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Direito Administrativo

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Direito Administrativo
Prof. Fernanda Marinela HYPERLINK "http://www.marinela.ma/"www.marinela.ma (roteiro, questões e novidades sobre o tema)
Intensivo 1
Noções Introdutórias do Direito Administrativo
Regime Jurídico
Organização da Administração
Licitação
Contratos
Agentes Públicos
Noções Introdutórias do Direito Administrativo
	O que significa Direito Posto?
Conceito: É o conjunto de normas impostas coativamente pelo Estado que vão disciplinar a vida em sociedade, permitindo a coexistência pacífica dos seres. 
	“O meu direito vai até onde começa o do meu vizinho!”
	O direito foi dividido para fins didáticos em: Direito Interno e Direito Internacional.
Direito Interno: Se preocupa com as relações dentro do território nacional.
Direito Internacional: Se preocupa com as relações externas, por exemplo, com Estados estrangeiros, empresas estrangeiras, entre outros.
	 O Direito Administrativo é um ramo do Direito Interno.
	O direito também foi dividido para fins didáticos em: Direito Público e Direito Privado.
Direito Público: É aquele que se preocupa com a atuação do estado na realização do interesse público.
Direito Privado: tem como o objeto as relações privadas com a satisfação do interesse particular.
	O Direito Administrativo é um ramo do Direito Público.
	Direito Público é sinônimo de Norma de Ordem Pública? Resposta: Não.
	Norma de Ordem Pública: é aquela inafastável, imodificável pela vontade das partes. Não pode ser barganhada. O conceito de Ordem Pública vai além do de Direito Público.
Ex¹.: O dever de licitar é norma de Direito Público e de Ordem Pública (inegociável).
Ex².: O dever de pagar imposto é norma de Direito Público e regra de Ordem Pública.
Para a doutrina, toda regra de Direito Público é regra de Ordem Pública.
Porém, também, temos regras de Ordem Pública no Direito Privado.
Exemplo: capacidade civil, impedimentos para o casamento, entre outros.
Direito Administrativo
	A primeira teoria surgiu da Escola Legalista, Exegética, Empírica ou Caótica.
Teoria: O Direito Administrativo se resumia em um conjunto somente de leis.
	Superada a Escola Legalista, conceitua-se o Direito Administrativo como um conjunto/estudo de princípios, normas e leis.
A partir daqui o Direito = princípios + leis
a)	A Escola do Serviço Público conceitua que:
	1ª Teoria: O Direito Administrativo vai ter como estudo o Serviço Público (nesse momento histórico, dizia-se Serviço Público, toda a atividade do Estado). Porém, para essa Escola, Serviço Público representava toda a atividade do Estado, inclusive atividades empresariais, comerciais.
	Essa ideia não prosperou, tendo em vista que esse conceito é amplo/abrangente demais, o que acabaria ignorando os demais ramos do Direito. (CESPE gosta!)
b)	O Critério do Poder Executivo conceitua que:
	2ª Teoria: O Direito Administrativo estuda apenas a atuação do Poder Executivo.
	Tal critério não prosperou no Brasil, pois estudamos os 3 poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, desde que estes poderes estejam exercendo alguma atividade administrativa.
c)	O Critério das Relações Jurídicas conceitua que:
	3ª Teoria: O Direito Administrativo tem como estudo todas as relações jurídicas do Estado.
	Essa teoria não prosperou, tendo em vista que isso iria substituir os demais ramos do Direito, não estudamos todas as relações do Estado.
d)	O Critério Teleológico conceitua que:
	4ª Teoria: O Direito Administrativo é um conjunto de princípios e regras que disciplinam a atuação do Estado no cumprimento de seus fins/objetivos.
	Tal critério foi acolhido no Brasil por Osvaldo Aranha Bandeira de Melo, porém a ideia está incompleta, precisaria de uma complementação.
A partir daqui, todos os critérios foram aceitos no Brasil, porém precisariam de um complemento:
e)	O Critério Residual ou Negativo conceitua que:
	Teoria: O conceito é definido por exclusão. Exclui-se a atividade legislativa e judiciária do Estado e estuda-se o restante, ou seja, apenas o Poder Executivo.
f)	O Critério de Distinção da Atividade Jurídica e Social do Estado conceitua que:
	Teoria: O Direito Administrativo se preocupa com a atividade jurídica, porém não se preocupa com a atividade social, ou seja, aqui não se analisaria a política pública.
g)	O Critério da Administração Pública conceitua que:
	Teoria: Definido por Ely Lopes Meireles é o critério mais adotado no Brasil.
	Direito Administrativo é um conjunto harmônico de princípios e regras (forma o que se conhece hoje por Regime Jurídico Administrativo) que regem os agentes, os órgãos e entidades no exercício da atividade administrativa (Legislativo, Executivo e Judiciário), tendentes a realizar de forma direta, concreta e imediata os fins desejados pelo Estado.
Conceito a memorizar: Direito Administrativo é um conjunto harmônico de princípios e regras que regem os agentes, os órgãos e entidades no exercício da atividade administrativa, tendentes a realizar de forma direta, concreta e imediata os fins desejados pelo Estado.
Direta: porque independe de provocação, excluímos a função jurisdicional do Estado, pois esta é função indireta.
Indireta: a função jurisdicional, pois depende de provocação, em regra.
Concreta: porque existe destinatário determinado, efeitos concretos. Excluímos a função legislativa, pois esta é abstrata
Abstrata: a função legislativa, pois é dotada de generalidade.
Imediata: atividade jurídica do Estado quando provocado.
Mediata: a atuação social do Estado.
Cuidado com a palavra “poder” na conceituação.
Fontes
	Fonte é aquilo que leva à criação de uma norma no Direito Administrativo.
1ª) a lei – “lato sensu (sentido amplo)” - (toda e qualquer espécie normativa: CF, leis complementares, leis ordinárias);
	Há uma estrutura hierarquizada/escalonada (a norma inferior tem que ser compatível com a norma superior e todas elas precisam ser compatíveis com a norma constitucional). Para o STF, a nossa estrutura hierarquizada/escalonada é uma relação de compatibilidade constitucional.
2ª) Doutrina: é o resultado do trabalho dos nossos estudiosos.
	O Direito Administrativo no Brasil não possui Código, não é codificado. Temos normas fragmentadas. Leis que foram criadas em momentos históricos diferentes. Por isso, existem várias divergências na doutrina.
3ª) Jurisprudência: são julgamentos reiterados, sempre no mesmo sentido.
	Muitas vezes, quem resolve as questões no Direito Administrativo é a Jurisprudência.
	Quando ocorre sempre o mesmo posicionamento, cria-se uma súmula que conterá o posicionamento solidificado, cristalizado.
	Existem 2 tipos de súmulas: a Vinculante (quando há repercussão geral) e a ordinária.
4ª) Costume: é a prática habitual acreditando ser ela obrigatória.
	No Brasil, o direito costumeiro não cria, não gera obrigação.
5ª) Princípios Gerais do Direito: são regras que estão na base de nossa disciplina. São vigas mestras.
	Podem estar expressos ou implícitos em nosso ordenamento jurídico.
Ex¹.: “Ninguém pode causar dano a outrem.”
Ex².:“É vedado o enriquecimento ilícito.”
Ex³.:“Ninguém poderá se beneficiar da própria torpeza.”
Sistemas Administrativos
Mecanismos de Controle
	No Direito Comparado temos 2 sistemas de controle:
1. Contencioso Administrativo (também chamado de Sistema Francês):
	Praticado um ato administrativo, quem irá revê-lo será a própria administração.
	Excepcionalmente, o Poder Judiciário decide. Por exemplo (rol exemplificativo): nas atividades públicas de caráter privado (ex.: contrato de locação); nas ações ligadas ao Estado e à capacidade das pessoas; as questões ligadas a repressão penal e a propriedade privada.
2. Sistema de Jurisdição Única (também chamado de Sistema Inglês):
	O Poder Judiciário irá decidir em última instância matérias relacionadas à Administração Pública.
	Nos países que adotam tal sistema, a Administração também decide, mas essa decisão, sempre que ocorrer lesão ou ameaça à lesão, será revisada peloPoder Judiciário.
	Esse sistema é o adotado no Brasil.
	A EC 07/1977 tentou inserir o Sistema Contencioso Administrativo no Brasil, a regra foi introduzida, porém nunca saiu do papel.
Questão de concurso: Governo e Administração são termos que andam sempre juntos, no entanto não podem ser confundidos. Disserte.
A responsabilidade Civil da Administração no Brasil está prevista no art. 37, §6º da CF?
Errado, a responsabilidade civil é da pessoa jurídica do Estado.
O que significa Estado, Governo e Administração?
	Estado é a pessoa jurídica que goza de personalidade jurídica, ou seja, tem aptidão para ser sujeito de direito e obrigação.
	No Brasil, aplicava-se a Teoria da Dupla Personalidade do Estado na vigência do Código Civil Antigo, de 1916.
	Hoje, tal teoria está superada/afastada, pois o Estado é pessoa jurídica de Direito Público.
