de Pádua Ferreira de Brito 24 
das curvas de possibilidades de produção. Os Recursos produtivos é um dos principais 
condicionantes do crescimento econômico, porque é importante ter: 
 
 Tecnologia de ponta 
 Recursos humanos bem capacitados 
 Capital bem dimensionado 
 Capacidade empresarial 
 Aproveitamento dos recursos naturais 
 
Satisfatórios fatores produtivos têm que ser muito bem explorados e examinados para 
que permita a expansão das possibilidades de produção e crescimento econômico. A forma 
como operam as unidades de produção é também muito importante, ou seja, a debilidade do 
complexo empresarial é incompatível com a promoção do crescimento econômico porque a 
eficiência dos recursos produtivos, a melhor utilização dos recursos está diretamente 
relacionada com o nível das possibilidades de produção. 
 
9 - Formas de organização econômica: 
 9.1 - Centralizada  Nesse tipo de economia, (Cuba, China) a tríade do problema 
econômico: 
o O que e quanto 
o Como 
o Para quem 
É determinada pelo órgão planejador central e não pelo sistema de preços como nas 
economias de mercado. 
 
Planejamento Central 
 Inventaria as necessidades humanas a serem atendidas 
 Inventaria os recursos disponíveis 
 A partir dos dois primeiros, priorizam-se as necessidades e fixam-se as 
quantidades a serem produzidas  metas  são transmitidas aos órgãos setoriais 
e regionais  encaminha para as unidades produtoras. 
 
Mecanismo de Preços 
 Não tem mecanismo orientador, é estabelecido pelo Estado como forma de atingir os 
objetivos da produção. Os preços têm duas funções diferentes. 
 
1. Durante o processo de produção  Nessa fase os preços são recursos contábeis 
para facilitar o controle da eficiência de manufatura, que é definida com base na 
eficiência média das empresas. 
 Resultado  Esse critério sinaliza qual fábrica está trabalhando abaixo da 
eficiência 
o Caso seja sinalizada uma eficiência maior, consequentemente aparecerão 
lucros inesperados, que irão para os cofres do Estado. 
 Esse critério tem o objetivo de contabilizar os custos de produção, para que se 
possa julgar a eficiência de operação das diversas empresas. 
 
Prejuízos e lucros 
 Nesse tipo de economia, em caso de lucro ou prejuízo ou expansão ou retração 
respectivamente, são determinadas pelo governo, não pelo sistema de preços. No regime 
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capitalista os prejuízos automaticamente restringem a produção, e os lucros sinaliza o 
crescimento da indústria o que provavelmente absorverá outros recursos. 
 Na economia centralizada é o governo quem decide se determinada indústria é vital 
ou não para a economia do país, independente dessa indústria apresentar ineficiência e, 
consequentemente prejuízos, sendo que o inverso é verdadeiro se a indústria for eficiente e 
não importante para o país, cabe ao governo descartá-la ou não. 
 Nas economias centralizadas o Diretor empresarial é apenas uma figura burocrática, o 
que, quanto e como produzir, substituição de equipamento ou expansão da produção é 
determinado pelo órgão planejador central. 
 
Agência Planificadora Central 
 Desenvolve o plano econômico, que são enviados para os setores regionais, daí aos 
ministros, que enviam para os diretores empresariais. Para cada firma é estabelecida a cota 
fixa de produção. Os salários são definidos em função da maximização da produção, 
dependem diretamente da produtividade e da especialização do trabalhador, que estará 
motivado monetariamente para produzir e se capacitar. Eles são livres para escolha 
profissional e executar seu trabalho em qualquer empresa ou região. 
 A agricultura se divide em fazendas estatais, que produzem cereais e carne e detêm a 
maior parte da produção, pertencem e são dirigidas pelo governo e as fazendas coletivas 
pertencem às famílias membros e são responsáveis pelo resto da produção. 
 
