Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
06/09/2016 1 AVALIAÇÃO do Paciente Objetivos: �Definir os problemas do paciente. �Elaborar objetivos e plano de tratamento fisioterapêutico. �Avaliação objetiva e subjetiva do paciente para definir um plano de tratamento adequado. Deve-se buscar por dados relevantes sobre o paciente. “ A avaliação à beira do leito é o processo de entrevista e do exame do paciente em busca de sinais e sintomas da doença e do efeito do tratamento” (Stoller, J.K. et al, 2000) ANAMNESE + EXAME FÍSICO Etapas para facilitar o processo Etapas para facilitar o processo (Weed, 1986) COLETA DE DADOS ↓ LISTA DE PROBLEMAS ↓ PLANO INICIAL DE TRATAMENTO E OBJETIVOS ↓ EVOLUÇÃO ↓ RESUMO DE ALTA Anamnese Completa Identificação: nome, data de nascimento, endereço, registro no hospital, encaminhamento médico (diagnóstico médico). História da Doença Atual (HDA): informa os problemas atuais do paciente, deve conter as informações clínicas relacionadas. História da Doença Pregressa (HDP) ou Patológica Pregressa(HPP): lista doenças e cirurgias anteriores a que paciente possa ter sido submetido (histórico patológico). História sobre uso de medicamentos (HM): deve listar os medicamentos atuais que o paciente utiliza, com prescrição médica. História Familiar: lista doenças sofridas por parentes próximos. História Social (HS): Informa ocupação atual e do passado. Uso de álcool e tabagismo também é relatado. Semiologia Médica, Porto. Sintomas da DOENÇA RESPIRATÓRIA �DISPNÉIA (falta de ar) � TOSSE � ESCARRO E HEMOPTISE � SIBILOS � DOR TORÁCICA � FEBRE Fundamentos da Terapia Respiratória, EGAN; Semiologia Médica, Porto. Exame Físico Avaliação OBJETIVA do paciente EXAMEEXAME FÍSICOFÍSICO + exames realizados (tumografia, raio X, exames laboratoriais – gasometria, hemograma, eletrólitos) e espirometria. 06/09/2016 2 EXAME FÍSICO • INPEÇÃO • PALPAÇÃO • PERCUSSÃO • AUSCULTA PULMONAR INSPEÇÃO �Tem início no momento em que se entra em contato com o paciente. �A avaliação do paciente através da visão. • Investigar os segmentos corporais e áreas mais restritas. Exige boa iluminação. A penumbra dificulta a visualização de alteração de coloração da pele e mucosas (cianose, icterícia). • Exposição adequada da região a ser inspecionada. • Tórax: morfologia, padrão respiratório e esforço respiratório. O tórax deve estar despido, respeito ao pudor do paciente. Pontos Chaves • Morfologia torácica/Deformidades/Posturas Viciosas • Padrões Respiratórios/Ritmos Respiratórios • Expansibilidade • Coloração • Edema Configuração do Tórax - Diâmetro AP é menor que o diâmetro transverso normalmente. - O aumento do diâmetro AP é chamado tórax em tonel quando associado ao enfisema. Neste caso, a angulação normal da articulação entre as costelas e a coluna se torna maior que o valor normal de 45º. As costelas estarão mais horizontalizadas. Hiperinsuflação. 06/09/2016 3 TÓRAX Fundamentos da Terapia Respiratória, EGAN. Tórax em Tonel Rx – Tórax Patológico Tórax Carniforme ou Pectus Carinatum (peito de pombo): protrusão anormal do esterno. Menos comum, sem grandes complicações, tende a se acentuar com o crescimento. Mais freqüente nos meninos. Pós Correção 06/09/2016 4 Tórax Infundibuliforme ou Pectus Escavatum (Tórax de sapateiro): Depressão de parte ou de todo o esterno. Pode ter efeitoefeito restritivorestritivo no pulmão. Mais comum defeito torácico de pectus, mais freqüente nos meninos e pode haver histórico familiar. Pectus: informações • Pectus são anomalias causadas pelo crescimento desordenado/exagerado das cartilagens costais, promovendo elevação ou depressão do esterno. • Pode ser visível ao nascimento, mas se acentua na adolescência (crescimento