	Funções do Estado: típica (função principal, precípua) e atípica (função secundária)
No Poder Legislativo:
Função típica: legislar/legiferante e fiscalizar. Alguns doutrinadores levam em consideram a função fiscalizatória (CPI, auxiliar o Tribunal de Contas).
Função atípica: administrar e julgar, por exemplo, decidir no processo de “impeachment” (impedimento).
	A função típica do Poder Legislativo é geral e abstrata.
	Tem a característica própria de inovar o ordenamento jurídico.
No Poder Judiciário:
Função típica: julgar; solucionar lides aplicando coativamente o nosso ordenamento.
Função atípica: administrar, ex: concursos públicos, gestão de pessoal etc., bem como legislar, editando súmulas vinculantes, por exemplo.
	A função típica do Poder Judiciário, em regra, é concreta e indireta.
	A exceção seria o controle de constitucionalidade que é abstrato.
	Em regra, não pode inovar o ordenamento jurídico. Entretanto, quando o legislador fica inerte e não cria leis para regular a sociedade, o Juiz tem que julgar um eventual Mandado de Injunção o que muitas vezes altera o ordenamento jurídico.
	Características das decisões: intangibilidade jurídica, impossibilidade de mudança, efeitos da coisa julgada.
No Poder Executivo:
Função típica: administrar; executar o ordenamento vigente.
Função atípica: legislar através de Medida Provisória.
	A função típica do Poder Executivo é concreta, direta e não inova o ordenamento jurídico.
	A função administrativa é revisível pelo Poder Judiciário.
Atenção! Coisa Julgada Administrativa não é uma verdadeira coisa julgada. É a impossibilidade de mudança, apenas na via administrativa. Nada impede que a parte insatisfeita, leve a questão para a análise do Poder Judiciário.
	A doutrina de Celso Antônio Bandeira de Melo admite uma 4ª função do Estado, a chamada Função Política ou Função de Governo que é usada para situações que não se confundem com o dia-a-dia da administração, situações excepcionais.
Exemplos: Quando o Presidente da República sanciona ou veta uma lei; ou declara a guerra e celebra a paz; ou decreta Estado de Defesa ou Estado de Sítio, tais situações são anormais.
Governo
	Elementos do Estado:
Povo;
Território;
Governo Soberano.
Governo é um elemento do Estado. É o comando/direção do Estado.
Governo Soberano significa independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna.
Administração Pública
	Administração Pública é a máquina administrativa estatal. É o aparelho estatal, a estrutura física que compõe a estrutura do Estado (os bens, os agentes, os órgãos).
	Para a doutrina existem 2 conceitos para Administração Pública:
1.Critério Formal/Orgânico/Subjetivo:
	É o aparelho estatal (máquina, aparelho, bens, servidores).
2. Critério Material/Objetivo:
	É a atividade administrativa desenvolvida pelo Estado.
(CESPE - Magistratura Federal) A administração é o instrumento de que dispõe o Estado para por em prática as decisões políticas de Governo?
Resposta: Correto. A administração como instrumento (1º critério).
(CESPE - Magistratura Federal) Enquanto o Governo constitui atividade política de índole discricionária, a Administração implica atividade exercida nos limites da lei e da norma técnica.
Resposta: Correto. Essa administração é atividade enquanto atividade desenvolvida (2º critério).
Aula 02 de 16	 								Data: 07/02/2012
Regime Jurídico Administrativo
Conceito: É um conjunto harmônico de princípios e regras que guardam entre si uma coerência, uma correlação lógica formando um Sistema, uma Unidade.
Quantos e quais são os princípios que compõem esse Regime?
Resposta: Existe muita divergência. Nossa doutrina ainda não definiu a lista.
Teoria da Ponderação de Interesses
Traz 2 raciocínios importantes:
Para cada caso concreto, aplica-se 1 regra, significa que, se a norma “A” é aplicada ao caso dentro do plano de validade, as demais estarão excluídas;
Entretanto, para cada caso, todos os princípios serão aplicados, todos serão válidos, importantes. Havendo neste caso, também a Ponderação de Interesses, ou seja, ora prevalece um sobre os outros (Atenção! Um princípio não exclui o outro).
	O STJ entende que, diante de um ato administrativo ilegal, é preciso ponderar o que seria mais importante, ou seja, irá analisar a boa-fé e a segurança jurídica.
Vide o texto “Estabilização dos Efeitos do Ato” – Autor: Jacinto Arruda (no material de Apoio).
Pedras de Toque do Direito Administrativo
(expressão de Celso Antônio Bandeira de Melo)
	São aqueles 2 princípios que estão na base do ordenamento administrativo. São os 2 pés. Todos os demais princípios decorrem destes. São eles: Princípio da Supremacia do Interesse Público e o Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público.
	Interesse Público: representa o somatório dos interesses individuais dos seres considerados como membros da sociedade, representando assim, a vontade da maioria.
	A doutrina subdivide o Interesse Público em: Primário (a vontade do povo) e Secundário (a vontade do Estado enquanto pessoa jurídica).
O ideal é que o Interesse Público Primário e o Secundário sejam coincidentes. Seria um Estado Perfeito.
Se não existir tal coincidência, qual deverá prevalecer?
Resposta: Sempre o Interesse Primário.
	1. Princípio da Supremacia do Interesse Público
Vide o artigo da Dra. Alice Gonzales Borges “Supremacia do Interesse Público”.
Conceito: Significa a superioridade do Interesse Público em face os interesses particulares.
	É um princípio fundamental, é um pressuposto lógico para o convívio social.
Atenção! Não é a superioridade da “Máquina Estatal” ou do “Administrador”. É a superioridade do Interesse Coletivo.
	Prerrogativas/Privilégios para o Estado:
	Em nome da Supremacia, a Administração tem prerrogativas, porém não poderá abrir mão do Interesse público.
Ex.: O ato administrativo autoexecutável é um exemplo do exercício da Supremacia.
Ex.: No exercício do Poder de Polícia, o Estado compatibiliza os interesses em nome do bem-estar social.
Ex.: Em nome da Supremacia, o Estado pode requisitar propriedade particular diante de calamidades.
Ex.: Em nome da Supremacia, o Estado pode desapropriar propriedade particular, se for para satisfação do interesse público.
	Há uma corrente minoritária no Brasil que defende a exclusão do Princípio da Supremacia com o fundamento de que, em nome desse princípio, muitos administradores agem com arbitrariedade.
	Porém, a maioria dos doutrinadores defende que a questão é aplicar o Princípio da Supremacia corretamente.
	2. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público
	Significa dizer que o administrador não pode dispor do Interesse Público, ou seja, o gestor não tem liberalidade sobre tal interesse.
O administrador exerce função, encargo, ônus público. É “múnus público”. É mero administrador da coisa pública.
	Exercer função pública significa exercer atividade em nome e no interesse do povo.
	República significa interesse do povo.
	Existe um princípio no Direito Administrativo que dispõe que o administrador de hoje nãopode criar obstáculos, entraves para comprometer a futura administração.
Ex.: a fraude em concurso público viola o Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público, tendo em vista que a administração deixará de nomear os melhores candidatos.
Ex.: quando a Administração deixa de licitar, quando deveria, estará violando o Princípio da Indisponibilidade, violando o Interesse Público.
Princípios Mínimos do Direito Administrativo
(L-I-M-P-E)
	Estamos falando do “caput” do art. 37 da CF/88, alterado pela EC 19/98.
	LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA.
	Administração Direta e Indireta; Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; União, estados, municípios e DF.
	São indispensáveis para a existência de um Estado de Direito.
	Estado de Direito é aquele politicamente organizado e que obedece à suas próprias leis.
Princípio da Legalidade
O que significa legalidade para o Direito Privado e legalidade para o Direito Público?
Resposta: Para o particular significa que este pode tudo, salvo o que estiver proibido pela lei (utiliza-se o Critério de Não Contradição à Lei – art. 5º, II da CF). Ao administrador público, aplicamos o Critério de Subordinação à Lei, ou seja, só pode o que está autorizado na lei (art. 37 da CF).
	Conceder aumento salarial ou criar sanções através de decreto (desconfie!). A regra é estar previsto na Lei. Nosso constituinte preocupado com o Princípio da Legalidade, repete por várias vezes tal princípio na CF/88 nos art. 5º; art. 37, “caput”; art. 84; IV, 150.
“Administrar é aplicar a lei de Ofício”, que princípio é este?
Resposta: Esse é o conceito de Legalidade, segundo Seabra Fagundes.
Princípio da Legalidade é sinônimo do Princípio da Reserva de Lei?
Resposta: NÃO. O Princípio da Reserva de Lei significa a escolha da espécie normativa. É selecionar uma matéria e dar a esta uma espécie normativa (matéria “x” → Lei Complementar; matéria “y” → Lei Ordinária, entre outras).
	No Brasil, para a validade de um ato, aplica-se a Legalidade em Sentido Amplo. Significa conferir se o ato é compatível com a lei, com as regras e princípios constitucionais, chamamos de Controle de Legalidade.
