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Atos jurisdicionais penais (1)

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ATOS JURISDICIONAIS PENAIS Felipe Melo 
 
 1 
ATOS JURISDICIONAIS 
PENAIS 
1. ATOS DO JUIZ 
A) Despacho Ordinatório 
Também conhecido como despacho de mero 
expediente. São manifestações jurisdicionais que tem 
por fim dar andamento ao processo. Em regra, não tem 
cunho decisório, apesar de algumas poderem ser 
atacadas por meio de recurso (art. 581, CPP). 
B) Decisões 
- DEFINITIVAS: por excelência são as sentenças. 
- INTERLOCUTÓRIAS MISTAS: são aquelas que, apesar de se 
revestir de simplicidade, no sentido de que não contem 
a complexidade da sentença, extinguem o processo sem 
julgar o mérito. Exemplo: decisão que extingue a 
punibilidade. 
- INTERLOCUTÓRIAS SIMPLES: são aquelas em que o juiz 
resolve questão controvertida, sem paralisar ou 
extinguir o feito. Devem ser proferidas no prazo de 
cinco dias, conforme o art. 800, II, CPP. 
C) Sentença 
- CONCEITO: 
“Sentença definitiva, ou sentença em sentido estrito , é 
expressão que deve entender-se, segundo explica 
Liebman, no seu significado etimológico: é definitiva a 
sentença que define o juízo, concluindo-o e exaurindo 
ao menos na instância em que foi proferida. Sentença 
definitiva, portanto, é a sentença final de primeiro 
grau.” Frederico Marques 
- REQUISITOS: (ART. 381, CPP) 
INTRÍNSECOS: 
1. Relatório: “um resumo das ocorrências do processo, 
desde a identificação das partes, exposição sucinta da 
acusação e da defesa, até a aprova colhida e eventuais 
 Art. 581. Caberá recurso, no sentido 
estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
 
 Art. 800. Os juízes singulares darão seus 
despachos e decisões dentro dos prazos 
seguintes, quando outros não estiverem 
estabelecidos: 
 I - de dez dias, se a decisão for 
definitiva, ou interlocutória mista; 
 II - de cinco dias, se for interlocutória 
simples; 
 III - de um dia, se se tratar de 
despacho de expediente. 
 § 1
o
 Os prazos para o juiz contar-se-
ão do termo de conclusão. 
 Art. 381. A sentença conterá: 
 I - os nomes das partes ou, quando 
não possível, as indicações necessárias 
para identificá-las; 
 II - a exposição sucinta da acusação e 
da defesa; 
 III - a indicação dos motivos de fato e 
de direito em que se fundar a decisão; 
 IV - a indicação dos artigos de lei 
aplicados; 
 V - o dispositivo; 
 VI - a data e a assinatura do juiz. 
ATOS JURISDICIONAIS PENAIS Felipe Melo 
 
 2 
incidentes resolvidos” Vicente Greco 
2. Motivação: indicação dos motivos de fato e de direito 
em que se funda a decisão. 
3. Dispositivo: é a conclusão da sentença, onde o juiz 
“dispõe” sobre o destino do procedimento e do réu. 
EXTRÍNSECOS 
Data, assinatura do juiz e rubrica em todas as páginas. 
 
- ABSOLUTÓRIA: Art. 386, CPP 
É a decisão que julga improcedente a acusação feia 
contra o réu. 
Própria: é a absolvição sem a imposição de qualquer 
medida ao acusado. 
Imprópria: é a sentença que, apesar de absolver, impõe 
ao réu uma medida de segurança. Denomina-se 
imprópria, porque impõe medida de segurança. 
Denomina-se absolutória, porque só sobre medida de 
segurança o réu incapaz, inimputável. Assim, 
considerando que crime é o fato típico, antijurídico e 
culpável, impõe-se concluir que neste caso o agente não 
comete crime, logo a sentença tem que ser absolutória. 
 