rápido). • Fator psicológico (estética/auto estima) envolvido e importante. • Se houver necessidade de cirurgia, tende a ocorrer após 10 anos de idade. HiperCifose Torácica: aumento do diâmetro A-P do tórax. Causa côngenita ou devido à postura viciosa. Outras causas: tuberculose óssea, osteomielite, neoplasias. Escoliose: Deformidade da coluna caracterizada pela curvatura lateral da coluna. - Cifoescoliose: combinação de cifose e escoliose, podendo ter efeito restritivo no pulmão e limitar sua expansão. - Chato: parede anterior perde sua convexidade (portanto há diminuição do diâmetro AP). Típico dos longilíneos e portadores de doença pulmonar crônica. - Tórax Cônico ou em sino: há alargamento na parte inferior, semelhante ao cone ou sino. Frequente nas hepatomegalias e ascites volumosas. 06/09/2016 5 A – Normal B – Em tonel (enfisema) C – Pectus Escavatum D – Pectus Carinatum E – Escoliose F – Cifose G- Gibosidade Semiologia Médica, Porto. Tipo Respiratório • Necessário observar a movimentação do tórax e abdômen para determinar qual o de maior amplitude. • Em pessoas sadias, há predomínio do movimento torácico em posição de pé e sentada, em homens e mulheres: padrão costal. • Em DD, haverá predomínio do movimento abdominal, em ambos os sexos, com movimentação da metade inferior do tórax e do andar superior do abdômen: respiração diafragmática. Respiração Abdominal EUPNÉICO: Padrão Normal Frequência Respiratória: 12-18 irpm Relação I:E = 1:2 Inspiração: Ativa Expiração: Passiva (rexamento progressivo dos músculos inspiratórios) • Respiração normal: ritmo e frequência respiratória constantes. Esforço inspiratório é mínimo e passivo na expiração. 06/09/2016 6 Uso forçado dos músculos acessórios: visto na doença cardiopulmonar. Pressão Pleural mais negativa: consequências? As anormalidades causam aumento do trabalho respiratório com ativação dos músculos acessórios. Podem resultar em TIRAGEM INTERCOSTAL: afundamento intermitente da pele que reveste a caixa costela (entre as costelas), na inspiração. Ocorre devido à pressão pleura muito negativo, causada pela contração (excessiva) dos músculos respiratórios. Tiragem Intercostal Respiração Paradoxal. Indicativo importante na presença de fadiga e paralisia diafragmática: respiração paradoxal. Caracterizada pela retração abdominal na inspiração. Nesta condição, pode haver alternância de respiração costal e diafragmática, os músculos da caixa torácica poderão ser recrutados. Respiração Paradoxal Enfisema: há hiperinsuflação pulmonar com retificação diafragmática (comprometimento da contralilidade). SINAL DE HOOVER: nestes casos a contração do diafragma na inspiração RETRAI a margem das costelas laterais, comprometendo a ventilação pulmonar. Resultado? Uso de musculatura acessória! SINAL DE HOOVER DPOC: pode ocorrer fadiga do diafragma, associado à desnutrição. Paciente pode apresentar Respiração PARADOXAL. 06/09/2016 7 Alterações Patológicas do Ritmo Respiratório Padrão Respiratório: alterações TAQUIPNÉIA É o aumento do número de incursões respiratórias na unidade de tempo. Em condições fisiológicas de repouso, esse número, habitualmente, gira entre 12 e 20. A denominação taquipnéia, normalmente, implica também na redução da amplitude das incursões respiratórias (volume corrente). Pode ser visto em condições tais como síndromes restritivas pulmonares (derrames pleurais), doenças intersticiais, edema pulmonar, febre, ansiedade. HIPERPNÉIA É um termo, geralmente, usado para designar a elevação da ventilação alveolar secundária, não apenas ao aumento da freqüência respiratória, como, também, ao aumento da amplitude dos movimentos respiratórios. - Acidose metabólica, febre, ansiedade. Bradipnéia