Buscar

powerpoint - semana 6

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Direito Civil V
Direito das Coisas
Profa. Andreia Ribeiro
1
Semana 6
2
TEMA: DOS DIREITOS REAIS
(Introdução; Da Propriedade)
Fundamento: Código Civil Brasileiro: art. 1.225 – 1.237
3
Objetivos:
Introdução ao estudo dos Direitos Reais, a começar pelo Direito De Propriedade que é considerado a matriz dos Direitos Reais e o núcleo do Direito das Coisas.
Nessa aula serão abordados os seguintes aspectos do Direito de Propriedade:
Conceito
Elementos Constitutivos
Evolução e Função Social
Fundamento Jurídico
Caracteres
Limitações e restrições ao Direito de Propriedade
Meios de defesa da Propriedade
Descoberta
4
1) Introdução
O Direito Real consiste no poder jurídico, direto e imediato do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos.
- O Direito real é a relação jurídica que permite e atribuiu a uma pessoa singular ou coletiva, ora o gozo completo de certa coisa, corpórea ou incorpórea, incluindo a faculdade de alienar, consumir ou destruir (DOMÍNIO); ora o gozo limitado uma coisa, que é propriedade conjunta e indivisa daquela e de outras pessoas (copropriedade), com exclusão de todas as demais pessoas, as quais têm o dever correlativo de ABSTENÇÃO de perturbar, violar ou lesar, ou do RESPEITO dos mesmos direitos.
5
2) Espécies de Direitos Reais
O Direito de PROPRIEDADE é o mais importante e mais completo dos direitos reais. Confere ao seu titular os poderes de usar, gozar e dispor da coisa, assim como de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Quando todas essas prerrogativas acham-se reunidas em uma só pessoa, diz-se que ela é titular da PROPRIEDADE PLENA.
A Propriedade poderá ser LIMITADA quando algum ou alguns dos poderes inerentes ao domínio se destacarem e se incorporarem ao patrimônio de outra pessoa. Exemplo: no USUFRUTO o usufrutuário fica com o direito de usar e gozar e o nu-proprietário somente com o direito de dispor e reivindicar a coisa. O Usufrutuário, em razão desse desmembramento, passa a ter um direito real sobre coisa alheia, sendo oponível erga omnes. 
Assim, todos os demais direitos reais derivam do desmembramento da propriedade e são denominados direitos reais menores ou direitos reais sobre coisa alheia.
6
2) Espécies de Direitos Reais
São direitos reais sobre coisa alheia:
Direitos Reais de Gozo (ou de fruição): superfície, servidões, usufruto, uso, habitação, o direito do promitente comprador do imóvel.
Direitos reais de garantia: penhor, hipoteca e a anticrese.
7
3) Aquisição dos Direitos Reais
Apesar de criar direitos e obrigações, a mera celebração de um CONTRATO não é suficiente para transferência do domínio.
Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, enquanto ou outro a pagar-lhe certo preço em dinheiro. Porém, o DOMÍNIO só se adquire:
Pela TRADIÇÃO, se for coisa MÓVEL. Com a tradição, o direito pessoal, que foi criado pelo contrato, ganha foro de direito real e se torna socialmente conhecido.
Pelo REGISTRO DO TÍTULO se for IMÓVEL. O registro é, efetivamente, indispensável para a constituição do direito real entre vivos, bem como sua transmissão. 
OBS.: Foi a necessidade social de tornar pública a transferência dos direitos reais, que prevalecem erga omnes, que criou para os móveis a formalidade da tradição, e para os imóveis a exigência do registro.
8
DA PROPRIEDADE
4.1 - Conceito
Trata-se do mais completo dos direitos subjetivos, a matriz dos direitos reais e o núcleo do Direito das Coisas. 
Embora a origem do vocábulo seja obscura, pode-se dizer, de acordo com Maria Helena Diniz, que a propriedade indicaria toda a relação jurídica de apropriação de um certo bem corpóreo ou incorpóreo (quando recai exclusivamente sobre coisas corpóreas, tem a denominação peculiar de domínio).
9
DA PROPRIEDADE
4.2 – Elementos Constitutivos
Considerando os elementos essenciais, descritos no art. 1228 (que enuncia os poderes do proprietário), o direito de propriedade pode ser definido como o poder jurídico atribuído a uma pessoa de usar, gozar e dispor de um bem, corpóreo ou incorpóreo, em sua plenitude e dentro dos limities estabelecidos na lei, como de reivindica-lo de quem injustamente o detenha.