- CONDENATÓRIA: Art. 387, CPP 
É a decisão que julga procedente a pretensão estatal 
deduzida na denúncia ou queixa. 
Os requisitos da sentença estão nos incisos do art. 387, 
CPP. 
Merece destaque a discussão acerca do inciso IV. De 
fato, o juiz penal, via de regra, não tem conteúdo 
processual para arbitrar a justa reparação da vítima no 
corpo do procedimento penal. Assim sendo, o 
magistrado fixa uma quantia mínima, quando possível, 
equivalente ao dano, podendo o lesado, ainda, 
demandar ação civil ex-delito. 
 Art. 386. O juiz absolverá o réu, 
mencionando a causa na parte 
dispositiva, desde que reconheça: 
 I - estar provada a inexistência do fato; 
 II - não haver prova da existência do 
fato; 
 III - não constituir o fato infração penal; 
 IV – estar provado que o réu não 
concorreu para a infração penal; (Redação 
dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 V – não existir prova de ter o réu 
concorrido para a infração penal; (Redação 
dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 VI – existirem circunstâncias que 
excluam o crime ou isentem o réu de pena 
(arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1
o
 do art. 28, 
todos do Código Penal), ou mesmo se 
houver fundada dúvida sobre sua 
existência; (Redação dada pela Lei nº 
11.690, de 2008) 
 VII – não existir prova suficiente para a 
condenação. (Incluído pela Lei nº 11.690, 
de 2008) 
 Parágrafo único. Na sentença 
absolutória, o juiz: 
 I - mandará, se for o caso, pôr o réu 
em liberdade; 
 II – ordenará a cessação das medidas 
cautelares e provisoriamente aplicadas; 
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 III - aplicará medida de segurança, se 
cabível. 
 
 Art. 387. O juiz, ao proferir sentença 
condenatória: (Vide Lei nº 11.719, de 
2008) 
 I - mencionará as circunstâncias 
agravantes ou atenuantes definidas no 
Código Penal, e cuja existência reconhecer; 
 II - mencionará as outras 
circunstâncias apuradas e tudo o mais que 
deva ser levado em conta na aplicação da 
pena, de acordo com o disposto nos arts. 
59 e 60 do Decreto-Lei n
o
 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 - Código 
Penal; (Redação dada pela Lei nº 11.719, 
de 2008). 
 III - aplicará as penas de acordo com 
essas conclusões; (Redação dada pela Lei 
nº 11.719, de 2008). 
 IV - fixará valor mínimo para reparação 
dos danos causados pela infração, 
considerando os prejuízos sofridos pelo 
ofendido; (Redação dada pela Lei nº 
11.719, de 2008). 
 V - atenderá, quanto à aplicação 
provisória de interdições de direitos e 
medidas de segurança, ao disposto no 
Título Xl deste Livro; 
 VI - determinará se a sentença deverá 
ser publicada na íntegra ou em resumo e 
designará o jornal em que será feita a 
publicação (art. 73, § 1
o
, do Código Penal). 
 Parágrafo único. O juiz decidirá, 
fundamentadamente, sobre a manutenção 
ou, se for o caso, imposição de prisão 
preventiva ou de outra medida cautelar, 
sem prejuízo do conhecimento da apelação 
que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei 
nº 11.719, de 2008). 
 
 
ATOS JURISDICIONAIS PENAIS Felipe Melo 
 
 3 
Dispositivo da Sentença: 
1. Fixação da pena-base, com menção das 
circunstâncias agravantes e/ou atenuantes, bem 
como as causas de aumento ou de diminuição 
de pena, tudo na forma dos arts. 59, 60, 61, 62 3 
68, CP. 
2. Estabelecimento do regime inicial de 
cumprimento de pena, sendo certo que até os 
crimes hediondos tem progressão. 
3. Decidir sobre substituição da pena privativa de 
liberdade por restritiva de direito (art. 44, CP), 
assim como desta pela pena de multa (art. 44, 
§2º, CP).1 
4. Em caso de crime de trânsito, fixar a multa 
reparatória; 
5. Em caso de semi-imputabilidade decidir na 
forma do art. 26, parágrafo único, CP.2 
6. Examinar a possibilidade de sursis (suspensão 
condicional do processo), art. 77, CP. 
7. Decidir se o réu apela em liberdade. Art. 387, 
parágrafo único, CPP. 
8. Decidir sobre a aplicação dos efeitos da 
condenação. Art. 92, CP. 
 
