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Exercícios de TIPIFICAÇÃO - DIR PENAL III - 2015

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DIREITO PENAL III – EXERCÍCIOS DE TIPIFICAÇÃO
1 - Leia um trecho de um acórdão do TJ-RS e depois tipifique a conduta criminosa do acusado. (valor 1,5)
O Ministério Público ofereceu denúncia contra GILSON FERREIRA DA CRUZ dando-o como incurso nas sanções do artigo _____ do Código Penal, pela prática dos seguintes fatos delituosos:
FATO Nº 1.
“No dia 29 de abril de 2011, por volta das 09 horas, na Rua Sebastião Ribeiro de Souza, bairro Triângulo, em Canguçu-RS, o denunciado GILSON FERREIRA DA CRUZ, valendo-se de uma faca e de um revólver (ambos não apreendidos), matou Rita de Fátima Borges de Borges, causando-lhe as lesões corporais descritas no auto de necropsia das fls. 104/108 do I.P. Na oportunidade, o denunciado chamou a vítima até o local para uma conversa, quando, subitamente, sacou a faca e passou a golpeá-la. Em seguida, com a vítima já caída em decorrência dos ferimentos que sofrera, o denunciado utilizou-se da mesma faca para degolar a ofendida. Ao fim, para garantir que a morte pretendida efetivamente se consumasse, perpetrou dois disparos de arma de fogo contra a vítima. O delito foi praticado uma vez que o denunciado agiu por não aceitar o término do relacionamento amoroso que havia mantido com a vítima durante um breve período de três a quatro meses. O denunciado desferiu vários golpes de faca na vítima, além de tê-la degolado e alvejado com dois disparos de arma de fogo, conforme descrito no auto de necropsia das fls. 104/108, demonstrativos da brutalidade de sua conduta e de seu intento de causar na ofendida sofrimento físico grave e desnecessário. O delito foi praticado ob o falso pretexto de estabelecer com a ofendida uma conversa amistosa, atraiu-a até o local do crime, possibilitando-lhe um ataque de inopino contra a vítima.”
FATO Nº 2.
“Nas mesmas circunstâncias de tempo e local, o denunciado GILSON FERREIRA DA CRUZ, mediante disparos de arma de fogo (revólver não apreendido), deu início ao ato de matar a vítima Rodrigo Borges de Borges, adolescente, com 16 anos de idade na data do fato, não consumando o desiderato criminoso por circunstâncias alheias a sua vontade, quais sejam, erro na pontaria e a agilidade da vítima em perpetrar a fuga. Na oportunidade, a vítima Rodrigo, presenciando as agressões descritas no primeiro fato, saiu em defesa da ofendida Rita de Fátima, sua mãe. Nesse momento, o denunciado, em reação à tentativa de legítima defesa empregada por Rodrigo, passou a dirigir seus atos homicidas contra este, desferindo os disparos de arma de fogo acima descritos, somente não consumando o delito por erro de pontaria consequente à agilidade da vítima em sua fuga. O crime foi cometido uma vez que a investida contra a vítima Rodrigo se deu para fazer com que cessasse a sua tentativa de legítima defesa em favor da vítima Rita de Fátima, possibilitando, assim, que o denunciado consumasse a morte desta.”
2 - Leia atentamente as informações contidas em um acórdão (com adaptações) e depois tipifique a conduta criminosa dos acusados. (valor 3,0)
Consta que, no dia 06 de janeiro de 2008, por volta da 21h18min, na Rua Durval de Almeida Santana, nº18-B, Jardim São Luiz, nesta comarca, Amilton Soares da Silva, Gilson Linhares Lopes e Roberval Taylor, antigos e estáveis comparsas de empreitadas criminosas, previamente ajustados e agindo com unidade de desígnios, agindo com intenção letal efetuaram disparos de arma de fogo em Paulo Roberto Pereira Erak, causando-lhe as lesões graves (perigo de vida e debilidade permanente de membro) descritas no laudo de exame de corpo de delito as fls. 50, somente não consumando o delito por circunstâncias alheias às suas vontades. Consta, ainda, que nas mesmas circunstâncias de tempo e local, Amilton Soares da Silva, Gilson Linhares Lopes e Roberval Taylor, previamente ajustados e agindo com intenção letal tentaram contra a vida de Paulo Roberto Junior de apenas 12 anos, somente não consumado o delito por circunstâncias alheias às suas vontades.
Segundo apurado, Amilton efetuou o disparo de arma de fogo na vítima Paulo Roberto Pereira Erak e Gilson, bem como Roberval, auxiliando-o, concorreram de qualquer modo para o crime em tela, enquanto Gilson e Roberval efetuaram o disparo contra Paulo Roberto Junior e Amilton, auxiliando-o concorreu de qualquer maneira para o crime. Segundo apurado, momentos antes do delito, as vítimas encontravam-se na via pública, acompanhadas de terceiras pessoas, quando os réus passaram pelo local em um veículo conduzido por Gilson, sendo que quase vieram a atingir as pessoas que se encontravam na rua. Logo em seguida, a vítima Paulo e as demais pessoas chamaram a atenção de Gilson e de Amilton, ocasião em que o segundo passou a discutir com os demais de forma grave e ofensiva, sendo que, em seguida, ambos os réus saíram do local. Ato contínuo, os acusados, imbuídos pelo sentimento de vingança, retornaram para o local, abordaram Paulo Roberto Pereira Erak e, sem nada falar, de forma inopina, Amilton efetuou diversos disparos de arma de fogo no ofendido, enquanto Gilson e Roberval davam-lhe cobertura e efetuavam chutes contra o ofendido que jazia baleado no chão. Após efetuar os disparos, o filho de Paulo Roberto Pereira Rrak, Paulo Roberto Junior, de apenas doze anos de idade, veio em sua defesa, ocasião em que Gilson pegou a arma de Amilton, com a ajuda de Roberval, e efetuou disparo na direção da cabeça da criança, que apenas não veio a óbito, pois a arma falhou, Logo em seguida, os acusados evadiram-se com êxito do local. Paulo Roberto Pereira Erak foi socorrido a tempo, contudo sofreu perigo de vida, comprovado pelo laudo que constatou uma grave hemorragia e debilidade permanente de membro (braço direito).
3 - No dia 1º de outubro de 2003, durante a madrugada, na Rua Fernando dos Santos Martins, via pública, Parada 06, Quinta do Portal, Lomba do Pinheiro, nesta Capital, ANTÔNIO NUNES PEREIRA, JEREMIAS PACHECO MONTEIRO, IRINEU VALDIR DA SILVA NUNES, em comunhão de vontades e conjugação de esforços, juntamente com RAFAEL CHAVES DE MORAES (“Coquinho” – falecido, consoante certidão de óbito de fl. 179), agindo com animus necandi, atacaram, com emprego de armas, ARTHUR VICENTE GUIMARÃES KONORATH, produzindo nele as lesões graves constantes no auto de fls. 45/47, o qual consigna, como paralisia total dos membros inferiores e ferimentos transfixantes de pulmão por projetis de arma de fogo. 
Segundo se apurou o móvel do crime foi a cobrança de uma dívida envolvendo o empréstimo ilícito de uma arma de fogo pela vítima. [...] Os denunciados praticaram o delito mediante emprego de socos e chutes, e, ao final, alvejando-a com disparos de arma de fogo no seu pescoço, causando-lhe intenso sofrimento físico.
Segundo se apurou também, a vítima fora atraída para o local onde se encontrava o grupo, sob o pretexto de acertar a dívida, quando, então, restou cercada e atacada por uma pluralidade de pessoas, sofrendo ao final o ataque que resultou as lesões descritas no auto de fls. 45/47. (...)”.
A vítima em decorrência das lesões sofreu tetraplegia que afetou todas as quatro extremidades, superiores e inferiores, juntamente à musculatura do tronco. [...]
4 - “ No dia 19 de junho de 2006, por volta das 01h, na Rua Conego Luis de Carvalho, próximo ao ‘Bailão Avenida’, Bairro Mate Amargo, em Rio Grande-RS, em via pública, NITROLINO GLICERINA (réu), então com 18 anos, em comunhão de esforços e conjugação de vontades com os adolescentes Flávio Bozo e Juvenal Impetuoso, Cravo, seus comparsas inimputáveis, motivados por desavenças anteriores com a vítima Roberval Taylor, pois o grupo do réu e da vítima formavam gangs rivais, esperaram a saída da vítima de dentro do baile no qual estavam todos os envolvidos e, munidos de armas de fogo, passaram a desferir inúmeros tiros contra Roberval Taylor, e seus companheiros, os quais também responderam com tiros.