Usar: servir-se da coisa e utilizá-la da maneira que entender conveniente (dentro dos limites legais e de acordo com a função social).
Gozar: poder de usufruir da coisa, percebendo os frutos naturais e civis da coisa e de aproveitar economicamente os seus produtos.
Dispor: poder de transferir de gravá-la de ônus, de aliená-la a outrem a qualquer título (não destruir gratuitamente / bem-estar social). Mais se revela dono quem dispõe da coisa do que aquele que a usa ou frui.
Reaver: (rei vindicato) poder de reivindicar das mãos de quem injustamente a possua ou detenha. Envolve proteção específica da propriedade (ação reivindicatória).
10
DA PROPRIEDADE
4.3 – Evolução do Direito de Propriedade. Função Social
No direito romano: tinha caráter individualista;
Na idade média: passou por uma fase peculiar, com dualidade de sujeitos ( o dono e o que explorava economicamente o imóvel, pagando ao primeiro pelo uso);
Após a Revolução Francesa: assumiu ficção marcadamente individualista;
Na atualidade: desempenha uma função social: deve ser exercido em consonância com suas finalidades econômicas e sociais, e de modo que sejam preservados a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a polução do ar e das águas (CC, art 1.228, CF, art. 5º XXIII).
“A propriedade deixou de ser o direito subjetivo do indivíduo e tende a se tornar a função social do detentor da riqueza mobiliária e imobiliária; a propriedade implica para todo detentor da riqueza a obrigação de emprega-la para o crescimento da riqueza social” (Léon Duguit).
O CC (art. 1.228 §§ 4º e 5º) criou uma nova espécie de desapropriação, determinada pelo Judiciário (novo conceito de posse = posse-trabalho).
11
DA PROPRIEDADE
4.4 – Fundamento Jurídico da Propriedade
Várias teorias foram formuladas a respeito da origem e legitimidade do Direito de Propriedade, dentre elas, merecem destaque:
Teoria da Ocupação: é a mais antiga. Vislumbra o Direito de Propriedade na ocupação das coisas, quando não pertenciam a ninguém (res nullius). É bastante combatida por entender-se que a ocupação é apenas modo de aquisição da propriedade, mas não tem substância para justificar ou servir de fundamento jurídico ao direito de propriedade.
Teoria da Especificação: apoia-se no trabalho. Somente o trabalho humano, transformando a natureza e a matéria bruta, justifica o direito de propriedade. Inspirou os regimes socialistas, mas, também, é combatida, pois, contém o germe da negação do direito de propriedade. Se o trabalhador se torna proprietário em razão de um direito, acabaria perdendo a empresa para os seus próprios empregados (espoliações sucessivas; justaposição de múltiplas propriedades sobre o mesmo objeto).
12
DA PROPRIEDADE
4.4 – Fundamento Jurídico da Propriedade
Várias teorias foram formuladas a respeito da origem e legitimidade do Direito de Propriedade, dentre elas, merecem destaque:
Teoria da Lei: (Montesquieu) sustenta que a propriedade é instituição do direito positivo, ou seja existe porque a lei a criou e a garante; Crítica: a propriedade sempre existiu, mesmo antes de ser regulamentada por lei.
Teoria da Natureza Humana: prega que a propriedade é inerente à natureza humana, sendo uma dádiva de Deus aos homens para prover às suas necessidades. Não deriva do Estado e de suas leis, mas lhe antecede, como direito natural A propriedade individual aparece como condição da existência e liberdade de todo o home.. É a que conta com o maior número de adeptos, inclusive da Igreja Católica que tende que a autoridade pública não pode abolir o direito de propriedade, mas, apenas regular o seu uso e acomodá-lo ao bem do homem.
13
DA PROPRIEDADE
4.5 – Caracteres
da Propriedade
O Direito de propriedade é:
Exclusivo: – A mesma coisa não pode pertencer com exclusividade e simultaneamente a duas ou mais pessoas (no condomínio, recai sobre a parte ideal). O direito de um sobre determinada coisa exclui o direito de outros sobre essa mesma coisas, daí decorre o poder do titular de afastar da coisa quem quer que dela queira utilizar-se.
Ilimitado: (pleno ou absoluto) - Quando todos os seus direitos elementares (usar, gozar, dispor) se acham reunidos no direito do proprietário. Em caso de desmembramento de um ou algum desses direitos, nasce o direito real sobre coisa alheia, passando a propriedade à condição de limitada. Ao longo dos anos, o caráter absoluto e ilimitado da propriedade tem sofrido limitações e restrições, importando uma incessante redução dos direitos do proprietário.
