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SÉRIES DE PAGAMENTOS E RENDAS IGUAIS 2012_1 Prof. Reinaldo C. Sandes SÉRIES DE PAGAMENTOS Noções sobre Fluxo de Caixa Pela conceituação de VIEIRA SOBRINHO (1997:64), entende-se por Fluxo de Caixa “(...) uma sucessão de recebimentos ou de pagamentos, em dinheiro, previstos para determinado período de tempo.” Fluxo de Caixa, também chamado de cash flow , é, portanto, o conjunto de pagamentos e recebimentos do caixa de uma organização ou um indivíduo ao longo de um período de tempo, o qual pode ser diário, mensal, trimestral, anual, etc. O Fluxo de Caixa é um instrumento de planejamento e controle. SÉRIES DE PAGAMENTOS Noções sobre Fluxo de Caixa A fim de facilitar o entendimento dos conceitos de Fluxo de Caixa, faz-se a representação gráfica do mesmo conforme demonstrado a seguir: ( + ) ( + ) 0 1 2 3 4 TEMPO ( – ) ( – ) SÉRIES DE PAGAMENTOS Noções sobre Fluxo de Caixa No eixo horizontal representa-se o tempo, subdividido em períodos unitários (dia, mês, trimestre, ano, etc.), orientados da esquerda para a direita, de modo que todos os pontos são considerados como momentos futuros em relação ao tempo “zero”. Os recebimentos, ou entrada de caixa, são representados na parte superior do eixo horizontal, com setas para cima. SÉRIES DE PAGAMENTOS Noções sobre Fluxo de Caixa Por sua vez, os pagamentos ou saídas de caixa, são representados na parte inferior, indicados com setas orientadas para baixo. Se houver recebimento e pagamento no mesmo momento, pode-se representar apenas a diferença entre os dois valores. Os valores de recebimento podem ser precedidos de sinal positivo (+) e os pagamentos de sinal negativo ( – ). Para demonstração do diagrama do Fluxo de Caixa, toma-se para exemplo os dados de recebimentos e pagamentos descritos a seguir: 50.000 30.000 0 1 2 3 4 TEMPO (20.000) (25.000) Em outro exemplo, suponha que um banco tenha concedido um empréstimo de R$ 20.000,00 a um cliente, para pagamento em 6 prestações iguais de R$ 5.000,00 . a)-Esquema do Fluxo de Caixa sob a ótica do banco: 5000 5000 5000 5000 5000 5000 0 1 2 3 4 5 6 TEMPO 20000 b)-Esquema do Fluxo de Caixa sob a ótica do cliente: 20000 0 1 2 3 4 5 6 TEMPO 5000 5000 5000 5000 5000 5000 Um outro exemplo: Suponha que uma pessoa aplique, em um fundo de renda fixa, 4 parcelas mensais e sucessivas de R$ 1.000,00. Sabe-se que a primeira parcela será efetivada hoje e que essa pessoa deseja saber o valor do montante ao final do 40. mês. O anagrama a seguir esquematiza o Fluxo de Caixa sob a ótica desse do investidor. Esquema do Fluxo de Caixa sob a ótica do investidor: 0 1 2 3 4 1000 1000 1000 1000 S = ? O QUE SÃO, AFINAL, SÉRIES DE PAGAMENTOS? Entendem-se por Séries de Pagamentos a uma sucessão de pagamentos ou recebimentos V1, V2, V3 ... Vn, com vencimentos sucessivos t1, t2, t3 ... t n. A seguir serão desenvolvidas séries de pagamentos com as seguintes características: CARACTERÍSTICAS DAS SÉRIES DE PAGAMENTO �A diferença de prazo entre um termo e o termo seguinte é constante, ou seja, os vencimentos dos termos, a partir do primeiro deles, variam em tempos iguais (de 30 em 30 dias, de 60 em 60 dias, de ano em ano, etc.) �Trabalha-se com número de termos finitos; CARACTERÍSTICAS DAS SÉRIES DE PAGAMENTOS �Os valores dos termos que compõem a série podem ser constantes ou variáveis; �Os vencimentos dos termos de uma série de pagamentos podem ocorrer no final de cada período, neste caso identificados por termos vencidos ou postecipados; ou podem ocorrer no início de cada período, assim identificados por termos antecipados. Assim sendo, as séries de pagamentos que durante o curso serão desenvolvidas, estão classificadas em: �Série de pagamentos iguais com termos vencidos