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TOXICOLOGIA EM GRANDES ANIMAIS As principais intoxicações em grandes animais são: - Produtos químicos usados nas fazendas - Toxinas de plantas Vários animais anteriormente sadios –> ao mesmo tempo –> mesmos sinais –> mesmo grau de intensidade Ingestão é mais comum, mas ocorre absorção percutânea e inalação. INGESTÃO: - realizam a seletividade dos alimentos, os ruminantes menos seletivos. Bovinos > Ovinos Os equinos estão menos propensos. Agentes químicos - Aparecimento após: - Arraçoamento: mudança de ração - Medicação ou pulverização - Introdução em novo pasto Exame toxicológico: - Relatório: histórico, anamnese, sinais clínicos, achados de necropsia e possível agente tóxico (se possível) - Drogas utilizadas – se houve tratamento - Amostra do conteúdo do trato alimentar e fígado As intoxicações mais comuns são: Intoxicação por cobre - Mineral contido na dieta - Tolerância: Equinos > Bovinos > Ovinos - ↑ incidência - ↓ diagnóstico - Relatada nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste Predisposição: afinidade por cobre, menor capacidade de excreção, necessidade x toxicidade, idade, níveis dieticos de outros nutrientes, homeostade animal, raças Texel e Suffolk Causas: ingestão de concentrado com altos níveis de cobre, ração com mais de 20% cama de frango, vermífugos, pedilúvio com sulfato de cobre. Desencadeada por estresse -> transporte, jejum e manejo Duas formas distintas de intoxicação: - Aguda : doses de cobre → gastroenterite - Crônica : acúmulo no fígado → crise hemolítica aguda Forma Crônica: - ingestão excessiva diária por vários meses - 3,5 mg/kg ou 20 ppm de cobre - lesão hepática precede sinais clínicos Sinais Clínicos: Anorexia, Depressão, Icterícia, Hemoglobinemia, Hemoglobinúria, Fezes escuras, líquidas e fétidas, Fraqueza, Andar cambaleante, Óbito 1 a 4 dias Diagnóstico: - Hemograma → eritropoiese ativa, icterícia - Bioquímico Sérico → aumento de AST e GGT - Urinálise → hemoglobinúria e isostenúria - Necropsia → esplenomegalia, icterícia generalizada, fígado cor amarelo alaranjada Tratamento: - Sintomático: fluidoterapia, hepatoprotetores, diuréticos - Específico: molibdato de amônio + sulfato de sódio anidro ↓ desempenho reprodutivo Prevenção: - Mineralização adequada/ - Acesso controlado/ - Hidratação adequada durante manejo pré pedilúvio Intoxicação por anti-helmínticos - Dose incorreta - Antihelmíntico x idade x gestação - Mais comum em bovinos e ovinos - Abamectina animais jovens - Ovinos: Nitroxinil, closantel Intoxicação por Avermectinas: - Ivermectina, Abamectina (maior toxicidade), Doramectina - Doses elevadas - Bezerros menores que 4 meses: mais susceptíveis - Animais jovens: incompleta formação da BHE - Neurotoxicidade: ação inibitória do GABA - Alterações fetais Sinais Clínicos: Midríase, Tremores, Ataxia, Sialorréia, diminuição do tônus de língua e lábios, Depressão, Convulsões, Coma e Morte. Tratamento: - Difícil recuperação - Sem antídoto específico: Atropina?? - Tratamento suporte: metabolização Intoxicação por Closantel: - Pequena margem de segurança - Mães e filhotes vermifugados: intoxicação - Cegueira irreversível - Não há tratamento específico A intoxicação por closantel pode causar: Lesões SNC, Nervo óptico e retina, Cegueira, Apatia, Incoordenação motora e Morte em casos extremos. Intoxicação por Amitraz - Acaricida usado contra ectoparasitas em bovinos, ovinos e caninos - Banho de aspersão - Triatox® - Intoxicação em equinos Intoxicação depende: - Concentração (>0,025%) - Clima: temperaturas elevadas - Condições da pele: favorece absorção Estimulação de receptores α2-adrenérgicos diminuição da atividade simpática periférica -> hipotensão e sedação -> alterações na motilidade intestinal Sinais Clínicos: Sonolência, Depressão, Ataxia, Fraqueza muscular, Impactação progressiva de IG, Início 24 a 48 hs após procedimento. Tratamento: - Ioimbina: reversão sedação - Motilidade intestinal: - Regressão espontânea - Regressão após tratamento: Gluconato de Ca, Neostigmine - Não regride: Cirúrgico Intoxicação por uréia - Suplementação de ruminantes - Mais comum: vacas leiteiras e animais em confinamento - Uréia convertida em proteína (NNP) - Associada ao sal mineral, misturas múltiplas, silagem, cana, capim picado Causas mais comuns: Fornecida em grande quantidade, Falta de adaptação dos animais, Homogeneidade inadequada da mistura, Deficiência de CHOS digestíveis na ração, Baixa qualidade da