Irrevogável ou Perpétuo: não se extingue pelo não uso, mas somente pela alienação ou pelas hipótese legais (desapropriação, perecimento, usucapião etc)
14
DA PROPRIEDADE
4.6 – Limitações e Restrições ao Direito de Propriedade
O Direito de propriedade pode sofrer restrições (que diminuem as vantagens que se exerce sobre a coisa) impostas:
Pelo Ordenamento Jurídico: – O direito de propriedade só pode ser limitado pelo interesse público. Ex.: limitações decorrentes da função social do propriedade, as desapropriações, as limitações administrativas e urbanísticas, as de ordem ambiental, as de natureza militar (para defesa do povo e do território nacional), o respeito à saúde, à segurança, o direito de vizinhança. 
Art. 1.229, CC – limita a extensão da propriedade pelo critério da utilidade: até onde lhe for útil. Trata-se de restrição de cunho social.
Art. 1.230, CC – as jazidas, recursos minerais e potenciais de energia hidradráulica pertencem à união são propriedade distinta do solo, ao proprietário do solo cabe apenas participação nos resultados da lavra.
Pela Interesse privado: (vontade do proprietário) – Ex.: constituição de usufruto, uso, instituição de cláusula de inalienabilidade, incomunicabilidade, gravação de hipoteca, registro de contrato de locação na matrícula do imóvel.
15
DA PROPRIEDADE
4.7 – Dos meios de Defesa da Propriedade
4.7.1 – Ação Reivindicatória
Natureza Jurídica: – Tem caráter essencialmente dominial e por isso só pode ser utilizada pelo PROPRIETÁRIO. É AÇÃO REAL que compete ao senhor da coisa.
Pressupostos: a) Titularidade do domínio (pelo autor da área reivindicanda); b) individuação da coisa; c) posse injusta do réu (desprovida de título).
Legitimidade Ativa: -compete ao titular do domínio; -não se exige que a propriedade seja plena; -cada condômino pode, individualmente, reivindicar de terceiro a totalidade do imóvel (art. 1314, CC); -o compromissário comprador, que pagou todas as prestações, possui os direitos elementares do proprietário e dispõe, assim, de título para embasar a ação reivindicatória.
Legitimidade Passiva: -a ação deve ser proposta contra quem está na posse ou detém a coisa, sem título ou suporte jurídico; -a boa-fé não impede a caracterização da injusta posse para fins de reivindicatória; -ao possuidor direito, citado para ação, incumbe a nomeação à autoria do proprietário (art. 62, CPC).
16
DA PROPRIEDADE
4.7 – Dos meios de Defesa da Propriedade
4.7.2 – Outros meios de defesa da Propriedade
Ação Negatória: – cabível quando o domínio do ator, por um ato injusto, esteja sofrendo alguma restrição por alguém que se julgue com um direito de servidão sobre o imóvel. 
Ação de Dano Infecto: Tem caráter preventivo e cominatório, como o interdito proibitório, e pode ser oposta quando haja fundado receito de perigo iminente, em razão de ruína do prédio vizinho ou vício na sua construção (art. 1.280, CC). Cabe, também, nos casos de mau uso da propriedade vizinha. 
17
DA PROPRIEDADE
4.8 – Da Descoberta
Descoberta é o achado de coisa perdida por seu dono. Descobridor é a pessoa que a encontra.
“Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor (art. 1.233, CC).
“Não o conhecendo, o descobridor fará por encontra-lo, e, se não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente”. 
A obrigação decorre do fato de o proprietário conservar o domínio por ter apenas perdido a coisa, não a tendo abandonado.
Direito de recompensa (só se o dono ou possuidor tiver ou interesse de recebê-la, se não tiver, a coisa é tida como abandonada, podendo ser adquirida através da ocupação) + indenização pelas despesas necessárias à conservação e transporte (devidamente comprovadas).
Não há obrigação de recolher a coisa achada, mas, se recolher deverá conservar.
Obrigação de procurar autoridade – comunicação pela imprensa - após 60 dias = hasta pública.
18
Próxima aula
Da Aquisição da Propriedade Móvel:
Modos de Aquisição
Usucapião
19
www.unifran.edu.br
Av. Dr. Armando Salles Oliveira, 201
14404 600
Franca SP Brasil
T 55 16 3711 8888
F 55 16 3711 8886
20

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes