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1 Concreto Armado I Lajes de Concreto (Parte 2-A) ► Observação complementar para a condição de contorno entre lajes ● Nas plantas de forma de estruturas existem algumas convenções para a numeração dos elementos estruturais, como o caso das lajes. ● A numeração das lajes deve ser feita da esquerda para a direita e de cima para baixo. ● Deve-se identificar as lajes, L1, L2, L3, etc., com seus respectivos números e indicação de espessura. De preferência, a numeração deve ser colocada próxima do centro de cada laje. ► Estimativa de cargas atuantes nas lajes As cargas atuantes nas lajes são de natureza permanente (g) e de natureza acidental (q). Os valores dessas cargas são indicadas pela norma de cargas para o cálculo de estruturas, NBR-6120. As cargas de natureza permanente que atuam nas lajes são compostas basicamente por: ● Peso próprio da laje. ● Peso da regularização. ● Peso do enchimento. ● Peso do revestimento. ● Peso dos elementos construtivos fixos. ● Peso das instalações permanentes, entre outras. Esquema das camadas do piso As camadas que compõem o piso são representadas por: Onde: ● hrev� Espessura de revestimento. ● hreg � Espessura de regularização. ● hlaje� Espessura da laje. 2 Peso específico dos materiais ● Concreto armado � 25 kN/m3 ● Concreto simples � 24 kN/m3 ● Alvenaria de tijolos furados � 13 kN/m3 ● Alvenaria de tijolos maciços � 18 kN/m3 ● Argamassa (cimento e areia) � 21 kN/m3 ● Cerâmica � 18 kN/m3 ● Ipê, angico, cabriúva � 10 kN/m3 As cargas de natureza acidental que atuam nas lajes são provenientes de pessoas, móveis, veículos, etc. A seguir, apresentam-se alguns valores indicados pela NBR-6120: ● Edifícios residenciais: - Dormitório, sala, copa, cozinha, banheiro � 1,5 kN/m2 - Despensa, área de serviço, lavanderia � 2,0 kN/m2 ● Escadas: - Com acesso ao público (área comum) � 3,0 kN/m2 - Sem acesso ao público (área privativa) � 2,0 kN/m2 ● Hall: - Com acesso ao público (área comum) � 3,0 kN/m2 - Sem acesso ao público (área privativa) � 2,5 kN/m2 ● Terraços: - Com acesso ao público � 3,0 kN/m2 - Sem acesso ao público � 1,5 kN/m2 - Inacessíveis à pessoas � 0,5 kN/m2 ● Forros: - Sem acesso à pessoas � 0,5 kN/m2 ● Lajes em balanço: Nas lajes em balanço, que se destinam a sacadas, além das cargas permanentes e acidentais citadas, devem ser considerados os seguintes carregamentos: Onde: q � Carga acidental do compartimento que lhe dá acesso. H � 0,8 kN/m. V � 2,0 kN/m. 3 ► Considerações importantes sobre cargas nas lajes ● Peso próprio O peso próprio da laje maciça é considerado uniformemente distribuído e é calculado por: g = h . γC A Onde: γC A� Peso específico do concreto armado h � Espessura da laje ● Revestimento Esta carga vai depender do tipo de revestimento que vai ser usado no piso (taco, mármore, etc.). Nos pisos usuais, pode-se considerar esta carga como sendo igual a 0,5 kN/m2. ● Cargas de paredes ���� Lajes armadas em cruz Se as lajes forem analisadas isoladamente, as cargas das paredes sobre a laje (p) podem ser calculadas dividindo-se o peso total das paredes (PPAR) pela área da laje (A). p = PPAR / A e PPAR = VPAR . γ M Onde: VPAR� Volume de todas as paredes sobre a laje. γ M� Peso específico do material das paredes. ● Cargas de paredes ���� Lajes armadas em cruz ● Cargas de paredes ���� Lajes armadas em uma só direção Nas lajes armadas em apenas uma direção, a parede é considerada distribuída em uma faixa limitada, caso a parede esteja na direção do menor vão (lx). Se a parede estiver na direção do lado maior da laje (ly), a carga da parede (q) é considerada linear. PPAR = VPAR . γ M Onde: PPAR � Peso total da parede. VPAR� Volume da parede sobre a laje. γ M� Peso específico do material da parede. 4 ● Cargas de paredes ���� Lajes armadas em uma só direção ► Princípios da análise estrutural Segundo a norma, as estruturas de placas podem ser analisadas admitindo-se as seguintes hipóteses: � Manutenção da seção plana após a deformação, em faixas suficientemente estreitas. � Representação dos elementos por seu plano médio. ● Uma vez que a determinação dos esforços solicitantes nas lajes envolve modelos matemáticos complexos de cálculos de placas, é comum a utilização de processos simplificados que permitem a determinação dos esforços solicitantes nas lajes, desde que os mesmos atendam às prescrições da NBR-6118/2014. ► Análise dos esforços nas lajes Após a determinação do carregamento da laje, parte-se para o cálculo dos esforços nela atuantes, ou seja, a determinação das solicitações. As lajes trabalham, basicamente, à flexão simples, isso quer dizer que nela estarão atuando momentos fletores e esforços cortantes. Para isso, existem alguns métodos para a análise de esforços nas lajes. Alguns são listados a seguir: ● Teoria da Elasticidade. ● Método das Linhas de Ruptura. ● Teoria das Grelhas. ● Tabelas de dimensionamento. ● Além da determinação dos momentos fletores e forças cortantes, determinam-se, também, as reações das lajes, que irão carregar as vigas. ● Para as lajes maciças apoiadas sobre vigas, despreza-se o esforço cortante atuante, que será posteriormente analisado. ● Para o cálculo das lajes maciças só irá interessar a determinação dos momentos fletores e das reações sobre as vigas. 