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FISIOLOGIA DO SISTEMA ENDÓCRINO As células se comunicam por hormônios e estímulos nervosos. Alguns neurônios secretam neurotransmissores na circulação que agem como hormônios. Existem células especializadas em produzir estas substâncias químicas, que fazem comunicação à longa distância. Hormônios São mensageiros químicos celulares, secretados na corrente sanguínea, que agem a longas distâncias. Existem três sistemas hormonais para definir o quão longo é a ação do hormônio: Endócrino – age à longas distâncias. Ex. insulina. Paracrino – age próximo ao local de liberação, ou seja, curta distância. Ex. gastrina. Autócrino – pode influenciar a produção da própria célula que o produziu. Natureza Química dos Hormônios Os hormônios pertencem a três grupos de acordo com sua natureza: Peptídeos – molécula grande, hidrossolúvel, formada por aminoácidos. São complexos e sintetizados por transcrição gênica, e sua degradação ocorre por enzimas proteolíticas no fígado, para depois serem secretados no rim. Esteróides – o colesterol é o principal esteroide, e a partir dele uma série de substâncias são produzidas, inclusive hormônios. São lipossolúveis, sintetizados por atividade enzimática intracelular. *A vitamina D é um hormônio esteroide não clássico, que estimula a absorção de cálcio. Aminas – aminoácidos modificados em hormônios, que podem ser lipossolúveis ou hidrossolúveis. Adrenal - a partir da tirosina forma a dopamina, adrenalina e noradrenalina, Tireoide – a partir da tirosina forma a triiodotironina (T3) e Tiroxina (T4). Os hormônios também podem ser: Hidrossolúveis - são secretados em vesículas, pois não atravessam a membrana lipídica da célula, sendo transportados pela corrente sanguínea livremente. Lipossolúveis - podem atravessar a membrana lipídica e são transportados pela circulação ligados a proteínas de transporte, que além desta função também os armazena, permitindo sua liberação gradual na forma ativa, prolongando sua duração, pois os hormônios tem meia-vida curta *Meia-Vida Curta – tempo que uma substância leva para ser reduzida pela metade. Principais Glândulas Endócrinas e Seus Hormônios Hipotálamo – grande centro regulador da homeostase, que promove comunicação entre os tecidos, produzindo hormônios que atuam como ativadores ou inibidores da liberação de outros hormônios. Entre estes hormônios temos: TRH – hormônio hipotalâmico liberador da tireotropina; CRH - hormônio hipotalâmico liberador da corticotropina; GNRH - hormônio hipotalâmico liberador da gonadotropina; GHRH - hormônio hipotalâmico liberador da somatotropina; SRIF - hormônio hipotalâmico inibidor da liberação de somatotropina; PIF - hormônio hipotalâmico inibidor da prolactina (dopamina tem a mesma ação). Hipófise – estimulada pelo hipotálamo, produz uma série de hormônios importantes. É uma glândula localizada na base do encéfalo (sela túrcica), e é dividida em duas partes: Adenohipófise – que produz: TSH – hormônio estimulante da tireoide. ACTH – hormônio estimulante do córtex adrenal. FSH – hormônio folículo estimulante. LH – hormônio luteinizante (esteroides sexuais). GH – hormônio de crescimento Prolactina – hormônio que estimula a produção de leite, Neurohipófise – que produz: Ocitocina – hormônio que estimula a ejeção de leite e contração do útero gravídico. ADH – hormônio antidiurético (vasopressina) Tireoide – produz dois hormônios principais, que atuam no metabolismo: T3 – triiodotironina T4 – tiroxina Além de um hormônio produzido pelas células parafoliculares que é a: Calcitonina – estimula a incorporação de cálcio na matriz óssea. Paratireóide – glândula anexa à tireoide que produz o antagonista da calcitonina: Paratormônio – estimula a degradação de matriz óssea. Adrenal – glândula pequena no polo cranial do rim que produz: No cortex: Cortisol – age no metabolismo de carboidratos. Aldosterona –age no metabolismo de minerais. Na medula: Adrenalina e noradrenalina Pâncreas – glândula anexa que produz: Insulina – estimula a captação de glicose. Glucagon – estimula a degradação de glicogênio. Somatostatina – hormônio gastrointestinal. Ovário – produz: Estradiol Progesterona Testículo – as células de Leydig produzem: Testosterona *Nada implica que estes são os únicos hormônios, pois além da vitamina D, o estômago, o intestino e os rins produzem hormônios próprios. Regulação Hormonal Ocorre por dois mecanismos de retroalimentação (feedback): Feedback-negativo – é o mais comum, ao aumentar ou diminuir a secreção de um hormônio ele age autolimitando a secreção, ou seja, ações biológicas do hormônio, inibem direta e indiretamente sua secreção acima ou abaixo do necessário. Feedback-positivo – é menos comum, com ação explosiva e autoreforçada, como ocorre na liberação de ocitocina quando o feto passa pela cervix, que aumenta gradualmente até que o feto saia e a estimulação cesse. Além dos feedbacks temos o ritmo circadiano, onde de acordo com o horário em torno de um dia a secreção de alguns hormônios é regulada. Cortisol – tem seu pico pela manhã, imediatamente antes de acordar, mas é necessário a secreção de ACTH antes, e ao mesmo tempo há um feedback-negativo controlando desregulações na secreção. Melatonina – segue um ritmo convexo ao cortisol. Regulação de Receptores Hormonais Além dos hormônios, a resposta é determinada pelo número (ou diversidade) e sensibilidade de receptores no tecido. Infrarregulação (down-regulation) – o hormônio diminui a expressão de receptores para ele próprio e para outro hormônio. Suprarregulação (up-regulation) – o hormônio aumenta expressão de receptores e a sensibilidade para ele próprio e para outro hormônio. Mecanismos Celulares de Ação Hormonal Hormônios atuam de forma genérica, o que depende principalmente de sua natureza química, ou seja, se ele vai ou não penetrar a membrana lipídica. Hormônios esteroidais e tireoidianos – atravessam a membrana e ligam-se a receptores presentes no citoplasma ou no núcleo da célula. Estes ativam genes específicos, com consequente produção de RNAm, havendo síntese de proteínas que podem ter função estrutural ou enzimática. Hormônios peptídicos – não atravessam a membrana, e se ligam à receptores na superfície da célula, induzindo a ativação de segundos mensageiros. Neste caso os receptores podem ser: Acoplados à proteína G – quando a proteína G é ativada, sistemas efetores intracelulares são ativados, que podem ser: Adenilato Ciclase (sistema AMPc): 1) O receptor é ativado, e a subunidade α, que é acoplada ao GTP se separa das subunidades β e γ; 2) A subunidade α se liga à enzima adenilato ciclase, que aumenta a produção de AMPc a partir do ATP (não usado como fonte energética); 3) O AMPc ativa a enzima proteina quinase que ativará diversas outras enzimas causando respostas celulares. *Nervo simpático libera noradrenalina, que ativa este sistema, causando a contração do músculo cardíaco. Sistema IP3: 1) O receptor de proteína G é ativado, e a subunidade α que contém GTP se liga e ativa a enzima fosfolipase-C; 2) A fosfolipase-C, através da degradação de fosfolipídios de membrana, libera diacilglicerol e IP3 (inusitol trifosfato); 3) O IP3 mobiliza o cálcio do retículo endoplasmático; 4) Juntos, cálcio e diacilglicerol, ativam uma série de outras proteínas celulares, levando ao efeito fisiológico. Receptores Catalíticos: tem ativaçãointrínseca com atividade enzimática, onde: 1) A ativação da ganilil ciclase converte GTP em GMPc; 2) O GMPc é o segundo mensageiro que irá levar proteínas à resposta fisiológica; 3) A ativação da tirosinoquinase induz uma série de transdutores de sinal e ativadores de transcrição (STAT), o que leva à transcrição de novos RNAm e consequentemente síntese de proteínas *O GH e a insulina utilizam este mecanismo. HIPÓFISE (pituitária) É uma pequena glândula localizada na base do encéfalo (sela túrcica), é ligada anatomicamente ao hipotálamo, considerada a maestra das glândulas endócrinas, ou seja, controla todo o organismo. Em mamíferos a pars intermedia não produz hormônios. A hipófise é morfológica e funcionalmente dividida em duas regiões diferentes: Neurohipófise (hipófise posterior) Composta de tecido nervoso, possui neurônios que secretam hormônios, que são: Ocitocina – hormônio produzido no hipotálamo e secretado na neurohipófise durante: Sucção do leite – é principal estímulo (mas não o único), os neurônios no mamilo recebem o estímulo que vai por via sensitiva para o hipotálamo e a resposta é a liberação da ocitocina, o que também pode ocorrer com a percepção do lactente, ocorrendo então a ejeção do leite. Dilatação do colo uterino gravídico – corresponde a um feedback-positivo, onde a passagem do feto pela cervix manda estímulos por via sensitiva para o hipotálamo, que como resposta comanda a produção de ocitocina, este por sua vez, se liga à receptores no miométrio, elevando as contrações uterinas (reflexo de Ferguson). Ação: Ativa o sistema IP3, que como resultado mobiliza as reservas de cálcio, que se ligam a proteína calmodulina, ocorrendo então a contração uterina. Vasopressina (ADH) – hormônio produzido no núcleo supra óptico do hipotálamo e secretado na neurohipófise. Têm a função de regular a osmolaridade sanguínea por meio do aumento da permeabilidade à água na porção final dos túbulos distais e ductos coletores dos nefrons, além de ser um importante vasopressor. É liberado massivamente em situações de trauma e cirurgia. Aumentam a secreção de ADH – aumento da osmolaridade sérica, redução do volume circulante, dor, hipoglicemia, nicotina e opiáceos. Diminuem a secreção de ADH – diminuição da osmolaridade sérica, consumo de etanol, α- 2-agonistas e o peptídeo natriurético atrial (ANP). Ação: após a ativação a proteína G por receptor V2, via adenilato ciclase, ativa a proteína quinase, aumentando a expressão de aquaporinas na membrana das células dos túbulos distais e ductos coletores, aumentando assim a permeabilidade à água. Ocorre também via receptor V1, ativando o sistema IP3 mobilizando reservas de cálcio e causando a vasoconstrição. Adenohipófise Também chamada de hipófise anterior, composta de tecido glandular de origem embriológica epitelial (bolsa de Rathke), são células epiteliais que migraram do teto da faringe. Ao olhar a adenohipófise observa-se dois tipos de células: Cromófobas – células não coradas, onde acredita-se que são células que não produzem hormônios, mas sua função ainda não foi comprovada. Cromófilas – células com afinidade a corante (hematoxilina/eosina), sendo divididas em: Acidófilas – tem afinidade à eosina, divididas em dois tipos de células: Lactotropos – que produzem prolactina (PRL). Somatotropos – que produzem somatotropina (GH). Basófilas – têm afinidade à hematoxilina, dividida em três tipos de células: Corticotropos – produzem a adenocorticotropina (ACTH). Tireotropos – produzem o hormônio estimulante da tireoide/tireotropina (TSH). Gonadotropos – é a única célula que produz dois hormônios importantes, o hormônio folículo estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante/luteotrópico (LH). Efeitos dos Hormônios Adeno-Hipofisários Prolactina - no macho estimula o sistema imunológico e na fêmea estimula o desenvolvimento da glândula mamária e produção de leite. ACTH – estimula o córtex adrenal a produzir e liberar seus hormônios, no caso, os corticosteroides, principalmente o cortisol e um pouco menos a aldosterona (pois nela o mecanismo renina-angiotensina-aldosterona é mais importante). TSH – estimula a tireoide a produzir e liberar seus hormônios, no caso o T3 e o T4. FSH – a fêmea nasce com folículos primordiais que corresponde a um projeto de ovócito envolto por uma camada de células. Na puberdade alguns destes folículos são convidados a crescerem, e é o folículo terciário é o que ovula. O hormônio folículo estimulante, que estimula este crescimento (para induzir superovulação). No macho este hormônio estimula a espermatogênese. Logo o FSH forma o gameta de cada gênero. LH – antigamente este hormônio possuía uma nomenclatura machista (IGSH – hormônio estimulante das células intersticiais de Leydig), pois no macho estimula estas células a produzir e liberar testosterona. O folículo terciário está produzindo estrógeno, e o LH o estimula a ovular, liberando o ovócito envolto pela corona radiata na tuba uterina. O corpo lúteo (o que sobra do folículo) começa a produzir progesterona, que faz feedback-negativo, inibindo tanto LH quanto o FSH, fazendo o organismo ficar em espera até a fecundação. GH – hormônio anabolizante proteico, que quebra gordura (não utilizando carboidratos), e possui as seguintes funções: a) Promove o crescimento corporal estimulando metamorfoses, crescimento ósseo e cartilaginoso; *A maturidade sexual, isto é, a formação dos hormônios sexuais, promove a fusão das epífises com as diáfises dos ossos longos, com consequente desaparecimento da cartilagem de crescimento (disco epifisário). **O osso tem poucos receptores para GH, dessa forma ele não atua diretamente no crescimento ósseo, na verdade atua no fígado, produzindo nos hepatócitos IGF (insulin- like growth factor) também chamado somatomedina. ***Para crescimento são necessários vários fatores simultaneamente, como o GH, o fígado sadio, T3 e T4, insulina e uma dieta rica em carboidratos. b) Retarda o envelhecimento corporal; c) Tem função sobre o metabolismo dos lipídeos, induzindo a lipólise/catabolismo lipídico; d) Estimula o anabolismo proteico; e) Função metabólica sobre carboidratos, servindo, portanto como hormônio hiperglicemiante. *O uso exagerado de GH causa feedback-negativo na adenohipófise, estimulando tudo, até mesmo as células tumorais, podendo causar tumor de fígado. Doenças Relacionadas ao GH Excesso de GH – pode causar: Acromegalia – excesso de GH depois da puberdade, o indivíduo apresenta testa larga, aumento de mandíbula, crescimento de vertebras e ossos das mãos e pés, crescimento de tecidos moles e das cristas supraorbitárias, etc. Gigantismo – excesso de GH antes da puberdade, causando elevada estatura, problemas articulares, hiperglicemia, além de agir no pâncreas por muito tempo levando ao esgotamento pancreático. Pode causar diabetes mellitus, onde o uso de lipídeos gera corpos cetônicos (acidose metabólica), levando a morte rápida. Falta de GH – pode ocorrer: Nanismo – causado por diversos fatores como deficiência no GH, incapacidade hepática de formar IGF, desnutrição, hipotireoidismo não tratado, diabetes mellitus não tratada, pan- hipopituitarismo (deficiência em toda a adenohipófise, com queda no FSH, GH, LH, ACTH, e TSH), etc. Principais Hormônios Hipotalâmicos Para a Adenohipófise Os hormônios chegam por vasos porta hipotalâmicos hipofisários (veias que se ramificam) e ativam os seguintes eixos: GH – o somatotropo (célula) é informado pelo hipotálamo, que está noite, e através do hormônio hipotalâmico da liberação de GH (GHRH),ocorre o seguinte eixo: Durante o dia o hipotálamo libera o hormônio hipotalâmico de inibição do GH (GIRH). *somatostatina do pâncreas é o mesmo hormônio de origem diferente. FSH e LH – ao entrar na puberdade, o hipotálamo é estimulado (estímulos ambientais) a liberar o hormônio hipotalâmico da liberação de gonadotropina (GNRH), ocorrendo o seguinte eixo: Tireoide – em ambiente frio, no objetivo de produzir calor o metabolismo aumenta, para isso o hipotálamo libera o hormônio hipotalâmico da liberação de tireotropina (TRH), ocorrendo o seguinte eixo: *Neste não há inibitório Adrenal – um agente estressor estimula o hipotálamo a liberar o hormônio hipotalâmico da liberação de croticotropina (CRH), ocorrendo o seguinte eixo: *Corticotropos – produzem a molécula POMC (pro-opiomelanocortina) que se fragmenta no sangue em ACTH, β-endorfina, β-lipotrofina e MSH (Melano-cito-estimulante – importante em animal que muda de cor conforme a estação). Prolactina – único hormônio que é mais inibido que estimulado, pois ele só é liberado na lactação. A dopamina é um neurotransmissor que funciona como hormônio inibidor (PIF). *Sua estimulação ocorre pelo TRH, que também estimula lactotropos. TIREÓIDE É uma pequena glândula em forma de escudo, localizada na porção anterior do pescoço, aderida a traqueia, logo abaixo da cartilagem tireoide. Esta glândula secreta importantes hormônios que regulam o metabolismo celular (metabolismo - conjunto de reações químicas para sobrevivência e mitose). As artérias tireóideas são uma ramificação da carótida, e as veias tireóideas se unem na cava cranial. A estimulação simpática diminui o fluxo sanguíneo na tireoide, diminuindo assim a secreção de seus hormônios. A tireoide é formada por folículos tireoidianos, que é uma estrutura chamada coloide envolta de células foliculares cuboides, que produzem enzimas necessárias para síntese de hormônios, secretadas no coloide, que é onde será finalizada a produção dos hormônios e onde eles serão armazenados. Mesmo se a tireoide parar de funcionar ela manterá os níveis hormonais por um tempo, devido ao armazenamento. Funções dos Hormônios Tireoidianos Funções Metabólicas –regulam a taxa metabólica basal, além de ter ações calorigênicas para manutenção da temperatura corporal como: Síntese ou degradação de carboidratos, lipídeos e proteínas; Síntese ou hidrólise de