forragem, Debilidade orgânica do animal: fraqueza ou jejum Quantidade ingerida: - Velocidade de ingestão - Quantidade e capacidade de reciclagem -Tipo de forragem - Porcentagem de grãos e fermentabilidade de CHOS na ração - pH rúmen - >pH maior [] amônia - Adaptação do animal Sinais Clínicos: - Início 20 a 30 minutos após ingestão - Sinais neurológicos: tremores musculares e cutâneos, contração das orelhas, tetania, enrijecimento dos membros anteriores, ataxia, sudorese intensa, prostração, espasmos e convulsões - Timpanismo e dores abdominais, Abomasite leve, Ranger de dentes, Sialorréia e odor de amônia - Respiratório: taquipnéia, asfixia, congestão e edema pulmonar e colapso circulatório - Congestão e degeneração renal e hepática - Taquicardia, parada cardíaca e óbito Diagnóstico: - Sinais clínicos - Histórico: ingestão recente de uréia - Mensuração de amônia sanguínea: > 2 mg/dL indica consumo - >30 mg/dL letais amônia ruminal: > 200 mg/dL Diagnósticos diferenciais: - Intoxicação: cianeto, nitritos e nitratos, carbamatos, organofosforados, gases tóxicos - Polioencefalomalácia, leucoencefalomalácia, encefalopatia hepática - Enterotoxemia, timpanismo - Hipocalcemia, hipomagnesemia Tratamento: - Sondagem orogástrica (equinos – nasogástrica) - Descompressão - Vinagre gelado (ác. Acético 5%): diminui pH, forma compostos com amônia e diminui a temperatura = menor absorção de amônia - Ruminotomia e transfaunação - Edema pulmonar: furosemida Prevenção: - Adaptação gradual: 2 a 4 semanas/ - Correta homogeneização da mistura/ - Cochos cobertos PLANTAS TOXICAS - Limitação geográfica - Baixa disponibilidade de outros alimentos - Alta ingestão - Ingestão acidental: junto ao volumoso Plantas inativadoras de VIT B1: - Atuação direta no metabolismo de CHOS - Conversão de Piruvato em Acetil-Coa - Ausência de Tiamina: diminuí a energia cel – déficit de ATP Deficiência de Vit B1: - Taquicardia ou Bradicardia - Vasodilatação periférica, Hipotensão e edemas; - Alterações no eletrocardiograma (ECG) - Irritabilidade, raspagem dos membros no solo - Diminuição ou perda dos reflexos tendinosos - Fraqueza e Tremores - Ataxia grave, fasciculação muscular - Convulsão, posição opistótomo Principais: Samambaia silvestre (Pteridium aquilinum)/ Cavalinha (Equisetum pyramidale) Samambaia: - Parte tóxica: folha, Broto, Raiz - Ocorrência: AM, MG, RJ, ES, SP, PR, SC e RS - Habitat: áreas desmatadas, beira de estradas, bordos de matas, capões e solos ácidos - Princípio ativo: tiaminase do Tipo I. - Bovinos e bubalinos > incidência - eqüinos, ovinos e suínos - Vício de comer a planta e seus brotos Sinais clínicos: Timpanismo, papilomas no palato mole, rúmen distendido por gás, carcinoma de células escamosas e hematúria enzoótica. Cavalinha: - Lixa-vegetal - Planta de brejo - intoxicação crônica - Sudeste, Sul, Nordeste e MT - Deficiência tiamina - ação da articulina (glicosídeo) - Princípio ativo: Ác. Equicético e Equisetina - Diarréias sanguinolentas, aborto e fraqueza Broto 3 x mais tóxico que a folha/ Raiz 5 x mais tóxico que a folha - Ambas são acumulativas Bovinos: 10 g/kg por 3 semanas/ Equinos: 10 g/kg em 30 a 40 dias - Tiaminase degrada tiamina - Anemia aplásica Diátese hemorrágica: - Intoxicação aguda - Baixa morbidade e alta letalidade - Animais com menos de 24 meses Diagnóstico: - Anamnese e histórico - Idade - Época do ano - Feno ou silagem - Tipo de solo - Animal comprado Tratamento:- Descontaminação gastrointestinal - Vitamina B1: 5 a 10 g/kg IV diluído, lento a cada 4 horas por 2 a 7 dias - Fluidoterapia e glicose IV - Antibióticos profiláticos - Retirada dos animais de pasto suspeito Prognóstico ruim: sobrevida 2 anos Cianeto ou Ac. Cianidrico - Plantas cianogênicas: liberação de ác. Cianídrico após hidrólise - Mandioca (Manihot spp.) - Ingestão: tubérculos e ramas frescos, massa de mandioca - Absorção rápida - Sinais durante a ingestão ou logo após Dispnéia, taquicardia, mucosas cianóticas, sialorréia, tremores musculares intensos, andar cambaleante, nistagmo e opistótono Progressão: - Decúbito lateral - Dificuldade respiratória cada vez mais acentuada - Coma - Morte: 15 minutos a algumas hs Detoxificação: - Ralação ou trituração - Fenação - Aquecimento, prensagem - Cozimento - Fermentação - Desidratação Tratamento: Solução aquosa de tiossulfato de sódio a 20% - 50 ml/100 kg PV – IV Repetir se necessário Prevenção: evitar ingestão em doses e formas letais
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