5 ► Teoria das Grelhas (TG) ● Essa teoria é adotada sobretudo para o cálculo de esforços em lajes nervuradas. A idéia básica desse processo consiste em considerar que um painel de laje seja constituído de apenas duas faixas de larguras unitárias e ortogonais entre si, formando assim uma pequena grelha. ● Para as lajes retangulares sobre quatro apoios, com carga uniformemente distribuída, pode-se utilizar essa teoria para o cálculo dos esforços, que é um processo rápido e simplificado. ● Essa teoria consiste em dividir a carga total (p), carga distribuída por unidade de área, em duas cargas lineares, uma para cada direção da laje (px e py). Do estudo das grelhas, sabe- se que cada faixa é responsável por conduzir parte do carregamento total (p) até os respectivos apoios. Uma vez conhecido essa parte de carga que atua em cada faixa (px e py), pode-se determinar os diagramas de momento e cortante, conhecendo-se as condições de contorno do painel. ● A montagem do problema é conduzida com base nas seguintes hipóteses: � As faixas são independentes entre si. � As partes de carga são constantes em cada direção. � O carregamento é uniformemente distribuído na faixa. Esquema geral dos valores de carga pela TG Valores para as flechas pela TG ● Considerando as condições de contorno em uma dada direção. ● Os valores de carga (p) e de comprimento (l) é para a direção considerada no cálculo da flecha, não para o carregamento total da laje, ou seja, será px e py, assim como lx e ly. 6 Valores para momentos e reações de apoio pela TG ● Considerando as condições de contorno em uma dada direção. ● Os valores de carga (p) e de comprimento (l) é para a direção considerada no cálculo dos momentos e reações de apoio, não para o carregamento total da laje, ou seja, será px e py, assim como lx e ly. ► Tabelas de dimensionamento ● Para facilitar a determinação das solicitações nas lajes, foram criadas várias tabelas com uma série de coeficientes que levam em conta os diversos parâmetros utilizados no cálculo das lajes. Algumas tabelas se baseiam na Teoria das Grelhas e outras na Teoria da Elasticidade. Algumas das tabelas mais utilizadas são: ● Czerny (TE). ● Erturk (TE). ● Barés (TE). ● Marcus (TG + TE), entre outras. ● Nos dias atuais o uso das tabelas está sendo substituídopela utilização de softwares de análise estrutural, que tanto podem trabalhar com as tabelas internamente, como com o cálculo matemático mais preciso. ● Para o cálculo dos esforços nas lajes, ou seja, os momentos fletores e reações de apoio, analisaremos as tabelas de Czerny, que se baseiam na teoria da elasticidade, e as tabelas de Marcus, que se baseia na teoria da elasticidade e na teoria das grelhas. ► Tabelas de Czerny ● O cálculo dos esforços nas lajes, através das tabelas de Czerny, são representados através das tabelas a seguir: 7 Continuação da tabelas de Czerny Continuação da tabelas de Czerny Continuação da tabelas de Czerny Continuação da tabelas de Czerny 8 Continuação da tabelas de Czerny Continuação da tabelas de Czerny Continuação da tabelas de Czerny Continuação da tabelas de Czerny 9 ► Cálculo dos esforços nas lajes armadas em uma só direção e nas lajes em balanço ● A determinação das reações de apoio e dos momentos fletores das lajes armadas em uma só direção e das lajes em balanço é feito de forma simplificada. ● Serão apresentadas a seguir os valores de reações de apoio, momentos fletores máximos positivos e negativos, assim como de flecha imediata para a situação de carregamento uniformemente distribuído. ● As situações envolvem três tipos de lajes considerando os casos de vinculação possíveis de existirem quando se consideram apenas apoios simples e engastes perfeitos. Lajes armada em uma só direção Laje armada em uma direção sobre apoios simples e com carregamento uniforme Flecha imediata Laje armada em uma direção sobre apoio simples e engaste perfeito com carregamento uniforme Flecha imediata 10 Laje armada em uma direção bi-engastada com carregamento uniforme Flecha imediata ► Cálculo das solicitações nas lajes em balanço ● As lajes em balanço, como as lajes de marquises e varandas, são também casos típicos de lajes armadas em uma direção, que devem ser calculadas como viga segundo a direção do menor vão. Laje em balanço armada em uma direção
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