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Demonstrações Financeiras

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Demonstrações Financeiras
GEHLEN, Enio. Manual da Contabilidade. Set., 2004. Disponível em: < http://www.eniogehlen.com.br/Auditoria/ Manual%20Contabilidade.pdf>. Acesso em: mai, 2014.
9.2 - Responsáveis Pela Escrituração
A escrituração da pessoa jurídica ficará sob a responsabilidade de profissional qualificado (Contador ou Técnico em Contabilidade), nos termos da legislação específica, que deverá assinar junto com os administradores, sócios-gerentes ou titular da empresa individual, as demonstrações financeiras obrigatórias, com a indicação do seu número de registro no Conselho Regional de Contabilidade (art. 2º da Lei nº 10.303/01).
Nas localidades em que não houver profissional habilitado, a escrituração contábil poderá ficar a cargo do próprio contribuinte ou de pessoa por ele designada. Ressalte-se, no entanto, que a designação de pessoa não habilitada profissionalmente, não eximirá o contribuinte da responsabilidade pela escrituração (§ 1º do art. 268 do RIR/99).
Desde que legalmente habilitado para o exercício da profissão como técnico em Contabilidade ou Contador, o titular da empresa individual, o sócio, acionista ou diretor da sociedade pode assinar as demonstrações financeiras da empresa e assumir a responsabilidade pela escrituração (§ 2º do art. 268 do RIR/99).
9.3 - Responsabilidade Do Contabilista
Os contabilistas, dentro do âmbito de sua atuação e no que se referir à parte técnica, serão responsabilizados, juntamente com os seus contribuintes, por qualquer falsidade dos documentos que assinarem e pelas irregularidades de escrituração praticadas no sentido de fraudar o Imposto de Renda (§ 1º do art. 819 do RIR/99).
Verificada a falsidade do balanço ou de qualquer outro documento de contabilidade, assim como da escrita dos contribuintes, o profissional que houver assinado tais documentos será declarado sem idoneidade para assinar quaisquer peças ou documentos contábeis sujeitos à apreciação dos órgãos da Secretaria da Receita Federal, por ato de Delegado ou Inspetor da Receita Federal, independentemente de ação criminal que no caso couber (art. 820 do RIR/99).
De acordo com o art. 1182 do Novo Código Civil, a escrituração ficará sob a responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na localidade.
No exercício de suas funções, os prepostos (contabilistas) são pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos e, perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos.
Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, ainda que não autorizados por escrito (art. 1178 do Novo Código Civil).
Quando tais atos forem praticados fora do estabelecimento, somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor.
39. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS
39.1 - Manutenção da Escrituração Contábil
A empresa deve manter escrituração contábil com base na legislação comercial e com observância das Normas Brasileiras de Contabilidade e pode servir de base para:
a) distribuição de lucros;
b) dispensa de pagamento de tributos, em virtude de apuração de prejuízo;
c) elaboração das demonstrações financeiras;
d) comprovar, em juízo, fatos cujas provas dependam de perícia contábil;
e) contestar reclamações trabalhistas, quando as provas a serem apresentadas dependam de perícia contábil;
f) provar em juízo sua situação patrimonial, em questões que possam existir com herdeiros e sucessores do sócio falecido;
g) requerer concordata, por insolvência financeira;
h) servir de prova em processo falimentar;
i) provar, a sócios que se retiram da sociedade, a situação patrimonial da empresa, para fins de restituição de capital ou venda de participação societária;
j) comprovar a legitimidade dos créditos, em caso de impugnação de habilitações feitas em concordatas preventivas ou falências.
LEITE, Aline Moreira et al. Administração e Contabilidade: Integração em busca da excelência em gestão. Trabalho Interdisciplinar (Graduação em Ciências Contábeis com ênfase em Controladoria) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.
4.3.3 Demonstrativos Contábeis
Segundo Silva e Tristão (2000) “para o usuário, a Contabilidade necessita apresentar de forma resumida a situação da entidade, por meio de demonstrações contábeis [...]”.
“Demonstrações são quadros técnicos que apresentam dados extraídos dos registros contábeis da empresa” (Ribeiro, 1999, p.35). Segundo Marion (2006) as demonstrações contábeis são os relatórios contábeis mais importantes. A lei 11.638/07 que altera e revoga alguns mecanismos da chamada Lei das Sociedades por Ações4 estabelecendo, no âmbito das demonstrações contábeis a abolição do DOAR (Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos) e a obrigatoriedade dos seguintes demonstrativos: o Balanço Patrimonial (BP), a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e Demonstração de Valor Adicionado (DVA).
Segundo Marion (2006) o Balanço Patrimonial é a demonstração contábil mais importante. “O Balanço Patrimonial tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial da empresa em determinada data, representando, portanto, uma posição estática.” (Iudícibus, Martins e Gelbcke, 2007, p.6). Estruturalmente, segundo Silva (2008) o BP apresenta o Ativo, as aplicações de recursos, e o Passivo e Patrimônio Líquido, as origens dos recursos. O Ativo representa os bens e direitos da entidade, o Passivo compreende os deveres e obrigações com terceiros e Patrimônio Líquido deveres e obrigação com os sócios. A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), segundo Iudícibus, Martins e Gelbcke, apresenta na forma dedutiva as receitas, despesas, ganhos e perdas, classificando-se como contas de resultado, cujo objetivo é definir o lucro ou prejuízo (líquidos) do exercício. A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), como a terminologia já indica, é uma demonstração que visa, segundo Marion (2006), explicitar os fatores que levaram à variação do saldo inicial dos Lucros ou Prejuízos Acumulados até o saldo final. A DLPA, afirma Marion (2006) é obrigatória às entidades, embora possa ser substituído pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
“A DMPL fornece a movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas do Patrimônio Líquido, faz clara indicação do fluxo de uma conta para a outra e indica a origem e o valor de cada acréscimo ou diminuição no exercício. É extremamente importante para empresas que tenham seu PL formado por diversas contas e mantenham com elas inúmeras transações.” (Silva, 2008, p. 54)
“A Demonstração de Fluxo de Caixa visa mostrar como ocorreram as movimentações de disponibilidades em um dado período de tempo.” (Iudícibus, Martins e Gelbcke, 2007, p. 9). Essa demonstração, segundo Marion (2006), se dá por um modelo direto, que mostra a entrada e saída de dinheiro, reduzindo o caixa e pelo modelo indireto que mostra as alterações do chamado giro (Ativo e Passivo Circulante), sem demonstrar as entradas e saídas de dinheiro diretamente. “A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) tem como o objetivo principal informar o valor da riqueza criada pela empresa e a forma de sua distribuição.” (Iudícibus, Martins e Gelbcke, 2007, p.9).

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