2. Os preços e a distribuição da produção  A segunda fase dos preços é para 
auxiliar a distribuição dos produtos, evitando o racionamento, que é usado para evitar 
qualquer excesso ou falta da produção. O mecanismo usado é estabelecer uma 
grande diferença entre o preço de produção e o preço de venda. Quanto maior a 
escassez de um bem, maior será a taxa de imposto de consumo incidida sobre ele. 
 
Exemplo: se um aparelho de ar condicionado custar 3000 rublos e a sua demanda 
maior que a oferta, o governo passa esse preço para 6000 rublos, equilibrando assim 
a demanda e a oferta desse bem. 
 
Ao contrário do exemplo acima, os preços de venda podem ser inferiores aos de 
custos de produção, numa tentativa do governo de encorajar o consumo de alguns 
produtos abundantes, a exemplo de vegetais. 
 
Propriedade pública / privada 
Os meios de produção  máquinas, equipamentos, veículos, matérias-primas etc. 
pertencem ao povo, propriedade coletiva. Os meios de produção de atividades artesanais 
são considerados propriedade privada. Os meios de sobrevivência, roupas, automóveis, etc. 
pertencer aos indivíduos, exceto as residências, que pertencem ao Estado. 
 
Distinção entre as Economias  Centralizada e Descentralizada 
 Propriedadepública X propriedade privada dos meios de produção 
 O sistema de preços nas economias centralizadas é selecionado de forma a 
buscar justiça social na distribuição da produção. Nas economias 
descentralizadas o sistema de preços busca uma maior eficiência no uso dos 
recursos escassos e consequentemente na organização da produção. 
 
 
 
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 9.2 - A descentralizada  economia de mercado (ocidental) 
O Estado participa da vida econômica com ações regulatórias, para o caso em que os 
conflitos privados não conseguem soluções através do mercado. O papel do governo é 
pouco expressivo. 
 
9.3 – O sistema privado de preços. Livre iniciativa 
 
Alguns detalhes sobre o sistema de preços na livre iniciativa: 
 Os agentes econômicos se preocupam em resolver exatamente seus 
próprios negócios. 
 Os agentes econômicos buscam a sobrevivência na concorrência imposta 
pelos mercados, tanto na venda e compra de produtos finais como na dos 
fatores de produção. 
 O sistema econômico é regido pelos sinais dados pelos preços formados 
nos diversos mercados. 
 O Risco estimado  O lucro pode ser o prêmio pelo risco assumido. As 
prospecções se apóiam nas probabilidades de ocorrência, daí o risco 
estimado. 
 
 
A “mão invisível” do século XVIII  os economistas acreditavam que a ação de 
cada Indivíduo era dirigida por uma “mão invisível”, a fim de contribuir para o bem-estar geral 
e o bom funcionamento do sistema econômico. 
 
Nos dias de hoje, a ação conjunta dos indivíduos e empresas permite que centenas de 
milhares de mercadorias sejam produzidas como um fluxo constante, mais ou menos 
voluntariamente, sem uma direção central, tudo é realizado sem coação ou direção 
centralizada de qualquer organismo consciente. 
 
 
9.4 - O funcionamento do mecanismo de preços automático e 
inconsciente: 
 
1 Suponhamos que num sistema econômico um grupo de indivíduos deseje uma 
maior quantidade de calças. 
2 Diante de uma quantidade disponível limitada e inferior à procura, a disputa 
desses indivíduos para comprar o produto acabará por elevar o seu preço. 
3 Com a alta do preço, mais calças serão confeccionadas, podendo posteriormente 
baixar o preço. 
4 Que por sua vez estimulará uma alta do consumo e os produtores procurarão 
ajustar-se à quantidade adequada. 
 
O desejo dos indivíduos determinará a magnitude da demanda, e a produção das 
empresas determinará a magnitude da oferta. O equilíbrio entre a demanda e a oferta será 
atingido sempre pela flutuação do preço. 
O mecanismo de preços é um vasto sistema de tentativas, erros e acertos de 
aproximações sucessivas, para alcançar o equilíbrio entre oferta e demanda. 
Isso é verdade tanto para o mercado de bens de consumo quanto para o de fatores de 
produção, tais como trabalho, terra e capital. Se houver maior necessidade de médicos do 
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que de engenheiros. As oportunidades de trabalho serão mais favoráveis aos primeiros, ou 
seja, o salário do médico tenderá a elevar-se mais do que o do engenheiro. 
 