 
1 Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de 
liberdade, quando:I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for 
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena 
aplicada, se o crime for culposo; 
II – o réu não for reincidente em crime doloso; 
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do 
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa 
substituição seja suficiente. 
§ 1
o
 (VETADO) 
§ 2
o
 Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa 
ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de 
liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas 
restritivas de direitos. 
§ 3
o
 Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, 
em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a 
reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. 
§ 4
o
 A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer 
o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de 
liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, 
respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. 
§ 5
o
 Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da 
execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for 
possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. 
 
2 Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento 
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente 
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 
Redução de pena 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em 
virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento 
 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos 
antecedentes, à conduta social, à personalidade 
do agente, aos motivos, às circunstâncias e 
conseqüências do crime, bem como ao 
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme 
seja necessário e suficiente para reprovação e 
prevenção do crime: 
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos 
limites previstos; 
III - o regime inicial de cumprimento da pena 
privativa de liberdade; 
IV - a substituição da pena privativa da liberdade 
aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. 
 
Critérios especiais da pena de multa 
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve 
atender, principalmente, à situação econômica do 
réu. 
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se 
o juiz considerar que, em virtude da situação 
econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no 
máximo. 
Multa substitutiva 
§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não 
superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída 
pela de multa, observados os critérios dos incisos 
II e III do art. 44 deste Código. 
 
Circunstâncias agravantes 
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam 
a pena, quando não constituem ou qualificam o 
crime: 
I - a reincidência; 
II - ter o agente cometido o crime: 
a) por motivo fútil ou torpe; 
b) para facilitar ou assegurar a execução, a 
ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime; 
c) à traição, de emboscada, ou mediante 
dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou 
tornou impossível a defesa do ofendido; 
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, 
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que 
podia resultar perigo comum; 
e) contra ascendente, descendente, irmão ou 
cônjuge; 
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se 
de relações domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade, ou com violência contra a mulher 
na forma da lei específica; 
g) com abuso de poder ou violação de dever 
inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; 
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, 
enfermo ou mulher grávida; 
i) quando o ofendido estava sob a imediata 
proteção da autoridade; 
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação 
ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça 
particular do ofendido; 
l) em estado de embriaguez preordenada. 
 
Agravantes no caso de concurso de pessoas 
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação 
ao agente que: 
I - promove, ou organiza a cooperação no crime 
ou dirige a atividade dos demais agentes; 
II - coage ou induz outrem à execução material do 
crime; 
III - instiga ou determina a cometer o crime 
alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível 
em virtude de condição ou qualidade pessoal; 
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante 
paga ou promessa de recompensa. 
 
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao 
critério do art. 59 deste Código; em seguida serão 
consideradas as circunstâncias atenuantes e 
agravantes; por último, as causas de diminuição e 
de aumento. 
Parágrafo único - No concurso de causas de 
aumento ou de diminuição previstas na parte 
especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento 
ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a 
causa que mais aumente ou diminua. 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos 
antecedentes, à conduta social, à personalidade 
do agente, aos motivos, às circunstâncias e 
conseqüências do crime, bem como ao 
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme 
seja necessário e suficiente para reprovação e 
prevenção do crime: 
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos 
limites previstos; 
III - o regime inicial de cumprimento da pena 
privativa de liberdade; 
IV - a substituição da pena privativa da liberdade 
aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. 
 
Critérios especiais da pena de multa 
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve 
atender, principalmente, à situação econômica do 
réu. 
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se 
o juiz considerar que, em virtude da situação 
econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no 
máximo. 
Multa substitutiva 
§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não 
superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída 
pela de multa, observados os critérios dos incisos 
II e III do art. 44 deste Código. 
 