Designa a redução do número dos movimentos respiratórios, geralmente abaixo de oitoincursões por minuto. Podem surgir em inúmeras situações, tais como presença de lesões neurológicas, depressão dos centros respiratórios por drogas (opióides, diazepínicos), precedendo a parada respiratória em casos de fadiga dos músculos respiratórios, etc. 06/09/2016 8 APNÉIA É a interrupção dos movimentos respiratórios por um período de tempo prolongado. Pacientes com diagnóstico de síndrome da apnéia do sono podem permanecer sem respirar durante minutos, cursando com hipoxemia acentuada e significantes riscos do surgimento de arritmias cardíacas e morte. DISPNÉIA SUSPIROSA Consiste na presença de inspirações profundas, esporádicas, em meio a um ritmo respiratório normal. Costuma aparecer em indivíduos com distúrbios psicológicos ou pela simples emoção. RITMO DE CANTANI Caracteriza-se pelo aumento da amplitude dos movimentos respiratórios, de modo regular, secundariamente à presença de acidose metabólica. À medida que a acidose metabólica agrava-se, raramente pode haver o surgimento do ritmo de Kussmaul, traduzido pela alternância seqüencial de apnéias inspiratórias e expiratórias. RITMO DE BIOT É o nome dado a um ritmo respiratório totalmente irregular, no tocante à amplitude das incursões respiratórias e à freqüência. Hipertensão intracraniana e lesões do sistema nervoso central. 06/09/2016 9 Ritmo de Cheynes-Stockes Caracteriza – se pela alternância de períodos de apnéia, seguidos por hiperpnéia crescente e decrescente, até a instalação de nova apnéia, e, assim, sucessivamente. Situações comuns: insuficiência cardíaca, congestiva, grave, podendo também estar presente em vigência de lesões do SNC e hipertensão intracraniana. Nos casos de insuficiência cardíaca :retardo circulatório dos pulmões para o cérebro. Padrão Respiratório: alterações 06/09/2016 10 ESCALAS PADRÕES DE DISPNÉIA Insuficiência Cardíaca Esquerda – reabsorção do edema periférico com congestão pulmonar. 06/09/2016 11 Asma o Inúmeras Causas: Mudanças de temperatura (Frio) e umidade (Seco); Presença de alérgenos no quarto; Posição mantida: retenção de secreção e aumento da Raw; Ritmo circadiano: entre 3 – 6 horas da manhã – redução do cortisol (anti- inflamatória) / da adrenalina (SNS, mantém VA aberta) com aumento histamina (broncoespasmo + secreção), aumenta tônus parassimpático; Resposta tardia à exposição de alérgeno durante o dia . Bombinha por perto . SHP “A justificativa para a piora da dispnéia na posição ereta, deve-se ao predomínio das dilatações vasculares intrapulmonares nos terços inferiores dos pulmões que, por ação da gravidade, tornam-se mais perfundidas, comprometendo os mecanismos normais de oxigenação arterial” 06/09/2016 12 06/09/2016 13 EXAME DE CABEÇA E PESCOÇO • Busca de sinais anormais indicativos de problemas respiratórios. - Batimento de asa de nariz: abertura das narinas na inspiração, freqüente nos neonatos (hipoxemia, acidose). - Cianose ao redor dos lábios e mucosa oral (cianose central - IR). Fundamentos da Terapia Respiratória, EGAN. - Expiração com freno labial: Promove pressão positiva nas vias aéreas durante a expiração, favorecendo esvaziamento pulmonar e retardando o colapso. Fundamentos da Terapia Respiratória, EGAN. PESCOÇO • Posição da traquéia e avaliação da pressão venosa central. - Traquéia: não sofre alteração de posicionamento quando o comprometimento pulmonar acomete a base. A traquéia pode sofre deslocamento em direção à uma área colapsada do pulmão. Também pode haver deslocamento da traquéia para o lado oposto às áreas com fluidos ou ar (pneumotórax, derrame pleural). Fundamentos da Terapia Respiratória, EGAN. Derrame pleural/ Pneumotórax