ou postecipados; �Série de pagamentos iguais com termos antecipados; �Série de pagamentos variáveis com termos vencidos ou postecipados; �Série de pagamentos variáveis com termos antecipados. SIMBOLOGIA DAS SÉRIES DE PAGAMENTOS S R R R R R R 0 1 2 3 4 5 6 TEMPO P SIMBOLOGIA DAS SÉRIES DE PAGAMENTOS P 0 1 2 3 4 5 6 TEMPO R R R R R R S Séries de Pagamentos Iguais com Termos Vencidos (Postecipados) VIEIRA SOBRINHO (1986:67) sugere que cada termo da série de pagamentos ou de recebimentos iguais seja identificado por R. As demais variáveis serão representadas pelos símbolos já conhecidos e utilizados no estudo de capitalização composta: i = taxa de juros compatível com a unidade de tempo; n = número de prestações; P = capital principal, capital inicial, valor atual ou valor presente; S = montante ou valor futuro. Esquema de séries postecipadas S 0 1 2 3 4 5 R R R R R Fator de Acumulação de Capital (FAC) Suponha que uma pessoa faça uma série de 4 aplicações mensais, iguais, sucessivas, no valor de R$ 100,00 cada uma, a uma taxa de juros compostos de 10% ao mês. Sendo a primeira parcela aplicada no final do primeiro mês e a última aplicação no final do quarto mês, qual será o montante acumulado no final do período de aplicação? R = 100,00 ; i = 10% a.m. ; n = 4 e S = ? Esquema da situação proposta i = 10% a.m S=? 0 1 2 3 4 100 100 100 100 O montante ao final do quarto mês de aplicação poderia ser calculado de forma rudimentar pelo uso da capitalização composta S = P (1 + i )n , aplicada em cada uma das parcelas: S1 = 100,00 ( 1 + 0,10) 3 ⇒⇒⇒⇒ 100,00 x 1,3310 = 133,10 S2 = 100,00 ( 1 + 0,10) 2 ⇒⇒⇒⇒ 100,00 x 1,2100 = 121,00 S3 = 100,00 ( 1 + 0,10) 1 ⇒⇒⇒⇒ 100,00 x 1,1000 = 110,00 S4 = 100,00 ( 1 + 0,10) 0 ⇒⇒⇒⇒ 100,00 x 1,0000 = 100,00 St = .................................................................... 464,10 Este procedimento, entretanto, é muito trabalhoso, principalmente quando a série de pagamentos é constituída de muitos períodos. Para facilitar o cálculo, usa-se o Fator de Acumulação de Capital (FAC), descrito pela expressão seguinte: ( 1 + i )n – 1 FAC = i Assim sendo, a fórmula genérica a seguir, em que nela aparece o Fator de Acumulação de Capital, multiplicado pelo termo “R”, permite calcular o montante S ao final da série de pagamentos: ( 1 + i )n – 1 S = R x onde i S = montante ao final da série de pagamentos R = Valor de cada termo ou de cada parcela n = número de termos ou de parcelas i = taxa de juros compostos Usando a fórmula retro descrita, ter-se-ia então, para o problema descrito: ( 1 + 0,10 )4 – 1 S = 100,00 x 0,10 S = 100 x 4,6410 ⇒⇒⇒⇒ S = 464,10 Fator de Formação de Capital (FFC) A dedução da fórmula genérica para cálculo do montante S permite, ainda, a resolução do problema quando a incógnita é o valor R dos termos, ou das parcelas. O cálculo do valor dos termos R, conhecidas as demais variáveis, pode ser obtido a partir do Fator de Formação de Capital (FFC), descrito pela expressão: i FFC = ( 1 + i)n – 1 Fator de Formação de Capital (FFC) Dessa forma, o valor do termo R pode ser, também, obtido pela multiplicação do montante S pelo Fator de Formação de Capital (FFC). Isso significa dizer que a fórmula para calcular R, tomando por base o FFC, é a que se segue: i R = S x onde, idem ( 1 + i )n – 1 Para exemplificação, pergunta-se, quanto uma pessoa terá de aplicar mensalmente num Fundo de Renda Fixa, durante 5 meses, para que possa resgatar R$ 2.500,00 no final do período de aplicação, sabendo-se que o Fundo proporciona um rendimento de 1,5% ao mês? Resolução: S= 2.500 0 1 2 3 4 5 R R R R R Resolução i R = S x ( 1 + i )n – 1 0,015 R = 2.500 x ( 1 + 0,015 )5 – 1 R = 2.500 x 0,194089 ⇒⇒⇒⇒ R = 485,22
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