9.5 – O que e quanto, como e para quem produzir. 
Pode ser resolvido pela concorrência dos mercados e pelo mecanismo dos preços. O 
consumidor sempre procurará maximizar a utilidade e a satisfação e o produtor, o lucro. 
 
Que bens serão produzidos será decidido pela procura dos consumidores no 
mercado. O dinheiro pago ao vendedor será redistribuído em forma de renda como salários, 
juros ou dividendos aos consumidores. 
Quanto produzir será determinado pela atuação dos consumidores e dos produtores 
no mercado com os ajustamentos dados pelo sistema de preço. 
Como produzir é determinado pela concorrência entre os produtores. O método de 
fabricação eficiente ou mais barato deslocará o ineficiente e o mais caro, podendo assim o 
concorrente sempre sobreviver no mercado produtor. O objetivo do produtor será sempre o 
de maximizar lucros. 
Para quem produzir será determinado pela oferta e procura no mercado de serviços 
por salários, juros, aluguéis e lucros, que, em conjunto, formam a renda individual, relativa a 
cada serviço e ao conjunto de serviços. A produção destina-se a quem tem renda para pagar 
e o preço é o instrumento de exclusão. 
 
Fluxo da Economia de Mercado 
 
Bens de Produção 
Preço de 
mercado 
do produto 
Preço no 
Mercado de 
Fatores 
(salários, 
(Juros, 
aluguéis) 
Custo da Produção 
 
Empresas 
 
Folha de 
Pagamento/aluguel 
Aluguel 
Desejo dos Consumidores 
 
PÚBLICO 
 
Propriedade dos fatores 
Sapatos 
Habitação 
Chá 
Terra 
Trabalho 
Sapatos 
Habitação 
Chá 
Terra 
Trabalho 
Bens de Produção 
Quais e Quanto 
Para Quem 
Como 
OFERTA 
OFERTA DEMANDA 
DEMANDA 
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A inter-relação dos fluxos real e monetário 
 
 Na figura acima está visualizada a interdependência dos fluxos real e monetário, bem 
como a caracterização dos dois grandes mercados em que se fundamenta a organização 
econômica: 
 Mercado de recursos de produção 
o Neste mercado estão localizados o Mercado de trabalho e o Mercado de 
capitais  As unidades familiais exercem funções típicas de oferta, enquanto 
as unidades de produção exercem a procura. As remunerações recebidas 
pelas unidades familiais e pagas pela produção refletem, aliás, as magnitudes 
dos movimentos da oferta e da procura de recursos. É provável que os 
recursos mais escassos e as habilidades profissionais mais raras recebam 
remunerações mais altas. Estas refletem, portanto, os movimentos, as 
tendências e as disponibilidades observadas no mercado de recursos. 
 Mercado de bens e serviços 
o Bens e serviços  Nesse mercado os papéis se invertem, as unidades de 
produção exercem funções típicas de oferta, enquanto as unidades familiais 
exercem a procura. Os preços aqui também refletem a disponibilidade e as 
pressões da procura dirigidas aos diferentes tipos de bens e serviços 
disponíveis. Na dependência de dada escala de escassez e de utilidade, os 
preços também se movimentarão, sinalizando as prioridades e as necessidades 
manifestadas pelas unidades familiais. 
 
 
 
 
 
 
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9.6 – Preço e quantidade de equilíbrio 
 
São os consumidores que estabelecem os preços máximos que estão dispostos a 
pagar por cada quantidade a ser demandada. Esse estabelecimento é subjetivo e é derivado 
do conceito de utilidade do consumidor procura maximizar. 
 
A curva de demanda 
 A curva de demanda do mercado delimita o preço máximo 
 
A curva de oferta 
 Representa o limite mínimo 
Os produtores estabelecem os preços mínimos que estão dispostos a receber por 
cada unidade ofertada, diante dos custos incorridos e seu objetivo de maximizar os 
lucros. 
 
Na figura abaixo: 
 
A área de negociação do preço e da quantidade se dará na região ABC, mas o 
equilíbrio será em B. O mercado é a solução mais barata e eficiente para a realização das 
trocas, que em última instância é a essência do problema econômico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9.7 – Economia mista de mercado. A presença do Estado 
 
 Oligopólio  Tipo de estrutura de mercado, nas economias capitalistas, em que 
poucas empresasdetêm o controle da maior parcela do mercado. 
 O oligopólio é uma tendência que reflete a concentração da propriedade em poucas 
empresas de grande porte, pela fusão entre elas, incorporação ou mesmo eliminação (por 
compra, dumping e outras práticas restritivas) das pequenas empresas. 
 Oligopsônio  Tipo de estrutura de mercado em que poucas empresas, de grande 
porte, são as compradoras de determinada matéria-prima ou produto primário. 
 O oligopsônio pode ter duas formas: 
 Um mercado comprador muito concentrado, com poucas e grandes empresas 
que negociam com muitos pequenos produtores (comum no relacionamento 
entre indústrias alimentícias e seus fornecedores). 
 Um mercado consumidor concentrado e um mercado vendedor também 
concentrado com poucos e grandes produtores. 
Monopólio  Forma de organização de mercado, nas economias capitalistas, em que 
uma empresa domina a oferta de determinado produto ou serviço, que não tem 
substituto. 
Monopsônio  Estrutura de mercado em que existe apenas um comprador de uma 
mercadoria (em geral, matéria-prima ou produto primário). Nesse caso, mesmo 
quando vários produtos fortes oferecem o produto, os preços não são determinados 
pelos vendedores, mas pelo único comprador. 
 
 
 Oferta 
 
Procura 
Um só 
vendedor 
Pequeno 
número de 
vendedores 
Grande número 
de vendedores 
Um só 
comprador 
Monopólio Monopsônio 
Pequeno 
número de 
compradores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 As falhas no funcionamento da economia de mercado impedem-na de atingir suas 
metas: 
 
 Eficiente alocação de recursos 
 Distribuição justa da renda 
 Estabilidade dos preços (baixa inflação) 
 Crescimento econômico 
 
As falhas: 
 
1. Imperfeição na concorrência dos mercados  Caracterizada pela presença de 
poucos produtores (monopólio ou oligopólio e sindicatos), que buscam tirar vantagens 
econômicas dos mercados, via cobrança de preços acima dos custos de produção. 
2. Efeitos externos  O mercado é incapaz de internalizar no cômputo dos seus 
benefícios e/ou custos. Por exemplo, o custo da poluição das fábricas sobre as 
famílias não é cobrado nos preços dos produtos. Existem custos para alguns que não 
são pagos por ninguém. Outro exemplo é o caso do uso das estradas públicas por 
usuários que não são os virtuais pagadores, porque essas são construídas com 
tributos em geral. 
 
As imperfeições de concorrência levam à má distribuição de renda e de bem-estar, 
e somente a atuação do Estado pode corrigir, regulamentando a ação dos oligopólios 
ou investindo nas áreas sociais para reduzir os focos de pobreza. Muitas vezes a 
presença do Estado na economia se dá através das empresas estatais, produzindo o 
que o setor privado poderia fazer, mas não o faz por falta de capital (Cosipa, 
Eletrobrás, Telebrás, Petrobrás etc.) ou por medidas de segurança nacional, ou 
mero nacionalismo político. Assim a intervenção do Estado na economia multiplica-se 
e vai além das suas funções convencionais de educação, saúde, infra-estrutura 
(transportes, saneamento) justiça, defesa nacional etc. 
 