Circunstâncias agravantes 
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam 
a pena, quando não constituem ou qualificam o 
crime: 
I - a reincidência; 
II - ter o agente cometido o crime: 
a) por motivo fútil ou torpe; 
b) para facilitar ou assegurar a execução, a 
ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime; 
c) à traição, de emboscada, ou mediante 
dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou 
tornou impossível a defesa do ofendido; 
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, 
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que 
podia resultar perigo comum; 
e) contra ascendente, descendente, irmão ou 
cônjuge; 
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se 
de relações domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade, ou com violência contra a mulher 
na forma da lei específica; 
g) com abuso de poder ou violação de dever 
inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; 
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, 
enfermo ou mulher grávida; 
i) quando o ofendido estava sob a imediata 
proteção da autoridade; 
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação 
ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça 
particular do ofendido; 
l) em estado de embriaguez preordenada. 
 
Agravantes no caso de concurso de pessoas 
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação 
ao agente que:I - promove, ou organiza a cooperação no crime 
ou dirige a atividade dos demais agentes; 
II - coage ou induz outrem à execução material do 
crime; 
III - instiga ou determina a cometer o crime 
alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível 
em virtude de condição ou qualidade pessoal; 
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante 
paga ou promessa de recompensa. 
 
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao 
critério do art. 59 deste Código; em seguida serão 
consideradas as circunstâncias atenuantes e 
agravantes; por último, as causas de diminuição e 
de aumento. 
Parágrafo único - No concurso de causas de 
aumento ou de diminuição previstas na parte 
especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento 
ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a 
causa que mais aumente ou diminua. 
ATOS JURISDICIONAIS PENAIS Felipe Melo 
 
 4 
Efeitos da Sentença Condenatória 
 Os efeitos vem claramente descritos nos arts. 91 e 92 
do CPP, merecendo lembrança o fato de que os efeitos 
extrapenais permanecem mesmo em caso de graça, 
anistia e indulto. 
 
Publicação e Intimação da Sentença 
O juiz deve decidir se a sentença será publicada 
integralmente ou em resumo. 
- Intimação do Ministério Público: HC 83255/SP, D.J.U. 
12.03.04. Neste Habeas Corpus o STF fixou o 
entendimento de que o MP é intimado a partir do 
recebimento dos autos na secretaria do órgão, sendo 
este o marco inicial da contagem dos seus prazos. 
- Intimação do Réu: será pessoalmente intimado 
estando preso ou solto. O advogado será intimado via 
Diário Oficial. O prazo para recurso começa a partir da 
última intimação, de um ou de outro. 
 
Princípio da Correlação entre Acusação e Sentença 
Trata-se de um princípio processual penal, que 
preconiza a correspondência entre o fato narrado na 
denúncia e a sentença penal, de modo que não ocorra 
uma decisão citra, ultra ou expra petita. 
Na verdade, deve haver uma relação entre a sentença e 
a denúncia (acusação), assim como existe entre uma 
imagem e seu reflexo. A denúncia é a imagem e a 
sentença deverá ser o seu reflexo. 
Três são os mecanismos para a manutenção do Princípio 
em comento, são eles: 
- Aditamento à denúncia: Art. 384, caput, parte final e 
§2º do CPP. 
Aditar significa aumentar, acrescer, somar. Toda vez 
que o Ministério Público se deparar, no curso do 
processo, com um fato ou uma circunstância não 
 Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 I - tornar certa a obrigação de indenizar o 
dano causado pelo crime; (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
 II - a perda em favor da União, ressalvado o 
direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 a) dos instrumentos do crime, desde que 
consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, 
porte ou detenção constitua fato ilícito; 
 b) do produto do crime ou de qualquer bem 
ou valor que constitua proveito auferido pelo 
agente com a prática do fato criminoso. 
 Art. 92 - São também efeitos da 
condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 I - a perda de cargo, função pública ou 
mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº 
9.268, de 1º.4.1996) 
 a) quando aplicada pena privativa de 
liberdade por tempo igual ou superior a um ano, 
nos crimes praticados com abuso de poder ou 
violação de dever para com a Administração 
Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
 b) quando for aplicada pena privativa de 
liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos 
nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 
1º.4.1996) 
 II - a incapacidade para o exercício do pátrio 
poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, 
sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra 
filho, tutelado ou curatelado; (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 III - a inabilitação para dirigir veículo, quando 
utilizado como meio para a prática de crime 
doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 Parágrafo único - Os efeitos de que trata este 
artigo não são automáticos, devendo ser 
motivadamente declarados na sentença. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
ATOS JURISDICIONAIS PENAIS Felipe Melo 
 
 5 
narrada na denúncia deverá aditar a inicial acusatória, como decorrência do princípio da 
obrigatoriedade. 
O procedimento encontra-se no §2º, art. 384, CPP, sendo certo que a defesa deverá ser intimada. 
- Emendatio Libeli: art. 383, CPP. 
Trata-se de uma retificação da denúncia, que ocorre toda vez que esta narra um fato criminoso, 
mas o classifica como se fosse outro. Por exemplo: o MP narra perfeitamente e com todas as suas 
circunstancias, um crime de roubo, qualificado pelo emprego de arma de fogo, porém pede a 
condenação do réu como incurso nas penas do art. 171, CP. 
Nessa hipótese, o juiz poderá (poder-dever) retificar a classificação, ainda que tenha que aplicar 
pena mais grave. Isso se dá por dois motivos: primeiro, o juiz não está preso à classificação dado 
pelo MP na denúncia; em segundo, porque o réu se defende do fato narrado e não da 
classificação dada na denúncia. 
Casuística: Deve-se abrir vista à defesa? 
1ª Corrente: Majoritária, prevalece amplamente na jurisprudência. Não, não há 
necessidade de se abrir vista à defesa, pois o réu se defende dos fatos e não da 
classificação penal dada ao delito. 
2º Corrente: Geraldo Prado. Sim, deve-se abrir vista à defesa, porque disso, de 
alguma maneira, pode ocorrer prejuízo para o réu. 
Apesar de o art. 383, CPP dizer: “O Juiz”, a doutrina e a jurisprudência entendem que é possível a 
ocorrência da Emendatio Libelli em grau de recurso, de modo que o Tribunal poderá dar ao fato 
classificação diversa daquela contida na denúncia, ainda que tenha que aplicar pena mais grave. 
Contudo, em se tratando de recurso exclusivo da defesa, não se aplicará a emendatio libelli, em 
louvor ao Princípio da Non Reformatio in Pejus. Não havendo aplicação da Súm. 453, do STF. 
 
 
- Mutatio Libelli – art. 384, caput, primeira parte, CPP. 
Na mutatio libelli ocorre, verdadeiramente, a modificação da acusação. Acontecerá quando o 
Ministério Público diante de novos fatos, circunstâncias ou elementos, não contidos na denúncia, 
mas surgidos na instrução probatória, não promover o aditamento. 
Não se trata de mera retificação da classificação dada ao fato, que na emendatio libelli vem 
corretamente narrado. No caso da mutatio o fato não foi narrado, de modo que o juiz não 
poderá julgar ultra, citra nem extra petita. 
No caso da mutatio libelli, o juiz remeterá os autos ao MP, tendo em vista os novos fatos, para 
que este faça o aditamento. Caso o MP se recuse a fazer o aditamento, será obedecida a regra do 
art. 28, CPP, com a remessa dos autos ao Chefe do Ministério Público, que no caso Estadual é o 
ATOS JURISDICIONAIS PENAIS Felipe Melo 
 
 6 
Procurador Geral do Estado; em se tratando de Ministério Público Federal os autos serão 
remetidos à Câmara de Coordenação e Revisão Criminal/PGR, nos termos do art. 62, da Lei 
Complementar nº. 75/93. 
Casuística: 
E se o chefe do Ministério Público se recusar também a aditar a denúncia? 
Duas correntes: 
1ª. O Juiz deve absolver o réu, porque o fato narrado na denúncia não foi 
provado. Na verdade, foi provado outro fato, que não o narrado na denúncia. 
Ora, o juiz não pode condenar o réu por fato diverso daquele descrito, não 
podendo prolatar decisão citra, ultra, nem extra petita, estando assim obrigado a 
absolver o réu. O transito em julgado dessa sentença, no sentido formal e 
material, impedirá que o réu sejanovamente processado, por conta do Princípio 
do Não Bis In Idem. 
2ª. O juiz deverá condenar o réu na forma da denúncia, para se evitar a 
impunidade.

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