Princípio da Impessoalidade
	Significa que o administrador não pode buscar interesses pessoais. Tem que agir com ausência de subjetividade. O ato administrativo não é do administrador (impessoal), é da entidade a qual ele pertence (pessoa jurídica). Quem irá se responsabilizar é a pessoa jurídica.
	Exemplos de Impessoalidade Expressos no art. 37 da CF: Concurso Público e Licitação.
	Conceito de Impessoalidade, segundo Celso Antônio Bandeira de Melo.
(CESPE) Princípio da Impessoalidade traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos sem discriminações benéficas ou detrimentosas, nem favoritismos, nem perseguições são toleráveis, simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na Atividade Administrativa.
	É fato que o Princípio da Impessoalidade está interligado com o Princípio da Igualdade ou Isonomia Constitucional. 
	O Princípio da Moralidade relaciona-se com Lealdade e Boa-Fé.
MP/PE: Disserte sobre a divergência do Princípio da Impessoalidade e o Princípio da Finalidade.
	Segundo a doutrina tradicional (Ely Lopes Meireles), o Princípio da Finalidade é sinônimo do Princípio da Impessoalidade, é sinônimo de imparcialidade. Até à CF/88, existiam os princípios de finalidade e imparcialidade que, após a Carta Magna, foram substituídos pelo Princípio da Impessoalidade.
	A doutrina moderna (Celso Antônio bandeira de Melo, Maria Silva Di Pietro), o Princípio da Impessoalidade e o Princípio da Finalidade são princípios autônomos, são princípios que vivem separados. Impessoalidade significa ausência de pessoalidade/subjetividade e Finalidade significa buscar o espírito da lei e está ligado ao Princípio da Legalidade e não com o Princípio da Impessoalidade. Para reforçar essa ideia, vide art. 2º da Lei 9.784/99 (define divergências a respeito dos princípios, atos e do processo administrativo.
	Vide a Lei 9.784/99.
Hoje a posição que prevalece é o Princípio da Impessoalidade ligado ao Princípio da Legalidade.
Entretanto, para concursos FCC para técnicos de Tribunais, ainda persiste a ideia da doutrina tradicional.
Princípio da Moralidade
	Traz a ideia de lealdade, boa-fé, coerência, correção de atitudes, obediência a princípios éticos, probidade e honestidade do administrador.
	Para a doutrina, a moralidade ainda tem um conceito vago/indeterminado. Diante o exposto, dificilmente o Judiciário traz o Princípio da Moralidade isolado em suas decisões.
Atenção! A Moralidade Administrativa é diferente da Moralidade Comum.
	Moralidade Comum é raciocinar o certo e o errado, dentro das regras de convívio social.
	Moralidade Administrativa é mais exigente do que a Moralidade Comum. Significa correção de atitudes somada à boa administração (esta ligada ao Princípio da Eficiência).
Atenção! Em relação ao nepotismo, este proíbe o exercício de cargo público por nomeação entre parentes. Entretanto, o parente de qual grau poderá exercer cargo público, se aprovado em concurso?
	Desde a Lei 8.112/90, a proibição já existia. Porém, a questão começa a ganhar ênfase a partir da EC 45/04 que criou o CNJ (controle administrativo no Judiciário) e o CNMP (controle administrativo no MP). A Resolução de nº7 do CNJ proíbe o nepotismo em todo o Poder Judiciário. A Resolução de nº 1 do CNMP proíbe o nepotismo em todo o MP.
	Os Tribunais, diante a Resolução nº7 do CNJ, alegavam que a proibição não poderá ser feita através de Resolução e sim, através da Lei.
Atenção! O conceito de “Probidade” é maior do que o conceito de “Moralidade”.
	O STF julgou a Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) de nº 12 declarando a constitucionalidade da Resolução de nº 7 do CNJ e, ainda, que vedar o nepotismo no Brasil representa, pelo menos, a aplicação de 4 princípios, são eles, Impessoalidade, Moralidade, Eficiência e Isonomia.
	O STF declara que o CNJ tem competência para fazer o controle, tendo em vista que este foi criado para fazer o controle administrativo e isso é quadro administrativo, é quadro pessoal. O CNJ poderá fazê-lo via Resolução, pois é o ato administrativo que este pode editar, haja vista que não tem competência para criar lei.
	A partir do julgamento da ADC nº 12, o STF editou a Súmula Vinculante de nº 13.
	Vide Súmula Vinculante nº 13 do STF: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”
	O que está proibido no Brasil após a edição da Súmula Vinculante nº13?
	1ª hipótese: a nomeação de cônjuge, companheiro e parentes até 3º grau, inclusive em linha reta, colateral ou por afinidade;
	Relação de Hierarquia: Não pode relação de parentesco entre o nomeante e o nomeado em cargo em comissão e funções gratificadas.
O cargo em comissão era antigamente chamado “cargo de confiança”. A partir da CF/88, passou a ser “cargo em comissão” que é aquele cargo baseado na confiança que, no Brasil, é de livre nomeação e de livre exoneração (exoneração “ad nutum”). Serve para direção, chefia e assessoramento.
	O constituinte declara que qualquer pessoa poderá exercer cargo em comissão, ressalvado um número mínimo destinado a quem é de carreira reservado pela lei.
A partir da CF/88, a única função que foi mantida foi a função de confiança (baseada na confiança). Serve para direção, chefia e assessoramento. A CF/88 declara que a função de confiança só pode ser exercidapor quem tem cargo efetivo.
	Cargo → representa um conjunto de atribuições + responsabilidades + um posto.
	Função → representa o conjunto de atribuições e responsabilidades, ou seja, somente poderá ser exercida por quem já tem um posto, um lugar no quadro da Administração Pública (cargo efetivo + função de confiança).
	Cargo Efetivo (atribuições + responsabilidades + posto + remuneração)
	Função de Confiança (atribuições + responsabilidades + uma gratificação por função de confiança, por esta razão é chamada de “Função Gratificada”).
	2ª hipótese: não pode relação de parentesco entre uma autoridade que ocupe cargo em comissão (direção, chefia e assessoramento) e outro servidor que ocupe outro cargo em comissão ou função gratificada na mesma pessoa jurídica.
Ex¹: não pode um cônjuge exercer cargo em comissão no TRE/AM e o outro exercer função gratificada no Congresso Nacional em Brasília, pois ambos os órgãos pertencem a mesma pessoa jurídica, a União.
Ex²: um irmão que trabalhe no TRT/RS não pode exercer cargo em comissão, ao mesmo tempo, que o outro lotado no TRE/PB exerça cargo em comissão.
	Geralmente, a Administração não tem esse controle.
	3ª hipótese: Proibido o “Nepotismo Cruzado”, ou seja, não pode na mesma pessoa jurídica e também não pode por designações recíprocas.
	Geralmente, a Administração não tem esse controle.
O STF declarou que os agentes políticos estão fora da proibição, ou seja, podem ser parentes.
Ex¹.: um prefeito poderá nomear um irmão Secretário de Obras e outro irmão Secretário de Saúde.
	O ministro Cezar Peluzzo, ao assumir a presidência da Suprema Corte nomeou marido e mulher em cargos em comissão, alegando que a Súmula Vinculante nº 13 estaria mal elaborada. No entanto, marido e mulher foram exonerados no dia seguinte, ou seja, vale a Súmula Vinculante nº 13.
	Na opinião da Prof. Marinela, os contratos temporários e as contratações diretas com dispensa ou inexigibilidade de licitação também deveriam entrar no rol das proibições. Entretanto, as funções gratificadas deveriam estar fora desse rol, tendo em vista que estas são desenvolvidas por pessoas do quadro (prestaram concurso).
Princípio da Publicidade
	Significa dar ciência, dar conhecimento dos atos ao titular do direito que é o povo.
Qual a consequência jurídica da não publicidade do ato? O problema é de validade ou eficácia?
Resposta: A condição é de eficácia. O ato é válido, porém não será eficaz. Significa condição de eficácia, início de modulação de efeitos (art. 61, parágrafo único da Lei 8.666/93).
	Contrato administrativo não publicado, não preencheu o requisito da eficácia.
	Atenção! Publicação significa início de efeitos, representa o início da contagem de prazos.
Ex.: No caso de aplicação de multa por radar eletrônico, o prazo começará do recebimento da notificação.
	O conhecimento também é instrumento de controle, de fiscalização dos atos do gestor.
Ex.: As contas municipais devem ficar à disposição da sociedade pelo prazo de 60 dias ao final de cada ano.
Na licitação modalidade convite não tem publicidade?
Resposta: Falso. No convite não temos a publicação de edital (instrumento convocatório) na imprensa oficial. Aos convidados, será entregue a Carta Convite, porém o edital deverá ficar exposto no Átrio da Repartição (espécie de quadro de aviso) para que a sociedade saiba a respeito da licitação.
	Publicidade é diferente de publicação
	A publicidade é muito mais amplo, maior do que o conceito de publicação.
Qual o remédio para negativa de informação do interesse do cidadão em órgão público?
Resposta: Caberá Mandado de Segurança.