9.8 - Elementos da Economia Capitalista 
 
O capitalismo é caracterizado por ter uma organização econômica baseada na 
propriedade privada dos meios de produção: 
 
Capital  Conjunto de bens econômicos heterogêneos, tais como: máquinas, 
instrumentos, fábricas, terras, matérias-primas etc., capaz de produzir bens e serviços. 
 O uso do capital na produção introduz os métodos indiretos, além de contribuir para o 
aumento da produtividade no trabalho. 
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 Propriedade privada  Nossa economia recebe o nome de capitalismo, porque esse 
capital é essencialmente propriedade privada, o capitalista. É através da propriedade que o 
capitalismo se apropria de parte da renda gerada nas atividades econômicas. E é aí que fica 
garantido o estímulo à criatividade e à concorrência. 
 Capital tangível  terras, equipamentos, imóveis. 
 Capital intangível  É o mesmo conjunto acima representado por meio de 
documentos. Patentes, também pertence a esse tipo de capital. 
 
No sistema capitalista, são os indivíduos que recebem os juros, os dividendos, os 
lucros, os aluguéis e os direitos de exploração (royalties) dos bens de capital e as patentes. 
 
9.9 - Divisão do Trabalho. 
 
 Apesar de praticada em larga escala só após a Revolução Industrial do século XVIII, 
esta sistemática constitui uma das mais antigas aquisições do conhecimento econômico dos 
povos. Em todas as épocas da História universal, para imprimir maior eficiência à solução de 
seus problemas econômicos fundamentais, as sociedades sempre recorreram aos princípios 
da especialização. 
 
Povos primitivos  “Os magros caçavam, os gordos pescavam e os espertos 
eram curandeiros” - Samuelson. 
 
 As técnicas rudimentares cederam lugar à avançada tecnologia de produção, até que 
a força de trabalho dos sistemas econômicos passou a ser integrada por um sem-número de 
tarefas altamente especializadas e interdependentes. 
 Baseados na divisão de trabalho, os sistemas econômicos contemporâneos integram 
complexas redes de atividade. Na desorientadora realidade econômica do mundo em que 
vivemos, cada unidade familial se dedica a uma insignificante parcela da atividade produtiva. 
Cada um de nós faz uma pequena parte do todo e recebe uma remuneração teoricamente 
compatível com a importância da atividade desenvolvida. O operador do pólo petroquímico 
de Salvador, outro do de Maceió, o agricultor de São Paulo, desenvolvem tarefas 
aparentemente isoladas, mas que se integram e se completam no quadro geral da atividade 
econômica interna. Um depende do outro, e cada qual, ao desenvolver sua tarefa, adquire 
junto à sociedade o direito de desfrutar de certa parcela da produção global. Esse direito, é 
caracterizado pela remuneração recebida. E é através dele que cada qual adquire os bens e 
serviços disponíveis no mercado. 
 
 
10 – Divisão didática do estudo da Economia 
 
 Essa disciplina visa capacitar vocês alunos a compreender o mundo no que diz 
respeito a seus problemas econômicos. 
 Divisão didática da economia: 
 Microeconomia – Ramo da Ciência Econômica que estuda o 
comportamento das unidades de consumo representadas pelos indivíduos e 
pelas famílias; as empresas e suas produções e custos; a produção e o 
preço dos diversos bens, serviços e fatores produtivos. Estuda a formação 
dos preços nos mercados, a partir dos mecanismos conjuntos entre a 
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demanda e a oferta. Os preços sinalizam o uso eficiente dos recursos 
escassos e funciona como elemento de exclusão. 
 Macroeconomia – Equilibrio da renda nacional  Parte da Ciência 
Econômica que focaliza o sistema econômico como um todo. Tem como 
objeto de estudo as relações entre os grandes agregados econômicos: a 
renda nacional, o nível de emprego e dos preços; o consumo, a poupança e 
o investimento. 
 Desenvolvimento econômico  Crescimento econômico (aumento do 
Produto Nacional Bruto per capita) acompanhado pela melhoria do padrão 
de vida da população e por alterações fundamentais na estrutura de sua 
economia. 
 Economia Internacional  Estuda as condições de equilíbrio das 
importações e exportações, além dos fluxos de capitais. 
 
 
 
 
III – A Microeconomia 
 
 Como já vimos no conceito acima, a microeconomia e o ramo da Ciência Econômica 
que estuda o comportamento

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