Ante a gritante superioridade do grupo do réu, a vítima fugiu, tentando se esconder, momento em que foi alcançada e abordada pelo denunciado Nitrolino e osadolescentes Flávio e Juvenal, sendo que todos passaram a ameaçá-la com as armas e agredi-la violentamente. Após ser brutalmente espancada, a vítima caiu ao solo, sendo que Nitrolino lhe desferiu três tiros, por trás, acertando um disparo nas nádegas e outros dois nas costas da vítima, matando Roberval Taylor. O denunciado atirou no ofendido quando este estava caído ao solo, de bruços, sem a possibilidade de qualquer resistência, após ser espancado, atirando em Roberval pelas costas...”
Identifique a conduta criminosa do denunciado. Fundamente sua resposta.
5 - Leia atentamente um trecho de um acórdão (com alterações) e depois tipifique a conduta criminosa dos acusados.
O apelante FERRERINHA (réu) foi denunciado e, submetido ao Tribunal do Júri, condenado a uma pena de 38 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão, em regime fechado. Segundo a inicial acusatória, no dia 6 de maio de 1990, por volta de 4:30 horas, na Av. Gal. Penha Brasil, n° 1430, Vila Nova Cachoeirinha, nesta capital, FERRERINHA, em concurso com TIÃO e com um terceiro indivíduo não identificado e utilizando-se de armas de fogo, agindo com "animus necandi", efetuou disparos de arma de fogo contra Rose Camargo, Márcio Ribeiro e Flávio Martins, provocando a morte dos dois primeiros. Quanto ao último, somente não se consumou o delito por circunstâncias alheias à vontade dos agentes. A peça acusatória diz que FERRERINHA seus comparsas agiram por vingança contra as vítimas, pois uma delas teria se recusado a praticar sexo com eles. Os agentes também agiram de surpresa. Abordaram abruptamente os ofendidos e indagaram se eles realmente não iriam praticar os atos sexuais desejados pelos acusados. Como não obtiveram resposta, eles atiraram nas vítimas, matando ROSE e MÁRCIO. Flávio só não foi morto porque conseguiu fugir e esconder-se, não sendo atingido pelo disparo efetuado contra ele. Em juízo, Flávio Martins relatou que chegou ao bar SÓ GELADA, momento em que viu as outras vítimas discutindo com os réus FERRERINHA e TIÃO. Um terceiro indivíduo chamou por FERREINHA, pedindo que ele saísse. FERRERINHA chamou por TIÃO e os três deixaram o local. Depois da saída dos agentes, as vítimas resolveram ir embora. Flávio Martins caminhava pela via pública com as duas vítimas, quando foram abordados por FERRERINHA e seus comparsas. Houve novo bate-boca e os réus acusavam as duas vítimas fatais de terem menosprezados os acusados. Os agentes foram novamente embora, mas retornaram em um táxi dirigido por uma quarta pessoa, descendo do carro armados. TIÃO desferiu uma coronhada em Márcio e quando ele estava caído de bruços no chão, disparou um tiro contra ele, atingindo-o. FERRERINHA encostou o revólver na cabeça de Rose que estava de joelhos e atirou, matando-a. Ato contínuo, pelos mesmos motivos, FERRERINHA encostou a arma na cabeça de Flávio Martins que também estava de joelhos e puxou o gatilho, mas a arma falhou. Flávio fugiu, saiu correndo, momento em que TIÃO ainda efetuou mais dois disparos em sua direção, contudo, não o atingiram. Posteriormente, os acusados foram presos por uma viatura da polícia militar que passava no local dos fatos.