Atenção! Habeas Data é remédio constitucional somente para obtenção ou correção de informações pessoais.
Exceções: Em algumas circunstâncias, a publicidade não irá ocorrer (art. 5º, X, XXXIII, LX
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; (...) (intimidade)
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (...) (segurança da sociedade/do Estado)
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; (atos processos sigilosos. Exemplos: processo étnico disciplinar para resguardar o profissional, porém, no caso de condenação, haverá a publicidade; segredo de justiça).
	Para uma corrente minoria, diz que apenas o inciso XXXIII representa exceção à publicidade.
	A Lei 12.527/11 disciplina o Direito à Informação no Brasil.
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. (dever de publicar)
1ª parte do dispositivo: O §1º do art. 37 da CF dispõe a respeito da forma de se publicar.
O administrador que não publica seus atos estará cometendo crime de improbidade administrativa (art. 11 da Lei 8.429/92).
2ª parte do dispositivo: dever de impessoalidade, vedada a promoção pessoal, sob pena de improbidade administrativa (art. 11 da Lei 8.429/92).
	O ato do Governo publicar é lícito, o que não se pode é vincular a pessoa pública.
	O STJ diz que tem-se que julgar com bom senso, ou seja, o simples fato de ter o nome do gestor numa placa informativa (não pode ser propaganda pessoal) não caracterizará o ilícito.
Obs¹.: Os nomes de bens público no Brasil, por exemplo, ruas, praças, avenidas, em tese, é para homenagear pessoas falecidas que foram importantes para a sociedade. Não poderá ser o nome do administrador em exercício.
Obs².: Há um projeto de lei que visa dizer expressamente que a promoção pessoal envolvendo terceiros também será Improbidade Administrativa (Ex.: O povo agradece ao político “x” pela obra “y”!).
Princípio da Eficiência
	Tal princípio era implícito na CF/88, desde sua origem. O Princípio da Eficácia guardou roupagem expressa na CF/88 através da EC 19/98 (a chamada Reforma Administrativa).
Atenção! A EC 20/98 somente trata de aposentadoria dispondo da Reforma da Previdência.
	Esse princípio já era encontrado de forma expressa na legislação infraconstitucional (art. 6º da Lei 8.987/95 – conceituando um serviço público adequado).
	Significa que o administrador:
Precisa de agilidade, de presteza;
Observar a produtividade;
Ser econômico;
Com ausência de desperdícios.
	O constituinte pensou em criar alguns mecanismos para realizar essa eficiência.
1º mecanismo modificado: a estabilidade dos servidores públicos (art. 41 da CF).
Aquisição da estabilidade no Brasil:
	O servidor tem que ser:
		1. nomeado para cargo efetivo através de concurso público;
		2. contar com 3 anos de efetivo exercício e
		3. aprovação na Avaliação Especial de Desempenho (elemento para busca da Eficiência).
Obs.: A Avaliação Especial de Desempenho ainda não foi regulamentada na maioria das carreiras.
Situações nas quais o servidor poderá perder a estabilidade:
	1ª. Via Processo Administrativo (com contraditório e ampla defesa);
	2ª. Via Processo Judicial com Transitado emJulgado;
	3ª. Através de uma Avaliação Periódica de Desempenho (também é condição de eficiência).
Obs.: A Avaliação Periódica de Desempenho também necessita de regulamentação.
2º mecanismo modificado: diz respeito a despesas com o pessoal (Folha de Pagamento).
	Alterado o art. 169 da CF que dispõe sobre despesas com pessoal. Chamado de “Racionalização da Máquina Administrativa” trazendo o limite de despesas com pessoal. O limite está previsto no art. 19 da LC 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal.
	Limites com despesa com o pessoal:
União – 50%
Estados e Municípios 60%.
“Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados:
I - União: 50% (cinquenta por cento);
II - Estados: 60% (sessenta por cento);
III - Municípios: 60% (sessenta por cento).
§1º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as despesas:
I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;
II - relativas a incentivos à demissão voluntária;
III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do §6º do art. 57 da Constituição;
IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração a que se refere o §2º do art. 18;V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda Constitucional nº 19;
VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas por recursos provenientes:
a) da arrecadação de contribuições dos segurados;
b) da compensação financeira de que trata o § 9º do art. 201 da Constituição;
c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro.
§2º Observado o disposto no inciso IV do § 1º, as despesas com pessoal decorrentes de sentenças judiciais serão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.”
	Como cortar e atingir os gastos:
1º. Cargos em comissão e Funções de Confiança (no mínimo, 20% dos cargos).
2º. Servidores não estáveis (quantos forem necessários; o corte será de acordo com a desnecessidade).
3º. Servidores estáveis 
Obs.: Somente poderá passar para as classes seguintes, depois de esgotada a categoria anterior.
Obs.: O instituto aplicado é exoneração, pois não tem natureza de pena. A demissão é pena por falta grave.
Obs.: O constituinte diz: se o administrador for enxugar a Máquina Administrativa, o cargo será extinto e somente poderá ser recriado, com funções idênticas ou assemelhadas, 4 anos depois.
Obs.: O servidor estável, se exonerado, neste caso, será o único que terá direito à indenização.
	Nos Serviços Públicos, a eficiência tem que está presente nos meios e nos resultados.
	O administrador precisa gastar o menor valor possível e obter o melhor resultado possível.
	Infelizmente, o Princípio da Eficiência ainda não se tornou uma realidade. Segundo alguns doutrinadores, não passou de um mero desabafo, uma utopia, um sonho do constituinte de 1998. Porém, já estamos melhores do que antes.
Princípio da Isonomia
	Apesar de não está previsto no art. 37 da CF, tem que ser observado pela Administração Pública.
	Significa “tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida das suas desigualdades”.
Desafios: Quem são os desiguais? Qual é a medida dessa desigualdade?
	Teremos que verificar o Fator de Exclusão:
- se este estiver compatível com o objetivo da norma, não há violação do Princípio da Isonomia.
- se este não estiver compatível com o objetivo da norma, há violação do Princípio da Isonomia.
Ex.: No caso de um concurso para salva-vidas que veda a participação de deficiente físico estará compatível com o objeto da norma, não violando o Princípio da Isonomia.
Ex.: No caso de um concurso para área administrativa da Polícia Civil que veda a participação de deficientes físicos estará incompatível com o objeto da norma, violando o Princípio da Isonomia (inconstitucional).
Ex.: No caso de um concurso para preenchimento de vagas de policiais do sexo feminino que veda a participação de homens não viola o Princípio da Isonomia.
(Concurso de Delegado da Polícia Civil/SP) Vedava a participação do concurso para pessoas com menos de 1,50 m, violando o Princípio da Isonomia. Atualmente, está liberado para qualquer estatura.
	Antigamente, concurso para gari, exigia, no mínimo, 5 dentes na arcada superior e 5 dentes na arcada inferior, violando o Princípio da Isonomia.
	Para que o requisito de concurso seja exigido no edital (exigências):
		1ª. tem que está previsto na Lei da Carreira (STF e STJ);
		2ª. o requisito tem que ser compatível com as atribuições do cargo.
	Exame Psicotécnico no Brasil:
	Não é visto com bons olhos pela doutrina. O doutrinador Celso Antônio Bandeira de Melo questiona que: quem garante que quem aplicou a prova não é mais maluco do que o examinando?
	A jurisprudência dispõe que:
tem que está previsto na Lei da Carreira;
precisa de parâmetros objetivos;
tem que dar direito a recurso.
Súmula 686 do STF: Exame Psicotécnico - Candidato a Cargo Público
“Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.”
Princípio da Razoabilidade e
Princípio da Proporcionalidade
	Razoabilidade: significa o administrador tem que atender à lógica, tem que agir com coerência, com congruência. Não pode agir de forma de tresloucada.
	Para os administrativistas, o Princípio da Proporcionalidade é um desdobramento, uma fatia do Princípio da Razoabilidade.
	Proporcionalidade: significa o equilíbrio entre os benefícios e os prejuízos causados; os atos e as medidas inerentes a eles.
Ex.: Não posso aplicar uma demissão a um servidor que tenha cometido uma infração leve. Neste caso, a medida aplicada deverá ser a de advertência. Nos casos de infrações graves, a pena será grave. A ideia é de equilíbrio.
	São princípios implícitos no texto constitucional e expressos na norma infraconstitucional (na Lei 9.784/99 Lei de Processo Administrativo).
Cuidado! Alguns autores chegaram a afirmar que, após a EC 45/04, o Princípio da Razoabilidade estaria expresso na CF/88, diante da expressão “razoável” presente no art. 5º, LXXVIII da CF. Porém, essa ideia não prosperou. A ideia continua que tais princípios ainda estão implícitos. Tal dispositivo está ligado ao Princípio da Celeridade do Processo.
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXXVIII. A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
	1ª premissa: o Poder Judiciário poderá rever a legalidade dos atos administrativos.
	2ª premissa: o Poder Judiciário não pode rever o mérito dos atos administrativos (juízo de valor: liberdade/discricionariedade do administrador: a conveniência e a oportunidade.)
	Quando o Poder Judiciário rever a Razoabilidade e a Proporcionalidade dos atos administrativos está fazendo um controle de legalidade em sentido amplo.
Ex.: Numa cidade em que as crianças estão sem escolas e a população sem hospital. O administrador deverá construir uma escola ou um hospital, mas constrói uma praça. Neste caso, não houve a observância dos Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade e o Poder Judiciário poderá fazer um controle de legalidade em sentido amplo.
	Tais princípios representam limites importantes à discricionariedade do administrador.
	Servem para frenar(reprimir) os atos praticados pelo gestor.
	Podemos assim concluir que o controle de legalidade em sentido amplo acaba atingindo de forma indireta, “por vias tortas”, o mérito administrativo.
	Vide a ADPF nº 45: discutiu que o Poder Judiciário poderá controlar o ato administrativo aplicando a legalidade em sentido amplo.
“EMENTA: ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. A QUESTÃO DA LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DO CONTROLE E DA INTERVENÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO EM TEMA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS, QUANDO CONFIGURADA HIPÓTESE DE ABUSIVIDADE GOVERNAMENTAL. DIMENSÃO POLÍTICA DA JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ATRIBUÍDA AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INOPONIBILIDADE DO ARBÍTRIO ESTATAL À EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E CULTURAIS. CARÁTER RELATIVO DA LIBERDADE DE CONFORMAÇÃO DO LEGISLADOR. CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA CLÁUSULA DA "RESERVA DO POSSÍVEL". NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO, EM FAVOR DOS INDIVÍDUOS, DA INTEGRIDADE E DA INTANGIBILIDADE DO NÚCLEO CONSUBSTANCIADOR DO "MÍNIMO EXISTENCIAL". VIABILIDADE INSTRUMENTAL DA ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO NO PROCESSO DE CONCRETIZAÇÃO DAS LIBERDADES POSITIVAS (DIREITOS CONSTITUCIONAIS DE SEGUNDA GERAÇÃO).”
Princípio do Contraditório e Ampla Defesa
	O Princípio do Contraditório e Ampla Defesa no processo administrativo é uma novidade da Constituição Federal de 1988 e está previsto em seu art. 5º, LV.
	Contraditório: significa dar ciência/conhecimento à parte da existência do processo, constituindo a bilateralidade da relação jurídica processual.
	Em um Estado de Direito, ninguém poderá ser processado ou condenado sem o devido conhecimento do processo.
	Ampla defesa: significa dar à parte a oportunidade de se defender.
	Exigências para o exercício da Ampla Defesa:
	1ª. A parte precisa se defender de forma prévia/antes do julgamento, devendo os procedimentos e as penas estarem definidos/predeterminados;
	2ª. À parte é assegurado o livre acesso ao processo/às informações. Atenção! Normalmente, em processos administrativos, a carga é vedada, porém a cópia dos autos é permitida;
	3ª. À parte é assegurado o direito de produzir provas, devendo o julgador avaliá-la quando da apreciação do processo;
	4ª. É facultativa a presença do advogado (defesa técnica) no Processo Administrativo Disciplinar. Vide a Súmula 343 do STJ:
Súmula 343 do STJ: “É obrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo administrativo disciplinar.”
	Diante a edição da Súmula 343 do STJ, os servidores processados e demitidos, mesmo antes desta, sem a observância da presença de advogado, retornaram ao cargo de origem com todas as vantagens.
	Tal situação estava trazendo muito prejuízo à administração. A matéria foi levada ao STF que editou a Súmula Vinculante nº 5.
Súmula Vinculante nº 5 do STF: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a constituição.”
	5ª. Direito de Recurso, ou seja, levar a matéria para uma nova análise. Atenção! A exigência de depósito prévio é inconstitucional. Vide a Súmula Vinculante nº 21 do STF e Súmula 373 do STJ.
Súmula Vinculante nº 21 do STF: “É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.”
Súmula 373 do STJ: “É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo.”
	Análise da Súmula Vinculante de nº 3 do STF:
Súmula Vinculante nº 3 do STF: “Nos processos perante o tribunal de contas da união asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.”
Atenção! Os atos de concessão de aposentadoria, reforma e pensão são atos administrativos complexos, ou seja, ocorrem 2 manifestações de vontade em órgãos diferentes. Na parte final da súmula pode-se concluir que o servidor não terá o Contraditório observado perante o Tribunal de Contas da União. Entretanto, terá seu direito ao contraditório observado perante a Administração Pública.
	A jurisprudência do STF entende que, se passados 5 anos do deferimento da aposentadoria, reforma ou pensão do servidor pela Administração Pública e o Tribunal de Contas da União ainda não decidiu a respeito do ato, o servidor terá direito ao Contraditório e Ampla Defesa, assegurado, também, no TCU. É o chamado “Temperando a Súmula Vinculante nº 3 do STF”.
Princípio da Continuidade
	Dispõe que o Serviço Público tem que ser prestado de forma ininterrupta, de forma contínua.
	1. Direito de Greve 
	É um direito assegurado no art. 37, VII da CF, nos limites de lei ordinária específica.
	Até a EC 19/98, a exigência era por lei complementar. Hoje, é por lei ordinária.
	O termo “lei específica” significa que a lei deve tratar apenas do direito de greve dos servidores.
	Trata-se de norma de eficácia limitada.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
	A matéria já foi inúmeras vezes decidida no STF em fase de Mandando de Injunção. O STF comunicava o Congresso Nacional para que este legislasse, porém a Casa Legislativa mantinha-se inerte.
	Diante a inércia do Poder Legislativo, o STF decidiu no julgamento dos MI 670, MI 708 e MI 712 que o Mandado de Injunção poderá ter efeitos concretos até que seja editada a Lei de Greve para os servidores públicos, aplicando-se ao caso a lei de greve do trabalhador comum no que couber (Lei 7.783/89).
	O STF decidiu ainda que a matéria apreciada nos Mandados de Injunção supramencionados terá efeito “erga omnes”. Vide as Ementas (MI 708 – mais completa).
	2. Corte do Serviço
	Previsão: art. 6º, §3º, da Lei 8.987/95
Art. 6º. Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. (...)
§3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
	O serviço público, por exemplo: fornecimento de energia elétrica, poderá ser cortado em 2 hipóteses:
	1ª hipótese: em razão de emergência;
	2ª hipótese: com aviso prévio, por razões de ordem técnica ou segurança das instalações ou por inadimplemento do usuário.
Atenção! A corrente majoritária diz que em nome do Princípio da Supremacia do Interesse Público, do Princípio da Continuidade para a Coletividade em Geral e do Princípio da Isonomia é possível cortar serviços essenciais com o fundamento de que não pode haver prejuízo para prestadora. Excepcionalmente, os serviços poderão ser mantidos.
	A jurisprudência reconhece que se o usuário inadimplente é o Estado, o serviço poderá ser cortado, com algumas ressalvas, por exemplo, não se pode cortar a energia de um hospital.
Princípio da Presunção de Legitimidade
	Os atos administrativos gozam de presunção de legitimidade.
	significa gozar de Presunção de Legitimidade (obedece as regras da moral), Presunção de Legalidade (de acordo com a lei) e Presunção de Veracidade (corresponde com a verdade).
	Trata-se de uma presunção relativa - “Iuris Tantum”: admite prova em contrário.
Atenção! A consequência prática da presunção de legitimidade é a aplicação imediata dos atos administrativos. Posteriormente, a legitimidade poderá ser contestada.
	O ônus da prova é de quem contesta, ou seja, normalmente, será do administrado.
Princípio da Autotutela
	Dispõeque a Administração Pública poderá rever os seus próprios atos, tanto quanto à conveniência ou legalidade.
	Se a Administração rever um ato por este ser ilegal, haverá a anulação.
Falta de legalidade anulação
	Se o ato deixar de ser conveniente, será revogado.
Falta de conveniência revogação
	Segundo a Profª. Maria Sílvia Di Pietro, o Princípio da Autotutela além de dar ao Estado o poder de rever seus próprios atos, traz ainda para este um dever de zelo/cuidado com seu próprio patrimônio e interesses.
Princípio da Especialidade
	Traz a ideia de que a Administração Pública, especialmente a Indireta, está vinculada às finalidades para as quais foram criadas.
	Os entes da Administração Direta criam os entes da Administração Indireta por meio de lei que definirá a finalidade específica do órgão. Tais entes descentralizados estão vinculados/presos a essa finalidade prevista na lei de criação.
	Tal finalidade prevista na lei, na criação, não poderá ser modificada por ato do administrador. Apenas através de uma nova lei poderá ser introduzida uma nova finalidade.
	Tal princípio surgiu, inicialmente, para as pessoas da Administração Pública.
	Atualmente, tal princípio é aplicado para todos os órgãos da Administração Pública.
Organização da Administração Pública
	1. Formas de Prestação da Atividade Administrativa
	a) atividades prestadas pelo núcleo da administração (Administração Direta – entes políticos): prestação centralizada.
	Para o aperfeiçoamento da prestação, muitos desses serviços foram transferidos para outras pessoas da administração indireta ou para particulares.
	b) atividades prestadas por outras pessoas: prestação descentralizada.
	Se a atividade é distribuída para outra pessoa/ente chamamos de Forma Descentralizada de Prestação da Atividade.
Ex.: serviço de transporte público deslocado para empresa privada.
Atenção! A descentralização pressupõe uma nova pessoa que pode ser física ou jurídica. Normalmente, ocorre para uma pessoa jurídica, porém é permitida também para pessoas físicas.
	Não há hierarquia ou subordinação entre a Administração Direta e os particulares prestadores de serviços (descentralização). O que existe, neste caso, é um controle/fiscalização da atividade.
	Se o deslocamento da atividade é realizado dentro da mesma pessoa/ente, chamamos de Forma Desconcentrada da Prestação da Atividade.
Ex.: se a atividade é deslocada de um Ministério “A” para o “B” (ambos são da União).
	Na hipótese de desconcentração, há relação de hierarquia com subordinação.
	Desconcentração
	Descentralização
	Ocorre na mesma pessoa/ente administrativo e existe relação de hierarquia e subordinação;
	Ocorre por meio de outra pessoa/ente administrativo e Não existe hierarquia, mas uma fiscalização/controle da atividade.
Atenção! Se o deslocamento é realizado entre os Entes Políticos chamamos de Deslocamento Político (estudado em Direito Constitucional – nos capítulos de Repartição de Competência) que é diferente do Deslocamento Administrativo.
	A Descentralização Administrativa se subdivide em 2 categorias:
	1º. Por outorga: significa transferir a titularidade e a execução do serviço (titularidade = “domínio sobre o serviço”). A outorga de serviço público somente poderá ocorrer por meio de lei.
	A maioria da doutrina entende que a descentralização por outorga, considerando que a titularidade não pode sair das “mãos do Poder Público”, somente poderia ser dada às pessoas da Administração Indireta de Direito Público (Autarquias e Fundações Públicas).
	A posição minoritária da doutrina entende que a descentralização por outorga poderia ser feita para qualquer pessoa da Administração Indireta de Direito Público ou Privado, sendo vedada aos particulares.
	2º. Por Delegação: é a transferência apenas da execução do serviço, permanecendo a titularidade com a Administração.
	Pode ser feita:
por lei, a pessoas da Administração Pública de Direito Público e Privado ou;
por meio de contrato, a particulares (por exemplo: os concessionários e os permissionários);
por ato administrativo (por exemplo: a autorização de serviço – táxi e despachante).
	Outorga
	Delegação 
	- Transfere a titularidade e a execução do serviço; 
- Instrumento: Lei
	- Transfere somente a execução do serviço;
- Instrumento: lei, contrato ou ato administrativo.
Julgue a afirmativa: O Poder Público pode outorgar a concessão de serviço público a um particular. Resposta: CERTO. O enunciado não diz que a concessão é um tipo de outorga. O termo “outorgar” está no sentido vulgar, ou seja, no sentido de “dar”. Usou-se o termo por analogia ao art. 175 da CF/88 que o utiliza em sua acepção vulgar.
“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.”
	Atenção! O Serviço Notarial está previsto no art. 236 da CF/88. É uma delegação de função, é uma situação diferente, situação ímpar, caso único. Apesar de ser considerado um serviço público é exercido por um particular devidamente aprovado em concurso público. O titular do cartório desenvolve a atividade na qualidade de particular em colaboração. A CF/88 diz que deve-se fazer o concurso para tabelionato de notas e privatizar o cartório. A Administração não pode sair delegando a função de forma precária.
	A vontade da pessoa jurídica é exteriorizada, na prática, pela vontade da pessoa física escolhida para administrar. Para explicar a relação entre o Estado (pessoa jurídica) e o agente (pessoa física) foram criadas 3 teorias:
1ª. Teoria do Mandato: segundo tal teoria, o Estado e o agente constituem um Contrato de Mandato. Entretanto, a teoria foi superada, tendo em vista que o Estado sozinho não tem como celebrar tal contrato. A ideia não prosperou no Brasil.
2ª. Teoria da Representação: idealizada da maneira da tutela e da curatela, ou seja, o Estado seria um sujeito incapaz para praticar os atos da vida civil e o agente seria seu tutor ou curador. No Brasil, a ideia também não prosperou, pois a própria CF/88 diz que o Estado responderá por seus agentes pelas práticas, no exercício da função, que causem prejuízos a terceiros. A ideia não prosperou no Brasil.
3ª. Teoria da Imputação ou Teoria do Órgão: diz que o agente atuaria como se fosse o Estado. As vontades do Estado e do agente se confundem. O agente manifesta a vontade do Estado por imputação legal. O poder advém de previsão legal. Prosperou no Brasil. A lei é que dará ao agente poderes para que este atue em nome do Estado. A responsabilidade civil é da pessoa jurídica por conta dessa teoria.
Órgãos Públicos -
	São centros/núcleos especializados de competência, organizados pela Administração Pública para uma maior eficiência da atuação do Estado. Os órgãos públicos estão presentes nas pessoas da Administração Direta e Indireta (art. 1º da Lei 9.784/99).
“Art. 1º. Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
§ 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poderde decisão.”
	Características do Órgão Público:
	1ª. não tem personalidade jurídica (aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações) respondendo pelos seus atos a pessoa jurídica a qual este pertence. A responsabilidade é da pessoa jurídica a qual o órgão pertence.
Ex.: Se uma criança machuca-se em uma Escola Pública Municipal quem irá responder é o Município.
Atenção! A prefeitura é um órgão da administração municipal.
	2ª. não celebra contratos, pois não pode ser subjeito de obrigações. Entretanto, poderá realizar licitação através da pessoa jurídica. O órgão irá executar o contrato de licitação, porém quem irá responder pelas obrigações será a pessoa jurídica. Normalmente, quem assina o contrato é o Chefe do Poder Executivo, mas é possível que a lei faça delegação ao Chefe do Órgão para poder assinar e não celebrar o contrato.
	Exceção: O art. 37, §8º da CF, alterado pela EC 19/98, traz a figura do Contrato de Gestão. Este poderá ser celebrado entre entes da Administração, entre órgãos públicos ou entre administradores. Neste caso, seria permitida a celebração de contratos entre órgãos.
	A doutrina faz duras críticas ao dispositivo, argumentando que órgão não poderá ser parte em contrato e que essa regra seria inconstitucional e que o Contrato de Gestão entre administradores é inadmissível, pois neste caso, estaríamos diante de um contrato privado.
	Apesar das críticas da doutrina, o dispositivo foi incluído por uma Emenda Constitucional, ou seja, não foi declarado inconstitucional e é válido.
	3ª. o órgão poderá ter CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, assim como o CPF, criado pela Receita Federal para o controle do fluxo de dinheiro). A Receita Federal diz que, apesar do órgão não ter personalidade jurídica, irá ter recurso orçamentário, fluxo de dinheiro e terá inscrição no CNPJ para fiscalização/controle desse capital.
Previsão: Instrução Normativa nº 1.210 de 16 de novembro de 2011.
Atenção! A doutrina diz que apesar do órgão não ter personalidade jurídica poderá, excepcionalmente, ir a juízo, como sujeito ativo, em busca de prerrogativas funcionais. Ler o artigo “Personalidade Judiciária” de José dos Santos Carvalho Filho, no site.
Exemplo: A Câmara Municipal é um órgão público do Município e recebe duodécimo repassado pelo prefeito para arcar com seus gastos. Caso o prefeito não faça esse repasse, a Câmara Municipal poderá ir a juízo em busca do duodécimo, ou seja, em busca de uma prerrogativa funcional.
Obs.: Dependendo da organização da Administração e da estrutura do ente, quando o órgão for a juízo poderá ter representação própria. A lei irá prever se a atribuição será exclusivamente da Procuradoria ou não.
	CARACTERÍSTICAS do órgão administrativo
	Não possui personalidade jurídica – não é sujeito de direitos e obrigações. Exceção: sujeito ativo em juízo na busca por prerrogativas funcionais
	Não celebra contratos
	Pode ter CNPJ em face da fiscalização da receita federal no fluxo de dinheiro, recurso orçamentário do órgão.
	Classificação do Órgão Público:
	1. De acordo com a posição estatal:
	1.1. Independentes: são aqueles que gozam de independência, ou seja, significa que não sofrem qualquer relação de subordinação. Existe um controle e fiscalização, porém não há subordinação ou hierarquia. Em suma, são os comandos de cada um dos poderes. 
Exemplo: a Presidência, Governadorias, Prefeituras; Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais; Tribunais e Juízes Monocráticos.
	1.2. Autônomos: são aqueles que gozam de autonomia, ou seja, significa que estes gozam de uma ampla liberdade, porém são subordinados aos Órgãos Independentes.
Exemplo: Ministérios, Secretarias (estaduais e municipais).
Atenção! Na estrutura administrativa, o entendimento da doutrina é que o Ministério Público e o Tribunal de Contas seriam órgãos autônomos.
	1.3. Superiores: são aqueles que têm poder de decisão, porém não gozam de independência e nem autonomia. Estão subordinados aos órgãos anteriores.
Exemplo: Gabinetes e Procuradorias.
	1.4. Subalternos: são aqueles que não têm poder de decisão. São chamados de órgão de mera execução. Exemplo: Zeladoria, Almoxarifado, Seções Administrativas (Departamento de Recursos Humanos ou de Expediente).
	2. De acordo com a estrutura:
	2.1. Simples: é aquele que não tem outros órgãos agregados à sua estrutura. Não há ramificação ou subdivisão. Exemplo: Gabinetes.
	2.2. Composto: é aquele que tem ramificações, subdivisões ou desdobramentos. Ex.: os postos de saúde e hospitais são ramificações frente à Secretaria de Saúde. Escolas e Delegacias de Ensino.
	3. De acordo com a atuação funcional:
	3.1. Singular: também são chamados de órgãos unipessoais. São aqueles nos quais a tomada de decisão é feita por um único servidor.
Exemplo: Presidência, prefeitura e os juízos monocráticos.
	3.2. Colegiado: é aquele composto por vários agentes, onde a tomada de decisão é coletiva.
Exemplo: Tribunais e Casas Legislativas.
Pessoas da Administração Indireta
Autarquias (Consórcios Públicos; Agências Reguladoras; Conselhos de Classe; Agências Executivas);
Fundações Públicas;
Empresas Públicas;
Sociedade de Economia Mista.
Características das Pessoas da Administração Indireta
	1ª. Personalidade Jurídica Própria significa que podem ser sujeitos de direitos e obrigações. Ex.: se o motorista de uma autarquia atropelar uma pessoa, quem irá responder por seu ato será a própria autarquia.
	As pessoas jurídicas da Administração Indireta têm receita e patrimônio próprios. O capital pode ser decorrente de repasse da Administração Direta ou da sua atividade. Gozam de autonomia administrativa, técnica e financeira. Entretanto, não gozam de autonomia política, ou seja, não têm o poder de legislar. Nem mesmo a Agência Reguladora, que poderá apenas editar Normas Técnicas que servirão de regulamentação da lei.
	2ª. Criação e Extinção da Pessoa Jurídica (art. 37, XIX da CF) somente ocorrerá através de lei. Dependendo da situação, a lei poderá criar ou autorizar a criação.
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;”
	Lei ordinária específica cria autarquia e autoriza a criação de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação. Qual seria a diferença entre “criar” e “autorizar a criação”?
Resposta: Quando a CF/88 prevê que a lei cria, a existência da lei de criação de uma autarquia é suficiente para que esta exista no mundo jurídico. Quando a lei autoriza a criação, para que a pessoa jurídica exista efetivamente precisará do Registro no órgão competente. Se a pessoa tem natureza civil, o registro será no Cartório. Se a pessoa jurídica tiver natureza empresarial, o registro será na Junta Comercial. Se a lei cria, a lei extingue. Se a lei autoriza a criação, a lei autoriza a extinção. Atenção! Lei complementar definirá as possíveis finalidades da Fundação Pública de Direito Privado.
	O que significa Fundação?
Resposta: é um patrimônio destacado por um fundador, para uma finalidade específica. É um patrimônio personalizado. Os doutrinadores clássicos usam a expressão “Universitas Bonorum”.
	Podem ser dividas em 2 categorias:
Fundação Privada: é aquela fundada por um particular (estudada no Direito Civil).
	Fundação Pública: é aquela fundada pelo Poder Público.
	A Fundação Pública pode ser instituída sob o regime de Direito Público ou Direito Privado.
	A Fundação Pública de Direito Público é uma espécie de autarquia chamada de Autarquia Fundacional, ou seja, se é espécie de autarquia écriada por lei e o que for aplicado a autarquia é aplicado às autarquias fundacionais.
	A Fundação Pública de Direito Privado é chamada de Fundação Governamental. Segue o mesmo Regime Jurídico da Empresa Pública e da Sociedade de Economia Mista, ou seja, a lei irá autorizar a sua criação e o que for aplicado para as Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista é aplicado nas Fundações Governamentais (Fundações públicas com regime de direito privado). 
 Fundações públicas de regime de direito público autarquias fundacionais;
 Fundações públicas de regime direito privado fundações governamentais.
Atenção! A doutrina majoritária, a jurisprudência e o próprio STF entendem que a “fundação” mencionada no art. 37, XIX da CF é a Fundação Pública de Direito Privado.
	Para Ely Lopes Meireles, toda Fundação Pública deveria ser de Direito Privado.
	Para Celso Antônio bandeira de Melo, toda Fundação Pública deveria ser de Direito Público.
	Segundo o STF, poderá haver Fundações Públicas de Direito Público ou Direito Privado.
	3ª. Não têm fins lucrativos, significa não ser criada para o lucro. O objetivo não é o lucro, entretanto é possível que este venha a ocorrer.
Atenção! As Empresas Públicas e a Sociedade de Economia Mista também podem ser criadas para explorar a atividade econômica, porém o objetivo não será o lucro (art. 173 da CF). O objetivo será a manutenção da segurança nacional e o interesse coletivo.
“Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.
§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
§ 3º - A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.
§ 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
§ 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.”
	4ª. Finalidade Específica: significa que estão vinculadas a finalidade definida na sua lei de criação. Aplica-se o Princípio da Especialidade.
5ª. Sujeitam-se a controle significa que não há relação de subordinação para com as pessoas da Administração Direta e, sim, de fiscalização. Por exemplo: Tribunal de Contas, CPI, o Poder Judiciário e do próprio Poder Executivo, através da chamada Supervisão Ministerial realizada pelo Ministério, de acordo com o ramo da atividade; Controla receitas, despesas, cumprimento das finalidades e nomeia os dirigentes da Pessoa Indireta. Normalmente, o Chefe do Executivo nomeia, de forma livre, os dirigentes. Excepcionalmente, dependerá da aprovação do Congresso Nacional. A maioria da prévia aprovação do Senado Federal, caso da Agência Reguladora e do Banco Central. 
Pessoas Jurídicas da Administração Indireta
	1. Autarquias: é pessoa jurídica de Direito Público e serve para prestar atividades típicas de Estado (Serviços Públicos). O seu regime é muito semelhante ao da Administração Direita. As 5 características comuns serão aplicadas.
	Regime Jurídico:
	1º. Os atos praticados pelas autarquias são Atos Administrativos. Estes têm regime próprio dos atos administrativos, gozando de Presunção de Legitimidade, Autoexecutoriedade e Imperatividade.
	2º. Os contratos celebrados pelas autarquias serão Contratos Administrativos. A autarquia está sujeita à Licitação e a Lei 8.666/93. Consequentemente, também existirão as Cláusulas Exorbitantes (art. 58 da Lei - próprias dos contratos administrativos).
	3º. A Responsabilidade Civil é a mesma do Estado. Está sujeita ao art. 37, VI da CF, por ser pessoa jurídica de Direito Público. Aplica-se, em regra, a Teoria da Responsabilidade Civil Objetiva, bastando que se demonstre o nexo de causalidade e o dano causado pelo Estado, não interessando se houve dolo ou culpa por parte do agente. O Estado poderá ser chamado à responsabilidade de forma subsidiária (em 2º plano).
	Sendo caso de omissão, grande parte da jurisprudência aplica ainda a Teoria da Responsabilidade Civil Subjetiva. Embora, decisões proferidas recentemente apliquem a esse caso a Teoria da Responsabilidade Civil Objetiva.
(CESPE) Julgue a assertiva: O Estado responde objetivamente por ato de autarquia. (V)
Em relação ao elemento culpa, a responsabilidade poderá ser objetiva ou subsidiária.
	Em relação à ordem, a responsabilidade poderá ser solidária ou subsidiária.
Conclusão: O Estado responde objetivamente e subsidiariamente por ato de autarquia.
Bens Autárquicos: são bens pertencentes à pessoa pública e seguem o Regime dos Bens Públicos.
	Regras:
	1ª. Os bens públicos são, em regra, inalienáveis.
	Parte da doutrina entende que tais bens são alienáveis de forma condicionada ou inalienáveis de forma relativa. Somente poderão ser alienados quando observadas as condições previstas no art. 17 da Lei 8.666/93.
	2ª. Os bens públicos são impenhoráveis.
	Não podem ser objeto de penhora, arresto e sequestro.
Penhora é aquela restrição feita a um determinado bem do devedor que ocorre dentro de uma Ação de Execução, para garantir o cumprimento da obrigação.
Arresto e Sequestro são cautelares típicas e serão utilizadas para proteger a futura penhora.
	A Cautelar de Arresto serve para bens indeterminados.
	A Cautelar de Sequestro serve para bens determinados.
	3ª. Os bens públicos não podem ser objeto de oneração.
	Diz respeito a Direito Real de Garantia. Os bens públicos não podem ser objeto de penhor, hipoteca e anticrese.
Penhor é Direito Real de Garantia sobre bens móveis e ocorre fora do juízo.
Hipoteca é Direito Real de Garantia sobre bens imóveis e ocorre fora do juízo.
Anticrese é um Direito Real de Garantia no qual o credor explora o patrimônio do devedor e o fruto dessa exploração irá servir para quitar a dívida. Está em desuso.
	4ª. Os bens públicos são imprescritíveis.
	Os bens públicos não podem ser objeto de prescrição aquisitiva.
	Não cabe usucapião de bens públicos.
Atenção! Entretanto, o Poder Público poderá usucapir bens particulares.
	5ª. A garantia do pagamento dos débitos judiciais da Administração Pública é realizada através de Precatórios (art. 100 da CF).
Regime de Precatórios: é uma fila constituída de acordo com a ordem cronológica de apresentação dos precatórios pelos credores do Estado.
Cada autarquia terá o seu próprio Regime de Precatórios (fila própria para pagamento de precatórios).
	O prazo prescricional nas ações contra a autarquia é, em regra, quinquenal (5 anos - Decreto 20910/32).
Atenção! Em caso de Reparação Civil, o entendimento majoritário da doutrina e a jurisprudência do STF e STJ é de 5 anos.
	Procedimentos Financeiros:
	As autarquias estão sujeitas à Contabilidade Pública (Lei 4.320/64) e à Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000).Regime Processual:
	A autarquia terá tratamento de Fazenda Pública no processo.
	Terá prazo diferenciado e direito a reexame necessário.
	Prazo (art. 188 do CPC): em (4x) quádruplo para contestação e em (2x) dobro para interpor recurso.
	Direito a Reexame Necessário (art. 475 do CPC): proferida a sentença, independentemente de recurso voluntário, isto é, da vontade das partes de recorrer, o processo será encaminhado ao Tribunal (Duplo Grau de Jurisdição Obrigatório).
Se a decisão depende de Reexame Necessário e este não é feito, esta não produzirá trânsito em julgado.
	O Reexame Necessário não é a regra absoluta. Comportando 2 Exceções:
se a ação for de até 60 salários-mínimos ou;
se a matéria já foi decidida pelo Pleno do Tribunal.
	Regime Tributário:
	O art. 150, VI, “a” da CF traz a Imunidade Recíproca.
	Significa que um ente não poderá instituir impostos a outro ente político.
	Cabível apenas para a cobrança de impostos, podendo ser cobradas taxas e contribuições.
	O art. 150, §2º da CF estende a Imunidade Recíproca às autarquias.
	A Imunidade Recíproca extensível a autarquias não é absoluta. Pois esta será extensível a autarquias apenas no que diz respeito a sua finalidade específica.
Ex.: se a autarquia possui um bem que não está englobado na finalidade específica, neste ensejará impostos.
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.”
	
Regime de Pessoal:
O quadro de pessoal das autarquias é composto de servidores públicos, sujeitos a Regime Jurídico Único. Aplicação da ADI 2135. 
 Todos devem ser estatutários ou todos devem ser celetistas.
	Exemplo de Autarquias: INSS, INCRA, Universidades Federais (UFPB, UFRJ).
- Espécies de Autarquias
	1. Autarquias Territoriais
	Correspondem aos nossos Territórios previstos na CF.
	Território não é ente político e não possui autonomia.
	Apesar de não ser uma pessoa prestadora de serviços públicos e não ter nenhuma característica específica de autarquia, os Territórios são considerados Autarquias Territoriais. Na superveniência de algum novo território, a discussão a respeito do assunto poderá vir a baila, tendo em vista que tal classificação não é adequada.
	2. Conselhos de Classe
	Surgiram no Brasil com natureza de autarquias.
	São as chamadas “Autarquias Profissionais”.
	Exercem Poder de Polícia dentro de determinada atividade profissional.
	Com o advento da Lei 9.649/98, o Conselho de Classe passou a ter natureza jurídica de Direito Privado. A matéria foi levada ao STF (ADI 1717) que entendeu que Conselho de Classe exerce Poder de Polícia e, em nome da Segurança Jurídica, tal poder não poderá ser exercido por pessoa privada, declarando a Lei 9.649/98 inconstitucional. Diante a decisão do STF, os Conselhos de Classe voltaram a ter natureza de Direito Público.
	A anuidade cobrada pelo Conselho de Classe tem natureza tributária. Trata-se de uma contribuição. O não pagamento gerará o ajuizamento de uma Execução Fiscal. O Conselho de Classe está sujeito à contabilidade pública e à fiscalização do Tribunal de Contas. Em regra, está sujeito a concursos públicos.
	O STJ e STF, aplicando o Estatuto da OAB, decidiu que a sua anuidade não tem caráter tributário, portanto o seu não pagamento gerará Execução Comum. A OAB não está sujeita a contabilidade pública e não há fiscalização do Tribunal de Contas.
	O Estatuto da OAB dispõe que o quadro de pessoal da OAB é celetista, na época era possível. O PGR, no entanto diante a falta de regulamentação, ajuizou a ADI 3026 com o objetivo de reconhecer a exigência de concurso público para contratação.
	O STF entendeu que não procede a informação de que a OAB sujeita-se aos ditames da Administração Pública Direta e Indireta. Alegou que a OAB é um serviço independente e trata-se de uma pessoa jurídica ímpar. Não se sujeitando ao controle da Administração, por gozar de autonomia e independência. Possui uma finalidade institucional, portanto incabível a exigência de concurso público para a contratação de pessoal.
	A OAB continua tendo direitos de pessoa pública (Imunidade Tributária, contagem diferenciada de prazos processuais, dentre outros). Entretanto, não tem obrigações de pessoas públicas.
	Diante a discussão, dois outros Conselhos de Classe ajuizaram ação requerendo a inexigência de contratação por meio de concurso público, porém o pedido foi negado. A jurisprudência majoritária entende que ainda há a exigência para os demais Conselhos.
	3. Autarquias de Regime Especial (1ª parte)
	Trata-se de uma autarquia que terá um tratamento diferenciado em algumas situações.
	O termo”Autarquias de Regime Especial” é utilizado para as Universidades Públicas.
	As Universidades Públicas têm como Regime Especial:
a escolha do dirigente que são escolhidos por eleição;
goza de mais liberdade, esta para definir a sua Grade Curricular (Autonomia Pedagógica);
	3. Autarquias de Regime Especial (2ª parte)
	Trata-se de uma autarquia que terá um tratamento diferenciado em algumas situações.
	O termo”Autarquias de Regime Especial” é utilizado ainda para as Agências Reguladoras.
	A partir de 1995, o Governo Brasileiro instituiu a ideia de que deveria “enxugar” a máquina, privatizando várias estatais e desestatizando alguns serviços, para busca da melhor eficiência.
	Com Política Nacional das Desestatizações houve a criação das Agências Reguladoras para controlar os serviços prestados pelo particular.
	O controle exigido pela Agência Reguladora não é uma novidade, tendo em vista que o Estado já exercia tal fiscalização. A novidade está apenas para o nome “Agência Reguladora” copiado do Direito Norte-Americano com a ideia de dar credibilidade.
	Regime Especial:
	O Regime Jurídico da autarquia serve para as Agências Reguladoras com algumas peculiaridades.
	Características:
	1ª. A função desenvolvida pela Agência Reguladora qual seja normatizar, regular, controlar, fiscalizar diversas atividades. Age de forma complementar à Lei, definindo normas técnicas complementares a previsão legal. A doutrina defende que, por causa dessa característica, as Agências Reguladoras gozam de mais autonomia.
Atenção! As Agências Reguladoras não podem legislar. Agem apenas complementando o que já está previsto na lei.
	2ª. A nomeação ou investidura especial dos dirigentes que depende da prévia aprovação do Senado Federal para a nomeação do Presidente da República.
	3ª. O dirigente assume com mandato de prazo fixo. O prazo do mandato será definido pela lei de cada agência. Entretanto, existe um projeto de lei tendente a unificá-lo em 4 anos, não coincidentes com o Presidente da República (o Presidente assumiria em um ano e, no posterior, cessaria o mandato do dirigente da agência).
	4ª. O dirigente apenas sairá antes de cessar o prazo do mandato, no caso de condenação ou renúncia. O Presidente não poderá exonerar o dirigente de forma livre.
Atenção! Encerrado o mandato, existe o Prazo de Quarentena que corresponde a 4 meses, salvo algumas agências que estabelecem prazo de 12 meses, no qual o dirigente da agência irá ficar afastado da iniciativa privada naquele ramo de atividade.
	Regime Jurídico:
	1. Licitação: o STF decidiu que como a autarquia, também está sujeita à Licitação (Lei 8.666/93). Poderia ter 2 modalidades específicas: pregão e consulta (ADI 1668).
Obs.: Apenas a consulta continua sendo a modalidade específica da Agência Reguladora, porém a matéria ainda precisa de regulamentação.
	2. Regime de Pessoal: A Norma Geral das Agências Reguladoras (Lei 9.986/2000) diz que o pessoal da agência seria de contrato temporário e celetista. A matéria foi objeto da ADI 2310 e o STF

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