ATP; Síntese de proteínas desacopladoras da cadeia respiratória; Estímulo para a produção de proteínas ATPases (bombas). No metabolismo de lipídeos - os hormônios tireoidianos aumentam a lipogênese no fígado, no tecido adiposo e na glândula mamária, aumentam muito a lipólise, e a degradação de colesterol, aumenta também a síntese de novo de colesterol. No metabolismo de carboidratos - os hormônios tireoidianos aumentam a absorção intestinal de carboidratos e a expressão de GLUT-4, além de estimular a glicólise e gliconeogênese. No metabolismo de proteínas - estimulam tanto a síntese quanto a degradação das proteínas celulares. Funções Sistêmicas Sistema nervoso – estimulam a multiplicação celular, a sinaptogênese na vida neonatal, a síntese de NGF (nerve growth factor) para mielinização e a manutenção da atividade do sistema ativador reticular ascendente (SARA) relacionado com o nível de atenção e cognição. Sistema cardiovascular – estimulam a síntese de proteínas importantes no tecido cardíaco, como: α-MHC (isoforma da cadeia pesada da miosina)- causa um aumento na velocidade de contração cardíaca. SERCA2 – bomba de cálcio do retículo sarcoplasmático. HCN2 e HCN4 – canais de potássio expressos no nó sinusal. Aumenta também a expressão de receptores β-adrenérgicos, aumentando a sensibilidade às catecolaminas. De modo geral os hormônios tireoidianos aumentam a frequência cardíaca, a força de contração, e uma quantidade maior destes hormônios aumentam o débito cardíaco, sem modificar a pressão arterial. Sistema respiratório – as ações neste sistema são decorrentes dos efeitos sobre a taxa metabólica basal, levando a um aumento da pCO2 e que causa queda na pO2, como consequência diminui o pH, o que estimula quimiorreceptores centrais e periféricos causando hiperventilação reflexa. Sistema musculoesquelético – Aumentam a síntese de proteínas de contração rápida (MHC), e a síntese/degradação de proteínas musculares, além de influenciar a osteogênese. Funções sobre o crescimento e desenvolvimento. Estimulam a transcrição do gene GH, aumentando sua síntese; São importantes para o crescimento pós-natal, onde crianças com hipotireoidismo tem deficiência de crescimento; Aumenta a produção de fatores de crescimento (IGFs) para desenvolvimento muscular e do sistema nervoso; Regulam a produção de surfactante na vida neonatal. Biossíntese Os hormônios tireoidianos são aminoácidos modificados que atuam como esteroides (ação transcricional). Sua produção envolve dois eventos: Produção da proteína tireoglobulina – é uma glicoproteína de alto peso molecular, que serve de matriz de aminoácidos para a síntese de hormônios tireoidianos. Nela há muitos resíduos de tirosina, sendo sintetizada pela célula folicular e secretada para o coloide. Captação de iodo – obtido na dieta, é essencial para a síntese de hormônios tireoidianos. O iodo limita a produção destes hormônios. Sua fonte é o sal de cozinha iodado, que depois de ingerido é reduzido a iodeto e absorvido no TGI. O iodeto (iodo reduzido) entra na célula folicular por transporte ativo, sofre oxidação e é lançado para o coloide, reagindo com os resíduos de tirosina presentes na tireoglobulina (pela ação da iodinase) formando uma monoiodotirosina, e reagem novamente formando diiodotirosina. Estas reações ocorrem na molécula de tireoglobulina Os hormônios finais são uma combinação destas moléculas criadas: Monoiodotirosina + diiodotirosina - forma triiodotironina (T3) Diiodotirosina + diiodotirosina – forma a tiroxina (T4) Ou seja, o acoplamento por ação enzimática das moléculas primarias formam os hormônios (todos unidos a tireoglobulina), que ficam armazenados até que a glândula seja estimulada pelo TSH, e libere- os para a corrente sanguínea. Secreção Na face coloidal existem microvilosidades, que englobam e endocitam as partículas de coloide. Dentro da célula folicular a tireoglobulina (complexa) é degradada em T3 e T4, além de T3 reverso, resíduos de monoiodotirosina e diiodotirosina, por proteólise. Os hormônios são secretados na corrente sanguínea, e o restante sofre deiodinação em tirosina e iodeto livre. Ambos tirosina e iodeto são lançados no coloide, para que possam ser reutilizados. A triiodotironina e tiroxina são lipossolúveis e se difundem facilmente pela membrana celular. Tanto o estimulo para produção quanto para secreção se deve ao TSH, que ativa segundos mensageiros (pois é proteico), estimulando a captação de iodo e produção de tireoglobulina coloidal para secretar hormônios. Transporte Os hormônios tireoidianos possuem alta lipossolubilidade, logo precisam de proteínas transportadoras: Mais de 99% é transportado; Menos de 1% fica livre. *Esta porcentagem ocorre na maioria dos medicamentos. A maior ação está nos hormônios que ficam livres (exercendo efeito biológico). A medida que essa pequena fração é utilizada, as proteínas transportadoras liberam mais: TBG – proteína ligante de hormônios da tireoide, é a mais importante; TBPA – proteína ligadora da tiroxina. *Não confundir com TGB – tireoglobulina na tireoide.Existe muito mais T3 livre que o T4 (carca de 10 vezes mais). Embora exista os dois, o T3 é o que atua no metabolismo celular, e o T4 serve como reservatório circulante. Metabolização Os hormônios que não são utilizados sofrem conjugação (ficando mais hidrossolúvel), e grande parte é eliminado junto com a bile nas fezes. Parte das moléculas podem sofrer desaminação e descarboxilação oxidativa. Nos tecidos ocorre reações de desiodação, e o T4 é transformado em T3, mas também pode gerar inativos como T3 reduzido e diiodotirosina, que serão posteriormente metabolizados no fígado. Desiodação – ocorre por ação de desiodases como as: D1 – ocorre no fígado, rim, musculo esquelético e leucócitos, depois o T3 que foi transformado volta para a circulação. D2 – ocorre na hipófise, SNC, placenta e tecido adiposos, estes tecidos não devolvem o T3, ou seja, o utilizam. D3 – faz inativação biológica, onde o T4 é transformado em T3 reverso e o T3 em T2 (ambos são formas inativas) Regulação da Secreção A regulação depende do eixo hipotálamo-hipófise-tireoide, onde o TRH (hipotalâmico) estimula a liberação do TSH (hipofisário), este por sua vez estimula a secreção de T3 e T4 na tireoide, além de estimular o crescimento da glândula. Como mostra na imagem acima o controle da secreção se dá por feedback-negativo, isto ocorre pelo aumento das concentrações de T3 e T4, estes hormônios podem infrarregular os receptores de TRH na hipófise ou estimular a liberação de somatostatina hipotalâmica que inibe a liberação de TSH. Se distúrbios ocorrerem nesses eixos, pode ocorrer hipotireoidismo ou hipertireoidismo, e o problema ou é tireoidiano ou adenohipofisário. a) Se T3, T4 e TSH aumentados – indica problema na adenohipofise, pois não está ocorrendo feedback-negativo (hipertireoidismo secundário ou de origem hipofisaria). b) Se T3 e T4, diminuídos – pode ser disfunção da tireoide (primário) ou da hipófise (secundário), onde: Os níveis de TSH estarão minimamente normais ou aumentados; Tanto T3 e T4 quanto TSH estarão diminuídos; *Em ambos o tratamento será o mesmo para hipotireoidismo Hipertrofia – hipertireoidismo, por aumento de TSH ou neoplasias Hiperplasia – hipotireoidismo, por falta de iodo, não produz T3 e T4, ativando o eixo e liberando muito TSH. Ex. bócio. Mecanismo de Ação Celular do TSH Hipofisário Ao conectar no receptor da membrana celular pode estimular duas ações: Trofismo glandular – o TSH aumenta a expressão de AMPc, que aumenta os fatores de crescimento, fazendo a célula aumentar seu DNA, RNA, além das proteínas e fosfolipídios. Na glândula as células se apresentam maiores, e maior número de células e folículos. Síntese e secreção hormonal – O TSH ativa o sistema IP3, mobilizando o cálcio do retículo endoplasmático, onde juntos cálcio e diacilglicerol ativa a captação de iodo, iodação, acoplamento, endocitose de coloide e proteólise da tireoglobulina, além da oxidação de glicose. Fatores que Afetam a Função Tireoidiana Iodo - Se a ingestão do iodo não for suficiente, ocorrerá uma diminuição nos hormônios tireoidianos, aumentando a secreção de TRH e TSH para compensar, estes hormônios aumentam os fatores de crescimento e proliferação de células foliculares como citado antes, além da síntese de triacilglicerol e aumento da atividade lisossomal e das microvilosidades. Por fim levando a um aumento no volume da glândula chamamos isto de bócio endêmico. Gestação – os estrogênios aumentam a meia vida dos hormônios tireoidianos, devido a diminuição da metabolização de proteínas transportadoras. Isto faz com que caia a fração livre