6 - Leia atentamente as informações contidas em um acórdão (com alterações) e depois tipifique a conduta criminosa dos acusados. (valor 3,0)
DIEGO MARION RANGEL e MÁRCIO SANTANA MORAES, ambos com 19 anos de idade, juntamente com ANDERSON RAFAEL FORTUNA, 20 anos de idade, antigos e estáveis comparsas de empreitadas criminosas, foram denunciados e incursos nas sanções ............. do Código Penal, pela prática dos seguintes fatos descritos na denúncia:
Primeiro Fato:
No dia 07 de julho de 2008, por volta das 21h30min, na Rua Aparício de Brito, nº 102, bloco 26-B, bairro Feitoria, em São Leopoldo, os denunciados DIEGO MARION RANGEL, ANDERSON RAFAEL FORTUNA e MÁRCIO SANTANA MORAES deram início a conduta contra MARCOS RODRIGUES POLENZER, mediante disparos de arma de fogo, causando ofensa a integridade corporal da vítima (conforme ficha de atendimento ambulatorial – lesão corporal grave – perigo de vida - hemorragia). O delito não se consumou por circunstância alheia à vontade dos agentes, uma vez que não lograram êxito em atingir órgão vital da vítima. Por ocasião dos fatos, a vítima conversava no local acima mencionado, quando os denunciados chegaram armados, efetuando disparos contra o ofendido, logrando êxito em atingi-lo. A vítima Marcos Polenzer foi atingido com um tiro na perna direita e outro no ombro direito. Após a execução dos tiros, os denunciados fugiram do local. Os denunciados concorreram para a execução da vítima de forma material e moral, efetuando disparos de arma de fogo e apoiando-se mutuamente para a consumação do crime, todos sabendo da intenção letal do grupo que sempre esteve junto em empreitadas criminosas. Essa reunião ficou clara nos autos. O crime foi cometido por em decorrência de que a vítima Marcos era amigo de JONAS DAMASCENA NARDES, que era companheiro do autor de um homicídio cometido contra Juliano Marion Rangel, vulgo “Catarina”, irmão do denunciado Diego Marion Rangel, a cerca de um ano. O crime foi cometido de inopino pois os denunciados se aproximaram desta e, deram ao início aos tiros, aproximadamente vinte, sem nada dizerem antes dos disparos.
Segundo Fato:
No dia 07 de julho de 2008, por volta das 21h30min, na Rua Aparício de Brito, nº 102, bloco 26-B, bairro Feitoria, em São Leopoldo, os denunciados DIEGO MARION RANGEL, ANDERSON RAFAEL FORTUNA e MÁRCIO SANTANA MORAES deram início a conduta contra JACKSON GONÇALVES CRUZ, mediante disparos de arma de fogo, causando ofensa a integridade corporal da vítima (conforme ficha de atendimento ambulatorial - lesão corporal grave – perigo de vida - hemorragia). O delito não se consumou por circunstância alheia à vontade dos agentes, uma vez que não lograram êxito em atingir órgão vital da vítima. Por ocasião dos fatos, a vítima conversava no local acima mencionado, quando os denunciados chegaram armados, efetuando disparos contra o ofendido, logrando êxito em atingi-la. A vítima Jackson foi atingida com um tiro no tórax e em uma das pernas (fls. 15 do IP). Após a execução dos tiros, os denunciados fugiram do local. Os denunciados concorreram para a execução da vítima de forma material e moral, efetuando disparos de arma de fogo e apoiando-se mutuamente para a consumação do crime, todos sabendo da intenção letal do grupo que sempre esteve junto em empreitadas criminosas. Essa reunião ficou clara nos autos. O crime foi cometido por em decorrência de que a vítima Jackson era amigo de JONAS DAMASCENA NARDES, que era companheiro do autor de um homicídio cometido contra Juliano Marion Rangel, vulgo “Catarina”, irmão do denunciado Diego Marion Rangel, a cerca de um ano. O crime foi cometido de inopino, pois os denunciados se aproximaram desta e, deram ao início aos tiros, sem nada dizerem antes dos disparos.
Terceiro Fato:
Nas mesmas condições espaço-temporais dos fatos anteriormente narrados, os denunciados DIEGO MARION RANGEL, ANDERSON RAFAEL FORTUNA E MARCOS SANTAN MORAES, de forma letal acertaram cinco tiros em JONAS DAMASCENA NARDES, produzindo os ferimentos que causaram hemorragia interna, conforme descritos no laudo necroscópico de fls. 78/81. Na oportunidade, os denunciados chegaram armados, efetuando disparos contra a vítima, a qual estava conversando com seus amigos Marcos e Jackson, logrando êxito em atingi-lo. Ato contínuo, os denunciados empreenderam fuga do local. Após a execução dos tiros, os denunciados fugiram do local. Os denunciados concorreram para a execução da vítima de forma material e moral, efetuando disparos de arma de fogo e apoiando-se mutuamente para a consumação do crime, todos sabendo da intenção letal do grupo que sempre esteve junto em empreitadas criminosas. Essa reunião ficou clara nos autos. O crime foi cometido por em decorrência de que a vítima Jonas era companheiro do autor de um homicídio cometido contra Juliano Marion Rangel, vulgo “Catarina”, irmão do denunciadoDiego Marion Rangel, a cerca de um ano. O crime foi cometido de inopino, pois os denunciados se aproximaram desta e, deram ao início aos tiros sem nada dizerem antes dos disparos.
Direito Penal III – Prof. Flavio Tersi
Universidade de Franca

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