Hipertensivo/Atelectasia DISTENSÃO VENOSA JUGULAR Causa mais comum: INSUFICIÊNCIA DO LADO DIREITO DO CORAÇÃO. Pode ser devido à hipoxemia crônica e aumento de Resistência Vascular Pulmonar. Pressão na Veia Jugular: reflete a pressão no AD ou a pressão venosa. O aumento da pressão pode ser verificado pela elevação da veia jugular, refletindo o volume e a pressão do sangue venoso no átrio direito. Fundamentos da Terapia Respiratória, EGAN. Distensão Veia Jugular: VD Se houver aumento da pressão venosa, pode haver dilatação das veias do pescoço na altura do ângulo da mandíbula. Jugular mais larga vista 3 a 4 cm acima do ângulo esternal. 06/09/2016 14 Hipocratismo Digital • Sinal de doença Cardiopulmonar. • Aumento indolor das falanges distais dos dedos dos pés e mão, desenvolvida ao longo do tempo. • Há aumento do ângulo da unha em relação à base. • Fácil reconhecimento. Fundamentos da Terapia Respiratória, EGAN. Hipocratismo Digital Possíveis causas: doença pulmonar intersticial (sarcoidose, fibrose), bronquiectasias, diferentes tipos de câncer (pulmonar), problemas cardíacos congênitos que cursam com cianose, doença crônica do fígado, doença inflamatória da bexiga. 06/09/2016 15 Aranhas Vasculares Cutâneas Hipótese: • CAUSA: desconhecida, existem algumas teorias que tentam explicar esta deformidade. A teoria mais aceita atualmente está no aumento de alguns fatores de crescimento (VEGF- fator de crescimento vascular endotelial, PDGF – fator de crescimento derivado das plaquetas) resultam na neoformaçãoneoformação dede capilarescapilares nana periferiaperiferia. A hipoxemia e estagnação de plaquetas estimulam a liberação destes fatores de crescimento. (Atkinson S, Fox SBJ Pathol., 2004 Jun;203(2):721-8) Edema EXCESSO DE LÍQUIDO ACUMULADO NO ESPAÇO INTERSTICIAL OU NO INTERIOR DAS PRÓPRIAS CÉLULAS Informações Relevantes: - localização e distribuição - intensidade - consistência - temperatura e sensibilidade da pele circunjacente Semiologia Médica, Porto. Fisiopatologia Semiologia Médica, Porto. Fisiopatologia do Edema Semiologia Médica, Porto. Mecânica dos Fluidos: processo dinâmico 06/09/2016 16 1) Localização Edema localizado ou generalizado? Restringe apenas um segmento, seja do membro superior ou do membro inferior? Ou outro segmento corporal (face)? Mais comum nos membros inferiores. Semiologia Médica, Porto. Cirrose Hepática 2) Intensidade Avaliado com a polpa digital do indicador ou do polegar, faz-se uma compressão firme e sustentada, de encontro a uma estrutura rígida próxima à área examinada (tíbia, sacro, ossos da face). Semiologia Médica, Porto. Sinal de Cacifo Se houver edema, após a descompressão haverá uma depressão no local comprimido (Fóvea). A intensidade do edema será determinada pela profundidade da fóvea em cruzes (+, ++, +++ e ++++/4). Dependente da experiência do avaliador. Semiologia Médica, Porto. Outras formas de avaliação: - pesar o paciente uma vez por dia (manhã ou noite): permite identificar retenção ou eliminação excessiva de água. Deve-se pesar pacientes com edema diariamente. - Medida do perímetro da região edemaciada: se for em membros, comparar um lado com o outro. Semiologia Médica, Porto. 06/09/2016 17 3) Consistência Utilizada mesma manobra que avalia a intensidade, será definida pela resistência encontrada ao comprimir a região edemaciada. Edema MOLE: facilmente depressível. Retenção hídrica costuma ser de duração não muito longa, tecido celular subcutâneo está infiltrado de água. Semiologia Médica, Porto. Edema DURO: oferece maior resistência para a formação da fóvea. Traduz existência de proliferação fibroblástica que ocorre nos edemas de maior duração ou que acompanham surtos inflamatórios repetitivos (elefantíase). Semiologia Médica, Porto. Elefantíase: há obstrução da circulação linfática com represamento de linfa e proliferação fibroblásticaintensa (fibrose – espessamento/endurecimento da região). Mais comum nos MMII, que se tornam semelhantes às patas de elefante. CAUSAS: filaríose (helminto – verme, transmitido por mosquito) é a elefantíase mais comum, erisipela (infecção estreptocócica na derme). Semiologia Médica, Porto. Erisipela 4) ELASTICIDADE DO EDEMA: • Elástico: pele retorna rapidamente para situação normal, fóvea dura pouco. Típico dos edemas inflamatórios. • Inelástico: pele comprimida demora a voltar para posição, depressão persiste por um tempo prolongado (Síndrome nefrótica, ICC). Semiologia Médica, Porto. 5) TEMPERATURA DA PELE CIRCUNJACENTE Usar o dorso das mãos ou dos dedos, comparando com a pele da vizinhança ou da região homóloga. • Pele com temperatura normal • Pele Quente: edema inflamatório • Pele Fria: comprometimento da irrigação sanguínea da região. Semiologia Médica, Porto. 06/09/2016 18 6) SENSIBILIDADE DA PELE CIRCUNJACENTE Técnica: digitopressão – já descrita • DOLOROSO - inflamatório • INDOLOR Semiologia Médica, Porto. 06/09/2016 19 FTV - Durante o exame, o paciente repete “trinta e três”, enquanto o examinador palpa o tórax. FTV Semiologia Médica, Porto. FTV - Pode-se usar a face palmar dos dedos, devendo-se movimentar a mão ao longo do tórax, comparativamente entre os lados. Avaliar paredes anterior, lateral e posterior. FTV Aumentado: causado pela transmissão das vibrações por um meio mais sólido. Há consolidação (preenchimento alveolar): a parte pulmonar está relativamente sólida. Nestas condições há aumento da densidade pulmonar. Ex.Pneumonia, tumor periférico. FTV Diminuído: mais freqüente quando são pacientes obesos ou musculosos. Quando há no espaço pleural ar ou excesso de fluido: pneumotórax e derrame pleural (prejuízo na transmissão do som). Visto no enfisematoso com pulmões hiperinsuflados, com redução da densidade pulmonar. Expansão Torácica Bates, Propedêutica Médica. 06/09/2016 20 Expansão da caixa torácica deve ser simétrica durante a inspiração profunda. Paciente respira profunda e pausadamente. Posteriomente: posicionar as mãos sobre o tórax póstero-lateralmente, com os polegares se encontrando ao nível de T8. Oriente o paciente a realizar uma expiração máxima, lentamente. Neste momento, estenda os polegares até a linha média, até que as pontas dos polegares se encontrem na linha média. Instrua o paciente a realizar uma inspiração profunda e observe o distanciamento de cada um dos polegares, em relação à linha média. Cada polegar se desloca de 3 a 5 cm. Anteriormente: Posicionar as mãos sobre a face anterolateral do tórax, com os polegares estendidos ao longo da margem costal em direção ao processo xifóide (últimas costelas). A parede torácica se expande de forma simétrica. A redução da expansibilidade de ambos os pulmões pode ser vista na DPOC ou doenças neuromusculares. Pode haver redução de expansibilidade unilateral na presença de atelectasia, derrame pleural, pneumotórax, tuberculose e na intubação seletiva. Panturrilhas: sinais de TVP TVP: É uma doença em que ocorre um trombo mais reação inflamatória em uma veia profunda podendo provocar manifestações locais, regionais e sistêmicas. Doentes de risco: doente acamado, pós-cirurgias. Sintomas TVP DOR – pela distensão da veia, pela inflamação vascular e perivascular, pelo edema muscular que expande o volume dos músculos no interior da massa muscular (com pressão das terminações nervosas). A dor pode ser espontânea, surgir em repouso e piorar quando o paciente tenta apoiar o pé no chão ou deambular. Edema Unilateral: deve-se desconfiar de TVP. É um edema que evolui com o aumento do diâmetro do membro atingindo pele, subcutâneo e massa muscular. Outros: manifestações gerais que podem ocorrer antes das manifestações locais: febre discreta (37,1 ou 37,2º C), taquicardia, mal-estar pelo corpo. 06/09/2016 21 Sinal de Homans: dor na panturrilha à dorsiflexão do pé. TVP Sinal de Bancroft: dor à compressão da musculatura da panturrilha. TVP O edema será identificado pela palpação da massa muscular dando menor mobilidade a panturrilha que fica empastada (mais consistente), quando comparada com outro membro, constituindo o sinal da Bandeira. Temperatura da pele: ambiente com temperatura controlada. Elasticidade da Pele: pinçando-se a borda da pele com a polpa dos dedos indicador e polegar, avalia-se sua consistência e mobilidade. Algumas colagenoses (lúpus e esclerodermia), determinam espessamento e endurecimento da pele, assim como nas doenças isquêmicas crônicas. Palpação dos pulsos periféricos: sistematizada e simétrica, permite detectar diminuição ou ausência de pulso, possibilitando diagnóstico de estenose ou oclusão. A amplitude é graduada de + a ++++. 06/09/2016 22 Pulsos Periféricos Semiologia Médica, Porto. a. Femoral ; b e c. Poplíteo; d. Pedioso; e. Tibial Posterior Pulsos Periféricos Semiologia Médica, Porto. Pulsos Periféricos Tempo de enchimento capilar Tempo de enchimento capilar Tempo de enchimento capilar: A taxa de retorno do sangue aos leitos capilares estima o fluxo sanguíneo através desta parte mais distal da circulação. Deve-se contabilizar o tempo de enchimento capilar (nas extremidades) pressionando o leito ungueal da vítima, sendo o valor máximo aceitável de 2 segundos. Um valor maior que 2 segundos indica que os leitos capilares não estão recebendo perfusão adequada(choque, insuficiência cardíaca, uso de medicamentos que causam vasoconstrição). PELE e TECIDOS SUBCUTÂNEOS Avaliar temperatura. Enfisema subcutâneo: presença de ar nos tecidos subcutâneos do tórax, pescoço e face. Há uma crepitação da pele durante a palpação nesta condição. Ocorre na presença de pneumotórax ou pneumomediastino e ar escapa para tecido subcutâneo. 06/09/2016 23 Terceira Etapa Exame Físico:Percussão Percussão - Importante técnica do exame físico. - A percussão do tórax coloca em movimento a parede torácica e o tecido subjacente, gerando sons audíveis e vibração perceptível. - Ajuda a determinar se os tecidos subjacentes estão cheios de líquido, ar ou se são sólidos. Percussão Penetra apenas de 5 a 7cm de profundidade do tórax, por isso não identifica alterações mais profundas. Técnica 1) Hiperestenda o dedo médio da mão esquerda e comprima a articulação interfalangiana distal firmemente sobre a região a ser percutida. Evitar o contato da superfície com qualquer outra parte da mão. O polegar, 2°, 4º e 5° quirodáctilos não fazem contato com o tórax. Bates, Propedêutica Médica. Bates, Propedêutica Médica. 2) Posicionar o antebraço direito bem próximo da superfície, com hiperextensão do punho. O dedo médio parcialmente flexionado, relaxado e preparado para percurtir. Bates, Propedêutica Médica. 06/09/2016 24 Bates, Propedêutica Médica. 3) Com um movimento rápido do punho direito, porém relaxado, golpeie o dedo sobre o tórax com o dedo médio direito. Busca-se transmitir vibrações à parede torácica subjacente através dos ossos dessa articulação. Bates, Propedêutica Médica. Bates, Propedêutica Médica. 4) Percurtir com a ponta do dedo, não com a polpa digital. O dedo que golpeia fica quase perpendicular ao dedo que está apoiado no tórax. Bates, Propedêutica Médica. Bates, Propedêutica Médica. Bates, Propedêutica Médica. 06/09/2016 25 Percussão 5) Usar a mesma técnica para realizar uma análise comparativa em ambas as áreas (simétricas). Percutir 2 vezes em cada região. Pode ser mais fácil detectar diferenças pela comparação de uma área com outra do que golpeando repetidamente o mesmolugar. Bates, Propedêutica Médica. Percussão 6) Posterior: Omitir as regiões escapulares. Paciente mantem os braços cruzados a frente do tórax, percurtir o tórax em locais simétricos, desde o ápice até as bases pulmonares. Bates, Propedêutica Médica. Percussão 7) Anterior e lateral: Percurtir as regiões anterior e lateral, de forma simétrica. O coração produz uma área de macicez à esquerda do esterno (3º ao 5° espaços intercostais). Percurtir o lado esquerdo, lateralmente à esta área. Nas mulheres, para melhor percussão, afaste delicadamente a mama com a mão esquerda, enquanto percute com a direita. Bates, Propedêutica Médica. Alterações Macicez: substitui a ressonância na presença de líquido ou tecido sólido no lugar do pulmão repleto de ar ou no espaço pleural. – Pneumonia lobar, derrame pleural, hemotórax, empiema (pus no espaço pleural), tecido fibroso ou tumor. Alterações Hiper-ressonante: pode ser ouvida nas regiões pulmonares hiperinsufladas (DPOC/asma). Se for unilateral pode indicar pneumotórax. Ausculta Pulmonar Estetoscópio 06/09/2016 26 AP Técnica do exame físico que permite avaliar o fluxo aéreo pela árvore traqueobrônquica. Juntamente com a percussão permite avaliar o espaço pleural e os pulmões. - Ouvir os sons gerados pela respiração - Pesquisar ruídos adventícios AP Paciente com tórax despido, respira pausadamente e profundamente com a boca entreaberta, sem fazer ruído. Ausculta de regiões de forma simétrica. Solicita ao paciente para tossir: ruídos permanentes x eventuais. Porto, Semiologia Médica. AP Aspectos: intensidade, seu tom e duração (fase inspiratória e expiratória) Aparelho: Estetoscópio. Orientação: Paciente respira profundamente com a boca aberta. AP Usar o mesmo padrão da percussão na orientação e posicionamento do estetoscópio. Deslocamento lateral, comparando lados simétricos. AUSCULTAR PELO MENOS UM CICLO EM CADA POSIÇÃO!!! AP Cuidado com sintomas de desconforto respiratório causados pela hiperventilação (desmaio, tontura), deixe o paciente descansar, se necessário. AP Bates, Propedêutica Médica. 06/09/2016 27 AP ILSA, 1987 SONS NORMAIS • SOM TRAQUEAL: audível na projeção da traquéia no pescoço. • Respiração brônquica: audível nas projeções dos brônquios principais sobre o manúbrio. • Broncovesicular: primeiro e segundo espaço intercostal na face anterior e entre as escápulas. • Murmúrio Vesicular: ruídos respiratórios audíveis na maior parte do tórax. Componente inspiratório mais intenso e mais duradouro em relação ao expiratório. Bates, propedêutica Médica; Porto, Semiologia Médica. SONS ADVENTÍCIOS (adicionais) Permite diagnosticar doenças cardíacas e pulmonares. - Intensidade, freqüência e duração (estertores finos ou grosseiros) - Quantidades (poucos a muitos) - Momento de ocorrência no ciclo respiratório - Localização na parede torácica - Persistência do padrão entre os ciclos - Alteração pela tosse ou mudança de posição do paciente Classificação pelo ILSA (1987): sons descontínuos Estertores Finos ou Crepitantes: ocorrem ao final da inspiração, são de curta duração. Não se modificam com a tosse. Similar ao som do atrito do cabelo próximo ao ouvido ou à abertura de velcro. Vistos principalmente na região influenciada pela gravidade (dependente). CAUSA: abertura seqüencial de vias aéreas anteriormente fechadas (presença de líquido ou exsudato nos alvéolos) . Pneumonias, bronquiolite e insuficiência ventricular esquerda (edema pulmonar). Porto, Semiologia Médica. Estertores Grossos ou