destes hormônios estimulando o eixo hipotálamo-hipófise-tireoide. Além disso, os estrogênios aumentam a expressão de receptores de TRH na adenohipófise, e a gonadotrofina coriônica pode estimular os receptores de TSH na tireoide (pois ela apresenta estrutura semelhante). Glicocorticóides – diminuem a expressão dos receptores de TRH na adenohipófise, além de diminuir a atividade da D1, levando a uma queda na conversão de T4 em T3. Mecanismo de Ação Os hormônios tireoidianos penetram a membrana celular e se ligam sob a forma de T3 a receptores presentes no núcleo da célula. Ocorre a expressão de uma série de genes específicos e a síntese de proteínas celulares é aumentada, como consequência aumenta a expressão de enzimas nas células e os processos metabólicos se tornam mais intensos. Os hormônios da tireoide aumentam o metabolismo celular basal, mas algumas proteínas podem ter sua síntese reduzida sob o estímulo de T3. Fisiopatologia da Tireoide PANCREAS ENDÓCRINO Principais hormônios pancreáticos são a insulina e o glucagon, que são essenciais na homeostasia da glicemia, ou seja, estes hormônios mantem os níveis de glicose adequados, o que não significa que sejam as únicas funções deles. A porção exócrina do pâncreas são os ácinos pancreáticos, que correspondem a 99% de sua massa e tem função digestiva ao produzir e secretar enzimas e bicarbonato. Já a porção endócrina são as ilhotas de Langerhans, constituídas de: Células α – secretam glucagon; Células β – secretam insulina; Células δ – secretam somatostatina, que estimula a motilidade gástrica. Glucagon É um hormônio hiperglicemiante, e sua secreção é estimulada pela diminuição da glicemia (hipoglicemia), e também pelo aumento da concentração de aminoácidos no sangue. Seus tecidos alvo são o fígado e o tecido adiposo, atuando através de segundos mensageiros via AMPc. Ação – estimula a glicogenólise (degradação de glicogênio) e a gliconeogênese (síntese de glicose a partir de outros precursores como aminoácidos, glicerol e lactato) no rim e principalmente no fígado, além de aumentar a lipólise e inibir a síntese de ácidos graxos, aumentar a produção de corpos cetônicos (β-hidroxibutirato e acetato), aumenta produção de ureia, que corresponde a um efeito indireto devido ao catabolismo de aminoácidos durante a gliconeogênese, para eliminação de amônia numa forma menos tóxica. Insulina É um hormônio hipoglicemiante, e sua secreção é estimulada principalmente pela elevação da glicemia (hiperglicemia). Alguns hormônios intestinais, denominados genericamente incretinas (GIP e GLP-1) potencializam a secreção de insulina durante as refeições, embora tenham uma vida curta. Os tecidos alvo são todas as células que contém receptores para insulina, entretanto, seus efeitos são mais evidentes nos músculos, tecido adiposo e fígado. A insulina é um peptídeo composto por 51 aminoácidos. Mecanismo de secreção: 1) Quando aumenta a glicemia, a célula β absorve glicose via GLUT-2; 2) A glicose será oxidada aumentando a produção de ATP; 3) Fecham-se os canais de potássio e a célula β despolariza; 4) Os canais de cálcio se abrem na membrana, aumentando sua concentração intracelular; 5) Ocorre então a secreção de insulina. Receptor de insulina – por ser de natureza peptídica a insulina não atravessa a membrana, o receptor que atravessa, possui duas subunidades α (extracelular que é o sítio de ligação da insulina) e duas subunidades β (intracelular, com atividade tirosinoquinase). Quando ativado, fosforila e ativa uma série de enzimas intracelulares, aumentando a atividade enzimática e a transcrição gênica. Ação – diminui a glicemia, devido ao aumento da captação de glicose no músculo e tecido adiposo via expressão de GLUT-4, estimula a glicogênese hepática (síntese de glicogênio), aumenta a síntese de ácidos graxos e a lipogênese no tecido adiposo e a captação de potássiopelas células, também diminui a gliconeogênese hepática, inibe a síntese de corpos cetônicos e diminui a concentração de aminoácidos no sangue (devido ao efeito anabólico na síntese de proteínas). Alguns tecidos como músculo e tecido adiposo, são dependentes de insulina para absorver glicose, através do carreador GLUT-4. Os transportadores de glicose (GLUT) são proteínas pelas quais as moléculas de glicose entram ou saem das células. Existem mais de 10 tipos diferentes, onde a maioria são constitutivos (se expressam normalmente), mas GLUT-4 é induzido pela insulina. Homeostase glicêmica: Glicemia normal – 70 – 99 mg/dL Período pós-prandial – após a refeição Fisiopatologia da Diabetes Mellitus Emagrecimento acentuado e rápido, mantendo um apetite voraz com intensa lipólise. Na deficiência de insulina, seja por não produção ou por resistência, a captação de glicose pelo músculo, fígado e tecido adiposo diminui, e também a produção de glicogênio, mas a gliconeogênese aumenta sua intensidade, levando a hiperglicemia, que como consequência causa: Glicosúria – devido a hiperglicemia (>200 mg/dL) permite a excreção de glicose na urina; Hipotensão – com a excreção intensa de glicose, ocorre maior eliminação de líquidos (poliúria) e o volume circulante cai. Como produto da lipólise, muitos ácidos graxos são metabolizados pelo fígado e serão convertidos em corpos cetônicos, causando: Cetonúria – excreção dos corpos cetônicos na urina devido a sua produção aumentada; Cetoacidose – o excesso de corpos cetônicos ácidos levará ao seu acúmulo nos tecidos, causando um quadro de acidose metabólica. A falta de insulina induz a captação de potássio pelas células, podendo levar ao aumento da concentração deste no sangue (hiperpotassemia/hipercalemia). CORTEX ADRENAL O córtex e a medula adrenal têm origem embrionárias diferentes. O ACTH estimula as vias de síntese dos hormônios adrenocorticais. Cortex: Zona medular - produz mineralocorticoides como aldosterona; Zona fasciculada - produz glicocorticoides como cortisol; Zona reticular - produz androgênios como a deidroepiandrosterona e a androstenediona Medula – produz as catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) Síntese dos Hormônios Adrenocorticais Regulação da Secreção A secreção é regulada pelo eixo hipotálamo-hipofise-adrenal, onde o hipotálamo libera CRH, induzindo a adenohipófise (corticotropos) a liberar ACTH, que por sua vez estimula o crescimento da adrenal e suprarregula seu próprio receptor, tornando a adrenal mais sensível ao ACTH, e o córtex adrenal libera o cortisol. Ao aumentar o cortisol, este faz feedback-negativo diminuindo a secreção de CRH e ACTH. A secreção de aldosterona está sob o controle do ACTH, e depende da ativação do sistema renina- angiotensina-aldosterona, e também é estimulada por hiperpotassemia/hipercalemia. Efeitos dos Glicocorticoides Os glicocorticoides são essenciais para a resposta ao estresse, eles podem ter: Efeitos Anti-inflamatórios – aumenta a produção de lipocortina que inibe a fosfolipase A2, além de inibir a produção de interleucina-2, a proliferação de linfócitos T, e a produção de histamina e serotonina nos mastócitos e plaquetas. Efeitos Metabólicos – aumenta a gliconeogênese, o catabolismo proteico e a lipólise, e também inibe a utilização de glicose pelas células (resistência à insulina). Imunossupressão – pela inibição de IL-2 e proliferação de linfócitos T, podem ser utilizados para reduzir a rejeição à transplantes ou tratamento de doenças imunomediadas. Manutenção da reatividade vascular – mantém a responsividade vascular as catecolaminas e suprarregula os receptores α1 nas arteríolas. *Correlação Clínica - excesso de cortisol causa hipertensão e sua deficiência causa hipotensão. Efeitos dos Mineralocorticoides Os mineralocorticoides aumentam a reabsorção renal de sódio (retenção de Na+), secreção renal de potássio (eliminação de K+) e secreção renal de hidrogênio (eliminação de H+). Atividade Corticosteroide Endógena e Seus Sintéticos Glicocorticoides: Cortisol – endógeno, responsável por 95% da atividade glicocorticoide; Corticosterona – endógeno, com 5% da atividade glicocorticoide; Cortisona – sintético, com potência igual a do cortisol; Prednisona – sintético, 4x mais potente que o cortisol; Dexametasona – sintético, 30x mais potente que o cortisol. Mineralocorticóides: Aldosterona – endógeno, 90% da atividade mineralocorticoide; Desoxicorticosterona – endógeno, 10% da atividade mineralocorticoide; 9α-fluidocortisona – sintético, potência equivalente à da aldosterona. Fisiopatologia do Córtex Adrenal Insificiencia adrenocortical primária – também chamada de hipoadrenocorticismo/síndrome de Addison, onde ocorre uma diminuição de glicocorticoides e mineralocorticoides, levando