Bolhosos: sofrem alteração com a TOSSE, podem ser ouvidos em todas as regiões do tórax. Podem ser audíveis no início da inspiração e durante toda expiração. CAUSA: abertura e fechamento de vias aéreas contendo secreção viscosa e espessa. Bronquite crônica e bronquiectasias. Classificação pelo ILSA (1987): sons descontínuos Porto, Semiologia Médica. Classificação pelo ILSA (1987): sons contínuos • Roncos: são sons graves (de baixa freqüência) • Sibilos: são agudos (alta freqüência) 06/09/2016 28 Os roncos : sons graves (baixa frequência), grosseiros. Audíveis na inspiração e expiração. São mutáveis, surgindo e desaparecendo. • CAUSA: Sugerem secreção nas vias aéreas de grande calibre. Produzidos pelo estreitamento das vias aéreas com secreção no interior. Sons Contínuos Bates, propedêutica Médica; Porto, Semiologia Médica. Sons Contínuos Sibilos: Podem ser audíveis na inspiração e expiração. Musicais, semelhante à assobio, chiados. CAUSA: Ar flui por brônquios estreitados, quase ao ponto de fechamento (espasmo, edema, secreção). Bronquite crônica, asma, DPOC e ICC. Na asma, os sibilos podem ser auscultados na expiração ou nas duas fases do ciclo. Bates, propedêutica Médica; Porto, Semiologia Médica. Estridor Sibilo predominantemente inspiratório, mais intenso no pescoço do que na parede torácica. Indicativo de obstrução parcial da laringe ou traquéia. Exige atenção. Possível na laringite aguda, câncer de laringe, estenose de traquéia. • Atrito Pleural Rangido ou crepitação produzido pelo atrito das pleuras inflamadas (pleurite). Mais intensos na inspiração e não se modificam pela tosse. Região mais comum: regiões axilares inferiores, onde os pulmões realizam maior movimentação. Bates, propedêutica Médica; Porto, Semiologia Médica. Simulador: http://www.virtual.unifesp.br/unifesp/torax/ � Propôs a simplificação dos termos utilizados durante a ausculta pulmonar. �Garantir que os resultados da AP fossem mais uniformes e confiáveis. �Facilitar o ensino. 06/09/2016 29 Classificação Proposta: RUÍDOS DESCONTÍNUOS: Estertores finos e grossos. RUÍDOS CONTÍNUOS: Sibilos e Roncos. ESTRIDOR ATRITO PLEURAL �Resumo: o uso inadequado dos termos para descrever os ruídos adventícios na ausculta pulmonar, principalmente os ruídos descontínuos, continua sendo um fenômeno freqüente e generalizado nas publicações médicas brasileiras. � Possíveis causas: divulgação insuficiente da nomenclatura da ILSA, desconhecimento das vantagens dessa nova nomenclatura e falta de consciência da importância da padronização na descrição dos termos da ausculta pulmonar, tanto para a prática médica, quanto para o ensino acadêmico e pesquisa clínica. ILSA 1987 06/09/2016 30 Bates, Propedêutica Médica. AULA: Referências 1.Semiologia Médica, Porto Porto. 2. Propedêutica Médica, Bates 3.Fundamentos da Terapia respiratória, Egan. 4. FISIOTERAPIA RESPIRATORIA, Bruno Presto. 5.Bases da Fisioterapia Respiratória - Terapia Intensiva e Reabilitação, Maria da Glória 6. Fisioterapia Respiratória No Paciente Crítico, Sarmento 7. Terapia Intensiva Pneumologia E Fisioterapia Respiratória, Knobel. 8. O ABC da Fisioterapia Respiratória, Sarmento. 9. Fisioterapia Respiratória no Paciente Obstrutivo Crônico, RACHEL BEZERRA FITIPALDI Referências 9. Fisioterapia Respiratória no Paciente Obstrutivo Crônico, RACHEL BEZERRA FITIPALDI 11. Recursos manuais e e Instrumentais em Fisio Respiratória. Raquel Britto, Tereza Brant e Verônica Parreira. 13. Fisiologia Respiratória Aplicada, Rocco. 14. Fisioterapia Respiratória Moderna, Azeredo. 15. Fisiologia respiratória, West 16. Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos, Pryor. 17. Fisio Respiratória - Uma Nova Visão, PRESTO & PRESTO.
Compartilhar