a hipoglicemia, perda de peso, redução do líquido extracelular, hipotensão, hiperpotassemia (causando arritmias) e acidose metabólica (por aumento do íon hidrogênio). Hiperadrenocorticismo – também chamado de síndrome de Cushing, onde ocorre um aumento de glicocorticoides e mineralocorticoides, levando a hiperglicemia, perda de massa muscular, obesidade central, cicatrização prejudicada, hipertensão e diminui a densidade óssea (aumento da reabsorção óssea). *Ambos podem ser iatrogênicos, ou seja, causados pelo tratamento. REGULAÇÃO HORMONAL DA CALCEMIA A calcemia é regulada pelo hormônio calcitonina secretado pelas células C/parafoliculares da tireoide (em peixes são as células remanescentes das glândulas ultimobranquiais) e pelo paratormônio (PTH) secretado pelas células principais das paratireoides. Para formar osso (tecido ósseo) é necessário: Matriz Orgânica – constituída 95% de colágeno, além de substância fundamental amorfa (LEC+ proteoglicanos). Fração Mineral – cálcio e fosfato que se depositam sobre a matriz orgânica, como cristais de hidroxiapatita (Ca10(OH)2(PO4)6). *Proteoglicanos – glicosaminoglicanos e proteínas. Formação do Osso As células osteoprogenitoras (primitivas) sofrem diferenciação e se tornam osteoblastos, que sintetizam matriz orgânica. Na síntese os osteoblastos aprisionados por seus produtos passam a ser chamados de osteócitos (histologia), e o tecido formado é chamado de tecido osteóide, a partir daí começa a mineralização que é a deposição de cálcio e fosfato na forma de hidroxiapatita. A origem dos osteoclastos não é das células progenitoras, pois eles derivam de monócitos (igual os macrófagos), logo os osteoclastos correspondem a um macrófago residente no osso que acabou de ser formado ou velho, e este processo chamamos de reabsorção óssea. *Com mais ou menos 30 anos, o indivíduo não estará nem ganhando nem perdendo osso. Um desvio neste equilíbrio ocorre em fraturas e formação de calo ósseo. *Se tirar o testículo ou ovário pode causar andropausa/menopausa precoce, exceto nos animais, onde no humano pode ocorrer fraturas espontâneas. Regulação Hormonal da Calcemia Paratormônio (PTH) – hormônio proteico (age por segundo mensageiro) liberado em situação de hipocalcemia (mata facilmente), sendo um hormônio hipercalcemiante, aumentando o cálcio na circulação até o normal, pois hipercalcemia também mata. O paratormônio possui três ações: 1) No osso - estimula os osteoclastos a fazerem remoção óssea, mas estes não têm receptor para PTH, logo é o osteoblasto que é estimulado e produz citocinas que estimulam o osteoclasto; 2) No rim - estimula reabsorção tubular de cálcio nos túbulos distais finais e canais coletores, queé onde tem receptores hormonais, diminuindo a calciúria; 3) No intestino – exerce efeito indireto, onde o PTH estimula a ativação de vitamina D, e o calcitriol (1,25-diidroxicolecalciferol) por sua vez age nos enterócitos, formando proteínas carreadoras de cálcio histamina-D dependentes chamadas calbindinas (calcium biding protein), aumentando a absorção de cálcio no intestino. *No aumento de cálcio circulante, pode ocorrer calcificação metastática em tecidos moles para evitar a morte do indivíduo. Calcitonina – hormônio liberado em situação de hipercalcemia, servindo como hormônio hipocalcemiante que diminui o cálcio circulante até o normal. É possível viver sem este hormônio sua ação é: Estimular osteoblastos a fazerem deposição óssea. Enfermidades Ósseas O cálcio e o sódio estão em maior quantidade no LEC, eles não têm canais específicos para entrar na célula, e as vezes competem para passar por eles. Se o cálcio diminui como ocorre na hipocalcemia o sódio entra com mais facilidade, causando mais despolarização, levando a hiperexcitabilidade. (administrar cálcio para resolver). *Eclampsia – ocorre em humanos devido a hipocalcemia que são contrações musculares que não param. Na hipercalcemia será então dificultada a entrada de sódio na célula, causando menos despolarização não só no musculo, mas também nos neurônios, causando paralisia/hipoexcitabilidade (administrar calcitonina para resolver). Osteopenia – que pode ser: Raquitismo – ossos desmineralizados e deformados, ocorre na fase de crescimento e fica deformado a vida toda. Osteomalacea – ossos desmineralizados de formato normal, que ocorre na fase adulta. Osteoporose – ossos desmineralizados de formato normal, ocorre por distúrbio na matriz orgânica. Suas possíveis causas são: a) Diminuição do anabolismo proteico – deficiência no GH, estrogênio ou testosterona. b) Aumento do catabolismo lipídico – desnutrição, diabetes mellitus não tratada, estágios terminais de doenças neoplásicas. As três podem ter a mesma causa, seja por deficiência na dieta, falha na ativação de vitamina D por falta de exposição solar, falha hepática ou falta de PTH. GONADAS MASCULINAS (testículos) As gônadas masculinas têm dupla função: Esteroidogênica – produz testosterona. Gametogênica – formação de espermatozoides O hormônio produzido é a testosterona, que é lipossolúvel e seu receptor está no citoplasma da célula, indo posteriormente o complexo (receptor+hormonio) para o núcleo. A testosterona induz as características sexuais masculinas: Primárias - desenvolvimento do órgão reprodutivo, crescimento da próstata, vesículas seminais etc. Secundárias – não vinculados à órgãos reprodutivos, como desenvolvimento muscular, emissão sonora mais grave por hipertrofia das pregas vocais, crescimento diferencial dos pelos do corpo, etc. No túbulo seminífero temos. *De espermátide para espermatozoides ocorre duas transformações morfológicas. *O musculo liso contrai para diminuir o diâmetro do túbulo seminífero e jogar espermatozoides no epidídimo. As células da linhagem espermática (espermatócitos secundários, espermátides e espermatozoides) precisam ser bem nutridas pelas células de Sertoli, que também formam uma barreira hematotesticular. No susto a adrenalina liberada pode destruir as células espermatogênicas, logo a barreira as protege, exceto de substâncias lipossolúveis. Para passar substancias hidrossolúveis é necessário carreadores. Espermatogênese Processo estimulado pelo hormônio folículo estimulante (FSH) da adenohipófise, dividida em duas partes: Espermacitogênese – vai da espermatogônia até a espermátide, fase na qual ocorre divisões mitóticas e meióticas. Espermiogênese – fase na qual ocorre a transformação morfológica de espermátides em espermatozoides. *Antes da puberdade o indivíduo só tem espermatogônia. Existe um mecanismo de apoptose para não aumentar a população no túbulo seminífero para que não esgote os nutrientes para as células. As células intersticiais de Leydig são estimuladas a partir da puberdade pelo hormônio luteinizante (LH) a produzirem testosterona. Ejaculação 1) A musculatura lisa dos túbulos seminíferos expulsam os espermatozoides (ainda sem atividade locomotiva); 2) Os espermatozoides passam pelos ductos eferentes para a o epidídimo, onde são armazenados por 2-3 dias adquirindo capacitação espermática (capacidade de se movimentar); 3) O esperma passa então pelo ducto deferente, onde posteriormente desemboca o ducto espermático; 4) A secreção da vesícula seminal junto ao esperma é chamada sêmen, que passa pela uretra. Glândulas Anexas (acessórias) Duas vesículas seminais – que secretam o líquido seminal para nutrição de espermatozoides. Uma Próstata – secreta líquido seminal Duas glândulas bulbouretrais – secretam muco *A secreção das três glândulas formam o plasma seminal. *O suínos possuem mais muco que sêmen. GONADAS FEMININAS Na puberdade, o hormônio de liberação das gonadotrofinas hipofisárias, estimula os gonadotropos a produzir as gonadotrofinas, que por sua vez estimulam a foliculogênse (eixo). 1) Alguns folículos primários são recrutados sob influência do FSH, começam a crescer e se tornar folículos secundários; 2) Os folículos secundários crescem e se tornam folículos terciários; 3) É formado um antro folicular preenchido com líquido folicular. *Corona radiata – camada granulosa ao redor do ovócito. *Zona pelúcida – muito carboidratos do glicocalix do ovócito, aparecendo uma área não corada. Função - gametogênica e hormonal/esteroidogênica. Função do FSH e LH FSH – promove a foliculogênese, e induz a camada granulosa a transformar testosterona em estrogênio. LH – age na teca interna induzindo a formação de testosterona. *As mulheres que a camada granulosa não transforma testosterona apresentam caráteres masculinos. O LH liberado continuamente em pequenos pulsos, é que induz a formação de testosterona na teca interna é chamado de LH tônico. A medida que por ação do FSH, a testosterona é transformada em estrogênio pela camada granulosa, este hormônio que se acumula no líquido folicular, vai aos poucos extravasando para o interior dos vasos sanguíneos dos ovários. *Para fêmeas que tem ciclo estral, o estrogênio age no encéfalo e ela aceita o ato sexual. O aumento do estrogênio no sangue induz a adenohipofise a liberar um pico de LH, pulso este chamado de LH cíclico, o qual induzirá a ovulação. A ovulação consiste na ruptura do folículo mais adiantado, com subsequente liberação do ovócito envolto pela corona radiata em direção a tuba uterina. O folículo mais adiantado tende a produzir substâncias para inibir o desenvolvimento dos folículos concorrentes. Dentre tais hormônios cita-se: FGI – inibidor do crescimento folicular Inibina – mais importante. Esta inibina vai atuar sobre a adenohipófise, barrando a liberação de mais FSH. Os folículos terciários que não ovulam tendem a degenerar (folículos atrésicos). Como a ovulação o folículo (s) se transforma em corpo lúteo que passa a produzir o hormônio progesterona. *Todos os hormônios sexuais apresentam como estrutura principal o anel ciclopentanoperidrofenantreno. A progesterona produzida pelo corpo lúteo, possui três funções principais: 1) Estimula a proliferação do endométrio com produção do leite uterino para nutrir o zigoto enquanto não houver implantação na parede uterina (nidação). 2) Vai para a adenohipofise e hipotálamo fazer feedback-negativo, impedindo a continuidade do ciclo reprodutivo;3) Tem ação antagonista à ocitocina, pois contrações empurram o zigoto. *Ocitocina é bem absorvido pela mucosa nasal, qualquer situação prazerosa ela é liberada. Se não ocorrer fecundação na tuba uterina o útero produz por volta do decimo quarto dia, a PGF2- α a qual induz luteolise no ovário. O corpo luteo é destruído e a queda da progesterona causa a descamação endometrial. *Injeção de PGF2-α para deixar todas as fêmeas com cio sincronizado. Se houver fecundação o corpo lúteo persiste por mais ou menos nove meses, já que o útero produz a PGE2 que é luteotrófica. No final do período gestacional a maior fonte de progesterona não é mais produzida pelo corpo lúteo e sim pela placenta. Ciclo Menstrual Duração de 28 dias Fase folicular (estrogênica) Fase lútea (progesterônica) I--------------------------------------------------------I----------------------------------------------------------I Dia 0 14 28 Menstruação Ovulação Descamação *Quando a progesterona some, o hipotálamo começa a produzir FSH e LH. *A partir do 14º dia até o 28º espera espermatozoide chegar, se não acontecer, produz PGF2-α. *Espermatozoide é viável por 48h-3d *A mestruação ativa reprodutiva não é restrita, mas na ovulação a libido aumenta. Ciclo Estral O estro corresponde ao período de receptividade sexual. As espécies são classificadas segundo o ciclo estral em: Poliestrais anuais – Bovinos, vários ciclos estrais em torno de um ano. Ciclo estral dura 21 dias, e é dividido em: a) Pro-estro – dura três dias (nas cadelas sangra) b) Estro – dura 15 horas c) Meta-estro – 3-4 dias d) Diestro – 14 dias *a e b - fase estrogênica; c e d - fase progesteronica Poliestrais estacionais – ovinos e equinos, possui todos os anteriores somando o: anestro – ciclo parado Biestrais anuais – cães O ciclo estral da vaca tem duração média de 21 dias, ocorrendo ao longo de todo o ano. Dessa forma a vaca é considerada um animal poliestral anual, assim sendo o anestro só ocorrá fisiologicamente durante a gestação e a lactação. Uma importante diferença nesta espécie é que a ovulação tende a ocorrer no meta-estro e não no estro como em outras espécies animais. Se houver fecundação o animal passa 9 meses produzindo progesterona, e o estrogênio fica baixíssimo, 30 dias antes do parto, a placenta começa a produzir estrogênio que age no útero para criar receptores para ocitocina. Endocrinologia da Gestação e do Parto Durante todo o período gestacional de prenhez, permanecem elevados os níveis de progesterona, produzida inicialmente pelo corpo lúteo e após pela placenta. O período gestacional pode ser dividido em três fases. 1) Fase ovular – na vaca dura aproximadamente 12 dias (4 dias para a descida ao útero e 8 dias sobrenadante, nutrido pelo leite uterino) 2) Fase embrionária – inicia-se com a implantação ou nidação do zigoto na parede uterina, com desenvolvimento da placenta, dura aproximadamente 12 dias pós fecundação aos 14 dias 3) Fase fetal – dos 45 dias até o parto O hipotálamo fetal que decide a hora de nascer. A alteração das vias esteroidogênicas da placenta é comandada pelo próprio feto: O cortisol fetal induz cerca de trinta dias antes do parto e formação de estrogênio na placenta, o qual vai sensibilizando o miométrio. A ação da ocitocina cria receptores, além de induzir alterações morfológicas para ocorrência do parto. Dois a três dias antes do parto a placenta para de produzir progesterona. No momento do parto o organismo materno conta com altos níveis plasmáticos de estrogênio e baixos de progesterona. A dilatação do canal vaginal pelo feto que começa a tomar a posição de saída, estimula a porção nervosa do hipotálamo a liberar ocitocina pela neurohipofise. *Ocitocina também será liberada pelo estimulo da mama, se ainda tiver receptores a fêmea sente cólicas ao amamentar. Em geral a ovulação nas fêmeas é considerada espontânea, dependendo exclusivamente do aumento do estrogênio. Em gatas e coelhas, no entanto a ovulação só ocorre se induzida pelo coito. *A testosterona controla a própria testosterona *A inibina controla espermatogênese 17-β estradiol, estriol e estrona. O principal tipo de estrogênio produzido pelo folículo maduro é o 17-beta-estradiol. A placenta por sua vez produz outros tipos como estriol e estrona. A placenta pode ainda produzir gonadotrofinas não hipofisarias β-HCG – na mulher β-MSG – na égua *Se ambos aparecerem na urina indica que a fêmea está em gestação. FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPRATÓRIO O sistema respiratório tem como função geral, garantir o transporte de oxigênio (O2) e dióxido de carbono (CO2) entre o meio ambiente e os tecidos, pois a oxigenação tecidual é de suma importância para o metabolismo celular. O consumo de O2 e a produção de CO2 variam com a taxa metabólica do animal, além das diferenças entre espécies. Animais menores – tem um maior consumo de O2 Animais maiores – tem um menor consumo de O2 *A necessidade de troca gasosa varia com o metabolismo e pode aumenta em até 30 vezes. Funções Troca gasosa – fornece O2 para manutenção do metabolismo celular Termorregulação. Metabolismo de substâncias – como ocorre com a angiotensina-I que para se tornar angiotensina- II, precisa passa pelos pulmões (enzima lá existente). Equilíbrio ácido-base – dióxido de carbono e água formando gás carbônico, e posterior mente se dissociando em bicarbonato e hidrogênio (CO2+H2O H2CO3 HCO3- + H+). O acúmulo de gás carbônico culmina em acidose e sua falta pode gerar alcalose. Hipoventilação – aumento da pressão de CO2 (PCO2), levando o indivíduo a um quadro de acidose respiratória. Hiperventilação – diminuição da PCO2, levando o indivíduo a um quadro de alcalose respiratória. Barreira protetora – o endotélio alveolar é todo revestido por uma barreira contra patógenos. Anatomia do Aparelho Respiratório Vias aéreas Zona de transporte: Cavidade nasal Nasofaringe Laringe Traquéia Brônquios extrapulmonares Pulmões Brônquios intrapulmonares Bronquíolos Zona de Transição: Bronquíolos respiratórios Zona respiratória: Alvéolos A medida que se ramificam, os canais ficam cada vez menores, aumentando assim a área de troca, e consequentemente sua eficiência. Os alvéolos são altamente vascularizados por ramificações da artéria tronco pulmonar, que tornam o sangue venoso em arterial. Somente a unidade respiratória recebe suprimento sanguíneo da artéria tronco pulmonar, as outras estruturas recebem ramificações de outras artérias. Anatomia Funcional Chamamos de espaço morto anatômico, as estruturas que apenas conduzem os gases, sem que haja troca de gasosa, como a cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, brônquios e alguns bronquíolos. A zona respiratória corresponde as estruturas onde ocorre efetivamente troca gasosa, como os bronquíolos respiratórios e alvéolos. Nestes a superfície de contato é aumentada para maior contato do ar com a membrana Membrana respiratória – chamada de unidade alvéolo-capilar, formada pelo endotélio capilar, epitélio alveolar e pela membranabasal, possuindo 500nm (nanômetros) de diâmetro. Se este diâmetro aumentar, como ocorre em inflamações o indivíduo apresenta dificuldade respiratória. Na circulação o sangue venoso passa pelos alvéolos, se tornando sangue arterial, indo posteriormente para o coração e dele para o corpo, depois recomeça. Se os nível de O2 diminuir ou se de CO2 aumentar, receptores periféricos mandam mensagem para o cérebro aumentando ou diminuído a ventilação pulmonar. Volume Minuto (VM) Corresponde ao volume total de ar inspirado por minuto, sendo determinado pelo volume corrente (que corresponde ao volume de ar que entra e sai dos pulmões em condições normais) e a frequência respiratória (f). VM = VC x f Uma demanda por um volume minuto maior pode modificar o volume corrente ou a frequência respiratória, ou até ambos. Em mamíferos o volume corrente pode ser calculado da seguinte maneira: VC (ml) = 10 x peso (kg) Ventilação Num dado momento nem todos os alvéolos fazem troca gasosa, o que chamamos de espaço morto alveolar (fisiológico). A ventilação do espaço morto (VD) corresponde a soma dos volumes do espaço morto anatômico e alveolar. A relação entre VD e VC pode variar entre as espécies, pois grandes animais possuem um VD maior devido ao tamanho das vísceras: Cães e Gatos – até 30% Equinos e Ruminantes – 50% a 75% Uma vez que o VD é constante, uma mudança no VC ou f mudam a quantidade relativa de ar que entra nos alvéolos. Definições Eupneia Respiração normal (frequência e padrão) Taquipnéia Aumento da frequência respiratória (f) Bradipnéia Diminuição da frequência respiratória (f) Hiperventilação Aumento da ventilação global (aumenta o VM) Hipoventilação Diminuição da ventilação global (diminui o VM) Apneia Ausência de movimento respiratório Dispnéia Dificuldade respiratória Volumes e Capacidades Pulmonares Volume corrente (VC) – quantidade de ar inspirada ou expirada espontaneamente em cada ciclo respiratório (normal e calmo). Volume de reserva inspiratório (VRI) – volume máximo que pode ser inspirado voluntariamente a partir de uma inspiração espontânea. Volume de reserva expiratório (VRE) – volume máximo que pode ser expirado voluntariamente a partir de uma expiração espontânea. Volume residual (VR) – volume de gás que permanece no interior dos pulmões após a expiração máxima forçada. Capacidade Vital (CV) – quantidade de gás mobilizado entre uma inspiração e uma expiração máximas (VC+VRI+VRE). Capacidade Inspiratória (CI) – volume máximo inspirado a partir do final de uma inspiração espontânea e normal (VC+VRI). Capacidade residual funcional (CRF) – quantidade de gás contida nos pulmões ao final de uma expiração espontânea (VR+VRE). Capacidade pulmonar total (CPT) – quantidade de gás contida nos pulmões ao final de uma inspiração máxima (VC+VRI+VRE+VR). Mecânica Ventilatória Chamamos de inspiração o processo ativo respiratório e de expiração o processo passivo. O diafragma é o principal músculo inspiratório, que é inervado pelo nervo frênico, mas além dele temos a: Musculatura intercostal externa – que auxilia a inspiração. Musculatura intercostal interna – que auxilia a expiração. Musculatura abdominal – utilizada para expiração forçada. Pleura É uma fina membrana dupla que envolve os pulmões, onde um dos folhetos está em contato íntimo com a parede torácica (pleura parietal), e outro folheto está em contato íntimo com os pulmões (pleura visceral). Entre os folhetos há uma pequena quantidade de líquido lubrificante, que reduz o atrito entre eles. Pressões Que Direcionam a Respiração Pressão atmosférica (barométrica) – pressão da coluna de ar sobre um indivíduo, logo, quanto maior é a altitude menor é a coluna, e a pressão atmosférica é menor, e o indivíduo tem dificuldade para respirar. Pressão transpulmonar – diferença entre a pressão intrapleural e a pressão alveolar. Durante a mecânica respiratória, a pressão intrapleural é modificada e isto direciona o fluxo de ar: Quando a pressão intrapleural se torna subatmosferica os pulmões se expandem e seu volume aumenta. Quando a pressão intrapleural fica acima da pressão atmosférica, os pulmões se contraem e seu volume diminui. Complacência e Resistência Complacência – elasticidade pulmonar, que pode ser diminuída pela fibrose. Resistência – força que se opõe ao fluxo de ar na via aérea, relacionada (inversamente) ao calibre da via aérea, que pode ser aumentada por estenose e/ou obstrução. Tensão Superficial A superfície alveolar é úmida, onde por atração entre moléculas de água, geram resistência à distensão. Os surfactantes produzidos pelo Pneumócito-II reduzem a tensão superficial, aumentando assim a complacência. Na expiração máxima, fica apenas o volume residual nos pulmões, que ficam vazios e em conjunto com o surfactante impedem o colabamento pulmonar. Contração da Musculatura Traqueo-Bronquica Há musculatura lisa da traqueia até os ductos alveolares, que é extensamente inervada pelo nervo vago. A contração muscular estreita toda a via aérea, que ocorre em repostas a agentes irritantes e asma, aumentando assim a resistência. O relaxamento da musculatura se dá pela ação de catecolaminas (adrenalina), via receptor β2-adrenérgico. Ventilação Distribuição de ar nos pulmões – nunca é homogênea, e ainda existem doenças que prejudicam ainda mais a ventilação como pneumonia e broncoespasmo. Em grandes animais as regiões mais baixas são comprimidas, e quando o animal está em decúbito, faz compressão visceral. *Troca gasosa ótima – ventilação + fluxo sanguíneo. Fluxo sanguíneo pulmonar – possui gradiente vertical de perfusão, que aumenta do cranial para o caudal, além da contribuição da gravidade, com distribuição preferencial na região dorsocaudal. *A hipóxia alveolar influencia na redistribuição do fluxo. Troca gasosa – o ar é uma mistura de gases, com concentrações distintas de cada elemento, e cada gás, na dependência de sua concentração, exibe uma pressão parcial (mmHg) na mistura. O ar atmosférico contém 21% de O2 (Fração inspirada de O2 = 0,21), considerando uma pressão atmosférica de 760 mmHg, temos: 0,21x760 = 160 mmHg (se umidificado – 150 mmHg) Pressões dos gases alveolares –a pressão dos gases na atmosfera é sempre maior, para auxiliar na troca dinâmica nos alvéolos. PAO2 = 100mmHg – ( menor que PO2) PACO2 – 40 mmHg – (menor que PCO2) Se a ventilação alveolar mudar, as pressões dos gases tendem a mudar em sentidos opostos. Transporte de Oxigênio no Sangue 1,5% é transportado dissolvido no plasma, e 98,5% ligado a hemoglobina, que chamamos esta última de oxihemoglobina (HbO2). Percentual de saturação da hemoglobina - perceba na tabela abaixo que quanto maior a pressão atmosférica de oxigênio, maior é a saturação. Fatores que afetam a afinidade da Hb pelo O2: 2,3-difosfoglicerato – tem a função de diminuir a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio, para que haja liberação nos tecidos. Perceba na escala, que se sua concentração está baixa a curva diminui. Mudança no pH – a afinidade segue paralela ao nível de pH, ou seja, se ele aumentar a afinidade aumenta. Temperatura – a afinidade segue convexa a temperatura, ou seja, se a temperatura aumentar a afinidade diminui. Transporte de CO2 no Sangue Até 10% está dissolvido no plasma; 25-30% está ligado a hemoglobina; e 60-65% é convertido em bicarbonato (HCO3-), esta transformação ocorre da seguinte maneira:Controle da Ventilação O controle é voluntário, e a respiração é rítmica, onde os nervos motores espinhais comandam os músculos inspiratórios, e se estes estímulos cessam a musculatura relaxa. Caso seja necessário ocorre a ativação dos músculos expiratórios. Os centros de controle no SNC são encontrados: NA PONTE – no caso o centro pneumotáxico e o centro apnêustico, através de receptores de estiramento pulmonar e quimiorreceptores arteriais. NO BULBO – no caso o grupo respiratório dorsal que são neurônios inspiratórios, e o grupo respiratório ventral, que são neurônios inspiratórios, expiratórios e geradores de ritmo. Estes neurônios são facilmente deprimidos por barbitúricos e opióides. EM NEURÔNIOS MOTORES ESPINHAIS – inspiratórios e expiratórios. *Reflexo de Hering-Breuer - receptores de estiramento pulmonar, que mandam mensagem por via sensitiva para o bulbo, ocorrendo a inibição de neurônios inspiratórios. Existem quimiorreceptores periféricos no arco aórtico e seio carotídeo, que são estimulados pela queda da pressão arterial de oxigênio (PaO2) e aumento da concentração de íon hidrogênio (H+), indo estímulos por fibras aferentes para o tronco encefálico, causando a excitação dos neurônios inspiratórios bulbares, aumentando assim a frequência respiratória (f). Existem também quimiorreceptores centrais localizados no bulbo, que fornecem referências excitatórias para nervos inspiratórios bulbares, sendo estimulados pelo aumento da pressão arterial de dióxido de carbono (PaCO2) e aumento de íon hidrogênio (H+), causando um aumento na frequência respiratória. Respiração em Aves Anatomia: Cavidade celomática - compartimento único Siringe - órgão fonador Sacos aéreos – câmaras de recepção de ar complacentes Pulmões – rígidos de volume fixo. Parabrônquios – local onde ocorre as trocas gasosas. Mecânica da respiração – ocorre a expansão e retração da cavidade celômica e movimentação das costelas e esterno. Ciclo respiratório – o ar passa pelos pulmões, tanto na inspiração quanto na expiração. Inspiração – diminui a pressão nos sacos aéreos. Expiração – aumenta a pressão nos sacos aéreos. Trocas gasosas – não existem alvéolos em aves, logo, os parabronquios tem contato íntimo com os capilares aéreos. Os mecanismos de troca em contracorrente aumentam a eficiência da troca gasosa. HEMOSTASIA Corresponde a um processo fisiológico que visa, evitar a perda de sangue, então dizemos que, todos os mecanismos que evitam esta perda são chamados de hemostasia, que é dividida em três etapas: Vasoconstrição transitória – etapa que pode representar a diferença entre vida e morte, ou seja, se esta for forte o indivíduo consegue sobreviver, por exemplo, a uma ruptura de veia calibrosa. Formação de um tampão plaquetário (tampão hemostático primário) Formação de coágulo sanguíneo (tampão homeostático secundário). *trombocitopenia – queda de plaquetas, levando a hemorragias pequenas e difusas (petéquias). O colágeno não pode ser visualizado pela célula sanguínea, pois ele é altamente trombogênico. As plaquetas apresentam receptores para o fator de von Willebrand, que corresponde a uma glicoproteína (GP1B) que une as primeiras plaquetas ao colágeno, que se por sua vez ativam, começando a formar substâncias e liberar outras substâncias já existentes em seu interior que são: ADP – já existente na plaqueta Tromboxano-A2 (TXA2) – sintetizado para aumenta a agregação e forma o tampão plaquetário. Tampão Plaquetário A exposição do colágeno subendotelial, faz com que as plaquetas via fator de von Willebrand (vWF) se liguem ao colágeno por meio de receptores chamados GPIb. Estas plaquetas ligadas ao colágeno, sofrerão então o processo de ativação de plaquetas no qual tornam-se grandes e começam a se aderir umas às outras, iniciando o tampão plaquetário. Por terem receptores GPIIb/IIIA, unem-se entre- si, usando o fibrinogênio como ponte de ligação. O endotélio integro que irá garantir, que nenhuma plaqueta grude no vaso, isso se deve ao sangue no vaso que não anda de forma homogenia, e sim em fluxo laminar, assim protegendo o endotélio, pois as plaquetas ficam a distância dele, evitando que encontrem pequenas lesões (normais) e comecem a formar um tampão. *Fluxo lento e fluxo turbulento estimulam a trombogênese, pois alteram o fluxo laminar fisiológico do sangue. O ácido araquidônico, é um ácido graxo poli-insaturado de 20 carbonos, que se encontra esterificado nos fosfolipídios de membrana. Com a ativação da fosfolipase-A2, como por exemplo na resposta inflamatória, o ácido araquidônico começa a ficar livre e sofrer ação de duas enzimas: Cicloxigenase (COX) – irá dar origem as prostaglandinas (ampla família) e ao tromboxano-A2 (TxA2). Lipoxigenase (LOX) – irá dar origem aos leucotrienos, além de HETE (acidohidroxieicosatetraenoico) e o HPETE (acidohidroperoxieicosatetraenoico). A maior parte das drogas anti-inflamatórias agem nestes metabólitos, pois anti-inflamatórios esteroidais inibem a fosfolipase-A2, e os AINES inibem apenas a enzima COX. Além da inflamação estes metabólitos também são formados na reprodução e no sistema digestório, logo eles são produzidos em situações fisiológicas e patológicas. Por isso não se pode tomar indiscriminadamente anti-inflamatórios, pois inibirão os metabólitos em todos os sistemas que precisam deles. *ácidos graxos Omega-3 são maus substratos para formação de metabolitos do ácido araquidônico, o que pode ser bom quando o indivíduo necessita de coagulação (acidente), mas também pode ser ruim quando em excesso ocorre coagulação sem motivo. Principais Doenças Ligadas à Formação do Tampão Plaquetário Doença de von Willebrand – indivíduo está produzindo menos fator de von Willebrand, e as plaquetas não grudam no colágeno que aparece. Sindrome de Bernard-Soulier – diminuição de receptores GPIb nas plaquetas. Trombastenia ou doença de Glanzmann – faltam receptores GPIIb/IIIa. Ativadores de Plaquetas Colágeno e proteínas microfibrilares; ADP liberado de hemácias e plaquetas ativadas; Tromboxano de plaquetas ativadas; Fator de ativação de plaquetas (todas produzem, mas o basófilo pe um grande produtor de PAF); Epinefrina/adrenalina liberada em situação de estresse; Trombina – molécula final da cascata, que faz o fibrinogênio se transformar em fibrina. *trombina tem ação por feedback-positivo, mas após a formação do tampão plaquetário, irá agir um feedback-negativo, para evitar formação de trombo. Em cima do tampão plaquetário formado, inicia a formação do coágulo sanguíneo, através de fatores de coagulação: *fator VI não existe. Coagulação Sanguínea O coágulo sanguíneo começará a ser formado sobre o tampão plaquetário, previamente formado. Pode ocorrer por duas vias que convergem para uma via comum final na qual o fibrinogênio plasmático irá formar a rede de fibrina. Via Extrínseca - é rápida e começa com o trauma tecidual levando a formação de tromboplastina também chamada de fator tecidual ou tissular (15 segundos). Via Intrínseca - começa com o trauma sanguíneo, isto é o contato de qualquer célula sanguínea com uma superfície que não seja o endotélio. Isto promove a liberação de fosfolipídeos, que desencadeiam uma cascata mais complexa e mais demorada (2 a 6 minutos). FIBRINÓLISE - Ativadores de Plasminogênio Além do ativador de pepsinogênio tecidual (tPA), a enzima uroquinase e a estreptoquinaseproduzida por bactérias transformam plasminogênio em plasmina. No caso das bactérias seria para destruir capsula de contenção que o organismo cria ao redor dela. Possíveis Destinos do Trombo Fibrinólise pela plasmina; Formação de embolo – massa solida, liquida ou gasosa, que se desloca dentro da corrente sanguínea; Se soltar causando tromboembolismo; Crescer e obstruir levando a interrupção de fluxo e criar área de necrose isquêmica (infarto); Organização do trombo – canais de escoamento criados através do trombo por leucócitos. Inibidores do Plasminogênio Tecidual A trombina formada é extremamente perigosa devido ao feedback-positivo, e devido isso é necessários os fatores inibitórios. PAI-1 – inibidor do ativador de plasminogênio α2-antiplasmina – bloqueia a ligação do plasminogênio à fibrina Dentre os fatores anticoagulantes, destacam-se aqueles que provocam a inativação da trombina formada, como por exemplo a antitrombina-III e o complexo trombina-trombomodulina, que leva a formação da proteína C reativa a qual induz a lise de fatores da coagulação já ativados Antitrombina-III – produzida pelo fígado, faz a trombina parar de funcionar *não se diz que hepatopata aumenta ou diminui a coagulação pois é relevante, pois o fígado produz além de fatores de coagulação produz a antitrombina-III. Trombomodulina - aderida a superfície endotelial se liga à trombina circulante, e o complexo (trombina-trombomodulina) formado junto ao endotélio, acaba por promover a ativação da pro- enzima plasmática conhecida como proteína C, e esta quando ativada lisa seletivamente os fatores de coagulação Va e VIIIa. Este processo necessita da presença da proteína S (de Seattle) proveniente do endotélio como co- fator, e isto mostra o quão complexo são os mecanismos para tirar a trombina de circulação, evitando o processo de trombogênese. Defeitos da Coagulação Deficiência de vitamina C – necessária para a formação de colágeno estável Falha hepática – quase todos os fatores da coagulação são produzidos pelo fígado. Deficiência de vitamina K – é requerida para formar no fígado o fator II, VII, IX e X, onde a causa mais comum é a obstrução do colédoco, comprometendo sua absorção, devido a não secreção de bile (fezes esteatorreicas e acolicas) Hemofilia – falta do fator VIII (A) e falta do fator IX (B) Trombocitopenia – diminuição de plaquetas e formação deficiente de tampão, geralmente por reações imunomediadas (trombocitopenia autoimune). Coagulação intravascular disseminada (CID) – formação de micro trombos por todo o organismo, causando esgotamento de fatores, ocorrendo hemorragias, pois os microvasos se rompem quase que espontaneamente.
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